O Renovador nº5 14-03-1970

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E ci o AT

 

RR RE

 

 

Ano | — Nº 5

Ip

14 de Março de 1970

D RENDUADORS

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTA, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

 

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5- r/c — SERTÃ — Telef. 131

 

DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO:

JOAQUIM MENDES MARQUES

 

 

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

 

 

 

No seu notável discurso de
21 de Fevereiro último o Se-
nhor Prof Marcello Caetano re-
feriuse à «civilização da im-
paciência» em que vivemos.
Tudo se contesta. Exige-se que
tudo seja feito, modificado, re-

Solcd E ii Da
a mesma rapidez com que cs
homens foram à Lua.

A impaciência é, na verda-
de, uma das características do
nosso tempo. A procura de
meios mais rápidos de comu-
nicação social, a necessidade
de chegar primeiro, de saltar
eiapas, de não perder tempo,
de passar do nada ao tudo.
do primitivo ao moderno, na
economia, na indústria, na ar-
te, na política e, até na Reli-
gião, define bem a luta que
em toda a parte se trava nes-
te nosso mundo de inquieta-
ção.

De um dia para o outro, de
um ano para o seguinte, de um
lustro para ouiro lustro, de
uma década, para outra déca-
da, a face do mundo e das
coisas transforma-se. Anda de
rastos hoje, o que ontem ain-
da era um ídolo intocável. O
que há uma semana satisfazia
os mais exigentes, já hoje não
contenta os mais conformis-

 

Iuilização da

 

tas. Todos querem ir mais
além, na ânsia de novidade, de
outros modos de vida, de ou-
tras ideias, de novas comodi-
dedes, de novos prazeres.

X civilização da segurança,
lenta e calma, sucedeu q civi-
lização da velocidade, da in-
quietação, da impaciência.

Também pelos meios rurais
fervilha este vento impetuoso
de mais e mais, de andar de-
pressa, de passar do zero ao
cem, do não ter um melhora-
mento público durante séculos,
para querer ter três e quatro
no mesmo cmo. Vivia-se des-
consadamente há poucos nos
no primitivismo de uma aldeia,
sem água mais que a da fon-
te de mergulho, com mato nas
ruas, sem mais luz que a da
condeia de azeite, sem mais
acesso que o dum caminho de
barrocais. As crianças tinham
que percorrer 4 e 5 quilómetros
para irem à escola primária.
E quere-se passar de um dia
para o outro, para abasteci-
mento domiciliário de água,
para lizações de esg k
para electrificação com todos
os aparelhos electro-domésti-
cos, para estrada alcatroada,
para escola ao pé da porta,
pera estabelecimento de ensi-

impaciência…

no secundário, para universi-
dade a menor distância…

Tudo isto é hummno e com-
preensível.

A situação de muitas das
nossas aldeias do interior em
relação ao que seria mister pa-
ra uma vida digna de ser vi-
vida nesta segunda metade do
século XX, em que a tecno-
logia atingiu um progresso tão
avassalador, é ma verdade
digna de ser ponderada.

Mas. será possível passar as-
sim tão fúcilmente, do zero qo
cem, como alguns pretendem?
A natureza, lá o diziam os an-
tigos, «não dá saltos», O pro-
gresso é, pela sua própria
ideia, caminhar, avançar, não
saltor. Só por demagogia in-
consciente e por fraude elei-
coeira se pode afirmar o con-
trário.

É certo que tudo depende
do ritmo da marcha. Mas este
é condicionado pelos factores
intemos não só da angariação
de meios materiais para a

f & igid mas
ainda da própria iniciativa dos
particulares. .

No dizer do Sr. Prof Mar-

cello Castmmo no aiscurso já

Continua na 2.º página

 

 

SÃO JOÃO

E SO

Tem perspectivas de progresso?

— Sim, tem-nas, quer em
mente, quer em plena realiza-
ção. Por agora, está em vias
de acabamento uma elegante
e airosa vivenda residencial,
composta de dois pisos e cave
que o nosso conterrâneo, sr.
Ramiro Pires Santana, agri-
cultor e comerciante, em terras
de Angola, mandou edificar
na terra natal, onde reside com
a família.

— Têm sido muitos os emi-
grantes de S. João do Peso,
regressados à terra natal?

— Definitivamente, não tan-
tos como noutros tempos, ou
melhor, fixam-se agora mais

em Lisboa, o que não quer di-
zer que, amanhã não troquem
os ares pesados e barulhentos
da Capital pelos dos pinheiros,
leves, respiráveis, límpidos,
fluídos, oxigenantes, azotados,
enfim, tudo o que há de me-
lhor! Temporâriamente, são
assíduos à terra natal, não há
mês ou ano que a não visitem.

— Então são saudosos?

— E qual é o português que
não tem saudades da sua terra?
Mantêm correspondência fre-
quente com os seus familiares
e auxílio aos que cá ficam.

— Os emigrantes de S. João
do Peso, são religiosos?

 

RENOVAÇÃO É

Em Vila de Rei «A Bela Serrana» há Lenda e Tradição…

AM Re

— Não sei, é de prever que
sim.

— São João do Peso tem
Padroeiro?

— Que pergunta essa: Então
não havia de ter e olhe que até
o seu nome anda ligado ao da
terra. Tem carinho, vida e en-
tusiasmo, a festa que anual-
mente se faz a acrescentar a
tudo isso pensa-se, desde há
muito, construir cá uma Igre-
ja nova. Veja-se por ex. as cir-
culares, publicadas a esse res-
peito, em 1957, em 1958, os
seus dizeres, os nomes que as
subscreveram. Nesta terra não
se volta atrás. Só andamos pa-
ra diante. Quando chegar a al-

Continua na 3.º pág.

 

Albufeira e Barragem do Cabril envolvendo
a Região Florestal num anseio de progresso

 

Aprovado o Relatório da Gerência
da Câmara Municipal da Sertã
relativo ao ano de 1969

Em sessão do Conselho, cele-
brada a 13 de Fevereiro, foi apro-
vado o Relatório da Gerência da
Câmara Municipal da Sertã re-
lativo ao ano findo em 31 de
Dezembro de 1969.

Além de lhe darem a sua apro-
vação os Ex.rºs Conselheiros mu-
nicipais conferiram ainda por
unanimidade, um voto de louvor
ao Exmº Presidente da Câmara
Municipal, ao pessoal da Secre-
taria e ao respectivo chefe pela
destacada acção desenvolvida
durante o ano findo.

Não nos é possível reproduzir
na íntegra, o importante docu-
mento, como seria nosso desejo.
No entanto, vamos extrair do
mesmo ume. síntese dos números
que julgamos mais significativos
para elucidação de todos os Mu-
nícipes da Sertã.

