O Correio da Sertã nº4 22-11-1884

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flo DÁ OU
FOLHA LITTERARIA, NOTICIOSA, COMHERCIAL E AGRICOLA
— EE
REDACTOR PRINGIPAL-ABILIO DAVID
ADRINISTRADOR — EDUARDO. GONÇALVES
PROPRIETÁRIOS — E.
GONÇALVES, A. PIRES E A. DAVID
NA
| ASSIGNATURAS
estrangeiro accresce o porte.
EXPEDIENTE
Toda a correspondencia de
Lisboa e arredores deverá ser
dirigida, por emquanto, ao ad-
ministrador d’esta folha, rua
do: Arsenal, 126.

A todos os nossos assignan-
tes que não tenham recebido
regularmente o CORREIO DA
SERTÃ pedimos a fineza de
nol-o participar a fim de reme-
dear-mos estas faltas.
No empenho de organisar-
mos a nossa escripturação e
outros trabalhos indispensa-
veis temos comettido involun
tariamente algumas faltas de
que pedimos mil desculpas aos
nossos bondosos assignantes.
*
Em quanto não estabelece-
mos definitivamente os escri-
ptorios de administração e re-
dacção do nosso periodico na
Sertã, todos os annuncios, re-
clamações e correspondencias
da provincia podem ser dirigi-
das para a «loja do povo», do
sr. Antonio Marques Pires, na
rua do Valle, Sertã.
4 FOLHETIM
A LICTERATA
ROMANCE ORIGINAL
Apresentações
A sr. Sardinha é o mais perfeito
prototypo que eu conheço, da mulher
que o vulgo designa pelo nome pi-
Ccaresco, mas altamente significativo,
de — espertalhona — engastado n’um
formidavel feixe de carne semi-ver-
melha e semi-branca. Na superficie
d’aquelle rosto bojudo e opopletico
destacam-se salientemente os olhos
como dois pontos luminosos, moven-
tes, perdidos n’um espaço oval. Pa-
recem dois fradepios franciscanos
divagando no immenso deserto de
Sahará. No mais é uma mulher como
todas as mulheres gordas.
Está feito o retrato.
Lisboa e provincias — Trimestre 200.
Semestre 400.–Auno 800 réis. — Para o |
Sertã, 22 de novembro de 1884
NECESSIDADES
— cecore
Havia muito: que se fazia sentir a
necessidade de um periodico que fos-
se, por assim dizer, o interprete das
vontades e aspirações d’este povo,
perante os poderes publicos.
Hoje, quasi todas as terras adian-
tadas de Portugal têm um e mais pe-
ríodicos. Não era muito que a Sertã,
sendo uma terra importante, contas-
se tambem uma folha que lhe advo-
gasse os seus interesses. E fundou-
se um periodico.
Tem-nos custado grandes sacrifi-
cios, como; sabem todos os que co-
nhecem os emprehendedores desta.
espinhosa missão, mas emfim, fun-
dou-se ! Cumpre-nos agora satisfazer
O que promettemos no nosso program-
ma. Ássim o faremos emquanto nos
for possivel, isto é, emquanto tiver-
mos vida.
Sem nos querermos já de momen-
to embrenhar em questões de melho-
ramentos mais importantes, lancemos
um golpe de vista pelas pequeninas
coisas, pelas insignificancias, e vere-
mos quanto é necessario fazer-se. E
dizemos «é necessario fazer-se» por-
que ha de fazer-se, a não ser que os
altos poderes do Estado entendam
que hão de permanecer surdos aos
nossos clamores. Mas, como para os
grandes males se empregam remedios
II
Arabescos
«Vejamos agora o modo como
entre nós se effectuam certos
casamentos. Effcetuam se ordi-
nariamente na mais completa
ignorancia, entre os respectivos
noivos das qualidades, aspira-
ções e temperamento de cada
um ; o que dá em resultado ca-
samentos impossiveis, absur-
dos, uma verdadeira fatalidade
para ambos os esposos…,.. a
à noiva apparece quasi sempre
ou muda como uma estatua, ou
então recitando phrases deco-
radas de algum romance, cuja
heroina lhe agradon especial-
mente.»
(A educação da mulher).
FERNANDO D’ÁQUINO.
Ha pouco mais de dois annos sur-
giu ahi, nas fileiras do nosso jorna-
lismo um mancebo estudioso, intelli-
gente, trabalhador e activo, cheio de
boa vontade e enthusiasmo, um ver-
dadeiro heroe, dotado de um cora-
ção bom e generoso, aberto ás mais
nobres aspirações, capaz de grandes
emprehendimentos, porém pobre,
inexperiente e desprotegido.
Elle escrevia, escrevia sempre,
escrevia muito ! Porém aos seus es-
SERTÃ — 22 DE NOVEMBRO DE 488%
Cada
ANNUNCIOS
linha 20 réis. – Publicações no FANNO
corpo do periodico, 60 réis,— Anunciam- se
publicações de que se recebam 2 exemp.
heroicos, assim o povo tambem tem,
ás vezes, umas excentricidades ex-
quisitas — costuma acordar quem tem
somno pesado com tão grande ruido,
que chega a ser fatal !
Dilo a historia,
Se olhâmos para as ruas vemos
calçadas medonhas ; saliencias enor-
mes, falta de symetria, em fim, uma
coisa que se parecerá com tudo me-
nos com calçada. Se procurâmos cha-
farizes não vemos um.
Ha duas coisas que chamam fon-
tes; nós não sabemos o que devemos
chamar-lhes.
Se procurâmos um mercado, ou
coisa que com isso se pareça, encon-
tramos zero. Diz-se que vae ser re-
mediada esta falta. Veremos se se
fealisa o promeitido, ou se fica sim-
plesmente em projecto.
Em resumo, escusado será enume-
rar. Às necessidades são muitas e
imperiosas. Iremos fallando n’ellas
como soubermos e como podermos.
Não nos descuidaremos, creiam. Es-
te estado, por assim dizer anormal,
ha de terminar um dia, ou nós não
cessaremos de fallar.
Queremos melhoramentos, senho-
res ministros, venham melhoramen-
tos!
Se hoje temos illuminação deve-
mola à iniciativa particular ; isto é
vergonhoso.
