Progresso Beirão nº11 16-05-1926

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PELA PÁTRIA E
PELA REPÚBLICA
Certã, 16 de Maio de 1926
Composto e impresso na Tip. de O ZEZERE
FERREIRA DO ZEZERE
DIRECTOR E EDITOR:
Carlos dos Santos e Silva
REDACÇÃO E ADMINISTRA(
Sernache do Bomjardim
Propriedade da Empreza PROGRESSO BEIRÃO
Alto Gomissario de Angola
Por grande maioria, foi ha dias
eleito pelo Senado para Alto Co-
missario de Angola, para vága
aberta, pelo pedido de demissão
do sr. Rego Chaves, o ilustre ho-
mem publico sr. Dr. Vicente Fer-
reita.
Professor e engenheiro distin-
tíssimo, grande economista, S,
Ex. tem ocupado elevados car-
gos na Republica, entre os quais
de Ministro das Finanças e das
Colonias, sendo, por isso, de es-
alto e espinhosissimo cargo, muito
venha a beneficiar aquela Pro-
vincia na sua reconstrução eco-
nomica, financeira e administra-
tiva.
SEP 450
NO PARLAMENTO
Ha dias no Parlamento o nos-
so ilustre representante sr. Anto-
nio Augusto Rodrigues, chamou
a atenção dos poderes publicos
para o estado lastimoso em que
se encontram as nossas estradas
como já o havia feito o tambem
nosso ilustre deputado Dr. Pe-
dro Pita.
Muito folgamos em registar
que estes nossos amigos com-
pteendem a sua missão, e se não
esquecem das ligitimas aspira-
ções dos povos que os elegeram.
HESSE SI
Uma insidia
O jornal «A Epoca» de Lis-
boa dizia ha dias constar-lhe que,
José Julio da Costa, assassino
do sr. Sidonio Pais, estava exer-
cendo o mistér de professor na
Humpata e para o caso chama-
va a atenção do sr. Ministro
das Colonias,
A serafica «Epoca» sabe per-
feitamente que isso não é ver-
dade, porque esse caso já foi em
tempo ventilado na imprensa da
capital e teve o devido e claro
desmentido, mas como não po-
de deixar aquele feitio jesuítico
que a caracterisa, vá de lançar
novamente a insidiasinha porque
dela… alguma cuisa ficará.
– perar que a sua acção naquêle |
Caminhos de ferro
Reuniram-se no dia 2 deste mês, em Leiria, alguns deputados
daquele circulo e do de Santarem, os presidentes das camaras mu-
nicipais daquela região e varias outras pessoas influentes daquele
meio, para tratar da construção de uma linha ferrea de Tomar á
Nazaié, velha aspiração daqueles povos, que muito virá beneficiar
aquela região. E
Por toda a parte se vê essa ancia de progresso, esse fervet-
apus de engrandecimento local, nºunia admiravel conjugação de
esforços e de bôas vontades, n’uma louvavel transigencia politica,
de parte a parte e isso nos faz muitas vezes pensar quão esque-
cida é esta nossa região da Beira e quão falhos de iniciativa são
Os seus orgãos e os seus homens mais representativos.
Por toda a parte se abrem estradas, se lançam linhas ferreas,
se construem postos, se fundem instituições progressivas e nós
continuamos esquecidos, admirando esta natureza ridente, que
nos cerca, contemplando este ceu azul, enluarado e crivado de
estrelas, que nos cobre e pasmando, ponteados de inveja, dos
progressos alheios. :
E’ esta a região do país que mais mal servida está de vias
de comunicações e a que mais distante está das linhas de cami-
nho de ferro.
Todavia ha um projecto muito antigo de uma linha ferrea
partindo do Entrocamento a Gouveia, que, sem duvida, dorme o
sono dos justos em qualquer secretaria. Ê :
Segundo nos informam, essa linha é uma das projectadas e
patrocinadas pelo: Estado Maior do Exercito, como linha de valor
extrategico e não é preciso ser muito enftonhado em assuntos
militares pata compreender que assim deve ser.
Em I9gI4 ou Igr5 andaram por aí uns engenheiros a fazer
alguns estudos, que ainda chegaram até Sernache, mas depois
disso nunca mais se falou em tal coisa.
