Voz da Beira nº118 08-04-1916

@@@ 1 @@@

 

ANO 3.º

 

AVENÇA
ENE 116

 

REDATOR PRINCIPAL:

“Fructuoso Pires

ADMINISTRADOR E EDITOR:
aaa

Ar ea R atnálhosa

 

Redação o Gedminintração:
Rua Br. Santos Valente
CERTÃ

Assinaturas

“Anno, “5200 réis; Semestre, 600 réis
E; (fracos) 59000 Es. Avulso, 30 rs,

 

Ê: ria sp da Voz da Beira
ADELA

Ar CRISE.

PAS pelos ultimos tempo-
“Taes, que por mais dum mez denço-
varam os serviços agricolas e pre-
judicaram outros já feitos, a crise
econumica veiu entrar num perio-
do agitado, a que os ultimos acon-
tecimentos politicos deram uma
o Aq ponderosa,

“Se Amanhã, por força das cir-
“eunstancias, e antes de findar este
– periodo operoso das sementeiras,
“se fizer o chamamento ás armas
“da vossa população rural, uma

grande calamidade pezará sobre o

eia

na É falto de braços para atender

necessidades da lavoura, Sa-
hem, como não poderá deixar de
Ber, 08 homens validos, de cuja ro-

pa | bustez e energia à agricultura tan-

“to precisa nesta estação, e muitos
“tratos de terreno ficarão sem ama-
nho possivel, o que apertará mais
“o cirenlo de ferro em que infelia-
“mente O paiz já vae entrado,
CO Vão até no fim de maio os mais
arduos serviços de campo, go de-

 

* pois ainda acrescidos pela debulha

e outros trabalhos das eiras, pelo
que a fazer-se a nossa mobilisa-
ção antes de passada aquela epo-
“cha, unia nova crises conjugada á
economica, póde vir pôr em emba-
Faços graves não! “s6’a vida do po-
»’ vo; mas ainda mais a propria ma-
; Rea militar. A
: Infelizmente, dada a actividade

qua enfiou ban

transportes

maritimos e quiçá paralizal-os,an-
tem inquietação dus companhias
*transathant
– ‘da’dos seus barcos, não poderá o

“ paiz espertr de fóra. qual nér re
“forço r neste sentido para desopri-

“Omiras deficiencias do. celeiro nas

efeidrtAh Saias,
= Ou seju das colonias ou da “Ames
“ita o problema dos fornecimentos
mantem-se austero, alem de que,
“das nossas províncias de Moçam-
pit e Angola apenas haveriamos:
a esperar algum milho em más
aà de firinação, devido &
fulta de limpeza e secagem. À pre-
“ paração irregular, que por em-
se dá na ensacagem do
aque este erte Dbo-
ntação. depois muito
os o gosto e olfato,
“Por estus razões teremos que
É contar apenas com os vecur sos lo

paiz uma vez que a impor ução Ê

A E

à America, encarecida no custo e
portes se virá q tornar
E DE

Ra o gabi Fr
Er pois dever dos nossos ho-

as receiosas pela per]

; SEMANARIO INDEPENDENTE

DEFEZA DOS. INTERESSES DA COMAREA DA CERTA

PUBLICA-SEIAOS SABADOS

COMPOSTO E IMPRESSO NA MINERVA CELINDA DE RAMALHOSA & VABENTE — CERTA

mens de Estado medir toda a gra-
vidade que uma tal medida poile-
rá acarretar nas suas cobsequen-
cias futuras, se uma grande parte
da população fôr de prompto ar-
rancada aos labores do campo, an-
tes da efetivação das sementeiras.

O operario que já hoje pede ná-
larios á altura da situação dos
mercados, o que é simplesmente
– | justo, não tardaria a exigir novas
compensações, reconhecida que
fosse a curestia de braços,pela au-
zencia dos que tiverem de marchar
para as fileiras.

Do mal o menos, e uma vez que
parece assente que a nossa mo-
bilisação se realize para sobrees-
tar aos ataques imprevistos que a
nossa situação internacional nos
póde acarretar, ou para satisfazer
os compromissos, tomados com a

a futura situação economica, dei-
xando que, pelo menos até ao fim
de maio, se ultihem os s trabalhos
agora em laboração,

O contrario será lançar o povo
numa desorientação sem igual, que
pelas especulações a que dará lo=
gar póde trazer amargas pertut-
dações á causa publica.