O paiz onde é necessario que in-
tervanha a iniciativa particular para
criptos faltava e falta ainda o saso-
nar que só com o tempo e com o es-
tudo se consegue alcançar, salvo
quando se possue 0 talento extraor-
dinario da um Pascal ; comtudo, n’a-
quelles ensaios, por que eram ver-
dadeiros ensaios, revelava-se já o
que o seu auctor poderia vir a ser.
Mauricio d’Albuquerque, é este o
nome do meu heroe, sonhava com
os esplendores da fama, esquecendo
que muitos são os que cahem exte-
nuados pela fadiga, e poucos os que
logram alcançar à tal gloria.
Julgava elle que conseguiria pu-
blicar os seus livros como publicara
os seus artigos e folhetins no jorna-
lismo indigena; contava que os seus
trabalhos dramaticos veriam a luz
da ribalta. Desenganou-se em breve
bem eloquentemente.
O sympathico moço esquecia que
o escriptor em Portugal, se tentar
viver unica e exclusivamente da
penna, morrerá, decerto, à fome;
esquecia, além d’isso, que é neces-
sario o que os editores chamam
Nome, quando se lhes apresenta um
principiante; igualmente se não lem-
brou de que Emilio Zola, que é um
os melhoramentos publicos, está ir-
remediavelmente morto.
Contestem-nos isto se são capazes.
Providencias, providencias !
ABiLio DaviD.
— femitames—
SECÇÃO LITTERARIA
OS ESPECULADORES
Continuado do n.º 2
O methodo está admiravelmente
architectado. Em vão procurâmos uma
contradieção, uma palavra mal collo-
cada, ou, que pelo menos possa, na
leitura, embaraçar o alumno ; em bal-
de se analysa e revê cada lição ; tudo
está admiravelmente disposto. Desde.
a primeita á ultima pagina manifes-
ta-se eloquentemente o fructo de um
grande estudo e de uma meditação
profunda, extraordinaria ! Parece que
todas aquellas palavra-, aquellas lo-
tras, aquellas explicações, aquella
nomenclatura que o auctor deu ás le-
tras, foram alli collocadas, deixem-
me assim dizer, por mão provinden-
cial! Em cada pagina, em cada li-
nha, em cada palavra, se nos depara
O espirito superior de João de Deus.
O alumno, quando não seja intei-
ramente idiota ou estupido, de lição
para lição faz progressos assombro-
s08 mas ao mesmo tempo com cong-
ciencia.
Logo na primeira lição começa a
aprender uma theoria que vae au-
simples porcalhão ilustre, comprava
um velho castello por duzentos con-
tos, e Camillo Castello Branco vivia,
e vive pobremente, sendo certo que
o eminente auctor do Amor de Per.
dição, posto pelas orelhas da parte
de fóra de umas polemicas sujas e
nojentas, e de outra coisa não menos
limpa, que se chama Politica, reve-
la mais talento e erudição em uma
duzia de linhas, que todos os Zolas
do mundo, havidos e por haver; não
reparou que começava a escrever
sem ter um braço protector que o.
auxiliasse na lucta gigantea é larga
pelas suas nobilissimas aspirações;
não attentara em que os invejosos e
insignificantes haviam de surgir a
final, tentando deprimil-o; tambem
esqueceu que para ganhar nome é
indispensavel ter dinheiro e quem
nos faça elogios, embora na maioria
das vezes os taes elogios não pas-
sem de uma mentira indecente, pois
o ter talento e trabalhar muito não
é absolutamente preciso.
Tudo esqueceu para só pensar na,
gloria!
AsiLiO Davi.
Continia.
Continia.@@@ 1 @@@
O CORREIO
DA SERTA
gmentando de lição para lição, gra-
dualmente, sem esforço — muito a,
contento do. alumno — theoria com
que elle se vae familiarisando repe-
tindo-a todos. os -dias-até aosfinal do
methodo. :
Essaftheoria é um ‘conjuneto: de re-
gras racionalissimas que o altunno —
digamolio assim — já conhecia taci-
tamente. Para reforçar esta proposi-
ção vou exemp’ificar. Quando se en-
sina ao alumno que « no fim da pa-
lavra re lê à, ensinamoslhe uma
coisa que elle já sabe e não sabe,
isto é, quando dizia à palzvra mesa,
por exemplo, não pronunciava mesá,
slecerto. Dizia. bem, sem todavia.sa-
Der porquê. O mesmo. se dá-com 0; €;
e assim por diante; À «heoria do me-
thodo é pois um, conjuncto de regras
“que ensinam o modo de lêr as letras,
segundo a sua collocação na palavra.
Para ler correctamente, conhecidas
us letras, basta estar bem ao facto
da th-oria que é — digamo!.o assim
— uma philosophia: elementar.
O auetor d’estas linhas sabe por
experiencia propria quanto são ma-
ravilhosos os resultados obtidos com
o methodo. Não se póde esperar mais.
João de Deus disse até hoje a ulti-
ma palavra sobre o me hodo de en-
sino.
E” claro que um trabalho d’esta
naturcan havia suscitar rivalidades,
odeos, vinganças! Infe ‘izmente howu-
ve mais do que isso
Em um paiz civilisado como a Fran-
ça o methodo seria desde logo adopta-
do oficialmente. Aqui, para desgra-
ça de nós todys, será adoptado quan-
do os, protestos, contra os velhos car-
tapacies, surgirem de todos os pontos
do paiz.
Mas então já se terá perdido um
tempo preciosi-simo, e ninguem terá
de que admirar se se o zuctor cha
imar aos velhus «ystemas = assassi-
7os da intellizencia.
No proximo ártigo justificaremos à
erigraphe — Especuladores.
Contintia.
ABiLIO DAVID.
—— —eroscgomes ——
NOTAS DE VIAGEM
DE LISBOA À SERTÃ
Continuação do n.º antecedente
Da parte de fóra-da estação, esta-
vam duas diligencias à espera dos
passageiros. Uma tinha escripto, em
letras de feições singulares — Cam-
peão; a outra em igualdade de cir-
cumstâncias tinha tambem Sardo.
