Voz do Povo nº110 05-01-1913

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A EST DA A

*re-que nós-tiramos parte-da nos-

3.º Ano

DIRECTOR

Augusto FRodrignes

Administrador
ZEPHERINO LUCAS

Editor

Luiz Domingues da Silva Dias

 

 

Certã, 5-dejaneiro de” 1913

 

VOa DO

N.º tro

POVO

 

 

Assignaturas
ADO LER. – t$pzoo. Semestre…

Pago adiantadamente

Não se restituem os originaes

Prestar culto á arvore é ma-
nifestar a gratidão que todos lhe
devemos. k

“A arvore merece mais o nos-
so. respeito e consideração do
que. o nosso semelhante merece
o respeito ‘e consideração que
muitas vezes lhe tributamos.

Todos sabem que é da arvo-

sã alimentação. Dela nos vesti- |
mos, ela nos fornece a madeira |
que aplicamos na construção dos
nossos aposentos, dos moveis de |
-que’ diariamente hos: servimos,
das pontes, dos navios que desti- |
namos a sulcar os grandes mares
eá defesa da nossa Patria, da
mobilia, bancos, carteiras, e ou- |
tros instrumentos que as crianci- |
tihas útilisan na escola para sua
educação. :

A aryore fornece-nos a lenha
com que nas longas noites de in-
verno, á lareira, nos aquecemos,
Da arvore tiramos a tinta com
que escrevemos, o oleo que tem
varias aplicações, o azeite que
constitue hoje o principal rendi-
mento de muitas familias. Da ar-
vore tiramos substancias com
que curamos muitas das nossas
doenças. À arvore beneficia-nos
tambem sob o ponto: de vista
igienico. Purificando a’atmosfe-
ra com a obsorção do anidrido
carbonico e com a exalação do
oxigenio, podemos dizer que con-
tribue assim poderosamente pa-
ra purificar o sangue dentro do
nosso organismo. A arvore exer-
ce tambem grande influencia nas
regiões sob o ponto de vista cli-
materico.’ Modifica os climas,
melhorando-os.

E” uma fonte inexgotavel de
ensinamentos e de virtudes. Ser-
ve tambem de esteio aos ninhos,
onde as avesinhas criam seus fi-
lhos que com tanto amor e de-
nodo defendem quando os me-
ninos maus lhes atiram pedras
ou tentam por qualquer outro
meio destruí-los.

D’aqui deriva o dever que as
crianças teem de não destruir os
ninhos das aves, porque estas,
comendo os insectos, prestam
relevantes serviços á agricultu-
ra e, por consequencia, ás arvo-
res e á humanidade. A arvore,
repito, alimenta-nos, veste-nos,
aquece-nos, refresca-nos, man-

boo rs.
Panel (o) BhEVAS oo do asd 5upooo réis (fracos)

 

tem-nos a vida, a saude e não

— DEE

nos lança em rosto o bem que
nos faz, é desinteressada, é ge-
norosa; não é como nós que tu-
do quanto fazemos é por egois-
mo e que em fazendo um centa-
vo de bem ao nosso semelhante,
lho lançamos logo em rosto.
Quando a maltratamos, quando
lhe atiramos pedras ou cortamos
os ramos, em troca do mal que
lhe-fazemos, põe ao: nosso – dis-
pôr os:seus frutos, sua: lenha e
seus perfumes. A arvore, dá-nos
o exemplo mais perfeito da mo-
ralidade. Fornecendo-nos | ali-
mentos, entra na formação dos
nossos tecidos, do nosso sangue,
desenvolve a nossa inteligencia,
aumenta-nos a energia moral e
é um fator importante que entra
na formação do nosso caracter.

Por todas estas razões e ain-
da pelo respeito que devemos á
nossa Patria, pois a nossa Patria
não sendo sómente os nossos
paes, os nossos avós, os nossos
irmãos, os amigos, as estradas,
as serras, os rios, as hortas, as
aguas que bebemos, a escola
onde nos educamos etc, etc, mas
tambem. as arvores queise des-
envolvem em todo o territorio
português—com o mesmo amor
com que defendemos os nossos
paes, os nossos avós, irmãos,
amigos e todos os elementos do
solo português, devemos amar,
defender e propagar as arvores
que são tão nossas amigas e que
só bem nos fazem.

