Progresso Beirão nº9 18-04-1926

@@@ 1 @@@
COQUINZENARIO! DEFENSOR DOS INTERESSES: REGIONAIS
o;
“PELA PATRIA E PELA REPÚBLICA
Certa 18,0e Mbril do 1926
Composto e Impresso na Tip. de O ZEZERE
FERREIRA DO ZEZERE
| DIRECTOR: E (EDITORS, «-
E AR DE ta SA carga
| | Carlos. dos Santos € Silva.
se
| REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Propriedade da Empreza PROGRESSO BEIRÃO
E
Missão Civiligadora;“Patria!!
Desta Missão recebemos em
“devido tempo, do nosso assinan-
to, sr. José David da Silva, pres-
tante membro daquela Missão,
um afectuoso telegrama de bôas
festas, extensivo aos seus ami-
gos e aos. habitantes de Serna-
che e Nesperal.
Por motivo da nossa forçada sus-
pensão, não o publicamos na inte:
gra nem a êle fizemos referencia.
Fazemo-la agora. Tardes é o
que nunca vem.
Fazemo-la, pedindo mil des-!
culpas “da nossa falta involtúnta-
ria e, ao: mesmo tempo, retri-
buindo agradecidos os votos sin-
ceros. pelas nossas felicidades,
que tornamos, extensivos a sua
familia e a todos os seus com-
panheiros de missão que tão de-
nodada e patrioticamente ali es:
tão, com, aquele nosso contetra-
neo, desmentindo as aleivosas
atoardas de que as missões ci-
vilisadoras laicas são inuleis.
Eles… falam e a caravana passa!
Um dia ser-lhes-ha feita a de-
vida justiça, Tenham a certeza.
IDEA === == to
Dr. Acacio Ribeiro
Este: nosso presado assinante
e distinto: medico: foi ha tempo
vitima de um: desastre em que
ia perdendo a vida.
Quando viajava: em uma mo-
to, querendo desviar-se de um
camião, foi atropelado por uma
galera, que vinha atraz do mes-
mo, mas ao centro da estrada,
que, talvez por não; ter visto a
moto como-esta:a não teria vis-
to, “devido à poeira levantada pe-
lo camião, não se afastou a tem-
po de evitar que á passagem de
um veiculo pelo outro, o-sr. Dr.
Ribeiro fosse apanhado pelo cu-
bo da roda da galera e projecta-
do a distancia, ficando com uma
perna esfacelada, um dedo ida
mão partido e uma clavicula frá-
turada em duas partes:
O sr. Dr. Ribeiro foi conduzi-
do a Coimbra, onde deu entra-
da no hospital e onde está em
tratamento. E
Fazemos ardentes votos pelo
seu completo restabelecimento.
9 DE ABRIL
Passou mais uma vez esta data de gloria e de
luto. . ;
Não é sem úm fundo pesar, sem uma profunda
saudade por aqueles que, lá nas vastas campinas da
Flandres, nos calidos e agrestes sertões africanos ou
no interminavel oceano, perderam a vida no cum
primento do sacrosanto dever de honrar à Patria e
defender a Liberdade, ameaçadas pela brutalidade
teutonica, que recordamos esta data, mas não é tam-
bem sem um fremito de justificado orgulho e intensa
admiração por esses herois, grandes ou humildes, que
recordamos os diversos factos dessa tremenda luta.
Ninguem ignora hoje em Portugal o que foi a
batalha de Lá-Lis. ; à |
As nossas diminutas fôrças enfraquecidas por
uma longa e extentante permanencia nas trinchei-
ras, não poderam resistir à formidavel e infernal
preparação da artilharia inimiga, que tudo arrasou,
tudo polvorisou em poutas horas, mem á colossal
avalanche de soldados alemães, que, em seguida, so-
bre elas se despenhou,
Tiveram de ceder terreno, mas não sem que fi-
zessem pagar bem cara, ao inimigo, a sua efemera
vitória.
* Cometeram-se actos de bruvura e de louco he-
roismo, que espantaram o proprio inimigo, que já
nos vem fazendo a devida justiça e se não fôra os
erros tremendos dos homens que, durante algum
tempo, infelicitaram a nossa Patria, possivel seria
que esse revez se-tivesse tornado numa brilhante
vitória.
Ainda mais uma vez a raça portuguesa mostrou
o seu valór!
Glorifiquemos a memoria desses mortos; evo-
quemo-la sempre que a Patria nos chame, para que
saibaimos sempre cumprir o nosso dever como eles
cumpriram o seu.