Entrámos ao acaso, isto é, numa
diligencia que tivesse lugares para
nós. Acertámos com a do sr. Cam-
peão. As nossas appeteciveis compa-
nhias seguiram no mesmo carro até
Thomaz, onde as perdemos de vista
até hoje. —Que felicidade ! Ainda
agora me custa a erêr que estou livre
das jubiladas massadoras ridiculas.
Quando me lembro da furiosa injee-
cão com que ellas nos brindaram
sinto uns estremecimentos nervo-
sos, violentos, é parece-me que oiço
retinir aos ouvidos as gargalhadas
semi-pantagruelicas das terriveis le-
vianas. Mas… adiante ! Deixemol-as ;
“paz às suas linguas !
Chegados a Thomar hospedamo-
nos em casa do sr. Campeão. Pouco
depois da nossa chegada apparecou-
nos uma roliça, rapariga toda affabi-
lidade para os hospedes ! Pedimos-
lhe que nos trouxesse que comer ;
por que os nossos infelizes estoma-
gos sentiam voraz appetite. Ella, a
pequena roliça, serviu-nos um bom
jantar, que eu e o meu companheiro
calculâmos nos custasse a cada um,
pelo menos, 13200 réis; mas cahi-
imos das nuvens quando, feitas as
contas, nos dissêxam que tinhamos a
pagar apenas 800 réis.
— Demonio.!” Aqui. ha engano ! —
brada o meu-companheiro. E” impos-
sivel que um jantar d’estes custe
apenas a insignificancia de 800 réis !
A criada com um modo de fina
graça perguntou ao meu amigo :
donde 6?
—-Sou de Lisboa, minha menina,
— Ah! então não me admiro que
ache caro. Pois não devem mais que
800 réis.
(Continúa).
José Auausto PIRES.
—— pipa ——
NOTIGCIARIO
Pedrogam Pequeno. — Dizem-nos que
a junta de parochia desta freguezia
se harmonisou. Ora graças a Deus!
Estimamos não ter que censurar nin-
guem. Parece que a nossa folha al-
guma coisa fez.
4
Concurso. — Realisou-se no, dia 15
do torrente, a primeira lição de con
cwiso para a cadeira de pathologia
no Instituto Agricola.
O ponto era o seguinte: A inocu-
lação como meio. de diagnostico para
os zoonoses contagiosos. O candidato
por espaço de uma livra expôz com
muita erndição a clareza. Defendeu
depois admiravelmente a theoria bio-
iugiea do contagio, satisfazendo & ar-
sunentação dos distinctos professo-
*
Variola. — No cotcelho de Almada
está grassando esta terrivel epidemia
de um modo assustador, produzindo
bastantes victimas.
*
cumeça bem. — A’ policia do Ponto
ucuba de tomar conta de um rapaz
de 11 anos, que roubou à seu ir-
a quantia de 6195500.
Começa bem e ba de ir longe se
fizer uso de tão bello quanto bouraso
officio.
1%
*
Apprchensão. — Os soldados do cor-
dão sauitorio, estacionados no Retiro
fizeram um destes dias uma impor-
tante apprehensão de. fazendas que
se pretendia subtrahir acs direitos
fiscaes. Os contrabavdistas fugiram.
*
Estrada. — A? cerca da estrada en-
tre Sertã o Pedrogam Pequeno não
‘nos consta que se tenha resolvido
coisa alguma. Os poderes competen-
tes parece que dormem sobre o caso.
Fazem bem. Unicamente não nos
‘calaremos em quanto não virmos a
“estrada feita. E” uma necessidade de
momento. Convocaremos um comicio
fôr preciso. O futuro dirá se somos
capazes de fazer o! que affirmâmos.
Se cuidam que nos esquecemos en-
dia, quando as suas circumstancias
e condições de vida lh’o permittirem
| entrará franca e abertamente na liça,
| a o
‘mas não ha de ser, creiam, para ba-
tico.
Militará denodadamente nas filei-
ras dos evangelisadores da Nova
Ideia, por cujos principios o seu re-
dactor Sempre pugnou. Hoje, porém,
carecemos de melhoramentos, e que-
remol-os. Não pedimos nada impos-
sivel ou pelo menos dificil. Pedimos
— Tem a bondade de- dizer-me!
rés Sabino de Souza e Suútos Viegas.
em plena praça da Sertã, se tanto,
ganam-se. O Correio da Sertã não,
foi creado para fazer já política. Um |
qular este ou aquele trumpho poli-.
o que póde e deve ser. Cã estamos
e estaremos no nosso posto de honra,
* É
Vancorbeil, — O: funeral de Wancor-
beil director da Opera, em, Pária, foi
muito concorrido. U-carro’ morttario
ia coberto de corôas e bonquets. A’s
borlas/ do: caixão. pegaram: Gounod,
Kaemfen, Ambruice Thomaz, Regnier
e-Perrin.
*
Lamentavel, — Uma pobre ecreanci-
nha de nome Agueda da Gama, ca-
hiu de um 2.º andar da rua dos Vi-
nagres. Recebeu grande fractura no
craneo. Todavia ha esperanças de
salvala.
ae
Antonio Pires Franco. —O estabeloci
mento d’este cavalheiro e no-so ami
go, é um dos principaes desta vilia.
Ally encontra se um variadiesimo sor
timento de todos os generos, e por
preços rasoaveis. O sr. Pires Franco
tem tambem deposito de tabacos das
principaes fabricas nacionaes é es-
trangeixas. Escusado será repetir aos
nossos leitores que se encontra na ca-
sa do sr. Pires tado. o que se deseja.
Aos senhores que visitarem esta ter-
ra convidamos à verificar o queídize
mos.
x
O maroto de Stanley. — Diz-se que
a nossa muito querida e sempre ama-
da Inglaterra nomeara o desúvergo-
nhado patifão Henrique Stanley seu
delegado technico na conferencia de
Berlim. ‘Pal mãe tal filho. São dignos
um do outro.
*
Nojento. — Uma menina de dez an-
nos queixou-se á polcia do Porto
que seu proprio pae e tutr a havia,
desbonrado á força, deixando-a em
misero estado. O miseravel foi logo
entregue a policia.
Para cima de uma tal besta-féra
todo o rigor da lei.
e :
No Cairo. — A tribu de Beni Amer
apanhon um comboio de 3000 mil
camellos carregados de trigo que era
destinado ao exercito de Osman D:g-
ma.