A utilidade dessa linha ferrea é incontestavel e muitabviria
beneficiar os concelhos de Ferreira do Zezere, Certã, Proença-a-
Nova, Oleiros e muitos outros; porque não procuremos fazer co-
mo estão fazendo aqueles que se reuniram em Leiria?
Será uma utopia? Talvez.
Mas as utopias tornam-se muitas vezes em realidade.
A Geova Geral na Inglaterra |sDesde de muitos seculos que a
Gran-Bretanha se não encontra
tão proxima da guerra civil co-
A” meia noite de 4 do corren- fio fio actual momentos.
te, foi decretada pelas «Trade-
Unions> a greve geral na Ingla-
terra, depois do governo do sr.
Baldwin ter feito todos os es-
forços para a evitar.
Esta greve, monstro, pois aban-
donaram o trabalho uns três mi-
lhões de operarios, pode trazer
graves consequencias não só
áquele país mas a toda a Euro-
pa Ocidental porque, segundo
parece, os soviets não são estra-
nhos a ela, E tanto assim é que
o st. Baldwin, discursando na
Camara dos Comuns, afirmou;
DAS =>) = 4553] ===1D.%
Fátima
Desta região foram á
Fatima varias camione-
tes com grande numero
de excursionistas, que
tambem visitaram Lei-
ria, Marinha Grande, Al-
cobaça e Caldas da Rai-
nha. E
Jo ess das
e a intolerancia
religiosa
Com a devida vénia transcrevemos
do nosso colega «Rebaten, de Lisboa,
o artigo que se segue, que, com bas-
tante justiça e conhecimento de cau-
Sa, Versa o assunto que, ent outros
numeros temos vindo tratando:
Sentimos faltar-nos, por vezes, o
ponto de correcção e de criterio que
costuntamos imprimir ás campanhas
a que, não raro, nos conduz o secta-
rismo impertinente e intolerante de
certos «muguates» da igreja. A ques-
tão que vamos enfrentar serenamen-
tee reduzir ás suas justas propor-
ções, sem odios nem sectarismo, é
uma delas.
Como patriotas e portugueses, sen=
Limos a maior repugnancia e desco-
brimos o mais feroz anti-patriotismo
na campanha agressiva que ha longos
mezes se arrasta em certa imprensa
contra as missões laicas, no trans-
parente intuito de lhes opôr as mis-
sões religiosas, como unica formula
de civilisar. E! o exclusivismo, o mo-
nopolio impenitente !
A campanha estendeu-se ás Colo-
nias onde infelizmente tem produzi-,
do os seus efeitos. Funcionarios que
a Republica ali colocou, e de quem
tem O direito de exigir o cumprimen-
to dos seus deveres, não esconderam
de principio a sua má vontade a es-
tas missões e, não raro, –
tilizado criminosame
está em vias de fazer-se e ”
perança de que edificantes cronicas,
a este respeito, poderemos arquivar
nestas colunas. Honrosas, e não pou-
cas excepções tem havido, é certo.
Convem regista-la com vivo prazer.
Assim se pode avaliar quão surda e
persistente tem sido a campanha jesui-
tica que ora vai tendo a sua eclosão.-
Se lermos o Boletim do Instituto
de Missões Coloniais, autentico fa-
rol neste mar revolto de desorgani-
zação e intolerancia, onde se avolu=
mam esses pedaços da alma portu-
guesa vindos de Africa embrulhados
em documentos cheios de fé, de pa-
triotismo, de observação, de descri=
ção da «obra realizada intemerata-
mente e em que o futuro de Portu-
gal se afirma e preconcebidamente
se dignifica, é curioso notar que, em
todo esse já grosso volume, não se
encontra uma unica palavra de afron=
ta ás missões religiosas ! Pelo con
“lrario, nas suas paginas, onde reful=
ge a ardente fé patriotica que anima
os agentes laicos, onde brilham vi-
vos exemplos de sacrificio, isenção e
de trabalho exaustivo que constituem
a sua divisa e o seu unico titulo de
gloria, sómente encontramos pala-s pala-@@@ 1 @@@
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vras de carinho e de incentivo ás/mis-
sões religiosas; pelo contrario, em
todas as suas paginas retumba à afiro
mação categorica de-que as missões
laicas não foram criadas para hosti-
lizar as missões religiosas, nem tão
pouco para as substituir: podendo
confundir-se nos. seus fins, distan-
ciam-se sobremaneira na razão da
sua existencia e modus faciendi. Se
ao Estado Civil fosse licito alhear-se
do assunto, deixar de ter “as suas
missões, os seus pontos de educação
e civilização e até pontos de vigilan-
cia e fiscalização, reduzir, sem ceri=
monia, à acção civilizadora a um
expediente de sacrista, paderia então
queimar as missões laicas que já ne-
nhuma intervenção podiam ter em
actos que seriam exclusiva atribuição
da igreja.
