O Correio da Sertã nº3 15-11-1884

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ta
POLRA LITURARIA, NOTICIOSA, COMMERCIAL E AGRICOLA
REDACTOR
— —— Does ==—
ADMINISTRADOR — EDUARDO GONÇALVES
ASSIGNATURAS
N oe Lisboa e provincias — Trimestre 200.
Semestre 400. —Anno 800 réis. — Para o
estrangeiro accresce o porte.
EXPEDIENTE
Toda a correspondencia de
Lisboa e arredores deverá ser
dirigida, por emquanto, ao ad-
ministrador d’esta folha, rua
do Arsenal, 126.
*
A todos os cavalheiros a
quem enviamos o nosso sema-
nario e que não queiram hon-
rar-nos com as suas assigna.
turas, pedimos a especial fine-
za de nol-o devolver, afim de
os não inscrevermos no nume-
ro dos nossos assignantes.
*
Em quanto não estabelece-
mos definitivamente os escri-
ptorios de administração e re-
dacção do nosso periodico na
Sertã, todos os annuncios, re-
clamações e correspondencias
da provincia podem ser dirigi-
das para a «loja do povo», do
sr. Antonio Marques Pires, na
rua do Valle, Sertã.
Sertã, 15 de novembro de 1884
emma amam naanaro
0 PROFESSORADO PRIMÁRIO
— cecovo—
O primeiro homem de uma socie-
dade, é incontestayelmente o profes-
sor.
Sem esta; entidade indispensavel,
fundamental, não podem existir so-
ciedades:; o genero humano seria,
apenas um conjuncto de selvagens.
Toda a gente sabe que isto que di-
zemos não é uma enoyação. Repeti-
mos o que se tem dito por varias
fórmas e feitios; mas nem por isso
perderá o seu grande merecimento.
Os professores de Penafiel acabam
de publicar uma representação que—
tencionam enviar ao parlamento, —
cujo objectivo é o augmento do orde-
nado. Nada mais justo.
Não gastaremos, por agora, muito
tempo e papel em a apreciar no seu
conjuncto: têm fallado já muitos
dos nossos collegas dos mais aucto-
risados. Diremos apenas algumas pa-
lavras, na esperança de que o parla-
mento sanccionará tão justa pretenção,
E se assim não succeder fallaremos
como entendermos, e com a indepen-
cia que nos caractrisa. Somos pobres,
vivemos do fructo do nosso trabalho
e não aspirâmos a empregos. Ás nos-
sas palavras estão confirmadas com
os nossos antecedentes e o futuro
acabará o resto.
x x
O professor, tal qual hoje existe,
não póde nem deve continuar. Esta
situação é, senão um impossivel, uma
grande vergonha. O pagar mais a
um moço de estrebaria, ou pelo
menos tanto como aum professor, só
no nosso paiz. Isto vê-se, palpa-se,
SERTÃ — 43 DE NOVENHRO DE 1884
PROPRIETÁRIOS — E.
Cada
A
GONÇALVES, A. PIRES E A, DAVID
er
ANNUNCIOS
linha 20 réis. — Publicações no FANNO
PRINGIPAL-ABILIO DAVID
corpo do periodico, 60 réis.— Anunciam-se
publicações de que se recebam 2 exemp.
| sente-se, comprehende-se, mas não [tia não findar assim como qualquer
se acredita ! E todavia existe.
que o professor nas povoações ruraes
póde viver com 547 réis, ou oquer
que é que se diz na representação
dos srs. professores de Penafiel. En-
tendemos que um homem em simi-
lhonte posição deve ganhar pelo me-
nos 13000 réis diarios. Não é muito.
Não é mesmo rasoavel esta pequena
quantia para o ente que é o primeiro
elemento de uma civilisação.
Para fortalecermos a nossa opinião
não faremos grandes calculos axith-
meticos. Aos que entenderem que
exagerâmos ou que não somos justos
aconselhamos a que vão para o lu-
gar d’esses desgraçados.
Nada mais. À nossa resposta é es-
ta só.
Voltaremos mais vezes ao assum-
pto.
ABiLio DaviD.
SECÇÃO LITTERARIA
—am
NOTAS DE VIAGEM
DE LISBOA Á SERTÃ
Continuação do n.º antecedente
Chegados ao Entroncamento ouvi-
mos:uma horrivel ladainha de que a
principio não percebemos uma decima
de palavra. Mas a tal ladainha promet-
| frango desolado. Puz-me á escuta apu-
Nós não somos dos que entendemos | rando o ouvido. Passados alznns mi-
nutos consegui apurar o seguinte re-
su tado, porventura semi-mntilado;
«Entroncamento do comboyo do Nor-
te e Leste; demora 25 minutos; quem
vae para o Leste passe para o outro
lado (Leste).» Nºestas poucas pala-
vras a grammatica apanhou sõco.
Muito bem. Acabou-se a cantilena
roufenha do nosso homem, e eu e um
companheiro meu, bon vivant, que
não soffre do spleen, disposemo-nos a
entrar no bufete para tomarmos al-
euma refeição, porque em verdade
Já sentiamos cá pelas immediações do
estomago alguma coisa a menos-
Porém, oh! pasmo e admiração!
oh! fatalidade! o maldito bufete não
tinha coisa alguma á altura da gra-
vidade das circumstancias dos nossos
infelizes estomagos! Sahimos d’alli
desesperados, e com boa vontade de
mandarmos bufete e bufeteiro pas-
sear cá a certo sitio que só eu sei.
Pois não tinhamos rasão? Imaginem
que o sugeito tinha apenas peixe de
agua doce. Ora bollas! Aborrecidos
de peixe vinhamos nós lá da Lisbia
adorada.
Finalmente, o ponteiro do relogio
marcou os 25 minutos; lá fomas atu-
rar novamente as emeritas massado»
ras de quem nos tinhamos visto lix
vres por algum tempo.
Era um snpplicio medonho. Mas
não havia recurso; estavamos entra
a espada e a parede.
Pouco depois a enorme locomotiva
3 FOLHETIM
A o CIPERAIOA
ROMANCE ORIGINAL
I
Apresentações
A victima que tem a infelicidade
de lhe cahir nas mãos só consegue
safar-se depois de tal joven lhe ter
desfechado aos ouvidos uma alluvião
medonha de phrases romanticas, ba-
naes e sem nexo, sempre estudadas
had hoc, porém sabe dizel as com
modos e gestos academicos e douto
raes.
