O Renovador nº6 21-03-1970

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Ano I — N.º 6

4

E
a

IZ 53 A,

21 de Março de 1970

D RENDUADOR

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHO!

HOS DE: SERTA, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5- r/c — SERTÃ — Telef. 131

DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO:

JOAQUIM MENDES MARQUES

N COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
[Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

Estão constituídos
grupos de trabalho
para o desenvolvimento regional

do Distrito de

O Grupo de Trabalho
da Floresta começou
já a sua acção

Promovida pelo Sr. Governador
Civil do Distrito, Sr. Dr. Manuel
Ascensão Azevedo, realizou-se no
dia 10 do corrente, no Salão Nobre
do Governo Civil de Castelo Branco,
uma reunião presidida por aquele
Magistrado e a que assistiram qua-
tro dezenas de personalidades, das
mais demarcadas do Distrito, entre
as quais Deputados pelo Círculo, os
Presidentes da Junta Distrital e da
Acção Nacional Popular, e das 11

NESPERAL

aguarda com enfusiasmo a chegada

DO SR. GOVERNADOR GIVIL

Como noticiâmos no número
anterior, é no dia 22, pelas 17
horas que se realiza, sob a pre-
sidência do sr. Governador
Civil de Castelo Branco a inau-
guração da obra de abasteci-
mento de água às povoações de
Nesperal e Malhapão e da Es-
trada Municipal Cernache do
Bonjardim-Nesperal, agora al-
catroada.

Nesperal aproveita a opor-
tunidade para prestar homena-
gem ao sr. José Martins que
durante 32 anos ininterruptos,
foi zeloso vogal da Junta de
Freguesia.

Castelo Branco

Câmaras do Distrito, chefes de to-
dos os serviços oficiais e ainda ou-
tras entidades.

Expondo as finalidades da reu-
nião, o sr. dr. Manuel Ascensão
Azevedo, após ter saudado os pre-
sentes e agradecido a sua compa-
rência, disse tratar-se da organi-
zação dos quadros do Planeamento
Econômico Regional no Distrito,
cuja hora soara. Não se tratava de
uma arrancada nova, pois já em
1964, o mesmo trabalho fora orga-
nizado, mas de lhe dar novo e mais
dinâmico impulso. Referiu-se à ne-
cessidade do planeamento, ao apoio
que o Governo lhe estava a confe-
rir é a d e boa
vontade de todos para que de um
trabalho de conjunto resultasse o
que todos pretendemos, isto é o
desenvolvimento económico-social do
Distrito de Castelo Branco.

Descendo mais em pormenor à
finalidade imediata da reunião, ex-
pôs aos presentes, em traços gerais,
a nova orgânica que se tentava im-
primir aos trabalhos, manifestando
o desejo de que todos contribuíssem
com a sua opínião para a constitui-
cão da Comissão Distrital de Desen-
volvimento Sócio-Econômico e dos
Grupos de trabalho que à mesma
irão fornecer os Relatórios sobre os
sectores da actividade e regionais
em que se julga dividir a tarefa,

Usou a seguir da palavra o Depu-
tado pelo Círculo de Castelo Bran-
co, sr. dr, Rui Pontífice de Sousa
que apoiou inteiramente a exposi-
ção do Sr. Governador Civil, acen-
tuando alguns pontos que lhe mere-

Continua na 3.º pág.

Madeirã, aldeia perdida nos alcantis da Serra dos Alvéolos

MADEIRÃ

PRESENTE!

Estiveram hã poucos dias na
sua terra natal dois elementos
directivos do Grupb de Amigos
da Freguesia de Madeirã, que
pelo facto de iniciarem este ano
as suas funções, quiseram vir «in
loco» observar os seus proble-
mas actuais.

Nessa mesma data foi anun-
ciada a realização de uma gran-
de excursão dbs conterrâneos au-
sentes, para o dia 3 de Maio
próximo, dia de Santa Cruz, den-
tro do plano de comemorações
do 25.º aniversário daquela ins-
tituição.

Não quero deixar de associar
este facto ao início da minha co-
laboração neste jornal.

Sei de antemão que aqueles
que mais irão ler estas linhas
são os nossbs conterrâneos au-
sentes, a quem, neste momento,
em especial, saúdo. A avidez

Mosteiro, pérola esparsa, na imensidade do pinhal.

Ao longe, mais
lugarejos. É dos 172 lugares e povoações de Oleiros como
estas, que as pessoas estão partindo em cata do impossível…

RENOVAÇÃO É

AMA

com que desejam conhecer tudo
aquilo que se passa na nossa
terra eu gostaria de saciar, por-
que a seguir ab conhecimento
vem o interesse e também o de-
sejo de colaborar.

Dadas as minhas limitadas

possibilidades não prescindo do
vosso apoio e por isso todos con-
vido para que me enviem as su-
gestões e críticas que entende-
rem e desejarem.
1 O próximo dia 3 de Maio é
dia de festa da família madeira-
mense e ocasião excelente pana
conjugarmos esforços, A hbra
actual regionalista é de renova-
ção a que cada um não deixará
de responder: — Presente.

(Do nosso correspondente
Paulo da Piedade Silva)

Problemas

da indústria
de serração
de Madeiras

Realizou-se no dia 10 do cor-
rente, no Anfiteatro do Instituto
Industrial do Porto, e promovido
pelo Grémio dos Industriais de
Serração de Madeiras, um Cb-
lóquio destinado ao debate dos
principais probiemas que afligem
o Sector.

Porque na nossa Região Flo-
restal existem muitas dezenas
desses industriais e porque bs
seus problemas interessam su-
mamente a toda a vasta área a
que principalmente se dirige o
nosso jornal, O Renovaldor não
pode deixar de arquivar nas suas
páginas alguns elementos que
colheu na imprensa diária sobre
os debates do interessante Co-
lóguio.

Disse o Presidente do Grémio,
Sr, Manuel Ferreira de Sousa:
«Tem-se verificado ao longo de
muitos anos, aquilo a que pode
chamar-se o «paradoxo das ma-
deiras», observável nitidamente,
por quem, mesmo não muito
atento abs problemas da indús-
tria-comércio das madeiras, se
debruce, mesmo levemente, so-
bre tais problemas.

Se, na venda fácil dos pro-
dutos acabados e na facilidade
da obtenção de todas as maté-
rias-primas e mão de obra ne-
cessárias, se pode ter um índice
indesmentível de boas possibi-
lidades de progresso da indústria
respectiva, pois, na nossa indús-
tria,- toda a população está automã-

Continua na 3.º tágina

Ed a
Na Casa da Comarca da Sertã

tomaram posse os Corpos Gerentes
para o biénio 1970 -1971

Celebrou-se na Casa da Co-
marca da Sertã, como estava
anunciado, a cerimónia da to-
mada de posse dos Corpos Ge-
rentes para o biénio 1970-1971,
com a presença de perto de uma
centena de sócios.

