Voz do Povo nº7 15-01-1911

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RD
“cessario emprehender para dar
+ Era preciso que o exemplo vi-
1.º Anno
DIRECTOR
Augusto Fodrigues
Administrador |
ZEPHERINO LUCAS
– Editor
Luiz Domingues da Silva Dias
Certã, 15 de Janeiro de 1911
A
VOZ
Assignaturas REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Annuncios
Anno….. – 1200. Semestre… Goo rs. Pravassa o Serrano o Na 3.º e 4.º paginas, cada linha….. 30 rs.
ParacosBragils trás poe « -Sypooo réis (fracos) Danca N outro logar, preço convencional
Pago adiantadamente .
Não se restituem os originaes
Typographia Leiriense — LEIRIA
Propriedade fa EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
Annunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
EDUQUENOS O POVO
Deixámos no ultimo numero
sufficientemente esboçado o vas-
to plano de trabalhos que é ne-
ao nosso povo a educação civi-
ca que lhe falta. nos |
Para que esse plano se torne
praticamente exequivel. basta a
boa vontade de alguns, o simples
apoio moral de muitos e o espi-
rito de continuidade nas ideias
governativas dentro das normas
sinceramente liberaes, .
– Nºeste concelho ha, felizmen-
te, um grupo dhomens: que, já
desde-os ultimos tempos da mo-
narchia, vem dedicadamente tra-
balhando pela educação popu-
lar. Licito-é esperar que esses
mesmos homens continuem: des-
velladamente iançaúdo a boa sé-
mente á terra é que, indo mais
longe, prócurem educar os adul-
tos; chamando-os: á-comprehen-
são dos seus direitos e dos seus
deveres.
Todos deploram o estado la-
mentavel de atraso intellectual |
do nosso povo que, em geral,
vive na ignorancia: das aba
mais elementares.
* Torna-se, pois, indispensavel
melhoçar esse estado e insuflar
no espirito das pobres gentes do
campoo desejo de saber.
Comprehendemos bem que es-
te trabalho é bastante complexo,
sobretudo pela difficuldade de
contacto entre as. pessoas que
se dediquem generosamente a
esse apostolado e as grandes
massas incultas.
vo e permanente illustrasse e
completasse a doutrinação ver-
bal. Sos
Se em todas as freguesias hou-
vesse pessoas com o suficiente
desinteresse, ilustração é com-
petencia estava tudo conseguido:
mas infelizmente não ha, e as
pessoas d’outra freguesia ou mes-
mo da séde do concelho não
exercem o mesmo grão de in-
fluencia, além da dificuldade da
propaganda.
No estrangeiro, n’esses paizes
cheios da luz intensa da verda-
deira civilisação, existem socie-
dades e grupos especiaes e au-
tonomos que todos elles formam
a grande corrente qué impersio-
na a verdadeira educação.
Ha sociedades de temperança,
que teem por objecto desviar o
trabalhador das casas de bebi-
das alcoolicas e do, jogo; ha es-
colas dominicaes que teem por
fim desviar as creanças de va-
guear pelas ruas, adquirindo vi-
cios que lhe diformem o caracter,
ha sociedades de recreio que
proporcionam a todas as clas-,
ses jogos e exercicios athlecticos,
revigorando o corpo e saneando
o espirito.
– Em. Portugal nada disto se
encontra, nem existem. institui-
ções d’outra natureza que preen-
cham o mesmo fim.
Estamos convencidos que uma
das causas do embrutecimento e
perversão de grande parte dos
pobres:trabalhadores do campo
é o abandono a que os votam-as
classes que tinham o dever de os
guiar,
Vemol’os. vergar- ao. peso do
trabalho, seja debaixo d’um sol
ardentissimo que extenua e que
queima, seja sob a chuva pene-
trante e fria que lhes retalha as
faces; todos os dias da semana
são para elles eguaes: a alimen-
tação escassa, o descanço insuf-
ficiente. ;
Vem o domingo, e ei-los no
adro da sua freguesia, sem um
ideal.que lhes acalente o espiri-
to, sem uma ambição legitima
que lhe avigore as energias: d’a-
hi o embriagar-se e dentro. em
pouco a rixa com os seus visi-
nhos vem a serum dos mais vul-
gares episodios da sua triste vi-
da. i
Infelizmente este’quadro é ti-
rado da vida real. Que se tem
feito para o modificar ? E” deso-
lador ter de confessar que go-
vernantes e governados teem vi-
vido sempre sem pensar em pro-
ver de remedio a tal estado de coi-
sas.
Mas o remedio é possivel?
Crêmos que sim, a não ser que
a nossa raça esteja já tão enfra-
quecida que lhe não restem ener-
gias para tentar os meios de que
outros povos se servem para
manterem as suas massas fraba-
lhadoras n’um grão de educação
que caúsaria inveja a muitos dos
que se riem dºestas pequenas ni-
nharias.
HD CE—— — ana
Duas conferencias
O:sr. Cardoso Guedes, distincto
agricultor: diplomado, com o louva-
vel intuito de bem educar e instruir
o povo agricola d’esta região, havia
annunciado para o ultimo domingo
uma conferencia em Sernache, na
escola do sexo masculino. ,
Efectivamente, cerca do meio dia
o conferente subia ao estrado do
professor e d’ali, d’aquelle mesmo
logar onde muitos dos assistentés
aprenderam a conhecer as primei-
ras letras, fez clle uma prelecção
tambem de mestre, ensinando aos
seus ouvintes a mancira scientifica
e mais util de proceder em duas ma-
nifestações da faina agricola—a cul-
tura e a colheita.
