O Correio da Sertã nº2 08-11-1884

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POLI VULTERARIA, NOFICIOSA, COMMERCIAL E AGRICOLA
REDAGTOR PRINGIPAL-ABILIO DAVID
ADMINISTRADOR — EDUARDO. GONÇALVES
%
PROPRIETÁRIOS — E. GONÇALVES, A. PIRES E A. DAVID
FERICER iu ad
ANNUNCIOS o
Cada linha 20 réis. — Publicações no j
corpo do periodico, 60 réis.— Anunciam-se TANNO
publicações de que se recebam 2 exemp.
ASSIGNATURAS
N DR) Lisboa e provincias — Trimestre 200.
o Semestre 400. —Anno 800 réis. — Para o
estrangeiro aceresce o porte.
SERTÃ — 8 DE NOVEINBRO BE 1884
EXPEDIENTE
Toda a correspondencia de
Lisboa e arredores deverá ser
dirigida, por emquanto, ao ad-
ministrador d’esta folha, rua
do Arsenal, 126.
*
A todos os cavalheiros a
quem enviamos o nosso sema-
nario e que não queiram hon-
rar-nos com as suas assigna-
turas, pedimos a especial fine-
za de nol-o devolver, afim de
os não inscrevermos no nume-
ro dos nossos assignantes.
e
Em quanto não estabelece-
mos definitivamente os escri-
ptorios de administração e re-
dacção do nosso periodico na
Sertã, todos os annuncios, re-
clamações e correspondencias
da provincia podem ser dirigi-
das para a «loja do póvo», do
sr. Antonio Marques Pires, na
rua do Valle, Sertã.
Sertã, 8 de novembro de 1884
CARTA
AO BRIOSO
POVO SERTANENSE
QUERIDOS CONCIDADÃOS :
O extraordinario acolhimento que
teve entre vós o nosso humilde se-
manario ; o enthusiasmo verdadeira-
mente delirante com que o procuras-
tes e lestes; o prazer e contenta-
mento que patenteastes ao saberdes
da existencia do Correio da Sertã;
as numerosas assignaturas que de re-
pente nos appareceram, commove-
ram-nos em extremo, porque todas
essas manifestações são testemunhos
palpitantes, eloquentes e significati-
vos, de quanto applaudis à nossa
idéia.
Pois bem, cidadãos, é em virtude
d’esse enthusiasmo, d’esse contenta-
mento, d’essas auras com que nos
quereis coroar, que nós vimos hoje
consagra-vos estas humildes linhas,
despidas de ostentações pomposas de
estylo e de velhos preconceitos; co-
mo prova de quanto vos amâmos e
respeitâmos, e accentuar bem a nossa
linha de conducta no futuro.
Vimos dizer-vos que se pelo lado
da intelligencia não somos merece-
aU
dores de tanta confiança, não hesita-
mos em declarar que nos tornâmos
credores dºella pela honradez e ho-
nestidade inconcussa com que sempre
nos temos conduzido em todos os ac-
tos da nossa vida publica como par-
“| ticular.
Vimos dizer-vos que acima de tu-
do somos patriotas e honrados. Vi
mos dizer-vos que a vossa terra, que
é tambem a nossa, tem direitos como
as outras, é que é tempo de fazer
comprehender que não tem só deve-
tes à cumprir; porque a todo o de-
ver anda correlativo um direito, e a
todo o direito anda correlativo um
dever. E” esta uma grande maxima
dos principios democraticos, ha mui-
to apregoada pelos heroicos evange-
lisadores da Noya Idéia, a cujas pha-
langes nos honrâmos de pertencer.
E? tempo de mostrarmos aos pode-
res publicos que estamos quasi es-
quecidos, aqui, n’este pedacinho da
Beira-Baixa, tal qual como uma sa-
vana perdida nas vastas regiões de
Africa, que contribuimos tão regu-
larmente para os cofres da nação,
como as outras terras do reino, e
que por isso temos direito incontes-
tavel a exigir iguaes melhoramentos.
Não temos estradas; não temos
ruas bem calçadas; não temos mer-
cados; não temos chafarizes; não
temos passeios, não temos, finalmen-
te, muitas outras coisas indispensa-
veis e de necessidade imperiosa !