Porem, tal atitude não se compa-
dece com a forma moderna de exer-
cer essa acção soberana, importaria
numa abdicação que a historia lhe
não viria a perdoar, pois que a gran-
deza do problema e as suas respon-
sabilidades excedem o ambito e a ca-
pacidade de qualquer confissão reli-
giosa! Não haja ilusões.
Vejamos: Que serviços deve a Cat
sa da civilisação ás missões religio-
sas ?- Onde estão os monumentos da
sua obra? O que ficou da sua acção
durante quatro seculos em que a igre-
ja teve o exclusivo da obra missio-
naria? Não somos nós quem vai res-
ponder. À nossa resposta podia ser
apodada de suspeita, e nós queremos
pôr a questão muito claramente.
Ouçamos: -Em 23 de maio de
IOI4, O Clero da prelazia de Mo-
cambigue, em uma representar
ção assinada por 48 padres e di-
rigida ao Governo da Republica,
dizia: «Pouco ficou de tantos
“trabalhos e sacrificios. Mas
não é pelas vuínas que se pode
avaliar da excelencia de cons-
irução. CÁ obra dos antigos mis-
sionarios foi, na verdade, um
edificio erguido sobre a areia
movediça da paixão dos cofres».
Foi esta a obra do tal senti-
mento religioso, fonte de prodi-
gios e elixir infalivel na obra da
civilisação.
E a seguir diz a mesma te-
presentação:
«Evangelisar um selvagem,
dtixando-o no mesmo estado de
barbarie, equivale a construir
sobre a areta. Uma leve brisa
dará’ em terra com todo o edi-
ficio, foi isto o que sucedeu».
E era o que tinha que suce-
der. A lenda tinha que acabar,
São eles que confessam a falen-
cia e a inutilidade das missões
religiosas. A civilisação modet-
na, porventura mais exigente,
tem outro ambito e mais largos
horisontes: o culto da naciolida-
de que as congregações repelem,
a constituição da familia de que
o catolicismo é negação, emfim,
toda a acção civilisadora pelas
artes e oficios e pela cultura da
‘ granja, que o padre não conhece,
Não se vá supor que entra-
mos no campo das afirmações
gratuitas, que infelizmente não
correspondam a uma triste rea-
lidade. Ouçamos o que a este
respeito, dizia o grande míissio-
nario Barroso na Sua comunica-
ção à Sociedade de Geogtafia,
em 7 de março de 1889: »Du-
ro é confessa-lo mas é verdade:
PROGRESSO BEIRÃO
o cristianismo não assimilou o
indigena e deixou apenas tra»
dições da sua passagem entre |-
as populações. do Congo, Pas-
sou como as chuvas terrenciais
que apenas humedecem a pri-
meira camada deixando o sub-
sol reseguido e esteril».
Trezentos anos de propagan-
da religiosa, legaram-nos apenas
este resultado!
A confissão não pode ser mais
autentica nem-mais clara,
Outra passagem: «24s missões
sem o trabalho não podem dar
resultado». E! a nossa teima.
Lê-se mais: «O preto que foi
ouvir a calequese mas que não
compreendeu as verdades que
the são reveladas, veiu um dia,
por curiosidade e não volta.
No fim de dez anos de cateque-
se, por este sistema, esta tão sel-
pagem como no primeiro dia».
ÁArquivamos para que os abs-
tratos defensores das missões
religiosas se penitenciem ante a
tremenda lição que lhes dá a ex-
periencia do grande missionario
que, na luta travada, reconhe-
ceua inutilidade dos seus esfor-
ços. Não ha ilusões. Os atesta-
dos estão à vista.
