Progresso Beirão nº13 20-06-1926

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PELA PATRIA E PELA REPÚBLICA
Certã, 20 de Junho de 1926
Composto e impresso na Tip. de O ZEZERE
FERREIRA DO ZEZERE
DIRECTOR E EDITOR:
Carlos dos Santos e Silva
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Sernache do Bomjardim
Propriedade da Empreza PROGRESSO BEIRÃO
MOVIMBIO MiLiTAS
Depois de sanadas al-
gumas dificuldades, foi
“Organisado o governo sai-
do deste movimento, de
que fazem parte militares
e civis.
A sua constituição não
agradou a muita gente e,
em especial aos monar-
quicos, que desejavam
uma ditadura militar, pu-
ra e simplesmente, talvez
na esperança de que ela
podesse servir de ponto
de passagem para’a reali-
sação do seu ideal.
Já foi decretada a dis-!
solução: do Parlamento e
outras medidas foram to-
madas, mas a situação
continua multo Confusa é
pouco tranquilisadora.
O que fôr soará.
hministrador do Concelho
Tomou posse, no dia 8, do car-
go de administrador do concelho
o Sr. Joaquim Luiz de Carvalho,
tenente do regimento de Obuses
de campanha, de Castelo Branco.
Ao acto assistiram apenas alguns
amigos da nova autoridade, por
não ser conhecida a hora da pos-
se, tendo usado da palavra o Sr.
Tenente da G. N. R,, Pinto Fer-
reira, a quem o empossado agra-
deceu os cumprimentos que lhe
dirigiu e disse vir disposto a de-
fender os interesses do concelho
pondo de parte a política, pelo
que foi muito aplaudido, rece-
bendo em seguida os cumpri=
mentos da assistencia.
DESSE =D
«O ALVAIAZERENSE»
Recebemos a visita deste novel
colega, defensor dos interesses do
seu, concelho, a quem cumpri-
mentamos c desejamos longa vida,
Dr. Abilio Marçal
Passa no proximo dia 23 o primeiro aniversario da morte
deste ilustre e prestante sernachense, :
Hoje mais do que ontem e amanhã mais do que hoje a sua
morte é sentida, não só pela sua familia, para quem teve sempre ex-
tremos de carinho e pelos seus amigos a quem sempre dispensou
a sua efectuosa dedicação, mas, sobretudo, pela terra que lhe foi
berço para cujo engrandecimento sempre trabalhou denodada e
constantemente e que, com essa obra grandiosa, elevadamente
patríotica e estruturalmente republicana—o. Instituto de Missões
Coloniais e as suas Missões Civilisadoras—esram os: padrões do
seu mais justificado e desvanecido orgulho,
A ambas, á terra e à instituição, o seu desaparecimento fez
profunda falta, porque, se para uma era o orientador eo impul-
sor do seu progresso e engrandecimento, para a outra era o es-
teio solido em que ela se firmava e que a amparava contra os
tufões odientos da inveja e das ambições desmedidas € injustifi-
caveis.
Essa obra grandiosa a que ele dedicou todo o seu esforço,
toda a sua inteligencia, com uma ancia e uma tenacidade indo-
maveis, com a alma e os olhos fitos nos sublimes ideais da Pa-
tria e da Republica, não era, não podia ser a obra de qualquer
pigmeu; era: uma obra profundamente meditada e estudada, cal.
ma e metodicamente lançada, visando uma finalidade: a sublime
aspiração de um Portuzal maior pela civilisação e nacionalisação
dos-nossos vastos territorios do ultramar.
“E” possivel que essa obra tenha defeitos, tenha falhas que
só o tempo e a experiencia poderão apontar e corrigir; mas qual
é a obra humana isenta deles ?
Não serão tantos nem de tal forma insanaveis como os seus
odientos e gratuitos inimigos proclamam.
A historia ainda se não fez.
Um dia, mais tarde, quando as paixões sejam extintas pelo
dobrar dos anos e o pó dos tempos hajam apagado as parciali-
dades presentes, ela será feita e então focará com os raios iulgu-
rantes da justiça, a obra e o homem que a ideou e a creou.
Então ela dirá quem é digno da admiração e da gratidão dos
pósteros, se o homem que a concebeu lhe deu vida, se aqueles
que numa vergonhosa inconsciencia ou repugnante cobardia a
abandonaram aos felinos ataques de seus inimigos.