Cruza as pernas, cavalga a lune-
ta no extremo superior do nariz e,
aprumano-se assim como um fanto-
che impertigado, fita-nos com o tal
seu ar de femme savant, tão magis-
tral que, se não fosse ridiculo, attin-
giria os pinaculos da insolencia. E?
uma entidade que se presta maravi-
lhosamente para o chiste e para a
observação! E vel-a all, então, do
alto de toda a sua prosapia, com um
sorrisinho singular, que tem um mix-
to de sarcasmo e benevolencia dou-
toral, engatilhado nos labios, e de
olhar fito nas nuvens, recitar com
extrema facilidade, com uma verve
realmente scintillante phrases esco-
Ihidas e decoradas de alguma heroi-
naidiota, lyrica, romantica, que mais
lhe agradou!
Depois dºisto resta-me dizer que a
a tllustre professora tinha e tem o
sestro de namorar a tudo e a todos;
namorsria mesmo um célebre sugeito
que ha, especie de misanthropo sin-
gularissimo, um philosopho com qua-
tro pés e umas orelhas de palmo e
meio, se o tal philosopho, de quem
graciosamente nos falla Augusto Jol-
trois, usasse chapeu alto em vez de
cabeçada, e se, onde traz quatro fi-
guras semi geometricas, similhantes
a quatro linhas curvas, trouxesse
umas botas de elastico. Felizmente
para a humanidade o decantado phi-
losopho, célebre atravez dos seculos,
uão usa chapeu alto nem botas de
elastico! E! uma grande felicidade
que isto vão sueceda assim, para O
genero humano não ter que admirar
qualquer dia, em um museu de ra-
ridades monstruosas, um feto excep-
cional, quasi fabuloso, especie de
centaurv, em vez de uma pequena
vulgaridade chata, talvez insignifi-
cante!…
A Julinha, a diva, a inteligente,
fuma todos os dias a bagatela de
quatro macinhos de cigarros especiaes
fracos de Santa Justa e, de quando
em quando, um charuto Flor do Por-
toe… trata a mamã por tu,
E? provavel, gentil leitora, que fi-
que surprehendida, com similhante
revelação; mas essa surpreza, tão na-
turale tão justa, desapparecerá quan-
do eu lhe disser que a minha ro-
mantica heroina em tudo, ou quasi
em tudo, pretende imitar os costa-
mes francezes; e sabe-se que em
França os filhos costumam tutear os
paes.
Quanto 4 reputação da formosa
pequena contam-se coisas extraordi-
narias, assombrosas!
E’ sempre o mundo, com a sua
linguinha de prata que diz coisas
feias da sympathica professora litte-
raia,
Se os leitores dão licença… sobre
o assumpto… fecharei a porta com
uma linha de……
Fallemos agora da mãe da nossa
Julia.
A sr? Sardinha Pegado não é,
apesar do nome, qualquer insignifi-
cante carapau espichado, ou alguma
salpicadinha da costa; é uma verda-
deira montanha de carne, ambulante,
assaz curiosa como specimen para
um museu de zoologia, Avesar dos
seus trinta e oito ou trinta e nove
annos a preciosa mãe da gentil pro-
fessora é ainda o que em linguagem
vulgar e chata se chama uma mulher
Jrescalhona, Gorda, espadúada, qua-
si com proporções de virago, sem
excluir todavia uma certa elegancia,
a sr? Sardinha -— tical-a-hemos co-
nhecendo de hoje para o futuro por
este nome singular— tem feito perder
algumas noites a gente muito boa.
Contam-se a tal respeito coisas ex»
traordinarias e que dariam assumpto
vasto e maravilhoso a Paulo de Kock
o espirituosissimo romancista francez
se elle ainda vivesse, para numero-
sos capitulos humorísticos! E” uma
larga epopéa de volupruosidade a vi-
da d’este peixe singular, que dá pe-
lo nome de Sardinha. Dizem-o as
trombetas da malidiceucia. Vá a pe-
dra a quem toca. «A Cesar o que é
de Cesar.»
Continúa.
ABILIO DAVID,DAVID,@@@ 1 @@@
O “CORREIO
DA SERTÃ
poz-se em movimento, em breves
instantes marchava com grande ve
locidade, e, alguns minutos depois
estavamos em Payalvo, á disposição
de quem quizesse levar-nos, em qual-
quer vehiculo entenda-se bem, a
Thomar, pela modicissima quantia
de 200 réis por cabeça.
Continúa.
José Augusto PrrEs.
—— femeas — —
JOSE MARIA DA CUNHA SEIXAS
(Continuado do n.º antecedente)
— ceoess—
Tem-se sempre interessado nas
questões sociass, defendendo no Pro-
gresso em 1868 n’uma serie de anti.
gos a instituição do jury, em 1882 no
Commercio de Portugal a reforma das
vecebedorias de comarca, depois com
um longo relatorio reduzido a proje-
cto de lei e entregue ao sr. deputado
Lencastre, que apresentou o projecto
na sessão de 13 de março de 1882.
Recentemente defendeu as garan-
tias da imprensa na Sociedade dos
jornalistas, apresentando um longo pa-
recer elaborado por:elle como relator
e pela respectiva commissão, o que,
tendo sido approvado por unanimida-
de, foi todo transcripto na respectiva
representação.
Ten publicado as seguintes obras,
além de numerosos artigos nos jor-
naes :
Estreias; A dotação do culto e do
clero; A Phenix ou a immortalidade
da alma humana; Principios geraes
de philosophia da historia; Galeria de
sciencias contemporaneas; Phantasias
d’amor; Theoria das acções de fia
ção illegitima ; O pantitheismo na ar-
te; Ensaios de critica philosophica,
Como philosopho, não concordando
em nenhum dos systemas existentes
de pbilosophia, architectou uma nova
combinação espiritnalista de ídéas, sob
o nome de Pantitheismo, que larga-
mente tem defendido na imprensa, em
que se apresenta como campeão in-
transigente, contra o materialismo e
positivismo.
Tem escripto muitas criticas litte-
rarias de obras dos nossos principaes
escriptores, occupando-se tambem de
questões historicas e escrevendo para
as festas do marquez de Pombal no
Commercio de Portugal a respeito de
algumas das suas medidas humani-
tarias e a respeito do beneplacito re-
gio, no Commercio Portugues a res-
peito do ensino de philosophia nesse
ministerio e na Liberdade a respeito
da legislação com referencia ao gran-
de jurisconsulto Paschoal José de
Mello Freire.