*
Povo d’Aveiro. — Um grande incen-
dio acaba do devorar as officinas do
nosso collega. O Povo d” Aveiro, mo
tivo porque se não publicou o nume-
ro corresponiente a 16 do corrente
mez.
*
Club de esgrima. — Realisou-se já a
primeira reunião preparatória no club
de esgrima + aula d» tiro. Boi eleiva
uma commissão composta de 7 mem-
bros para organisar o regulamento
do club.
+
Quadrilha de ladrões. — O sr. Fer-
reira das Neves, zeloso commissario
da 3.2 divisão -cinseguiu colher algu-
“mas indicações do paradeiro de um
bando de ladides que ha muito in-
festam a capital e a cidade do Porto.
Não lhe chamamos gatuaos ou lara-
pios, porque cealzente, em fase do
que se tem publicado e dito,
mais propriedade ihes cabu 0 epithe-
to de lad:des.
O’sr. commissario Neves, apenas
com umas ligeiras informações alcan-
con oque pretendia, Fui o intelligen-
te cabo: Francisco Manuel o encarre-
gado da espinhosa e diffeilima mis-
são.
Os ladrões residiam na Costa de
Ciparita. Era ahi O quartel general
dos audaciosos: bandidos.
O cabo Francisco Maruel lá. foi
dar comelles. Chamam-se : José Jus»
tino Pereira da Silva, por alcunha o
Rato Cego; Domingos Dixs, o Sara
goça, é Manuel Dias da Silva, o Gal-
lego. Restava capturar um outro, 8/0
cabo Francisco não descançon em-
quanto não lhe deitou a mão. E um
tal Joaquim de Moura, o Campino.
Este ladrão, segundo se diz, tem si–
o preso, varias. vezes na cidade do
to. Eoi-lhe-apprehendida a cartei-
ra e o relogio que em 1 de outubro
passado furtou na calçada de 5. João
Nepomuceno ao operario Manuel
Fernandes, facto de que tanto se fal-
lou. O sr. Ferreira das Neves mandou
photographar os ladrões.
*
Escravatura. — Apesar das medidas
seyeras postas em pratica pelo go-
verno russo, as mulheres não deixam
de ser objecto de um verdadeiro
commercio na Russia meridional.
Um jornal de Odessa cita um caso
recente, de quatro mulheres dos ar-
redores d’aquella cidade que foram
vendidas e transportadas para Cóns-
tantinopla.
Foi necessario, a intervenção do
embaixador da Russia, para ser an-
nulada a venda e restituidas á liber-
dade as mulheres, que regressaram
a Odessa.
*
Largo da Carvalha. — Lembrâmos &
ex.m! camara d’esta villa a necessi-
dade de limpeza que ha na Carvalha,
Sendo um dos lugares que temos ver-
dadeiramente aprazivel devia haver,
parece-nos, outro vuidado na sua
limpeza.
Tambem se torna indispensavel a
collocação d’alguns bancos como se
usa em Lisboa, ou mesmo como os
que temys;no adro; porque, como, é
sabido, ha muitas familias que de
boa vontade iriam lá passar algumos
horas-da; tarde, mas: pelacfalta de
bancos está aquelle aprazivel largo
| quasi sempre despovuado.
Comristo pouco se gas’a e presta»
se. um bom, serviço aos habitantes
d’esta villa.
me
José Augusto Pires — O nosso dedi-
cado amigo e proprietario d’esta fo-
lha, José Augusto Pires, devo che-
gar brevemente à Sertã, afim de dar
começo «os trabalhos de organisação
dos escriptorios de” administração é
redacção nºesta terra. O nosso amigo
Pires fica seudo de hoje em diante o
representante d’esta folha na Serta, é
teda a correspondencia deverá ser
dirigida a elle. Que seja bem vindo
o nõeso querido amigo, é o que do
coração desejâmos, pois já tem feito
grande falta a sua extrema activida:
de.

E’ caso… — Uma mulher, em Fran-
ça, deu á luz tres creanças d’wm só
ventre. Pozeram-lhe os nomes de
Liberdade, Egualdade e Praternida-
de.
Se crescerem ha de serio bom e o
bonito, quando se zangavem, vêr a
Fraternidode ao sopapo na Egualda-
de e a Liberdade, usando dos seus
direitos, correl as a ambas.
*
A familia. — Nas conferencias que o
padre Felix fez na cathedral de Pa-
ris, apresentou a seguinte definição
de familia.
A constituição da familia é sim-
ples, como tudo o que é sublime.
CGompõe-se de trez unicos elementos
harmoniosamente unidos: o pae, a
mãe é os filhos; isto é, con-iderada
como sociedade domestica, de um
rei, de um ministro é de subditos 5
ou por outra, de uma auctoridate de
um ministerio e de uma obedi ncia.
Nºestes trez elementos se acham vra-
vados pela mão de Deiis os caracte-
risticos, que fiz-m da familia o per:
petuo modelo-de toda a sociedade, a
saber: uma auctoridade indiscutivel,scutivel,@@@ 1 @@@
“sultado.
“phe publica o nosso distincto. collega
“4 mão armada, e em preseuça do
“’couta um combate singular ‘ d’este
* pessoa que lhe vinha-muito recom-
mento do estrangeiro e lhe testemu;
“reffeito.
CORREIO DA SERTA
um “ministerio dedicado, e auma sub;
‘missão ajfectuosa. A familia assim
constituida é o exemplar de toda a
sociedade bem ordenada, o mais bello
compendio do direito social, e a escola
popular de toda a politica grande, é
a obra prima dos governos e das so;
ciedades. !

Gil Fernandes. — Oonsta-nos que o
chefe da 3.º secção, do 3.º corpo de
fiscalização central, 0 sr. Honorio Jos
sé Gomes de Moura, veiu à Sertã,
por ordem superior, afim de proceder
& uma syndicancia: aos actos do sr.
fiscal Gil Fernandes.
O ar. Moura, segundo vos infor
mam é um empregado muito digno e
honesto, e por isso esperamos que dará
Uma informação imparcial; e os abu.
sos commettidos serão, esperamol-o,
justamente punidos. Dizem-nos’tam:
bem que se-está procedendo a! autos
de investigação. Aguardâmos o: re;

Duello importante.——Sob esta epigra;
O Seculo, o seguinte curioso: facio:
«Bis ahi ima ‘scena’que não é vul;
gar entre’as ‘civilisadas gentes euro,
péas — dois rapazes disputarem a
commtm’ rapariga amada n’um salão,
obje to causador do’combate.