Diz-ainda Barros: «Por mais
«elo que o funcionario empre-
gue na educação da preta, nun-
ca conseguirá o que consegue
a mulher educadora! Mas ain-
da: as nossas missões precisam
de um novo elemento, necessi-
tam, o irmão leigo—do lavra»
dor e do artista!» Comentem os
leitores, e digam se não temos
razão,
A confissão que fica transeri-
ta, precisa e clara, é absoluta-
mente insuspeita. Antonio José
de Sousa Barroso que morreu
bispo do Porto, de onde foi afas-
tado pela Republica no tempo
em que a reacção clerical se fez
às claras, era alguem dentro da
igreja e de nome ilustre entre os
maiores missionarios. portugue-
ses! Dois anos depois, uma ou-
tra aúptoridade—o dr. Ferreira
da Silva, bispo de Siente, refor-
gava com calor as ideias de Bar-
TOSOo.
Com bastante magua não trans-
crevemos os seus dizeres para
não alargar as nossas conside-
rações. ,
(Continita)
TESOUREIRO DE SINANÇAS
Foi aposentado, por motivo
de doença, o nosso presado as-
sinante, sr. Antonio F, Totres
Carneiro, que, durante qo anos,
exerceu, com a maior compe-
tencia e zelo, neste concelho, o
logar de Tesoureiro de Finanças.
SA ==) 4553) 453) =053 Di
Oleo sujo
Vente a Electrica Certaginense-—LERTA
Estradas
No penultimo numero, reférin-
do-nos ao assumpto que nos ser-
ve de epigrafe, prometemos adu-
zir algumas considerações a res-
peito das estradas desta região,
tratando especialmente das deste
concelho. E como o prometido é
devido, como soe dizer-se, va-
mos hoje começar por aquellas
que mais de perto conhecemos.
Já no citado numero nos refe-
rimos à estrada do Couto e pot
isso por ella vamos começar as
nossas simples e despretenciosas
divagações:
O estado em que se encontra
a construção desta estrada, nem
totypo da incúria, do desmazelo
nacional, já ha tantos anos ar-
vorado em ptincipio de adminis-
tração publica, :
Esta estrada aberta ha mais
de vinte anos ainda não conse-
guiu ser toda empedrada, pois
falta empedrar uma de trez a
quatro Kilometros; e, o que é mais
lamentavel, é que o tempo tem
aberto no seu leito verdadeiros
percipícios, apezar de ter já a
pedra para o empedramento co-
locada em fileiras à margem da
estrada,
Como se vê falta pois apenas
britar a pedra e mete-la na es-
trada. E porque este serviço se
não fez em tempo oportuno, é
preciso agora encher algumas co-
vas feitas pelas aguas das chu-
vas, que têm aberto nela verda-
deiros sulcos, verdadeiros bar-
rancos que a tornaram intransi-
tavel.
A sua conelusão é pois de ur-
gente necessidade e de pequeno
dispendio. :
– Esperamos que se modifique
em breve este estado de coisas
como dissemos, se não tivermos
de lamentar jim desvio de verba
no que tambem sam peritos os
nossos estadistas.
a
o eá
Tambem se encontra em mau
estado a estrada que desta vila
conduz para Sernache do Bom-
jardim. O transito entre as duas
povoações tem augmentado ex-
traordinariamente e não tem six
do contemplada com qualquer
verba. A boa vontade do chefe
de conservação e o trabalho de
alguns cantoneiros são insuficien-
tes para a conveniente repara-
ção da estrada.
x
»o
Uma outra obra está em cons-
trução e cuja conclusão muito
vem beneficiar todo este conce-
lho, se não até uma grande par-
te do distrito. |
Referimo-nos á ponte da Bou-
çã, que começada ha cerca; de
doze anos, ainda está em pouco
mais de meio. Tem ela os sim-
ples ha cerca de seis anos e por
isso é licito o meio de que ve-
nham a apodrecer as madeiras
com gtave risco da obra e dos
operarios que ali trabalham e
até dos passageiros.