Isto não é fazer potitica; é pu-
gnar pelos legitimos interesses de
uma importante colectividade, de-
baixo de todos os pontos de vista
sympathica, que até hoje simples-
mente tem pago e sofírido ! E? tempo
-de despertar de tão largo somno.
Seneca chamou à morte, para a
distinguir do somno, morte longa ; e
se como disse um grande sabio por-
tuguez, o somno é uma morte breve,
o somno em tal caso, é fatal, porque
é morte; e parece-me que todos os
dignos patrícios da heroica Celinda,
tem amor patrio’!
Briosos e heroicos sertanenses,
ajudae-nos n’esta cruzada santa que
emprehendemos: auxilie os nos-
sos esforços, que, daqui, do alto da
tribuna sublime da imprensa, nós
jurâmos pugnar pelos vossos interes-
ses é garantias, emquanto um sopro
de vida nos alimentar !
Estaremos sempre, na brecha ba-
tendo-nos pela causa sympathica e
nobilissima do povo, que é a grande
massa trabalhadora que produz e que
paga — o triste opprimido !
Não dispomos’ de tribuna mais al-
ta; mas que mais nobre, que mais
sublime tribuna haverá além da im-
prensa ?
Nenhuma; porque ella” tem feito
tremer. os grandes despotas eos.
grandes tyrannos. Não somos nós,
o jornalista, que fallimos : é a histo-
via!
Aqui falla-se diariamente com to-
dos. Desde o humilde trabalhador da
povoação rural, até ao primeiro max
gistrado da nação.
uando a imprensa comprehende
bem toda a grandeza e sublimidade
da sua missão, falla a verdade com
tanta independeneia ao primeiro ho-
mem do paiz, como ao mais infimo
individuo.
Aqui não ha gerarchias. Todos são
iguaes. Estigmatisa-se o mal onde
quer que elle existe, exalta-se a vir-
tude onde quer que ella apparece !
ABILIO DAVID.
— pemetprm sy
SECÇÃO LITTERARIA
OS. ESPECULADORES
Continuação do n.º antecedente
Como se vê a apparição do metho-
do foi uma aspecie de 93 de França,
cá pelas regiões pedagogicas.
Com todos os demonios! Então ap-
parece assim de um instante para o
2 FOLHETIM
As so E Tt ERA TA
ROMANCE ORIGINAL
x
Apresentações
Plenissimamente convencido que
nenhuma pessoa póde dar lições, se-
jam de que arte ou sciencia fôr, sem
estar perfeitamente compenetrada da
materia que leccionar, fiz à tal joven
varias perguntas ácerca das sciencias
que se aprendem na instrucção pri-
maria, e vi com suprema admiração
que a talentosa e estudiosa professora
— litterata tinha pensado em tudo;
nas iscas da rua da Atalaya, nos pa-
tos e nos; perdigueiros do barão do
Crac, nos tubarões, nos romances da
sr* Anna Radecliff, na Carta e na
“Joven Lilia abandonada ; mesmo nas
botas de Diogenes e nas galochas do
gr. Shakespeare, mas nunca nas
sc’encias de que se arvorara profes
sora,
Posto isto podêmos continuar.
A interessante Julia possue olhos
pretos, fascinantes, nariz ligeiramen
te aquilino; a tez é alva como uma
folha de papel do Tojal; os cabellos
nem são pretos nem são louros ;- ca-
valgam us dois extremos ; os dentes
são pequenos e brancos e tão bem en-
fileirados como a tropa em dia de
parada; tem mãos pequeninas e al-
vas como o gelo do pólo artico, ou o
marmore de Carrara; à cintura é de-
licada e flexivel como uma chibati-
nha de canna da India; os pés são
quasi microscopicos ; talvez a duque-
za Dubarry, se agora vivesse, désse
pulinhos de raiva ao contemplal-os ;
addicione-se a tudo o que ahi fica des-
cripto uma elegante luneta com aros
de oiro, luneta que a minha joven e
bella. heroina sabe cavalgar com ad-
miravel perfeição sobre o nariz, es-
pecialmente quando assume seus ares
de femme savante, mas d’aquellas
Jfemmes savantes de Molitre, é tere-
mos um esboço, imperfeito, é verda-
de, porém com a suficiente clareza
para não confundirmos com facilida-
de a formosa Julia.
Até aqui o physico; agora as qua-
lidades intellectuaes e moraes.