CAMIONETES
A Empresa T. A.C. I. resol.
NOCROLOGIA
Faleceu, no dia 10, em Lis-
veu fazer a carreira entre Abran-
tese a Certã apenas ás 2.º, 4.º
s.*8 e sabados; este serviço, po-
rem, será feito com toda a regu-
laridade em uma luxuosa e co-
moda camionete e com o hora-
rio já conhecido.
boa, o: sr, Antonio Joaquim Si-
mões David, pae do nosso ami-
go sr. Adrião Moraes David, a
quem apresentamos. as. nossas
condolencias, assim como a to-
da a familia enlutada,
TEATRO TASSO
Récita
Como noticiemos, tealisou-se
no dia 4 do corrente, neste tea-
tro, uma récita’ pelo, Grupo, de
Amadores Sertaginenses, que le-
vou á scena a engraçada comêé-
dia em três actos «Expedientes
de Sogra» em que tomaram pat-
te as Ex.mº’s Sr. D. Fausta Ços-
ta, D. Maria do Vale Santos e
os Srs. Alfredo Rocha, Olimpio
“Craveiro, José Ventura e Anto=
nio Craveiro, ;
O desempenho foi corrétissimo,
por todos os distintos amadores
se, haverem brilhantemente na
interpretação. dos seus papeis,
sendo de notar, especialmente, a
que aos seus deram as duas se-
nhoras e a que não podemos
deixar de fazer uma especial re=-
ferencia.
A Sr“ D.Fausta Costa déu ão
seu ingrato papel O preciso equi…
librio, sem exageros ou indeci-
sões que o podessem prejudicar.
Outra coisa não era de espe-
rar de quem tão belas provas
tem dado do seu espirito attis-
tico. ,
A Sr? D. Maria Santos, por
seu lado, houve-se com, milita
habilidade no seu papel, pela sua
natural dição e pela justa expres-
são que lhe’deu. Sendo uma de-
butante revelou-se uma artista,
sendo. apenas, de notar O natU-
ral e desculpavel. acanhamento
nas scenas de ternura com o ma-
rido. |
D’aqui enviamos as nossas fe-
licitações ao Grupo da: Amadores
Sertaginenses e em especial ao
seu ensaiador, O nosso amigo sr.’
Zeferino Lucas, esperando que
continuem, sem desanimo, a cul-
=| tivar a bela-arte de Talma, para
o que teem tão belos elementos.
Nos intervalos do espectaculo,
que foi muito concorrido, fez-se
ouvir um sexteto musical sob a
regencia do sr. Carlos Santos.
PAÇOS DO CONCELHO
ne v
Na proxima semana déve começar
aiconstrução dos novos Paços Muni- *
cipaes;cipaes;@@@ 1 @@@
Meias tina
Ha vultos que deparecem, que
a insana corrida dos tempos re-
duz a pó, ficando a alma, que
sempre paira sobre nós, como
eterno padrão da sua existencia
sobre a terra, n’um fastigio de
gloria e de triunfo; as gerações
sucedem-se- numa tumultuôsa
corrida de seculos e o padrão
permanece imovel, erguido em
mística devoção, atestando á pos-
teridade a existencia d’Alguem,
cuja memoria merece reverencia
e respeito. 7 N
Entre esses veneraveis vultos,
surge-nos: Abilio Marçal, que a
negra motte nos arrebatou, e fez
descer imerte, o que em vida era
energia e força, ao negrume du-
ma campa, onde todas as ilusões
se dissipam na aterradora nudez
do sono eterno.
Desde 1914 a 23 de Junho de
1925, dia fatal da sua morte, es-
teve á frente, como Director, do
Instituto M. Coloniais em Serna-
che do Bomjardim.
A essa instituidão dispensou
ele todo o seu carinho e esforço.
Enlevado no gtandioso proble-
ma da civilisação, passou amar-.
gas horas, as peores talvez da
sua vida, orientando com inteli-
-sencia e dedicação os que, cá
por longe, pelejavam com amor
e entusiasmo pelo triunfo da cau-
sa, que ele sempre defundeu pre-
claramente, Quer na tribuna quer
na impresa, com o calor e tena-
cidade que só um elevado cora-
ção, de ascendrado patriotismo
podia albergar — «Missões Lais
cas».— Trabalhou muito mas ven-
ceus
O Dr. Abilio Marçal ergueu o
seu padrão e com ele ligou o seu
nome á historia, a esse livro de
orações do nosso povo, por todos
lido com elevação, salvo na ex-
céção que abre O nosso épico,
quando diz:
Digei-lhe que tambem dos por-
tugueses alguns traidores houve
algumas vezes.
