Voz da Beira nº145 31-12-1916

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AVENÇA

N.º 145

 

REDATOR PRINCIPAL:

Fructuoso Pires .

ADMINISTRADOR E EDITOR:

A. Pedro Ramalhosa

z

Redação e ddminisiração:
7 “Bu Br. Santos Valente
| CERTÃ

RE

“ Assinaturas

-» d <
Amno, 19200 réis; Semestre, 600 réis
Brazil, (fracos) 558000 rs. Avulso, 30 rs.

Propriedade da Empreza da Voz-da Beira

ANO NOVO

Mais um ano é volvido na am-
pulheta do tempo, ea historia com-
pleta mais um capitulo no registo
da humanidade.

A perfeição moral que devera
atrair todas as atenções dos ho-
mens, como para um scopo de
grande interesse humanitario, é, to-
davia, relegada para um plano, in-
ferior na ordem dos interesses co-
muns, e jaz sacrificada ao egoismo
da maior parte. |

De ano para ano, pode-se bem
dizer que a humanidade, apesar de
todos os avanços feitos através das
artes e descobertas, com que pre-
tende enriquecer o patrimonio da
sciencia, pouco ou nada progride
na escala do bem, em ordem a ga-
rantir ao individuo e á familiauma
situação de independencia.

– Abusa-se da Liberdade, zomba-
-se da Justiça, calca-se a pés o Di-
reito! Quanto mais se progride nas
conquistas materiais, tanto mais es-
pinhosa se torna a vida, açulada
por ambições novas que se não
compadecem do bem estar geral.
Cada um só pensa de si, e um ano
mais que passa é mais uma consa-
gração ao egoismo-triunfante. De-
baixo dêste ponto de vista deve-
mos concordar que as camadas
componentes da sociedade actual,

– servida. por uma lista interminavel
de descobertas que fazem apoteo-

aU TOBicssO? estã INOTaARnCilo

ao PproBressp”
PEGRESS His

se estã moralmente
muito aquem gerações passa-

das. A noção de justiça, mercê da
“brandura dos nossos costumes mol-
dados numa civilização efeminada,
vai muito obliterada nos espiritos.
Fere-se em plena praça; rouba-
-se á vista de todo o mundo; trans-
torna-se o sentido das leis; nivela-
-se o crime à virtude; escarnece-se
«do pundonor; admira-se a honesti-
dade…
E este modo de sentir, pena é
lizê-lo, observa-se com uma inten-
sidade, progressiva ao passo que
nos aproximamos dos grandes cen-
tros onde a civilização tem mais ra-
“dicadas as suas conquistas e a ins-|
trução faz mais luz,
| À inteligencia do homem, des-
lumbrada” com os meios que a scien-
cia dia a dia lhe traz, pensa em ser-
— vir-se de todos eles indiferentemen-
te, sem respeito pelas convenien-
cias alheias nem consciencia dos
resultados que se seguem.

– — Embota-se-lheo sentimento, pou-

co a pouco, pela falta de correcti-
vos que lhe eduquem a vontade,

Certã, 31 de Dezembro de 1916

SEMANÁRIO INDEPENDENTE

OEFEZA DOS INTERESSES

DE COMARCA DA CERTA

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS

q —

dominando-lhe os impulsos arreba-
tados, e mo meio dêste viver irre-
flectido medram violentos os ins-
tintos do Crime.

Se uma forte campanha educati-
va não vier pôr termo ao excessi-
vo abuso quê hoje se faz do revól-
ver e doutros meios de destruição
como o punhal, os toxicos, etc.,
tristes dias se nos anunciarão sem-
pre que o Calendario marque mais
o começo dum novo ano.

“E preciso repôr a sociedade no
lugar que lhe compete na escala
dos seres vivos. Deixemos ás feras
servirem-se das armas que a natu-
reza lhes deu para sua defesa e
proveito. Ao homem, rei da cria-
ção, fortemente ajudado pela inte-
ligencia, que bem educada lhe di-
tará até onde chegam os seus di-
reitos, não fica bem a crueza de
sentimentos ferinos em que por ve-
zes se expande a sua colera eo
seu egoismo.

Cada ano mais que corre no tem-
po deve ser uma lição moral para
todos é não uma refinação de mal-
dade. Só a virtude é bela e capaz de
trazer a felicidade ás familias e aos
povos. Por ela, pois, nos devemos
esforçar, para que pelos anos alêm,
cada vez que mais um janeiro ro-
lar sobre nossas cabeças, possamos
colher a esperança dum futuro ano
auspicioso, sem receios nem tre-
mores pela sorte dos que nos são
caros. ;

A melhor sociedade, diz alguem,
seria aquela em que todos se res-
peitassem. Cumpre por issó que se
radique no povo esta pratica subli-
me de moral, para que todos pos-
samos a vir gozar anos felizes.

– Camara Municipal

Sessão de 21 do corrente

Presidencia do sr. dr. Virgilio Nu-
nes da Silva, secretariado pelos srs.

| Carlos David e Costa Mouga.

—Discutiu e aprovou os orçamentos,
ordinario para 1917, com alterações, e
o suplementar do corrente ano.