Nem um na] vem só, e lembre-
mo-nos de que basta lraver guerra
pata que por concomitancia sitr
Jam logo os horrores da fome:

Contra ela nos devemos preta-
ver, a tentpo de conjtrar per uma

fórma tizonvel as suas consequen-
Cnis A fun estas,
— e re sem Remm

CENSURA

Na otdem do corpo de polícia foi pu
Dlicado, que em virtude de ordens su-
pertores, emquinto durar o estado. de
guerva, flcmn sujeitos à censura prévia
os. periudicos e Gulros impressos tais
como: folhetos, “cats ahertas ou onlto
qualquer meio de. publecigade. -Picam
igualmente incluidos nesta ordem os
escritos on desenhos e aplacards» que
é de costume serem fixados nas veda-
ções dos jotnaes e outros lugares.
Aqueles que, «depois de submeterem
“qualquer sistema de publicidade à cen-
suia, mi tiverem o que haja. sido efi-
minado ou que não obedeçam, à lei, –
cam sujeitos, alem das “penas que a
mesma lei lhe impõe, a ser-lhos apreom-
didos os periodicos, folhetos, quaisquer
outros impressos, «lesenhos iu escritos.

A autoridade policial sempre que se
lhe forme: suspeita qualquer (ransgres-
“são das referidas ordens deve | imedia-
ente, pedir informações pelo. telefo-
e ao comando e esperar à oudgm ne-
1 cessa pura exceução du serviço.

Inglaterra, é deveras para atender,

Anuncios
Na3.” 6 4.7 as cada linha, 40% réis
Noutro logar, preço convencional
Amunciam-se puldicações de quê
receba mp exemplar.
Não se resfiluem. os originaes

 

Caminho de ferro

Segundo lemos no nosso colega de
Figueiró «O Figneiroense», parece que

o sr. ministco do fomento autorizou o
estudo duma variante no traçado do
caminho de ferro de Thomar a Gouveia
que correrá múito proximamente para-
lela ão caminho de ferro do norte.
Como os beneficios que daquela linha
haveriamos de colher, por correr ao
longo duma região visinha da nossa, fi-
ados pe-

 

cam agora gravemente prejndic
la distancia que nos separarã do novo

“ tragado, associdmos O nosso prolexto ao

daquele nosso colega como denuneiidor
duma injustiça flagrante para os povos
do vale do Zezere.

De que nos valerão Já longe duas li-
nhas paralelas, ainda que em”
diferente, se dali até aos exlrer
to cortina

lade uma zon lavguis
sima de muitas centenas de kilometros
quadrados?!

Ns Conveniencias da nossa

talvez às do pair “S 1h lraz
gado que salimilo- de Abrantes, cortasse
tongitulitalmente aquele conce lho e a
seguir pelos do. Sardoal, Vila de Rei,
tertã, Pedrogam Grande seguisse a em
trotar no caminho de ferro de Arganil,
abi para Louzã du Miranda do Corvo:

Desta [órma o centro ta Beira entra-
via em comunicação directa com o Hor-
te ce sul do paiz e desápareceria do

UMa do ga esco ae

Travessa do Caldeira

região e

Conlinnit io seu estado primitivo
aquela serventia publica para que, aqui;
tantas vezes havemos reclamado pro-
videncias.

Além de fudo o mais, que àté agora
por ali abundava em inatevia mia clrei-
rosa, veio juntar: se um dertame de en-
falho e pólra, cuja vista não escapa à
quem pass na rua do Vale.

Ao sr vereador do tespeelivo pelon-

ro upontamos O caso a é digno de

reparo.
A fome : E
pes, rig

O deputado srs Melo Barreto apresen-

lou do parlqmento o estudo grave em
que se encontra o concelho de Alijó,

“onde o lrigo orça pore 19200 e o milho

por f700 à medida de 20 litros:
2” ES A Ar
Censura previa.

Começaram já os jornaes da capital a
moslrar os efeitos da censura, trazendo
em clavo largos espaços por onde cor-
tou a Lezonra inquisitorial,

Nemo aDiavio de Nolicias», o mais
incolor dos nossos grandes quolidianos,
que se limita apenas a registar factos
seo um vislumbro de critica; v-capou
à sanba dus árgus:

sentia |

sferentos p

subsistencias

Vae alterosa a careslia dos generos
de primeira necessidade cujo vigor e
extensão ainda se não: sabe: até onda

“póde chegar.

