Progresso Beirão nº14 18-07-1926

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QUINZENARIO DEFENSOR. DOS INTERESSES REGIONAIS:
EE
PELA PATRIA E PELA REPÚBLICA
Cortã, 18 de Julho de 1926
Composto e impresso na Tip. de O ZEZERE
FERREIRA DO ZEZERE,
DIRECTOR E EDITOR:
Carlos dos Santos e Silva
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Sernache do Bomjardim
Propriedade da Empreza PROGRESSO BEIRÃO
Não ha carne?
No dia 26 do mez findo foi
feita a arrematação da carne de
vaca e chibato para os talhos
municipais da Certã e de Serna-
che. Ha, porem, duas semanas,
que -no; talho de Sernache não
aparece carne de vaca e a de
carneiro só chega para quem es-
tá nas bôas graças do cortador.
Não. sabemos se isto é devi-
do ao decreto do Governo, que
mandou anular as arrematações
feitas de 28 de Maio para Cá,
mas se assim é, deve a Camara
tomar as necessarias providen-
cias para sanar a falta.
E DE=t= = ger
POSSE
No dia 12 tomou posse do
cargo de professor provisorio do
9.º grupo do liceu anexo 20 Ins-
tituto de Missões Coloniais, O
nosso presado assinante sr. Tu:
lo Victorino.
Ao acto assistiram bastantes
amigos do novo funcionario, que
depuis assinaram o auto.
CL YEA 1 an Sa
Suicídio
No dia 12, no logar do Alquei
dão, suicidou-se, ingerindo uma
grande duse de arsenico, Custo-
dio Francisco, filho de Joaquim
Francisco, o Viola, já falecido.
Levou-o, segundo se diz, áque-
le acto de desespero o facto de
ter de pagar uns quatro mil es-
cudos das rendas em atraso, de
uma propriedade que um cunha-
do trazia e de que era fiador.
===] === 040
SALECIMENTO
Faleceu no dia 22 do mêz
findo, pelas 18 horas, O sr. João
Joaquim Branco, Fiscal de Ser-
viço e Obras da Camara Muni-
cipal. O seu funéral foi larga-
mente concorrido por pessoas
de todas as categorias SOciaes.
A? tamilia enlutada as nossas
«condolencias,
A SITUAÇÃO POLITICA
Quando saiu o ultimo numero do «Progresso
Beirão» estavamos bem longe de prever os aconte-
cimentos que ullimamente se têm dado na vida pos
litica portugueza.
Já depois disso foram nomeados e demitidos di-
versos minislros e até apeados dois chefes de Go-
verno: o primeiro foi o Sr. Comandante Mendes Ca-
beçadas, pelo Sr. General Gomes da Costa e agora
foi este militar pelo Sr. General Carmona, que é
quem agora está ha chefia dos destinos da Nação,
Por um natural melindre, bem compreensivel
nesta ocasião, nos abstemos de apreciar, como era
nosso desejo, estas rapidas mutações da scena politi-
ca portuguesa; entretanto não podemos deixar de
concordar que elas em nada podem beneficiar os
negocios da publica governação, nem elevar-nos aos
olhos do estrangeiro, que nos observa com curiosi-
dade.
A instabilidade dos governos torna a sua acção
improduliva e-ineficaz e problemas ha, que, a não
se lhe dár ptonta e rapida solução, se podem agra-
var de forma anão poder ter mais solução devida
ou desejada.
Entre outros, os problemas financeiro e colonial
estão reclamando essa pronta solução, não por for-=
ma atrabiliaria ou desconexa, mas por uma forma
profundamente executada por quem para isso tenha
competencia e boa vontade, porque uma coisa não
prescinde da outra.
“ Governe, pois, quem tiver a precisa competen-
cia, sem violencias escusadas, com honestidade e jus-
tiça, mas para isso, é preciso que os homens que so:
bem ao poder tenham pelo menos, tempo para es-
tudar os assuntos que dizem respeito ás suas respe-
clivas pastas e deem início ao programa estudado e
assente, para engrandecimento da Patria e dignifica-
ção da Republica.