Sobre aquella rubrica tratou da
operação a que impropriamente se
chama a sementeira da batata, prin-
cipiando os seus conselhos pela pre-
paração da terra, escolha de adubos
e melhor fórma d’adubação: escolha
da semente, sua disposição e dege-
nerencia. A respeito da colhéita
deu aos layradores preciosas indica
ções sobre a conservação dos tuber-
culos e sobre a fórma de colher a
azeitona, condemnando asperamen-
te o antiquado e incorrigivel costu-
me de varejar as oliveiras com gros-
sos paus, fustigando descaroavelmen-
| te a arvore e prejudicando a safra
futura.
Aconselhou aos seus ouvintes a
melhor fórma de fazer esta colheita
e a terem mais cuidado e carinho
pelos seus olivaes, demonstrando-
lhes que a oliveira é uma das arvo-
res mais amiga dos lavradores e mais
grata aos beneficios recebidos.
No fim da sua conferencia o sr.
Cardoso Guedes foi vivamente ap- .
plaudido e sem favor.
*
Ainda se ouviam as ultimas pala-
vras quando, com a mais agradavel
surpreza de toda. a assistencia, ao
estrado subiu o sr, almirante Tasso
de Figueiredo, communicando umas
breves considerações a que chamou
uma palestra.
A palestra foi uma verdadeira
conferencia de educação civica. Em
linguagem . despretenciosa, calma e
quente da sinceridade que o orador
imprimia ás suas palavras, elle feriu
com fino criterio e com grande cla-
resa de critica factos complexos da
nossa historia e pontos geraes da
actividade social e política,
Explicou ao auditorio o que eram
regimens politicos—monarchia e re-
publica—entre as quaes existia co-
mo fórma ‘transitoria a monarchia
representativa, de gloriosas tradições
apenas em Inglaterra, usos inada-
ptaveis nas outras nações, onde os
reis sómente transigiram sem nunca
se lhe submetterem, antes nella
procuraram: sempre viver com os
mais acentuados resaibos de abso-
lutismo. Condemnou na fórma mo-
narchica o principio repugnante da
“hereditariedade, as despezas abusi-
vas e injustificaveis d’uma côrte, a
influencia demorada dos reis e a su-
bserviencia ruinosa dos cortesãos e
a sua acção deleteria. E
Depois de apontar como, factos
ruinosos da nossa nacionalidade a
introducção dos jesuitas e o estabe-
lecimento da inquisição, fez a histo-.
ria da dynastia de Bragança, desde
D. João 6.º, imposto por uma revol.
ta da nobreza, até D. Manuel 2.º,
desthronado em 5 de outubro por
uma revolução popular, e d’essa se-
rie de monarchas salvou apenas a
figura luminosa de D. Pedro 5.º,
portador certamente d’uma celula
nervosa que n’elle expandiu para,
fugaz e gratamente, denunciar ao
mundo a ultima gôta de sangue de
Nun’Alvares!
Attribuindo á monarchia a pri-
meira bancarrota e a responsabilida-
de. do caminho já andado para a se-
gunda, perigo que a Republica con-
jurará, n’uma vida menos. faustosa
e numa mais honesta administra-
ção das receitas publicas, insurgiu-
se energicamente contra o desespero
d’alguns descrentes, a quem não re-
pugna a administração estrangeira,
apontando os seus tenebrosos peri-
gos. pb:
Explicou o lemma republicano: a
liberdade de Christo e a egualdade
perante a lei, sem outras distincções
ou privilegios que não sejam os que
proveem do talento e das virtudes
de cada um.
Finalmente, o sr. Tasso de Figuei-
redo abordou com grande firmesa e
felicidade os graves problemas. so-
ciacs que a Republica resolveu e tem
a resolver, demonstrando quanto de
moral, justo e humano tema insti-
tuição: do divorcio e como é patrio-
tico e racional que o alistamento de
todos os portuguêses seja feito pelo
estado civil c não confiado a uma
classe ou associação, G
Fallando da separação da egreja,
affirma que tal acto não representa
uma perseguição e sómente significa
a libertação de todas as conscien-
cias, sem o que a liberdade da Re-
publica não seria pelo menos com-
pleta.
Ao terminar a sua conferencia o
sr. Tossa de Figueiredo num quen-
te e sincero anhelo, fez um appello
á boa vontade, dedicação e patrio-
tismo de todos no sentido d’uma de-
dicação em volta do estandarte re-
publicano, para a consolidação da
republica, que o mesmo é que o re-
surgimento da patria,
As notas que ahi deixamos feitas,
sem apontamentos, são uma palida
ideia do que foi essa importante con-
ferencia, que bem fundo e agrada-
velmente calou no animo de tedo o
auditorio. Verdadeira prelecção his-
torica e critica dos ultimos aconte-
cimentos.
Della sahiram todos sugestiona-
dos pela palavra do illustre confe-
rente e outros vinham ao mesmo
tempo meditando n’este exemplo de
fraternidade que só a Republica nos
podia dar, de um homem da mais
elevada posição social viraté ao meio
dos humildes lavradores, sómente
para educá-los e instrui los, sem ou-
tro estimulo que não seja o de cum-
prir um dever de patriota e sem ou-
tro fim que não seja o de consolidar
um regimen e abrir no espirito dos
seus concidadãos clareiras de luz e
verdade.