A anteceder o Relatório prô-
priamente dito, o Ex.Ӽ Presiden-
te da Câmara faz um balanço
dos últimos três anos da gerên-
cia municipal, tirando daí algu-
mas conclusões mais importantes:

«Eis os números da Receita,
diz. — Em 1967: 6 440 915850;
1968: 7363854890; 1969:

 

A melhor vingança…

Disse, e bem, Tristão de Ataíde que «a única vingança que devemos
tirar dos nossos adversários é fazer deles os melhores colaboradores da

nossa formação pessoal».

Realmente dentre os múltiplos e variados factores que mais eficazmente
podem .contribuir para a formação pessoal de cada um de nós, podemos sem
dúvida enumerar a acção exercida pelos nossos adversários.

De facto, quer no campo intelectual, quer no campo religioso ou políti-
co, um adversário é sempre um espião a vigiar e a espreitar todas as ati-
tudes e movimentos do antagonista. Sabe captar com manhosa finura os
instantâneos mais comprometedores da vida que o incomoda.

Parce ler nas sombras, os segredos mais recônditos e sômente ele pos-
sui o ficheiro mais completo e o retrato moral mais exacto, embora em tra-
ços exagerados, daquele a quem impugna.

Portanto, ao contrário dos amigos, que só se fixam nas qualidades dos
que admiram e amam, procurando até muitas vezes encobrir erros não só
mais ou menos ocultos mas até publicamente conhecidos, os nossos impugna-
dores conhecem-nos os pontos fracos e os mínimos defeitos. E assim sabem
manifestá-los com maior liberdade e clareza do que qualquer dos nossos

mais fiéis e íntimos amigos.

Quantas vezes trazem à luz, coisas que nem sequer aqueles mais pró-

CRE

Continua na 2º página

ma

o

8 334 050820. Como se vê, a prom
gressão é normal e reflecte, na-
turalmente o desenvolvimento da
actividade camarária, nos impos-
tos directos, no rendimento de
diversos serviços e no rendimento
dos bens próprios, principalmen-
te os relativos à electricidade,
nas redes já construídas.
Impulsionado o desenvolvimen-.
to do Concelho am a verba ex-
traordinária proveniente do pa-
gamento do imposto de comércio
e indústria pela Hidro-Eléctrica
do Zêzere, que fez atingir, as

Contimia na 3.º página

 

NESPERAL

vas receber
o Sr. Governador Givil

de Castelo Branco

E HOMENAGEAR O SR. JOSÉ
MARTINS QUE HÁ 32 ANOS
ININTERRUPTOS FAZ PARTE DA
SUA JUNTA DE FREGUESIA

Realiza-se no Domingo, dia
22 do corrente, com início às 17
horas, a cerimónia da inaugurar
ção da Estrada Municipal Cerna-
che do Bonjardim – Nesperal, na
distância de dois quilómetros e
meio e o abastecimento de água
por fontenários às povoações de
Nesperal e Malhepão.

À cerimónia, digna-se presidir
o Sr. Governador Civil de Cas-
telo Branco, que aproveitará a
oportunidade para prestar home-
nagem ao Sr. José Martins, vogal ,
da Junta de Freguesia. que há 32
anos contínuos faz parte dos ór-
gãos administrativos daquela au-
tarquia e brevemente se retira
para África,

| VISADO PELA CENSURA |PROGRESSO|

 

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Página 2

O RENOVADOR

De semana a semana 9 melhor vingança…

EM. PORTUGAL

* O êngenheiro Santos e Castro
“foi nomeado presidente da
Câmara Municipal de Lisboa.
* Para o cargo de Comissário
do Governo para os assuntos
do Estado da Índia, criado por
decreto-lei de 11 de Fevereiro
passado, foi nomeado o General
França Borges.
* Em Torres Vedras foi criada
uma secção do Liceu Nacional
D. Pedro V’
* Em visita oficial encontrou-se
entre nós o ministro dos es-
trangeiros do Luxemburgo.
* Partiu para Lourenço Mar-
ques o novo governador geral
da nossa grande província do Ín-
dico, Engenheiro Arantes e Oli-
veira,
* Mangualde solicitou do Go-
verno a criação duma Escola
Técnica Comercial e Industrial.

* Os trabalhos na barragem de
Cabora-Bassa têm assumido
tal incremento que, naquelas pa-
ragens de Moçambique, está a
surgir uma importante cidade.

* Na Feira . Internacional de
Osaka (Japão) foi inaugura-
do o pavilhão de Portugal.

* O Chefe do Estado inaugurou
as noves instalações do Ban-
co de Fomento Nacional.

* O Banco de Fomento Nacio-
nal vai conceder 100 000 con-

tos de crédito para empreendi-

mentos na Ilha da Madeira.

* Entre a Junta de Energia Nu-

clear e uma importante em-

 

Casa da Comarca
de Sertã

Realiza-se no Sábado, dia 14,
a tomada de posse dos novos cor-
pos gerentes, a cuja Direcção pre.
side o nosso muito prezado Ami-
go, Sr. Reinaldo de Jesus Costa.

Na mesma data efectua-se a
Assembleia Geral Ordinária para
aprovação do Relatório e contas
da Gerência de 1969 presidida
pelo também nosso muito prezado
amigo, Dr. Manuel Farinha da
Silva,

 

Oficial de diligências

“do tribunal da Sertã

Por portaria publicada no Diá-
rio do Governo Il Série, de 3 do

corrente mês de Merço, foi no- –

meado interinamente oficial de
diligências do tribunal da comar-
ca de Sertã, durante o impedi-
mento do titular, Fernando Ma-
nuel Dias, o nosso conterrâneo,
natural de Beirão, (Várzea dos
Cavaleiros), Luciano José Lopes
Parente, há pouco regressedo do
Ultramar, onde cumpriu um pe-
ríodo de dois anos e meio em ser-
viço de soberania.

A posse foi-lhe conferida no
dia seguinte, pelo meritíssimo Juiz
da Comarca,

O RENOVADOR deseja-lhe
as maiores prosperidaes.

 

D. Maria Helena
da Graça Craveiro Martins

Encontra-se em franca conva-
lescença da doença que a aco-
meteu, a Senhora D. Maria He-
lena da Graça Craveiro Martins
da Silva, esposa do nosso pre-
zado amigo e prestigioso comer-
ciante nesta vila, Senhor Ma-
Ps António Martins da Silva.

mo-nos com tal facto e

e votos
to o Esta bEdosfnrento

pelo seu comple-

“ cal de-CERNACHE DO BON-

presa, alemã foi assinado um con-
trato para a prospecção de urânio
em Moçambique e Angola. Vai
criar-se -a Companhia Nacional
de Matérias – Primas.