Não pedimos nem acreditamos em milagres; te-
| mos até pouca confiança em quem promete refundir
o mundo de um só facto ou, como vulgarmente se
diz, emquanto ‘o diabo esfrega um olho.
Todavia preciso é que algumas medidas gover-
nativas de instante utilidade se tomem já para que
não se possa dizer que os homens de 28.dé Maio só
pretenderam o poder para satisfação das suas vai-
dades e dos seus interesses, com prejuizo dos inte-
resses da Nação, pois isso representaria a falencia in-
contestada do movimento iniciado naquela. data.
. & y
Anivecsario -do- falecimento
do Dr, Abilio Marçal
Como tinhamos anunciado, re-
alisou-se no dia 23 do.mez findo,
asiTo’ horas uma-manifesta-
ê de pesan,. para:comemorar. O
primeiro aniversario (da morte
deste saudoso: e – prestante. Cida.
dão. Ê
Áquela “hora partiw do largo
ida matriz um cortejo em dire-
cção ao cemiterio, em que se
incorporaram grande numero de
senhoras e cavalheiros da socie-
dade mais grada de Sernache,
alunos, funcionarios e-mais pes-
soal do Instituto de Missões Co-
loniais, alunos das escolas. pri-
matias e muito povode Serna-
che e arredores.
No jazigo onde repousam os
restos mortais, do ilustre serna-
chense e onde estava-0 seu re-
trato, via-se grande profusão de
flores e algumas cordas, que
mãos amigas ali foram depôr
durante o dia. : E
Falaram ali o sr. Dr.: Arnaldo
Ubach, em nome do’Instituto de
Missões Coloniais, enaltecendo a
obra do seu saudoso antecessor;
o srt. Dr. Angelo Vidigal, em no-
me da comissão politica do P.
R. P: osr. Dr. Oliveira Gomes,
em seu nome e dos professores
do referido estabelecimento de
instrução; o ste Dr. Ferreira da
Silva, ilustre Delegado do Pro-
curador da: Republica nesta co-
marca e outros, que, em senti
das palavras, recordaram as vit-
tudes e o seu grande amor á
sua terra natal e à obra gran-
diosa que o extinto empreendeu
e lançou.
O «Progresso Beirão» fez-se
representar pelo, nosso Director
que depôs no jazigo um: lindo
ramos de flores.
Eine gude tmgema 8
CONTRIBUIÇÕES
Na tesouraria deste concelho
está á cobrança voluntaria até
ao fim do corrente mês. as con-
tribuições industrial e predial,
rustica e urbana do ano econo-
migo de 1925-1926, :6, :@@@ 1 @@@
Continua q Campanha!
O «Diario de Lisboa», vul-
garmente conhecido por almo-
creve das pêtas desembestou ul-
timamente numa furiosa campa-
nha contra as Missões Laicas é
contra o Instituto de Missões
Coloniais, que, pela forma que
está sendo conduzida, bem de-
monstra a sua origem,
Aquelas instituições são calu:
niosamente infamadas nas suas
colunas, mas aos seus defenso-
reg não é permitido, desmentir
ali aquelas infamias, porque isso
iria desmerecer o valôr do frete
e tiraria, um pouco, o efeito à
campanha mentirosa, que lhe-en-
comendaram |
O nosso colaborador, Gil Mar-
çal, contando com a lealdade
jornalística daquele vespertino,
foi um dos que se lhe dirigiu em
carta a rebater as infamias ali
estampadas por um sr, Noberto
Lopes, colonial muito conhece-
dor das caixas de Africa e do
assunto missões civilisadoras, de
outiva, ou, talvez, pela merenco-
ria contemplação, que delas fez,
da amurada do navio em que,
sem duvida, como muitos ou-
tros, foi e volveu às doces pla-
gas alfacinhas.