Palra o idioma do auctor dos Mi-
seraveis e da Legenda dos seculos,
com assombrosa facilidade, muito em-
bora achate frequentissimas vezes o
nariz respeitabilissimo de uma boa
senhora, inoffensiva, séria e grave,
que todos temos restricta obrigação
de conhecer bem, e que dá pelo no-
me picaresco—mas signilicativo—de
Grammatica. Isso, ainda assim, não
é o peor; é verdade qné se me lizes
sem policia grammatical ha muito
que eu teria agarrado pelo cachaço
a tal sr? Julia remettendo a de se-
guida’ para ‘os tribunaes litterarios,
onde ella seria julgada pelo crime de
lesa-litteratura, e immediatamente
sentenciada a figurar nas fileiras glo-
rosas dos Jaymes, dos Rosalinos,
Candidos, das Guiomares e dos Se-
guiéres. Ora, como não sou policia,
nem tão pouco tomei a meu cargo a
espinhosa missão de ensota cies da
sociedade litteraria, fico-me. Parecia-
me, comtudo, que se deveria criar
uma sociedade de hygiene litteraria,
composta dos mais abalisados homens
de lettras, para avaliar o estado in-
tellectual de uns certos bacorinhos
que surrateirameuts so introduzem
nas regiões da litteratura, e arros
jal os para o monturo, tal qual como
se atiraria com o diabo para a rua,
na qualidade de insectos prejudiciaes
e nauseabundos,
Mas ponhamos de parte considera-
ções, e continuemos a descrever a
pequena.
Tem o habito de fallar da sua pes-
soa sempre com louvor proficiente,
a proposito de tudo; quasi decorou’os
romances singulares de Ponson, Mon-
tépin e outros de igual qui’ate, e to-
das as vezes que se offerece ensejo
atira-nos para os tympanos umas
phrases apanhadas — úpsis verbis —
dos taes romances, e chama parvo à
Victor Hugo !…
dass na as Rs Ga as aaa Te ca a aa AD
(Contintia).
AstILIO DAvID.O DAvID.@@@ 1 @@@
O CORREIO
DA SERTÃ
outro, tal qual como no theatro, um
homem que fazia simplesmente poe-
sias, feito um completo pedagogo,
uma cousa muito extraordinaria,
muito superior a Froebel e a Pestal-
Tosi! :
* — Demonio ! demonio ! demonio !
Isso é impossivel ! — grita d’alh’ o
professor normalista.
verdade! — diz d’acolá- ou-
tro ratão qualquer — João de Deus
nunca estudou pedagogia, nunca fez
senão versos!
Em resnmo: o pasmo e a admira-
cão manifestava-se em: toda a parte.
Todavia, e a despeito dos incredulos
ou de refinada má fé, os fructos opi-
mos d’esta monumental descoberta de
dia: para dia se, evidenciavam-
Então, perante os factos, não ha-
via contestação possivel. Acabava de
se demonstrar que o methodo de João
de Deus não era um mytho, uma fi-
cção; mas uma verdade eloquente,
positiva, palpavel.
Os que tinham vergonha e, senti-
mentos curvaram a cabeça. Os au:
daciosos, os pedantes, e os. patifes,
fingiram prevalecer no erro e não
quizeram retroceder um passo, do
terreno em que se haviam collocado.
João de Deus, com aquella benevo-
lencia philosophica que sempre lhe
conhecemos, sorria-se com o eterno
sorriso. do homem eminente, que o
caracterisa,
O sympathico poeta permanecia
impassivel na diagonal da sua sala,
envolvido nas espiraes pardo-azuladas
da fumo do seu tabaco, e deixava cá
fóra a latir os cachorrinhos. E quan-
do digo os cachorrinhos é por que
elles, coitados, nem merecem ainda
o nome de cães.
O auctor das Flores do Campo ti-
nha, a nitida comprehensão do seu
valor; sabia que o futuro havia de
fazer-lhe justiça. EE não se enganou.
Houye um certo periodo em que,
por assim dizer, senão fallou do me-
thodo de João de Deus.
Os que estão sempre promptos a
ver, no mais simples facto, motivos
para largas cogitações. principiaram
a commentar-este facto a seu talan-
te, E, não só-se; diziam desanimados
mas desanimavam.
Pobres diabos! Não attentavam
que a verdade 6 a verdade, e que
perante ella não ha periphrases nem
idealidades vàs.