E RA
Não. Aos sernachenses e aos patriotas não pode ser indife-
rente aquela data. É
No seu espirito ainda está vivida a saudade pelo amigo e a
admiração pelo cidadão que se nos impoz pela sua obra e pela
sua superior inteligencia. j
E’ dever de todos nós ir nesse dia em romaria ao cemiterio
espargir flores sobre a sua sepultura, porque o seu espirito pai-
rará sobre nós para guiar os nossos esforços para o engrandeci-
mento e gloria do torrão e da Pafria que, como ele, muito ama-
mos. – A
siso ias
e a- intolerancia
religiosa
(Continuação do n.º 11)
Na obra de Capelo e ivens
«de Benguela ás terras da laca»,
faz-se um rude ataque á acção
funesta e -desmoralisadora das
missões religiosas. Pesa-nos ain-
da não poder fazer a transcrição
dos seus dizeres. Ficam para ou
tra vez. Testemunhos insuspei-
tos podemos: aduzilos. ás cente-
nas,
Quem pode ainda, em face do
exposto e da historia, alimentar
patrioticamente vislumbres de es-
perança na acção das missões
religiosas? Quem pode dispido
de suspeitas e de sectarismo se-
trafico e untuoso que vergonho-
samente campeiam, defender as
missões religiosas sob a egide e
a expensas do Estado? Aguar-
daremos a resposta porque ela
chegará a estas colunas.
Por agora assentemos nisto: a
igreja confessa que errou e que
faliram as suas missões. Nada fi-
zeram|
Que vão reorganisar-se, dizem,
Estão nesta faze desde 1922.
Achamos muito bem, e muito
mal que o Estado pague a ptre-
paração para.a predica de qual-
quer confissão religiosa |
Nunca o regime concordatorio
as tutelou como a Republica |
Vejamos :
A legislação sobre missões lai-
cas, colocou-as, como missões,
ao mesmo pé de igualdade, Era
pouco, a sua ganancia exigia
vantagens superiores áquelas | A
Republica fraqueja e oferece-lhe
o decreto n.º 8.35T, afronta da
consciencia liberal e republicana,
afronta da constituição, embora
temendada, primeiro golpe cer-
teiro na lei da separação! ;
Surge assim o decreto absolu-
tamente inconstitucional, e ainda
revogatorio das disposições de
uma lei, Nada mais precisam por
agora, Podem já ordenar padreá ordenar padre@@@ 1 @@@
*
à custa do Estado !
E assim, cede-se-lhes um mo-
numento nacional e nele se ins-
tala o seminario de Tomar; ob-
servam-se-lhe montões de titulos;
dota-se habil e generosamente no
orçamento geral do Estado €
concede-se-lhe uma tal autonomia
que não presta contas a ninguem !
Não é preciso. E/ um poder so=
berano que se ergue dentro do
Estado, não ha que pedir-lhe
contas. As receitas vão correndo
ás escuras para Tomar.
Angola tem-lhe entregado
$1.600500 que o decreto 5.778
e o decreto n.º 300 do Alto Co-
missario manda expressamente
entregar ao Instituto de Missões
Coloniais, :
Em Moçambique, passam-se
as coisãs de uma forma seme-
lhante. Porém aqui, a situação
das missões é inteiramente di-
versa. As religiosas recebem os
seus vencimentos em ouro en-
– quanto às laicas se paga em es-
cudos, A diferença de ordenado
é assim flagrantissimo, Nas dota-
ções para instalação sofrem as
laicas reduções semelhantes. A
guerra é de extermínio e obso-
lutamente afrontosa, como se ve,
Onde está o patriotismo e a
isenção que eles apregoam? On-
de ficou o tal espirito de sacrifi-
cio? De que lado está a ganan-
cia ? Isto não merece comentarios.
O leitor que os faça.
As missões laicas criminosamen-
te perseguidas, expoliadas, mani-
festa situação de inferioridade, pe:
lo que respeita a vencimentos,
dotações etc., são atiradas para
as regiões mais desertas e incul-
tas, nunca pisadas por missões
religiosas! Esta é a sua situação,
que os jesuitas lhe criaram com
a conivencia infame de quem ti-
nha obrigação, pelo menos, de
não às guerrear. Tudo ao abrigo
da-letra e das entrelinhas do de:
creto. citado |
Mas, diziamos nós, que se está-
vam organisando. . . Como? Por=
curam laicisar-se encapotadamen-
te. O tal padre Vicente no jornal
cd Epoca precunizava como eli-
xir certo os padres «Nunos» e as
irmãs «Joaninhas», CÁás Novida-
des aplaudem, Ora, fica provado
que, sem a constituição da fami-
lia, a civilisação não é possivel e
perduravel. E’ uma verdade in-
discutivel, que não pode ser ilu-
dida e que a Alemanha cêdo per-
filhou dando-nos o exemplo de
zo missões religiosas em 1.300
que possuia. E ninguem lhe po-
de negar a maior capacidade co-
lonisadora. Mas a constituição da
familia não se prega nem se en-
sina, que o preto, assim, não a
compreende nem a aceita. Prati.