O nosso camarada, como não
tenha ainda visto publicada na-
quele jornal, nem a sua carta
nem outra qualquer das muitas,
que em seu numero de 6 do cor-
rente, aquela redação diz ter re-
cebido sobre o mesmo assunto,
pede-nos’a publicação dessa car-
ta, que é a que se segue;
Senhor Director:
Acabo de lêr com pasmo no «Dia-
rio de Lisboa» de sexta-feira, 2 de
Julho ultimo, o artigo sobre Missões
Religiosas publicado pelo senhor Nor=
berto Lopes?! Sim, digo pasmo, por-
” que de facto pasma-se ante tanta art
dacia e tamanha iniquidade! O que
ali se diz ácerca das Missões Laicas
Civilizadoras, não é já un deshones-
to falseamento da verdade, mas uma
gravissima e miseravel difamação,
tocando as raias mais remotas da
iguominial! Eu sei sr. Director, que
as paixões cegam lanentavelnente
os homens, nas nunca pertsei que os
arrastassem tão loupe: É calunia pu-
ra e siunples |
Tenho seguido com interesse no
«Diario de Noticias», u campanha
necessaria e util pró-Missões Relt-
giosas, e constato com prazer que ela
tem sido orientada com nobreza, leal-
dade, honestidade e un profundo co-
nhecimento de causa, num flagrante
contraste com o artigo publicado pe-
to sr. Norberto Lopes, falho de ho-
nestidade, de verdade e de conheci-
mento de causa! .
Paixão! Odio mal repremido ! Eis
o que ressalta desde a sita primeira
é ultima palavra! E porque? Que
mal lhe fizeram as Missões Laicas,
oude tantos e tão grandes exemplos
de abnegação e de sacrifícios ha es-
quecidos? E
“ Porque é que, para se defender as
Missões Religiosas se ataca cavilosa
e falsamente as Missões Laicas ? Es-‘
te processo de propaganda, constitui
de facto no meu entender, um dos
mais graves erros. de que enfermam
as Missões Religiosas. É sempre
PROGRESSO BEIRÃO
uma má política, esta do odio!…
Reconhecendo-as embora incomple-
tas e imperfeitas, porque o são ape-
zar dos seus já longos tresentos é
tantos anos de existencia, ninguem há
que desapaixontadamente possa coit-
denar as Missões Religiosas, porque
elas são de facto uteis e necessarias.
Ninguem o contesta. O seu passado
brilhante é sem duvida um seguro pe-
nhor da sua eficacia!
Mas havemos dê concordar tambem
que elas são apezar de tudo insufi-
crentes, como elemento poderosoa con-
trapôr á forte acção desnacionalisa-
dora das missões estrangeiras. E é
preciso que uma vez mais diga, aqui
lo gue já tanta vez foi dito: —as Mis-
sões Laicas, não foram creadas para
hostilisar as Religiosas; antes pelo
contrario, só trabalhando em conjun-
‘to, elas— Religiosas e Laicas— pode-
rão produzir obra mais util e proveix
tosa, porquanto é notorio que as suas
acções isoladas, quer dunas quer
doutras, teem resultado mais ou me-
nos defeituosas, ntais ou menos este-
reis. Devem antes completar-se, mas
nunca guerrear-se! Para que guer-
rearem-se tão odiosamnente se ambas
são portugitezas, se ambas teem à
pulsar no peito dos seus Agentes o
generoso e nobre coração Portuguez?!
Não estarão elas empenhadas na
mesma nobre missão?! Sem duvida
Trabalhando ambas em boa har-
mouia, esquecendo odios lembrando-
se apenas que são Portuguezes em
penhados wma causa comi, algu
ma coisa de grande poderão conse-
guir. Em guerra aberta e injustifia
cada, nada farão de util,
O que temem as Missães Religio=
sas das Missões Laicas? Que estas
lhes vão roubar as verbas orçamen-
tais? De certo que não, pois que nun=
ca as Religiosas foram tão subsidia-
das como presentemente. Dessem ds
Laicas, em substituição de condena-
vel abandono a que as votaran-—e
permitem-se depois condena-las! —
aquilo que teem as Religiosas e ve-
riamos então quem progredia e reali-‘
zava obra util e apreciavel. Compa-
reiti-se as dotações de umas e de ou»
tras, e tirem-se conclusões: — orçamen-
to de 1923-24, que ao que me conste
ainda não foi alterado, consigua ás
Missões Latcas a verba de 535.000800
Sómentel E o artigo 39.º e ven a
paginas 85. Convem frizarse que
nem toda esta verba foi dispendi-
da. Para as Missões religiosas:
717.0548641… Uma insignificante
diferença como se está vendo.