No ultimo sabado, o espectaculo do
mercado era desolador, havia quem
bierecesse nm estudo por um alqueiro
de milho e não se elicontrava; a batata

orçou entre 609 e TOO réis, eco srestan-
teem proporção, sem que até boje so
veja no horisonte uma abertã “dono

surjam providencias que ponharo à des-
coberto muito cereal crimitiosamênto
armecadado:

E a fome, provocada em parte pela
uzura, a lorturar lodos quantos viverm
do diá a dia, e isto em perspectiva do
paiz-enirar em guerra, privando-Se dos
seus lraços mais robustos: E

Liga Economica
Nacional

Reuniu se, sob a presilencia do sr,
dr. Curmeiro de Moura, à comissão eXe-
cutiva desta Liga, resolvendo, entre ou-
tros assuntos, reclamar do Estado o adi=
antainefito aos propretarios e davradu-
tes de determinádas importancias por
tada heclare de levreno que provém
ter cultivado a mais em cereaes:

Execuções fiscaes

O sr, ministro das finanças, «mandou
para a mesa dá Camara dos Deputados
o) rá PA era ROsIa de lei que foi

“Artigo! unito > Às disposições dos n.º
|; 2º 8 do art.º 86.º do Codigo – das
Execuções Fiseucs são interpretadas pe-
lu fórma seguintes

«Só pódem servir
embargos de
guintes:

t.º Ilegalidade da contribuição: Tan-
cada ao execulado-por essa especie de
tontribnição não existiv nas feis em
vigôr ow por não estar voltada pará o
respectivo ano nos Lermnos da Constitui
ção.

«2.º Negilimidade da pessoa citada
por estu não ser a propria pessoa co-
lectada nem o ponsavel pelo. paga-
mento da contribuição exequenda,.

3.º Duplicação de colecta por, estan-
do puta por inteiro uma contribuição
ou imposto, se exigir da mesma ou di-
vas tanta outra de igual na-
referente ao mesmo facto tribn-
e 20 portodo de (empo.»

de fundamento a
execulado os [actos se-

 

turoza,
lario-e

Os alemães em Portugal

Por um projecto deter que vae ser pre-
sente às camaras, diz-se que os alemães
em idade militar residentes em Portu-
gal serão levados para um determinado
ponto do paiz, onde ficarão concentra-
dos sob a vígilançia da avetoridade.

Os outros serão mandados retirar ido
paiz. Os alemães alíngidos por aquela
primeiva medida serão apeias uns err
co;erão apeias uns err
co;

 

@@@ 1 @@@

 

28…

 

voz Da BEIRA

 

: Jysê Tavares
FE’oi nomeado o professor da Pa-.
asiildade de Direito de Lisbon,
sr. idrs José M. Jonquim Tavares,

“jpara fazer parte da comissão en-

«enrregada de elaborar um projecto
«de reforma dos estudos jurídicos
«mas faculdades de Direito de Lis-
oa e Coimhra, em substituição
do sr. Joaquim: Pedro Martins,
zactual Ministro da Instrucção.

———— e————

| Pelo sr. Zeferino Lucas de Mon-
Sra, habil furmacentico nesta vila,
+foi pedida em casamento para o
sr. Celestino Pires Mendes, pro-
“prietario e capitalista, desta mes-
ema vila, sua cunhada sr* D Iza
“bel de Sande Marinha, filha mais.
mova da sr. D. Maria Amelia de
“Sande Marinha e do falecido sr.
edr. Guilherme Nunes Marinha.
Consta-nos que o enlace matri-
smonial se realisará em fins de ju-
enho proximo.
DS —— mes
“Relaxe
“Estão já em poder do-sr. eseri-
=vão das execuções fiscaes, as cer-
atidões de relaxe, para execução
«coeroiva das contribuições não pa-
gas no periodo legal.
-Ahi ficao aviso aos interessados.

———— e

REC
TAMPO DE CIERASTES

7 ‘

ENa-passada terça-feira faleceu
ma-sãa- casa no:Brejo Cimeiro, fre-
agaesia de Semache do Bomjar-
adim,sa sr: D. Cecilia de Jesus vi-
smvado sr. Manoel Bernardo, e
mião dos nossos amigos e assi-
«nantes srs Floriano Bernardo de
Brito, conceituado comerciante, na
«3: lade do Pará (Brazil) e do er.
EBasusiol Bernardo de Brito, rico
;prepricianto ato, logar do Brejo Ui
umeiro,

‘U enterro da «saudosa extinta
«qu. contava à avançada edade de
“85 annos, teve logar no dia ime-
“alinto, depois de se terem celebra-
«lo os oficios funebres na ;paro-
«quial $E eja de Sernache do ao:

rd! Brando à -Bnee
EN magnifica tn eos “múgção,

Juzigo de familia no cemitorio da
mesma freguezia,

O funeral foi muito conconido,
vincorporando-se n’ele tudo que le
«le mais selecto em Sermache, é
muuito povo, –

Da Certa,
pessoas, amigas d
na,

 

A Voz da Beira, po;
sentar pelo sr, dr, Albimo Lon-
menço da Silva não tendo podido
assistir O nosso redactor principal,
«como era nosso desejo, por falta
de meios de transporte.