O sr. Tasso de Figueiredo, que
deu à revolução as suas melhores
energias eá Republica o seu melhor
esforço organisador, ahi anda n’essa
commovente e crente dedicação, gas-
tando as suas primeiras melhoras e
exgotando as suas ultimas resisten-
cias n’esta santa cruzada de prégarrégar@@@ 1 @@@
VOZ DO Povo
a união e a paz, que nem todos com-
prehenderão e que, ao que se está
vendo, outros até bem mal reconhe
cem e agradecem.
Bem diversamente, porém, proce-
deu o auditorio que, ao terminar a
conferencia, lhe fez uma carinhosa
e enthusiastica manifestação, abra-
çando-o e cobrindo as suas palavras
duma estrondosa salva de palmas.
Tambem o sr. Antunes Alexan-
dre aproveitou o feliz ensejo d’aquel-
la festa na sua casa escolar para ler
um trabalho seu sobre as vantagens
da instrucção, seu progresso, me-
thedos e estimulos pela iniciativa par-
ticular, da foi muito apreciado e
applaudido.
; C.
– PELA CAMAR
Sessão de 11
Sob a presidencia do sr. Zeferino
Lucas e assistencia dos srs. verea-
dores, Henrique Moura, Cyriaco
Santos, Floriano Brito e Nunes de
Figuciredo, teve logar a reunião da
commissão municipal.
Foi presente:
—Um requerimento de Sergio
Augusto Pina pedindo para que fos-
se prorogado por mais dois annos o
Praso concedido para à construcção
de um predio em terreno por ellc
adquirido á camara, em Santo Ama
To.
Idem de Arthur Mendes solici-
tando a mesma concessão para uma
parcella de terreno no mesmo local.
A camara resolveu conceder a pro-
rogação do praso sómente por mais
um anno.
“—Um requerimento de Nativida
de da Conceição Sousa pedindo im
subsidio de lactação. Foi concedido
o de ribzoo réis mensaes, por espa-
ço de um anno.
FACTOS E BOATOS
Defeza dos interesses no Con-
celho da Certa
Reuniram no dia 5 do corrente
sob a presidencia do cidadão Euge
nio Carvalho Leitão, no Centro de
S. Carlos, grande numero de cida-
dãos naturaes do concelho da Certã
O secretario da commissão exe-
cutiva deu conta á assembléa dos
trabalhos levados a efeito pela mes.
ma commissão.,
De entre esses trabalhos, salientou
a entrega d’uma representação diri-
gida pela mesma commissão ao sr.
ministro da marinha, solicitando pa
ra que o cargo de director do Col.
legio de Missões de Sernache do
Bomjardim passe a ser desempenha-
do por pessoa estranha ao clero e.
de nomeação do governo.
S. ex.” o ministro recebeu frater.
nalmente a commissão e assegurou
lhe que a sua iniciativa seria toma-
da na devida conta logo que se tra-
tasse da projectada reforma do. alu-
dido collegio.
Tambem a commissão fez entrega
de uma representação ao sr. minis-
tro do fomento, firmada pela Com-
missão Municipal da Certã, em que
se pede a conclusão das estradas
de Oleiros (começada ha mais de
20 annos), Figueiró, Pedrogam Pe-
queno e Belver.
O ilustre ministro prometeu aten-
der os desejos da commissão, ten-
do, porem, de se subordinar aos re
cursos do thesouro.
Foi lida a representação feita pe-
la Commissão Municipal da Certã
em que se solicita ao sr, ministro do
fomento para, com a possivel brevi
dade, ordenar o estudo definitivo da
linha do caminho de ferro que atra-
Vesse aquella região, melhoramento
este da mais alta importancia e ha
bastantes annos projectado.
e
A representação é assignada pe:
las commissões municipaes de Cer-
tã e de Oleros. :
A assembléa recebeu com verda-
deiro enthusiasmo tão importante
iniciativa, Resolveu-se fazer chegar
este documento ás mãos do sr. mi-
nistro do fomento, no mais curto
espaço de tempo possivel.
A commissão executiva submeteu
á apreciação da assembléa uma mo-
ção com as seguintes conclusões:
1.º Solicitar a todos os homens
honestos verdadeiramente patriotas
para que, unilos sob a bandeira da
democracia, trabalhem com desinte.
resse e dedicação para o engrande-
cimento do povo portuguez em ge-
ral e em especial para os melhora-
mentos de que tanto carece a nossa
terra natal;
2.º Registar, com aplauso, os va-
liosos serviços já prestados ao con-
celho da Certã pela sua commissão
municipal e manifestar-lhe a nossa
confiança e inteira solidariedade nas
suas resoluções, que, por certo,
nunca se desviarão das normas ifn-
postas pelos bons principios demo:
craticos.
A aludida moção foi aprovada
por unanimidade,
—— RL Go NI ES e
Festa da familia
No dia 25 do passado mez a dis-
tincta professora da missão das Es-
colas Moveis pelo Methodo João de
Deus, installada na Passaria, offere-
ccu aos seus alumnos um delicado
copo d’agua commemorando a festa
da familia, fazendo aos mesmos a
explicação nitida do que é a família
e do que symbolisa esta festividade
que tanto falla ao coração.
A festa decorreu animada reti-
rando se os alumnos muito gratos
para -com a gentilesa da sua pro-.
fessora,
Falleceu a mãe dos nossos con-
terrancos, srs. Manuel e Francisco
Pedro Fernandes, aquem apresen-
tamos os nossos sentimento.
E DIA —
Perante o digno administrador de
este concelho, consorciaram-se no
dia 10 do corrente, o sr, Joaquim
Martins, do Tojal, e a sr. “Thereza
Ludovina Rosa, dos Falleiros.