Nos Principios geraes de philoso-
phia da Historia, na Phenix, na Ga-
leria e no prologo do Pantitheismo na
arte dãas bases do pantitheismo. Na
Theoria das acções de filiação illegi-
tima, além de fazer um livro pratico
para o fôro, apresenta um plano de
reforma do Cod. Giv. a esse respeito.
Nas Phantasias d’amor escreve contra
o realismo materialista.
A sua obra Pantitheismo na arte
deu lugar a criticas asperas já por
patentear muito claramente os vicios
da sociedade actual, já pela audacia
de suas afirmações, pois nega todos
os cultos e só acceita trez dogmas:
existencia de Deus, a lei do amor e
a immortalidade da alma.
Nesta obra o sr. Cunha Seixas
mostra ter por fim expor em verso a
sua philosophia, revolucionar a socia-
dade e exhibir, como ideal, todas as
idéas mais agigântadas do secnlo.
Nos Ensaios de critica philosophica
creon-em Portugal a critica philoso-
phica. Juiz consciencioso e d’uma re-
ctidio suprema, nem a amizade nem
a antipathia o demove. Correcto na
phrase, urbano e cortez, diz a cada
um o que pensa, sem. lisonja para
«amigos nem offensa para advsrsarios.
Possue conhecimentos vastos é mui-
to exactos de todas as sciencias. Ta-
novador e ereador, compete-lhe o no-
me de sabio, e um dos primeiros do
paiz.
Os seus escriptos são distinctamente
apreciados no estrangeiro, onde tão
pouco se conhece e sabe das nossas
coisas.
Na Allemanha, não se é prodigo em
elogios, e onde ninguem os recebe
sem os merecer, as suas obras são
tidas em alta estima.
Uma ultima palavra para rematar:
com taes dotes e tanto talento… é
pobre.
(Do Diario Ilustrado.)
— peepormes—— —
NOTICIARIO
Aos nossos collegas. — A todos os
nossos collegas que se têm dignado
effectuar a troca comnosco agredece
mos profundamento reconhecidos as
palavras lisongeiras com que acolhe-
ram e saudaram o nosso humilde se-
manario.
Obrigados, queridos collegas, mil
vezes ubrigado !
*
Mercado na Sertã. — Falla-se já na
construeção de um mercado n’esta
villa. Ainda bem ! Ora até que emtim!
Já é tempo.
Dizem-nos que o individuo encar-
regado de fazer a planta do mercado
é o nosso intelligente e sympathico
amigo 0 sr. Abel Nunes. +
Acertada escolha. O sr. Nunes é
um inteligente cavalheiro, muito pra-
tico e extremamente estudioso.
Esperâmos agora que o projecto
não fique em projecto, entendem ?
A’vante! Avançar é progredir.
*
Gil Fernandes. — Como os nossos
leitores estão lembrados, no nosso ul-
timo numero. noticiámos uma appre-
hensão feita pelo fiscal sr. Gil Fer-
nandes. E: quando dizemos «cappre-
hensão,» entenda-se que isto é modo
de dizer. O redactor do Correio da
Sertã sabe suficientemente a sua lin-
gua para não confundir a significação
da palavra apprehensão com uma on-
tra que tambem corre mundo nos
bons dicionarios portuguezes,
Convidámos o sr. Gil Fernandes,
a que se nos dirigisse, explicando-nos
o seu procedimento, porque, na ver-
dade, a passarem-se as coisas como
nol-as contaram é indespensavel que
se lhe ponha um dique promptamen-
te.
Não queriamos de algum modo col-
locar o sr. fiscal na situação de es-
crever para publico, nem tão pouco
o julgamos obrigado a dar explica-
ções a esta redacção, porque não sos
mos auctoridade para pedir contas ao
senhor Gil Fernandes do seu proce-
dimento; mas emfim, por honestida-
de, para desfazer a má impressão, e
por ultimo, para descargo da cons-
ciencia.
O sr. Fernandes, porém, não o en-
tendeu assim, e por conseguinte, como
se costuma dizer, fechou-se em copas!
Fez muito bem.
Não lhe daremos palmatoadas por
isso, mas tambem não bateremos as
palmas.
Au vevoir.
“e
Traficantes. — O trafico de engaja-
mento está sendo hoje, pelo que se
cias tem tomado proporções horriveis.
Em Braga estão presos duas especies
de… de… não dizemos porque é ver-
gonha; estes sujeitos dedicavam-se
ao engajamento de emigrantes, ar-
ranjando passa-portes falsos.
Para cima d’estas miserias todo o
rigor das leis.
Providencias, senhores, providen-
cias!
*
Protesto. — Dizem os nossos colle-
gas da capital que as classes opora-
rias de Coimbra vão brevemente pu
blicar um. protesto contra todas as
informações inexactas que a respeito
dos ultimos acontecimentos foram for –
necidas 4 imprensa.
E)
Simplesmente repugnante. — Na terça
feira d’esta semana, passavamos pela
calçada da Estrella, e presenciámos
um facto que bem demonstra até onde
póde levar a ignorancia. Uma pobre
mulher, já adiantada em annos, de-
batia-se banhada em pranto no meio
do rapazio ignorante, malvado e va-
dio, e da varinagem insolente que
enxameia as ruas de Lisboa, ven-
dendo peixe podre. Procurámos saber
o motivo de similhante barbaridade,
e em breve uma varina tagarella,
sem que a ella nos dirigissemos, se
encarregou de contar a historia da
pobre mulher, que realmente nos
inspirava dó. «E’ uma alcoviteira,
senhor, traz n’aquelle cesto muitas
cartas d’amantes.»
A pobre mulher parecia-nos idiota.
O rapazio assobiava, gritava, apu
pava ! Ella chorava, apanhando uns
miseraveis farrapos e papeis que lhe
cahiam. O rosto da infeliz aceusava
mais fome e sofrimento que maldade.
Sempre nos commovem estes es-
pectaculos nojentos, e se bem que
“somos inteiramente adversos a inter-
vir em questões alheias, dispunha-
mo-nos comtudo a intervir, quando
um individuo alto, bem apessoado,
se dirigiu á infeliz e lhe ordenou
que se retirasse, por que 0 primeiro
que ousasse oftendel-a seria esten-
dido com dois pontapés.