E a verdade é que, nunca em tem-
pos da monarquia, as Missões Reli-
giosas gosaram duma situação juri-
dica e economica tão vantajosa como
presentemente. E para que não nos
afastemos demasiado ao assunto a
que veitho, ponhamos nestas conside-
rações um temporario ponto final,
porque me levariam muito longe pelo
muito que ha a dizer; frizando no
eutanto que a boa política É aque
deixo exposta, e não outra.
Proclamoit o sr. Norberto Lopes
no sei artigo à falencia pura e sint=
ples das Missões Laicas! Com que
Jfuntanento? Quais são os dados
que levan Sua Excelencia a fazer
essa gratuita afirmação… que aqui
ha um ano e tal não se atreveria a
fazer, estou certo?1… Que conheci-
mento ten o sr. Lopes do que sejan
as Missões Laicas, a sta organiza-
ção, OS Seus filts, OS seus processos
de acção para assim proclamar como
uma grande obra, a sua falencia?
Pode lá deixar de impor-se e de
triunfar organismos que tecin como
meio de acção a escola, a oficina, q
enfermaria, a granja, e cono baze
de organização a constituição da fa-
milia ao serviço duna grande devo-
cão patriotica? Podem por ventura
trair a sua missão e deixar de reali-
-zar essa grande obra homeus que pa
ra ela são convenientemente prepa-
rados e para ela vão com acendrado ,
espírito de. sacrifício e devotado pa-
triotismo ?! Decerto que não. Que le-
vou pois, o sr. Lopes a uma tal afir-
mação? Apenas isto: O otio bilioso
emal reprimido por quem nuncao ata-
cou nem lhe fez mallit Mais nada !
Conhece acaso o sr. Norberto Lopes
qual a obra realizada é custa de to-
da a casta de sacrifícios e privações
pelas Missões Laicas Vasco da Ga-
ma, Candido dos Reis, Duarte Pa-
checo, Cinco de Outubro, em Angola,
Jazendo construções, fundando esco-
las, abrindo internatos, mantendo
enfermarias, rasgando a terra, tudo
com exiguas dotações, com o seit tra-
balho pessoa! e enterrando até nessas
patrioticas iniciativas os sets magros
vencimentos? E quem diz destas diz
das de Moçambique, Republica, Pa-
tria, ete.? Designadamente a Patria
que tem merecido até, como seit nota-
vel desenvolvimento, aos Missiona-
rios Religiosos, isentos de odios e
paixões, as melhores e mais lisongei-
ras referencias publicas!
Que conhecimento tem disto tudo
afinal, o romantico escrevinhador de
quimericas novelas para meninas hys=
tericas?l… Nenhitin, é claro. E aqui
teem V. Excelencias quem ataca as
Missões Laicas Civilisadoras!..-
Porque eu não as proclano prefeitas
e isentas de defeitos, não! É certo
que teem erros, mas para os erros
existe a reparação; e da reparação
resultará necessariamente a perfeição
do organismo. Mas o que eu reclano
é aquela justiça a que elas tem indis-
cutivel direito e a constatação daqui-
lo que elas teem realizado de bon,
completamente desanparadas, nos
seus curtos cinco anos de existencia.