Testemunharam o acto, que ter-
minou por uma aliocução d’aquella
auctoridade, os srs. Manuel da
Cruz Prata e Manuel Alves, assi-
gnando a rogo dos nubentes Anto-
nio Barata e Silva, e Joaquim Viol
da Costa. É
O
Na Pampilhosa da Serra, falleceu
a sr;* D. Maria Maxima Candida
das Neves, cunhada da sr.º D. Bea-,
triz das Neves, d’esta villa,
A todos os illustres parentes da
extincta, os nossos sentimentos.
Tasso de Figueiredo
Passou no dia 13 do corrente o
anniversario natalício do illustre al-
mirante Domingos Tasso de Figuei-
redo, um dos mais prestigiosos filhos
desta terra, a cuja consideração le-
gitimamente se impõe pelos aprecia-
dissimos primores do séu bellissimo
caracter, pela captivante amabilida
de que o distingue e pula fórma al.
tivamente digna e honrada com que
procede em todos os seus actos.
um bom carácter; e homens
assim honram sempre a terra que
Os viu nascer.
Permita s. ex.º que pela nossa
parte lhe apresentemos os nossos
sinceros cumprimentos de felicitação.
CHRONICAS TRIPEIRAS
A EX-MANCIPAL
(Ao sr. José Ehrhardt
E
Entre essa alluvião de decretos do
Governo Provisorio, ejaculados quasi
que ininterruptamente, -em cansaço,
e todos correspondendo a outras tan-
tas necessidades sociaes, auzentes,
ha um que, por mais que n’elle ma-
tute, por mais que n’elle reflicta, faz-
Me sempre a impressão desanima-
dora de haver sido gerado em pes-
simo quarto d’hora de inspiração.
Refiro-me a esse que fez eliminar
os vivos vermelhos dos fardamentos
da Guarda Municipal, mandando-os
substituir pelas guarnições verdes da
Guarda Republicana. :
Para a nova corporação da Guar-
da, cujos membros, com poucas ex-
cepções, são quasi que os mesmos
da anterior, podia se fazer uma sin
gela mudança de denominação que,
d’ahi, não viria qualquer sombra de
perigo para as actuses instituições.
Mas attentar, tão violentamente, con-
tra a quente decoração escarlate das
fardas é coisa que, ou eu muito me
engano, ou veio favorecer a creação,
afinal escuzada, d’um temeroso blo-
co opposicionista, que fará dar a
agua pela barba aos que, tão tauri-
namente, investiram com o verme-
lho,
Esse nucleo, escolhido, de solda-
dos, que tinha como principalissimo
encargo, O vigiar pela integridade
do regalorio monarchico, era, por
um lindo euphenismo, appellidado
de mantenedor da ordem. E de tãos
delicada missão se desempenhava a
Guarda com a suavidade, que se
sabe, isto é: distribuindo espadeira-
das, a torto € a direito, logo que lhe.
cheirasse a qualquer coisa de pro-
testo, ou revolta,
E, se houver quem ache exagge-
rado este modo de encarar pratica
mente a funcção principal da Guar-
da, que esse alguem repare nas nu-
merosas cicatrizes frontaes, acobrea-
das, que zebram as cabeças de tan-
tos cidadãos portuenses, como, por
exemplo, a do dr, Ehrhardt. Sem
possibilidade de duvidas, ficará con-
vencido.
Pois a mancipal, cujo nome ape-
nas era o bastante para arrepiar to-
das as espinhas em calafrios apavo
rantes de medo, está hoje, mercê da
vassoira revolucionaria, que lhe pas-
sou por sobre os vivos garridos, re-
duzida à anodyna e inoffensiva con-
dição de coisa morta! Já não ha
mancipaes!
Não mais o portuense se extasiará
com o deslumbrante espectaculo da
sua Guarda, pondo um remate de
purpura e oiro no prestito das pro-
cissões! Não mais se verão aquelles
poletões de soldados discipl nados,
marchando em linhas irreprehensi
veis, com os seus fardamentos, vis-
tosos e berrantes, e com um apru-
mo e garbo verdadeiramente mar-
ciaes!
Acabaram os mancipaes !
Mas, la Garde est morte? Vive la
Garde!
Phenix renascida das proprias cin
zas, dos destroços da velha manci-
pal, surge uma nova Gusrda: a re-
publicana.
Porém, como ella vém desfigura-
da! Como, apesar da pouca concor
dancia grammatical, dá vontade de
gritar: quantum mutatus ab ilo!
Quem diria que de anteccessores,
tão irrequietos, tão cheios de viveza,
tão valentes, sahiria coisa tão iner.
te, tão apathica, tão fria !
E” que n’aquelles vivos vermelhos
da defuncta Guarda, residia verda-
deiramente o centro dynamico d’a-
quelle corpo de tropa, Tirar-lh’os
seria o mesmo que cortar os cabel-
los a Sansão. Era d’ahi que lhe vi-
nha a sua vitalidade, a sua força, a
sua attracção galante.
E tudo isso desapparecea, envol-
vido por essa avalanche de decretos,
dimanados do inclemente Governo
Provisorio!!
Era extensissimo o imperio da
Guarda, que dominava triumphado-
ra, não só nas ruas, praças e mer-
cados, mas, mais triumphadoramen!
te ainda, quasi que autocratamente,
a dentro do lar de cada cidadão.
Em cada habitação, um coração
enternecido palpitava por um, ou
varios, d’esses soldados da Ordem.