A consciencia popular, sempre
propensa; a fazer justiça, levantou de
repente o methodo.
+; immediatamente creada a Asso-
ciação das escolas moveis, à frente da
qual vem um strenuo propugnador da
Cartilha maternal, um apostolo since-
ro: e ardentissimo: o meu talentoso
patricio, o ex.mº sr. Casimiro Frei-
re. Este cavalheiro tem sido um cam-
peão denodado, militando sempre em
prol; do methodo, de João de Deus.
O tiroteio, que parecia ter já fin-
dado, recomeçou de novo; o auctor
de Cartiha Maternal ve-se outra vez
atacado pelos cachorinhos. Mas aquel-
le peito é de aço; aquella cabeça é
demasiadamente pensadora para per-
turbar-se com estes actos sordidos é
mesquinhos. Não se despenha assim
um espirito de plana superior.
Temos pensado muitas vezes que
é necessario uma grandeza de alma
extraordinaria, um coração verdadei-
ramente nobre e generoso, um espi-
rito alevantado e digno, uma cora-
gem sem limites, para poder resistir
com valentia a um certo numero de
miserias. Sim, porque afinal tudo is-
to era miseravel e repugnante.
Em França, João de Deus, depois
de escrever a Cartilha Maternal se-|
ria considerado ‘o primeiro homem
do mundo, porque na verdade tem
Jus à 1850.
Têm-se feito descobertas impor-
tantissimas ; mas a nosso ver todas
estão abaixo da do mimoso poeta. O
futuro o mostrará um dia, e aquelles
que hoje nos lerem hão de dar-nos
razão.
Até aqui temos divagado; passa-
romos agora a fallar do methodo.
Continúa.
ABILIO DAVID.
— meiga i———
NOTAS DE VIAGEM
DE LISBOA Á SERTÃ
Meu caro leitor, pela primeira vez
pego na penna para transmittir-te as
minhas impressões duma curta
viagem à terra que me viu nascer.
Não repares na minha pobreza de
linguagem, nem tão pouco no rachi-
tismo dos meus pensamentos. You
fallar comtigo como de irmão para
irmão, sem ornamentos de estylo,
despretenciosamente. Os meus co-
nhecimentos, se alguns tenho, são
fracos e limitadissimos. E se me dis-
ponho a conversar comtigo é na cer-
teza de que me desculpas os erros é
incorrecçães.
Posto isto vou começar.
No dia 5 de setembro proximo
passado, cêrca das 8 horas da ma-
nhã, entrei n’uma carruagem de 2.º
classe, da companhia real dos cami-
nhos de ferro portuguezes, disposto a
ir fazer uma visita à familia, e por
negocios intimos que demandavam a
minha presença.
Ao entrar na carruágem deparei
com trez mulheres, para lhes não
chamar trez doidivanas desalmadas,
que me, fizeram rir a bandeiras des-
pregadas.
As | levianas eram. trez vivos
diabos que, 4 força de se quererem
tornar espirituosas chegaram por fim
a ser ridieulas imsupportaveis.
Ellas cantavam, dançavam, puia-
vam, berravam, -gesticulavam, e,
deixem-me dizer isto por alto, che-
gavam por vezes a dirigirem-se aos
outros viajantes, o que lhes valeu, a
ellas, alguns ditinhos apimentados
por parte dos mais graciosos e algu-
mas observações um pouco asperas
dos mais sisudos. Eructo das semen-
tes que espalhavam. Afinal, | es-
ta dança, verdadeiramente infernal,
esta algazarra insolente deu toda
em… não adivinhas; leitor? Deu to-
da em… em fome! Porque ellas, fa-
zendo dos joelhos meza e das saias
pratos, atiraram-se a nm formidavel
pepino, . com uma gana que podia
bem entrar em concorrencia com os
suinos de minha avó.
Continúa.
Jost Augusto PIRES.
o peesetppsra——
JOSE MARIA DA CUNHA SEIXAS
José Maria da Cunba Seixas nas-
ceu em Trevões (cabeça do concelho
supprimido e pertencente hoje ao
concelho do. S. João da Pesqueira)
bispado de Lamego, districto de Vi-
zeu a 26 de março de 1836.
Formou-se em direito a 27 de ju-
lho de 1864, obtendo no:2.º 3.º 4.º
e 5.º anno, honras de acessit e infor-
mações litterarias distinctas.