ca-se ali, diante dele, e impõe-
se-lhe pelo exemplo, Ora, essa
obra não a podem realisar as
missões religiosas. Nem os «Nu»
nos» padres nem as «Joaninhas»;
que uns e outras são até a pro-
pria negação da familia, e sem-
PROGRESSO BEIRÃO
| pte serão, como foram, a nega-
ção da propria moralidade. Isto
é a realidade. E” a propria natU-
reza humana que o exige e im-
põe.
Não ha que fugir. Não lance-
mos poeira, Uma simples troca de
nomes, e estamos no passado.
Aquele grande objectivo só o
podem alcançar as missões lai-
cas, manifesta e decisiva vanta-
gem sobre o elemento catolico.
A causa da civilisação, só ten-
denciosamente ou com intuitos
reservados, pode ser posta à Res
publica como problema religioso.
O problema é simplesmente na-
cional. ‘
Sejamos ponderados e coeren-
tes. O Estado não tem o direito
de abdicar dos princípios, nem de
insistir em erros patentes, claros
e confessos,
OND) pe pai O
Subscrição para as obras
do cemiterio de Serna-
che do Bomjardim, pro-
movida pela Junta de
Freguezia. :
(Continúação)
Carlos dos Santos Silva, 20800;
Henrique Roque da Silva, 5800; Au-
gusto Rossi, 10800; Antonio Martins
dos Santos, 25800; Dr. Sergio dos
Reis, 10800; José Antunes Cabral,
10800; Dr. Antonio de Oliveira Go-
mes, 20800; Manoel Hortas Rodri-
gues, 10800; Clorindo Luiz, 10800;
Joaquim Antunes, 2850; José Henri-
ques Prado, 2800; José Pedro Bis-
caia, 2850; Joaquim Leitão, 2850;
Virgilio Luiz, 1850; Eduardo Soa-
res e Irmã Ermelinda, 20800; Carn=
dido da Silva Teixeira, 25800; Da-
vid Leitão Serra, 30800; Bartolomeu
Marcelino, 5800; Domingos da Cruz
Alvarinhas, 5800; João Alves, 5500;
Antonio Nunes, 2800; Manoel Alves,
5800; Guilherme Aleobia 5800; José
Martins, 5800; Eduardo Simões,
2850; Joaquim Jaglez, 2350; Manoel
Garcia, 1850; Sebastião Marçal dos
Santos, 5800; José Ferreira, 1800;
D. Carmelina Marçal Cerreia, 20800;
Augusto de Deus Garcia, 5800; João
Batista, 5800; João Rosa, 1800; Ber-
nardino da Costa Moreira, 500300;
D. Gerirudes da Conceição Silva,
5800; D. Maria Leitão, 5800; An-
tonio Gomes de Oliveira 10800; José
Santos, 10800; José Salvado de Bar=
ros, 10900; José Vuz Serra; 10800;
Dr. Jaime Agostinho da Silva Perei-
ra, 25800; Teotonio Coelho; 10800;
Alfredo e Laura Martins, 40800; Dr.
Arnaldo de Chaves Ubach, 50800;
Joaquim José Francisco da Silva,
5800; Alves Diniz, L.de (Padaria),
50800; David de Deus Garcia, 2800;
José Teodoro, 15800; José Batista,
2850; João Antonio, 2850; João Si-
mões; 1800; José Maria, 2850; Hen-
rique Nunes, 2850; Francisco Fari=
nha, 10800; Victor dos Santos Silvas
30800.
(Conti núa)
EVAN No——-3-)
POSTAIS ILUSTRADOS
O nosso presado amigo e co-
laborador, sr, Zeferino Lucas te-
ve a gentileza de nos oferecer
uma belissima coleção de 12 pos-
tais da sua nova edição, que
muito agradecemos,
Se assim não é parece…
Que já chegou o verão;
Que já não era sem tempo;
Que reina grande confusão nos
politicantes cá do burgo;
Que ha muito beiço; mas que
tambem ha muita esperança go-
rada;
Que alguns continuam a ver
de que lado sopra o vento para
levantarem a véla;
Que não se atrevem a levanta-
la já com receio que o vento ron=
de para outro quadrante e lhes
meta o barco no fundo;
Que aquilo é que são convic-
ções e… peras;
Que não se sabs o que voga
se a camara se a comissão;
Que aquilo no [. M. C, conti-
nua mal;
Que ha lá um funcionario exer-
cendo cargos indevidamente;
Que no exercicio desses car-
gos tem cometido abusos e ile-
galidades; :
Que a seu tempo faremos uma
especial referencia ao caso, com
Uma substancial e colorosa bio-
grafia;
Que a melhor obra da crea-
ção é um dia depois do outro.