Podia o dono da casa desvanecer-
se, illusoriamente, com a ideia de
que, de portas a dentro, ninguem
mandava mais do que elle, porque,
a protestar contra tacs velleidades,
lá estava a cozinheira, que só obe-
decia, com cega disciplina de caser-
na, ás ordens do seu primo, da Guar-
dali 5,
Os melhores petiscos, sahidos da
cozinha, não pertenciam, por via de
regra, ao patrão. Quando não hou-
Vesse cidadãos a esquartejar, O sa-
bre do mancipal embotava-se € can-
çava-se em prodigios de dissecção
sobre nacos de presúnto, ou frangos
assados,
E” que cada mantenador da ordem
tinha em cada sopeira um coração
cheio de affectos, pulsando sympa-
thicamente pela Guarda.
E o mancipal deveria, de certo,
resentir-se d’este rico regimen hygie-
nico amantetico, desta superabun-
dancia de corações e sobremezas.
E assim era,
Em boa presença mascula, em
garbo, em pimponice, ninguem o
excedia, ;
Era de ver a maneira hirta, cres-
pa e petulante como, sob tal regi-
men, as guias do bigode se lhe levan-
tavam verticalmente para a testa!
Admiravel a elegancia com que elle
cofiava a pêra! E tudo isso, effeito
d’esses pequenos retalhos de panno
encarnado, que lhe guarneciam a
farda,
Se jo mancipal tinha dins em que
a: sua rapariga era mais fria, mais
brometizada nas suas demonstra-
ções de affeição, sabia elle, logo, pe-
lo que era: era por ir vestido á paí-
zana! Mas, se envergava a farda,
então já elle contava com que, n’es-
se dia de vaccas gordas, a pobre
sopeira se lhe rojaria sensualmente
aos pés, como escrava submissa e
amorosa. é
Não se hesite em acreditar :
Os triumphos da Guarda deriva-
vam simplesmente dos vivos do seu
fardamento.
Da aff.ição das sopeiras uma van-
tagem social, importantissima, deri-
Yava; O augmento apreciavel da po-
pulação a dentro das cidades onde
a Guarda se : mezendava,
As rodas dos expostos regorgita-
vam de creançada. Por todos esses
bairros, por onde a sombra fecun-
dante da mancipal passasse, uma
grazinada infantil se levantava a pro-
var que o multiplicae vos! da Biblia
não era, entre esses soldados, phra-
se, para inglez ver. Numerosos ros-
tos rechonchudos e rosados—sem-
pre a côr vermelha !—de creanças
Yinham: provar que à Guarda; a fó-
ra do quartel, não tinha ocios Quan-
tos, agradecimentos as. estatisticas
demographicas, na sua linguagem:
apparentemente fria, não encerra-
riam para ess:s incançaveis conser-
vadores da especie !
Hoje, não se ouve falar na Guar-
da Republicana, como antes se fala-
va na Guarda Municipal.
Com os seus tristes vivos verdes,
por toda a parte por onde a nova onde a nova@@@ 1 @@@
VOZ DO Povo
Guarda apparece, uma especie de
seducção se faz sentir. Já não apa-
vora como a sua antecessora, já não
contunde populares, já não trincha
fiambres. a |
As guias dos seus bigodes, des-
crevendo um arco de 180 graus, vol-
taram se, chinezmente, para o chão,
pendendo como coisas flacidas, mol-
les e inertes.
As espadas, ha perto de trez me-
zes, acommodadas nas suas bainhas,
já não esquartejam cidadãos, estan-
do, | mesmo, em riscos de se enfer-
rujarem no’ meio, da sua passiva
inutilidade.
Mas, onde a differença entre a
Guarda d’hoje e a antiga attinge as
raias duma quasi calamidade, ‘é na
sua acção sobre o coração das po-
bres creadas.
Estas, ao verem os novos solda-
dos, manteem-se geralmente indiffe-
rentes. Se, por vezes, alguma com-
moção lhes baila humidamente nos
olhos, são as saudades da sua falle-
cida mancipal quem a repacha. Se
algum sentimento se alberga nos
seus corações, mais em evidencia,
em predomínio, é o da ruina, o do
odio de morte contra o grupo de po-
vernantes que, inexoravelmente, fo-
ram destruir esse rubro alfobre de
galantes militares que, só elles, sa-
biam e podiam apagar o vulcão de
affectos, que ardia no peito de cada
creada,
A sopeira ! Voila ‘ennemi!
Hoje, em cada lar, se alberga,
pelo menos, um iniínigo das insli-
tuições. E é por isso e pelo enorme
entrave, que tal medida trouxe ao
progresso da população, que eu di:
go e redigo que muito maljfaz o
Governo Provisorio em ir arrancar,
tão inconsideradamente essas guar-
nições escarlates da Guarda, que
eram o seu sangue, a sua energia,
a sua parte dynamica emfim. é
O Governo Provisorio ainda está
a tempo de reconsiderar. Se não, é.
muito de receiar que se venha a ar-
repender. –
5 de janviro de 1grt.
Rhuy Pires.
professora, sr.“ D. Florinda Anjinho,
por seu pae, e pelo vercador da
camara municipal e disvellado pro-
pagandi-ta da instrucção popular, o
sr. Cyriaco Santos.
Os visitantes ficaram agradavel-
mente impressionados com as provas
escriptas por grande numero d’a-
lumnos, nos quaes quasi todos de
monstram uma boa applicação, sem
duvida alliada á boa vontade: da
digna professora.
sr. dr. Ehrhardt, chamou al
gumas das creanças dirigindo lhes
varias perguntas sobre o methodo.