As missões laicas bem saberão
honrar a memoria do seu insti-
tuidor, nacionalisando o que pa-
rece acolisar n’um perigoso de-
cline, tornar bem portuguez este
patrimonio querido, que para nós
tantos sacrifícios representa, es-
trofes sublimes de tantas glorias,
unico vestígio do povo que foi a
admiração mundial, que ergueu
o nome portuguez aos cumes da
gloria, fazendo tambem o estan-
darte luzitano em quasi todas as
partes do mundo.
E” preciso pois, que n’um ras-
go de patriotismo, com os olhos
fitos no passado, regeneremos o
presente e iluminemos o futuro
com um luminoso facho de’espe-
trança em melhores dias, socegar
os tumulos gloriosos que de quane.
do se levantam como expectros
PROGRESSO BEIRÃO
SD fo Ne ke)
Não me escreves. Deixa-lo. Já contava
com êsse teu silencio aterrador,
que é, valha a verdade, bem peor
do que tudo o que eu imaginava.
Fazes bem, porque já se prolongava
demais esta loucura sem amôr
que ámanhã, como é facil de supôr,
em loucura maior se transformava.
Pois séja. Nunca mais escreveremos.
Para quê, se já nos não entendemos
e eu não sei mentir por caridade 2
Nada te devo e tu nada me deves…
Mas ouve, amôr, porque é que não escreves,
se morro de tristeza e de sdudade ?!…
Os tabacos
Na Camara dos Deputados en-
trou- finalmente em discussão o
projecto do novo regimen dos
tabacos, que já tem o parecer de
algumas das comissões d’aquele
corpo legislativo.
Já não era sem tempo, pois
tem de estar discutido, aprovado
e devidamente regulamentado no
fim do corrente mez, quando
acaba o actual contracto com a
Companhia dos Tabacos.
E” muito pouco tempo-para as
duas casas do Parlamento, Ca-
mara dos Deputados e Senado,
poderem estudar devidamente tão
transcendental assunto e que tan-
to importa à economia nacional,
Oxalá não resulte mais algu-
ma carrapáta em que o negócio
dos tabacos tem sido tão fertil.
GD Ee 465] =485 Die
ANIVERSÁRIOS
No dia 26; o sr. Afonso da
Costa Moreira Junior. |.
—No dia 30: o sr. Dr, Eurico
Carlos de Almeida e seu filho
o menino João Osvaldo de Al-
meida. ;
—No dia 1.º de Maio: a inte-
tessante Maria Violante, filha dosr.
Dr. Gualdim de Queiroz e Melo.
E
horriveis do nosso remorso. De-
vemos manter intacta esta peque-
na parte da herança dos nossos
antepassados, valorisa-la com o
amor do nosso rosto, com o es-
forço do nosso trabalho, com a
comunhão intima d’uma fenea
vontade. E, porque não hão-de
as Missões Civilisadoras ter a sua
modesta colaboração neste im-
portante desideratum ? Não será
Com certeza menos sincera e
patriotica. Saberão bem hontar
os compromissos contraidos pata
com a Republica que as organi-
sou e nelas confia para partilha-
rem nos grandiosos planos para
a completa solução do importan-
te problema colonial,
Damba—Congo.
Joaquim CÂnionio Oliveira
SENADO MUNICIPAL
Reuniu em sessão no dia 12
do corrente e depois de lido o
vario expediente, tomou, entre
outras, as seguintes resoluções:
Votou as percentagens sobre
as contribuições do Estado a co-
brar no ano economico de 1926-
1927.
—Por proposta do vereador,
sr. Gonçalves Rei resolveu repre-
sentar ao sr. Director Geral dos
Correios, para ser restabelecido
o transporte das malas do cor-
reio em: deligencia, como até
agora, entre a Certã e Pedrogão
Pequeno, cujo serviço passou
Ultimamente a ser feito por esta-
teta,
Sobre o assunto diremos algo
no proximo numero,
—Por proposta dos vereado-
res srs, Demetrio Carvalho e Ta-
vares Moita, deliberou expropriar
por utilidade publica e urgente,
o edificio do convento de S. An-
tonio e respectiva cerca para; ali
instalar as cadeias e quartel da
G. N. Republicana e alargar e
regulatisar o parque da Carva-
lha, cujo local se presta para a
edificação de um bairro desafo-
gado e hegienico.
—Resolveu mais aceitat a en
trega feita pelo capelão da Sr.*
dos Remedios do ramal de estra-
da, que ele fez abrir em 1908,
!entre aquele local e a estrada
nacional de Castelo Branco.