* Pensa-se em tornar mais fá-
cil o trânsito entre Portugal
e z Espanha.

* “Os fabricantes de pasta celu-
lósica e de aglomerados de
madeira vão formar um grémio.

* O Ministro do Ultramar rea-
liza uma viagem de trabalho
à Guiné.

NO MUNDO

* A Viagem do Presidente Pom-
pidou 2 Washington contri-
buiu bastante para melhorar as
relações entre a França e os Es-
tados Unidos.
* A crise política italiana con-
tinua a apresentar-se de difícil
solução.

* A Rodésia desligou-se total-
mente da Coroa Britânica
tendo proclamado a República.
* A Inglaterra solicitou a con-
vocação do Conselho de Segu-
rança da O. N. U. para tratar da
questão rodesiana.
* As eleições austríacas vão dar
origem a um novo governo de
coligação.

* O Chanceler Willy Brandt
esteve três dias em Londres

onde efectuou conversações pro-

veitosas com o governo inglês.

* Quase toda a Europa tem si-
do fustigada por violentas

tempestades de neve que têm

causado gravíssimos prejuízos.

* A cidade italiana de Pozzuoli,
próximo de Nápoles, continua
a ser teatro de uma grande tragé-
dia devido a sismos lentos e con-
tínuos.
* Entrou em vigor o tratado de
não-prolifereção de armas nu-
cleares, celebrado entre os Esta-
dos Unidos, a Rússia e a Ingla-
terra. A China e a França não
assinaram este tratado.
* O Presidente Nixon anunciou
a realizzção, ainda neste sé-
culo, de viagens interplanetárias
dentro do Sistema Solar.
* O eclipse total do Sol, que te-
ve lugar no dia 7, apenas foi
visto no Continente Americano,
tendo sido objecto de profundos
estudos.

 

CUMEADA

Falecimento

Faleceu no passado dia 26 de
Fevereiro, o Sr. Cipriano Fari-
nha, de 71 anos de idade, casa-
do com a Sr. D. Margarida Nu-
nes, residente em Vaquinhas
Fundeiras, freguesia da Cumea-
da. Era pai do Sr. Manuel Fa-
rinha Nunes, comerciante, ca-
sado com a Sr.” D. Maria de
Jesus Nunes, residentes no mes-
mo lugar de Vaquinhas.

Realizou-se, com grande acom-
panhamento, o seu funeral, no
dia imediato, para o cemitério
da sede da sua freguesia.

À família enlutada, apresenta
O Renbvador as suas sentidas
condolências.

 

Trespassa – se

Por motivo de saúde, loja mista,
bem afregueseda e no melhor lo-

JARDIM. Trata Delfim Rodri-
-gues — Cemache do Bonjardim.

 

da 1.º

ximos, os que vivem ao nosso lado, partilhando os mesmos sonhos, reali-
zando o mesmo ideal, imaginar podiam!…

Porém a nossa maior desforra e vingança verdadeira, que não é cobar-
dia, deve consistir únicamente em nos aperfeiçoarmos, corrigindo em nós
tudo o que pode justamente provocar as críticas e maledicências de nos-

sos opositores.

Assim as mesmas acusações que nos imputam serão o degrau para o
nosso triunfo. Pois a vitória neste caso, não está/ em nos defendermos com
as mesmas armas, porque o embate da pedra ou do ferro produz quase
sempre faísca e imediatamente se ateia um grande incêndio de inteligên-

cias e vontades.

É que nestas circunstâncias facilmente caímos nos excessos a que ordi-

náriamente a vingança conduz.

Exaltados, cometeremos então todas as injustiças fornecendo assim pre-
texto aos nossos adversários de nos atacarem com razão.

Por conseguinte, este contínuo esforço de aperfeiçoamento sincero e efi-
cazmente operante será o melhor meio de conseguirmos fazer calar e deste
modo vencermos todos os que militam do lado contrário e que por qualquer
razão se tornaram, ou sempre foram, nossos adversários,

Neste caso, tiramos-lhes radicalmente o motivo de nos acoimarem deste
ou daquele defeito que já não temos e que eles folgariam de ver sempre

em nós.

J. MENDES MARQUES

 

Notariado Português

CARTÓRIO NOTARIAL
DE OEIRAS

A Cargo do Notário: Licencia-
do: Júlio de Oliveira Manaia

CERTIFICO, que por escritu-
ra, de 16 de Janeiro de 1970, e
de folhas 44 v.º, a folhas 46 v.º,
do livro de notas C-572, deste
Cartório, foi constituída entre
Manuel Afonso de Lima e Jo-
sé Afonso de Melo, uma socie-
dade comercial por quotas de res-
ponsabilidade limitada, nos ter-
mos constantes dos artigos se-
guintes:

1º — A sociedade adopta a
denominação de «CARPINTA-
RIA MECÂNICA IDEAL AR-
COENSE, LIMITADA», tem a
sua sede no lugar e freguesia de
Fundada, concelho de Vila de
Rei, conta de hoje o seu início e
durará por tempo indeterminado.

2º — O objecto social consis-
te no exercício da industricl de
carpintaria e serração mecânicas,
podendo a sociedade explorar
qualquer outro ramo de indústria
ou comércio em que os sócios
acordem e que não dependa de
E especial.

— O capital social é de
165 “000800, está integralmente
realizado em dinheiro e corres-
ponde à soma das quotas dos só-
cios que são as seguintes: uma
de 110 000800 pertencente ao só-
cio Manuel Afonso de Lima; e
uma de 55 000$00, pertencente ao
sócio José Afonso de Melo.

4º — As cessões de quotas a
estranhos dependem do consen-
timento da sociedade,

5º — A gerência, dispensada
de caução, pertence epenas ao só-
cio Manuel Afonso de Lima, sen-
do, por isso, necessária e suficien-
te a sua intervenção para obrigar
a sociedade em todos os seus ac-
tos e contratos e para a repre-
sentar em juízo e fora dele, activa
e passivamente.

.º — Quando a lei não exigir
outras formalidades, as reuniões
de, assembleia geral serão convo-
cadas por meio de cartas regista-
das dirigidas aos sócios com oito
dias, pelo menos, de antecedên-
cia.

É certidão que extraí e vai con-
forme com o original no qual na-

 

Variante da estrada
nacional n.º 238
entre Cruz do Fundão
e Oleiros

Apoiando a nossa local publica-
da no número anterior, recebemos
de um grupo de troviscalenses
radicados em Lisboa, o seguinte
telegrama: «Grupo Troviscalenses
radicados em Lisboa aplaudem in.
condicionalmente critério expos-

to artigo publicado O RENA-

| VADOR titulo VARIANTE E. .
-N. 238, cuja ora as aie E
” lídades “citadas hã m

 

setam».

da há em contrário ou além do
que se narra ou transcreve,

Oeiras e Cartório Notarial, aos
dezasseis de Janeiro de mil nove
centos setenta.