Sim, porque não se vem acusar de-
cedida e publicamente uma instituição,
sem a menor sombra de argumento ver-
dadeiro! Onde é que estão os escanda-
los fraudulentos que o sr. Lopes tão
criminosamente vem apregoar em pu-
blico? Onde? Desafio a que m’os apon-
te, E olhe que eu alguns lhe podia ci-
tar nas Religiosas… Falo num apenas:
o da celebre escola da Cabaceira em
Moçambique, onde mais tarde se havia
de dar tambem uma grave irregulart
dade praticada pelo Chefe da Missão
Camões, que um severo castigo recebeu
como premio da sua infamia! Porque
se deu de facto uma grave irregulari-
dade nessa missão não se segite que
nas outras se tenha dado o mesmo. Não;
as dezenas de rapazes que numa Mis-
são de apostolado e sacrificio tão mal
reconhecido e recompensado, por lá
andam queimando os seus vinte anos
cheios de esperanças no interior arder-
te do sertão africano, são portugueses
tambem e dos melhores; não são ne-
nhama cafila de gatunos!!! Fique cer-
to disto o sr. Lopes,
E vou terminar sr. Director que es-
ta já vai demasiada longa,
Pelo que deixo dito se vê quanto de
dco e de falso encerra a verborreia
sacrista do sr. Noberto Lopes. Que tra-
te dos seis contos romanticos, dos seus
«CHAS DAS CINCO», o sr. Lopes, por»
que neste assunto é mais que leigo…
é «poétav!… 4
Esperando ficar a deder-lhe, sr. Di-
recior, por uma questão de honestida-
de e de lealdade jornalística, o favor
da publicação destas linhas, peço me
ereià
De V. etc;
Gil Marçal Corrêa Antunes
CEB” Ss fo
camInnETES
A carreira de camionetes da
«Sociedade Viação Pedroguense>
entre Pedrogam Pequeno e Paial-
vo, desde o dia 1 que é diaria.
PPA —4SE
Teatro TASSO
Começaram já os ensaios da
engragadisstma comédia em 3
actos, «Nono… não», com que
o distinto «Grupo de Amadores
Sertaginenses» tenciona festejar,
no: dia 25, 0 2.º aniversario da
inauguração desta bala casa de
espectaculos.
Carteira Mundana
Está completamente restabele-
cido da doença gue subitamente
O acometeu, no dia 20, o Rev.º
Pe Francisco dos Santos e Silva.
— Tambem se encontra coms«
pletamente restabelecido, do gra-
ve desastre que o reteve no lei-
to alguns mezes, o nosso assi-
nante sr. Romão Vaz.
—Saíu para a Ilha Graciosa,
para onde foi despachado juiz
de Direito, o nosso patrício sr.
Dr, José d’Azevedo Bartolo.
—Tem passado incomodada a.
sr* D. Conceição Branco.
—Regressou á Certã, do Ge-
rez, aonde esteve em uso de
aguas, o sr. José Nunes e Silva.
— Já se encontram na Certã a
sr.* D. Emilia Rossi e o sr, Ro-
gerio Marinha Lucas, que con-
cluiram respéfivamente o 4º e
3,” anos do curso de liceus.
—Está nesta vila a sr? D.
Branca Branco,
— Estiveram na Certã os srs.
Frutuoso C. Pires e Alfredo de
Oliveira Pires.
— Peve-o seu bom sucesso, a
esposa do nosso assinante sr.
Pedro de Oliveira,
— Estiveram em Sernache os
srs. Coronel Pimenta de Castro,
Tenente Coronel Arrobas Ma-
chado, Chefe do Estado Maior
da 7.º Divisão e o seu Ajudante
sr. Capitão Correia.
—De visita ao sr, Dr Antonio
Vitorino, esteve na Povoa com
sua Esposa e Filha o sr. Inacio
Perdigão, de Reguengos.
— Saíram para Lisboa os sts,
P.e José Farinha Martins e Da.
niel Bernardo de Brito.
—Com suas Ex.”as filhas, DD.
Leonilda e Leonor, esteve na
Povoa o sr Manuel Vieira da
Cruz, pae dos nossos amigos srs,
Eliseu e Antonio Vieira da Cruz,
—De Lisboa regressou a Ser-
nache o sr. Dr, Hermano Mati-
nha, digno professor do I. M. C.
—De Timor chegou a Serna-
che o st, P,.º Antonio Neves, es=
forçado missionario naquela pos-
sessão,
—Esteve em Sernache o st,
Pe Antonio Fernandes da Silva
Martins, de Pedrogão Pequeno.