Constituída a Mesa, sob a
presidência do sr. dr. António
Alves da Cruz, secretariado
pelo sr. dr. Manuel Francisco
Nunes e Joaquim Mateus na au-
sência dos Secretários efecti-
vos, o presidente convidou tam-
bém para. ela o sr. Prof. Doutor
Eduardo Girão do Amaral,
antigo Presidente da Assem-
bleia Geral, e dr. José Antunes,
Presidente da Câmara Muni-
cipal da Sertã.

Lido o expediente, no qual se
encontrava um cartão do sr. dr.

Henrique Veiga de Macedo,

dos Corpos Gerentes da Casa
das Beiras, iniciaram-se os tra-
balhos da noite em que se in-
cluía a discussão e aprovação
do Relatório e Contas da Di-
recção cessante, que foi apro-
vado por unanimidade.
Procedeu-se em seguida à to-
mada de posse dos novos Cor-
pos Gerentes, cujos órgãos são

presididos, respectivamente:
Direcção: Reinaldo de Jesus
Costa; Assembleia Geral, dr.
António Alves da Cruz; Con-
selho Fiscal, dr. Manuel Fari-
nha da Silva.

Após este acto, o Presidente
da Mesa deu a palavra ao sr.
dr. José Antunes que dissertou
largamente sobre os problemas
da Região, anunciando a cria-
ção de um GRUPO DE TRA-

Continua na 2.º página

Condições
de Assinatura

VIA NORMAL

Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
semestre: 40800
Estrangeiro — anual:
VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)
Províncias Ultramarinas
e Estrangeiro — anual: 180800

Número avulso: 1850

 

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Página 2

O RENOVADOR

Na Casa da Comarca da Sertã
tomaram posse os Corpos Gerentes

Continuação da 1.º página

BALHO para a FLORESTA,
integrado na Comissão de De-
senvolvimento Sócio-Económi-
co do Distrito de Castelo Bran-
co, para o qual augurou pleno
êxito no sentido de valorizar
econômicamente a Região da
Comarca da Sertã.

Seguiu-se no uso da palavra
o Prof. Doutor Girão do Ama-
ral que agradeceu a deferên-
cia e amáveis palavras que lhe
haviam sido endereçadas, fa-
zendo, depois pertinentes consi-
derações sobre a actividade da
Casa da Comarca da Sertã e
a assistência em que se em-
penhara nos primeiros anos de
vida da nossa Casa Regional.
Aludiu à obra realizada pela
“* Direcção cessante da Casa e
formulou votos pela acção di-
nâmica que virá a ter a nova
Direcção.

O sr. dr. Manuel Farinha da
Silva falou sobre a acção da
Direcção cessante, saudou a
nova e propôs a eleição como
sócio honorário do sr. dr. Al-
fredo Pequito, antigo Presi-
dente da Direcção da Casa.

Falou ainda o sócio Adélio
Campino, insurgindo-se contra
a designação de «charneca»
atribuída por vezes à nossa
Região, afirmando que ela foi
sempre a Região serrana, a
Região da oliveira, e nunca
possuíu características de
«charneca».

O novo Presidente da Direc-
ção da Casa da Comarca de
Sertã, sr. Reinaldo de Jesus
Costa, em nome da nova Direc-
ção, disse: «Faremos com a
mais firme boa vontade, tudo
o que nos for possível, para nos
tornarmos merecedores da pro-
va de confiança que a Assem-
bleia Geral em nós depositou».
Agradeceu as palavras amigas
que lhe endereçaram, prome-
tendo «defender, com perfeito
interesse regionalista e não
por mero rótulo representativo,
um futuro cada vez mais aper-
feiçoado da vida da Região».

Saudou o sr. Governador Ci-
vil do Distrito, agradecendo as
cativantes referências que Sua
Excelência dirigira à Casa, as
quais considerou de incentivo
regionalista de que esperam
todos ser dignos.

Saudou ainda o antigo Go-
vernador Civil do Distrito e
actual Presidente da Comissão
Distrital da Acção Nacional
Popular, dr. José de Carvalho,
grande amigo, o qual nunca os
abandonara durante a sua an-
terior actividade.

Cumprimentou o sr. Presi-
dente da Câmara Municipal da
Sertã, dirigindo-lhe «sinceras
felicitações, e agradecendo,
muito penhorado, a honra que
nos concedeu com a assistên-
cia a este acto, bem como as
palavras de muita amizade que
nos endereçou, as quais consi-
dero como testemunho de uma
valiosa colaboração que futura-
mente, nos prestará». Saudou
também os Presidentes das

Câmaras de Oleiros, Proença-a-
-Nova e Vila de Rei, dos quais
disse: «ousamos esperar con-
fiadamente, que nos dispensa-
rão a preciosa ajuda que muito
necessitamos, para conseguir-
mos levar a bom termo os nos-
sos planos de trabalho, que
não são mais do que o engran-
decimento dos quatro conce-
lhos».

Apresentou ainda os seus
cumprimentos ao sr. Prof. Dr.
Girão do Amaral, a quem agra-
deceu a gentileza da sua pre-
sença e «as atenções que dis-
pensou, à Casa, quer como Di-
rector dos seus Serviços de As-
sistência Médico – Cirúrgica,
quer como brilhante dirigente».

Saudou a Imprensa, do Dis-
trito, especialmente os sema-
nários «A Comarca da Sertã»
e «O Renovador», agradecendo
antecipadamente a sua presti-
mosa colaboração.

Agradeceu a presença de to-
dos os que de longe vieram,
salientando a do sr. Carlos San-
tos, e solicitou a franca e leal
colaboração de todos os que
iam ser convidados para as Co-
missões Consultivas.

Apresentou as suas sauda-
ções à Direcção cessante espe-
cialmente ao sr. dr. Manuel Fa-
rinha da Silva a quem solici-
tou a continuação da sua va-
liosa colaboração, como Presi-
dente do Conselho Fiscal.

E concluiu: «Todos unidos e
confiantes, devemos estar para
que a nossa região obtenha,
como é jus, uma projecção de
perfeita grandeza, e chame pa-
ra si a atenção do Governo da
Nação, a fim de proporcionar
as condições de vida a que tem
direito, pelo seu trabalho, sé-
rio, profícuo e honrado».

Encerrou a sessão que decor-
reu sempre em ambiente calo-
roso de bairrismo e confiança
no futuro, o sr. dr. António Al-
ves da Cruz que se congratu-
lou com a elevação, espírito de
homenagem e de esperança
com que haviam decorrido os
trabalhos, fazendo considera-
ções sobre o aproveitamento do
castanheiro na nossa Região e
agradecendo a todos os orado-
res o contributo que haviam
dado àquela jornada de fervor
regionalista.