O 2º Ajudante do Cartório,

José Coelho Monserrate

14 de Março de 19%0

Jonquim Baptista
Mendes

PRESIDENTE
DA CAMARA MUNICIPAL
DE VILA DE REI

Tendo terminado o seu segun-
do mandato como Presidente da
Câmara Municipal de Vila de
Rei, no dia 26 de Fevereiro úl-
timo, foi reconduzido por mais
um mandato de quatro anos o
Ex.”º Presidente da Câmara Mu-
nicipal de Vila de Rei, Sr. Joa-
quim Baptista Mendes.

Ao ilustre homem público, que,
com tanta dedicação e dinamis-
mo tem conduzido o concelho de
Vila de Rei pela senda do pro-
gresso e da Renovação, endere-
cambs os mais ardentes votos
pelas suas prosperidades pes-
soais e pela promoção social do
concelho que tão brilhantemen-
te dirige.

PRESSE PP.

Terreno para construção

Vende-se na Vila de Sertã,
situado entre a Câmara Muni-
cipal e o chalé que foi do fa-
lecido dr. José Nunes e Silva.
Tratar com Aníbal Coelho —

rtã.

 

Civilização da

aludido, «o Estado, por mais
que faça. não pode dispensar
a iniciatica dos particulares».

Não atribuamos toda a cul-
pa ao Estado. Trabalhemos nós
mesmos, dentro da nossa es-
fera, em associação e união,
para o progresso geral, com
espírito aberto e renovado.
Não exijamos ao Estado ou às
autarquias locais mais do que
eles nos podem der.

Um pouco de paciência, faz
sempre bem. Paciência que
não é rotina, nem comodismo,
nem conformismo fácil, mas
sim, compreensão, dinamismo
interior, união de esforços.

Não é a reclamar em altas
vozes, «a incitar & revolta a

impaciência…

Sobre as Câmaras da nos-
sa Região recaem incessante-
mente os pedidos, de uma ma-
neira geral respeitosos, de
mais de 700 lugares.

Como seria possível fazer
melhoramentos em todos eles
e na mesma altura?

Assentes critérios de priori-
dade, eles têm de ser respei-
tados, sob pena de não se ta-
zer justiça distributiva. O não
se concordar com qualquer de-
les, não significa que estejam
errados.

A Administração não tem o
monopólio das melhores solu-
ções. Mas está em condições
de adoptar «a melhor. De uma
memeira geral, mais informada,
atende «a uma área mais vas-
ta do que aquela em que se
di-

 

por que se
eg Td os grandes proble-
mas, que se recupera o atra-
so de muitos cnos que leva-
mos de outros povos. Por cir-
cunstâncias diversas eles
adiantearam-se-nos, pelo menos
desde o século XVII.

os
rectos em qualquer melhora-
mento.

Em lugar de «civilização da
impaciência», entremos decidi-
damente pela «época da reno-
vação»,

Ra

 

 

da Sertã

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14 de Março de 19%0

MOSAICO

POR DANIEL GOUVEIA

 

As amostras de solo e poeira
lunares que os astronautas da
«Apolo 11» e da «Apolo 12»
trouxeram e que o governo dos
Estados Unidos espalhou pelos
mais adiantados laboratórios e
centros de análise de todo o mun-
do, têm provocado interessantis-
simas controvérsies e levado a
descobertas surpreendentes. A
teoria de que a Lua seria uma
parcela da Terra projectada no
espaço, parece estar totalmente
rejeitada: a solidificação dos mi-
nerais trazidos da Lua entre os
32 e os 4,6 biliões de anos, ao
passo que os minerais mais anti-
gos existentes na Terra contam,
no máximo 3 biliões de anos.

Entre os sábios encarregados
destes estudos há divergências a.
respeito das origens das crateras
da Lua. Um grupo de cientistas

A CASA DA COMARGA
DA SERTÃ

DIAMANTINO ALBINO
DA SILVA

 

O nosso Diamantino, fez anos
no dia 12.

A verdadeira trave-mestra
da Casa da Comarca da Sertã.
O homem para tudo, que tudo

faz e bem, com o melhor dos |

sorrisos e satisfação.

Inalterável. Sempre bem
disposto, mesmo que lhe sur-
jam contrariedades.

Nunca ninguém o viu zan-
gado. Conhece quase toda a
gente da nossa Região; na Re-
gião todos o conhecem.

Para todos há sempre um
cumprimento amigo.

Caritativo, esmoler, regiona-
lista dos melhores.

Haja um doente patrício no
Hospital, ou detido, que o Dia-
mantino não faltará com sua
presença amiga, pronto a re-
solver todas as dificuldades.

Alma bem formada, espíri-
to de eleição. Da sua boca não
se ouve um queixume, uma
palavra mais áspera ou crítica
maldizente, nem mesmo para
aquele que alguma vez o te-
nha aborrecido…

Tem duas paixões: sua Mãe
e a Casa da Sertã. Para elas
vive e trabalha incansâvel-
mente, com inigualável dedica-
ção.

É hábito já de alguns anos
haver um almoço promovido
pelos seus amigos mais íntimos.

O festejado é sempre o últi-
mo a saber onde se realiza.

(0)

SÃO JOÃO DO PESO

Continuação da 1.º página

tura de podermos apresentar a
foto da nossa Igreja nova e a
subscrição para ela há-de ver-
-se como as coisas são.

 

— A população da freguesia
não diminui cada vez mais?
Não, não diminui cada vez
mais. O que se regista é um
fluxo e refluxo dos naturais
válidos, um vai-vém de emi-
grantes e de imigrados, um
sintoma de vitalidade interes-
sante e característica de S.
João do Peso. Para concretizar
recordemos só o que se passou
na inauguração há um ano da
luz eléctrica. Não éramos já
uma aldeola, éramos uma ci-
dade! Quere dizer, os nossos
conterrâneos vêm quando é
preciso vir e querem ver a
terra com todos os requisitos
— necessários, sejam eles a
luz, a Igreja, os fontenários, os
, Os caminhos, as ruas,
e tudo no último modelo e tu-
do feito à imagem do último
; J

 

da Universidade de Tubingen,
chefiado pelo Prof. Wolf Frei-
herr von Engelhardt, afirma que
essas crateras são a conseguência
de impactos de meteoritos, Po-
rém, outros investigadores man-
têm a opinião que elas são resul-
tantes de processos tectónicos e
vulcânicos,

Só novos elementos que pos-
sam ser trazidos pelos astronau-
tas da «Apolo 13» e pelos que,
possivelmente, se lhes seguirem
poderão esclarecer (e solucionar?)
estes estudos,

A Acção Nacional Popular
veo substituir a U. N. Das
afirmações produzidas pelo Che-
fe do Governo, deduz-se que não
se trata de uma simples mudan-
ça de nome. Há fins a atingir
que têm de levar o seu tempo,
dentro da moratória que o Dou-
tor Marcelo Caetano solicitou
quando da sua investidura. De
outro modo, tratar-se-ia de uma
política dilatória que findaria por
descontentar gregos e troianos.