Durante a formatura escreveu ac-
tivamente em varios, jornaes e espe-
cialmente no Viriato de Vizeu, fun-
dando, tambem, em Coimbra, um
jornal, O Academicoem quecollabo-
raram Severino de Azevedo, João de
Deus, ete. Publicou um pequeno
livro intitulado Estreias cuja edição
se esgotou logo.
Veio depois para Lisboa exercer a
profissão, que conserva, de advogado.
Filiado no antigo partido historico
não adheriu á fusão politica de 1865
e como redactor da Independencia Na-
cional, jornal do st. Manuel de Je-
aus Cuelho, defendeu a autonomia
municipal, a desventralisação admi-
oistrativa e outras idéas democrati-
cas.
Depois do pequeno movimento de
janeiro de 1868, que não correspon-
deuás suas aspirações democraticas,
absteve-se da politica activa até se
reconstituir o partido historico, cons-
‘tituindo um centro no largo do Car-
mo, onde, sob a presidencia, do sr.
duque de Loulé se inscreveu e foi
acceite, por acclamação, proposto
pelo sr. Santos e Silva. :
Quando se fez a fusão dos partidos
reformista e historico, oppoz-se a
que se votasse o programma sem
discussão e effectivamente discutiu
quasi todos os artigos, offerecendo
emendas, muitas das quaes pelo seu
bom senso prometteu o sr. José Lu-
ciano de Castro, que era relator, at-
tener.
Indo o partido progressista ao po-
der em 1880, exigiu, durante mais
de um anno, o sr. Cunha Seixas no
Diario do Commercio, o cumprimen-
to do programma e as reformas po-
liticas, mostrando-se dissidente do
governo por esse motivo e não do
partido.
Durante esse ministerio discutiu
quasi todas as propostas dos diversos
‘ministerios e especial e longamente,
as do sr. Barros Gomes, sendo por
esse motivo, assignantes d’aquelle
jornal, grande numéro de deputados.
Vendo que o governo se não resol-
via a fazer as reformas politicas,
despediu-se do partido durante a vi-
talidade d’esse ministerio, abstendo-
se desde então inteiramente da po-
lítica militante até hoje.
Em 1879 soffreu pela eua boa fé
um enorme desgosto na sua vida de
advogado, que por perto de um anno
abandonou, até que, animado pelos
seus amigos e instado por seus mui
tos constituintes voltou a exercer a
sua; profissão.
Como jornalista temolo visto no
antigo Jornal de Lisboa, Commercio
de Lisboa (do sr: Luciano Cordeiro),
Jornal do Commercio, Diario Illus-
trado, Districto de Beja, Commercio,
Economista, Commercio de Portugal,
Progresso, Imparcialidade, Correio
de Portugal e em muitos outros jor-
naes políticos e litterarios.
Em 1866 escrevia na Gazeta de
Portugal e defendeu o projecto de
lei do sr. Levy Maria Jordão ácerea
da Dotação do culto e clero. e que
depois publicou em opusculo.
(Continua)
— estos — —
NOTICIARIO
Estrada. — Ainda a proposito da
estrada entre Sertã e Pedrogam Pe-
queno, nós perguntamos o que ha de
novo ? Então faz-se a estrada ou não?
Destina-se uma verba para esse tra-
balho, ou ficamos: como dantes ?
Succeda o que succeder, não ces-
saremos de fallar n’este importante
melhoramento. Queremos a estrada
que é indispensavel. Não ha razão
nenhuma que nos. convença de que
podemos esperar, Aqui não ha, es-
pera nem meia espera. Ou sé faz ou
se não faz. Não ha dinheiro ?
N’esse caso os poderes superiores
determinem que cada casa seja obri-
gada a dar um homem, um dia, ca-
da mez, pata este trabalho que é in-
dispensavel, imperioso, e não póde
admittir delongas. Não nos callare-
mos.
Providencias senhor ministro das
Obras Publicas, pedimos providen-
cias !
Clamaremos sempre, ainda que
para isso tenhamos de arrostar com
um exercito !