Obras Camarárias

A Câmera Municipal da Ser-
tã traz presentemente em curso
as seguintes obras, umas em vias
de conclusão, outras em plena
execução, e outras, ainda simples-
mente adjudicadas:

— Estrada municipal desde a
Estrada Nacional n.º 238 a Bre-
jo da Correia (terraplanagem);

— Estrada municipal desde a
Estrada Nacional n.º 241 a Pom-
bas, por Senhora dos Remédios
(terraplanagem);

— Estrada municipal desde a
Estrada Nacional n.º 2 a Cimo
da Ribeira, por Codiceira (ter-
raplanagem);

— Caminho Municipal desde a
Estrada Municipal de Figueiredo
a Mosteiro de S. Tiago (terra-
planagem);

— Estrada municipal de Cer-
nache do Bonjardim a Nesperal
(revestimeto betuminoso);

— Caminho municipal desde a
Estrada nacional n.º 238 a Cal-
varia (revestimento betuminoso);

— Estrada municipal de Sertã
a Outeiro da Lagoa, por Porte-
la (revestimento betuminoso);

ANÚNCIO

Encontra-se vago o lugar de
continuo dos Ss.
Aceitam-se propostas de ad-
missão.
Condição essencial, possuir
carta de ligeiros e pesados.
Regalias: remuneração mensal
de 1 000$ habitação, luz e água.

A Direcção

SRS. LAVRADORES E EMPREITEIROS

Para os vossos serviços da especialidade, consultem a Firma

FERNANDO LOURENÇO

VIALONGA — OLALHAS — TOMAR
Telefone 37143 (Serra de Tomar)

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Pessoal especializado — Serviço à hora ou de empreitada

Novas instalações e escritórios em
– AGUAS BELAS — FERREIRA DO ZEZERE

— Estrada municipal entre a
Estrada nacionel n.º 2 e Palhais,
por Cumeada (revestimento be-
tuminoso);

— Caminho municipal desde a
Estrada municipal de Castelo a
Seixo (revestimento betuminoso);

— Caminho municipal desde a
Estrada nacional n.º 2 a Mouris-
co (revestimento a macadame);

— Caminho municipal desde a
Estrada nacional n.º 2 a Verde-
lhos (revestimento a macadame);

— Caminho municipal desde a
Ponte do Porto de Troviscal a
Carvalhal Cimeiro (terraplana-
gem);

— Calcetamento das ruas da
povoação de Mourisco;

— Calcetamento das ruas da
povoação de Verdelhos;

— Cealcetamento das ruas da
povoação de Santinha;

— Calcetamento das ruas da
povoação de Figueiredo, sede de
Freguesia;

— Calcetamento das ruas da
povoação de Casal do Calvo;

— Valcetamento das ruas da
povoação de Castanheiro Peque-
no;

— Obra do reforço da caudal
de abastecimento de água a Cer-
nache do Bonjardim;

— Obra da 1.º fase do plano
de esgotos de Cernache do Bon-
jardim;

— Obra de arruamentos na Vi-
la de Sertã — Acessos ao Mer-
cado Municipal — 1.º fase;

— Electrificação da sede de
freguesia de Várzea dos Cava-
leiros;

— Electrificação da sede de
freguesia de Troviscal e outros
lugares circunvizinhos;

— Electrificeção dos lugares
de Ribeirinha e Cimo do Ribei-
ro;

— Electrificação de diversos
dee da freguesia de Carva-

al;

— Electrificação de Amioso e
Marinha do Vale Carvalho;

— Construção de um edifício
de duas salas de aula em Figuei-
redo;

— Construção de um edifício
com uma sela de aula no núcleo
de Passaria-Herdade;

— Construção de um edifício
de uma sala de aula em Isna de
São Carlos,

Re a

Terreno para construção

Vende-se na Vila de Sertã,
situado entre a Câmara Muni-
cipal e o chalé que foi do fa-
lecido dr. José Nunes e Silva.
Tratar com Aníbal Coelho —
Sertã,

21 de Março de 1970

CUMEADA

UMA ALDEIAZINHA

ENCANTADORA INSULADA

NUM RISONHO PLANALTO
E CERCADA
DE CAMPOS FÉRTEIS

Data de 1806, segundo as cró-
micas, sendo rei D. João VI, a
criação da freguesia de Sant Ana
no termb Sul da Sertã, donde
dista cerca de 7 quilómetros.

Dizem os historiadores que
quando da sua elevação a pa-
róquia, já ali existia uma ermida,
onde se venerava a Mãe de Nos-
sa Senhora (Santa Ana), da
qual herdou o título; mas b nome
tão característico de Cumeada
vem da sua situação geográfica
que é de uma beleza rude e ao
mesmo tempo aliciante, pois se
encontra num pequeno planalto,
rodeado de cumes das mais va-
riadas altitudes, tal qual uma
rainha rodeada pelos guardas
vigilantes.

A aldeia alcandora-se em um
pequeno mas ubérrimo planalto,
rodeado de fortes muralhas que
a natureza ali admirâvelmente
colocou, em graciosa disposição

O povo, na sua rica imagina-
tiva, baptizou-a com n nome de
Cumeada.

Foi aqui entre esta boa gente,
gente sã, gente da Beira, que
tivemos o prazer de abraçar os
nossos familiares há pouco tem-
po, por ocasião de uma alegre
matança de suínos, onde se con-
taram ainda as histórias dos nos-
sos primeiros dias.

Foi aqui que descansâmos uns
dias que nos foram concedidos,
recordando os tempos de escola
e os dias de bom ar que ali pas-
sámos entre pinhais que extasiam
a vista,

A festa do orago realiza-se
anualmente, no último domingo
de Julho ou nb primeiro de
Agosto, neste encantador canti-
nho de Portugal que nos serviu
de berço e tantas e saudosas re-
cordações nos traz à alma e ao
coração. À ela, os povbs circun-
vizinhos e muitos forasteiros ju-
bilosamente emprestam o seu in-
teressante concurso, já atraídos
pela fama dos milagres que a Se-
nhora Santa Ana lhes concede,

Trespassa – se

Por motivo de saúde, loja mista,
bem afreguesada e no melhor lo-
cal de CERNACHE DO BON-
JARDIM. Trata Delfim Rodri-
gues — Cemache do Bonjardim.

já pela beleza típica e folclórica
do lugar. :
Segundo os usos e costumes, o
festeiro, nomeado com dois anos
de antecedência, é escolhido en-
tre bs lavradores mais abasta-
dos da freguesia, e a ele compe-
te o voto nas futuras nomeações.
A freguesia produz dos melho-
res azeites, mel, vinho, cereais,
legumes e saborosíssimas horta-
liças que, wcompanhadas dos
afamados salpições e do néctar
de pura cepa, nos satisfazem o
paladar e nos convidam a vol-
tar ali, A freguesia é constituída
por 22 lugares que se espalham
entre cerros e vales, nb meio de
hortas e pomares, num mar de
vegetação onde predominam a
oliveira e o elegante pinheiro.