—pDiscutiu e aprovou as contas da
gerencia de 1915, com declaração de
voto do sr. dr. Ernesto Marinha, que
julga ilegal a sua apresentação nesta
sessão. Wir

— Discutiu e aprovou a proposta so-

bre lançamento de impostos na expor-
tação de madeiras, lenhas e carvão ve-
getal. Foi encarregado o vereador sr.
L. Domingues e outrosyde elaborar o
respectivo regulamento para a cobran-
ca dêste imposto. Esta proposta foi re-
geitada pelo sr. dr. Marinha.

—Sobre proposta do sr. L. Domin-
gues, foi votada a verba de um conto
“de réis para subsistencias publicas.

—Aprovou o orçamento de ea

ção Primaria,

Anuncios
Na 3.º e 4.º paginas cada linha, 50 réis
Noutro logar, preço convencional
Annunciam-se pullicações de que se
receba um exemplar
Não se restiluem os originaes

 

Bois de respeito

O nosso presado colega a Folha de

Trancoso, dá-nos a seguinte noticia |

que com a devida venia transcreve
mos para conhecimento e incentivo dos
nossos lavradores:

Ha poucos dias foi vendida em Vi
zeu uma junta de bois por 126 libras,
ou sejam 567%000 reis.

E” o preço maior por que se tem
vendido 2 bois naquela região, pois os
que na Feira Franca de Setembro lá
deram maior preço foram vendidos
por 125 libras.

O dono destes bois ganhou neles,
nos 14 mezes-que os teve nada menos
de 76 libras ou sejam 342%%000 reis,

Vendeu na mesma ocasião mais 3
juntas, ao mesmo marchante, uma por
98 libras, outra por 96 e outra por 84.

Ganhou ao todo, nos 8 bois, que
sustentava em sua casa, e que a não
ser a junta de 126 libras que susten-
tou 14 mezes, não tevê por mais de 8
mezes,—nada menos de 8oribooo réis
—ou 178 libras.

Ora assim já se pode criar gado.

Chama-se a isto um lucrozinho de
arregalar o olho,

Maravilha mecânica –
da AGE neces

Certo colecionador londrino Mr. Tem-
ple, posfãe a mais minuscula caixa de
musica que se conhece em todo o mup-
do. Basta dizer que apd “metida num
“Oprimido tita Pequenina mola o
microscópico mecunismo põe-se em
movimento, fazendo ouvir varios tre-
chos de musica.»

Como se pode calcular, para ouvir
estes trechos musicais é indispensa-
vel chegar o anel ao ouvido.

A maravilhosa obra: mecanica data
do seculo XVIII. | «

Lei de excepção

O sr. Ministro da Guerra, apresen-
tou ao Parlamento e este aprovou a
seguinte lei que convem conhecer:

Artigo 1.º—0O oficial ou sargento do
exercito ou da armada, arguido de
qualquer dos crimes de traição, espio-
nagem, insubordinação, coligação, re-
volta, sedição militar ou cobardia, co-
metido durante o estado de guerra,
dentro ou fora do teatro da guerra,
mas a que não caiba a pena de morte,
nos termos do decreto n.º 2867, de 30
de novembro de 1916, será demitido
pelo ministro da guerra ou da marinha,
logo que contra ele seja mandada ins
taurar a acusação, nos termos do arti-
go 208.º do Codigo do Procésso Cri-
minal Militar, de 16 de março de 19rt.

$ unico, Se o arguido for funciona-
rio civil será demitido nas mesmas
condições pelo respectivo ministro,

Art. 2:º—0Os processos relativos aos

crimes mencionados no artigo anterior
e cometidos fóra do teatro da guerra
seguirão os seus termos até ao julga-
mento, que poderá ser espaçado pelo
tempo que o ministro da guerra ou da
marinha julgar necessário, por causa e
durante o estado de guerra.

$ unico. Os reus aguardarão o jul
gamento, sob custodia, no lugar desi-

gnado pelo governo, em qualquer pon-;

to do territorio da Republica.

Art.º 3.º—Os tribunais militares pas-
sam a ser constituídos, dentro ou fora
do teatro da guerra, nos termos pres-
critos, respectivamente, pelo Codigo
de Justiça Militar de 13 de Maio: de
1896, e pelo-Codigo de Justiça da Ar-
mada, de 1 de setembro de 1899.

Art. 4º—O oficial ou sargento, ou
o funcionário civil que for absolvido
poderá requerer ao respectivo minis-
tro a sua reintegração, que pelo gover-
no lhe será ou não concedida, confor-
me as circunstancias especiais do re-
querente e as necessidades da discipli-
na.

Art. 5.º— A presente lei entra . ime-
diatamente em vigor e aplica se aos
factos anteriores á sua promulgação.

Art. 6.º—Fica revogada a legislação
em contrario.

EM DADO

Com sua esposa chegou a, passada
SEBAS el PBPAoR DANA EA cure
da Companhia da Zambezia

Os nossos cumprimentos. |

Assassinato

No dia 24 do corrente, às 18 horas

pouco mais ou menos, proximo da ta-
berna da Portela de Oliveira, fregue-
sia de Sernache do Bomjardim, foi
assassinado com um tiro de pistola,
Manuel Rodrigues ou Manuel Bento,
casado, comerciante, das Besteiras, fre-
guesra e concelhogde Ferreira do ‘Ze-
zere ignorando-se nté agora quem te-
nha sido o autor do crime. Comunica-
do o facto à Administração deste con-
celho; partiu para o local do crime, o
Administrador, sr. Antonio Augusto
Rodrigues que fez remover o cadaver
para esta vila, afim de se proceder a
competente autopsia, ao mesmo tempo
que detinha para averiguações e fazia
conduzir ás cadeias, a proprietária da
taberna e uma sua filha que parece
ter sido a movel do crime.