—De regresso de Africa, en-
contra-se na sua casa da Matta
Velha, o nosso estimado patrício
sr. Arnaldo Francisco Ribeiro
Junior, empregado da Companhia
do Madal.
— Tambem estão nesta vila os
nossos patrícios os srs, Ernesto
Leitão, empregado da Companhia
do Boror e José Nunes da Silva,
aluno de direito da Universidade
de Lisboa.
—Saiu para Cinco Vilas a sr.*
D. Beatriz,
— Com curta demora, esteve
nesta vila o sr. Dr. Sebastião
Ribeiro,
—Fez axame do 2.º ano do
curso dos liceus, no Instituto de
Mis.ões Culoniaes, o menino Jca-ca-@@@ 1 @@@
quim Ferreira Pinto.
—Teem estado em Lisboa Os
srs. Dr. Jorge Marçal e Antonio
Correia Nunes.
ANIVERSÁRIOS
Dia 2 de Julho: o nosso assi-
nante, sr. Augusto Deus Garcia.
“Dia 9: o menino Horacio
de Carvalho: Santos, filho do
nosso director.
= Dia 13: Dr. Angelo Henri.
ques Vidigal.
—Dia 20: o nosso assinante
st. Francisco Farinha.
UPS IPGA DRA
PAÇOS DO CONCELHO
Pel sr. José André Junior, em-
preiteiro de Alcains, foi arrema-
tada, no dia 17 de Junho, a cons-
trução de toda a alvenaria dos
novos Paços Municipaes a qual
deve estar concluida no praso de
um ano a contar daquela data.
Não podemos deixar de felici-
tar a comissão incumbida da
realisação de tam importante me-
ihoramento e por tam acertada
resolução.
fans e je pe Gm
Casamento
No dia & realisou-se na igre-
ja matriz do Cabeçudo o enlace
da Ex.”2 Sr.* D. Alzira Ribeiro
Antunes, filha do nosso assinan-
te sr. João Antunes, do Ribeiro,
com o sr. Mario Lopes da Silva,
filho do nosso assinante sr, An-
tonio Maria, da Roda de 5. Apo-
lonia.
Foram padrinhos por parte da
noiva seus irmãos, a Ex.” Sr.*
D. Albertina Antunes e o sr. Ân-
tonio Antunes e por parte do
noivo, o sr. Dr. Bernardo de
Matos e sua Ex.””? Esposa, esta
representada pelo nosso amigo
sr. Fernando Bartolo.
Aos noivos desejamos uma
longa lua de mel, perene de feli-
cidades.
SAD ==0==3 pe) ===) ==0e==5())
FEIRA
Realisou-se, na Certã, no pas-
sado dia 29, com grande con-
correncia, a feira chamada de S.
Pedro.
CORREIO
Por motivo do novo horario
dos caminhos de ferro, desde o
dia 20 de Junho que as malas
do correio para Castelo Branco
saem, de Sernache ás 13 horas
e da Certã às I4.
t
NOVA COLEÇÃO DE BILHE-
TES POSTAES ILUSTRA-
DOS DA SERTÃ
A’ venda na
FARMÁCIA Z, LUCAS
no a
PROGRESSO BEIRÃO
GINLZENHO
Poeiras de crepusculos cinzentos,
Lindas rendas velhinhas em pedaços,
Prendem-se aos meus cabélos, aos meus braços,
Como frageis fantasmas sonolentos. . «
Festevidade
Realisou-se, no dia 20 de Junho, nes-
ta vila, com grande concorrencia e a
solenidade do costume, a festa do Co-
de eis: $
omo Sertaginense que presa o no-
me da sia terra, que não deseja ver
comparada a qualquer aldeia sertaneja
ent a maior indignação por vêr que na
igreja matriz, que todos os visitantes
admiram, mais uma vez se permitiu a
exibição de Uma ornamentação pelintra
é ridicula que, tirando-lhe toda a majes-
tade e severidade, lhe dá o aspecto ba-
nal de um estabelecimento comercial,
em dia de feira, servindo apenas para
que continiti impune a mutilação selva-
gem da artistica e valiosa talha dos al-
tares e dos belos -azulejos qie reves-
tem as paredes. Quem escreve estas li-
nhas púugnou por miito tempo e con-
correu com o que pôde, para que
uma comissão, incumbida da repa-
ração deste sumptuoso templo, a qual,
por falta de recursos, ainda não termi-
noi a sua missão, mandasse tirar, uma:
grossa Camada de cal que, durante algiu-
mas dezenas de anos, cobrit as elegan-
tes colunas de granito que suportam as
arcarias laterais, e foi com grande ma-
gua que as viu revestidas de festões de
verdura, mais proprios para as foguei-
ras de S. João. Aonde, porém, o mau
gosto atíngiu o cumilo foi na decoração
espalhatatosa que envolvia e encamava
o púlpito que, para em tudo se parecer
com um botequim de arraial aldeão, nem
as bolinhas de vidro brilhante de varia-
dissimas córes lhe faltavam.