No final, todos os alumnos canta-
ram, de pé, umas bellas estrofes do
suggestivo canto 4 Sementeira. Com
uma commovida emoção escutaram
Os presentes aquellas vozes juvenis,
vibrando n’um anhelo de conheci-
mentos e de saudação ao estudo.
E’ a segunda vez que perante os
membros da commissão auxiliadora
se fazem ouvir estas bellas estrofes.
Da primeira, além do sr. Cyriaco
dos Santos, achava-se presente o
dignissimo thesourciro, sr. Torres
Carneiro, assistindo ás provas de
aproveitamento, e já então este caz
valheiro poude apreciar quanto a
boa vontade da digna professora tem
produzido, e que elle confessou ao
fazer então uso da palavra e em
que teve expressões de muito cari-
nho para com todas as creanças €
de agradecimento para aquilles que
desinteressadamente amam a ins-
trucção; elogiando a professora. pe-
los resultados sntisfatorios, que ob-
tinha, “pois era preciso não ésque-
cer o meio em que vivemos, a má
vontade dos alumnos, c até muitas
vezes dos proprios paes, além das
dificuldades materiaes, como as dis-
tancias a que vivem muitas das
crianças que frequentam aescola.
Concordamos «inteiramente com
esta maneira de ver, e para termi
nar sejanos licito confessar quanto
foi agradavel ao nosso espirito esta
visita que nos deu a visão d’uma
nova patria conscia de seus direitos
mas aínda mais dos seus deveres.
ES
Pequena correspondencia
«PEDI
Carteira semanal
Fizeram annos:
No dia 8a sr.* D. Etelvina Ma-
g:lhães Macedo.
Fazem annos:
Hoje—a sr. D. Elisa Guimarães
Barata e Silva. E ;
No dia 20—a menina Maria Jus-
tina Pinto Serrano.
Regressaram a Coimbra, os srs.
José d’Azevedo Bartholo, e Herma-
no Marinha, ‘
Está em Lisboa, com demora
d’alguns dias, o sr. João Pinto d’Al-
buquerque.
Teve a sua delivrance a sr.* D.
Ephigenia das Neves Correia e Sil-
va, esposa do sr. Eduardo Barata
Correia e Silva.
Está entre nóso sr. Luiz da Cruz,
a a
ESCOLAS MOVEIS
No dia 10 do corrente, os srs. dr.
João Carlos Ehrhardt, e almirante
Tasso de Figueiredo, resp-ctivamen-
te presidentes da comissão muni-
cipal d’este concelho, acompanhados
pelo nosso collega Augusto Rodri-
gues, foram visitar a missão dus
escolas moveis pclo methodo João
de Deus, com séde na povoação do
Outeiro. –
Foram recebidos pela distincta
Dignaram-se pagar as suas assignaturas,
os srs. João Cardoso Alves da Cruz, Jacin-
tho d’Oliveira, João Martins da Silva, Dr.
Francisco Henriques David, Manuel Antu-
nes Clemente, Antonio Domingues da Ga-
ma, Adelino Duarte Pessõa dos Santos, Ma-
nuel Fernandes Barata, Dr, Albano Lou-
renço da Silva, Joaquim Godinho da Silva,
Augusto Esteves, Luiz Francisco Lopes, e
Manuel Martins Estrella.
Agradecemos.
HI> 1.º grI.
Et tt
Secção agricola
Adubação das vinhas
Chegou a epoca mais propria pa-
ra a applicação de adubos nas vinhas
Por isso lembramos a todos os viti-
cultores que é conveniente não dei-
xarem de as adubar, para obterem
maiores « melhores colheitas.
De mais a mais os vinhos come:
çam a ter uma certa tendencia pa-
ra subir, e por esta razão é de bom
aviso adubar convenientemente as
vinhas não só para lh:s augmentar
a prolucção mas principalmente pa-
ra a melhorar em qualidade, no que
ha todo o interesse pois que quanto
melhor forem os vinhos mais facil-
mente se vendem e melhores preços
alcançam.
Devem os viticultores aplicar nas
vinhas, para obterem melhor resul-
tado possivel, adubos completos
adequados á cultura da vinha e aos
seus terrenos, adubos estes que de
vem ser sobre abundantes em potus-
sa, porque está provado que a PO-
TASSA é o elemento que inais po-
derosamente influe para se obterem
grandes e boas producções de uvas.
Estão n’este caso os ADUBOS
COMPLETOS da marca registada
«TREVO DE 4 FOLHAS».
Aos viticultores que por qualquer
circunstancia não desejem applicar
adubos completos aconselhamos que
empreguem, por cada milheiro de
cepas:
50 kilos de Cal Azotada
100» » Phosphato Thomaz
5o » » Sulfato ou Chlore-
to de Potassio,
misturando estes adubos, espalhan-
do a lanço e cavando depois, para
enterrar superficialmente o adubo,
Abtem-se assim uma bella aduba-
ção completa que dá excelente re-
sultado nas vinhas, augmentando e
melhorando consideralmente a pro-
dução e durando o seu effeito, pe-
lo menos dois annos.
O que é indispensavel é que o
adubo seja bastante rico em PO-
TASSA, porque como acima disse-
mos, a vinha é muito exigente em
potassa e da quantidade deste ale-
mento depende o bom exito da adu-
bação,
A secção agronomica da casa O.
Herold & C.º, Lisboa, 14 Rua da
Prata, dá gratuitamente, todos os
| esclarecimentos acerca da melhor
formula de adubação, modo de ap-
plicar, quantidade a applicar etc. sem-
pre que os sr”. viticultores se lhe
dirijam a’este sentido. Os adubos
desta casa são vendidos debaixo
da marca registada «TREVO. DE 4
FOLHAS».