Francisco Pedro
e a a am mea

Semana Santa
na vila da Sertã

Como é habitual celebram-se
na Igreja matriz da Sertã as ce-
rimónias da Semana Maior,

HORÁRIO

Domingo de Ramos — As
11.30 horas — Benção dos Ra-
mos, seguida de procissão em vol-
ta da Igreja e celebração da San-
ta Missa com canto da Paixão.

Quinta-feira Santa — Às 16
h. — Visita às capelas, devendo
comparecer todos sos Irmãos.

Às 17.30 h. — Missa na Ceia
do Senhor, com sermão, tocante
cerimónia do Lava-pés e Comu-
nhão geral dos fiéis.

Às 22 h. — Procissão do Se-
nhor dos Aflitos.

Sexta-feira Santa — As 9.30
h. — Ofício de Matinas (Tre-
vas).

Às 1430 h. — Canto e ser-
mão da Paixão, Adoração da
Cruz, Missa dos Pré-santificados
e Comunhão dos fiéis.

Às 22 h. — Procissão, Sermão
e Enterro do Senhor,

Sábado Santo — Às 9.30 h.
— Ofício de Matinas (Trevas).

Às 22 h. — Solene Vigília Pas-
cal com bênção do Lume, Círio,
Água Baptismal, Renovação das
Promessas do Baptismo e Santa
Missa de Aleluia,

Domingo de Páscoa — As 22
h. — Procissão do Santíssimo
através das ruas da vila, seguida
da Missa Solene da Páscoa e
Sermão.

À Voz do

CALÇADAS NAS RUAS
DA SEDE DE FREGUESIA

Foi no dia 2 deste mês reco-
meçada a construção das calça-
das nesta aldeia do Figueiredo.
Esperam os paroquianos desta
freguesia, que as agora construí-
das, o sejam em melhores con-
dições do que o foram as primi-
tivas, pois algumas, embbra pou-
cas, pelo seu aspecto e até pelo
mau piso, tiveram de ser levan-
tadas, para reconstrução, facto
que em minha opinião se deu em
consequência de terem sido cons-
truídas em época absolutamente
invernosa, com o piso mole, pe-
dra mal facetada, com pouco
assente, e mal posta. ,

O material que agora se vem
a empregar, o modty de regulari-
zação da caixa e de assentamen-
to da pedra, deixa-nos desde já
a impressão de que esta calçada
vai ficar muito boa, Essa é, pois,
a nossa esperança e manifesta-
mos desde já o nbsso contenta:
mento, fazendo votos de que o

tempo continue bom até à sua

conclusão.
Depvis da construção das de

, Figueiredo, vão ser iniciadas as

da povoação de Santinha, tam-
bém desta freguesia, onde já se
encontra, desde algum tempo,
bastante pedra.

Se o bom tempo permitir o

Figueiredo

curso natural dos trabalhos, pe-
lo ritmo que estão levando, bre-
vemente os habitantes deste lu-
gar terão bportunidade de apre-
ciar também este óptimo ben’efi-
cio.

Compartilhamos do seu con-
tentamento,

NOVO EDIFÍCIO ESCOLAR

Iniciada a sua construção em
Outubro db ano findo, tem se-
guido em ritmo normal. Apesar
do rigoroso inverno, os traba-
lhos encontram-se já em vias de
acabamento, graças à actividade
da empreiteiro, Sr. Adelino
Duarte, que esperamos não
afrouxe até à sua conclusão.

O regosijo e contentamento
dos habitantes desta freguesia é
já notável e aumenta à medida
que se vai verificando que a
conclusão dos trabalhos se vai
aproximando do fim.

Temts de concordar que a sua
satisfação é verdadeiramente ló-
gica, dado que, muito em breve,
terão a alegria de verem seus
filhos receber lições num edifí-
cio agradável, de linhas moder-
nas, com observância de todos
bs preceitos e regras de boa hi-
giene, inclusivamente uma cerca
onde poderão, sem mal algum,
en e expandir-se à vontade.

 

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21 de Março de 1970

pus

ticamente vendida, não há difi-
culdades na obtenção de maté-
rias-primas em condições econó-
micas, a mão-de-obra não es-
casseia, e, apesar de tudo, os
preços praticados estão muito
aquem do nível que podem atin-
gir, daí resultando uma crise
absolutamente lamentável, por
manifestamente desnecessária.

Quais as causas principais des-
te estado de coisas? Pois, bem
me parece que as mesmas se en-
contram na demasiada prolifera-
ção de exportadores e na debi-
lidade económica e financeira da
grande maioria dos industriais.

A proliferação de exportadores
gera concorrência descontrolada
entre estes, que se traduz no
aviltamento dos preços ofereci-
dos».

E mais adiante; «A Áustria,
país que visitei o ano passado,
tinha êm 1960, cerca de 4 500
serrações, e vivia uma crise nes-
se sector, muito parecida com a
que agora atravessamos. Houve
um toque de alerta, bem ouvido
pelos industriais austríacos, que
compreenderam a n’ecessidade de
reorganizar a indústria, de tal
modo que em 1969 o número
existente de serrações, era de
1 400, cerca de 30% dio número
existente em 1960, o que reali-
zaram com várias fusões e agru-
pamentos, modernização de equi-
pamento e maquinismo, organi-
zação de compras e vendas, con-
trolos de gestão apoiados em
contabilidades bem organizadas,
indispensáveis, dos custos de
produção, etc. Visitei uma ser-
ração que com 17 operários, pro-
duz cerca de 10 000 metros cú-
bicos de madeira de construção
por mês, ou seja 120 000 me-
tros cúbicos por ano. Como po-
deremos «concorrer com esses
países, agora que a vantagem
relativamente a eles no custo de
mão-de-obra, começa a desapa-
recer?».