Na Administração do Concelho está-
se procedendo a competente investiga:
ção ao mesmo tempo que no Juizo de
direito se instaurou o competente cor-
po de delito. j

O sr. Administrador do Concelho
parece estar seguindo um caminho
que o levará a desvendar o misterio,

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Recita infantil,

Não pode realizar-se hoje, como ti-
nhamos anunciado, a recita infantil pro-
movida pelo sr. Dr. Fernando Matoso
por lhe terem surgido à ultima hora
dificuldades que se não poderam reme-
diar a tempo. ;

Por tal razão foi adiada para a pro-

, ximo dia 6 de janeiro eo programa

* Eduardo. .

2: Maria…

difinitivamente assente é o seguinte:
1.º PARTE

“Fumiculi-Huniculá.—(Coro), Letra
do Ex.”* Sr. Carlos Ascensão, cantado
pelas meninas: Fernanda Seabra, Ofe-
lia Pires, Constança Lopes, Maria do
Carmo Magalhães, Ruth Valente, Isau-
ra Ascenção, Mimi Pires, Ema Mar-
tins e Lourdes Branco e pelos meni-
nos Antonio Andrade, Jorge Ascensão
e Nuno Ascensão.

Os Fantasmas — Comédia em 1 acto.
; Joana….. menina Ofelia Pires

» Constança Lopes
Elena….. » Isaura Ascensão
Cuizaio » Mimi Pires

menino Antonio Andrade
Alfredo .. » Jorge Ascensão
O Guloso.— Monologo pelo menino
Jorge Ascensão.
Os Patos.— Dueto pela menina Fer-
nanda Seabra e pelo menino Antonio

Andrade. :
2º PARTE

Velhacarias Infantis — Comedia em
1 acto.

Emilia…. menina Fernanda Seabra
Augusto… menino Antonio Andrade

Vou “Recitar… — Monologo pela
menina Mimi Pires.

Com dor de dentes —Monologo pela
menina Maria Constança Lopes

At! Ai! Titi!— Cançoneta pela me-
nina Fernanda Seabra.

MARI DES

As ideias de Bébé —Comedia em
1 acto. k
Amélia, menina má. Isaura Ascensão
Margarida, » de bom F

coração………. Fernanda Seabra
Bébé, pequeno endia-

brado………… Jorge Ascensão
| Casamento da Boneca —Monologo
pela menina Fernanda Seabra.

Nos anos da mamã —Monologo pe-
la menina Mimi Pires.

Bábá! Bébé! Bibi! -—Terceto comi-
co pela menina Fernanda Seabra e pe-
los meninos Antonio Andrade e Jorge
Ascensão so a

Este programa pode ser alterado por
qualquer motivo imprevisto. |

— FOLHETIM
* Descrição da Vila da Gertã

Pelo Almoxarife Clau-

dio de Menezes e Cas-

“tro (1), dirigida ao Prin-

cipe do Brasil D. João
VI em 1794

“Ea vila da Certãa segunda do Prio
rado ‘do Crato pela sua antiguidade e
numero dos seus habitantes. Está si-
– tuada quasi no centro do Priorado ;
pois distando do Crato, que lhe fica ao
nascente, doze leguas, distará seis do

– ultimo termo da Víla de Oleiros da)

parte do norie. Foi fundada a Certã,
“na mais corrente opinião, por Sertorio,
4 anos antes do nascimento de Jesus
[ie j
Na etimologia do seu nome variam
os autores: a antiga geografia Nubien-
se lhe dava, e há muitos seculos, o no-
me que hoje conserva.
Nas armas desta vila, que se vêem
– no capitel do seu pelourinho, e em uma
lapide cravada na parede da sua Ma-

(1) Padre Claudio de Menezes e Castro, pro-
fesso na Ordem de Palmela, já era almoxorífe
em 1788. des eg

VOZ DA BEIRA

SECÇÃO LITERARIA
POR QUÊ?

Eu q’ria que me dissesses,
Se pudesses,
Minha flôr!,—
Porque andas tão pensativa, —
Sempre intratável, esquiva
Aos meus protestos d’amôr !…

Se soubér’s como este peito,
Já desfeito
Por te amar,
Te estremece loucamente
Has-de viver mais contente
P’ra minh’alma aliviar!

Se descubro no teu rosto
Indisposto
algum desgoslo,
Fico agitado e tristônho !
Sinto n’alma entristecida
A impressão dolorída
D’um sofrimento medônho!

Quero vêr-te sempre airosa
Graciosa
Maripósa,—
Encantadora mulher !… ,
Tuas dór’s, teus sofrimentos
Teus queixumes, teus lamentos
Tambem me fazem sofrer!

