Certaginense nº2 17-10-1889
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a aseçã
| Semestre.
Trimestre… ..
Numero avulso
– Brazil, anno…
Africa, anno….
| ARNO
22… 28000]
CERTÃ.
“Sentia é mulhe
E nest pas bien bonnête, et pour beaucoup de
– vauses,
Quinne fepme étudie et sache tant de chases,
Vormer aux bonues moeurs Kesprit de ses en
É fants,
Faire aller son ménage, avoir Ioeil sur sesgens.
— Et régler la dépense avec économie,
Doit être son élude et sa philesophie. 1
“(Moliére —Les femines savantes -Act. IE,se. VIT)
Sobre a questão melindrosissima da
educação da mulher sobrelevaram-se por
ahi umas opiniões abatractas, sem fundo
“xcal Pappoio, que obstinadamente recla=
“mavam do sexo feminino uns futuros tão
— impossiveis quanto absurdos.
— Houve mesmo quem affirmasse, sem
escrupulo de mentir à consciencia pro-
pria, que 4 mulher assistiam estes e
aquelles direitos, que a mulher, como o
homem, pódia e devia ser guindada aos
imestéres supremos da Seiencia e, até,
aos altos cargos da nação, —está claro,
depois da sua sabedoria attestada em
meia duzia d’exames bem suecedidos!
Ora isto, como se vê, vem: d’encontro
a todas as leis da moralidade e do bom:
senso, e cae pela base à força de ridi-
“culo. if : :
E, senão, analysemos a mulher phyv-
* sicamente e moralment y
— Physicamente ella apresenta nos uns
= traços tão caractexisticos do que é, do
“que deve ser, que inutil se torna apon-
tal-os para a julgarmos incapaz d’afivon-
tar uma vida masculina, como alguns
* pretendem que ella affronte. ed
– Por esses traços, por esses dotes phy-
sicos, vê-se, evidentemente, que a Natu-
reza não teve em vista fazer da mulher
“aum bacharel ou um deputado, mas sim
a propagadora; a creadora da sua espe-
– Gieu :
E ha, sobretudo, uns periodos em que,
luto, ella tem, por necessidade, que ma-
nifestar uma alficeção nas fórmas que
não póde estar isenta dos commentarios
1 ESA R o
tomei
E Polio
VULGARIDDES
Ao meu bem amigo e distincio
jornalista o Ex.Ӽ Sr. Gomes
; Eórcheivo.
; (Conclusão)
A Mariquinhas, tremula, retirou-se
da janella e passou a uma pequena sa-
eta, emquanto a figura do infeliz ena-
– morado assomava ao limiar da porta.
* Conhecia-se ‘elle uma resolução for:
o e : AS)
E era verdade, resolvera pedira Ma-
iquinhas. EA É
Entre o reposteiro a filha da senhora
istácia escutava aquelle dialogo.
: amtes da Moral lhe impôr o recanto abso-
picantes d’aquelles com quem ella tenha
que communicar quer à cabeceira dum
doeute, quer na cadeira profissional,
onde, mais do que em parte alguma, a
seriedade se requer na quinta essentia,
Moralmente, sabe-se o que é a mt-
her: ou um modelo de virtudes ou um
apontoado de vícios. E para que ella
desça do primeiro ao segundo estado
carece de muito pouco, por desgraça,
como nol-o provauii os factos de cada
dia: :
Vejamos, pois, a miúlher que ensaia o.
papel de medico.
Sae dos affagos da familia, cheia d’ih-
nocencia, de sinceridade, n’um desto-
nhecimento completo do que é a vida, &
e
entra nos corredores dos lyceus, reple-
tos del rapazes que, na inconsciência
propria da idade ou na irreflexão da
culpa, se não imbibem muitas vezes de
pronunciar uns termos decotados, filhos
primogenitos da sua «lucidez» precoce.
À mulher, desde esse tlia, começa à
intrigar-se numa sequencia Vinterroga-
ções intimas.
Por um presentimento ignorado, à
princípio «córa», mas mais tarde aper-
cebe». :
Feitos os preparatorios, abrem-se-lhe
as portas das escolas superiores;
O estudo progressivo das sciencias
physico-naturaes vae-lhe infiltrando ain-
a mais no espirito uns conhecimentos
altos que mesmo a fazem esquecer de
todas as preoceupações do lar, e lhe
impõem, por troca, uma ihfinidade de
auctores e de volumes para conhecer.