Por isso a Festa da Arvore
tem uma alta significação moral
e contribuir para o seu luzimen-
to é cumprir um dever que se
impõe a todos os cidadãos de
regenerar o povo português, en-
trando como fator, não só do
desenvolvimento agricola e in-
dustrial, mas tambem dos prin-
cipios da igiene e da morali-
dade.

J. “Pires de Moura.

 

bar crsraibotapio

O jantar que os amigos politicos
do sr. dr. Antonio José d’Almeida
lhe ofereceram, constituiu uma bri-
lhante homenagem para este ilustre
parlamentar, que fez afirmações de
caracter politico a que nos havemos
de referir.

—— 9 0O00C=— =

Monte Pio Certaginense

No dia 1.º tomaram posse os no-
vos corpos gerentes desta’prestimo
sa associação lucal, cujas adminis-
trações teem sido modelares.

Os nomes que formam a nova
gerencia são uma segura garantia
da prosperidade da bememerita as-
sociação.

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

Travessa do Serrano, 8
CERTA
Typographia Leiriense — LEIRIA

Propriedade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL.

 

 

Casos diversos

As cartas—Tem tido larga dis-
cussão, na imprensa, as cartas tro-
cadas, a proposito da amnistia, en-
tre o venerando presidente da Re-
publica e o sr. Duarte Leite.

Tambem nós sômos dos que pen-
sam que elas se não deveriam tor-
nar publicas; mas tambem perten-
cemos ao numeros dos que enten-
dem não as dever discutir.

O culto do exagero — Referia
a Republica que o partido evolucio-

-nista é a unica garantia de ordem e

de estabilidade politica. Exageros

que muitas vezes nos atraiçõam o |

pensamento de quem os escreve,
mas que não deixam de causar efei-
tos perniciosos:

A crise—A final, a crise de que
toda a gente fala, parece que não
chegou a ser crise, N’um dos ulti-
mos numeros previmos que os poli-
ticos ainda haviam de instar com o
se. Duarte Leite para continuar à
frente do governo. E perece que
acertámos.

A guerra — Da enorme trapalha-
da que os jornais faziam com as no-
tícias da guerra, só resultava uma
cousa certa — os turcos: apanharem
a sua conta. Agora com as notícias
da conferencia da paz, não é menor
a confusão. Parece que uma cousa
apenas se apura—é que se tem de
voltar à guerra.

Teatro e -Club—- A subscrição
para o nosso edifício vae de vento
em pópa.

“Todos os dias aparecem os dona-
tivos. Todos os dias se fazem no-
vas ofertas de material. O patrio-
tismo não é, ainda, uma palavra vã.

DO

“Aos proprietarios

A administração do concelho man-
dou afixar editais, convidando os
proprietarios a colocar nos seus pre-
dios sinais indicativos do seu direi-
to eposse, que podem consistir num
poste onde esteja inscrito o nome
do proptietario,

Em Portugal, porem, dá-se o ca-
so bem lamentavel de que, nos cam-
pos, poucas pessoas sabem ler.

Assim, parece-nos util que os pro-
prietarios que não quizessem as
suas propriedades invadidas por ga-
dos, sublinhassem o seu nome com
um largo traço a tinta preta, o que
poderia servir de indicação aos pas:
tores.

Aqui deixamos o alvitre, para que
chamamos a atenção dos interes-
sados,

Se é justo, e natural que todos
esperem um bom serviço da Guar-
di Republicana, não menos justo é
que todos a auxiliem na sua acção,
facilitando-lhe a sua fiscalisação.

—————meaaiipeeee

No dia 1.º tocou na Praça da Re-
publica a Filarmonica Patriota, que,
como de costume, foi ouvida com
geral agrado.

 

Annuncios

Na 3.º:e 4.º paginas, cada linha….. 30 18.
N’outro logar, preço convencional

Annunciam-se publicações de que se receba

um exemplar

 

FACTOS E BOATOS

Contribuições

No dia 2 de janeiro começou: na
recebedoria dêste concelho a cobran-
ça voluntaria das contribuições in-
dustrial, renda de casas e suntuaria
e decima de juros.