—Foi marcado o proseguimen-
to desta sessão para O proximo
dia 20, para aprovação de con-
tas da ultima gerencia.
Retificações
No ultimo numero vieram algumas
gralhas, de que pedimos mil desculpas
ãos nossos leitores,
Coisas que só não acontecem a quem
| não faz jornais.
E vamos lá que não temos grande ra-
zão de queixa.
Entre outras que o leitor facilmente
terá’ corrigido temos a corrigir as se-
guintes; Na 1,º pagina onde diz «Os nos-
sos Paços do Concelho», deverá ler-se
““Os novos Paços do Concelho». Na 2.º
pagina, na coltna do centro, onde se lê
«sendo sempre o mesmo equivoco sorri-
so» deverá ler-se «vendo semgre o mes=
mo etc». Na 3.4 pagina 2.º coluna onde
selê «Garantindo-me sob sua palavra» de-
ve ler-se «Garantiu-me sob sua palavra»
e na 4.º colina onde se lê «e de suscitar
uma deslealdade», deve lêr-se «e de coo-
nestar uma deslealdade», :
Carteira Mundana
Regressatam de Lisboa os nos-
sos presados assinantes e ami-
gos, Dr. Antonio Vitorino Coe-
lho e Antonio Coelho Guimarães
com sua Ex,” Esposa.
—Regressou a Lisboa com sua
Ex.mº Esposa e filhos o sr. Dr.
Bernardo de Matos.
— Tem estado na Certã a sr.º
D. Judith Tasso Pigueiredo.
— Estiveram em Sernache, de
visita ao sr. Dr, Carlos Martins,
o nosso presado assinante, sr,
Dr. Acurcio Castanheira, de
Proença-a-Nova e seu sogro,
—Saiu para Lisboa a sr.º D.
Beatriz Ribeiro. ;
— Estiveram na Certã as sis,
Dr. Francisco Rebelo de Albu-
querque, Dr, José Bartolo, Dr.
José Garcia e Carlos Caldeira
Ribeiro.
-—Está na sua casa da Porte-
la, Nesperal, o sr. Alfredo Pires
com sua esposa e sua sobrinha
D. Maria Antonia.
—Regressou de Lisboa o sr,
Dr. Albano Lourenço da Silva.
—Esteve na Certã, com sua
esposa, e distinto arquiteto lis-
boense sr. Gassiano Branco, au-
tor do projecto dos novos Paços
Municipaes.
—Saiu para O Porto o sr. Vi-
tor Santos Silva.
— Pem passado ligeiramente
encomodados de saude
Dr. Antônio N. Guimatães e
sé Antonio de Molúra.
— Tem estado tambem enco-
modada de saude a sr.º D, Wan-
da Aleobia, filha do nosso assi-
nante sr, José Maria Alcobia.
—Já tivemos o prazer de abra-
çar o nosso presado assinante,
sr. Dr. Carlos Martins, que está
já completamente: restabelecido
da grave doença que o acômeteu,
—’Tem estado em Sernache,
com sua esposa, sr.* D, Maria
Alcobia, o sr; Silvino Marques
Gomes,
— Regressou de Figueiró dos
Vinhos o nosso assinante sr.
Antonio Dias de Paiva.
—Partiu para Coimbra o nos-
so presado amigo sr. Dr. Jorge
Marçal,
— Tendo terminado as ferias,
regressaram a Lisboa os acade-
micos srs, José Nunes e Silva e
Rogerio Marinha Lucas; á Fi-
gusira da Foz, o sr. José Bara-
ta das Neves; a Coimbra-os srs.
Antonio Queiroz é José Girão,
—Regressaram tambem a Ser-
nache a sr.“ D. Maria Emilia
Rossi, Joaquim Pinto Ferreira e
Joaquim Dias Ferreira.
—bDe visita ao sr. Augusto
Rossi esteve no domingo de Pas-
coa na Certã com sua filha’D. Emi-
lia, o director deste quinsenario.
—Partiu para Lisboa o nosso
presado assinante sr. Daniel B.
de Brito.
-—Esteve alguns dias em Serna-
che:o distinto engenheiro sr. Hi-
gino Queirós.

OS srs;
Jo-Jo-@@@ 1 @@@
Se assim não é parece…
Que o «Progresso Beirão»
está fazendo sucesso;
– Que isso mesmo era de espe-
rar; a
Que, mar grado seu, não
pode ser agradavel a toda a
gente;
Que não se percebe porque
ainda não se completou a ilu-
minação publica de Sernache;
Que a maior parte dos pos-
tes estão podres e a cair e ou
tros já caidos ha meses;
Que o vereador do pelouro
não faz cumprir o contrato e
por isso apelamos para o sh.