Já senhora de si, já sippondo-se uma
capacidade sábia, vas depois para as es-
colas de medicina.
Ali enceta os estudos indispensaveis
da anatomia, e por esses estudos, prati-
vos ou theoricos, € que a mulher sabe
de vez o que até ali «calculava».
E quantas vezes, diante dum corpo
que à Seiencia condemnon ao exame,
nas lieções praticas, d’observação, ella
não ha de sentir-se envergonhada por se
vêr coniundida com os condiscipulos,
sérios embora, mas rapazes ainda, que,
decerto, estarão a olhal-a de soslaio, a
espicaçarem-lhe o pudor com investiga-
| ções demoradas ácerca de todas as fme=
ções dos diversos orgãos humanos!
Ouvindo o pedido de Pedro e o con-
sentimento da mãe, tornára-se d’uma
pallidez transparente: O seu coração
pulsava com uma violencia imménsa.
Depois, « recordação do Candido, dos
versos que elle lhe havia, dedicado, dos
momentos que passaváin juntos no jar-
dino, tudo para ela era um, sofivimento!
atroz e sem treguas. E
Em menos de vinte minutos estava
tudo resolvido, até o dia do noivado!
“O Pedro retirura-se, ficando aos cui-
dados da sr.º Anastacia o consentimens
to da Mariquinhas.
IV
N’aquella mesma noite, 4 hora deter.
minada, os dois amantes repetiam a sua
entrevista, É !
O Candido não se fizera esperar.
| Com a facilidade Vum gyimasto des:
meigo, disse-lhe;
h
600 E E NE ge dinha nd ires
sol Quita-feira 17 de Ontúbro | Aynungio!
cer MO de 1889 |
28400, ; |
! |
Dem duvida, a mulher que se encon-
tra nºestas condições, e como chega à
ellas depois dé sc afazer gradualmente
a certos conhecimentos ne a teem ido
desmortilisando sem ella propria o sen-
tir, cae no materialismo; tão lamentavel
para ella como para a suciedade. –
Não se póde esperar qe sáia dah à
esposa dedicada, aflectnosa, a mestra de
seus filhos; a verdadeira mão de fami-
lia, a miilher util, numa palavra.
E isto & 4 mimo!
A soticdade não pretia de litteratás
nem de sábias; precisa de esposas di-
gnas, dé mãcts extrémosas; e para que
a esposa seja digtia e a mÃe stja extre-
mosa é necessario não fazer que o seu
cerebro, prevecupado com a auréola
dum grande. nome futuro, desperceba,
totalmente os verdadeiros mestéres do
coração. :
Se a mulher fosse suficientemente
forte para, em taes casos, impôr asi
propria o lato cumprimento dos deveres
conjugaes, ainda assim esse ciiinprimen-
to seria uma «imposição» e nunta uma
«espontaneidade», porque é facto analy-
sado a cada instatite que a vaidade na,
mulher sé pronuncia desde muito erian-
ça, no ingenud mirar e remirar das ga-
lanterias que a exormam, e a vaidade
quando cutra num toração não lhe dei-
xa capacidade para mais nada.
Seria, pois, de maxima utilidade so-
cial que a mulher se compenetrasse ape-
nas dos seus deveres, se dedicasse só
a tudo aquilo para quea Natureza a
fadou, é não désse ouvidos aos que ella
julga seus defensores por a incitarem
acerrimamente à masculinidade;
Da parte d’esses «defensores», =—ur-
ge que a multar o comprchehda, —não
póde haver senão ironia. O seu alvo é,
com certesa, rirem-se d’eila, mais tarde;
quando a virem passaria toda a pressa,
engulfinhada na convicção de que vale
muito, e lhe vivem, ào mesmo tempo;
uma catda de rapasio; attraido para a
chufa causticante pelos modos extranhos
daecionar e de vestir que a pobre illu-
dida, tornada sábia, irá exhibihdo és tur-
bas não meitos espantadas e não menos
cisticantes de que o rapazio.
*
Fernando Mendes.