Pois o Courier des Etats Unis
genero travado em Mount-Canmel, na
Pensylvania. )
A Páris’ yankee chama-se Rosie
Andrigo, conta dezeseis primaveras
e é formosa como os: amoros Ouça:
mos a folha em’ questão.
Ha coisa de vitte é tros annos um
sujeito dé nomo“Andrigo, proceden,
te da Polonia estabeleceu-se em
Mount-Carmel; annos. depoisi e:
e… mezes depois era pas de uma
menina que dava esperanças de ser
uma mulher bonita, esperanças que
se não: desmentiram.
O lar Audrigo “durante esse tem-
po, não dera oceásião a que. as lia;
“guas do Senhor tramelassem.
“Em fins de julho uitimo, Andrigo
recebeu a visita d’om joven touniste
suisso, o conde Luewig’ Armapusksi,
mendada. Andrigo,. em vista disso
convidou-o para passar alguns dias
em; sua casa. Ao que parece, Lude-
wig apaixonou-se logo pela filha do
seu hospede e não tardou a espalhas-
se que entre os dois jovens havik
promessas de casamento.
Ora, miss Rosie tinha já um ad-
mirador apaixonado na pessoa d’um
guarda-livros chamado Frauk Bud:
man, que naturalmente se tornou ciw;
nhou o seu sentimento por muitos in-
sultos grosseiros. Ludewig desde:
nhou-os. deslarando que um rapaz de
uma tão boa nobreza, não podia, bai
xar-so a ter uma disputa com um
simples guarda-livros. No, primeiro
domingo posterior á declaração d’es-
tes desdens; Frank Budmau sahiu av
encontro de Rusie Andrigo na acca-
sião em-que ella vinha da missa, é
disse-lhe que sabia de boa fonte que
o conde Ludewig zombava della. Ac.
crescentou que q conde dec’arara que
so curtejava miss Rosie era, por sim-
ples passatempo e que até ia partir
para Chicago, afim de melhor se de-
sembaraçor d’uma affeição que come-
çava-a tornar se estopante.
O estratagema surtiu o desejado
À rapariga julgando-sa altr
protestou que nunca mais dirigiria a
palavra áquello que assim tinha abu-
sado do seu coração.
adewg surprehendido com esta,
mudança abordou Rosie Andrigoje
insistiu tanto sobre a causa do des-|
preso que ella lhe manifestaya, que
a rapariga deu conta da entrevista
que teve com Franck.
* O fidalgo russo, então exaspera-
do, pediu a intervenção d’um gentle,
man ameritano para propor um duel-
lo à Prauk. Este acceitou:o com o
maximo euthusiasmo.
Combinou-se que o combate se le.
varia a efeito n’um logar isolado, a
duas milhas de Mouut Carmel.
Franck emborracha-se e conta ia
toda a gente que vao bater-se
no dia seguinte com Ludewig.
Alguns dos seus: amigos: aconse-
lham-o a que matasse Ludewig, o
que era mais Bimples, mais: expelli-
cito e menos arriscado. Frank apro-
veitou’ o conselho e eis que se empe-
nha’em effectual-o.
Assim a uma hora avançada da
noite achando-se sós no salão Rosie é
o conde abre-se com estrondo uma
porta, e apparece Frank que desfe-
cha o seu rewulver, exclammando’para
Luidewig:
=> Vou matal o.
Mas parte o projeetil e vae esca-
car um vaso de Seévres. Ludewig sae
abruptamente do:salão e volta num
instante, armado de um rewolver.
Combina-se, um duelo. para alli.
Rosie é encarregado de dar o -igaal do
combate. Uma, duas, tez, eccoam
duas detonações ao mesmo tempo e
Budman cae com uma bala que se,
lhe alojara no hombro, e com immen-
so pesar de não ter dado cabo do seu
rival, Sendo perigosa a ferida, Frank.
foi transportado para um dos quar-
tos da: casu, Andrigo. e miss, Rosie
não consentiu que fosse ontra;a en-
fermeira, a não ser ella, «Miss Rosie
véla com um cuidado: extraordivario
ao leito do enfermo, pensa-lhe as fe-
ridas, avima-o com palavras, dispeo:,
sa-lhe cavicias;-desenvolve, por elle
toda uma dedicação de apaixonada.»
x
Ponte sobre o Zezere. — Nada, sabe-
mos ao certo até hoje a respeito da
inauguração da ponte sobre .o Zezere
ao Valle da Uxsa: Achamos. exqui- |
sito que, estando a ponte construida,
se não proceda immediatamente 4
sua inauguração, escolhendo -com tu-
do um dia; apropriado, o domingo
por exemplo. ,
Já é tempo, senhores ! Tenham ao
menos dó dos nossos pobres espinha-
gos, que podem muito bem: ser par-
tidos em pleno fundo do rio Zezere.
Fallaremos mais de espaço.
É x
Exposição em Londres. — Annunciou-
se uma: exposição: internacional de
invenções que: deverá realisar-se no
museu de South Kensington, em
Londres.
*
Sirva de estimulo. — Por. despacho
do sr. ministro das obras publicas,
sob proposta da; direcção geral dos
correios e telegraphos, foi gratificado
com 225500 :e mandado elogiar em
documento publico, o distribuidor te-
legraphico Antonio José Fernandes,
pela bonita acção que praticou resti-
tuindo uma carteira com valores: que
encontrou na sala pública da estação
principal.
*
Criança queimada. —— Um d’estes dias
na Portella, uma criança: que ficira,
sósinha em casa approximou-se do
fogão, pegando-lhe em seguida o fo-
go aos fatos. Ficou horrivelmente
queimada.