ROSINHA
Rosinha formosa,
De côr tão mimosa,
Chamaram-te feia?
Foram raparigas
Que buscam intrigas
Nesta nossa aldeia.
Não chores Rosinha
Que foi por gracinha,
Que assim te chamaram.
São moças extranhas
De invejas tamanhas
Que assim gracejaram,
FÉSIL
ASI ASS 13 1, 6.
TEATRO «TASSO»
Com grande concorrencia rea-
lisou-se, no dia 13, neste Teatro,
mais uma récita pelo «Grupo de
Amadores Sertaginenses», com a
engraçadissina comédia em 3
actos sAgua molle em pedra du-
ra… », de que foram interpretres
a Sr? D. Fausta Costa e os Srs.
Antonio Manso, José Ventura e
Olimpio Craveiro, a quem apre-
sentamos as. nossas felicitações
pela forma brilhante como de-
sempenharam os seus, por ve-
zes, dificies papeis, pelo que fo
ram justa e entusiasticamente
aplaudidos. O Sr. Antonio Manso
cantou com a maior corréção, O
lindo fado da revista «O pão de
ló», sendo bisado e muito ova-
cionado,
Carteira Mundana
Pelo sr. Dr. Bernardo de Matos
foi pedida em casamento, para o sr.
Mario Lopes da Silva, « mão da sr.*
D. Alzira Antunes, filha do nosso
presado assinante, sr. João Antunes.
do Ribeiro, cujo casamento se reali-
sa nos princípios de Julho.
—Con sua família, esteve na Quiit=
tã, em casa da sr.* D. Maria Henri-
queta, o sr. Barão de Alvaiazere.
—Estiveram em Lisboa os srs. Flenx
rique Moura, Sebastião Tavares, Dr.
Arnaldo Ubach, Bernardino Moreira
e Libanio Serra.
— Esteve em Castelo Branco o sr.
P.º Francisco dos Santos Silva.
— Estiveram na Certã as sr. D.
Maria Eugenia, D. Maria Augusta
Mendonça e os srs. Dr, Bernardo de
Matos, Dr. Carlos Tavares, Dr. Joa-
quim P, Barata dos Reis e Alfredo
deMendonça.
— Regressou de Lisboa con sua fa»
milia, trasendo o Armindito já res-
tabelecido, o nosso presado assinan=
te sr, Dr. Albano Lourenço.
—Tambem regressou de Lisboa a
srº D. Ambrosina Santos Silva.
—Em Sernache estiveram o nosso
presado conterrateo, sr. Dr. José
Bravo Serra, delegado do Procura-
dor da Republica em Fipueiró dos
Vinhos e o sr. Dr. José de Oliveira,
professor do liceu de Castelo Branco.
— Tambem estiveran no Certã os
srs. Antonio Cristovam Pires e espo-
sae Joaquim Santos, aconpanhato
de seit pae, que se encontrava em Lis-
boa, em tratamento.
— De regresso de Africa, está na
sua casa do Mosteiro a Santiago,
acompanhado de sua espôsa, o Sr.
José Dias favinha.
à — Vindo & Lisboa, está entre nós
o sr, Major José Felix e esposa.
—De regresso de Paris, esteve en
Sernache o nosso conterranso sr. Fli=
gino Queiroz.
—Tem estado na Povoa, em casa
ado sr. José de Brito, à sr.* D. Um-
belina de Melo Lopes e sei sobrinho
sr. Venceslau Lopes.
—Saiu para a Porto o sr. Vitor
Santos Silva.
— Com sua espósa sr* D. Maria
Alcobia Gomes, tem estado em Ser-
nache o nosso assinante sr. Silvino
Marques Gones.
ANIVERSÁRIOS
No dia 13: a sr. D. Silvia Nunes |
da Silva Antunes filha do sr Ma-
mitel dos Santos Antunes.
—No dia 22:0 sr. Vitor dos Saia-
tos Silva.
—No 27: a sr.* D. Lidovina Bar-
bosa de Brito, filha do sr. José Joa-
quim az Brito,
—No dia 30: 0 sr. Lucio Edemiuin-
do Graça.