Por outro lado, o Director do
Centro de Produtividade do
Grémio, Sr. Eng. Prado de Cas-
tro, afirmou: «O Grémio tem
perfeita consciência do estado de
atraso de muitas empresas e tem
também plena certeza de como
será difícil a muitos, sobreviver.
Não se cansa, por isso, de mos-
trar o caminho à distância, mes-
mo quando factos ffortuitamente

Continuação da 1.º

optimistas dão uma perspectiva
enganosa do futuro que espera
as empresas mal estruturadas,
mal dimensionadas e deficiente-
mente dirigidas,

Os estudos espectrogramáti-
cos efectuados pelo Instituto
Nacional de Investigação Indus-
trial, relativos à indústria de
Serração de madeiras, permitem
concluir que as unidades não de-
vem ser «grandes»; isso, porém,
não implica que devam ser em
número exagerado; por outro
lado as unidades fabris podem
ser «pequenas», mas perten-
cer a drganizações empresariais
«grandes». Ora o Grémio, não
devendo, nem podendo forçar os
seus associados à fusão ou outra
qualquer forma de agrupamento
empresarial, pode e deve cons-
ciencializá-los sobre as formas
possíveis de livre solução dos
problemas e adverti-los a respei-
to dos perigos que correm».

É a seguinte, a conclusão final
do Cológuio dos Industriais de
Serração de Madeiras:

O RENOVADOR

«Recomendou-se a nomeação
de um grupb de industriais, com
vista ao estudo da criação de
três cooperativas de comerciali-
zação nas zonas Norte (a Norte
do Douro), Centro (até ao Mon-
dego) e Sul (incluindo Lisboa e
Setúbal), que virão a ter co-
mo organismo coordenador uma
União de Ovoperativas com sede
no Porto».

Segundo o jornal «O Comér-
cio do Porto» que nos forneceu
os elementos antes referidos, du-
rante o Colóquio foi revelado
que muito brevemente (talvez
ainda esta semana) viria a pú-
blico o preço arbitrado pelo Go-
verno para as madeiras, em face
da recente controvérsia suscita-
da pelo monopólio da: respecti-
va indústria.

Círculos bem informados do
Colóquio acrescentavam: vão ser
montados teleféricos para que a
madeira seja vendida posta à
carga; as matas só serão vendi-
das a quem tiver condições míni-
mas; os cortes florestais passa-
rão a reger-se por datas fi-
xas, determinando as respectivas

aquisições.
Álvaro Sobral

O Renovador e

Continuação da 4.º página

Espero que «O Renovador»
não trilhe esta via… –
Aproveito q oportunidade pa-

ra apresentar a todo qa equipa
do jornal as maiores felicida-
des e os nossos melhores cum-
primentos.

De V. Ex.*

Atentamente

Salvador de Almeida Caetano

Caros conterrâneos e
Amigos

É com imensa satisfação
minha que tenho recebido o
jornal que V. Ex. tiveram q
gentileza e amabilidade de me
ma

Estou imensamente satisfei-
to porque era o jornal que, de
facto, fazia bastante falta a
nós conterrâneos que estamos
afastados da nossa terra na-
tal, a que raramente podemos
estar ligados.

 

Quadrante

…«E aqueles que por obras
valorosas se vão da lei da morte
libertando»… Assim cantou Ca-
mões. Assim pensam todos aque-
les para quem a vida de nada
vale se não for empregada em
prol duma causa válido. Assim
pensou Scott.

O capitão Scott teve sempre
a bailar-lhe no espírito um nobre
ideal: atingir as longínquas e
frias paragens do Polo Sul. Do
seu conhecimento beneficiaria to-
da a humanidade. Piseria uma
parte do Globo que ainda nin-
guém percorrera. Os terríveis pe-
rigos, imprevisíveis, espreitando a
cada passo, que seria isso com-
parado com a satisfação da mis-
são cumpride?

Decorria o mês de Novembro
quando o capitão e os seus com-
panheiros iniciaram a fria jorna-
da. A medida que avançavam, o
panorama que se lhes deparave
era a verdadeira imagem da de-
solação. Um imenso deserto gela-
do que parecia não ter fim. A
«Grande Barreira» era como um
enorme rochedo sobressaindo do
ezul do Oceano, mas não que-
brava a monotonia da paisagem.

As circunstâncias em que Scott
desempenhava a sua missão, fácil-
mente fariam desanimar o espí-
rito mais forte. As tempestades de
neve sucediam-se. O frio enre-
gelave-lhes os ossos apesar dos
fatos especiais que envergavam.
Os cães que puxavam os trenós

dos Novos

recusavam-se a prosseguir a mar-
cha. Apesar de tudo isto, a chama
de vontade do bravo capitão er-
dia tão viva como antes.

Mas veio a desilusão, o de-
sespero… À caminho do polo en-
controu a flutuar a bandeira no-
rueguesa, Amudsen havia chege-
do primeiro! Todo o esforço lhes
parecia inútil. A ideia de que tu-
do fora em vão atormentava-os.

Finalmente chegaram ao Polo.
Mas quão diferente era do que
haviam antevisto! Ao contrário do
que sonharam, o seu entusiasmo
por terem alcançado a meta de-
sejada, era quase nulo.

No dia seguinte partiram. Mas
a sorte não estava com os explo-
radores. Uma violenta tempesta-
de fô-los retardar a mercha.

Alguns dias depois dois dos
companheiro de Scott não resis-
tiam às duras condições a que
estavam a ser sujeitos e a mor-
te ceifou-os. Sem mantimentos e
na impossibilidade de continua-
rem, mantiveram-se dentro da sua
tende, esperando que a mão cruel
da morte lhes viesse bater à por-
ta. No outro dia a neve tinha co-
berto o toldo e lá dentro jaziam
três cadáveres. Mas a lembrança
de Scott e o sseus companheiros
ficou para a posterioridade. Eles
fugiram ao ritmo monótono da vi-
da. Tinham feito algo de útil e
novo, para a Humanidade.

KIM

os seus leitores

Agora sim, com «O Renova-
dor» a nossa união estará mais
próxima. Faz de conta que é
um amigo que todas as sema-
nas nos visita e nos vai con-
tando o que na nossa querida
terra é passado.

Na Sertã tenho muitos ami-
gos mas destaco um a quem
queria que apresentassem cum-
primentos em meu nome. É o
Fernando Tavares. Um abraço
DE COLORES…

Obrigado a todos os que se in-
teressam pelo «O Renovador».

Que Deus os ajude são os
votos sinceros deste conterrá-
neo que tem sempre vivido lon-
ge da terra que lhe serviu de
berço e se assina,

Francisco Ribeiro

 

TRIBUNAL JUDICIAL
DA COMARCA DA SERTÃ

» ee
Anúncio
(2.º publicação )

Anuncia-se que no dia 1 do pró-
ximo mês de Abril, às 11 horas, à
porta do Tribunal Judicial da Sertã
e nos autos de execução sumária
que corre pela Secretaria do mesmo
Tribunal que Aníbal Coelho, casa-
do, motorista, residente em Sertã,
move ao executado António Martins,
casado, comerciante e industrial, au-
sente em parte incerta, vão à praça
os seguintes bens:

1.º — “Três serras circulares, me-
cânicas, e respectivos acessórios, em
bom estado de funcionamento, sem
marca visível, assentes no solo, pelo
valor de 15 000800.