Presidente da Comissão Exe-
cutiva; ]
Que o Senado Municipal to-
mou agora uma resolução que
já ha muito devia ter tomado;
Que, a nosso ver, no local
que vae ser expropriado é que
deveria ter edificado o novo
edifício para a Camara;
Que no T. M. C. kra birri-
nhas para magoar um profes-
sor;
Que consta que- um celebre
pretendente aconselhou de Lis-
bow a uma pseuda comissão po-
ditica do P. R. P. para reco-
mendar a demissão de um alto
funcionario ao Directorio, mas
que ela não foi nisso.
Que os suplentes da Dire-
cção do C. Bomjardim não são
chamados à efeciividade, ape-
sar de estar «ausente um dire-
ctor ha dois mezes.
+= A —Nedt-s sema Be
Camionote que se despenha
No dia 1 do corrente, quando
vinha de volta de Oleiros a ca-
mionete da Empreza de Viação
“Tomarense, que faz a carreira
entre aquela vila e a cidade de
Tomar, despenhou-se por uma
ribanceira, nas proximidades do
logar chamado Alto do Cavalo.
Felizmente não vinham passa-
geiros na camionete; vinham ape-
nas o chaufeur José Correia que
ficou ilêso e o antigo condutor
Joaquim Viana, que ficou bas-
tante magoado, com duas cos.
telas fraturadas e um dedo par-
tido, pelo que teve de recolher
ao hospital,
Dizem que o desastre foi de-
vido ao mau funcionamento da
direcção, havendo, porém, quem
afirme que foi devido á impeii-
cia do chaufeur,
Sleo sujo
Vende a Electrica Gertaginense==CERTÃ
VINHA
Vende-se grande vinha ao Ca-
saldo Amaro, Diz-se nesta redação
PROGRESSO BEIRÃO
) CLOB BOMARDIM E O GINA
(Continuação)
Aquele concurso para a cedencia
do teatro tornara-se uma descarada
burla, uma negociata imoral e uma
autentica chuchadeira com os outros
– concorrentes que ali foram confiados
na lisura e na lealdade dos homens
que estavam á frente dos destinos da-
quela associação.
Perante os revoltantes factos que
relatei só tinha um caminho a seguir
—abandonar o concurso.
Não o fiz porque quéria ainda ver
o desfecho daquela comedia,
Procedeu-se à abertura das pro-
postas ca primeira aberta e lida foi
a de Teixeira.
Oferecia 30º sobre a receita bru-
ta de cada espectaculo, um espetacu-
lo em benefício do Club, instalação
eletrica para iluminação á sua custa
e outras vantagens que agora, não
me ocorrem e tudo isso devia estar
pronto a funcionar dentro de 30 dias
comiorme a proposta suplementar fei-
ta perante mim e a direcção do Club.
Um ovo por um real!
Declárei então que me retirava do
concurso e pedi para me ser entre=
gue a minha proposta.
Ardeu Troia! Os srs. David Serra,
Antonio Mata é Francisco Teixeira
opuseram-se terminantemente a isso,
apesar das sensatas exortações do
presidente da direcção, que era de
opinião de que eu podia retirar a mi-
nha, proposta, visto não ter sido ain-
da aberta e não serem conhecidos os
seus termôs,
Fiz ver áqueles srs. que não ti-
nham o direito de se opôr ao meu
desejo, declarando-lhes mais, que as
condições que nela oferecia eram
muitos inferiores ás da proposta já
lida, mas que, se teimassem em fa-
zer-me a violencia de 4 abrir, restar-
me-ia o direito de protestar não só,
contra ela, mas tambem contra todas
as irregularidades havidas naquele
concurso.
Nada os demoveu.
Eles precisavam conhecer os termos
da minha proposta, que sabiam ter
sido feita com um previo estudo do as-
sunto; por isso ela foi aberta e lida.
Fizeram mal. Eu estava no propo-
sito de abandonar o negocio e não
“mais pensar no caso. Era mais uma
desilusão e limilar-me-ia a censurar=
me de, ainda uma vez mais, não ter
sabido conhecer os homens,
Porem, assim, perante tal violen-
cia e depois das minhas declarações,
não podia deixar de lavrar o meu
protesto, naquela e em todas’as oca-
siões que se me oferecessem,
Assim fiz. Declarei ao sr. presi-
dente da direcção, que pretendia di-
tar o meu protesto para ficar exara-
do na acta daquele concurso, mas êle
disse-me que não se podendo lavrar
a acta naquela ocasião, fizesse o meu
protesto por escrito, para ser trans-
crito na acta que depois seria assina-
da por todos.