As contribuições industrial e sun-
tuaria podem ser pagas em duas
prestações, sendo uma em janeiro e
a outra em julho;

a renda de casas póde ser paga
em quatro prestações, em janeiro,
abril, julho, e outubro, respectiva-
mente; ; (dm ,

a de decima de juros deve ser pa-
ga em uma só prestação, dentro do
praso de’2 de janeiro a 5 de feve-
reiro.

= cante go() ojjatime cam m
Marino da Gosta

k +

Em Tomar, faleceu o nosso “assi-
nante sr. Marino Pereira da, Costa,
director da Companhia de Viação,
homem duma. grande actividade, e
muito prestavel e dedicado aos seus
amigos.

O seu funeral constituiu uma elo-
quente manifestação de quanto era
estimado.

Desta vila foi assistir a esse. acto
o nosso presado amigo, sr. Joaquim
Nunes da Silva, amigo intimo. do
extinto.

A” familia enlutada, enviamos. os
nossos sentimentos.

aa rama res nem
Pela Camara

Sessão extraordinaria de Jo de de-
gembro de 1912

Sob a presidencia do sr. Zeferino
Lucas e assistencia dos vereadores
srs, Luís Domingues, Henrique Mou-
ra e Antono Nunes Figueiredo, te-
ve logar esta sessão.

EXPEDIENTE

Oficio do vereador sr. Ciriaco
Santos, comunicando não compare-
cer por falta de saude. Inteirada.

—Circular n.º 172; do Governo
Civil de Castelo Branco, sobre a
quota dêste municipio para a despê-
sa do Liceu Central daquela cidade.
A Camara resolveu que, á vista da
exiguidade dos. seus recursos, não
póde satisfazer tal indicação e ain-
da porque no ano anterior e tendo
contra ela reclamado, lhe foi deferi-
da a reclamação. Resolveu dar co-
nhecimento desta resolução ao ex.”º
Governador Civil e renovar a recla-
mação perante s. ex.* o Ministro do
Interior.

ORÇAMENTO

O sr. Presidente, nos termos do
art.º 130 do Codigo Administrativo,
apresentou o orçamento da receita
e despêsa para o ano de 1913. Dis-
cutido e aprovado, é mandado pôr
á reclamação, nos termos do citado
artigo.

VANHTAVWo.

VANHTAVW

 

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Pelo Mundo Literario

Confucio e Cristo

 

 

| Quinhentos anos antes de Cristo,»
já Confucio dizia aos seus discipulos:

—«O que não quizerdes que vos
façam, não o façaes vós aos outros»

E” Deshumbert quem nol-o diz na
sua Morale de la: Nature, afirman-
do ser tambem de Confucio esta pas-
sagem :

— «Saber dominar-se asi mesmo,
«para julgar os outros por compara-
ção comnosco e proceder para com
eles, como desejariamos que proce-
dessem com relação a nós, é o que
se póde chamar o catecismo da hu-
manidade; nem ha doutrina superior
a esta.»

Fosse quem fosse que primeiro
proclamou estas elementarissimas

 

Contucio

pin cietigiais
verdades, o que não oferece duvida
é que elas são a essencia de toda a
sabedoria.

Haverá quem julgue indispensavel
conceder a primazia a Cristo.

Nós, porém, entendenios que o
homem em risco de perecer n’um
incendio, por falta de uma escada
que o salve, bemdirá e abençoará
quem lhe trouxer essa escada, sem
lhe importar saber se esse alguem
é o inventor ou sequer o fabricante
d’ela. ;

O que tem o seu quê de extrava-
gante é Deshumbert dizer que estas
maximas não bastam para nos indi-
car à via a seguir, porquanto, igno-
rando nós muitas vezes o que seria
bom que nos fizessem os outros, co-
mo havemos nós de saber, de cer-
teza, O que para os outros será, ou
deixará de ser bom, para Ih’o fa
zermos ou nos abster de o fazer?
| O auctor ignora, portanto, o que
é o Bem e o que é o mal. Mas, ha
quem o saiba.