Esperamos tambem que esta
obra continue pois sabemos que
na Direção de obras Publicas de
Leiria, que tem administrado di-
rectamente esta: obra, se empe-
nba em a concluir, esperando-se
que o novo orçamento a dote
com os fundos necessarios para
não mais se interromperem os
respectivos serviços,
HE ASI 13 3
Carteira Mundana
Já restabelecido dos seus .en=
| comodos de saude, regressou a
pode apresentar-se como o pro-
Sernache o sr. Dr. Antonio de
Oliveira Gomes, ilustre profes-
sor do LM; €,
—Com sua esposa, regressou
ha dias de Lisboa o st, Dr. Al.
bano Lourenço da Silva.
— Está entre nós, regressado
de Timor o st. Pe José das ‘Ne-
ves, missionario naquela nossa
possessão. Cumprimentamo-lo.
—Sairam para Africa os srs.
Antonio Domingos Barata, Fran-
cisco Rafael Baptista, Luiz An-
tonio da Silva e Eduardo David,
a quem desejamos bôa viagem
e muitas venturas.
— Regressou de Lisboa o sr.
Dr. Arnaldo Mach, director do
IM. €, ;
– —Retirou da Certã para Lis-
boa o sr. Joaquim Ventura.
——Com sua esposa esteve en-
tre nós, no dia o deste mês, o
nosso presado assinante, st, Dr.
José Marçal Correia da Silva,
digno medico municipal de Fer-
reira do Zezete, ;
—Tem estado em Setnache o
nosso estimado assinante sr, Dr.
José M. Bravo Serra, Delegado
do Procurador da Republica em
Figueiró dos Vinhos.
— Esteve alguns dias em Ser-
‘nache, regressando ao Alcaide,
terra de sua naturalidade o sr.
José Salvado Barros, Chefe da
Missão Civilisadora «Capélo e
Ivens», em Angola.
OS TABACOS
Como previamos em um dos
nossos ultimos numeros não foi
votado na Camara dos Deputa-
dos o novo regime dos tabacos,
até 31 de Abril findo,
O Governo pretendeu ainda
fazer votar um regime proviso-
rio, mas as oposições, não po-
dendo vencer pelo numero, ven-
ceram pelo chinfrim e escava-
cando as carteiras.
Em vista disso o Governo,
fez ocupar no dia À do corrente,
pela Guarda Republicana, todos
os edifícios, escritorios e fabricas
da Companhia dos Tabacos e
mandou, talvez um pouco arbi-
trariamente, continuar a sua la-
boração. :ão. :@@@ 1 @@@
EXCURSÕES
No dia 23 vão em excursão a
Figueiró dos Vinhos e, talvez a
Castanheira de Pera, os alunos
do Curso Complementar do 1,
M. C, e alguns cavalheiros de
Sernache.
O onze do L. M. C. jogará nes-
sa tarde com o onze de Figuei-
ró e Grupo dramatico Acauemi-
co dará um espetaculo no tea-
tro d’aquela vila, levando a sce-
na «algumas interessantes come-
dias. ,
—Tambem está projectada por
– alguns cavalheiros de Sernache
uma excursão á Serra da Estre-
la, Covilhã, Guarda, Viseu, Bus=
saco e Coimbra, que se realisa-
rá em breve.
REZA SACAS CAD
Com o pedido de publização,
recebemos em tempo uma carta
do sr. Anibal Castro, estudante
do CG. C. do 1. M. €., que, ago-
ra, volta novamente a insistir
por essa publicação,
Não podemos, porem, satisfa-
zer-lhe o desejo, porque, alem
de se tratar de um assunto pat-
ticular, seria tambem, a nosso
ver, uma grande falta de gene-
rosidade, para com um seu co-
lega, a que não queremos assos-
siar-nos.
Não pretendemos desculpa-lo,
mas não desejamos tambem agra-
vat-lhe a situação, com a publi.
cidade da sua falta.
A um st. F, Pereira, que não
sabemos quem seja, devemos in.
forma-lo que neste jornal só tra-
tamos de assuntos de interesse
publico e que não nos preocupa
a vida particular e muito menos
a intima seja de quem fôr.
Tambem não precisamos de
moletas nem de capangas por-
que temos a consciencia tran-
quila; alem de que, naturalmen-
te, o cavalheiro é dos tais que
por aí ha, que andam a ouvir
aqui e ali e depois vão fazer a
intrigasinha e pôem-se de palan-
que a ver o resultado.