A toda a familia enluctada o
mosso cartão de sinceras condolen-
cias.

Luciuosa
Por virtude do falecimento de
weu sogro sr, Antonio dos Suntos
Diniz está de luto o se Ernesto
Martins Cardoso, conceituado co-

mierciante aresta vila, aquem por
tal motivo enderessimos os nossos

sentidos pezames,

SG BARBEIRO D’ALDELA
da revista “POR UM OCULO.”

Eu tenho ás vezes certos latins
Que aplico só a casos gencricos;
E com eles consigo os meus fins,
Sem deixar os freguezes colericos.
Sou nas falas um tanto macio,

E enquanto barbas vou raspando,

Meto logo os freguezes

em órios

-Bri…0. «lo… gi. . .camente falando.

Sendo convidado a receitar,

Ou se meu conselho alguem escuta,
Eu mando quasi sempre aplicar
Reforcada dose de cícuta;

Pois num caso tão medicinal,

Eu por mim, vou sempre andando
Sempre p’la maneira mais cordial…

TNT DRRO o PURE (o

gi… -camente falando.

A?s vezes reparo que a doença
“Tem sérias, graves complicações,
Mas receito logo sem detença
“Certa quantidade d’injecções;

“Se o doerite se sente mal…

“E a doença vai sempre

dize-o…
marchando. ..

Não devia faze-lo… mas fize-o…
AFi.. si… 0: JO. «ag. . camente falando.

-Sucede por vezes que a

doença

Tem uns periodos em que estaciona,

Mas eu mantenho certa

indiferença

E receito chá de mangerona.

Isto assim, faz logo quem considra—
1 E aplicar-lhe boa dose mando…

“Faço logo afugentar a hidra..

Hi. «dro.. o. gi.

.camente falando.

«Isto tudo são estudos feitos

“Lá p’lo Outeiro, quando matuto;

«Não pod’rão dizer-se bem perfeitos,
«Mas tambem não são de nenhum brutol

“Para quem tenha certo

fastio

Estou eu agora o caso estudando

Nos livros dum padre,

dum meu tio, ..

Tio… «lo… gi. ««camente falando.

da i

ê mg

Fracizose Piros

(Desempenhado pelo sr. AUGUSTO ROSSI)

 

Cartas intimas

Gideoi

Camo a tenra florinha que, apóz um.

cálido dia de estio, aguarda ancivsa-
mente o rócio matinal PATA; suavisar- ar-lhe
Bi E is, ii Ap hd 7
dade Elite? a sua
iba!

— Tristes ipresentimentos e receios de
toda a especie tecto agitado «completa
mento O meu espirito not ausencia das
suas noticias!

Nas cis que hoje se coa iou com-
pletamente o negro horizonte quo me
“cercava e nai dolcissimo vaio d’alegria
peretron no amago da minlvalma, der
cumagido nela rm fóco de luz suavo e
bendita,

Lia sua carta com a mesma avider

com que o misero laminto devóia o ho-
cado de pão o a caridade publica de
lança!

Reconhecidamente lhe agradeço o
bem que me fez, escrevendo-me, é pa-
va provai-lhe o quanto lhe sou grata,
eis que lhe excrovo já.

Na sua missiva deixa mais uma vez
Dansparecer, em de verdade
qua e cruz os Sentimentos nôbres e al-
rui que lhe exornam a alma!

—Pergunta-me se Lenho ido a lea-
tros.=Tenho lo a ulguns;=e creia

que, uão obtante a variedade de distra-
ções que esta vida da cidade me propo-
ciona, é sem duvida esta a que mais
se comuna com o men modo de sentir
Gosto muito, — muitissimo, de as-
ranma representação Iealral==0
fanto que, durante a noite, chego ni
las vezes à sonluir Com as setnas que
ads impressionam a ménha inagina-
ção,

Out como eu invejo a habilidade des-
es arlistas que, fão admiraveimente,
sabem encarnar as emoções da vida
hamanal

—Quanto a bailes, vou contar-lhe um
Caso imleressante que se déu comigo, e
sobre o qual lhe peço o seu ponderado
conselho. —Ha dias fui convidada, por
amigas, para uma soi-

P| eitei o convite de bom grádo, —
e momentos depois de eu entrar, um
cavalheiro, todo galan, começou a fitar-
ame com certo interesse.

A principio fiquei um pouco agitada
mas, como a minha amiga me dissesso
que cle eva muito bom rapãz, fiquei um
pouco mais tranquila. Valson comigo e
cercou-me de luntas amabilidades quo
por vezes me senti contrariada.