Parece-nos que a nnica ornamentação
que iria bem com a sumptuosidade e ve-
tustez do templo seria a de muitas flo-
res e luzes, dispostas com arte, nos al-
tares, e umas simples sanefas de da-
masco, das que a paroquia possui. Por
isso pedimos, com maior interesse, ao
paroco desta freg uezia, rev.º padre Fran-
cisco dos Santos e Silva, que acabe de
vez com tal vandalismo, porque, acima
do mau gosto de qualquer «sacrista» es-
tá a solenidade do local, o respeito pe-
la arte e o dever de guardar, com amor
e carinho, aquilo que os nossos ante-
passados nos legaram, e nós não seria-
mos capazes de fazer, ou então mandar
bordar a ouro numa das muitas sanefas
que estavam de penduradas a trotxe-
iMmouxe no arco erúseiro, tirando por
completo a vista ao altar-mór, a celebre
inscrição, que um pandego de bom dos-
to mandou pôr no exterior da egreja de
uma das freguezias deste concelho: isto
faz admirar a todos!
Tambem se notou muita falta de or-
dem na procissão e continuo a ser mui-
to comentado a presistente teimosia de
conservar em jejum, até as 15 horas, as
crianças da comunhão, do que são mui-
to responsaveis as respetivas familias.
E) 4553 =455 ==1553 == Po
Anuncio
Por este Juizo e cartorio do
primeiro ofício, nos autos de in-
ventario orfanologico por obito
de José Nunes dos Santos, mo-
rador que foi no logar da Cabe-
ça do Poço, freguezia da Fun-
dada, correm editos de trinta
dias, a contar da segunda pu-
blicação, citando o interessado
João Nunes dos Santos, solteiro,
maior, auzente em parte incerta,
na America do Norte, para as-
sistir a todos os termos do mes-
mo inventario. :
Certã, 7 de Julho de 1926.
O escrivão,
José Nunes
Verifiquei a exactidão
O Juiz de Direito,
S. Ribeiro
Terreno
Vende-se um em Sernache
com terra de cultura e oliveiras,
em frente do Instituto de Mis-
sões Coloniais.
Informações nesta redacção.
Monges soturnos desligando lentos;
Devagarinho, em mist”riosos passos. « .
Some-se a liz em polidos cansaços. ..
Ergue-se a minha cruz dos desalentos !
Poeiras de erepusculos tristonhos. «
Lembram-me o fumo leve dos meus sonhos
A névoa da saudade que deixaste!
Hora em que o teu olhar me deslumbrow, . .
Hora em que q tua bôca me beijou… .
Hora en que fumo e névoa te torndsie. …
O CLUB BOMJARDIM E O CINEMA
(Continuação)
Alguns dias depois daquela cele-
berrima sessão da Assembleia Geral,
a que me referi, em que tanta mise-
ria moral ficou a nú, apareceu afi-
xada nas salas do Club um aviso con-
vocatorio para concorrencia ao tea-
tro, para exploração do cinema no
corrente ano,
A convocação era feita nos mes-
mos termos da primeira lendo a mais,
apenas, a declaração de que não se-
ria permitido fazer alterações nas
propostas apresentadas, que seriam
abertas pelo sr. Presidente da As-
sembleia Geral.