A situação é extremamente de-
se compreendem, os obstáculos
licada. Adivinham-se, mais do
que se compreendem, os obstá-
culos que se deparam ao Presi-
dente do Conselho, quer interna
quer externamente.

É forçoso aguardar que o mes-
tre de Direito complete, com êxi-
to, a sua lição.

O RENOVADOR

Casais Unidos de

Outeiro e Calvos
em Festa

Como noticiámos, realizou-se
nas povoações de Outeiro e
Calvos da freguesia de Sertã,
também designadas por Casais
Unidos, a Santa Missão, pre-
gada pelo Rev.º P. Luís Cer-
deira da Ordem Dominicana,
como preparação para a comu-
nhão pascal.

A cerimónia da conclusão
celebrou-se no sábado, dia 7,
presidida por Sua Excelência
Reverendíssima o Sr, Bispo
de Portalegre e Castelo Bran-
co que administrou o santo
crisma a 147 crianças e jovens.

As cerimónias deram ocasião
a que Casais Unidos se sentis-
sem em festa, verificando-se
nas suas ruas calcetadas desu-
sado movimento de pessoas e
veículos e procurando todos
vestir as suas roupagens do-
mingueiras, conscientes de tra-
tar-se de um acontecimento lo-
cal.

Outeiro e Calvos, e as povoa-
ções anexas de Olival, Portela,
Giesteira e Catraia constituem
um dos núcleos mais importan-
tes da freguesia de Sertã, com
os seus 350 fogos e perto de
mil habitantes. As suas maio-
res aspirações, presentemente,
são o revestimento betuminoso
da estrada Sertã-Portela, cu-
jas obras vão iniciar-se em bre-
ve e a sua elevação a freguesia.

-)

 

Aprovado o Relatório da Gerência
da Câmara Municipal da Sertã

Continuação da 1.º página

receitas camarárias, em 1966, a
cifra de 7931 431870, pode di-
zer-se que a Câmara conseguiu
que aquele fosse rãpidamente re-
produtivo, já que, em 1969, sem
qualquer pagamenta que possa
considerar-se extraordinário, as
quantias arrecadadas ultrapassa-
ram largamente aquele maior
montante de 1966.

O aumento verificou-se mos
três últimos capítulos o que é
mais significativo, já que a recei-
ta extraordinária representada prin-
cipalmente pelas comparticipa-
ções do Estado para diversos me-
lhoramentos, foi ligeiramente in-
ferior em 36 330830, à de 1968».

E, mais adiante: «é de salien-
tar, no entanto, que, infelizmen-
te, no sector tão importante da
expansão da electricidade foi di-
minuta a receita extraordinária
recebida para construção de mo-
vas redes eléctricas por virtude
não só de ia verba destinada pe-
lo Estado para esse efeito, ter si-
do insignificante, mas ainda,
quanto a nós, pelo facto de não
ter sido possível chegar a acordo
com os particulares para a ob-
tenção do direito de passagem
através dos seus terrenos, com
as linhas de alta tensão. Tal fac-
to tem atrasado sensivelmente o
programa de electrificação do
Concelho que de 1962 a 1967 de-
correu a bom ritmo.

Têmse desenvolvido com maio-
res esforos no sentido de solu-
cionar o problema. No entanto,
até ao presente, eles não têm si-
do totalmente coroados de êxito».

Acrescentamos agora alguns
números mais significativos:

Quanto à receita:

Impostos directos: 2 421 751$50

Taxas-rendimento de diversos
serviços: 660 344$10;

Rendimento de bens próprios:
1674 966$20;

Receita extraordinária (com-
participação do Estado e de par-
ticulares): 3172 073870.

Quanto à despesa:

Despesa total em
7 444 459840,

Despesa no capítulo Secreta-
ria: 475 132850;

Despesas nos serviços de saú-
de: 301 356$10; ,

1969:

 

Despesas nos serviços de elec-
tricidade; 1 300 698$50;

Despesa no serviço de águas
e saneamento: 129 336$10;

Despesas com obras: 693766880.

Despesas com a instrução:
215 714$50.
Despesa. extraordinária:

3 348 250850.

Entre as obras comparticipadas
pelo Estado cujo pagamento en-
trou na rubrica «despesa extraor-
dinária», contam-se as seguintes:
Obra de beneficiação de fontes:
1084872810; Estrada municipal
entre Cernache do Bonjardim e
Nesperal: 200 430$00; Obra de
arruamentos na Sertã: 250 0005;
Caminho Municipal da Estrada
Nacional n.º 2 a Cimo da Ribei-
ra: 271 000800; Caminho Muni-
cipal para a povoeção de Mos-
teiro: 120 000$00; Caminho Mu-
nicipal de Brejo da Correia:
250 000$00; Caminho Municipal
de Pombas: 239 086$60; Estrada
Municipal de Carvalhal Fundei-
ro: 230 365800; Obra de abaste-
cimento de água a Cernache do
Bonjardim; 19 800800; Caminho
municipal de Verdelhos e calçada
à fiada na mesma povoação:
61 480800.

 

Presidente
da Câmara
Municipal
de Proença – a- Nova

Foi enviada para o «Diário do
Governo» a portaria que no-
meia para Presidente da Câma-
ra Municipal de Proença-a-Nt-
va, o Sr. Dr. Eugénio Ferreira
de Matos, sub-delegado de saú-
de do mesmo Concelho. O Sr.
Dr. Eugénio Ferreira de Matos,
sucede ao Sr. Dr. Manuel Ro-
drigues Paisana que em 28 de
Fevereiro terminou o seu man-
dato de 12 anos. O Renovador
deseja a Sua Excelência as maio-
res prosperidades e êxitos no
espinhoso cargo.

Vai

Página 8

realizar-se na Sertã

a reunião Distrital dos comandos
dos Bombeiros Voluntários

Pelo Inspector de Incêndios da Zona Sul, Ex.mº Coronel Ro-
gério Cansado, foi determinado que se realize na Sertã a reu-
nião anual dos Comandos dos Bombeiros Voluntários do nosso

Distrito.

Está também autorizada a presença de corporações nos exer-

cícios a realizar na ocasião.

A guarda de honra àquela entidade e ainda ao Presidente
da Liga dos Bombeiros Voluntários, Sr. Moura e Silva, e os exer-
cícios, estarão a cargo da corporaçção da Sertã.