Não fiz objeção nenhuma, nem is-
so me serviria de nada, com homens
que estavam dispostos a passar por
cima de tudo e de todos, até da sua
propria consciencia, para poderem
embolsar uns miseraveis escudos dos
lucros que esperavam auferir da em-
preza cinematografica.
Por isso enviei-lhes o seguinte pro-
testo, de que entreguei uma copia ao
falecido Presidente da Assembleia
Geral, Dr. Abílio Marçal e.de que
conservo uma copia, que não tinha
presente em uma celebre sessão da
Assembleia Geral a que, em devida
altura faremos referencia.
Á Ex Direcção do Club
Bomjardim
O abaixo assinado, concorrente é
| cessão do teatro Taborda, para a insa
talação e exploração de um cinemato-
grafo, vem retificar por esta forma
o protesto verbal que apresentou no
acto da abertura das propostas para
essa cessão, conforme a exigencia fei=
ta nessa ocasião pelo Ex.Mo Prest-
dente da Direcção dêsse Club, que
presidiu esse acto, cottra a forma
irregular como foi convocada e reali-
zado esse conciirso, com os seguintes
fundamentos:
1.º—Que a convocação para esse
concurso era anbigua tendenciosa,
prestando-se, por isso, a interpreta-
ções diversas, estabelecendo um pra-
so curtíssimo para a apresentação das
propostas e hinitando a concorrencia
apenas aos socios o qie importa tmn
manifesto prejuiso para o Clib pelo
afastamento de outros possíveis con-
correntes.
2º- Que essa convocação datada
e assinada no dia I4 do corrente
mês foi afixada na sala do Club nes-
se mesno dia À noite estabelesexto o
praso de oito dias para apresenta-
ção das propostas, que, se a matena-
tica não é una treta, termino no dia
22 e, tanto assim é que essa mesna
couvocação fixava data e hora preci-
sa para abertura das propostas, o
dia 23 ás 21 horas.
3º-— (Que, informnando-se no dia 22,
pelas 23 horas, pouco mais ou menos,
se tinham entrado muitas propostas,
o sr. director, Antonio-Mata e o cou-
tinno do Club lhe afirmaram que
atuda não tinha estrado nenhuma.
4.º-Que indo poucos momentos
depois entregar a sua proposta e o
respectivo deposito ao sr. Presidente
da Direcção e informando-se novas
mente se havia alouna proposta mais,
este sr. lhe respondeu que ignorava,
porque havia já alguns dias que não
ia ao Club. |
5.º—Que esta informação devia ter
sido ouvida pelo director sr. David
Serra, que estava proximo, mas quai
do a não tivesse ouvido, como afir-
ma, viu entregar a proposta ao sr.
Presidente e este, por sua vez, eittre-
ga-la ao continto e recomendar-ihe
em alto e bom sou, «que guardasse
a proposta do sr. Carlos dos Santos
para a entregar à Direcção, junta-
mente com o deposito, no dia seguir
te, quando ela se reunisse para apre-
ciar as propostas apresentadas».
6.º-Que o-sr. Serra nada disse
uessa ocasião ao sr. Presidente da
Direcção, cono era natural e do seu
dever, se alguna proposta tivesse re-
cebido ou em seu poder,
7º—Que no dia 23, no acto de
abrir as. propostas, se achava sobre a
mêsa una proposta apresentada pelo
sr. Francisco Nunes Teixeira, como
representante de una empreza deque
fazem parte todos os membros da Di=
recção, que, ainda assim, pela pre-
cipttação com que foi organisada,
estava incompleta, faltando-lhe clat-
sulas exigidas no aviso de convoca-
ção, que lhe foi permitido enxertar
“por una proposta feita ad-hoc.
8.º-—Que tendo extranhado o fa-
cto do aparecimento dessa proposta,
que só podia ter sido apresentada fo-
ra do praso estabelecido, levantou
uma questão prévia, para que a Di-
recção aclarasse e declarasse quando
tinha terminado o preso para avre-
sentação de propostas, afirmando
qua o fazia sem intuito de afastar o
concorrente e muito menos prejudicar
o Club, mas tam sonente para mars
car bem a correção e lealdade de ca-
da um naquele concurso.