*
Assalto: — “O sro Luiz Augusto
Correia de: Barros, digno empregado
na” fabrica de: tabacos: Barreira de
Xabregas, foi assaltado por alguns
gatunos “que ide: rewolvérs em pu-
nho lhe roubaram todo o dinheiro—
perto de 2 contos de réis —e além
disso o relogio, corrente e um annel,
*
Envenenamento. — Em Grandolamor-
reram trez pessoas envenenadas por
cogumelos, |
*
Pasqualino, Brugneli. — Morreu, em
New-York o celebre tenor Pasquali-
no Brugneli. Na, America do: Norte
alcançou grande fama,
Me
Justo. — O sr. governador civil de
Lisboa intimou a empreza do Coly-
seu a ter sempre desempedidas as
coxias, não tendo ali cadeiras.
*
0º vapor: Articque em chamas. — O
commandante do vapor Ramses par-
ticipou ter encontrado em 4 de outu-
‘bro, às .8 horas da noite, no. estreito
de Magalhães, entre o cabo Virgem
e o rochedo. Condor, o vapor: fran-
cez Articque, incendiado.

Terrivel catastropho — Do nosso es-
timavel collega o Seculo transereye-
mos a seguinte noticia:
«Houve ha: dias numa mina de
carvão, em Fredegar, uma catastro-
phe medonha. :
Alguns; pormenores :
De todas as minas d’aquelle sítio
era essa, a melhor ventilada e por
consequencia a. que menos probabili-
dades parecia oferecer às explosões
de grisou.
“No entanto, uma houve para ser
a primeira, e essa com tal violência
«que o estampido e o abalo se fez ou-
| var num raio: de mais: dum: kilome-
tro.
Correram de toda a parte a pres-
tar socecorros aos infelizes que jaziam
nas entranhas. da terra, mas era
impossivel descer aos. poços porque
se tinham quebrado as machinas de
ventilação.
Sabia-se que dentro da mina esta-
vam quinze operarios e isso fo? mo-
tivo para; repetidas tentativas, infe-
lizmente infructiferas.
Só: no outro dia alguem. vingou
descer para apresentar aos olhos de
uma multidão alanceada os. cadaye-
res de trez d’esses desgraçados.
Ha todas as-probabilidades de te-
rem, tido: o mesmo destino os restan-
tes, que: estavam tambem no ponto
onde a explosão se deu,
A mina de Kockind nome porque
é conhecida, oceupa 300 a 400 ope-
rarios. Felizmente. quando se deu, o
sinistro no fim: da tarde: de um sab-
bado; todos : abandonaram os traba-
lhos, 4 excepção dos quinze desdito-
sos; Imagine-se o: que seria a catas-
trophe quatro horas antes !
Só alguns dias: depois é que se
conseguiu fazer em parte a remocão
dos escombros.
Numa dependencia que-servia ide
cayallariça, estavam os cadaveres de
quarenta e trez cavallos, que tinham
morrido fulminados. »
*
Testamento exquisito, — No Ponto
falliceu ba pouco una senhora que
deixou uma vera para a sustentação
do gatos que tinha em casa. Bog e
santa alma li… talvez em vida não
désse cinco réis a um pobre!
*
Oatro. — Às excentricas disposições
testamentarins parece que querem
fazer epoca. Um tel; se, Alfredo Pi
menta da Gama, failecido ha porco
em Mattosinhos, dispoz no sem testa-
mento isto: Seráspotsao o esquite
ja completamente despida de
na eg
ornamentação, e trez sacerdotes can-
tarão os responsos funebres. A esses
irez sacerdotes será: dada a esmola
de 13000 réis, com a condição de
Cantarem o responso em voz clara e
altisonante, para o que deixa a cada
um delles mais um pataco para uma
gemmada. Ef
E caso de applicar a este sujeito
a celebre ;pbrase peculiar do mimoso
poeta dr. João de Deus — «Grande
ratão !’»
*
Gatunos sacrilegos. = Foi roubada a
egreja de Adães, no concelho de Bar-
cellos, Os gatunos levaram todo o di-
nheiro e joias que apanharam,
Parece que esta raça de aves já
se não detem ante considerações de
nenhuma especie. Sáfa !
*
Phenomenal. —D. Francisco Pefia,
medico hespânhol, publicou no a
Ursaonense» uma carta a um medico
de Osuna, | dizendo que ao fazer a
autopsia ao. cadaver de D. Manuel
Molina, ha pouco assassinado n’a-
quella-villa- lho -encontrára-o-coração
do lado direito da cavidade toraxica.

Os Tavradores. — Diz-se que alguns
lavradores estão fazendo grande pro-
paganda afim de conseguirem eleva
ção nos trigos estrangeiros. O conse-
lho-oflicial de agricultura reunir-se-
ha brevemente afim de tractar d’este
importante negocio.
e ”
Thermometro:— O que está naimais
profunda das salas subterraneas-do
observatorio de Pariz, perfeitamente
ao abrigo de influencias externas,
não varia ha 13 annos.
Roca
Quarentena. — Aos navios de proce-
dencia-hespanhola foi impusta aqua-
rentena de 5 dias.
*
Concursos:— Estão a concurso. as
escolas de ensino primario de Villa
Chã, concelho de Amarante, ordena-
do 1003000 réis.
O partido medico cirurgico em 8,
Julião de Frexo, concelho de Ponte
de Lima, com o ordenado de 2505000
réis, pagos pela camara.
*
Transferencia. — Será transferido pa-
ra Portalegre o bispo de Bragança.
a
HORARIO DOS CAMINHOS DE FERRO
PAKTIDA, DOS PONTOS | PRINCIPAES
Lisboa para o Porto e Badujoz —
Mixto ás 8 horas da manhã -— Cor-
reio ás 7 da tarde.
De Lisboa para Madrid -— Mixto
ds 4,30) da manhã — Expresso 48.7
da tande — Mixto ds 11 da manhã.
Dy Ponto para: Guimarães — Oor-
veio ás 8 horas da manhã — Mixto ás
4,45 da tarde,
Do Porto para Tua —Correio ás 8
horas da manhã — Mixto às 4,45 da
tarde-— Exzpre-so ás Lt,15.
Do Porto para Lihoa — Mixto ds
5,10 da manhã — Supplementar ás
5,90) da tarde — Correio ás 6;30nda
“manha—Mixto às 6,31 da manhã—
Mixto às 4 da tarde.
Do Porto para Madrid —Expresso,
2,30 da manhã.