Francamente! —o meu embaraço era
tal que só de va ver-me livro dele.

— Terminou finalmente a soirée,,e
supuz que o dito cavalheiro não mais
se lembrasse de mim.

— Mus enganei-me, —pois. que, logo
no dia seguinte me enviou uia carta
em que júvava consagrareme um amor
acrisolado e profindo!

—Bu, inexperiente na senda do amor,
qual tenra ave que tenta executar o pri
meiro xôu, 0 sem pois quer na ves
ponsabilidade de tal acto, respondi-lhe
alirmalivanento, hoje, porem, posso di-
zum que o amo, se acaso o amor é como
o descrevem,

Faria eu bom?! —

Conflada no sem conselho ponderado
e súlio, eis O que espero me diga na
st primeira carta,

Aceite 0x mais respeilosos cumpri
mentos daquela que lhe dedica sincera
amizade.

Fanny

Com sna esposa e sobrinha sr? D,
Berta, estevena Certá de visita a
seus cunhados o sr-dr. Demingos
Lopes, habil medico em Pedrogam
Pequeno.

— De passagem para Oleiros,
chamado a prestar serviços da sua
popa esteve na Cestã. o

. dr, Silva Faia, medico em Pro-
am a Nova.

— Exteve nesta vila de de ace
gem, vindo de Proença a Nova, o
sr. padre José Fernundes.

—Com sua esposa e filhos de
visita aos seus amigos, esteve em
Oleiros no passado domingo o nos-
so Ea sr. Fructuoso Pi-
res.

— Esteve novamente na Cestão
sr. Luiz da Cruz.

— Em goso de licença € espera-
do por estes dias n’esta vila, o sr.
Josquim Nunes Campino, kabil
Notario em Vila de Rei.

— Estiveram em Oleiros, na pas-
sada semana, os sr. José Ventura
e Demetrio Carvalho.

— Deve realisar-se ma proxima
terça-feira o enlace motrimonial do
gr. Alberto da Silva Serrano com
a sr.* Maria Amelia Barata.

— De visita a seu cunhado sr.
Ferreira d’Andrade, está na Certã
osr. Daniel Rodrigues, escrivão
notario no Ultramar.

— Durante a sen:ana.vimos na
Certã, os nossos assignantes sra:
Antonio Fernandes, do Fundo da
Lomba, Antonio Martins Leitão,
Francisco Martins da Silva Roda
José Antonio, José. Ventura dos
Santos, padre João da Cruz Prata
padre José Martins da Silva, An-
tonio Martins Cardozo, Antonio
Cristovam Gaspar,
Aniversarios

Fez anos:

No dia 7, o sr. Antonio Aberto
Craveiro.

Fazem anos:

—No dia 9; a sr? D. Carlota
Tasso de Figueiredo e a sr. D,
Maria Eugenia de Mendonça Da-

vid. — e gate

UM LIVRO UTIL

Clinmamos a atenção dos nossos
leitores, principalmente dos estu-
dantes, para o anuncio que, sob a
epigunfe conjugação francesa vao
na terceira pagina. E’ um trabalho
de absoluta necessidade para os
interessados, especialmente no pe-
viodo escolar que vamos atraves-
sando.

A edição está quasi esgotada, e
a readição dum livro daqueles é
sempre morosa. Previnam-se, pois,
com tempo os interessados,

 

III IC ESTO

À Camara Municipal deste con-
celho, Vacordo com o sr. Adminis-
trador, xequisiton milho, da ca-
pital, o qual só poderá estar aqui
em Maio proximo. Por este motivo
“e para abastecimentos dos vespeti-
vos mercados estas entidades teem
conseguido que os lavradores ex-
ponham á venda o milho que ti-

nham armazenado, pelo que são
diguos dos maivres elogios:os:

 

@@@ 1 @@@

 

* ou pescadores, o mm

 

“ER

* militar,
q

S-4-916,

TUZ DA

 

BEIMA

SAHIDAS PARA
O ESTRANGEIRO

O aDiario do Governo» de 29 de mar-
ço ultimo publicou o decreto que re-
gulamento as licenças para sabida do
territorio: da República, dos citadãos
com imais de 16 anos e menos de 45.

Segundo esse decreto tal licença só

póderá ser concedida áqueles a quem
se tenha reconhecido incapacidae physi-
ca para 0 serviço militar nos termos do

“degreto de 20 de março de 1916 ou,
“em casos excepcionaes, quando a con-
cessão da licença se não oponha ao
interesse publico.

e Essas licenças ficam sujeitas a cau-

 

Quando se trate de” ausencias habi-
tuaes ou de pouca duração, de-comer-
ciuntes, operarios, Lrabalhadores rur
ro da guerra

poderá conceder as lincenças, por si ou
por delegados seus, sem caução, fixan-

— do, porém, as condições que entender

“convenientes.