DD >> ——— qual
REVISTA BIBLIOGRAPIIGA
Historia das Religiões, — Li-
vro notabilissimo, livro indispensa-
vel a quantos desejam instruir-se e
progredir. Temos vivido em uma
ignorancia quasi absoluta acêrca da
historia das religiões. Chegâmos a
não saber a propria historia do Ca-
tholicismo, que mais de perto nos
interessa e agita. De modo que um
livro, conglobando a historia de to-
das as religiões, em tados os tem-
pos e em todos os paizes, constitue
um trabalho que todos devem pos-
suir, que todos devem ler c propa-
gar—o que representará um valio-
So serviço prestado á causa da ins-
trucção em Portugal, porque uma
das mais necessarias tarefas da scien-
cia consiste hoje em reconstituir a
historia das religiões.
Servindo-se dos notaveis trabalhos
de Salomão Reinach, de Beuchat,
de Hollebecque e do Barão d’OI-
bach, conseguiu Ribeiro de Carva-
lho conglobar em um só livro. por
maneira” clara, toda essa historia,
dividindo a obra em três partes, cu
ja enumeração basta para lhe mos-
trar a importancia. :
A Origem das Religiões Reli-
gião e Mythologia—Theoria da Re-
– velação priinitiva — O fetichismo —
O culto das plantas e dos animaes
—As metamorphoses—O Totemis-
mo e as fábulas—O sacrificio do
Tótem—O Sabbat—Laicização pro-
gressiva da Humanidade—A Magia
ea Sciencia— O futuro das Reli-
giões e a necessidade de lhes estu-
dar à historia—A Sciencia das Re-
ligiões não só instrue e educa, mas
liberta tambem o espirito humano.
Religiões Antigas e Religiões Ac-
tuaes.— Religiões que existem actual
mente—Religiões dos povos chama-
dos selvagens— Religiões de todos
os povos antigos—Os scus ritos, os
seus deuses, os seus sacrificios—Os
phenómenos religiosos, as suas fór-
mas e a sua natureza—Logarcs sa-
grados—Os templos—As creanças
—Os mythos—Como funcciona uma
religião—Sacerdócio e Eprejas—Es-
tudo historico das Religiões.
Christo e o Christianismo.—A Ju-
deja ao nascer Jesus — Quem foi
Christo—Exame da sua doutrina—
Os primeiros seculos do Christianis-
mo—A influencia de Platão—Chris-
to não foi o fundador do Christia-
nismo-—Falsidade da actual religião
“christan — Os concílios = Costumes
‘ de Christo e da sua pretendida Egre-
ja—Guerras entre Christãos—Atro-
cidades praticadas pelo Christianis-
mo—Crimes da Egreja—A moral
christan, inimiga da Vida, do Amor
e da Felicidade. . BN |
Como se vê, por este-“simples
enunciado dos seus capitulos, a His.
toria das Religiões é um livro nota-
vel e cuja leitura se impõe.
ANNUNCIOS |
AOS LAVRADORES
Cardoso Guedes, agricultor diplo-
mado, encarrega-se do tratamento
de arvores e plantas « com-
pras de adubos adequados ás cultu-
ras, os melhores em qualquer caso
pelos bons resultados, não corren
O lavrador o perigo de perder o di-
nheiro é as sementes péla “acquisi-
ção de formulas feitas sem criterio.
DR. MARTINS GRILLO
Medico especialista
Doenças e hygiene da PELLE
SYPHILIS o doenças VENEREAS
Tratamento das PURGAÇÕES
Tratatamento medico e cirurgico
das doenças da uretra, prostata €
bexiga.
Consultas diarias das 2 ás 6 ho-
ras da tarde.
RUA DO OURO, 292-2:º
LISBOA
Comarca da Certá
I 2.º officio I
Pelo Juizo de Direito da Comar-
ca da Certã e cartorio do segundo
officio no inventario orphanologico
de Antonio Joaquim, morador que
foi no logar das Cercadas, fregue-
sia de Villa de Rei, d’esta Comarca,
em que é cabeça de casal Maria/da
Piedade, correm editos de trinta
dias, a contar da segunda c ultima
publicação do-annuncio no «Diario
do Governo», citando o interessado
Antonio da Silva, .viuvo, ausente
em parte inserta, para assistir a to-
dos os termos do mesmo, sem pre-
juizo do seu andamento. e
Certã, 4 de janeiro de I9gLI.
O Escrivão,
Francisco Pereira de “Moura
Verifiquei:
O Juiz de Direito substituto
Ehrharat
Srs. Lavradores
Um nosso freguez do concelho de
Marco de Canavezes, escreve-nos
em 26 de outubro de igio o se-
guinte: ‘
«Devo dizer a V. 5.º que todas as
vinhas que receberam directamen-
te ou indirectamente adubações chi-
micas, especialmente. adubações
potassicas, resistiram mara=
vilhosamente ás diversas epi-
demias cryptogamicas que este
anno flagelaram.os vinhedos, A.pro-
ducção que obtive foi optima e
bastante superior á do anno findo e
de qualidade incomparavel-
mente superior.» E
Este freguez costuma empregar
Phosphato Thomaz, cal azota=
da, chloreto e sulfato de po-
tassio, etc. tb
O. HEROLD & C.* — Adubos
chímicos de toda a especie cm Lis-
boa e Porto, Éboa e Porto, É@@@ 1 @@@
ETA CRESCE e |
competencia.