GDS 444 —qea Dto
Falecimento
Faleceu ha dias em Lisboa o sr.
Antonio José Ferreira, extremos
so Pae dos srs. Dis. Antonio e
Manuel Ribeiro Ferreira, ilustres
directores do nosso colega «O
Alvaiazerense» a quem envia-
mos os nossos sentidos pesames
bem como a toda a Ex.P2 famis
lia enlútada.
UTAD ADO ADI AD
Instituto de Missões.
Coloniais
Foram hontem dadas as férias
de ponto nêste estabelecimento
de ensino.
Os exames do Curso comple-
mentar principiam no dia 24 e
os do curso liceal no .º de Julho.ho.@@@ 1 @@@
CEMITERIO DE SERNAGHE
A actual Junta de Freguesia
de Sernache, resolveu em uma
das suas sessões, acabar as obras
iniciadas pelas suas antecesso –
tas, para aumento do cemiterio
desta freguesia e promover a
limpeza e beneficiamento da par-
te onde, até agora, se tem esta-
do a fazer os enterramentos, que,
diga se a verdade, bem necessi-
tada estava desse serviço.
Resolveu, para tanto, promo-
ver uma subscrição entre os ha-
bitantes da freguezia, que aqui
temos vindo publicando e, ao
mesmo tempo, por iniciativa dos
nossos conterransos residentes
em Lisboa, sts. Higino Queirós,
Antonio Teixeira, Libanio Mar-
tins, Floriano de Brito e Manuel
Amaral, fazer uma rifa de um
serviço de jantar em porcelana
da Vista Alegre, composto de
noventa peças, cujo produto li-
quido será aplicado ao mesmo
fim.
O sorteio da rifa foi feito com
a lotaria da Santa Casa de Me-
sericordia, de”Lisboa, que ontem
correu, mas ao fecharmos, não
sabemos ainda o número em que
saiu o primeiro premio, nem o
nome do. feliz contemplado com
o serviço.
São sempre dignas de registo
tão belas iniciativas de progres-
so e nós nunca lhes negaremos
os nossos aplausos, partam elas
d’onde partirem, assim como
nunca faltaremos com Os nossos
reparos e apreciações quando fo-
rem precisas,
ea 6
O CL BOMIARDIN E O CINE
(Continuação)
O meu protesto contra a reeleição
da Direcção-emprezaria era esperado,
como se verá, mas ainda assim não
deixou de lhes causar profunda arrelia.
Desse protesto exclui o sr. Joaquim
Henriques “de Almeida, porque fui in-
formado e ele o declarou, como adian-
te se verá, que já não fazia parte da
empreza cinematografica é eu, com o
meu protesto, apenas pretendi esta-
belecer um principio moral e de di-
reito, reconhecido e usado em todas
as agremiações, sejam de que especie
fôr, e previsto, até, na nossa legisla-
ção associativa e não agravar pes-
soalmente fosse quem fosse,
Devo mesmo dizer, que nunca pen-
sei que o meu protesto désse O re-
sultado que deu e que aqueles cava-
lheiros se deixassem tão ineptamente
cair na situação ridicula e imoral
que para si crearam, porque, se O
podesse supôr, nunca O teria apre-
sentados.
Não tinha prazer algum com isso.
O sr. Henriques de Almeida de-
clarou á Assembleia, que tinha feito
parte da empreza Cinema Bomjur-
dim, mas que linha saido, não por-
que julgasse incompativel a sua qua=
lidade de soció da empreza com o
cargo de director do Club, mas sim
por motivos e interesses puramente
de caracter pessoal. t
Era uma maneira de ver, exposta,
leal é corretamente e pena foi que
não tivesse mantido depois esse cri-
PROGRESSO BEIRÃO
terio e essa correção e lealdade.
Os outros directores emprezarios
e seu socio gerente é que se julga-
ram dispensados dessa correção e não
tiveram escrupulo de ir tão repuguan=
temente irritar uma questão, que, sem
isso, teria sido resolvida pela Assem-
bleia Geral com a necessaria e corre-
ta isenção.
Assim, o st, Francisco Teixeira
contente e muito satisfeito, por, jul-
gar que ia fazer-me uma partida de
arromba, que me deixasse amarfa-
nhado, declarou á Assembleia que eu
não tinha o direito de apresentar es-
se protesto, porque estava iucurso
nas disposições do 8 1.º do artigo
13.º, dos estatutos, isto é, tinha per-
dido os meus direitos de socio, por-
que estava em atraso de mais de três
quotas mensais ! –
Simplesmente repugnante.