Applaudimos intimamente tão ener-
gica resolução.
E foi d’este modo que a mulher-
sinha conseguiu ver-se livre da ma.
tulagem vadia.
*
Desordem. —Na ultima feira de Bar-
cellos houve grave desordem entre
lavradores que se julgavam prejudi-
cados na compra de uma vacca. Os
desordeiros ficaram muito feridos.
Todavia o administrador do concelho
atropellando a lei mandou pôr em li-
berdade os desordeiros. Parece nos
que similhante facto foi um dispara-
te que custará talvez um pouco caro
ao seu auctor. Não se podiam pôr os
presos em liberdade sem que o mi-
nisterio publico tomasse conhecimen-
to do que suecedeu.
*
A moda. — Recebemos esta interes-
sante publicação tri-mensal. Por fal.
ta de tempo não podemos agora fal-
lar d’ella, o que: faremos no proximo
numero.
*
Meus filhos. — E” este o titulo de
um livro de Victor Hugó, traduzido
por Ariosto Machado.
Que vos diremos, leitores de Vie-
tor Hugo?
Nada; porque tudo quanto disse-
ssemos seria divagar, seria pouco, se-
ria inatil!
Victor Hugo é Victor Hugo; que-
remos dizer é um homem que se não
compara com outro.
Os miseraveis, À legenda dos secu-
los, Às orientues é tantos ontros tra-
balhos deste colosso litierario, des-
vê, um negocio deveras rendoso.
Em quasi todas as nossas provin-|
ta especie de Auteu da lenda, são
monumentos immoredouros, perante
os quaes a posteridade se curvará
respeitosa e admirada.
Victor Hugo le-se, admira-se como
uma maravilha ou como um astro
grandioso, estranho, que se vê fulgu-
rar pela primeira vez no espaço, é
mais nada. Hugo é o mestre dos
mestres. Lede o livro — Meus filhos.
Haalli uma tão sincera expressão
desentimento, respira-se por aquellas
paginas uma suavidade que inebria,
que arrebata !
Só mão de mestre, mas de mestre
como Victor Hugo, isto é, o mes-
tre dos mestres, poderia traçar qua-
dros tão magestosos !
E lembrarmo-nos no fim d’isto que
ba de vir um dia a morte e leyal-o !
*
Ponte sobre 0 Lezere. — Segundo se
diz a ponte sobre o Zezere ao Valle
da Ursa, ainda não será inaugurada
no dia que tinham destinado. Diz-
se que será em fevereiro. Isto pa-
rece incrivel.
*
Conflicto. — Entre dois grupos de
trabalhadores da construção de linhas
do Doure houve serio conflicto, de
que resnltaram algumas mortes, é co-
mo póde suppor-se muitos ferimen-
tos.
x
Morte apparente. — Deu-se ultima-
mente em (Genova, um caso notavel
nodr. Canepa, um dos principaes me-
dicos da cidade.
Tendo adoecido de cholera pela
manhã em breve chegou ao periodo
algido, e na tarde desse dia falleceu.
Dois dos seus collegas que o haviam
tratado deram-o como morto, e em
seguida fizeram-se as disposições do
estylo para o funeral, que deveria
realisar-se-no dia immediato.
Vieram os empregados dos carros
funerarios. O dr. Canepa jazia numa
sala proxima entre quatro tochas.
Os empregados dos trens funebres
acabavam de depositar o caixão,
quando a porta da sala se abriu com
ruido appavecendo o supposto morto,
perguntando com voz fraca e um
pouco cavernosa :
— Então deixaram-me sem chá e
sem rhum tanto tempo ?
Escusado será dizer que os pobres
empregados da casa funeraria deram
immediatamente ás de Villa Diogo,
deixando a atmosphera empregnada
de um aroma similhante ao que cos-
tumava descrever Paulo de Kock nos
seus chistosissimos romances.
Foram chamados medicos que de-
pois fizeram ao resuscitado a opera-
ção hypodermoclyse de Pacini |
Mas era tarde. O dr. morreu de
facto n’esse mesmo dia.
Conta se que um dos mais distin-
ctos medicos vas publicar uma lista
do mortes apparentes verificadas du-
rante a epidemia cholerica.
x
A Academia de Pariz. — Afirma o
seguinte :
Quanto mais comprida é a bota
mais extenso é o passo, e quanto
mais alto é o tacão mais curto se
torna. E favoravel o rithmo do tam-
bor nas marchas, não sendo accele-
rado.
Ed
Coisas policiaos. — Conta o nosso
distincto collega O Seculo, o seguinte:
«Assistimos hontem pelas LO horas
da noite a um acto policial que in-
dica bem o estado a que chegámos
neste abençoado governo constitu-
cional. No predio que faz esquina na
rua dos Calafates para a travessa
das Salgadeiras mora uma pobre in-
feliz, dessas victimas do despotismo
policial e da miseria social. Por um
acasu — nós presenciámos o facto —
cabiu-lhe 4 rua a meia porta e o po-
lícia que fazia ronda no sitio princi-
piou a insultar a pobre rapariga.ga.@@@ 1 @@@
O CORREIO DA SERTA’
Esta retirou-se e fechou a porta. En-
tão o Herodes policial principiou a
apitar, accudindo não sabemos quan-
tas patrulhas que arrombaram, ás
10 horas da noite — espantoso! — a
porta da casa da rapariga e entra-
ram dentro, enchendo de pancadas a
rapariga que gritou por soccorro
contra a violencia inaudita dos fer-
rabrazes da municipal e da policia
civil. Fóra! — gritou o povo protes-
tando contra esse ataque 4 liberdade
individual é a guarda principiou a
distribuir pranchadas na enorme mas-
sa de populares que se havia ajunta-
do para assistir à scena. A rapariga
lá foi para a esquadra, moida de
pontapés e safanões, cremos que bas:
tante maguada, porque a infeiiz já
nem forças tinha para gritar
Nós. que presenciâmos toda essa
infamia protestamos em nome da. li-
berdade.. Mas como? Quem governa
é o traçado policial e viva el-rei
nosso senhor! »
*
Correio d’Abrantes. — Mais um novo
soldado acaba de alistar-se sob as
bandeiras gloriosas da grande repu-
blica jornalistica, Saudamolo e de:
sejamos lhe longa vida. Agradecemos
a troca.