É A
cia e subia, a pulso, todas as noites uma
corda que, se fallasse, muito teria que
dizer. . é ;
A lua com os seus raios prateados
iuminava 0 rosto da Mariquinhas que
se encaminhava, seguida do Cardido,
para um banco de pedra, toberto-de
relva, que vodeiava uma arvore frondo-
sa e copada:, Es :
“Prazia vestido azul; talhado com gar-
ridice, que deixava completamente. con-
tormadas umas. formas: airosas, divi-
nas. jo
* Pensava em confessar-lhe a terrivel
situação em que-sé encontrava, a fatalis
dade que, dentro em pouco, se metteria,
de permeio para derrubar aqueltes mo- |
mentos de venturá suprema,
Mas faltava-lhe o animo.
E. pegando-lhê na mão, mm tom
– 86 soubesses Como som! inleliz, ..
+
a a
PUBLICAÇÕES |
No corpo do jornal, cada linha ou espaço
– cúda linha ou espaço
Repetições, cada linha ou espaço de sinha 20 »
Anunhcios permanentes preço convencional, |
Os srs. assignantes leem o abatimento de 25
|| Toda à eorrespondencia—dirigida à administraç
|
so dei]
de linta 40 » |
No proezimo numero publicará
esta folha um artigo do Ex mo Sr,
JF. dos 8; €: Gedinho:
— o cit
Ridiculos de Lisboã
E este o titulo duma interessante é
ipiendida obra de critica, artistica, lit-
tóraria, politica, scientifica e de succes-
sos; devida às pennas elegantes e buri-
ladoras dos talentosos escriptores, nos-
sos presadissimos amigos,redactores des:
ta folha, Abilo David e Fernando Men-
des: s
Tivemos já oceasião ie lêx algibis ca-
pitulos, e pudemos allirmar aos nossos
queridos leitóres que o trabalho que os
nossos dois ilHistres collegas estão con-
feccionando, tem todos os requisitos exi-
gidos para apradar, já pelo estylo dis-
tincto, conteituoso, onde ciítra a phraso –
cáustica e à «vetos finissima, já pelá
variedade de materias de que trata, pois
nada escapa ao estylete aguçado Vaquel-
las duas pennas seimtillantes e já larga-
mente experimentadas nas lides jorná-
Fisticas e littéroxias;
Fazem sanguel: Us +
ratdamos com verdadeira impiá-
Biencia o apparecimento dos «Ridiculos
de Lisboa», e desde já promettemos
deliciar os nossos leitores com a traus-
cripção daleuns capitilos mais fulmina-
dores e filgurantes.
——— ana
Extraordinario
Ha dias, no logar de Cafede, subur-
bios de Castello Branco, nasceu uma
eremiçã com duas boceas, e com seis
dedos cm cada mão & es cada pé.
* Criança Dão apresentava orgãos
sexules o viveu apenas algumas horas.
Aquella mudança tão repentiva, não
passou dão desapercebida. ao Candido
que, de joelhos, interrogou:
Aenso duvidas do meu amor?!
É estreitando aquelle córpo franzino
e delicado mais uma vez uniu Os seus
labios aos Pela mun beijo demorado,
Varor sincero. … à
REC
As frces da Mariquinhas tomaram
umas édres rosadas é O seio axfirva-lhe
com violencia. ; FE
Indulentemente recostada no! Dauco,
occultáva o rosto nas mãos, enquanto
o Candido a olhava com um mixto d’g.
mor & Padiniração,
V
j
Decorreram dois mezes:
N’aquelle mstante acabava de soar
a ultinia nota duma primorosa valsa de
y de
y@@@ 1 @@@
CHRONICA
Foi uma excellente idéia ‘o não dar
côr politica ao «Sertaginense», porque
deste modo estamos, quabs nirones,
observando as luctas mesquinhas de to
dos os partidos, e fica-nos depuis intei-
ramente livre 0 campo pata exercermos
sobre elles a nossa critica imparciul “e
sincera. :
Está dito. Arte, litteratur:
sciencia.
a erttica /&
%
Vou, pois, encetar o meu trabalho “de
chronista, dificil e ifglorio ma epoca
que vae correndo; e como de ha muito!
estou desacostumado d’este genero de!
trabalhos, não sei se este me sairá toi,
sa capaz.
Depois. o meu talentoso amigo e col-
lega «Martim Feyo», deixou-me: verda-
deiramenté entalado entre Seylla e Ca-
ribdes, obrigando-me, aipso factor,
dar-lhes uma chronica mteressante, com.
este «suelto», :
«li aqui está como eu deixo ao meu |
presadissimo collega a quem compete à
CHRONICA do proximo nun ero, a fes
licidade de poder otierecerilhes inctor,
já que eu não pude ofterecer-lhe senão
lérias».