De Elvas para Lisboa —Correio 4s
7,80 da tarde —Mixto, 6,39 da ma-
nbã:
“Typ. — Rua dos Calafates, 93 E3 E@@@ 1 @@@
O, CORREIO
DA SERTÃ
COLLEGTO
OCCIDENTAL
Lisboa—Ru Nova da Estrella, À
DIRECTORA :
MARIA DA LUZ VAZ
Este antigo e acreditadissimo es-
tabelecimento de instrucção continúa
à acceitar alumnos de ambos 08 se-
xos, para O que tem professores com-
petentes.
Lecciona-se pelo methodo João de
Deus, instrocção primaria, portugues,
desenho e prepara-se para O magiste-
TIO.
Recebem se alumnas internas.
Cursos nocturnos para ambos os
sexos todos os dias não sanctificados,
das sete às nove horas da noite.
Rege os cursos do sexo masculino
o professor Abilio David.
Sexo feminino a professora 6 dire-
gtora, D. Maria da Luz Vaz.
DEPURATIVO VEGETAL
O licor depurativo vegetal do me:
dico Quintelia, reunindo ás qualida-
des dos melhores purificadores do
sangue hoje conhecidos, vutras indis-
pensayeis n’esta ordem de medica-
mentos que o tornam superior a to-
dos, como a experiencia de quatro
annos largamente já tem demonstra-
do; é infullivel na cura de todas as
manifestações syphiliticas, como mo-
lestias de pelle, fistulas, ulceras, do-
res rheumaticas, osteocopas, inflam-
mações viceraes d’olhos, ouvidos, ble-
norragias, etc., e nas doenças deter-
minadas pelo abuso do mercurio.
Pelo Correio se remette gratis um
folheto onde se encontram enumera-
dos os resultados clinicos obtidos nos
hospitaes, diversos attestados de me-
dicos e doentes particulares. Deposi-
to geral—Pharmacia Salgueiro—rua
de Cedofeita n.º 99 — Porto, e em
Lisboa — Pharmacia Pires, rua dos
Fanqueiros n.º 124 e 126.
OURIVESARIA pe PORTUGAL
281 RUA AUREA, 281
Primeiro quarteirão e primeira ou-
rivesaria partindo da Praça de D. Pe-
dro.
Oiro sem falsificação
Venda por miudo e por atacado.
Preço fixo marcado claramente em
cada objecto. Todos os objectos de
oiro e prata são proprios para brin-
des. Satisfaz qualquer encommenda,
seja qual tor a sua importancia.
Prevenimos o publico, de que este
estabelecin:ento, para poder apresen-
tar um sortimento limpo das enormes
falsificações, que tanto tem desacre-
ditado o importantissimo commercio
de ourivesaria, contratou com uma
casa muito importante e da maior
confiança tudo o fornecimento de ar-
tigos de oiro e prata de fabricação na-
cional, Garantimos a boa qualidade
de tudos os artigos.
Sabrmws por experiencia quanto é
dificil esta lncta de um só contra
tanta reluxação mes se o favor do
publico nos ajudar, tudo será bem
empregado.
OERIVES – MARIANNO DE CARVALHO
PRATICANTE
Precia -e um ;raticante de phar-
macia comploto cura habilitado, na
Sertã. Que p ender o lugar, fa-
ça a eucp em carta fechada
a Gil Feras uu Sertã,
GUILEERHE DR SANTA RITA
— cegovo—
VACILLANTES
A empreza da BiBLIOTHEOA Unt-
vERSAL DE Lucas & FiLHO, editou
este livro de bellas poesias, que se
acha 4 venda em todas as livrarias
de Lisboa, Porto e províncias.
Preço do volume 500 réis
RHEUMATISHÃO
DUMONT
Unica auctorisada e previlegiada
para a cura radical do rheumatismo
e gotta, como se prova com docu-
mentos legaes, passados por distin-
ctos medicos em repartições publicas.
Só se garante a vendida nos de-
positos, rua do Amparo, 22, é rua
do Murquez de Alegrete, 16.
N. B. Todas as caixas são acom-
panhadas de um prospecto com al
guns dos attestados acima mencio-
nados e rubrica do auctor. Para re-
vender 20 p. e.
NODOAS
Com a AGUA SEBERIANA se
tiram seja em que fôr, Iã, seda, etc.,
etc. Não tem cheiro algum e por isso
superior a todos os mais preparados.
Rua do Amparo, 22 e rua do Arco
do Marquez do Alegrete, 16.
VINHO NUTRITIVO DE; CAN:
Privilegiado, auctorisado pelo gover-
no, approvado pela junta consultiva
de saude publica.
E” o melhor tonico nutritivo que
se conhece: e muito digestivo, forti-
ficante e reconstituinte. Sob a sua in
fluencia desenvolve-se: rapidamente o
apetite, enriquece se é sangue, forta-
lecem-se os musculos, e voltam as
forças.
Emprega-se com o mais feliz exi-
to nos estomagos ainda os mais de-
beis, para combater as digestões tar-
dias e laboriosas, a dispepsia, car-
dialgia, gastro-dynia, gastralogia,
anemia ou inaeção dos orgãos, rachi-
tismo, comsumpção de carnes, affec-
ções escrophulosas, e em geral na
convalescença de todas as doenças,
aonde é preciso levantar as forças.
Toma-se trez vezes ao dia, no acto
da comida, ou em caldo, quando o
doente não se possa alimentar.
Para as creanças ou pessoas muito
debeis, uma colher das de sopa de
cada vez; e para os adultos, duas a
trez colheres tambem de cada vez.
Um calix d’este vinho representa um
bom bife.
Esta dóse com quaesquer bolachi-
phas é um excelente lunch para as
pessoas fracas ou convalescentes ;
prepara o es tomago para acceitar bem
a alimentação do jantar, e concluido
elle, tome-se igual porção ao toast,
para facilitar completamente a diges –
tão.
Para evitar a contrafacção, os en-
volucros das garrafas devem conter
o retrato do auctor, e o nome em pe-
quenos circulos amarellos, marca que
está depositada em conformidade da
lei de 4 de julho de 1883.
Acha-se 4 venda: nas principacs
pharmacias de Portugal e do estran-
geiro. Deposito geral na pharmacia
Franco, em Belem.”
CRURGÃA VELA
Posta ao alcance de toda a
gente, ou diccionario prati-
co das doenças e curativo do
gado.