Claudio das Cabanas, por exem-
plo, o homem rustico de Lamartine,
conforme noutro ensejo demonstrá-
mos já…

Luiz Leitão.

E —— e3600e— mm
Imprensa

Recebemos a visita do nosso no-
vo colega de Alemquer, O Sol, a
quero desejamos todas as prosperi- ‘

ades,
— SAD MIS > —

| Osr. dr, Eduardo de Castro,
ilustre facultativo municipal do con-
celho de Vila de Rei, filiou-se na
União Republicana.

CRS A EE E
O director do Colegio das Mis-
sões Ultramarinas foi superiormen-
te autorisado a verder uma casa si-
tuada em Leiria, pertencente áque-
le inssituio de ensino,
fiat a doi ie
Feira

Na. proxima quinta-feira, e no
mesmo local, realisa-se na Certã,’a
primeira feira trimestral do corren-
te ano,

 

VOZ DO POVO

Quando triunfará o Bem contra
o Mal?
“A proposito da guerra dos Balkans)

Sob esta epigrafe inseriu o nosso
colega de Lisboa 4 “Voz do Opera-
rio, no numero de 1 do corrente
mez, um belo artigó do antigo jor-
nalista sr. Pedro José de Carvalho,
a quem o partido operario deve
assinalados serviços, artigo que cons-
titue um grito da alma contra a es-
pantosa carnificina que a guera tem
produzido nos Balkans.

Com a devida venia transcreve-
mos o artigo para o qual chamamos
a arenção dos nossos estimaveis as-
sinantes e leitores. E! o que segue:

Filosofos altruistas, que tendes consu-
mido tempo, inteligencia e trabalho, propa-
gando o Bem, a Paz, a Confraternidale,
velai-vos, que as vossas palavras, as bellas
doutrinas que tendes lançado ás auras, pa-
ra que, de vale em vale, de serra em serra,
das cidades ás aldeias, vão congraçar a hu-
manidade nas risonhas estancias do amor,
resvalam na ferocidade abominavel que
agita os homens, impelidos pelo genio do
mal,

Roncos de leão que amedrontaes a fauna
das florestas asiaticas e africanas, como
pareceis simples nota de ruidosa musica
ante os rugídos devastadores e mortiferos
dos monstros de-aço, fabricados pelos,ho-
mens, para destruir cidades e arremessar

“para as escuridões da morte, entes huma- |

nos,—crianças, velhos, mulheres e moços
vigorosos! l :

Desenfreada ambição, cubiça do poder,
torna os homens, hoje como hontem, ran-
corosus féras, n’um esfecelamento horro-
Toso, negação dos sentimentos nobres, ele-
vados, de concordia e amor! í

Odio de nacionalidade, odio de religião,
manifestam-se no seculo XX, com o mes-
mo furor, ou talvez ainda com mais inten-
sidade, como nos seculos preteritos, nos
quaes a civilisação não se vangloriava de
1r tão alta como hoje.

Continuam potentados audazes, firmes
no direito da força, cimentando seus tro-
nos de glotia com a sangueira que a jor-
ros corre nos plainos do Oriente. *

E as hostes do trabalho largam o arado
e o malho; e vão, caminho da morte, em
busca dos trofeus da vitoria, que nada lhes
aproveita a eles, combatentes.

Metralhados por terriveís armas de guer-
ra, caem mortos milhares e milhares de
homens, em poucas horas, e muitos mutil-
lados enchem o ar com os seus gritos afli-
tivos, pelos sofrimentos atrozes das car-
nes rasgadas nos combates asselvajados
em que os homens sobrelevam, talves, Os
felinos, em’ferocidade.

Após os morticinios, vem o alfange da
peste atulhar mais valas de corpos inani-
mados, vitimas. dos rancores e ambições,
oprobrio que avilta a humanidade.

E os negros corvos esvoaçam nas vas-
tas necropoles d’estas medonhas hecatom-
bes, espicaçando os membros hirtos dos
infelizes que baquearam, grasnando con-
tentes no voraz banquete da carne morta !