2º — Um charriot, em ferro, em
bom estado de funcionamento, pelo
valor de 1 000800.

8.º — Quatro veios de transmis-
são com as respectivas chumacei-
ras, em aço, pelo valor de 2 000800.

Sertã, 6 de Março de 1970.
O Juiz de Direito

Jorge Lobo de Mesquita
O Escrivão de Direito,

Carlos dos Santos Fazenda

O Distrito de

Continuação da 1º página
ceram maior interesse. O diálogo
generalizou-se, tendo intervindo, os
deputados engenheiros João Forte e
João Paulo Castelo Branco, o eng.
Isidro Valente, dr. José Antunes,
presidente da Câmara Municipal da
Sertã, eng. Leonel Magalhães, eng.
Vicente Borges Terenas, presidente
da Câmara Municipal da Covilhã,
além de outros.

Passou-se, depois, ao tema da or-
ganização da Comissão Distrital de
Desenvolvimento Sócio – Económico
que ficou constituída pelo sr. Go-
vernador Civil do Distrito, Deputa-
dos pelo Círculo, Chefes de Serviços,
Presidentes de Câmaras, represen-
tantes dos Grupos de Trabalho, e
outros.

A sua função é essencialmente
consultiva, coordenadora, informa-
tiva e de apoio ao Governo.

Concordando a assembleia com
esta constituição nas suas linhas ge-
rais, iniciou-se a discussão sobre a
natureza e constituição dos Grupos
de Trabalho, tendo-se optado pela
solução eclética de alguns deles te-
rem ao mesmo tempo carácter re-
gional ou geográfico e sectorial, en-
quanto outros manteriam apenas as
tarefas específicas de cada sector.

Do primeiro tipo ficaram desi-
gnados: o Grupo de Trabalho da
Cova da Beira (aliás já existente,
em cuja comissão se não tocou),
o Grupo de Trabalho da Floresta,
com âmbito na Comarca da Sertã,
e o Grupo de Trabalho do Campo,

Do segundo tipo, ficaram ainda
constituídos os Grupos de Trabalho
do Turismo, da Saúde e Promoção
Social, e outros.

Para o Grupo de Trabalho da
Floresta foram designados os pre-
sidentes das Câmaras Municipais de
Sertã, Oleiros, Vila de Rei e Proen-
ca-a-Nova, o presidente do Grémio
do Comércio dos quatro concelhos
da comarca, o presidente do Gré-
mio da Lavoura de Sertã e Vila de
Rei, um representante do Grémio
da Lavoura de Castelo Branco ao
qual pertencem as Casas da Lavou-
ra de Oleiros e Proença-a-Nova e os
seguintes técnicos: delegado da Jun-
ta de Colonização Interna, Chefe da
Circunscrição Industrial, Adminis-
trador Florestal, Chefe do Núcleo
de Assistência Técnica à Proprie-
dade Florestal Privada e ainda o
chefe do Fundo de Fomento Flores-
tal.

O Grupo de Trabalho do Turismo
é constituído pelos presidentes das
Câmaras de Covilhã, Castelo Bran-
co, Fundão, Belmonte, Idanha-a-No-
va e Sertá, presidente da Comissão
Regional de Turismo, etc.

Após três horas de exaustivo tra-
balho a que a vontade férrea e o
dinamismo do sr. dr. Ascensão Aze-
vedo deram um cunho fortemente
construtivo, todos ficaram com a
sensação nítida de que era preciso,
como se disse na reunião, «arran-
car rápidamente e em força» O
fruto está maduro. É preciso co-
lhê-lo. Longa será a jornada para
que o Distrito de Castelo Branco
veja satisfeitas as suas aspirações,
realize os seus anseios de progres-
so e de promoção social e humana.

Na realidade, da parte do Governo
há o maior empenho em que, ver-
dadeiramente se arranque, para
que o Estado possa apoiar iniciati-
vas válidas em que a conjugação de
esforços entre o sector público e o
privado seja a nota dominante.

Da parte do Governo Civil há a
juventude e o entusiasmo transbor-

Página 8

Castelo Branco

dante que não deixará cair na letar-
gia esta grande iniciativa e oportu-
nidade de programar em termos de
Futuro as actividades sócio-econó-
micas, no Distrito.

Da parte de todos os presentes à

mente, produzirão os seus frutos.

O sr. dr. Ascensão Azevedo pediu
a colaboração da Imprensa, nesta
imensa tarefa de aceleração do de-
senvolvimento econômico-social.

O RENOVADOR diz-lhe presen-
te, e, na modéstia da sua voz, tudo
fará para que da sua magnífica ini-
ciativa resultem os ambicionados
êxitos.

 

Postal
de Oleiros

REGISTAMOS
SOMENTE O FACTO

A emigração não pára.

Aldeias e lugarejos, a pouco e
pouco, vão-se diespovoando.

A mãt-de-obra escasseia.

Hã pinhal que fica por resinar.

Hã obras que se começam e
não se acabam.

Em suma, elgo de muito es-
“tranho se está a passar neste
concelho.

Todavia, não sabemos apon-
tar soluções viáveis para que
cesse o êxodo das populações
desta região serrana.

Como também não sabemos
apontar os motivos que as leva-
ram a esse êxodo.

Registamos sômente o facto.

O «BRUGO»
ESTÁ DEVASTANDO
OS PINHAIS

O «brugo», nome que se dá
nesta região à lagarta do pinhei-
ro, está devastando zonas enor-
mis de pinhal, neste concelho.

Hã pinhal em que a caruma
verdejante deu lugar abs ramos
nus, dos quais pendem os casu-
los do tão famigerado «brugo».

Se as entidades competentes
não tomarem as necessárias me-
didas de protecção ao pinhal, as
medidas que b caso exige, vas-
tas zonas deste resinoso muda-
rão de dono… Passarão a pro-
priedade exclusiva do «brugo».

DOUTOR
ADRIANO SEABRA
CANCELA DE ABREU

Grande entusiasta da pesca
desportiva, o senhor Doutor
Cancela de Abreu deslocou-se
de Lisboa a esta vila, com a úni-
ca finalidade de pescar trutas.

Nesse intento, passou dois
dias pelas margens da Ribeira
de Oleiros e seu afluente Roda.

Falámos com o senhor Doutor.

Queixou-se da falta de trutas.

NUNO AUGUSTO MARTINS

Já se encontra, felizmente, li-
vre de perigo o nossb amigo Sr.
Nuno Augusto Martins, comer-
ciante desta vila, vítima de gra-
ve acidente, provocado por um
ciclista.