Em princípio a reunião está marcada para o primeiro Do-

mingo de Junho.

Para o efeito começaram as instruções dos Bombeiros Vo-
luntários da Sertã, sob o comando do instrutor, Sr. Marques da
Silva, actual comandante dos B. V. de Figueiró dos Vinhos, que
foi subchefe e chefe na corporação da Sertã.

 

0 peixe até parecia cabrito…

O dia raiou atraente (ou não
fosse o dia da abertural…) e
por isso não aproveitar tão ali-
ciante convite, seria verdadeira-
mente lastimável.

Manhã fresca, sol radiante.

Foi autêntico o entusiasmo pe-
la pesca, na Ribeira da Sertã.

Canas ao alto, lançamento à
água, paciência de Job.

«Agora! Logo! Ainda não!
Quando será?!» Mas o entusias-
mo não arrefece, a paciência não
se esghta.

Mais que tudo, porém, a ca-
maradagem de bons amigos: o
Aníbal, o António Raul, o Virgí-
ho Alexandre, o Maximiano o
J. Ferreira, o Álvaro, b Francis-
co, o Luís e o Américo Batalha.
Depoisl… Depois apanham-se al-
guns peixes, «os bastantes» pa-
ra que não suceda que a ceia
chegue sem lanche.

Sempre no mesmo ambiente de
sá camaradagem, atinge-se
ge-se o auge. É ver os cbzinhei-
ros improvisados, mas cheios de
qualidades (capazes de causar
inveja à cozinheira mais diplo-
mada!) numa azáfama constan-
te. É o amanhar dos peixes na
água corrente, o fogareird, o sal,
o piri-piri, o azeite e todos os
condimentos indispensáveis pa-
ra o pitéu. Que agradável odor!
Que cheirinho! Tudo lestá pronto
e o apetite também não falta.

Tudo come, tudo se regala
com tão saboroso petisco, a que
não podia deixar de se associar

AQUI ..Várica

dos Gavaleiros e Figueiredo

Pensou-se, há pouco tempo,
num jornal para a nossa fregue-
sia. E a licença para a sua pu-
blicação chegou a ser dada.

Ao sabermos, porém, da publi-
cação dum Jornal regional e por-
que hoje ninguém pode sózinho
trabalhar ou sobreviver com êxi-
to, pensámos logo em desistir des-
sa ideia e colaborarmos com a
equipa desse jornel: O RENO-
VADOR que vai ser o nosso Jor-
nal.

VISITA PASTORAL

 

O Senhor Bispo, o grande res-
ponsável pela Catequese e pela
Pastoral da Diocese e da Paró-
quia, vai passar o dia 22 de Mar-
ço entre nós e connosco. Embo-
ra sem o aparato externo de ou-
trora, esta visita é sempre de
grande importância para a pa-
róguia. E todos nos estamos já a
preparar para que assim seja.

ENCONTRO EM LISBOA

É já no dia 5 de Abril, de
tarde, e no mesmo local: Largo
do Rato. Resultará na medida em
que todos nos responsabilizemos
e façamos que seja o que todos
e cada um desejam. Avisemo-nos
uns aos outros para que ninguém
falte por não ter conhecimento.
Em breve daremos mais porme-
nores. — (C.)

a bela pinga, companheira inse-
parável nestas horas altas de fo-
lia.

Não admira que todos gostas-
sem e que tivessem ficado ver-
dadeiramente cativados e satis-
feitos com um dia assim.

E o butro que não gosta de
peixe, até experimentou a sensa-
ção de que o peixe lhe parecia

cabrito…
José (Saul

 

TRIBUNAL JUDICIAL
DA COMARCA DA SERTÃ

Ped e
Anúncio
(1º publicação)

Anuncia-se que no dia 1 do pró-
ximo mês de Abril, às 11 horas, à
porta do Tribunal Judicial da Sertã
e nos autos de execução sumária
que corre pela Secretaria do mesmo
Tribunal que Aníbal Coelho, casa-
do, motorista, residente em Sertã,
move ao executado António Martins,
casado, comerciante e industrial, au-
sente em parte incerta, vão à praça
os seguintes bens:

1.º — Três serras circulares, me-
cânicas, e respectivos acessórios, em
bom estado de funcionamento, sem
marca visível, assentes no solo, pelo
valor de 15 000800.

2º — Um charriot, em ferro, em
bom estado de funcionamento, pelo
valor de 1 000800.

3º — Quatro veios de transmis-
são com as respectivas chumacei-
ras, em aço, pelo valor de 2 000$00.

Sertã, 6 de Março de 1970.
O Juiz de Direito

Jorge Lobo de Mesquita
O Escrivão de Direito,
Carlos dos Santos Fazenda

 

Condições

de Assinatura

VIA NORMAL
Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
semestre: 40800
Estrangeiro — anual:
VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)

Províncias Ultramarinas
e Estrangeiro — anual: 180800

Número avulso: 1850

180800

 

 

 

Perna do Galego

Esta pequena povoação, com 9
fogos estã situada a 5 quilômetros
da sede de freguesia de Ermida,
e a 20 da sede do Concelho, Ser-
tã. É servida por ramal de estra-
da, iniciado há 30 anos e que su-
cessivamente se foi aproximando
do lugar da Cruz do Seixo. Fai-
tem ainda 600 m. para atingir
Perna do Galego. Daí, até à po-
voação de Relvas são mais 2 qui-
sriia de mal construída pica-

Espera-se que a Câmara pos-
sa dar satisfação a esta necessida-
de, bem como à da construção
de calçadas nas ruas do eo e

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

O RENOVADOR

Dostal de Oleiros PEDRO

AS TRUTAS
EM VIAS
DE SE EXTINGUIREM

No dia 1 de Março abriu a
pesca às trutas.

Foi o costume.

Cedinho, os entusiastas da
pesca desportiva, desta vila, (tu-
ristas, nem um..) lá partiram
armados do seu caniço até à Ri-
beira de Oleirors, em cata da
ventura…

Quilómetros percorridos, ri-
beira a cima, ribeira a baixo, não
faltaram… Trutas? — pbucas.

O exemplar pescado mais di-
gno de nota, de que tivemos co-
nhecimento, pesava um quilo e

uco,

Já lá vai o tempo em que, no
dia da abertura da pesca, se
apresentavam na Ribeira de
Oleiros e seu afluente Roda, en-
tusiastas desta mbdalidade des-
portiva, vindos de diversas par-
tes do país.

E a Vila de Oleiros anima-
va-se,

Os falares e a alegria dos pes-
cadores turistas e seus acompa-
nhantes, eram uma nota versátil
no monótono do dia a dia.