Nas selvas vôam aves canoras, trinan-
do musica alégre e amorosa, á luz do sol
que, nas etereas regiões, fulge com todo
o seu explendor quente e vivificante.

Os sabios, simples e bons, labutam no
silencio de seus gabinetes, na alruista
preocupação de espalharem por toda a
parte o Bem, emquanto os canhões, pro-
duto do engenho humano, vomitam a mor
te por onde passam em furiosas carreiras.

Filosofias que evangelisam a paz e o
amôr, derrubadas, espesinhadas, porque
acima de tudo está a ambição do mando,
do poderio, do avassalamento.

E assim, caminhar-se-ha sempre ?

Nunca a humanidade chegará à terra da
promissão :

Jámais a Paz poderá abrigar nas dobras
do seu manto, a humanidade ? :

Não conseguirá o Amor unit-nos a to-
dos n’um indissoluvel amplexo?

Quando deixará um homem de vêr em
outro homem um seu inimigo?

Nunca, nos horisontes do provir, logra-
remos vêr raiar a aurora de uma nova
época, em que não se ouça a horrenda voz
dos canhões, mas só musicas dulcissimas,
canticos de confraternidade universal?

Os filosofos altruistas do Bem, as hostes
da Paz, os pacificos trabalhadores, nunca
terão a dita de vêr os seus esforços coroa-
dos de resultados praticos, em beneficio da
humanidade ?

Nunca o tumultuar humano se transfor-
mará, de aspero matagal, em mimoso jar-

dim!
Pedro de Carvalho.

Que o sr. Pedro José de Carva-
lho prosiga na defêsa dos grandes
ideaes, propaganda que, embora
cheia de contrariedades e desgos-
tos, é para’ todos, principalmente
para o elemento operario, utilissima
e proveitosa,

 

SUBSCRIÇÃO

para a construção d’um deito pa-

ra Club e Teatro, na Certã
Transporte… 3:4308850
J. Pestana dos Santos —
Pernambuco: -…. 208235

Soma… 3:4518085
Material para construção

José Matias—Muro—r2 pinhei-
ros. Antonio Nunes da Silva-—Cer-
tá—idem. José Simão-—Casal da
Estrada—z, ditos.

A Comissão, receiando qual-
quer falta, agradece, por es-
te meio, todos os donativos

subscritos.
O Presidente,

A. Sanches Rolão.

JU tons

AS MÃES

(Conselhos)
Propaganda a favôr das crian-
ças e do-melhoramento da
raça portuguêsa pela Mise-
ricordia de Lisboa

ALEITAMENTO NATU-
RAL

 

O LEITE
o DA MÃE
PERTENCE
AO FILHO

 

 

 

O aleitamento natural ao peito é
o melhor devendo a mãi fazer todo
o possivel para amamentar o filho.
Só «em casos muito excepcionais, e
depois de consultar um medico, é
que a mãi deve dar o filho a criar a
outra mulher ou alimentá-lo a bibe-
ron. Muitas vezes mesmo que não
se tenha leite nos primeiros dias,
êle aparece mais tarde;

Uma mãi nunca deve deixar o seu
filho, antes de oito mêses, para ir
criar um estranho.

“Fazer isto constitue um cri-
me.

Logo: no: dia em que nasce e no
imediato, a criança deve ser apre-
sentada ao peito, pois ainda que a
mãi nessa ocasião não sinta leite,
segrega contudo um liquido que é
excelente para as primeiras horas
da vida,

Quando a secreção de leite fôr
muito pequena, pode dar-se, (ainda
que não é indispensave) 10 à 20 co-
lheres de chá, de agua fervida, mor-
na e assucarada.

Não. esquecendo, que os micró-
bios abundam sobre a péle humana,
deve a mãi quando va dar de ma-
mar ao filho ensaboar as mãos, e
em seguida lavar com agua fervida,
morna, os bicos dos peitos e a bôca
da criança, lavagem que, repetirá
quando acabar a mamada, evitando
assim a infecção.