“Da tua voz nos arpejos
Ha desejos
De mil beijos…
Quem t’os pudesse apagar !
Corre a mim,—vem ler comigo. …
Quero ser teu dóce abrigo, —
— Quero teu sono embalar !…

Quero oscular o teu seio,

—Dóce enleio,

Em devaneio,—
Num arfar saudoso e brando…
Quero cobrin-te de beijos, —
Saciar estes desejos,
E depois… morrer sonhando !..

Correia da Silva.
ME tejes

DIVAGANDO,,,

Impressões nostalgicas dum certaginensa

E” nesta quadra (o Natal) que mais
profundamente sentimos, a quando
ausentes da terra que nos foi berço, a
mais intensa saudade alanceando-nos a
almaem recordações dum passado que
foi, ora brumoso, ora brilhante como
a Estrêla da Manhã,

Quadra bemdita. Ela nos proporcio-
na os mais sacrosantos pensamentos e
nos enleva o espirito num afastamen-
to completo do que se nos torna fasti-

 

triz, junto á porta do Sol, se vê uma
sertage com dez ovos. Com esta di-
zem defendera uma ilustre matrona
por nome Celinda o castelo desta vila,
surpreendendo com este instrumento e
azeite, com que nele frigiasuns ovos,
o primeiro impeto dos invasores até
que chegasse seu marido que era o
castelão, e para quem dispunha o gui-
zado, a socorrer o castelo: isto mes-
mo indica a letra das armas do pelou-
rinho—Certago sternit sertagine hos-
tes,
Foi reedifica la esta povoação em q
de Maio de 1111 pelo conde D. Hen-
rique, Tronco da Nossa Monarquia,
concedendo-lhe os honrosos fóros, que
depois confirmou o Senhor Rei Dom
Manuel no Foral que deu a esta vila
com a data de 2o de Outubro de 1513.
Neste Foral diz o Senhor Rei Dom
Manuel que a Vila da Sertã fôra dada
á Ordem de Malta no ano de 1212, €
neste reinava o Senhor Rei Dom A fon-
so segundo, que à mesma Ordem
concedeu os direitos e regalias, que no
Foral lhe conhirma o Senhor Dom ia-
pel: 0 y
Está situada a vila da Sertã em um
outeiro, superior ao confluente de duas
ribeiras que a banham ao nascente e
poente. Tem assento em côrtes no ban-
co doze, Há dentro da vila da Sertã

 

dioso pelo seu curso irregular e nada |
consentanto com as leis da Natureza, |

Desta cidade de Marmore e Grani- |
to onde, -num revolutear imenso, se !
formam e se destroem sonhos de gran- |
deza, faço perpassar em minha mente
os tons singelos que engrinaldam, numa |
rude subtileza, a minha pequenina
«Azenha», o lindo lugar serpenteando |
coloridamente aos limites da Certã, com |
o seu relvado côr de esperança, espre-
guiçando se docemente acoutado pela |
brisa acariciadora. |

Tão linda que ela é, a minha alleia,
com a sua ribeirinha dando a beber as
carícias da sua frescura, espelhando no
seu manto prateado a sedutora paisa-
gem.

Revejo-me na minha irreguietitude,
saltando os muros em perseguição dos
inocentes passarinhos dando-lhes caça
nos seus proprios ninhos com aquela
inconsciencia que só o todo de infantil
desculpa. E, assim, descalço de pé e
perna, saltitando alegremerite com a
borboleta que doudeja de fôr em Aôr,
numa liberdade que seduz, fiz passar
os tempos da minha creancice, entre
os puxões de orelhas que serviam a
sopear os meus instintos de traquinas
e o recolhimento que meg provocava a
solenidade das Avé-Marias. nas bada-
ladas longinquas, ecoando lugubremen-
te, por entre os vales e cabeços já cer-
cados pela neblina.

Longe deste «berço» florido onde
soaram os meus primeiros vagidos e
se robusteceu a minha estrutura, bem
calam em meu coração estas recorda
ções que me inebriam como iniludivel
dernonstração de sentimentalismo.

Marchei á aventura na ambição duns
dias melhores, economicamente falan-
do, e faço agora juntar aos anceios
dum progresso que marca a civiliza-
ção no grande meio, a lembrança en-
ternecida pelos lugares queridos que
embalaram a minha adolescencia.

Que o «Natal» s:ja celebrado aí com
jubilio pelos meus conterraneos, con-
fraternizando no mais sublime empe-
nho de marcar um passo para a eman
cipação humana, tornando a barreira
insuperavel para os conflitos que re
tardam o aperfeiçoamento das leis e
costumes, contra’todos os preceitos da
dignidade.

Salvé, pois, a quadra bemdita, e que
a união da Familia se faça, espargin-
do por sobre as nossas cabeças o seu
efluvio carinhoso.

Lisboa, 21—XII-g16.

Antonio Lopes da Silva.

Matrizes prediais

Durante o mês de janeiro proximo
estarão em reclamação na Repartição
de finanças deste concelho, as matizes
prediais.

295 fogos, e no seu grande termo, que
sê estende no seu maior comprimento
em mais de seis leguas, tem 280 casais
ou pequenos povos, em que se contam
9888 almas da Matriz desta Vila e das
oito freguesias anexas do seu termo.