Tudo lhes servia para os seus fins!
Se outros factos não houvessem
para classificar estes. «. emprezarios
do cinema, era suficiente este para
atestar a sua insigaificancia moral e
mental.
Leram o-tal paragrafo, mas não o
leram todo, porque se o fizessem te-
riam verifidado. que quem estava em
cheque era a Direcção, que não cum-
priu o dispósto na ultima purte, ou
então procuraram somente áprovei-
tar a parte que lhes convinha, para
os seus fins, tendo em pouca conta a
inteligencia dos outros socios do Club.
Mas então só naquela altura da
sessão é que a Direcção pelo seu pir-
ta-voz, descobriu que eu não estava
no pleno uso dos meus diveitos as=
sociativos?!
Eu votei, fui votado e exerci todos
esses direitos nessa sessão, sem opo-
sição ou contestação alguma, mas Os
emprezarios do cinema só julgaram
precisa e oportuna essa contestação
no momento em que cu pretendia es-
cangulhar-lheo arranjinho.
Mas seria eu o unico socio que ali
estava em atraso no pagamento de
colas?
«Não. Sabia perfeitamente que mui-
tos outros alí estavam nas mesmas
condições; facto vulgarissimo, que
nunca se levou em conta, não só pela
insigrificancia que representa, mas
especialmente, pela cotação moral
em que, até certo tempo, eram tidos
os socios d’aquela casa.
Mas eu sabia mais ainda: sabia que
havia socios que estavam usufruindo
os dinheiros do Club e isso verifi-
cou-se mais tarde por nm balancete
exposto na sala do Club. Constava
até que um dos beneliciados era o
socio que pretendeu coartar-me os
meus direitos—=o sr. Teixeira, ou a
propria empreza cinematografica, mas
eu, n’aquela ocasião, não quiz fazer
referencia ao caso por não ter abso-
luta certeza.
Tambem O director sr. David Serra
veio, naquela sessão, vociferar indi=
guamente contra o meu protesto, por=
que, dizia ele, não admitia que nin-
guem duvidasse da sua honarabilida-
de nem das dos seus colegas de Di-
recção, pelo facto de fazerem parte
da empreza. cinematografica que esta-
va explorando o teatro, propriedade
do Club, que eles estavam adminis-
trando!
Mas, como já disse, eu não estava
naquela ocasião pondo em duvida a
honorabilidade de;pessoa alguma; es-
tava simplesmente marcando um pon-
to de direito que não foi devidamen-
te contestado até hoje e nem eu nem
os outros socios, que tinham os mes-
mos pontos de vista, convencidos de
estar laborando em erro,
Os factos, que aqui tenho narrado,
é que ainda não foram contestados,
nem o podem ser, por isso deixo o
julgamento da causa á consciencia
imparcial dos meus leitores.
Como era de lei, o caso só pôde
ser apreciado pela Assembleia Geral,
na sessão seguinte.
Para ela fui convencido de que ele
seria resolvido por uma simples vo-
tação; ou a qualidade de interessado
na empreza era incompatível com o
cargo de director ou não.
Isto e nada mais.
Mas, com grande surpreza de to-
dos, a Direcção, que na sessão ante-
rior-tinha declarado, pela voz dos seus
membros, que todos eles eram ou ti-
nham sido socios da empreza cinema-
tografica, mas que, por isso, não se
julgavam incompatibilisados para os
cargos para que tinham sido eleitos,
veio declarar, nesta sessão, que não
eram nem nunca tinham sido socios
de tal empreza.
Que tinham, é certo, emprestado
algum dinheiro—um conto de réis
cada um-—ao sr. Francisco Teixeira,
para essa empreza, mas que não eram
interessados nela!!! f
A’s considerações feitas pelos srs.
Dr. Oliveira Gomes, Dr. Albano Lóu-
renço, Izidoro Antunes e ouiros, res-
pondiam invariavelmente a mesma
coisa: «não eram nem nunca foram
socios ou interessados na empreza do
cinemas,
E d’ali não sairam!
Quando foi, afinal, que dqueles ca-
valheiros falaram verdade; quando
afirmaram que eram socios da eni-
preza ou quando disseram que eram
apenas prestamistas do sr. Teixeira?!
Não se sabe.
Sabe-se perfeitamente, mas eles jul-
garam-se, assim, mais garantidos nos
logures, embora à custa de uma co-
media indigna, que a todos causou
nojo.
A assembleia dissolveu-se pot falta
de numero, porque muitos socios se
retiraram da sala verdadeiramente
enojados e outros porque não pode-
riam conciliar a gua consciencia com
os compromissos tomados com eles.