Nos primeiros mêses, as mama-
das devem dar-se durante o dia, com
duas horas e meia de intervalo, sal-
vo quando haja indicação médica.
em contrario. Suponhâmos que a
primeira mamada é ás 7 horas; te-
remos então :

DURANTE O DIA

 

A 1.º mamada ás 7 horas.
A 2.º mamada ás q horas e
meia,

| DURANTE A NOITE

 

 

A 3º mamada ás 12 horas
(meio dia).

A 4.º mamada ás 14 horas e
meia (2 e meia da tarde).

A 5.º mamada ás 17 horas (5

 

horas da tarde),
A 6.º mamada, às 19 horas e
meia (7 e meia da tarde).

 

 

 

De noite basta dar-lhe duas vêses
o peito.

A 7: mamada ás 22 horas (10
horas da noite).

A 8.º mamada às 4 horas da
manhã.

 

 

 

Depois dos seis mêses de idade
deve aumentar a tres horas o inter-
valo entre as mamadas.

E” muito conveniente habituar a
criança depois dos seis mêses, a
não mamar no meio da noite.

A mãi deve alimentar-se bem,
evitando, todavia os excessos de
carne e de vinho puro, e sobretudo
de alcool e licôres que tornam o
leite perigoso para a criança. Deve
fatigar-se o menos possivel, dormin-
do pelo menos seis horas cada noite.

 

O QUE NÃO DEVE ES-
QUECER

As mamadas devem ser a
horas fixas, e os seios da
mãe e a boca da criança,
lavados em cada mamada.

A mãe deve comer pouca
carne e não usar vinho pu-
ro, e bebidas alcoolicas.

 

 

 

(Continua)

 

Carteira semanal

TR
Fazem anos:

Hoje, o sr Antonio Nunes de Fi-
gueiredo.

No dia 7, a sr. D. Alice Gonçal-
ves Marinha.

No dia 8, asr.” D. Itelvina Ma-
galhães Macedo.

Esteve em Lisboa, o nosso assi-
nante sr. Henrique Pires de Moura.

Esteve em sua casa do Brejo,
com: pouca demora, o nosso estima-
do assinante, sr, Floriano Bernardo
de Brito.

Regressaram a esta vila, o nosso
assinante sr. Demetrio da Silva Car-
valho, sua esposa e filhinha Fer-
nanda,

Ha bastante tempo se encontra
doente a sr.* D. Herminia Augusta
Romão, professora oficial da fre-
guezia do Mosteiro, esposa-do sr.
João: Martins e irmã do sr, Artur
Maria Romão. Desejamos o seu
completo restabelecimento.

No dia 28 de dezembro ultimo,
realisou-se o casamento civil e reli-
gioso do nosso presado amigo e as-
sinante, sr, Antonio Nunes de Fi-
gueiredo com a sr.* D. Carlota de
Almeida Maio, filha do falecido se-
cretario do nosso municipio, José
de Almeida Ferreira Maio, que foi
uma das primeiras figuras da Certã.

Serviram de madrinhas as sr.”
D. Maria do Sacramento Lemos
Nunes e D. Ernestina da Conceição
Maio Martins, e padrinhos, os srs.
Antonio Eugenio de Carvalho Lei-
tão e João Martins.

Os noivos, que se distinguem pe-
las suas excelentes qualidades de
caracter e de coração, são dignos
das maiores venturas, as quais, mui-
to sinceramente, lhes desejamos.

Teve a sua delivrance a sr.” D.
Etelvina de Magalhães Macedo, es-
posa do nosso assinante, sr. Acacio
de Macedo.

Vimos nesta vila, de. passagem
para Lisboa, o nosso. assinante sr,
José Dias Bernardo, empregado no
Governo Civil de Lourenço Mar-
ques. –

Acha-se quasi restabelecido, com

 

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.

VOZ DO POVO

 

o que muito folgamos, o sr. dr. An-
tonio Adolfo Sanches Rolão.