Tem a Sertã casa de Misericordia
com seu hospital e enfermaria, tudo da
protecção enquanto do espiritual da
Ordem de Malta, e terá de renda 500
a 6oomooo réis, |

A esta Santa Casa dá Sua Alteza
Rial cada ano pela folha do Almoxa-
rifado 7000 réis.

Há mais nesta vila um convento de
religiosos capuchos com o orago de
Santo Antonio da Província do mes-
mo Santo de Lisboa, o qual convento
foi fundado no ano de 1636 pelos mes
mos moradores desta vila, ca este man-
da Sua Alteza Rial dar pela folha anual
30 alqueires de trigo é 102000 réis.

Do castelo desta vila restam fracos
vestígios em os fragmentos de uma tor
re, e de sua antiga fortificação em um
portado de cantaria tosca.

Todo o seu recinto, em que se in-
cluem a cadeia e três moradores mais,
pertencem ao Alcaide-mor que aos di-
tos moradores tem aforado o chão das
suas casas e quintais.

Há contudo dentro néste castelo uma

grande capela de S, João Baptista Pa-

De visita a sua família está na Cer-
tã, o sr. Carlos Caldeira Ribeiro, dis-
tinto engenheiro electricista.

—Veio tambem á Certã passar as
festas com sua familia, o sr. dr. José
da Silva Bartolo.

— Tem passado incomodada de sau-
de a esposa do nosso assinante sr. An-
tonio Farinha Lourenço, da Valada.

— Tem tambem estado com um ata-
que de gripe, a sr.º D. Conceição da
Silva Baptista, distinta professora nes-
ta vila, –

— Tem. sentido ligeiras melhoras o
sr. Gustavo Bartolo, secretario da Ad-
ministração deste concelho.

—Regressou á Certã, a sr.* D. Cle-
mentina Nunes da Silva.

— Tem passado incomodado de sau-
de o sr. Eduardo Barata Correia e Sil-
va, habil escrivão notario nesta comar-
ca.

—A. passar as ferias judiciais com
sua familia, saiu para Pedrogam Gran-
de, o sr. Adrião David e sua esposa.

—Está em Sernache do Bom Jar-
dm, em goso de ferias, o sr. Antonio
Coelho Guimarães.

—Saíu para o Pôrto, o sr. Simões
Junior, professor no Liceu Colonial,

—Em goso de ferias estão na Cer-
tã, o sr. Joaquim Barata Correia e
Eduardo Barata, filhos do sr. Eduar-
do Barata Correia e Silva, escrivão-
noterio.

—Em Pedrogam Pequeno, está tam-
bem em goso de ferias, o sr. Inácio
Vidigal.

==Ainda não foi provido o lugar de
comandante da secção da guarda Na-
cional Republicana, d’esta vila.

—De Lisboa regressou á Cerrã, a
sr* D. Maria do Carmo Pires de Mou-
ra,

— Tivemos o prazer de ver na Cer-
tã, na 4.º feira, as Sr. D. Inácia Vi-
digal, D. Maria da Conceição Vidigal,
D. Inácia da Conceição Vidigal e o sr.
Inácio Henrique Vidigal, de Pedrogam
Pequeno.

Durante a semana vimos na Gertã,
os nossos assinantes srs: Daniel Bernar-
do de Brito, José dos Santos Junior, Joa-

uim Ribeiro de Andrade, J. Ferreira
Ci marães Lima, Antonio Farinha Lou-
renço, José da Silva Cavalheiro, Alba-
no Henriques Barata, João Nunes de
Matos. 3

Aniversarios

“Fizeram anos :

No dia 24, a sr.” D. Piedade da Sil-
vera Ribeiro de Carvalho.

droeiro da Sagrada Religiao de Malta
da qual se diz, fôra anugamente a Ma-
triz desta Vila, e que por isso concor-
re a esta capela o vigario com a sua
colegiada a oficiar as vesperas e can-
tar a missa no dia do Santo Procursor.

E” esta capela privativamente do
Grão Prior e Ordem de Malta, como
tambem o são o Celeiro em que se
recolhe o pão dos dizimos e pensões, e
o armazem em que se recolhe o azeite
dos dizimos e maquias desta vila e seu
termo, as quais duas oficinas tambem
se compreendem dentro em o castelo.
Há sobre as duas ribeiras, que correm
junto desta vila duãs grandes pontes
de cantaria, uma chamada da Varge,
por dar entrada á povoação por uma
vistosa alameda de arvoredo: outra se
chamava a ponte dos pelomes, e agora
de Santo Amaro por lhe ficar visinha
uma ermida; a pouca distancia desta
há outra ponte de madiigy a que cha-
mam «dentre as vinhas»»A casa da
Câmara desta vila se anda concsrtan-
do, e nos seus baixos se prepara uma
nova cadeia para os prêsos e habitação
para o carcereiro, para cujas obras se
tem aplicado grande parte dos dinhei-
ros publicos, e Sua Alteza Rial tem
concorrido com as madeiras do Bom-

jardim.
(Gontinua)ua)

 

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No dia 28,0 sr. João Lopes da Sil-
va. E
Fazem anos:

Hoje a menina Maria Bela de Moura.

No dia 1,osr. Jos Pinto Duarte.

No dia 2, o menino Alvaro Melo.