Ha espíritos fracos, que estão s:m-
prea sufocar os gritos da sua cons-
ciencia, pelo medo de serem francos
ou de prejudicar os seus interesses.
Esses só me merecem dó, como dó
me merece essa direcção que se jul-
ga vitoriosa com a resolução da As-
sembleia, não aceitando um protesto,
que já tinha aceite, simplesmente por
comiseração e para acabar com aques-
le indecoroso espetaculo,
(Contintia) Cs:
CASAMENTO
No dia 9, realisou-se o camen-
to da sr? D. Otilia Nunes da
Silva Antunes, filha do sr. Ma-
nuel dos Santos Antunes, com o
sr. Anibal Reis, Foram padrinhos
por parte da noiva a sr.º D. Ma-
ria Amelia Mendes Duarte e o
o sr. Bernardino da Costa Mo-
reira e por parte do noivo 0 sr.
Antonio de Sousa Guerra e es-
posas
Fogueira
Um gtupo de rapazes vae no
dia 26 fazer uma fogueira à S.
Pedro em frente ao Mercado Bi-
tençourt, que será abrilhantada
pela Filarmonica Bomjardim.
Haverá fogos, balõ=s, danças
e descantes e aquele largo esta-
tá-feéricamente ornamentado e
iluminado.
E” viver, mocidade | E! gosatl
A vida são dois dias!
Expediente
Con este ntnero principia a assia
natura da 2.º serie, to Continente.
Aos assinantes da 1.º serie que ain
da não pagaram as sias assinaturas,
pedimas mais uma vez o favor de
nos enviarem a sita importancia, pot-
pando-nos assim as despezas de uma
nova cobrauça postal, que É senpre
dispendiosa.
Aos que, por qualquer motivo, não
queiram ou não possam atender ao
nosso pedido até ao dia 15 de Julho,
enviaremos novamente o recibo pelo
correio, para depois suspender a res
messa do jornal aos que não pagarem
e inscreve-los n’um quadro de horas,
em que já estão inscritos uns outros,
que, não dando valôr algum ao traz
balho dos outros, receberam sempre
o jornal e resporderam nos cobrado-
res, que não tinham encomendado o
sermão a ninguem ot, então, muito
simplesmente, que tão pagavam,
Depois trenos publicando esse qua-
dro de honra, finamente ilustrado e
“comentado por artistas consagrados
em una secção que terá o sugestivo
titulo Os caveiras, que será um ver-
dadeiro sucesso. :
Aos nossos assinantes do ultramar
e estranpveiro, que ainda não manda-
ran satisfazer as suas assimtaturas,
pedimos à fineza de nos enviarem à
respectiva importancia, em cheques
vale postal ou mesmo em moeda cors
rente do paiz onde estejam, do cam=
bio corrente, qile nós acusaremos o
recebimento na nossa secção “Cor-
reio ligeiro» ou enviareitos recibo
couforme as suas ordeiis.
NOVA COLEÇÃO DE BILHE-
TES POSTAES ILUSTRA-
DOS DA SERTÃ
A’ venda na
FARMAÇIA TZ. LUBAS
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TE RO DA RR
ANUNCIO
COMARCA DA GERTÃ
; 1.º Díicio
Por este Juizo “e’ cartorio do
primeiro oficio nos autos de
Querela Publica com admissão
de fiança pelos crimes de biga-
mia e burla, que o Ministerio
Publico move contra Manoel dos
Santos Marmelo, tambem sómen-
te conhecido por Manoel dos
Santos, comerciante, natural da
vila da Certa, auzente em parte
incerta, correm editos de seten-
ta dias a contar da segunda e
ultima publicação d’este anuncio
a citar o referido reu Manoel dos
Santos Marmelo, tambem sómen-
te conhecido por Manoeldos San
tos para comparecer nºeste Jui-
zo; não comparecendo no prazo
dos editos, se procederá à reve-
lia sem nenhuma outra citação
para qualquer acto do processo;
=
Bh
a
HOTEL CENTRAL
Recomenda-se aos Srs. Viajantes e Turistas
Para quem pretenia lemorar-se, fazemos preços Cspeciaes
O PROPRIETARIO,
5 ” Bemjamim dos Santos Pires
PROGRESSO BEIRÃO
a fiança não: poderá ter logar e
poderá o mesmo ser prezo por
qualquer pessoa do povo e de-
verá se-lo pot todo o oficial pu-
blico, para ser entregue á auto=
ridade Judicial mais proximo,
tendo-lhe sido nomeado o advo-
gado, digo nomeado defendor e
curador o advogado d’esta co=
marca, Doutor Joaquim Farinha
Tavares. : –
Certã,’20 de Maio de 1926.