“As licenças referidas poderão ser
“cunceditlas sempre que o ministro da
* Eutrra rec onheça que da sua concessão
mão resulta inconveniente para os ser-

= xiços do exercito.
» Os transgressores serão julgados: pe-
ribunaes militares, à pena de pre-
“sidio militar de um à lres annos, se
ão. lhe couber muior pena, e não sen-
“do militar e não estamlo nás condições
“de poderem ser alistados no serviço
à prisão correcional e multa
eyrrespondente.
Todo aquele que provocar ou favore-
r emigração clandestina donde resul-
acção das disposições apontadas,

“será julgado pelos tribunaes militares e

gs a prisão correceional, nunca

“inferior a seis InC4es & multa de um a

: is contos.

o decreto entra imumnediatamente em

Vexecução, Er

Escrevo esta Carta para a «Voz da
Beira» de 8 do corrente.

Quando ojornal cireular, a vida co-
mercial da Certa será um pouco mais
intensa do que o normal. O motivo ex-
plica-se Tacilmento- Aealisa-se à feira
trimestral dos . Passos.

Como todvs sabem, fazem-se aqui,
anualmente, Aualro. feiras Irimestraes:
a de [5 de janeiro, a dos Passos, a de,

“8, Pedro e de a 15 de outubro, Qualquer
delas tem a ephemera duração d’um
dia!

Apenas à de janeiro: e ontuliro se tor-
“nam mais ou menos dignas de registo,
ainda, que não venham “anunciadas. nos
no deles tn3, ly DEUS -sua situação

grafica, e “afastada à enorme distan-

‘ ja das mais proximas estações ferro-
viarias—a 72 quilometros de Castelo.
Bianco, 65 lo Abrantes é 57 de Paial-
xo, — com poucas estradas o directa-
mente isolada do norte do pais deveria
talvez procurar am liar pelo menos o
“espaço de tempo d’uma dessas feiras.

Se não estou em erro, não lhe advir,

“ria mal-algum, se tal se. fizesse, 4

Foi nesta perssuasão, que n” das.
sessões da camara, em [914, apresen-

“tei uma, proposta para que so, aaa
“a feira de S. Pedro, em 29 de junho.

– Era facil e a Gamara não dispendia |
um centavo, Talvez cobusse é
receita. De E

tomo, no pr imeiro sabado de cada
mez, epi nesta vil o mercado
rse-hia Lransforir
para o dia 30 de junho, |

fazendi o
gado linigero e caprino e a distribuição
de premios aptgadiide peto aire

E sea Camara, Rag e, “poderia

belecer mm premi u para Os ano

“tores da melhor das de gado Paio.

a ta assim | ut so gun)

xao d EA “30 de junho,

ron da população, festej

“do 8. Pedro, orago desta freguezia,
Tr hand tambem, e daria uma nota |

“alegre, os seus descantes e foguei:
Mu pi que as piroleeni-
vos di a OS seus ere-

ditos, e a sociudades musicaes da co-,

dia a exposição de |

lo de fei-|

marca exibissem os seus reportorios,
disputando à palma,

O comercio, em gótal, Incraria.

A proposta a A venho de referir-
me, não logrou, como lantas outras,
merecer a atenção da comissão execu-
tiva. a quem a Camara confiou O seu
estudo.

A proposta do alargamento da ala-
meda da Carvalha, — com mais 2:700
metros quadrados que não custa um nii-
lavo à Camara, — e onde se realisam
as feiras, que se poderiam ampliar no
sentido acima exposto, — estã empa-
tada.

Como tudo isto é curioso!…

Nenhuma das mithas propostas, até
hoje apresentadas e aprovadas na ca-
mara, Leve execução,

Será por não ser comerciante, agri-
cultor abastado, capitalista, emfim, di-
rector de qualquer sociedade de… re-
creio? Será por não comprar a cons-
ciencia de tantos para fins eleiloraes, ou
por não vender a miuha?!…

O tempo o dirá.

No santo tempo que alravessamos,
não me é lícito perturbar a comemora-
ção dos Passos, que o sentimento reli-
gioso este ano não exleriorisa amanhã,
pelas ruas da vila.

Nos passos per: titdos da Mitra, em re-
colhida medilaçã ei a minha cruz
ao calvario. Com phariseus e tudo,

*

Registe lá, amigo redactor, esta con-
ta solta do meu rosario:

* Estamos em abril, e, como estalue o
farrapo do codigo administrativo,» é a
segunda epocha em que a camara de-
via reunir. Ao lomar posse, no princi-
pio do trienio, ela deliberou que as ses-
sões de janeiro, abril, agosto é novein-
bro, fossem às segundas e quintas-[ei-
TES.