No dia 3, a menina Maria .Amalia
Pires,

No dia 4, o sr. Dr. Antonio N. de
Figueiredo Guimarães, 2

No dia 5, o sr. Antonio Nunes de
Figueiredo. ,

Parabens

Teatro “Tasso,

Prestidisitador

O laureado ilusionista portugues.

João Albino da Silva, sobejamente

conhecido em todo o pais, pela perfei
ção dos seus trabalhos, deu-nos a hon-
ra de visitar o publico certaginense, e
assim é que em tres noites no nosso
elegante teatro, exibiu os seus magni
ficos trabalhos de prestidigitação e ilu
sionismo, com a perfeição e assombro
de que vinha precedido e de que se
teem feito eco varios colegas tanto de
Lisboa e Porto como das provincias.

Os seus trabalhos são realmente
dignos de se verem, tal é a perfeição,
a rapidez e vivesa com que são executa-
dos> vio

No fim de cada sorte o publico fica
verdadeiramente extatico perante a sua
solução quasi sempre de engenho e
efeito scenico.

Nas varias experiencias de fakirismo
apresentadas no ultimo espectaculo foi
soberbo de efeito e ninguem poderá
pôr em duvida a perfeição dos seus
trabalhos.

O distinto artista faz-se acompanhar
de dois artistas tambem não menos
distintos no seu genero— Lolita Gero-
neq—uma famosa cançonetista e baila-
rina, e Adolfo Venus. que nos seus
trabalhos e exercicios malabares muito
era de apreciar. –

INVERNIA

— e

Estamos ha três semanas sob um
rigoroso inverno, Raro tem sido o dia
que não tem vindo duas ou três bate-
gas de agua de respeito, caindo quasi
permanentemente aquela chuva miudi-
nha que o nosso povo denomina de
molha parvos.

A” classe proletaria tem este tempo
trazido serios embaraços, porque sem
poder. ganhar, o seu. sustento e o da

+ AO Preço sobreHRIoS GRC APLgOS “We

primeira necessidade como o pão e
o peixe. Ê

O lavrador e o proprietario tambem
teem sido prejudicados com esta in-
vernia porque se lhes teem atrazado
as sementeiras da epoca, e a azeitona
por força da ventania, tem caido con-
sideravelmente, enterrando-se uma nas
terras baldias, apodrecendo outra e
indo a maior parte nas enchurradas.

As enchentes nas ribejras teem tam-
bem causado prejuizos porque alguns
moinhos teem já desaparecido. .

– Nos quintais e hortas os muros de
segurança de terrenos teem caido por
força do amolecimento dos seus fracos
alicerces. Na Certã, tambem já uma
casa se desmoronou—o antigo forno
do Pina, na travessa da Padaria—hoje
propriedade dos herdeiros de Joaquim

+ Antonio Destrinço.

PERROADAS

 

O Albino empalma tão bem
e fa-lo por tal maneira,
que um dia se nos entretem,
(disto não se admire alguem)
mete-nos todos m’algibeira.

» ta Sabido,

VOZ DA

BEIRA

A produção no nosso concelho, dos géneros abaixo de-
signados, no ano de T9T6, foi, segundo os dados co-
lhidos administrativamente, a seguinte:

 

= prRa Batata
Freguesias Riba feijão de regadio Bicata
Litros Litros GE GAS Litros
Cahecmdos Ce 133.617,004] 3.818,308| 12.115,000
Carvalhal… . …. | 25.119,000) 1.151,000| 4.065,000
Castelo.. . . . …..| t21.170,804] 5.813,904| 5.800,000] 97.849,000
Certa da – «+ «| 347.650,450] 0.707,205| 32.329,336| 216.245,000
Cumeada.. . ….:..| q1.771,200] 3.420,132 886,000| 18,199,000
Ermida… +. ads $r.406 183 272,000| 4.246,000| | 8.220,000
Figueiredo. . +… . «| 29.316,900, 127,088| 2.236,000| 7.750,000
Marmeleiro.. . . . . . .| 17.595,140 551,080 177,000| 2.313,200
Nesperal.. . … 105.146,280] 2,333,510| 1.070,000) 64.155,000
Palhais.. . …….| 73.082,688] 2:361,000 514,000| 28.874,000
Pedrogam Pequeno… .| 6r1.720,920] 3.282,000| 32.702,000| 69.973,000
Sernache do Bomjardim.| 303.360,736| 11.028,484| 54.062,000 | 233.761,000
Troviscal. + …/. . » u] m7.607,046 785,528| 14.841,000| 32 810,000
Varzea dos Cavaleiros. .| 184.4760,000] 3.484,000| 8.716,000| 48.435,000
Total. . ./1.583.040,351] 48.135,929| 173.779,336 | 936.859,200

FOROS

No dia 8 de Janeiro proximo são
postos em arrematação, perante a Re-
partição distrital em Castelo Branco,
os seguintes foros pertencentes á Mise-
ricordia desta vila ;

Foro de 40!,632 (3 alqueires) de tri-
go, 40,632 (3 alqueires) de centeio,
com vencimento em 15 de Agosto e
laudemio de dezena, imposto no prazo
sito nos limites do Sorrel Cimeiro, de
que é enfiteuta Manuel Luís — por
4Odga.