O Renovador apresenta votos
sinceros de completo restabele-
cimento, — ”

Horários da Companhia de Viação

VINDAS DE: CHEGADAS À SERTÃ: PARTIDAS DA
OUEIROS crian… 8.30 e 1630 10.30, 15.10 e 18 .
PEDRÓGÃO PEQUENO 830 e 10

CHÃO DA TELHA 8.20

MARMELEIRO aeo 855 e 13.55
FIGUEIRÓ DOS 30
DORM cria aa TER 830, loza e: 10 e 20.40
CERNACHE (via Outeiro) E E é 17,3
CERNACHE (via Cabeçudo)
CASTELO BRANCO. …… são 1225, 13 e 18
CERNACHE via Palhais) RES

de Gernache, Lda.

SERTÃ:

FIGUEIRÓ DOS VINHOS
CERNACHE (via Outeiro)
CERNACHE (via Cabeçudo)
QASTELO BRANCO

 

@@@ 1 @@@

 

“Página 4

O RENOVADOR

21 de Março de 197%

Caça às raposas [] Rengyador & Os seus leitores

A suscitado muito entusias-
mo, nesta Região a ceça às ra-

No Domingo, 8 do corrente,
realizou-se uma grande batida nas
freguesias de Cumeada, Marme-
“Jeiro e Sertã em que participaram
nada menos de 40 caçadores.

“Outras se realizaram nos Do-
mingos anteriores e o desporto
promete continuar.

râneos, mesmo os das aldeias

mais remotas.

É tempo de se organizar um
CLUBE DE CAÇA E PES-
CA na Sertã. Quem toma a ini-
ciativa? Temos tão excelentes
condições para a prática de qual-
quer destes desportos…

Eles poderão dar outra vida
aos Domingos mórnos da. nossa

Ostentando os magníficos troféus

No n.º 5 de O RENOVADOR
falâmos amplamente da pesca

à truta, quer em Oleiros, quer
em Sertã.
Caça e pesca: — dois despor-

tos sadios que chegam a entu-
siasmar tantos dos nossos conter-

Na euforia da pingue caçada…

Vila, em que muita gente resolve
sair a espairecer por outras terras,

Se sonhar não é proibido, não
poderemos vislumbrar o dia em

que se realizem nas nossas ribei-

ras e nas barragens do Zêzere,
concursos de pesca desportiva, em

que se recebem inúmeros turistas
nacionais e estrangeiros?…

É dar nelas antes de Julho…

Castelo

Actividades do Estúdio Juvenil
de Artes Plásticas
na Escola Industrial
e Comercial de Castelo Branco

Por iniciativa do Estúdio Ju-
venil de Artes Plásticas, de Lis-
boa, está patente no átrio da
Escola Industrial e Comercial de
Castelo Branco, do dia 16 a 20
de Março, uma exposição de De-
senho de figura e gestual, Cerã-
mica, Esmaltes, Gravura, Pintu-
ra de azulejos e a óleo, e, ainda,
de trabalhos de estética indus-
trial, dos membros que, na ac-
tualidade, constituem o referido
estudo. Esta exposição tem por
finalidade incentivar o interesse
da juventude pelas manifestações
artísticas e pela criação de cen-
tros de arte análogos.

A preceder o acto inaugural a
que se dignou assistir Sua Ex-
celência o Sr. Governador Civil
de Castelo Branco, no dia 16 de
Março, pelas 15 horas. proferiu
uma palestra subordinada ao te-
ma «Conceito, Conteúdo, Expres.
sividade estética e Configuração
plástica da Arte» o estudante uni-
versitário, José Marçal Matos
Ferreira, membro daquele estú-
dio de erte.

A convite deste Estúdio Juve-
nil de Artes Plásticas actuou no
ginásio daquela Escola o poeta,

Branco

compositor e cantor angolano
Eleutério Sanches num pequeno
recital de poesia e canções do te-
ma ultramarino, no dia 19 de
Março pelas 18 horas.

Ser-nos-ia muito grato pu-
blicar as inúmeras referências
que temos recebido, quer da
Imprensa Diária e. Regionalis-
ta, quer de particulares que se
nos têm dirigido, dando-nos as
suas impressões sobre o nos-
so Jornal.

Entendemos, no entanto, que
o espaço é pequeno para ver-
sarmos os numerosos proble-
mas que desejaríamos tratar,
vendo-nos forçados a numero-
sos adiamentos de publicação,
que tiram a actualidade a mui-
tos temas.

Destes dois factos pedimos
vénia: tanto aos nossos Pre-
zados Colegas que tiveram a
amabilidade de se nos dirigir e
incitar-nos na prossecução dos
fins inalteráveis que nos pro-
pusemos, quer aos nossos Ami-
gos que tão amâvelmente nos
têm assegurado a sua solida-
riedade e apoio.

A todos o nosso: Bem hajam!

A título de exemplo, não que-
remos, contudo deixar de inse-
rir neste número os seguintes
testemunhos:

«Exro Sr. Director do
Jornal «O Renovador»

Com os meus mais sinceros
cumprimentos venho em pri-
meiro lugar felicitar V. Em
bem assim todo o Corpo Redac-
torial do jovem paladino pela
brilhante ideia de conceberem,
lutarem e vencerem não se pou-
pando aos tremendos sacrifi-
cios e esforços de toda a or-
dem, para levarem a cabo a
criação de mais um mensagei-

CERNACHE
DO BONJARDIM

No nosso último número de-
dicado a Cernache do Bonjar-
dim, dissemos que o dr. Abí-
lio Marçal fora vice-presidente
da Câmara dos Deputados.
Queremos hoje rectificar tal
informação, pois que na ver-
dade, segundo nos diz o nos-
so amigo sr. dr. Gil Marçal, so-
brinho daquele ilustre Cerna-
chense, seu tio foi Pre-
sidente da Câmara dos Depu-
tados e eleito em condições
muito honrosas para a sua
personalidade.

No mesmo número, e por
deficiência de informação, não
referimos a acção destacada
que aquele prestimoso amigo
da sua terra, tem tido no sen-
tido de conseguir que em Cer-
nache se erga uma estátua a
Nuno Alvares Pereira e na in-
temerata defesa dos direitos
daquela nossa Vila à naturali-
dade do Herói de Aljubarrota.
O seu a seu dono.

Notícias de São João do Peso

É inadequado o horário das
carreiras de camionagem

São João do Peso, tem e não
tem carreira. Qualquer pessoa
que queira ir a Abrantes, tem
de tomar a, camioneta às 7 ho-
ras em São João do Peso. Em
Vila de Rei é obrigado a espe-
rar cerca de 2 horas que o vei-
culo vá a Sertã e regresse. De-
pois segue para Abrantes, mas
só regressa a Vila de Rei, às
20 horas. Não tem qualquer
carreira a essa hora, para Pe-
so, e, se não há carros de pra-
ca, o que também acontece,
lá terá que andar 12 quilóme-
tros a pé.