A RS SBIA Row o Sur
Gravatas — Fabricam se em todos os generos por preços sem
Peçam-se labellas de preços é amostras
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VOZ DO POVO | j
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sedas, etc. etc. Machinas de
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diversos typos em folha e em cobre; fogões para sala e cosinha;
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bo de chumbo de todas as dimensões, torneiras de metal de di-
| versos typos e dimensões; grande sortimento de tulipas, bacias
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cencia; esquentadores para gaz e petroleo; pára-raios; artigos de
a SUR = 0 =
a por Augusto Rodrigues
Elegante volume ácerca
da vida do fundador do
ohristianismo. Suas ma-
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Pedidos á redacção da «VOZ
BU DO POVO»
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Solicitador encartado
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Encarrega se de tratar de todos
os assumptos judiciaes n’esta ou
n’outra comarca.
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LEITÃO & ALBUQUERQUE
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Rua do Oro, 170, 2″=ESCRIPTORIO PORENSE-Telgg*—LEQUE-LISBOA |
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Commissões e consignações, despachos nas alfandegas,
informações, remessas de encommendas para as pro-
vincias, ilhas e colonias, Acceita. representações de
quaesquer casas productoras tanto nacionaes como estranjei-
ras. Trata de liquidações de heranças e de processos commer-
ciaes de toda a natureza, estando estes assumptos a cargo do
socio gerente, Armando de Albuquerque, solicitador
RP
E
&
cPaDPaRap JE
QUINARRHENINA
Aos nossos Icitores recommendamos este especifico sempre que. preci-
sem fortalecero organismo.
Experiencias feitas por innumeros clínicos, nos hospitaes do paiz e co-
lonias, confirmam ser o tonico e febrifugo que mais sérias garantias offere-
ce no tratamento das febres palustres ou sezões, anemia, tuber-
culose e outras doenças provenientes ou acompanhadas de fraqueza ge.
tal, augmentando a nutrição e «xcitando fortemente o appetite. ;
“À venda nas boas pharmacias
Deposito na Certã —
PHARMACIA Z. LUCAS.
» geral —PHARMACIA GAMA —C. da Estrella — LISBOA
ERC EC IST E STE CS AE STR STAR
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12-Largo do Chafariz —13 Analyse
Productos chimicos e especiali-
dades pharmaceuticas |
nacionaes: e: estranéeiras.
AGOAS MINO-MEDICINAES
CO) | GRANDE VARIEDADE DE SABONETES FINISSI-
o MOS E ESSECIAS MODERNAS dos melhores
fabricantes estrangeiros. * :
s completas de urinas é azeites
RECENT D STA CSS CSN
N Y
Comarca da Certã
2 3.º officio 2
ANNUNCIO
Pelo Juizo de Direito da comarca
de Certã, e cartorio, do escrivão do
tercéiro officio, nos autos d’inventa
ro orphinologico por obito de Ja-
cintha Gonçalves, moradora que foi
no logar e freguesis do Estreito,
d’esta comarca, em que é inventa-
rante José Henriques, viuvo, do
mesmo logar, correm éditos de trin-
ta dias a contar da segunda é uiti-
ma publicação do respectivo annun
cio no «Diario do Governo». citan-
do o herdeiro lvo Henriques da Con
ceição, solteiro, de maior. edade, au-
sente em parte incerta em Africa
Occidental, filho-da inventariada,
para asssistir a tôdos os termos até
final do mesmo inventario.
Certã, 30 de Dezembro de agro.
O Escrivão
Eduardo Duarte Correia e Silva
; Verifiquei: ;
O Juiz de Direito substituto
Ehrhardt
1
Lomarca da tertã
2 1.º officio 2
No dia 22 do proximo mez de
Janeiro, pelas ti horas da manhã,
á porta do tribunal judicial d’este
juiso, em virtude do deliberado pelo
conselho de familia nos autos d’in
ventario orphanologico por obito de
Manoel Jorge, que residia no logar
do Fôjo, freguesia do Troviscal des-
ta comarca, voltam novamente á
praça, agora com o abatimento de
59/0, visto que na primeira não ob-
tiveram lançador, . para serem arre-
matados a quem maiores lanços of
ferecer acima dos valores que lhes
vão designados, os seguintes bens:
A quarta parte d’uma casa de so-
brado, ao Fundo do Ribeiro do Ai-
rado, limite do Mosteiro de São
Thyago, no valor de 5pgro réis;
o dom nio directo do foro de 106,1659
de centeio c tres quartos d’uma
gallinha, de que é emphyteuta An-
tónio Dias, residente no Fojo do
“Proviscal, no valor de 27153 réis;
o dominio directo do foro de 121,/896
de pão meado (trigo e centeio) tres
quartos d’uma gallinha e 7 e meio
litros de azeite, de que é emphyteu-
ta Antonio di Eira, do Mosteiro de
São Thyago, no valor de rogipãog
réis; :
o dominio directo do foro de 16,/930
de” centeio e 1 frango, de que é
actual emphyteuta João, Castanhei-
ra, do Carvalhal Fundeiro, no va-
lor de 12607 réis;
o dominio directo do foro de-20,1316
de pão meado (trigo e centeio) de
que é actual emphyteuta João Ma-
nuel, do Fojo da Serra, no valor de
14678 réis,
Pelo presente são citados os cre-
dores incertos para dedusirém os
seus direitos, no’ praso legal, que-
rendo, Ê
Certã, 31ºde Dezembro de gro.
! O Escrivão.
Antonio Augusto Rodrigues.
; Verifiquei:
O Juiz de Direito substituto
Erhardt Direito substituto
Erhardt