—Foro de 13!,544 (1 alqueire) de
centeio, com vencimento em 15 de
Agosto e laudemio de quarentena, im-
posto no prazo de que é enfiteuta o pa
dre João Ribeiro, da Aldeia de João
da Tira—por Gw6o. ;

—Foro de 20!,336 (1 !/a alqueire) de
trigo e 1 frango, com vencimento em
15 de Agosto é laudemio de quarente-
na, imposto no prazo de que é enfiteu-
ta Joaquim dos Santos Marques, de
Montemor-o-Novo—por 14816.

—Foro de 6′,772 (!/a alqueire) de
trigo, com vencimento em 15 de Agos-
to e laudemio de dezena, imposto no
prazo de que é enfiteuta, António Nu-
nes, do Tojal—por 5036

—Foro de 131,44 (1 alqueiro) de tri-
go e 13!,544 (1 alqueire) de centeio,
com vencimento em – 15 de Agosto e
laudémio de dezena, imposio no prazo
sito nos limites de Vaquinhas Cimei
ras. Enfiteuta, José Martins — por
15508.

—Foro de 5!079 (%/ alqueire) de
trigo e 51,079 (3/8 alqueire) de centeio,
EMA io. mi Aco ARS
prazo Situado em Vaquinhas Fundei-
ras. Enfiteuta, Manuel Gomes—por
5975.

—Fôro de 16’930/(1 !/k alqueire)
de centeio e $24, com vencimento em
15 de Agosto e loudémio de dezena,
imposto em um prazo no Vale do As-
no, Enfiteuta, Manuel Cristóvam —
por 12679. – f
| —Foro de 86, com vencimento pe-
lo Natal e laudémio de quarentena,
imposto em um prazo que consta de
olival ao Lagarão. Enfiteuta, o padre
José dos Santos, da Certá—por r6gp4a.

mama aeee mem mea

CORRESPONDÊNCIAS

Vila de Rei, 26-42, Prin-
cipiamos hoje por aprensetar aos nossos
amigos, com quem aqui conversamos
semanalmente, com raras interrupções,
as nossas saudações de boas festas,
fazendo ardentes e sinceros votos por-
que o novo ano lhes traga—e a nós—
a paz e a felicidade, actualmente, quasi
divorciada do espirito e do bemdito lar
da familia de todos.

outro vagon, que já tinhs adquerido e
posto á venda, desapareceu em 2 dias
ao preço de oitenta centavos cada me-
dida de 14 litros. Ê

São dignos de louvor os srs. dr.
Eduardo de Castro, Joaquim Martins
Rolo e Antonio Francisco Pires Tava-
res, que na aquisição de milho, no que
empregaram os seus melhores esfor-
ços que enfim viram coroados do me-
lhor êxito.

Mas nem só do pão vive o homem,
diz um velho proloquio.

—Da sua casa da Conheira regres-
sou a sr.* D. Maria Amelia Nunes Hei-
tor.
—No dia 21 do corrente foram re-
zadas missas, na igreja matriz desta
freguesia, por alma do nosso inolvida
vel amigo sr. padre Manuel de Olivei-
ra Pires, estemporaneamente roubado
ao carinho da familia e estima de to-
dos com quem privava. À concorren-
cia foi grande.

— Consorciaram-se, como noticiá-
mos, a sr.* D. Maria do Ceu da Mata,
e o sr. João Nunes de Sousa. Foram
padrinhos por parte da noiva a ex.”*
sr! D. Elisa de Matos e Silva, e osr.
José Rodrigues de Matos eSilva e por
parte do noivo a sr.º D. Olinda de Sou
sa e sr. Joaquim Nunes de Sousa.

As nossas felicitações aos jovens noi-
vos, apetecendo-lhes um futuro cheio
das maiores prosperidades a que teem
direito pelas suas boas qualidades.

— Está entre nós o sr. Germano da
Silva.

— Em goso de férias que veio pas
sar com a familia, encontra-se entre
nós o sr, Raúl Aparicio, distinto estu

dante do seminário do Fundão.

basis ENA Alferrarede o sr. Se-

—Na noite de 22 do corrente, um
violento incêndio que se manifestou
em um prédio ainda em construção,
pertencente ao.sr. José Henriques Al-
ves Fróes, do Cabecito, reduziuo a
cinzas, calculando-se os preju’zos em
cerca de 2 contos. As causas do incên-
dio atribuem-se a descuido dos ópe-
rários ou creados. –

x.

EDITAL

Augusto Justino Rossi, Chefe
da Secretária da Câmara
Municipal e Recenseador
Eleitoral do Concelho da
Certa

Faço saber nos termos e para os
efeitos do Codigo Eleitoral, e da Lei
de 20 de Janeiro de 1915 que o periodo
p=a a inscrição no Recenscamento
Politico do ano de 1917 começará no
dia 2 de Janeiro e terminará no ulti-
mo dia do mês de Fevereiro proximo

—À camara municipal adquiriu mais
quatro vagons de milho para abasteci-

mento dos povos deste concelho, Um!

podendo inscrever-se como eleitores
alem dos que ficam do anterior recen-
seamento por terem a capacidade elei-

toral exigida pela Lei, todos os cida-
dãos do sexo masculino, maiores de
21 anos, ou que completaram essa ida-
de até 8 de Julho de 1917. inclusivé,
que estejam no goso dos seus direitos
politicos, saibam ler e escrever portu-
guês e residam no territorio da Repu-
blica Portuguesa,

Os recenseados deverão escrever os
requerimentos por seu punho, mencio-
| nando a filiação, estado, profissão, na-
turalidade, dia do seu nascimento, lo-
cal onde foi feito o respectivo registo
eo tera letra e assinatura reconheci-
das pelo notario ou ser escritos e as-
sinados perante o Presidente da Junta
da freguesia das suas residencias.