O Eserivão,
José Nunes
Verifiquei a exactidão,
O Juiz de Direito,
S. Ribeiro
VENDEM-SE
Duas prensas conjugadas, ma-
nuaes, para azeite, sistema nVe-
rachi-Mahile». É
Informações com o Dr. An-
tonio Vitorino, da Povoa.
As prensas estão em Sernache.
Estabelecimento Somercial
a SEDES
CASIMIROÇASPAR
Grande e variado sortido de fazendas, miudezas, quinquilharias,
mercearias e papelaria
(Casa em frente do Correio)
SERNACHE DO BOMS ARDIM
gerde-se
Uma propriedade sita no Alto
Ventoso, que se compõe de gran-
de olival, terras de mato, muitos
pinheiros e pega com a estrada
nacional.
Metade duma propriedade de-
nominada a Sapada ou Cabeço da
Fonte, que se compõe de terras
de semeadura, olival, vinha, mui-
tas arvores de fruto, sobreiras,
abundancia d’agua, toda murada
e pega com à estrada publica,
Uma propriedade sita em Alco-
bia, que se compõe de grande
olival, terras de mato, sobreiras e
pinheiros.
Uma propriedade sita no Nes-
peral e denominada o Canto da
Portela, que sa compõe de belo
olival.
Uma propriedade sita no Alquei-
dão, que se compõe de olival, ter-
ras de mato, sobreiras e pega
com a rua publica.
Guem pretender, derija-se por
carta ou pessoalmente a
Manuel Salvado
FUNDÃO
Ferreira do Zezere
Tipografi
cle «O Zezere»
Executa todos os trabalhos tiposraficos|
ASSINATURAS:
Continente e Ilhas, série de 12 nº8 4890.
Colonias portuguesas, ss > 28 » 15800
Extrangeiro, série de 24 n.º8.,,.. 20800
E Camino do Sora
y Carreiras enfre Semmache e a Estação de Pavalvo
ç A’S SEGUNDAS, QUINTAS E SABADOS
Es ce
= =
so E
Toda a correspondencia deve ser dirigida a
Tulio Victorino
SERNACHE DO BOMJARDIM
2 J: ta
José Fernandes & €C.
Fazendas, ferragens, mercearias, adubos quimicos,
louças e diversos artigos
Agencia da Companhia de Seguros Fidelidade
seso:
Sernache do Bomjardim
LOJA NOVA
— DE
Vº de João da Silva Carvalho |
Sucessores, Limitada
Fazendas de algodao, la, linho
e seda. Mercearias, ferragens,
quinguilharias, bijouterias etc.
Vinhos finos e Champagne.
Louças, vidros, camas, lavatorios
de ferro, folha, de Flandres,
ferro, aço, etc.
ADUBOS QUIMICOS
E ORGANICOS
Deposito de tabacos e fosforos
PRAÇA DA REPUBLICA
4 CERTÃÁVSO
SS: HE TS
fel A
m| JOSE VENTURA, Sucessor de
M MARTINS CARDOSO & C.*, LDA
E Eca
[E]
Ourivesaria e Relojoaria
— DE &—
JOÃO LOURENÇO GOMES
E a DOS SANTOS
E Fazendas, Ferragens, Mercearias, Artigos da Retro- E SE e
a seiro, Louças, Vidros e Tabacos E RNACHE DO BOMJARDIM
ie RR GoRas Ipea Eca Lindo sortido de objectos d
a — ARTIGOS DE NOVIDADE — E | preta, Dome dêmiCestojds «DINHO
E, Alfaias Agricolas, Sulfato de cobre e Enxofre
| Correspondente dos
| BANCOS DE PORTUGAL, LISBOA & AÇORES, E
a COMERCIAL DE MOÇAMBIQUE, ETC.
E
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EE),
EP RR
ai 3?, ua Bandido dos Reis, 49 — Rua Dr. Santos Valente, |
|. CERTÃ
EEE me —— o qo
SESrEPsESPsEscS SS OSESEGASES
para brindes.
Variado sortido de relojios de bol-
so e de parede, suissos e alemães.
PREÇOS CONVIDATIVOS
Agente nesta região das afamadas
maguinas de costura, marcas
JUNKER e TITAN
garantidas por 20 anos.
As peças principais destas maqui-
nas, servem nas maquinas Singer e
vice-versa. E
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