Com esta inovação pretendia a Di-
recção-emprezaria acobertar-se com
o nome do sr. Presidente da Assem-
bleia Geral, para a nova maningan-
cia, mas este, conhecendo-lhe os in-
tuitos, limitou-se, depois de muito
instado, a ir abrir as propostas e na-
da mais.
Quem lêsse aquela, convocação,
conhecendo já os factos passados,
mas sem o espirito prevenido, par-
cer-lhe-ia, que a emprezaria-direcção
estava querendo penitenciar-se de Ler
permitido que o seu consocio Teixei-
ta, fizesse aquele enxerto na propos-
ta apresentada na primeira concor-
tencia, quando o seu dever era ex-
cluí-la por não estar nas condições
da convocação, se estas -concorren-
cias fossem uma coisa séria e não
uma comedia tórpe e uma burla in-
decorosa.
Enganar-se-ia, porem; aquela nova
condição, de não ser permitido fazer
alterações nas prapostas apresenta-
das, não tinha um fim moralisador,
mas era sim, nais um truque, como
depois se viu, para poder afastar os
concorrentes, que não lhes convies-=
sem.
Assim, bastava levantar a mais pe-
quena duvida sob a interpretação de
uma claussula ou de um termo, ou
mesmo sob qualquer coisa, facilmen-
te sanavel e compreendida, por uma
simples explicação, para a proposta
ser inexoravelmente regeitada.
E assim aconteceu.
Eu apresentei a minha proposta e
fiz o respectivo deposito com a’cer-
teza absoluta de que ela não seria
admitida, mas precisava constatar,
mais uma vez a correção daqueles
cavalheiros.
A unica proposta apresentada foi a
minha, que, como dizia na convoca-
ção, foi aberta pelo sr. Presidente
da Assembleia Geral, que imediata-
mente a passou ao secretario da Di-
recção, st. David Serra, para a ler.
Finda essa leitura, imediatamente
ogr. Joaquim Almeida declarou que,
na sua opinião, a proposta não podia
ser aceite, porque falava em cedencia
do teatro e a Direcção não podia ce-
der o teatro, mas apenas permitir
que nele se dessem sessões cinemato=
graficas, somente durante a sua ges-
tão, como determinavam os estatutos.
Esta rabulice saloia era o efeito do
truque, que já ficou apontado.
Mas, acrescentava aquele esperan=
çoso luminar do fôro portuguez, o
sr. Presidente da Assembleia Geral
resolveria como melhor entendesse,
O sr. Dr. Antonio Vitorino é que
não lhe quiz aparar o jogo e decla=
rou que tinha vindo ali a convite da
Direcção unica e simplesmente para
abrir as propostas, porque a sua
apreciação, como assunto administra=
tivo-que era, pertencia á Direcção e,
por isso, se escusava a emitir a sua
opinião.
Eu esclareci que o termo ceder era
empregado tambem no aviso de con-
vocação e que a minha proposta di-=
zia que a Direcção cederá ao propo-
nente o referido teatro para ele dar
espetaculos publicos de cinematogra-
fia, pelo tempo e em dias previamen=
te combinados coma Direcção, não
podendo, por isso ter interpretação
diversa, mas que estava pronto a su-=
bstiluir esse termo.
Como o sr. Presidente da Assem-
bleia manifestasse ser aceitavel a mi-
nha justificação logo os srs. Almeida
e Serra, que eram os directores pre-
sentes acharam outro motivo para
não aceitarem a minha proposta era
a condição de me ser reconhecido o
direito de opreção, findo o contrato,
quando em egualdade de condições.
Era uma coisa racional e justa mas
aqueles cavalheiros só veem uma coi-
ga: os seus interesses sobre tudos
E, assim, a minha proposta foi re=
geitada, ficando assente entre os srs.
da Direcção e o sr. Presidente da As-
sembleia Geral, abrir-se logo uma
nova- concorrencia o que, até hoje,
não se fez.
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