Juntarão aos requer mentos atesta-.
dos da Junta ou do Regedor que pro-
ve que os requerentes residam à mais
de seis meses na freguesia por onde
requerem a inscrição. Os requerimen-
tos e documentos são isentos do im-
posto do selo e de quaisquer emolu-
mentos ou salarios, desde que sejam
somente passados e aproveitados para
fim eleisoral.

Certã, 23 de Dezembro de 1916

O Recenseador Eleitoral,
Augusto Justino Rossi.

Modelo para fins de que trata
este edital

Secretário Recenseador do Concelho de…

F… morador no lugar de… fre-
guesia de… deste concelho, de…
anos, filho de… e de… (estado),
(profissão), (natural de) nascido em…
de… tendo sido feito o seu re-
gisto de nascimento na freguesia de…
concelho de… distrito de… sabendo
ler e escrever como prova com este
requerimento feito e assinado por seu
punho e residente à mais de seis me-
ses na morada acima indicada, como
prova com o atestado junto, requer a
V. Ex.º que, em harmonia com as dis-
posições da Lei Eleitoral em vigor, à
mscreva como cidadão eleitoral no ca-
derno do Recenseamento da freguesia
onde reside —Pede deferimento.

(Data e assinatum a). ;

Ecos

Este requerimento deve ser reconhe-
cido pelo presidente da Junta da Fre-
guesia onde residir o requerente, que
atestará por sua honra que o requeri-
mento foi feto e assinado pelo proprio,
na sua presença, perante duas teste-
munhas que tambem assinarão e de-
verão ser eleitores na respectiva fre-
guesia. Tambem pode ser reconheci-
do por notario.

Atesto (ou atestamos) para fins elei-
tarais, que F… (nome), (estado ou
profissão) reside neste concelho (ou
freguesia) de… ha meses.

(Data e assinatura ou assinaturas).

(Selo branco ou reconhecimento da
assinatura ou assinaturas).

ANUNCI

2,º publicação 5

Pelo Juizo de Direito da comarca
da Certã e cartorio dó quarto oficio a
cargo do escrvão David, correm seus
termos uns de inventário orfanológico
por obito de Ana de Jesus, moradora
que foi no lugar do Ninho do Corvo,
freguesia do Sobral, desta comarca, e
em que é inventariante cabeça de ca-
sal o seu filho Manuel Fernandes, re-
sidente no mesmo lugar; e nos mes-
mos autos correm éditos de 30 dias, a
contar da segunda e última publicação
deste no Diário do Governo, citando
os interessados José Fernandes, soltei-
ro, maior, residente em parte inzerta
na Africa ocidental, e João Jorge Dias
da Silva, solteiro, maior; residente na
cidade do Pará, dos Estudos Unidos
do Brazil, para assistirem a todos os
termos do mesiro inventário, deduzin-
do nele todos os seu direitos, querendo,

Certã, 15 de dezembro de 1916.

O Escrivão,
Adrião Morais David
Verifiqua,
O Juiz de Direito
; EMatosoão Morais David
Verifiqua,
O Juiz de Direito
; EMatoso

 

 

@@@ 1 @@@

 

VOZ DA BEIRA

 

Agua DA Foz Da CERTÃ

A Agua minero-medicinal da Foz
da Certã apresenta uma composição
quimica que a distingue de todas as
outras até hoje usadas ma terapeutica,

| E’ empregada com segura vantagem
Ú na: Diabetes—Dyspepsias —Catarros
| gastricos, putridos ou parasitários;—
nas preversões digestivas derivadas
‘ das doenças infecciosas ;—na convales
censa das febres graves;—nas atonias
feia dos diabeticos, tuberculosos,
righuicos, etc.,—no pastricinismo dos
exgotados pelos excessos ou privações

etc., etc. E
. Mostra a analise batereologica que a
– Agua da Foz da Certã, tal como se
encontra nas parrafas, deve ser consi-
derada como microbicamente pu-
ra não contendo colibacitlo, nem
nenhuma das especies pathogencas
que podem «existir cm águas, Alem
disso, gosa de,uma certi acção micro:
bieida. O B. Thyphico, Diphterico
é Vibrão cholerico, em pouco tem:
po nela perdem todos a sua vitalidade.
outros microbios apresentam porem
resistencia maior. j
A Agua da Foz da Certã não tem
gazes livres, é limpida, de sabor leve-
mente acido, muito agradavel quer be-,
bida pura, quer misturada com vinho.

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Box francês e inglês.—Lucta Greco-
-romena.— Atletismo. — Esgrima e va
rapau. — Ciclismo. — Bilhar. — Despor-
tos pedestres — Automobilismo. —Etc.

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escritos para todas as camadas sociais,
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