Ora vejam os meus queridos leitores
e as minhas gentis leitoras, se isto não
é mesmo de caso pensado e vixa velha!
Ora aquelle seilhor! Lá porque eu
em outro tempo cheguei a tér uma fa-
masita de rasoavel chronista, quer agora
o meu amigo Comprometter-me perante
os leitores, à ver se et tinda sou omes-
mo! PED RR
Pois olhe, meu querido amigo, esta
chronica vae feita sobre o joelho, não
tenho “CPO paira thais: De resto cu de-
via agora denuncial-o aos leitores por-
que me avisou tarde. Agradeçi à minha
condescendenciu: 1
Vamos aos factos que já vae longo o
preliminar.
* a
de E
Pois senhores estou abysmado ante o
que vejo! Estamos a 8 dias das eleições;
e tudo n’um marasmo atterrador! Nin-
guem se meche. A
Quem dirá que Vaqui a oito dias se
vae ferir a grande campanha elciroral!
Nem republicanos, nem monarchicos,
nem socialistas, nem quejandos agrnpa-
mentos politicos dão, por assim dizer
signal de vida.
ww Que desaniio, que indilerença! “Ah!
bem sabemos nós onde isto provém.
Emfim, seja o que for, a batalha ha
de dar-se, os candidatos hão de cleger-
se, e o máis são tudo historias. |
| sem réda
E o
CERTAGI
Ah! a este proposito esquecia-me já
dizerlhes uma coisa muito interessante.
Sabem quem se safou para a Figuei-
ra da Foz muito zangado, muitissimo
itxitado, wtra-espantado, archi-molesta-
do? Foi o sr. Consiglieri Pedroso, por-
que afinal, pela sua duvidosissima con-
ducta no parlâmenito, viu, ou melhor,
honve 2lmas caridosas que lhe fizerany
ver que tinha a eleição furada. |
O directorio do partido republicano,
“em conferencia com vários delegados de
centros e-jornacs, teve otcasião ide vel
que O protessor do Curso superior de
letras cain na opinião publica, e q
tarde cu nunca se levantará. Ele, que
tem às vezes passos politicos de Vesdo
deixo inepto, não queria reconhecét eme
ha m’este paiz opinião pública, e berra-
va no Seu gabinete para mim e para à
tur Alves Vorreia, quando am:-
bos lhe fuziamos ver que o publico es-
fáva desgostost com o proceder dello
no parlumento: j É
—«Os senhores não me digam quo
ha opinião pública mesto paiz. Isto é
um paiz de tolos, de ignorantes e in-
conscientes. Nego que haja aqui opinião
publica.»
* o Senlior Consiglicri nega que
dão publica meste pais?-—dis?
lho eu. O seithor não pesou bem O
disso, Não ha opinão héik? Pois
rintude dó que é que o gi esti em
to? O que é que lhe “siistenta o
seu proprio jornal, não obstante a ihsi-
gnificante tiragem delle? Ora isto ou-
vê-se é não se acredita. oi
A Ea Pa DR e
-— «Você tem coisas, Consiglierl, que
ao
Mm
arm
BENSE
O «Seculo» então, velha raposa ma-
treira da rua formosa, faz um elogio ao
sr. Consigheri, que este se apressa, em
reproduzir nos «Debates», acerescentan-
do-lhe umas palavras lisongeiras para o
«Diario Mercantil», e etc. ete. São to-
dos uns «alhos», e quem os não conhe-
cer que os compro.
Ora, pois, paciencia; resta-nos ao me-
nos à satisfação de termos um lagar bem
reservado e dos melhores, . pará -esta
gente, nos cRidienlos de Lisboav: Se
Deus quizer, lá hão do vir traçados bs
caracteres, a hisjoria, tudo cmiih, quan-
to é necessário para se ajuizar dos ho-
mens. E depois estamos nos dominios
da critica,estamos muito bem € no nos-
so campo:
DE
Quem ultimamente tem feito um pá-
pel brihantissimo e decento em Paris,
é e sr. Manuel Pinheiro Chagas, uma
honestidade, e uma gloria das lettras
portuguezas. JE ainda bem gue lá foi
Pinheiro Chagas, porque de testo se os
trancezes fosseni a avaliar os talentos
portuguezes pelo primeiro esprouviado
inconsciente é especulador vaidoso que
lá impinge meia duzia de «bombas» cem
vezes reeditadas, estavarãos recommen-
dados, não ha duvida.