É que uns percorriam centenas
de quilómetros para vir: pescar
as trutas e os outros vinham com
eles, de centenas de quilómetros,
só para as comer… Mas, tanto
uns comb outros, na hora da
abalada, levavam bem arquiva-
das no coração a natural lhane-
za ‘e hospitalidade das gentes de
Oleiros e na retina as mil face-
tas das belezas incomparáveis de
que esta região serrana é tão ri-
ca,

Porém, a partir de certa data,
os pescadores turistas deixaram
de aparecer.

— Porquê?

Há quem queira preencher es-
te porquê, com explicações que
não satisfazem. Como, por exem-
plo, a falta de pensão capaz.

Sem dúviida, o factor Pensão
é importante. Mas não motivo
de peso para um verdadeiro pes-
cador desportivo.

Um pescador, desta modalida-
de, como toda a gente sabe, é ca-

Só o que parece fora do vul-

E a truta aguarda… t
Ribeira de Oleiros e Sertã…

paz de suportar «tratos»…, Os
mesmos sacrifícios que um ca-.

A questão está em que um te-
nha ensejo de encher o cesto e o
outro o cinto…

– Cremos que outro problema se
ergue.

Em nbsso entender, o pesca-
dor turista não aparece porque
não há trutas! 5

Por outras palavras: — Esta
rara e rica espécie piscícula, que
tinha o seu hábitat próprio na
Ribeira de Oleiros, está em vias
de se extinguir se não se fizer

algo por cela.

A RAPOSA ESPEROU QUE
ELE FOSSE PARA FRANÇA

Há ei um operárib, desta

vila, seguiu para França. Natu-

 

 

 

ralíssimo, Em Oleiros, as empre-
sas de viação até já vendem bi-
lhetes directos para aquele país.

Só o que parece fora do vul-
gar é que, dois dias depois dele
partir uma raposa assaltasse
(com grande mágoa da esposa)
a bem provida capoeira,

Da chacina, sobreviveu apenas
uma galinha. Possivelmente, para
não acabar com a raça…

Será que o diacho da raposa
sabia mesmo que o dono das ga-
linhas tinha ido embora?..

É que, esta «coisa» de ir pa-
ra França, está fazendo tal «ba-
rulho», que, se calhar…, já che-
gou aos ouvidos da bicharada!

 

DOENTES

De uma Casa de Saúde de
Castelo Branco, regressou à re-
sidência de seus familiares, nes-
ta vila, convalescente de grave
‘enfermidade, a senhora D. Joa-
quina da Silva Alves de Matos,
mãe do senhor prof. Francisco
Alves de Matos, vice-presidente
da Camara Municipal.

Na Clínica de Santa Teresa,
em (Coimbra, foi sujeita a mtelin-
drosa intervenção cirúrgica, a
senhora D. Maria Adelaide Pe-
drosb Barata dos Reis, esposa do
industrial, desta Vila, senhor
Abílio Matias.

A referida intervenção parece
ter corrido bem.

O Renovador apresenta votos
sinceros de completo restabeleci-
mento a ambas as senhoras.

Manhã fria. Céu límpido. De
todos os pontos cardiais afluem
à igreja sem interesse artístico, os
cristãos de Pedrógão Pegueno.
No Largo principal, revestido de
cubos de granito, com um can-
deeiro ao meio, fervilham com-
pradores de peixe e de outros
géneros. Ao lado, casas em ruí-
nas.

Subimos uma rua íngreme. À
ilharga fica-nos o hospital a pe-
dir reforma. Informam-nos que
quase tudo está preparado para o
início das obras de um novo Pos-
to Hospitalar,

Casas de traça antiga portu-
guesa chamam-nos a atenção.
Ruas estreitas onde se estendem
velhos casarões abandonados.

A uma centena de metros, um
morro com sobreiros, O Zêzere
corre ali, comprimido entre 2s en-
costas cortadas a pique. Caute-
losamente aproximamo-nos da
vertente, para melhor observar O
espectáculo deslumbrante. Ocor-
rem-nos imagens, vistas algures,
dos Alpes suíços, onde o turista
europeu gosta de subir. Rochas
ebruptas, de cor cinzenta, harmo-
nizam-se com o verde-escuro da
vegetação de sobreiros e carras-
queiros.

Para Nordeste, alveja, airoso, o
bairro dos funcionários da Hidro-
“Eléctrica do Zêzere. O cedro
rasteiro que margina as ruas alca-
troedas, contrasta com os telha-
dos barrentos, batidos pelo Sol
de Inverno.

Sentimos que, lá mais ao lon-
ge, a ermida de Nossa Senhora
da Confiança será um miradouro

 

O preco da resina
e a mão de obra

A rotina é o pior ini-
migo do desenvolvi-
mento económico

Cada vez mais se ouve dizer en-
tre nós: Este ano, muitos pinheiros
vão ficar por resinar, por falta de
pessoal. Vai tudo para o estran-
geiro, e, mesmo com salários altos,
não há quem se dedique à resina-
gem,

O problema é grave na nossa Re-
gião. Com mão de obra mais cara
quem perde sempre, em última aná-
lise, 6 o proprietário dos pinhais a
quem o resineiro ou o industrial pa-
gará mais baixo preço por quilo
de resina ou por «bica».

A solução não está, dbviamente,
em pagar menos aos operários da
resina, quando o preço da restante
mão-de-obra sobe em flecha. Está,
sim, no embaratecimento dos cus-
tos de produção, dos quais é ele-
mento importante, a operação de
recolha.

Há que aperfeiçoar a técnica em-
pregada.

A Junta Nacional dos Produtos
Resinosos tem-se dedicado intensi-
vamente ao estudo deste rfei
mento e começam agora a surgir
algumas ideias novas, construtivas
e práticas.

Desde 1961 que aquela Junta efec-
tuou 181 cursos de aperfeiçoamen-
to técnico do pessoal resineiro, ten-
do concedido cartas de profissionais
já a 1470 indivíduos. :

Mas não se trata sômente, de
preparação do pessoal, que na nos-
sa Região, aliás, se tem completa-
mente menosprezado.

O Serviço Florestal daquela Jun-
ta tem feito experiências com pasta
sulfúrica, nó tratamento das «feri-
das», o que permite o aumento subs-
tancial do número de pinheiros a

por cada

Embora ainda na fase experimen-

dos no sentido de substituir a «loi-

Com este sistema reduz-se notã-
velmente o custo de produção, pela
desnecessidade da montagem de
«bicas», do seu transporte e res-
pectiva distribuição.

Trabalha-se presentemente na
descoberta do melhor modo de a
resina se desembaraçar do saco de
plástico. Não se chegou, porém,
ainda a conclusões definitivas.