Ainda não está completamente
restabelecido o nosso presado ami-
go, sr. Ciriaco Santos, o que muito
sentimos, fazendo votos para que,
dentro em breve, o vejamos resta-

belecido.
— — <320600€6–—.—…

Registo Civil

O movimento de registos de 25
a 31 de dezembro no concelho da
Certã foi:

NASCI CNAS paris 8
Obitosie pap a o É

 

Pequena correspondencia

Antonio Valentim da Silva —Re-
cebemos o vale de correio, que agra-
decemos.

a mm

Revista bibliografica

 

Ondulações–Volume de «versos,
por Julio Gaspar Ferreira da Costa.
Recebemos. O seu preço é de
300 réis e vende-se na Rua das Tri-
nas, 48, 2.º, Lisboa.
— ppt —

Preços dos generos, no mer-
cado de 21 do corrente:

Feijão branco, alqueire. | 960 réis
»- encarnado » do »
» frade Do, 7oo »
Grão, » 760 »
Milho, v oo »
Trigo, » 7ão »
Centeio, » 720 »
Batata, » 320 »
Fava » 700 »
Ovos, tdugia. dean 200 »
Galinhas, cada… ……. 5oo »
Hrangos, pl catia e 51200 rd
Coelho manso, cada…. 200 »
2. ADIAVOS Mia ra OQ
Perdiz, Djagas crvDO;
Cabrito, cada, 5oo a… 550 »
Queijos de ovelha, cada 240 »
» da serra quilo.. 440 »
Castanha, alqueire….. 720 »
Sardinha, cento a 400€e. too »
Vinho, almudg,…….. 18000
ENIZE IPEN IO e cio lee rrao 320: »
Carne | Toucinho…… 320»
de «Lombo… 440 »
porco [Chouriço…… 640 »
Maçãs, quarteirão… … 60.»
Pescadal ko. os 200 »
FSaldalqueinen 300 »
Couveycidamiiasa 46 20»
2 para despôrcento 200»
Nabos, molho……… 20 »
feito alitnont ser 8o »
Carne de vaca kilo…. 270 »
» dechibato »’…. * 200 »
— o pata ——

AOSUNTOO AGRILLAS

A Purgueira e o Cloreto de
potassio na cultura da
batata

A batata, como todas as plantas,
tem as suas exigencias especiais, ás
quais é indispensavel atender para
se alcançarem as mais abundantes
colheitas. E” a potassa o elemento
que mais necessita a batata, sendo
devido á sua influencia que se, for-
mam os tubercuios grandes e sãos,
mas a maioria dos lavradores unica-
mente emprega adultos organicos,
estrumes, lamas, lixos, purgueiras,
sendo poucos os que empregam os
adubos mais apropriados, como são
os adubos completos que, fornecen-
do de todos os elementos que a
planta precisa, azote, acido fosfori-
co e potassa, não só dão muito
maior produção de batatas mas não

 

exgotam a terra. Os adubos com-
pleros da marca «Trevo de 4 Fo-
lhas», especiais para a cultura da
batata, dão todos os anos excelen-
tes resultados, visto terem as dosa-
gens convenientes e estarem no es-
tado perfeitamente apropriado se-
undo as terras e as exigencias da
atata.

Com respeito á Purgueira, que
tão largamente é usada na adubação
da batata, embora forneça á terra
unicamente o azote, é uma aduba-
ção muito boa quando este adubo
seja absolutamente bom e garantido.
A Purgueira da marca registada
«Extra-Almirante» é a mais supe-
ri r Purgueira do mercado e a que
reune todas as melhores qualidades
inerentes a um produto de confian-
ça. São estas as condições a que
devem olhar os lavradores que de-
sejam alcançar colheitas abundantes
e remuneradoras. Não se devem,
contudo, esquecer os lavradores,
que a potassa é indispensavel á ba-
tata, e que, empregando a Purguei-
ra, só lhe dão o azote; aconselha-
mos, pois, a aplicarem de 15 a 25
quilos de cloreto de potassio na ter-
ra em que empregarem uma saca
de 75 quilos de Purgueira. O clore-
to de potassio convém ficar muito
bem misturado com a terra para
não ficar em contacto com as bata-
tas de semente, Mesmo que não. se
empregue a Purgueira, e empregan-
do Ricino, estrumes ou lamas, é da
maior vantagem aplicar tambem a

“potassa, visto ser a principal neces-

sidade da batata. s
Aproveitamos a ocasião para lem-

brar aos lavradores que é agora

tambem boa epoca de aplicar os
adubos nas culturas de vinha e oli
veiras,

Em todas as sucursais da casa O.
Herold & C.º, de Lisboa, Porto,
Pampilhosa do Botão, Regoa e Fa-
ro, encontram-se de todas as quali-
dades de adubos para, expedição
imediata, podendo as encomendas
ser dirigidas á sucursal da ária em
que estiverem as propriedades.