«Dismrio Mercintil», falando de Pi-
nheiro Chagas em Paris, traduz do
*Cotrcio da Manhãx uns trechos do dis-
curso do talentoso escriptor.
São comó seguem: o do
—O nosso afecto por vós vem de
parecem incriveis—diz-lhe o Sri Alves
Correia. Então vossê cuida que é em
vão que a imprensa se tem espalhado
por esse paiz fóra? Aqui ha uma duzia
ou duas de afinios talvez vossê pudesse
dizer que não havia opinião, mas dgora
mais devagar» É :
N’isto môstrava-so o gr. Alves Cor-
vera muito mais habil-que sempre o
foi do que o sv. Coflsiglicri Pedroso.
E se ha opinião publica ou não, Pes:
fe pais, veja 8. .ex.*. q
que tem graça, no meio de tudo
isto, é uma epistola deste cavalheiro,
enviada do dr Dermarkão Pinheiro,
apregoando isempção por todos os poros!
Essa carta é à reprodueçã à hide-
ão quasi R
lissíma de úm artigo em que o mesmo
| Gitadão votado ás feras, se Jimentava
muito no sew jornal. Telha paciencia, é
pata ver se ha opinião ou dão ha.
ainda ha dé chegar a saber se ha mais
alguma coisa, deixe estar! Então torce-
[rá a vrelhajmas ha de sór tarde, ga-
rantimolo. a :
Se à espaço mo pé tr:
crevia aqui essa cpistola, para os leitos
res à apreciarem devidamente; Pelas
curas do «Castellavzito» portuguez,
vê-so immediatamente, resalta logo, que
elie mesmo tucituente reconhece que
fez tolice no parlamento, isto é, que não
“andou com à lealdade que era obrigado
1 guardar. Depois disto, que’Tesalta à
primeira vista, esti julgado o homem:
HAIR RSS pa A Pod
rmittisse, eu trans*|
longe, e existin sempte; nós hoje, aqui,
Ba terra estrageira, imuis do que nunca
reconheço que somos irmãos. Disse a
[terra estrahgelraS mas a Erarica,
(Paris, será a terra do estrangeiro pá
ta nós, portuguezes o lirazileiros? A
plausos,) Ega
Não, serthores)
dias pela primeira vez o solo da Fran-
ta, não me cohsidivei rum paií bstray
geiro, reconheci-me na patria do meu
espirito, nesta cidade accusada de ateiar
ihcendios, mas é à França queni arde,
é o mundo quem é ilhixinado, (Applau-
sos). À E :
Lembrei-mê da nossa vida intellectual
pórtugueza formada ua Aadmiração do
E
ao men espirito surgiram 08 antigos tem-
pos de Portugal, e recurdei a bólla di-
visa franceza, jadoptada, pelo fosso im-
fante D. Henrique, «Talamt de byer
fayre,» divisa que nos guioú rias desto-
bertas, & nas espedições Jongignns?
Foi
outrora álargamos o mundo, foi com
as ideias francezas que nós conquistá-
mos a liberdade. (Applaisos). Contá po-
| derei eu chmar á França terta estran-
geira? (Applausos) :
Estou sôb o encanto quasi sobrenaim.
ralesta Exposiçgo e d’esta cidade. Vi
2!
da paz a galeria das machinas, esta ba-
AR Ee =? y y
silica immensá do trabalho, e dominados,
Strauss, recebendo 10 executante uma
»ovação indiscriptivol,
A dança tornara-se delirante.
Com magnificos leques, as damas
afugentavam o ar que as suffocava.
Aos cantos da salla, os convivas lim-
pavam as bagas de suor que lhes cor-
riam pelo rósto. 4
Às criancinhas saltitavam alegres.
Um «dandy», muito direito, muito
engommado, acabava de deliciar os cir-
cumstantes com um jocoso monologo en- |
trecortado pelo sotriso grosseiro do sr.