Mau costume, que lhe pode
dar mau resultado. á
Para a outra vez assine o seu
nome por extenso, faça-o reco-
nhecer por notario e, se quiser
ver a sua prosa em letra redon-
da, fale primeiro com o nosso
caixa.
E, ainda assim, é se nos con-
vier.
Percebeu ?
BESSA —$ een D o
Um homem com uma.
facada na barriga
No dia 4 deste mês envolve-
ram-se em desordem, no Nesperal,
alguns individuos, resultando fi-
car um deles, Salvador Leitão,
com uma facada na barriga.
Ê
PROGRESSO BEIRÃO
AO POE DO SOI;
(Numa tarilo de Março, em Milheirós)
Catu o sol em rutilâncias d’oiro
Entre os cumes bucólicos dos montes» «
Desdobra-se um manteu de flúido loiro
Nos confins dinturnáis dos horizôntes !
Reina um silencio angélico no espaço
Sob a toálha de augustos rosicleres;—
=Abriu a Natureza o seit regaço
Entre bouquets de brancos malmequeres !
No soluçar das fontes cristalinas
Ha murmúrios de angelica harmonia. «»
No morrer destas tardes vespertinas
Ha perfumes, amor, dôce, alegria !
Sumin-se ha poucoo sol— que tardes estas!
As crianças gabrejaim nos eirados-.
Ouve-se ao longe, entre queiróz e giestas
Os melros chilreando nos valados.
Ha um gõso pagão, um sonho esparso
Nos âmbitos subtis das solidões. »»
Salvé tardes de amor, noites de Março,
Dôce enlevo dos nossos corações! .
7 Manuel Correia da Silva
DEL BND O CNA
(Continuação)
Eu sei que da Empreza Cinema
Bomjardim fazem parte algumas pes-
soas por quem tenho a maxima con-
sideração e a quem muito prézo, mas
tambem sei que não foram coniventes
nas maningarncias, para outra coisa
não lhe chamar, que neste negocio se
fizeram.
Sei mais: que algumas dessas pes-
soas pretenderam retirar-se dessa em-
preza, quando lhe constou que algu-
ma coisa de menos regular tinha ha-
vido na concorrencia para adjudica-
ção do Leatro para a montagem do ci-
nematograto e que só o não fizeram,
porque os seus socios mascararam-lhe
o caso contando-o a seu modo e ele
ainda não era, então, do conhecimen-
to publico, em todos os seus prome-
nores.
Outra coisa não era de esperar de
homens de caracter e de inconensa
honarabilidade, até agora não desmen-
tida, e eu tenho muito prazer em aqui
lhe fazer publica justiça.
Tenho aqui feito, apenas, o relacto
de factos passados, de uma forma
correta e serena, com os precisos co-
mentarios, que a minha dignidade pes-
soal ofendida e os.meus direitos cons-
purcados por individuos menos escru-
pulosos, me sugerem.
Era, como já tive ocasião de dizer,
meu-proposito calar os factos já re-
latados e pôr uma pedra sobre o ca-
so, votando ao desprezo o assunto e
os individuos que nêle intervieram.
Posteriormente, outros factos se de-
ram, porem, com tal retumbancia,
que me tornaram devedor de uma ex-
plicação, não só aos socios do Club
Bomjardim, mas tambem ao publico
em geral, para que possam julgar o
caso coino melhor lhes ditar as suas
consciencias.
*
Ee dm
Vae já longa esta exposição, mas
ainda não chegou ao fim,
Segue-se agora o segundo acto da
grande força!
Depois dos factos já relatados.a em-
preza principiou dando os seus espe-
taculos de Cinematografia, mas o pu-
blico não ocorreu, como esperavam,
nem mesmo: depois da Direcção-em-
prezaria mandar fazer as obras etrans=
formações de tão duvidosa e proble-
matica utilidade em que foi consumi-
do todo o saldo do Club, numa im-
portancia de dez mil escudos aproxi-
madamente, com o fim unico de ins-
talarem um buffete para o teatro.
Buffete, lhe chamam eles, mas eu
chamar-lhe-ei taberna.