9.º-Que afirmando o sr. Presi-
dente da Direcção que o praso terini=
nara no dia 22, 0 director, sr. Serra
se apressou a declarar que essa pro-
posta já estava no gabinete da Dire-
cção desde o dia anterior.
10,º—Que o protestante não pode
moralmente ser obrigado a acreditar
nessa declaração, porque tem q cer-
teza de que o sr. Serra não entrou
nesse dia no gabinete da Direcção
nem lá mandou por coisa alguma.
11ºQue a corroborar essa certe-
za ha o facto de, logo em seguida,
informar que tinha declarado ao sr.
te, anbos ian do Club para suas ca-
sas, depois da meia noite, que tinha
essa proposta em seit poder o que foi
confirmado pelo sr. Presidente.
12.º- Que a ser assim, não se coma
preente porque não fez essa declara-
cão no Club, quando viu entregar q
outra proposta nem porque a não en-
tregou ao continto, como fez o sr.
Presidente á que lhe entregaram, pois
seria este o seit dever para evitar sus=
peições de parcialidade ?
13º-—Que estes factos e outros, que
cala para não se tornar. demasiada-
mente longo, o levaram á convicção
de que essa proposta foi gisala te-
pois de se saber que outras propostas
havia, e; portanto, entregue já fóra
do praso para a sua apresentação
4º Que a justificar esta coav
ção ha tambem o facto de no Lo
que terminou o praso para ar
ção das propostas, qu !
sr. Mata o tuform
ainda propostas, vinsii
puasé. que as propostas podia
sentadas no
duvida vo louvavel empenho de af
tar as propostas em que não era ii
teressado, se os proponentes lhe acei-
tassem o conselho |
15.º—Que demonstrada, assim, a
parcialialade dos senhores Directo-
res, com a honrosa excepção do sr.
Presidente, Dr. Joaquin Henriques
de Alneida, que muito me apraz de-
clarar ter-se mostrado de uma digua
e leal isenção, mas sendo êles todos
interessados na empreza representa-
da pelo.sr. Francisco Nunes Teixei-
ra, como é publico e notorio e êles
mesmo teem a hombridade de decla-
rar, não podiam nem deviam, porque
lhes é vedado pelos estatutos do Club,
alem do aspecto moral pouco reco=
mendavel de que o caso se reveste, ar-
vorarem-se em julgadores de uma
causa em que são parte interessada.
– 16.º- Assim, só os substitutos da
direcção ou entidades, que à Assem-
bleia Geral, por si ou pelo seu pre-
sidente, indicasse, poderiam intervir
nesse acto e poderá outorgar no pre-
ciso: contracto, vigiar pelo seu exato
cumprimento, acautelando os interes
ses do Club, tanto mais que, não pre:
cisa ser arguto para perceber que a
proposta recebida e aceite é feita na
esperança ou preconcebida intenção
de ludibriar o Club nos seus interes=
ses, quer obtendo um contracto aco-
modaticio ou crivado de alçapões,
quer sofismando unt contracto regu=
larmente elaborado.
Nestes termos o abaixo assinado,
cono socio do Clnb Bomjardim e co-
mo interessado no referido concurso,
protesta contra as irregularidades
havidas que tornaram nulo o corcur-
so aberto e contra as que possivel-
mente possam haver e praticar.
O protestante declara ter enviado
uma copia deste protesto ao Ex.Pº
Presidente da Assembleia Geral c
reserva-se o direito de fazer publico
este protesto, se assim lhe convier.
Sernache do Bomjardin, 25 de
Abril de 1925.
(a) Garlos dos Santos Silva
Como se vê deste meu protesto,
eu ainda lhe indicava um caminho
para a direcção-emprezaria dar uns
tons de legalidade e decencia ao ca-
so—entregar a elaboração e fiscalisa-
ção do contrato, que havia a fazer
com a empreza árrematante, aos su=
bstitutos da direcção ou a entidade,
que a Assembleia Geral ou o seu
Presidente, indicassem-e êste, decla-
rou-m’o êle, estava resolvido a inter-
vir no caso, que classificou por for-=
ma que me escuso de dizer, por não
me ser possivel usar do testemunho
de um morto. à
A direcção-emprezaria não acei=
tou o alvitre. Não lhe convinha, por-
que, assim, não poderiam dar as fa-
cilidades e a escandalosa proteção
que deram e ainda estão dando á em-
Presidente, quando no dia anteceden-! preza de que são socios.@@@ 1 @@@
cs
BRST Sede aco:
oia Ss Pnocrisso BEIRÃO
Qsssosssscosssosseseeoo
Camioneios ermaçh
Carreiras enfre Sernache:e a Estação de Pavaloo
A’S SEGUNDAS, QUINTAS E SABADOS ê
&
“HOTEL CENTRAL i
SER TES
Recomenda-se aos Srs. Viajantes e Turistas
Para quem pretenda demorar-se, fazemos preços especies Toda a cortespondencia deve ser dirigida a
O PROPRIETARIO,
: Tulio Vietorino
Bemjamim dos Santos Pires
SERNACHE . DO BOMJARDIM
SA Ooscosesscocedescseses
Estabelecimento. Comercial
api José Fernandes & C.’