E
Naufragio. — Em frente da Povoa
do Varzim naufragou um barco de
pesca. Morreram 4 homens.
x
O dia de finados em Paris. — Todos
os cemiterios da grande capital e dos
suburbios foram muito visitados como
acontece todos os amnos. O grande
cemiterio Pêre-Lachaise, regorgitava
de coroas e flores. E” alli, n’aquelle
grande campo da igualdade que re-
pousam os defensores da communa.
E quando chamâmos a um cemiterio
campo da igualdade é porque enten-
demos que realmente alli todos são
iguaes, não obstante as estapafurdias
e fidalgas aflirmações em contrario,
de M.”º de Gerardin. N’um cemite-
rio tanto vale o mais infimo mendigo
como o mais alto potentado. Cá está
fóra o povo para legitimar a superio-
rioridade que nasce da intelligencia.
No Pêre-Lachaise repousam —
Blanqui, Raspail, Foy, Michelet, Ho-
loise e Abeillard, Edmond Adam,
Frederico Soulié, Dorien, Allan-Kar-
dec e outros.
No cemiterio de Montemartre, que
tambem esteve muito concorrido es-
tão os tumulos de Godefroy, Cava-
gnac, La Roche, madame de Grallias,
Eva Gonzalés, Agloé, Didié, Victor
Girard e Méry, Gauthier, Leon G’oz-
lan, Henry Murger.
Em Montparnasse estão os de Dus-
soubs, Edgar Quinet, Proudhom, e
dos sargentos da Rochelle.
O nosso bom collega o Seculo, dá
conta do numero de visitantes pela
seguinte fórma :
Pere-Lachaise ……… 63:000
Montparnasse. “.- 61:000
Montmartre… «e… 0… 20:000
Ivry (novo e antigo). …. 61:000
SaintiOuan. dei a 9:000
214:000
*
À Semana de Loyola. — Saiu o nume-
ro 31 d’este semanario anti-jesuitico,
correspondente a domingo 2 do cor-
rente mez.
Summario :
A santificação do domingo — Ora-
ção contra o cholera —- Livros para
as escolas — Juramento catholico —
Pornographia clerical — A reacção
triumphante — Tartulismo — Excan-
dalos no arcebispado de Evora —
Como se pagam dividas— O ferra-
braz de. Boliqueime — As bullas —
Um jesuita—O cura de Bonhados—-
O sotuina de Mafra — Um de Cocu-
jães — Palestra innocente — O com-
mercio clerical — O Japão e a liber-
dade religiosa — Nicas clericaes (s0-
neto) — Intrigas de um jesuita (ro-
mance).
Preço por assignatura em Lisboa
e nas provincias : semestre, 500 réis;
avulso, 20 réis. >
Vende-se em todos os Kiosques de
Lisboa e na praça de Camões, 40, e
assigna-se no kiosque do Rocio, lado
Sul
Toda a correspondencia deve ser
dirigida ao administrador da Semana
de Loyola —Lishoa.
*%
Correio d’Elvas. — Recebemos a vi-
sita do novo e sympathico campeão,
que ha pouco se alistou nas fileiras.
O Correio d’Elvas está bem escripto.
Desejamos-lhe longa e prospera vida.
Agradecemos a troca.
*
Desordem. — Houve em Méda na
noite de 3 do corrente, cerca das 11
horas da noite um conflicto entreo
presidente da camara, Tristão do Des-
terro e José de Sá, escrivão de di-
reito. O presidente ficou ferido.
*
Estatistica demographica. — De 5 a
11 de outubro nasceram em Lisboa
80 pessoas e morreram 123.
Temos pois uma differençasinha de
43 obitos sobre os nascimentos,
E uma bagatella !
Predominaram, como sempre, des-
graçadamente, as tysicas, 23 casos e
as enterites 11. y
*
Moeda falsa. —Do nosso collega o
Seculo transcrevemos o que segue:
«Uma mulher hespanhola e que diz
chamar-se Damasa Gonçalves Lopez,
foi ante-hontem presa porque entran-
do n’um estabelecimento de merca-
dor de uma das ruas da baixa e de:|
pois de effectuar uma pequena com-
pra, pretendeu pagal a com uma moe-
da de 500 réis falsa.
Reconheceu-se depois que esta mes-
ma mulher se occupava ha tempos
em passar moeda falsa.
Damasa Lopez é casada com um
hespanhol chamado Obra y Campos,
residiam na rua de Santo Antonio da
Sé, n.º 5, 4.º andar.
A policia depois de ter interrogado
a mulher, dirigiu-se 4 casa de habi-
tação d’ella onde apprehendeu os se-
guintes objectos :
1 fôrma de gesso; 1 assentador ten-
do, aberto uma das moedas de 500
réis e que é circumdado com dois
aros de folha; 1 frigideira de ferro
onde ha, derretido uma porção de
estanho e outros metaes soltos ; 2 la-
minas de zinco, proprias para galva
nismo: | navalha suja de gesso; 8
frascos com agua-forte; 1 peneira pa-
ra gesso; À tijela pequena com fran-
jas queimadas; Í pedaço de arame,
em forma de tenaz quadruplicada,
que servia para dar o banho de pra
ta, simultaneamente a 4 mdedas: 1
grampo de metal; 2 turquezes; 2 the-
souras; 1 alicate ; 1 compasso.
Além d’estes objectos a policia to-
mou conta de uma pistolia de 2 can
nos, 38 cargas para esta, e 1 punhal
com bainha de coiro.
Obra y Campos desapparecera de
casa A creada, que apenas ha um
mez estava ao seu serviço, declarou
que seu amo passava a maior parte
dos dias no sótão da casa, ende fo-
ram apprehendidos os objectos aci-
ma descriptos.
A policia poz-se em acção e tra-
ton de investigar o paradeiro de Obra
y Campos. Soube que dois hespanhoes
rondavam a casa de Campos e pon-
do-se de atalaya conseguiu prendel-os
e conduzil-os ao commissario: onde
pertinazmente negaram ter conheci-
mento do caso. Esses hespanhoes são
José Garcia e Ramon. O commissario,
como nada obtivesse resolveu pol-os
em liberdade e fazel os seguir por
policias á paizana. Effectivamento
d’esta estrategia resolveu que um dos
hespanhoes se: dirigiu a uma casa da
rua de Pedro Martyr, aonde pouco
depois foi a policia e soube pelo guar-
da nocturno que ali residiam um dis-
tribuidor do Commercio de Portugal
e uma rapariga que era visitada por
um homem que ali ficava algumas
noites.