Com pouco mais da importacia
gasta-poder-se-ia fazer uma bem mais
util ampliação das instalações do Club,
conforme um projecto do sr. Aliredo
Vitorino, ou poder-se-ia ter feito as
reparações precisas no teatro, que
bem necessitado está de uma comple-
ta reforma,
Mas, não. Em primeiro logar esta-
va instalar a taberna para atrair O po-
vinho ao cinema, visto que, a essas
horas, já as outras estão fechadas; por
imposição dos regulamentos policiais.
Não me venham dizer que ela trou-
xe ao Club qualquer rendimento apre-
ciavel, porque eu tenho verificado e
toda a gente o pode verificar, que ra-
ro é o dia de espetaculo que ali se fa-
ça um apuro de dez escudos! .
E como não deveria ser assim ?!
Um buffete é uma casa ampla com
mesas, decentemente instalado e ser-
vido, onde possa entrar uma pessoa
de respeito ou levar-se uma senhora,
e não um acanhado desvão onde só se
podem vender alguns calices de aguar-
dente oi algumas chavenas de café,
porque outra coisa não se vende lá.
E para isso gastou-se tanto dinheiro!
Entretanto a gestão daquela mode-
lar Direcção estava a terminar e isso
trazia-os apreensivos, porque O caso
podia complicar-se, se fossem eleitos
para a nova gerencia, individuos que,
não tendo interesse na empreza, não
estivessem resolvidos a deixar conti-
nuar aquela bambozata. E
Principiaram então um trabalhinho
de sapa é de sugestão junto de alguns
socios e como o desileresse de uns e
o retraimento de outros tivesse ocasio-
nado não se ter combinado e organi-
sado uma lista de homens independen-
tes, para a nova Direcção, dei isso
em resultado, no dia das eleições, com
a votação contraria assim esparsa,
aparecer reeleita a direcção-empre-
zaria, por uma peguena maioria.
Perante tal resultado eu não podia
deixar de levantar o meu protesto e
levantei-o, porque entendi que não de-
via continuar tal imoralidade.
|
uma empreza que tinha contratos com
o Club, não podiam decentemente con=
tinuar a Fazer parte da sua adminis-
tração. q
Era imoral.
SD ss Essa
EXPEDIENTE
Estamos ultimando a
cobrança, no pais, da as-
sinatura da 1.º série que
termina com o n.º 12.
Aos assinantes que, por
qualquer motivo, deixa-
ram devolver os recibos, ”
pedimos a fineza de nos
enviarem a importancia
da assinatura, pela forma
Iqueentenderem, para nos
evitarem maiores despe-
Zas.
A alguns que recebe-
ram o nosso jornal e ago-
ra declaram não querer
pagar, vamos suspender-
lhe a remessa, mas espe-
ramos que nos enviem a
importancia dos numeros
que receberam, como é
de justiça, visto que os
não devolveram em de-
vido tempo.
Aos assinantes do ul-
tramar e do estrangeiro
pedimos tambem a fine-
za de nos enviarem a im-
portancia da assinatura,
como melhor entende-
rem, visto que não temos
facilidade de, para lá, fa-
zer a cobrança e nós acu-
saremos o recebimento,
em uma secção que va-
mos abrir no proximo nu-
mero, pára publicar os
nomes daqueles que fize-
ram já o favor de envia
rem as importancias das
suas assinaturas.
6) DD) e
Desordem e arrombamento
Por informações ultimamente
colhidas, parece que os factos,
que com esta epigrafe noticiamos
no nosso ullimo numero, não se
deram como dissemos.
Segundo nos consta, alguns
dos desprdeiros, tinham-se refu-
giado na ‘casa comercial do sr.
José Barata, que a essa hora ainda
estava aberta, e quando preten-
deram fechar as pottas, o Ver-
duga, que, segundo diz, ia ali
buscar um chapeu-de sol que lá
tinha deixado, ficou entalado en-
tre os dois batentes duma delas,
fechada violentamente pelos que
estavam dentro, sendo então agre-
dido com o pêso. Um dos ba-
tentes da porta, devido a resis-
fencia de uma e outra parte, saiu
dos gousos o que levou a dizer-
Indivíduos com interesses ligados a!se que tinha sido arrombada.
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