Fernandes e pelo espirrar da «* Angé-
dica que havia sorvido úma pitada de
meio grosso,
Em seguida uma encantadora filha
um conseiheiro falecido, vecitava o
To: ,
«Noivado do Sepulchro». ai
No piano uma viscondessa” arruinada
acompanhava a formosa inspiração de
Soares de Passos. À
se conservava iuudo. Erd 0 Catdido
que fugia a todas as manifestações, com
0 coração triturado- pelas garras do
ciume, E
Tudo lhe parecia o’vagô seismar um
“soxho! : ; :
VI
Depois de completamente desenvalvi-
dó o apetite, os convidados dirigiram-se
p ,
para mir sala proxima, :
A ceja estava servida,
: !. + sa Ea E
“Apenas um espectador Vaquella sena |
E caiu-lhe nos braços, jurando-lhe
“que nunea o esqueceria. A
Ao contacto d’agitelle corpo de mmu-
her ambicionada, 6 Candido sentiu uma
onda de felicidade innundar-lhe o cora-
“a
Instantes depois 6 Pedro suéprehen-
dia os dois amantes.
A pequena ausencia da
tornara-se reparada”
Elle empallidecera
Mariquinhás
E horrivelmente ao
cabellos hirtos, solton um estrepitoso
grito: ; À
“A Miniquinhas conseguira ficar para
traz, e o Candido, no vel-a só, acereon-
se della, e muma voz que quiz tornar
grave: 1 .
H
AN e
—Minha senhora! : |
“Ella, voltando-se, observou lhe:
— Candido, plo mossó amor, poupe
|
À
d
8 +
—Ah! infames! à
E a Mariquinhas desmaiou nos bra-)
| ços do manvebo:
Todos os convidados afiluiram à salla,
e o Pedro, desvairado; indicando o Can-
idos upa e
—Esse homem é um miseravel, e mi-
nha mulher… ‘
z
pisando: io aligibnal
modelo inimitavel davossazrteeliteratura |
its : eq
m uma divisa frinceza que nós,
a Torre lúiftel, esta cathedral do genio
vel-os, e com os olhos esgazeados, os |
tomo ch pela admiração que nos causa
já grandeza sublime da vossa patria, to-
dos nós, os meis compatriotas e os meus.
irmãos brazileiros, não podemos expri- |
mir melhor os nossos sentimentos n’es-
te momento, do que levantando um no-
vo e caloroso ctousty à França! (Applan-
sos prolongados. º
Como vêem, o Sr. Pinheiro Chagas,
em nada desmevcceu dos seus famosos
creditos de orodor de primeira plana.
Estimamol-a, pára honva e gloria delle –
o do pais qne 6 viu nascer . : na
*
e e aa
Ema noticia triste, e com ella fecho
hoje a minha chronica, promettendo coi-
sa melhor para quando o tempo mo per-
mitta, ; poi eiça
Morrey Alexandro da Conceição!
Finou-se a quelle fulgurante e emi-
dente espirito.
Foi emprehendido, d
em plena Pujanta do s
ento. ” Ego ga USAS nono
| | Unitido, poetá e prosador de primeira
(Plana, Alexandre da Concição, deixa
nas lettras portuguezas uma lacuna eno
ine. e , PApeEaa
| Hohron por Inigo tempo com a su
!pennã brilhante ag columnas do Seculo. |.
onde afinal se portaram ponco digna
jumente com elle na questão da xunião.
[ibericax que tão grande celeuma levan-
ten. MEUS ; :
Mais tarde ; assi C
| ais tarde ; escreveu .: assiduamenti
tpara a *lixa Nova-onde deixa brilha
| tissimos eseriptos:,
| Em volume ba do
igamol-o assim,
eu magnifico ta-
ines agora me não lembram. .
Como polemista, foi. blle.o, primeiro
que ensou medirso a váler com Camil-
jo nitalio Branco que é como se
9. primeiro polemista do nosso paiz e t
vez da Bruna Pe do go cai
“Pois tal era o talonto de Alexand
da Conceição, que ainda hoje ninguem
póde determinar qual dos. dois foi
| vencedor se Camillo, se Alexandre.
Conceição. E” que airhos se bater
tomo dois leões! Pata isso, veja.se a col
lecção das *Ribaltas e Gambiarrasw.