Em casa de Campos encontrou-se
um retrato do moedeiro falso que a
policia apresentou ao guarda noctur-
no que o reconheceu como sendo a
photographia do individuo amante da
locataria da tal casa.
No dia seguinte, era preso Obra y
Campos. Negou o crime, e disse que
passava effectivamente algum tempo
no sotão da sua casa para melhor ad-
mirar o panorama do Tejo.
Ao preso encontrou-se uma nava-
lha de ponta e mola, um bilhete de
visita de um cavalheiro hespanhol ha
muitos annos residente em Portugal,
assim como cartas de outros indivi-
duos.
Calcula-se que Oboa y Campos te-
nha fabricado bastantes moedas, que
realmente illudem pela perfeição com
que estão feitas. E? bastante jogador
e apresentava-se jogando forte.
Ha dias entraram dois hespanhoes e
uma mulher na mercearia e casa de
pasto na esquina darua de Valle de
Pereiro, proximo da Avenida, e pe-
diram de comer. Quando lhe apre-
sentaram a conta pagaram cor 500
réis, que, depois de terem saido, o
dono da casa verificou serem falsos.
Naturalmente esta moeda tem à
mesma proveniencia da outra que a
hespanhola que foi apanhada na rua
dos Fanqueiros andava passando e
que era fabricada pelo admirador do
nosso formoso Tejo.
Nota curiosa :
A policia descobriu que o preso
era grande jogador e que se apresen-
tava nas batotas com muitas libras.
O que fará a policia a essas casas de
Jogo, visto que descobriu agora que
ellas existem ?…»
*
Serões romanticus. — Esta, acredita-|
dissima empreza editora de bons ro-
mances, que gira no nosso mercado
com a bem conceituada firma de Be-
lem & C.º, vae encetar dentro em:
breve a publicação d’um novo ro-
mance devido á penna magica e scin-
tilante dv bem engenhoso romancista
francez mr. Xavier de Montépin, in-
titulado As mulheres de bronze.
Xavier de Montépin, é o auctor
dos romances: — Doidas em Paris,
Piacre n.º 13, Crime d’uma associa
ção secreta, que tão notavel acceita-
ção obtiveram do nosso publico.
A empreza offerece 4 sorte valio-
sos brindes, e a todos os assignantes
sem excepção um lindo e valioso al-
bum.
Recommendamos aos nossos leito-
res as publicações d’esta casa edito-
ra, certos de que ella bem o merece.
*
Conflicto numa egreja. — Com esta
episraphe conta o nosso sympathico
collega O Seculo, o seguinte:
«Duas devotas que ante-hontem,
6 de novembro, assistiam ao sacrifi-
cio da missa na egreja de S, Paio,
em Guimarães, travaram se do ra-
zões por discordancia sobre certas
virtudes dos canones, de sorte que
interromperam o padre que no altar
entoava o Spiritu tuo, produzindo
um burburinho enorme, gritos, pan-
cadaria, emfim parecia que o rei das
trevas se introduzira no, corpo das
devotas com o sinistro intento de fa-
zer pirraça aos crentes que silencio-
samente esperavam o elevar do ca-
lix.
«Por fim o tumulto serenou ficando
a missa em meio.» 3
Apre que eram rabujentas as taes
theologas !
*
Cadaver. — Appareceu em Bemfica
o cadaver do um individuo que se-
gundo se diz, era um pastor do sitio:
As auctoridades mandaram levan-
tar auto de corpo de delicto.
*
MERCADOS
Domingo: Alcobaça, Caldas, La-
mego, Bragança, Pombal, Sines, Mi-
randella, Mangualde, Vouzélla, Ague-
da, Valença do Minho, Munsão, Mel-
gaço, Ponte de Lima, Leiria, Goes,
Louzã, Oliveira de Azemeis, Ferrei-
ra do Zezere, Barcellos, Albergaria
a Velha e Soure, — Segunda feira,
Torres Novas. — Terça feira, Lis-
boa, Baja e Leiria. — Quarta feira,
Caminha. — Quinta feira, Villa Nova,
de Ourem e Gouveia. — Sexta feira,
Vianna do Castello e Condeixa a Nova.
— Sabbado, Thomar e Abrantes.
PEDROGAN PEQUERO
A chrysma foi aqui muito festeja-
da. Este pobre povo quasi ignorado
estava realmente alegre. Não me de-
morarei em fazer larga descripção do
que se passou, não só porque não te-
nho tempo, mas ainda porque não
quero tomar muito espaço: — Direi
apenas resumidamente o que se pas-
sou.
D. Antonio Joaquim de Medeiros,
bispo de Macau, antigo filho do col-
legio de Sernache do Bom Jardim
chegou a esta terra acompanhado
dos reverendos N. Augusto de Cas-
tilho, professor no referido collegio,
Joaquim Ignacio, reitor, e dr. Fran-
cisco Martins da Silva professor no
mesmo collegio, e areypreste da Sertã.
O sr. bispo estava munido da res-
pectiva licença do ex.””º prelado dio-
cesano que, na mesma licença decla-
rava que queria que o seu cullega
fosse considerado n’esta diocese co-
mo o ordinario d’ella. E com effeito
foi recebido de um modo esplendido.
Não se podia esperar mais. S. Emi-
nencia visitou o Cabril que admirou
muito e no dia 6, depois -de chrys-
mar algumas pessoas que o não po-
deram ser no dia 5, foi visitar a ca-
pella da Confiança que achou mui-
to decente; depois jantou com o
parocho d’esta terra, em casa do
qual esteve hospedado, retirando-se
pelas 4 horas da tarde para Serna-
che do Bom Jardim, deixando em
Pedrogam as impressões que póde
deixar um: homem e um prelado a
quem a Natureza não recusou exi-
mias qualidades.
Em casa do parocho de Pedrogam
Pequeno foi S. Eminencia acompa-
nhado ao jantar por alguns dos prin-
cipaes cavalheiros d’esta terra. Antes
da chrysma o sr. Martins fez uma
pratica em que explicou o que era o
sacramento da confirmação, seus ef-
feitos e disposições com que deve re-
ceber-se, tendo a auctoridade admi-
nistrativa, representada pelo seu re-
gedor sr. Antonio Joaquim e Silva,
empregado os maiores esforços para,
manter a ordem.