Pois: neste no e primaveril mez,
nos dias 3 e 6, apenas apareceram dois
vereadores E 4.2 classe… Os srs.
presidente e vice-presidente, ficaram
em casa à tractar da sementeira dos
melões, e os oultos srs. vereadores
não foram avisados. ;

Continua a não haver assumptos à
tractar, pelo visto.

– E as conlas da gerencia da comissão
execuliva, sem serem julgados pela ca-
mara, nesta altura do ano!

E o art.º 16 do codigo farroupilha a
dizer, que é melhor dissolver a inórga-
nica Corporação que não cumpre o que
delibera!

– « Saiba morrer quem viver não sou-
pesos

6 de abril

Ernesto Marinha

Lorrespondencias

Vila de lei, &

Trabalha-se com grande aza-
fama na sementeira de batatas e
milho; e pena é que haja taman-
ha. falta de braços para acudir de
pronto ás culturas da ocasião, À

Começamos a sentir os efeitos
da emigração que foi assustadora
nos ultimos mezes «Apesar de todas
as dificuldades que os inte estudos
encontraram. ê

Se as medidas adotadas em vir-
Aude. do estado da guerra tardas-
sem por mais algum tempo ficava-
mos privados de todos os braços
validos.

“— Foi nomeada propost v da en-
eme egada da estação Rego Foo
postal desta vila nar “Iva do
Rosario Pentendo. Nes! à qualidade
entron em exercicio. por doença dr
proprietaria, ;

— Vindo do Pará unde é socio de
“uma grande Cirsu comei cial encon-
tra-se na Bonfurinha, terra du sua
“naturalidade, o sr. “José Mura “da

Silva ] Proes ua jp! “sido muito

comprimentado. De aqui : enviamos

tambem os USsUS Comiprimentos

|-função dos Pas

de boas vindas ao nosso presado
amigo.

—Já regressou á sua aprazivel
vivenda do Cabecito o nosso pre-
sado amigo sr. José Henriques Al-
ves Proes que acompanhado de
sua esposa foi a Lisboa esperar
seu sobrinho o sr. José Maria da
Silva Froes.

— Suiram para Abrantes os nos-
sos amigos sr. dr. José de Olivei-
ra Xavier, distinto clinico e rico
proprietario e José Joaquim de
Moura Neves, bemquisto comer-
ciante.

— Regressou á sua colocação na
inatividade por incapacidade fisica
permanente o sr. Julio Pereira de
Matos que durante algnns anos
aqui exerceu com muito zelo é
uprazimento de todos os contri-
buintes do concelho o espinhoso
cargo de secretario de finanças.

— Saluu para Castelo Branco o
nosso prezado amigo sr, Joaquim
Martins Rolo, digno presidente da
camara numicipal e actualmente
servindo de administrador do con-
eclho. (X)

Oleiros, &-4-916,-—Reuniu
no dia tres do corrente o Senado muni-
cipal. Entre outras cousas de menor im-
portancia, resolveu alterar a tabela do
partido medico, na parte em que se re-
fere à visila e receita em casa do dden-
te, que fica sendo de 830.

— Tem experimentado, nos ultimos
dias, algumas melhoras, o nosso bom
amigo-José Farinha das Neves, Capitão
dInfanteria 15: Hontem realisou-se em

casa do ilustre enfermo um conferencia |

medica entre o faculralivo desta vila, &
o do visinho concelho de Proença a No-
va str. Dr, José Pinto da Silva Faia, cons-
tando-nos ques ficou” vesolvida uma
operação, que amanha se reulisará, com
assistencia d’aqueles hábeis favultstivos
e do sr. dr. Bhrhardi, abalisado medico
concelho. Fazemos os ma
vulos para que a intervenção ‘
gica consiga debelar a renitente enfer-
inídade, que ha quasi quatro mezes re-
fem no leito aquele nosso amigo, +
possamos em breve vê-lo perfeitamente
restabelecido.

e no proximo domingo
s, que costuma reunir
nesta vilã milhares de pessoas.
“Encarregou-se dos sermões do Preto-
rio e o Calvário o xev.º Conego Romão, e
dos de Encontro e Enterro o rev.º pa-
ilre Praneisco Durões, pareco de Cam-
bas. Ba, primei solemm desta

hdis AMT qu
tio DaSBAtigo? 20 Naa OU tempo “st
conserve pelo menos tão belo como
aquela que lemos gosado nos ultimos
dias.