GASIMIRO SG SASPAR Fazendas, ferragens, mercearias, adubos EAD o
louças e-diversos artigos
Agencia da Companhia de Seguros Fidelidade
Grande e variado sortido de je fazendas; miudezas; quinquilharias,
niercearias e papelaria
(Casa em frente do Correio)
SERNACHE DO BOMI ARDIM |
ted Sd ANTONIO AGOSTINHO
=. Mm. Martins Cardoso & E, .º
u de João: da: Silva: Carvalho
Fazendas, Ferragens, Mercearias, Artigos de Retro-
Sutegsares, Limitada
ao zeiro, Louças, Vidros e Tabacos
— ARTIGOS «DE NOVIDADE —
Alfaias Agricolas, Sulfato de cobre e Enxofre
‘“Sernache do Bomjardim
FIGUEIRÓ DOS VINHOS
QHIMPELES
Negoziante ambulante de fa-
zendas de lã
Grande. sortimento de fazen-
das para fatos, sobretudos de ho-
mens e senhoras.
Fazendas de algodão, lã, linho
e seda. Mercearias, ferragens,
quinguilharias; bijouterias. ete.
Vinhos finos e Champagne.
– Louças, vidros. camas, lavatorios .
de ferro, folha, de Flandres,
: ferro, RG etc,
Borel especial para capas alentejanas
Compra ou roca llã por fio
ou por fazendas.
Correspondente dos ..
BANCOS DE PORTUGAL, LISBOA & AÇORES,
COMERCIAL DE MOÇAMBIQUE; ETC.
ADUBOS “ QUIMIÇOS
E ORGANICOS
Deposito de tabacos e fosforos
37, Rua Candido dos Reis, 49-— Rua Dr. Santos Valente, I
Encontra-se todos os dornin
PE REPUBLICA são o E RT A gos no Mercado Bittencourt, .em
RR aporte PERERERTTO rr i rrEErTTTTE Sermache do Bomjardim.
Rc isa qe
a ds dd
EEECERET EEE TOREEREECEEERO
fo epeloq=le teta logado pelsqelsyalopalsga logo ioyeloyolo)
Seesçs À PArILHÃO CHNTRAL
Conta Da, Estas | es
s “Mu
FABRICO ESPECIAL PARA CON- E
“SUMO E EXPORTAÇÃO Ml
em mars
Ped pe MERCADO BITTENCOURT
É Oroguense,
DES
CARREIRA DE DE -CAMIONETTES
Entre a: vila-de: Pedrogão Pequeno,
À Amendoa; marmelada, brôas, frutas co- ty
bertas e cristalizadas i
Rebúcados de fruta, musgo e alteia i
rd da Gio Gar
Especialidade em pastelaria, doce de é Casa Comercial especialista em:
ovos, pundings e bolos finos Wl.. Certã, Sernache do Bomjardim,
CAPILÉ, GROZEILHE E SALSAPARRILHA ty Ferreira do Zezere, Tomar e Payalvo
) Fabricantes: dos: afamados -rebuçados de’S. ROQUE uy
Chás, cafés, -assucar, sabão, lou-
ças, petroleo, massas alimentícias, sê-
a 0) | meas, arroz, cereais, bolachas,
| v Fornecem-se lunchs para casamentos e bi 4 São feitas com toda a regularidade, desde azeites, vinhos e licores
‘tisados, de todas as qualidades de docerias h 3 de Dezembro, ás segundas, quintas e saba- CAR k :
SLi AGan RUA aa e ti – Widos, saindo de Ped í Tabacos nacionais e estrangeiros
Sabrica monida a electricidade (717 A ao SER =
: faco $ ta P ARTIGOS DE CAPELISTA’E FERRAGENS
| Teletone Note trás E ara informações, com o director dele-| [L East
o gado, PREÇOS SEM COMPETENCIA
“Rua de So Bento, 363 Sh E Adelino Nunes Marinha SEMEIA
LISBOA
E SERNACHE DO BOMJARDIM
|
7
6 ed cai