Farinhas e cereais

A farinha que se deve empregar
tanto na cosinha como na pastelaria
éa de trigo, principalmente a da
variedade conhecida por. tr go du
ragio.

A maior parte. das falsificações
das farinhas, diz M. Bayen, fazem-
se com a mistura de farinha de ce-
vada ou de aveia, com fecula de ba
tatas, de favas e de milho, em pó.
Muitas vezes para essas misturas
fraudulentas, empregam-se argilas
brancas e finas. :

Quem, porém, se dirigir ao padei-
ro que fornece o pão quotidiano pa-
sa casa, tem quasia certeza de com-
prar farinha de boa qualidade, que
é empregada pelos padeiros e pas-
teleiros mais afamados.

A farinha de aveia, submetida a
um sistema particular de moagem,
que lhe tira o seu involucro exte-
rior e duro, produz uma especie de
farinha granulada, da qual se fazem
sopas muito agradaveis e nutritivas

A farinha de milho, que é sensi-
velmente amarela e aromatiça, está
em uso sómente para preparação
das paspas, ou polenta, e diferentes
entremeios doces. :

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PRODUTO TONICO E SOBRE.
ALIMENTAR PARA O DESEN
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PRAÇA DA REPUBLICA

 

 

COMARCA DA CERTÃ

1.º oficio

No-dia 19 do proximo mez de ja-
neiro, pelas 12 horas, á porta do
tribunal d’este Juizo, em virtude
dos autos civis d’execução que o
Ministerio Publico move contra Jo-
sé da Silva, viuvo, residente no Ca-
sal de Santo Estevam, freguesia do
Cabeçudo, são postos em praça,
para serem arrematados a quem
maiores Jlanços oferecer acima da
sua avaliação, os seguintes bens, a
saber:

1.º—Um quintal com aliveiras,
situado ao fundo da rua do Casal
de Santo Estevam, alodial, no va-
lor de 52:%000 réis; – :

2.º-O dominio util d’um praso
foreiro a José Nunes Mata, do Car-
pinteiro, em 27!, 88 de pão meado
(trigo e centeio) e uma galinha,
constituido em um cerrado com oli-
veiras e casjanheiros, situado junto
ao Casal de Santo Estevam, e no
valor de roomooo réis;

3.º—Uma terra com onse olivei-
ras, situada no limite do Ribeiro,
da mesma freguesia, no valor de
48000 réis

Pelo presente são citados os cre-
dores incertos para deduzirem seus

direitos, querendo, no praso legal.

Certã, 23 de dezembro de 1912.
O Escrivão |
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei
O Juiz de Direito
2 Sanches Rolão 2

João da Silia Carvalho

CERTÁÃ

ADUBOS QUIMICOS para a cul,
tura do TRIGO e outros cereais-
FAVA, BATATA, VINHAS e
OLIVEIRAS.

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lhe vendemos areia e outras materias
sem v:’or, os adubos são preparados
diante do’ comprador, tendo as sa-
cas o pêso garantido de So quilos.

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de arvores e plantas doentes, com-
pras de adubos adequados ás cultu
ras, os melhores em qualquer caso
pelos bons resultados, não correndo
o lavrador o perigo de perder o di
nheiro e as sementes pela acquisi-
ção de formulas feitas sem criterio.

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diversos typos em folha e em cobre; fogões para sala é cosinha;
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bo de chumbo de todas as dimensões, torneiras de metal de di-
versos typos e dimensões; grande sortimento de tulipas, bacias |
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quaesquer casas productoras tanto nacionaes como estranjei-
ras. Trata de liquidações de heranças e de processos commer-
Ciaes de toda a natureza, estando estes assumptos a cargo do
“socio gerente Armando ‘de Albuquerque, solicitador