—A comissão promotora da ilímina-
ção publica desta vila solicita, das pes-
soas a quer se dirigiu pedindo o seu
voncnrso nesta obra dé verifuteira ne
cessidade, o obsequio de não demora-
vem a remessa das suas ofertas, para
poder átivar a realisação do melhora-
mento, E

Mi fica o pedido, que certamente cen
contfrará eco no coração de todos os
amigos do concelho, para cuja genero-
sidute munca se apelon debalde,

—Reliva amanhã para Castelo Branco,
onde vae assisliv ao aniversário matali-
cio de sen bom pre, o nosso ilustre
amigo sr. dr. Rebelo VAlhoquerque.

=— Tivemos o prazer de abraçar no
vltimo domingo o nosso velho amigo
Fructnaso Pi que aqui veio com s.
ex. familia visitar 0 sr. João Martins
da Silva, Tesoureiro de Finanças.

—Poi chamado. telegralicamente a
fastelo Branco, afim de receber instruc-
ção sobre o arrolamento de vinho e
azeite o digno administrador do conce-
lho, sr. Francisco Gorjão Couceiro d’AI-
buquerque.

Vimos nesta vila os srs.; José Domin-
gues Antunes, ‘Abilurei palve João
Barata Dão, da Isna, e Joaquim Nunes e
Silva, agente da Companhia Sar BY ção
Thomarense uu Cortã, F

[nao

X.

 

ANUNCIO
+ 2º publicação
Nº dia 9 do proximo abril,
pelus 12 horas, á porta do
tribunal deste juiso, em virtude
dos autos civeis d’execução por di-
vida de custas ao Tribunal da Re-
lução, em que é exequente o Mi-
nisterio Publico e executados Pes-
sidonio Farinha e sua mulher ‘Phe-
reza de Jesus, desta vila, volta
pela terceira vez: á praça, por isso
que na primeira e na segunda não
obteve lançador, e agora sem va-
lor, para serarrematado a quem
muior lanço oferecer, o direito que
os executados teem a receber de
Antonio Domingos da Silva e mu-
Jher, desta: vila, á quantia de
20500, proveniente do preço da
venda que foi agulada na acção
que estes moverâm contra aqueles,
como representântes de José d’A-
zevedo e Silva é na qualidade de
donatarios deste, que a havia rece-
bido e cujo titulo foi anulado: por
falta de solemnidudes; e ainda a
quantia de 3570, de custas de par-
te em divida, a favor dos referidos
executados, na acção que pelos re
feridos Antonio Domingos da Sil-
va e mulher lhes foi movida.
Certã, 27 de Março de 1916
O escrivão ajudante
José da Gloria Lopes Barata
Verifiquei
O Juiz de Dixcito, — Matozo

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organizado sobre os trabalhos da Aca-
demia Franceza, de Befcherelle e de
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verhos francezes, co como
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“‘Tambem-se encarrega de mandar fazer nos predios

– segessarios, fiscalisal-os, pagar impostos, etc.
Informações – mo Rio-de Janeiro: com qnalquer b
“estom as importantes casas Gomes de Castro “& C.”e Jdão Reynaldo,
“*Continho &’C.º; e em Portugal:

divi-
la capital
concertos ne-

 

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Na Certã:— dMaximo Pires diranco
Em Sernache do Bomjardim: — dlimpio do amaro!

“Agua da Foz da Certa –

“A Agua tmnero-medicinal da Foz
«da Certã apresenta uma composição
sthimica que a distingue de todas as ou-
“tas até hoje usadas na therapeutica.

E’ empregada com segura vantagem |-

ma “Diabetes— Dy-spepsias—Catary “os
egastricos, putr idos eu parasilarios;—
mas preversões digestivas derivadas
onvales-
<censa das febres graves;—nas atonias
rastricas dos diabéticos, tuberculosos,
reta etc; —no gastricismo dos

ripa ções,

-xgotados pelos excessos 0) ções, |

«elc., etc.
Mostra a analyse hatgreólogica que ‘a
-Agua da Foz da Ce di tal como se

encontra nas garrafas d Ive ser consi-
“derada como micrbb camente

lo, nem nenhuma
“geneas que podem
«Alem d’isso, gosa de uma certa -accão
mmicrobicida. O B. Thyphico,
Diphterico, e Vibrão

«cholerico, em pouco tempo n’ella’|’

mperdem fodos a sua vitalidade, outros
amicrobios apresentam porém “resistencia
maior.

!A Agua da Foz da Certã não tem ga-
es livres, é limpida, de sabor levemen-
“te acido, muito agradavel quer bebida
pura, quer misturada com vinho.

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