Como Abrantes é a escala
normal para Lisboa, ver-se-á
quanto é difícil aos habitantes
de São João do Peso e arre-
dores, deslocar-se à Capital.

Lembra-se, pois, à Empresa,

a necessidade premente de mo-
dificar os horários, pelo me-
nos enquanto não pode funcio-
nar uma outra carreira já pe-
dida, para a Sertã.

Casamento

Em Fátima, realizou-se o ca-
samento da menina Maria He-
lena Gaspar Farinha com o sr.
Francisco Moura Dias, agente
comercial em Angola. Foram
padrinhos pela parte do noivo,
o sr. Abílio José de Moura,
residente em Lisboa e a sr.º D.
Arminda da Silva Dias, do-
miciliada em Angola, e por
parte da noiva, o sr. José Ma-
ria Luís e a sr* D. Edviges
Gaspar, moradores em Lisboa.

Após o copo-de-água, que
reuniu muitas dezenas de pes-
soas, os noivos partiram em
viajem de núpcias e fixaram
domicílio em Angola. — (C.)

ro nã defesa da nossa tão vasta

ião. Oxalá ele tenha apa-
recido na hora própria para se
bater denodadamente pela de-
fesa duma zona que tem sido
através de sempre totalmente
abandonada. E repito a frase:
«todos não somos de mais» na
defesa do regionalismo.

Envio um cheque com a im-
portância pedida aos que ex-
pontâneamente quiserem per-
tencer à família de «O Reno-
vador» como pagamento da
minha assinatura anual.

Reiterando os meus cordiais
cumprimentos, despeço – me
agradecido ao Corpo Redacto-
rial de «O Renovador».

Lisboa, 5 de Março de 1970.
Manuel Dinis Nogueira
Ex: Senhores:

Embora já assinante da «Co-
marca da Sertã», não sou da-
queles que penso que a Sertã
é uma terra demasiado peque-
na para dar vida à dois jor-
nais. Penso até que para de-
fender os interesses da nossa
região e para a arrancar do
subdesenvolvimento à que se
encontra votada, mais um jor-
nal não seja muito.

Desejaria, no entanto, um
jornal isento, imparcial, . não
avesso a críticas, trilhando um
ideal democrático. Em poucas
palavras: «Um jornal sério».

Oxalá, pois, que «O Renova-
dor» possa dar execução à obra
que definiu nos primeiros nú-
meros, visto que o abandono a
que tem sido deixada à rique-
2a florestal da nossa região
bem o necessita.

Oxalá que, animadas pelo
«O Renovador», surjam Asso-
ciações e Cooperativas de pro-
prietários florestais. E altura
de se olhar pelo que pode ser
bem-estar de populações, tan-
tas vezes (ou quase sempre)
abandonadas à sua sorte.

Que «O Renovador» não seja
mais uma fábrica de palmas
por tudo e por nada. Necessita-
mos mais cabeças para pensar
e mãos de técnicos para traba-

“sidência,

ar Ri de di A
ter palmas…

Que «O Renovador» não seja
um jornal de fachada, mas
sim um órgão informativo e,
até dentro do possível, forma-
tivo. Precisamos de pensar e
agir livremente, desde que se-
ja para bem de todos.

Precisamos mais de acção
animada por atitudes reflecti-
das do que reacções emotivas
expressas em frases demagógi-
cas, encimando artigos vazios.

Continua na 3.º página

Ecos de
Fundada

Quando regressava à sua re-
depois da faina dos
trabalhos no campo, conduzin-
do uma carroça puxada por uma
muar, desequilibrou-se e caiu
sob a mesma, o Sr. José Nunes
Alfaiate, casado, abastado pro-
prietário em Cabeça do Poço,
desta freguesia, de que resultou
ficar com um pé esmagado e ou-
tras pisaduras pelo corpo, em-
bora sem ferimentos.

Observado no Posto Hrspita-
lar de Vila de Rei, pelo Sr. Dr.
Ponces de Carvalho, onde foi
conduzido, recolheu a casa onde
se encontra em repouso, por não
haver sido diagnosticada qual-
quer fractura grave, embora não
possa apoiar-se no pé.

 

— Está a proceder-se à regu-
larização das estradas munici-
pais, que ligam as povoações de
Cabeça do Poço, Ribeira, Vilar
do Ruivo e Lagoas, desta fre-
guesia, que em resultado das últi-
mas chuvas, ficaram bastante da-
nificadas,

A Câmara Municipal contri- –

buiu com subsídios para tal fim,

mostrando grande empenho em

que tais ligações fiquem transitá-

veis em condições regulares, nto

menor espaço de tempo possível.
Novamente q variante

da Estrada Nacional n.º

Veio a público no n.º 3 do
jovem arauto regionalista «O
Renovador», um artigo da au-
toria do sr, Alvaro Sobral, pes-
soa que tenho pena não conhe-
cer para pessoalmente o felici-
tar. Assim, na qualidade de
Troviscalense radicado em Lis-
boa aqui deixo o meu vivo
reconhecimento à pessoa que
com tanta inteligência e conhe-
cimento da verdade, soube alu-
dir e esclarecer o momentoso
e urgente problema que se ar-
rasta há tão longa data. Tão
longa, que já morreu alguém
há 8 anos com a bonita idade
de 90 que consumiu toda a sua
vida em diligências periódicas
a Castelo Branco, nesse senti-
do, e fei desgostoso a sepultar
sem ter visto o seu grande ideal
realizado.

Sou uma pessoa que já en-
trei na idade da velhice, lógi-
camente com tempo para pon-
derar, ver e observar as coisas
e os homens. Muito embora a
razão esteja bem visível para
os não facciosos de que a va-
riante deva sair da Cruz do
Fundão com rumo a Oleiros e
não da Selada da Lameira pe-
los motivos já tanta vez repe-
tidos, apesar disso, repito, se
os Troviscalenses não acorda-
rem e não ouvirem a trombeta
de Alvaro Sobral a tocar a unir,

teremos que arcar com o aná-
tema da posteridade que nos

238

o julgará no Tribunal da Vi-
da como indolentes.

Se a união faz a força, es-
tejamos certos que unidos e
com a flagrante razão que nos
assiste, q vitória estará do
nosso lado.

Vivemos numa época, é cer-
to, muito materialista, mas te-
mos felizmente um governo que
está promovendo a curto pra-
20 o bem-estar social sob todos
os pontos de vista para que
os Portugueses sejam o mais
possível felizes. Façamos-lhe
justiça. Justiça nos seja feita,
também, pois é simplesmente o
que pretendemos!

Um Troviscalense

0 RENOVADOR

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