Durante a cerimonia da igreja to-
cou a philarmonica da Sertã variadas
peças de musica muito proprias do
acio e do lugar, sob a regencia do
seu director o sr. Antonio David
e Silva, digno: professor na Sertã.
Por agora não ha mais nenhum
assumpto.
Pedrogam Pequeno, 12 11-84.
Sarwuel,
yp. — Rua dos Calarates, 93es, 93@@@ 1 @@@
O CORREIO
DA SERTÃ
COLLBEIO
OCCIDENTAL
Lisboa—Rua Nova da Estrella, 1
DIRECTORA :
MADIA DA LUZ VAZ
Este antigo e acreditadissimo es-
tabelecimento de instineção continúa
a acceitar alumnos de ambos es se-
Xos, para o que tem professores com-
petentes.
Lececiona-se pelo methodo João de
Deus, instrucção primaria, portuguez,
desenho e prepara-se para 0 magiste-
rio.
Recebem se alumnas internas.
Cursos nocturnos para ambos os
sexos todos os dias não sanctificados,
das sete ás nove horas da noite.
Rege os cursos do sexo masculino
o professor Abilio David.
Sexo feminino a professora e dire-
ctora, D. Maria da Luz Vaz.
OURIVESARIA np PORTUGAL,
281 RUA AUREA, 281
Primeiro quarteirão e primeira ou-
rivesaria partindo da Praça de D. Pe-
dro.
Oiro sem falsificação
Venda. por miudo e por atacado.
Preço fixo marcado claramente em
cada objecto. Todos os objectos de
oiro e prata são proprios para brin-
des. Satisfaz qualquer encommenda,
seja qual for a sua importancia.
Prevenimos o publico, de que este
estabelecimento, para poder apresen-
tar um sortimento limpo das enormes
falsificações, que tanto tem desacre-
ditado o importantissimo commercio
de ourivesaria, contratou com uma
casa muito importante e da maior
confiança todo o fornecimento de ar-
tigos de oiro e prata de fabricação na-
cional. Garantimos a boa qualidade
de todos os artigos.
Sabemos por experiencia quanto é
difficil esta lucta de um só contra
tanta relaxação mas se o favor do
publico nos ajudar, tudo será bem
empregado.
OURIVES — MARIANNO DE GARVALHO
BART DE
PORTUGUEZAS E HESPANHOLAS
Fabricadas no melhor cartão da
Ttalia, para o monte, Whiste, volta-
rete e bezigue.
Fabrica de J. J. Nunes, rua do
Poço do» Negros, 131, 1.º — Lisboa.
DEPURATIVO VEGETAL
O licor depurativo vegetal do me
dico Quintelia, reunindo ás qualida-
des dos melhores purificadores do
sangue hoje conhecidos, outras indis
pensaveis n’esta ordem de medica:
mentos que o tornam superior a to-
dos, como a experiencia de quatro
annos largamente já tem demonstra-
do; é infallivel na cura de todas as
manifestações sy philiticas, como mo-
lestias de pelle, fistulas, ulceras, do-
res rheumaticas, osteocopas, inflam-
mações viceraes d’olhos, ouvidos, ble-
norragias, etc., é nas doenças deter-
“minadas pelo abuso do mercurio.
Pelo Correio se remette gratis um
folheto onde se encontram enumera-
dos os resultados clínicos obtidos nos
hospitaes, diversos attestados de me-
dicos e doentes particulares. Deposi-
to geral— Pharma ix Salgueiro —rua
de Cedofeita n.º 49 — Porto, e em
Lisboa — Pharmacia Pires, rua dos
Fanqueiros n.º 124 e 126.
RHEUMATISMO
POMADA É
DUMONT
Unica auctorixada e previlegiada
para a cura radical do rbheumatismo
e gotta, como se prova com docu-
mentos legaes, passados por distio-
ctos medicos em repartições publicas.
Só se garante a vendida nos de-
positos, rua do Amparo, 22, e rua
do Marquez de Alegrete, 16.
N. B. Todas as caixas são acom-
panhadas de um prospecto com al:
guns dos attestados acima mencio-
nados e rubrica do auctor. Para re-
vender 20 p. e.
NODOAS
Com a AGUA SEBERIANA se
tiram seja em que fôr, lã, seda, ete.,
etc. Não têm cheiro algum e por isso
superior a todos os mais preparados.
Rua do Amparo, 22 e rua do Arco
do Marquez do Alegrete, 16.
VINHO AUTRIPINO: DE CARNE
no, approvado pela junta consultiva
de saude publica.
E” o melhor tonico nutritivo que
se conhece: e muito digestivo, forti-
ficante e reconstituinte. Sob a sua in
fluencia desenvolve-se rapidamente o
apetite, enriquece-se e sangue, forta:
lecem-se os musculos, e voltam as
forças.
Emprega-se com o mais feliz exi-
to nos estomagos ainda os mais de-
beis, para combater as digestões tar-
dias é laboriosas, a dispepsia, car-
dialgia, gastro-dynia, gastralogia,
anemia ou inacção dos orgãos, rachi-
tismo, comsumpção de carnes, affec-
ções escrophulosas, e em geral na
convalescença de todas as doenças,
aonde é preciso levantar as forças.
Toma-se trez vezes ao dia, no acto
da comida, ou em caldo, quando o
doente não se possa alimentar.
Para as creanças ou pessoas muito
debeis, uma colher das de sopa de
cada vez; e para os adultos, duas a
trez colheres tambem de cada vez.
Um calix d’este vinho representa um
bom bife.
Esta dóse com quaesquer bolachi-
nhas é um excellente lunch para as
pessoas fracas ou conval tes ;
prepara O estomago para acceitar bem
à alimentação do jantar, e concluido
elle, tome-se igual porção ao toast,
para facilitar completamente a diges-
tão.
Para evitar a contrafacção, os en-
volucros das garrafas devem conter
o retrato do auctor, e o nome em pe-
quenos circulos amarelios, marca que
está depositada em conformidade da
lei de 4 de julho de 1883.
Acha-se 4 venda nas principaes
pharmacias de Portugal e do estran-
geiro. Deposito geral na pharmacia
Franco, em Belem.
GUILHERME DE SANTA RITA
—cesoso—
ACILLANTOS
A empreza da BiBLIOTHECA UnI-
VERSAL DE LUCAS & FILHO, editou
este livro de bellas poesias, que se
acha 4 venda em todas as livrarias
de Lisboa, Porto e províncias.