A unia do Ulustrê escriptor envia
mos a expressão sincera do nosso senti
do PoRtNic ea epa ti
– É por boje basta! Bastante me
lisa a lembrança da, morte
enorme taleiito cortado e;
cengin devida. ,
— duiaboe; butubro 12. a
Samuél Getp,
. Cc.
2 Baptisado
Foi no dia 7
“do do filho do n
nandes Saraiva,
: O neophito recebeu v n
gúlio, e foram. seus
e ci Maria Car
ha do tiossa. presadj ig
Di do ira prai a
cisco LV Almeida Ferreira Maio.
e pena-
! Paquell
em plena fo;
RR NO
padrinhos )
ota Ferreira
A situação do Cândido era horrive
– Pensou em fegir mas “como a conise
cia 0 accusasse d’um crime, lembra
se do seu dever, pronumciod:
==Jista mulher pertenee-me d
to. Devo-lhe a sua honra” +.
RAE qu
– Um escandalo!
E NIE ds
“No dia seguinte o infeliz espos
queria a suá separação judicial, |
“Quanto ad Candido e á Mariq inh
longe do mundo, n’uma. Pequena.
despretenciasa, de estudânte, arrull
o seu amor em terno idyllio,
Vulgaridades! paia
Xavier Losato
Xavier Losato@@@ 1 @@@
CERTAGINENSE
LITTERATURA
A MULHER
Um PosBi arabe definiu assim a mu-
ler:
É a mulher confusão.
É batalha perduravel.
Sanguosuga, insaciavel. É |
cauda d’escorpião.
naufragio do varão.
à um continuo cuidado.
uma cruz endiabrada.
a carga mais pesada.
a origem do peecado.
uma sorte enganosa.
uma desdita certa. |
do inferno porta aberta.
serpente venenosa. »
peleja bem penosa.
uma calamidade:
o germen da maldade.
um adornado engano.
1º um lamentayel, dimno-
E? mortal enfermidade,
“E” da paz perturbação.
Da falsidade cimento,
E? da gloria impedimento.
Da bolsa o maior ladrão,
Do dinheiro a Rio,
Da soberba, o ideal,
? dos vicios Rr
– Da leviandade abrigo, de
Do tomem peor amigo. |
E “principio e fim do mal. Ea
* As assembléas d’este! concelho: para
eleição de deputados que deve ter lo-
ar no dia 20 são tres Contudo, a
pa fórma:
2 Na egreja matriz. da Corta com-
pondósse dos eleitores, desta freguezia é
da de Pedrogão Pequeno, Cumeada: é
| Palhaes, presidindo o ex.mo Br. de Gui-
lherme Nunes Marinhas
“2º Na egreja matriz de Sernache, |
compondo-se desta freguezia e das do
esperal, Cabeçúdo, Cistello e Cara,
“hai, residindo o vogal da commissão;
José. ictorino da Silva. +
as NA egreja matriz da Varzea, com-
“põe-se das freguezias da Varzea, Tro-
viscal, Figueiredo, Ermida e Marmel-|
leiro, ‘presidindo o vogal ida commissão, |
SR Ra Nunes.
censoados Rose, 9 recrutamento
do preso te
O distincto EtEra de eta e ioitre: es-
tadista Piuheiro Chêgas, ataba de ser alvo em H
— Paris de uma grande manifestação de sym-
-pathia e apreço pelo seu eleva 6 talento, em
Viscoude de Calvânti, no qual o nosso gran
“de orador, com um brilhante discurso que en.
— usiasmou! os convivas,. que eram nada mais.
“naúa menos do que as primeiras munidades
scientificas € litterarias da França e vo Brazil.
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ae o de aibada Tatia, O
um iuseto an eia os nes da ya)
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| expor ao ardente clima, d’Africa, estra-
Por alga 4ido: exeumo aa eivif’ A
Ra districto, foi transfendo para o |
dia 22 de dezembro o.sorteio dos man-|
ir ea
FESTEVIDADE
No dia 5 de outúbro Corrente, teve Ogar
na capella de Nossa Senhora dos Remedios,Su-
burbios desta villa, a festi de Nossa Senho-
ra da Graca.
Como o muito digno capeltão daquela Egre:
acha num mão estado de saude, celebrou a
missa 0 vev.no padre Antonio Farinha de Fi-
gueiredo parocho nesta freguzeia da Certã,
acolitado pelo rev padre Luiz Ribelvo Cardo-