É preciso que os nossos indus-
triais e resineiros se ponham râpi-
damente a par das melhores técni-
cas de produção e trabalho. A ro-
tina é o pior inimigo do progresso
e do desenvolvimento económico.

Não esperemos que o Estado fa-
ça tudo. A defesa dos nossos inte-
resses exige uma actualização per-
manente de todos os meios ao ser-
viço da Economia. Nos dias que
correm a tecnologia está ao serviço
do Homem com uma vastidão e

Respingos
CASA DO POVO

Dia 28 de Fevereiro tivemos
o grato prazer de ter connosco,
por breves momentos, o Sr. Dr.
Zeferino do Sacramento, dignis-
simo Sub-Delegado do LN.T.P.,
que veio conferir posse aos no-
vos dirigentes, que guiarão os des-
tinos da Casa dv Povo no trié-
nio há pouco começado.

Aos novos mentores apresen-
tamos os nossos cumprimentos e
pedi que saiba: a
honra de termos a única Casa
do Povo do concelho de Oleiros.

CINEMA |

‘No último dia 3 tivemos a pri-
meira sessão de cinema, no Sa-
lão da Casa do Povo, com o pa-
trocínio do Ministério das Cor-

14 de Março de 1970

GÃO PEQUENO

UMA VILA DE TRADIÇÃO E TURISMO

esplendoroso para banhar os nos-
sos olhos de paisagem alpina. Di-
rigimo-nos para lá.

Rochas volumosas e mudas
alastram o ventre pelas encostas.
Absorvemo-nos na calma olimpi-
ca das moradias do Bairro aris-
tocrático. Ali esteve já precisa-
mente há um ano, o Chefe do
Governo, Prof. Marcello Caeta-
no. Viera particularmente para
descansar das estonteantes tarefas
da Administração. Um campo de
ténis, Uma casa de recreio pri-
vativa.

Uma pleca de sinalização indi-
ca-nos o sentido para o Miradou-
ro da Senhora da Confiança. Su-
bimos a estrada alcatroada, entre
azinheiras.

Lã está a ermide, sem interesse
arquitectónico, mas bem caiada,
imponente.

Para Norte um cruzeiro recen-
te de granito. Aproximamo-nos.
Espectáculo maravilhoso. Ampli-
dão de vistas. Deslumbramento.
Ao fundo a Barragem do Ca-
bril, com os seus 120 metros de
altura. A elbufeira estende-se em

ção está perto. Tem o indispensá-
vel para um parque de campis-
mo ou para uma pousada.

Bucôlicamente um rebanho de
cabras e ovelhas relembra-nos a
poesia do velho Horário e da sua
«aurea mediocritas», com uma
taça de Felerno e um naco de
presunto apetitoso.

O pastor já não enverga o ve-
lho surrobeco, nem a carapuça
negra, de borla ao vento. Boné
redondo, polainas que protegem
do orvalho da manhã e dos la-
maçais. Pergunto-lhe para intro-
duzir conversa: — As ovelhas dão
muito leite?

Responde-me afavelmente que
o leite não é abundante porque as
pastagens são magras. As crias,
porém, vão dando algum lucrozi-
to. Ali só nos meses de Fevereiro
e Março ele vem dar pasto. Nos
restante costuma andar por aque-
las paragens sobretudo aos Do-
mingos bastante gente de fora, de
modo que não gosta de incomo-
dar…

Ficámo-nos a pensar na simpa-
tia do homem do boné, ainda. pi-

 

Entre pinhais o airoso bairro da Hidro-Eléctrica
do Zêzere, em Pedrógão Pequeno.

direcção a Oleiros, em recortes
suaves, como uma auto-estrada,
ampla e serena. Nada perturba a
calma e a limpidez das águas.
Nem uma vela branca, nem um
barco a remos. Sinto uma funda
nostalgia do Verão e do mar do
Algarve, cheio de embarcações.

Os povoados pintalgam a pai-
sagem de branco, numa extensão
de muitas dezenas de quilóme-
tros. Mais distante, brilha ao Sol
do meio-dia, a neve da Serra da
Estrela.

Para Nascente as povoações de
Casal dos Bufos,Vale da Gale-
ga, Póvoa da Alegriz, Bravo. Di-
zem-nos que a estrada municipal
para estas povoações não é con-
vidativa. Ficamo-nos embebidos
longamente na amplidão do pa-
norama. Ali se passariam dias
inesquecíveis de férias calmas,
com ar puro, fugindo à cidade
trepidante e cansativa. À povoa-

do Orvalho

porações, sendo exibido o drama
«Frei Luís de Sousa». Assistiram
cerca de 200 pessoas e no fim do
espectáculo era visível a como-
ção em muitos rostos. Segundo
informações concretas, teremos
novas apresentações de 15 em 15
dias.

A próxima será no dia 18 com
a fita «Aí vem Ele», um filme
do Oeste Americano.

COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS

Orvalho e toda esta região
precisa, urgentemente, de um
conjunto de bombas que possa
abastecer os veículos motoriza-
dos desta zona e ainda os muitos
que passam. Não nos alonga-
mos mais neste assunto que nos
propomos tratar num dos próxi-
mos números. — (C.)

torescamente explorando uma in-
dústria em vias de acabar.

E, à medida que nos afastáva-
mos uma ideia se radicava cada
vez mais em nós: — Pedrógão
Pequeno tem condições excepcio-
nais para explorar uma indústria
muito mais moderna e rendosa:

O TURISMO.
AJ
DR A a PR e Ds

Grupo dos amigos
de o Renovador

Lançámos no n.º 2 de O RE-
NOVADOR a ideia da consti-
tuição de um Grupo de Amigos
de O RENOVADOR, ao qual
pertenceriam todos aqueles que,
espontâneamente e no intuito de
epoiarem os objectivos que nos
nortearam ao fundar este perió-
dico, estivessem na disposição de
colaborar neles pagando pela sua
assinatura anual a importância de
200$00.

Podemos anunciar que a ídeia
foi extremamenté bem acolhida e
que recebemos já a inscrição de
nada menos de cinco sócios, aos
quais queremos agradecer o seu.
simpático e cativante gesto. Bem
hajam.

São eles, pela ordem com que
responderam à nossa sugestão:
Srs. Ezequiel Lopes Ribeiro, de
Proença-a-Nove; Virgílio Nunes
Coxo, de Lisboa; Eng. Pedro Ni-
ny dos Santos, de Parede; Eng.
José Lagrifa Mendes, de Brega; e
um Anónimo.

 

ESCOLA INDUSTRIAL DA-SERTÁ

Vai realizar-se nos próximos
dias 16, 17 e 18 0 passeio anual
da Escola Industrial da Sertã.
Durante o mesmo realizar-se-ão
algumas visitar de estudo a fábri-
cas e a Monumentos nacionais.ábri-