Preço do volume 500 réis
CIRURGIA VETERDARIA
Posta ao alcance de toda a
gente, ou diccionario prati-
co das doenças e curativo do
gado.
POR
J.J. VIANNA REZENDE
Procedido de um tormulario geral
dos: medicamentes necessarios: par:
tratamento das doenças dos animaes
domesticos, de um breye tratado da
maneira de praticar as operações a
que mais vulgarmente se recorre na
cirurgia dos mesmos.
Obra extremâmente util: a todos
os lavradores, curiosos do cavallus
possuidores de gados, ferralores, pi-
cadores, caçadores e pharmaseuticos.
Preço 600 réis
Remette-se pelo correio a quem
enviar a sua importancia a MA
NUEL PINTO MONTEIRO — Tra-
vessa do Cego 23, à Praça das Flo-
res. Lisboa.
A PEROLA DA CHINA
E O SEU
CGAEE
Acaba de receber novas marcas o
que equivale a dizer: recebeu novas
especialidades.
Este estabelecimento continua com
o seu primitivo programma.
VENDER BARATO O QUE É BOM
Não procuramos attrahir o publico
com o titulo de barato, para forne-
cermos generos de má qualidade e
que muitas vezes prejudicam a sau
de. Vendemos barato relativamente
com a qualidade do genero que apre-
sentamos, e podemos afirmar que
ninguem venderá mais barato, gene-
ro da mesma qualidade, assim como
ninguem é mais eserupuloso na sua
escolha, e por isso temos a honra de
participar ao respeitavel publico que
acabamos de receber um completo
sortimento de café das melhores mar-
cas que vêem ao nosso mercado, para
os preços de :
1.º qualidade 560.
os » 440.
GAL a 360.
Torrado e moido.
Igualmente recebemos: um comple-
to e grande sortimento de chá, tanto
reto como verde, para os preços de
15600 a 43000 reis o kilo, fazendo
se notar o especial chá verde a 28000
rs. assim como o bem conhecido chá
Pouchong.
425, RUA MOVA DA PALMA, 125
FARINHA 1 NESTLE
GRANDE DIPLOMA DE HONRA
Medalha de ouro, Paris, 1880.
Alimento completo para creanças
de peito.
Substitue o leite materno, facilita
o desmamar, e de digestão facil e
completa.
Medalhas de ouro de diversas ex-
posições attestados numerosos das pri-
meiras auctoridades em medicina.
Vende-se nas principaes pharma-
cias e drogarias, pastelaárias e arma-
zens de viveres.
Deposito geral, armazem Suisso,
Chiado, 61, 2.º — Lisboa.
Para evitar as numerosas imita-
ções deve-se exigir que cada lata
contenha a assignatura do inventor :
Henr Nestlé Vevey.
PÓS SIGATIVOS
Contra cancros venereos e syphili-
ticos e outras feridas de qualquer
natureza Injecção anti blenorrhagica.
Cura todas as purgações sem causar
apertos, Silva & Filhos pharmaceati-
cos, rua de S. João da Matta 72 e
74 e rua Augusta 277, 279. Lisboa.
MUSICAS PARA PIANO
Soffrimento, melodia para reoi-
tação ao piano, 150 réis.
Lamentos, walsa, 150 réis.
Quem ?… walsa 150 réis.
Crença, walsa, 150 réis.
Adoração, walsa, 500 réis.
Mandam-se pelo correio, a quem
enviar a sua importancia a Manuel
Pinto Montéir», travessa do Cego, 23,
à praça das Flores.— Lisboa.
ÁS
PESSOAS QUEBRADAS
Cum o uso d’alguns dias do mila-
groso emplasto antiphelico se curam
radicalmente as roturas ainda que se-
jam muito entigas. Este emplasto tem
sido applicado em 35:540 pessoas é
ainda não falhou. Preço 15500 réis.
Balsamo sedativo de Raspail
Remedio para a cura completa de
rheumatismo nervosu, gottoso, articu-
lar, dôres de cabeça, pontadas, con-
tusões e amollecimento da espinha
dorsal. Frouxidão de nervos, fraque-
za de musculos, golpes e toda a qua-
lidade de dôr ou inflammação ; usa-
se externamente em fricções,
Preço do frasco 15200 réis.
– Molestta de elle
Pomada Styracia, cura prompta e
radical de todas as molestias de pelle,
as impingens, nodoas, borbulhas, co-
michão, dartros herpes, lepra, pan-
no, sardas, etc., etc. Preço da caixa
600 réis.
Injecção Quepin
E? esta a unica injecção que, sem
damno, cura em tres dias as purga-
ções ainda as mais rebeldes. Preço
do frasco 15000 réis.
Contra os calos
Unico remedio que os faz cair
em 12 horas. Preço da caixa 400
réis.
Creme das damas
Torna rapidamente a pelle clara e
macia, dissipa as sardas, tez cresta-
da, nodoas, borbulhas, rosto sarabu-
lhento, rugas, encobre os siguaes das
bexigas. Preço do frasco 158200 réis,
Remette-se qualquer d’estes reme-
dios a quem enviar a sua importan-
cia em vales do correio ou estampi-
lhas a Manuel Pinto Monteiro, tra-
vessa do Cego, n.º 23, (á praça das
Flores). — Lisboa.
MALSAPARRILHA DE ATER
Para a cura eficaz e prompta das
Molestias provenientes
da impureza de sangue
E’ uma loucura andar a fazer ex-
periencias com misturas inferiores
compostas de drogas ordinarias ou de
plantas indigenas cuja efficacia não é
confirmada pela sciencia emquanto
que a moléstia cada vez vae ganhan-
do terreno. ;
Lancem mão, sem demora, de um
remedio garantido cuja eficacia seja
facto assignalado e inquestionavel !
O Extracto Composto Concentrado
de Salsaparrilha de Ayer é conheci-
do e recommendado pelos medicos
mais intelligentes dos paizes adianta-
dos, já durante 40 annos.
Centenas de milhares de doentes
tem colhido benefícios do seu empre-
go e são outras tantas testemunhas
da sua efficacia positiva e incompa-
ravel.
PREPARADOS POR
SE Cs AYER SG Cr
Lowell, Mass. Estados-Uuidos
A? venda nas principues pharma-
cias e drogarias do reino.
Agentes geraes Jumes Cassels &
C.2 rua de Mousinho da Silveira 127
1.º Porto:
2
DA