POR
J.J. VIANNA REZENDE
Procedido de um formuiario geral
dos mediçamentes necessarios par;
tratamento das doenças dos animaes
domesticos, de um breve tratado da
maneira de praticar as operações a
que mais vulgarmente se recorre na
cirurgia dos meemos.
Obra extremâmente. util a todos
os lavradores, curiosos do cavallos
possuidores de gados, ferradores, pi-
cadores, caçadores e pharmaveuticos.
Preço 600 réis
Remeite-se polo correio a quem
enviar a sua importância a MA-
NUEL PINTO MONTEIRO-—. Tra-
vessa do Cego 23, à Praça das Flo-
res. Lisboa.
A PEROLA DA CHINA
E O SEU
CRE
Acaba de receber novas niarcas o
que equivale a dizer: recebeu novas
especialidades.
Este estabelecimento continua com
o seu primitivo programa,
VENDER BARATO O QUE E BOH
Não procuramos attrahir o publico
com o titulo de barato, para forne-
cermos generos de má qualidade e
que muitas vezes prejudicam a sau-
de. Vendemos barato relativamente
com a qualidade do genero que apre-
sentamos, e podemos afirmar que
ninguem venderá mais barato, gene-
ro da mesma qualidade, assim como
ninguem é mais escrupuloso na sua
escolha, e por isso temos a honra do
participar ao respeitavel publico que
acabamos de receber um completo
sortimento de café das melhores inar-
cas que vêem ao nosso mercado, para
os preços de :
1.º qualidade 560.
os >» 440.
ae » 360.
Torrado e moido.
Igualmente recebemos um comple-
to e grande sortimento de chá, tanto
preto como verde, para os preços de
15600 a 43000 reis o Kilo, faze ndc
se notar o especial chá verde a 28000
r8., assim como o bem conhecido chá
Pouchong-
A 25. RUA NOVA DA PALMA, 125
FARINHA E, NESTLE
GRANDE DIPLOMA DE HONRA
Medalha de ouro, Paris, 1880.
Alimento completo para creanças
de peito.
Substitue o leite materno, facilita
o desmamar, e de digestão facil e
completa.
Medalhas de ouro de diversas ex
posições attestados numerosos das pri
meiras auctoridades em medicina.
Vende-se nas principaes pharma-
cias e drogarias, pastelarias e arma.
gens de viveres.
Deposito geral, armazem Suisso,
Chiado, 61, 2.0— Lisboa.
Para evitar as numerosas imita-
ções deve-se exigir que cada lata
contenha a assignatura do inventor :
Henr Nestlé Vevey.
PÓS SIGATIVOS
Contra cancros venereos e syphili-
ticos e outras feridas de qualquer
natureza Injecção anti blenorrhagica.
Cura todas as purgações sem causar
apertos. Silva & Filhos pharmaceuti
cus, rua de S. João da Matta 72 e
74 e rua Augusta 217, 279. Lisboa.
MUSICAS PARA PiAnO
Soffrimento, melodia para reoi-
tação no piano, 150 réis.
Lamentos, walsa, 150 réis.
Quem ?… walsa 150 réis.
Crença, waisa, 150 réis.
Adoração, walsa, 500 réis,
Mandam-se pelo correio, a quem
enviar a sna importancia a Manuel
Pinto Monteiro, travessa do Cego, 23,
4 praça das Flores. — Lisboa.
AS
PESSOAS QUEBRADAS
Com o uso d’alguns dias do mila-
groso emplasto antiphelico se curam
radicalmente as roturas ainda que se-
jam muito antigas. Este emplasto tem
sido applicado em 35:540 pessoss e
ainda não falhou. Preço 18500 réis.
Balsamo sedativo de Raspail
Remedio para a cura completa de
rheumatismo nervosu, gottoso, articu-
lar, dôres de cabeça, pontadas, con-
tusões o amollecimento. da espinha
dorsal. Frouxidão de nervos, fraque-
za de musculos, golpes e toda a qua-
lidade de dôr ou infammação ; usa-
se externamente em fricções.
Preço do frasco 15200 réis.
Molestta de pelle
Pomada Styracia, cura prompta e
radical de todas as molestias de pelle,
as impingens, nodoas, borbulhas, co-
michão, dartros, herpes, lepra, pan-
no, sardas, etc., etc. Preço da caixa
600 réis.
Injecção Guepin
E’ esta a unica injecção que, sem
damno, cura em tres dias as purga-
ções sinda as mais rebeldes. Preço
do frasco 15000 réis.
Contra os callos
Unico remedio que os faz cair
em 12 horas. Preço da caixa 400
réis.
Creme das damas
Torna rapidamente a pelle clara e
macia, dissipa as sardas, tez cresta-
da, nodoas, borbulhas, rosto aarabu-
lhento, rugas, encobrs os signaes das
bexigas. Preço do frasco 19200 réis,
Remette-se qualquer d’estes remes
dios à quem enviar a sua importan-
cia em vales do correio ou estampi
lhas a Manuel Pinto Monteiro, tras
vessa do Cego, n.º 23, (á praça da
Flores), — Lisboa.
SUISAPARRILHA DE ATER
Para fa cua eficaz e prmpta das
Molestias provenientes
da impureza de sangue
E’ uma loucura andar a faser ex-
»eriencias com misturas inferiores
“ompostas de drogas ordinarias ou de
plantas indigenas cuja efficacia não é
confirmada pela sciencia emquanto
que a molestia cada vez vae ganhan-
to terreno.
Lancem mão, sem demora, de um
remedio garantido cuja efficacia seja
facto essignalado e inquestionavel !
O Extracto Composto Concentrado
de Salsaparrilha de Ayer é conheci-
do e recommendado “pelos medicos
mais intelligentes dos paizes adianta-
dos, já durante 40 annos.
Centenas de milhares de doentes
vem colhido benefícios do seu empre-
go e são outras tantas testemunhas
da sua efficacia positiva e incompa-
ravel, es
PREPARADOS POR
DR &
+ JF G AYER eo
Lowell, Massa. Estados-Uuidos
A? venda nas principres pharma-
cias e drogarias do reino,
Agêntes geraes James Cassols &
O. rua de Mousinho da Silveira 127
1.º Porto.to.