Precisamos de melhoramentos, fa-
cam-se. Não pedimos impossiveis. É
Queremos aquillo a que temos di-
reito.
be
Porque escrevemos Sertã com S. —
Alguem, em particular, nos tem ob-
servado que acha exquisito que escre-
vessemos Sertã com S., quando a
maioria; das, pessoas escrevem com
Nós responderemos que, escreven-
do com 8. temos mais rasão do que
os que escreverem com C, pois es-
crevendo d’aquelle modo —com S —.
tiramos a palavra de Sertorio, que,
como lá diz o padre Carvalho no seu
longo tratado de chorographia portu-
gueza, foi o fundador da Sertã,
74 annos antes de Jesus Christo.
Escrever com O. é fazer derivar a
palavra Sertã do Celinda; e não ha
razão nenhuma que tal auctorise.
Ficamos por aqui. Se nos chama-
rem a terreno cá estamos,
*
Anna Judic. — A celebre actriz fran-
ceza, Anna Judic, fez, durante cin-
co dias, no theatro da Trindade, as
delicias do povo de Lisboa. Foi um
delirio, um enthusiasmo espantoso.
E havia razão para isso : Judic é uma.
talentosa artista, uma celebridade e
muito formosa !
*
Peito de Carvalho. — Foi nomeado
governador civil de Lisboa, o sr. Peito
de Carvalho.
*
O rei do Congo. — Diz-se que o rei
do Congo virá a Lisboa apresentar
as suas homenagens (e respeitos ao
sr. D. Luiz. O rei do Congo preten-
de reclamar a intervenção de Portu-
gal contra qualquer invasão estran-
geira nos seus dominios.
x
Correio d’Elvas.— Apparecou em El-
vas um novo jornal com o titulo aei-
ma. Desejamos mil venturas ao
sympatbico: soldado que acaba de
alistar se nas nossas fileiras.
3 *
Prohibição justa. — A auctoridade
prohibiu a continuação dos exercicios
de tiro do capitão Rossell, no Coly-
seu. A
Applaudimos, porque já por ve-
zes os taes exercicios iam dando gra-
ves resultados. Veja-se o que succe-
deu ao actor Santos,
=
Apprehensão. — Um d’estes dias, o fis-
cal Gil Fernandes ou o que quer que
é, ontrou no-estabelecimento do nosso
amigo Antonio Marques Pires, na
rua do Valle, e apprehendeu-lhe va-
rias fazendas, não sabemos até hoje,
francamente, a pretexto de quê?
Todo o povo da Sertã se indignou
devéras pela maneira como 0 fiscal
se conduziu. Facto identico, senão
igual, se deu tambem para como gr.
Manuel Joaquim Nunes, pharmaceu-
tico n’esta terra,
Isto assim não póde continuar.
Pedimos. promptas providencias !
E agora trez perguntas:
O nosso. amigo Antonio Marques
Pires tinha contrabando no seu estas
belecimento ?
Tinha; generos falsificados ?
Tinha algum roubo escondido ?
Esperamos que o sr. fiscal, para
descargo da sua consciencia e para@@@ 1 @@@
satisfazer o publico, sempre avido de
saber de que lado está a razão, se
nos dirija, explicando-nos: o seu pro-
cedimento; a não ser assim sentire-
mos muito: ter de continuar no pro-
ximo numero esta importante ques-
tio. E creia, sr. fiscal, que se nos
não der uma, explicação prompta-
mente, não largaremos tão cedo o
assumpto.
Nada, que hoje-foi pelo nosso Mar-
ques Pires, âmanhã irá pelo sr. An-
tonto Pires Franco e no outro, quem
sabe, pelo estabelecimento da ex.”
sr.* D. Custodia, e assim por diante |
Um bocadinho mais de prudencia
não faria mal, decerto;
Processos — Foi processado o sym-
pathico jornal 4 Era Nova; o nosso
querido collega O Seculo tambem os-
pera pelo julgamento de um outro
processo que acabam de instaurar-lhe.
O artigo incriminado é da penna do
nosso distincto e talentoso amigo dr.
Magalhães Lima, e intitula-se— Ban-
didos celebres. O nosso amigosr. Ma-
galhães Lima, assumiu a responsabili-
dade do artigo.
Já fvi entregue em juizo o auto-
grapho assignado e reconhecido.
Para a frente ! Carreguem ahi bem
para cima do sr. Magalhães Lima e
do sr. Silva Lisboa! Não esmorecer,
cheguem a um e a outro deveras á di-
reita e á esquerda, porque: elles ra-
lam-se, coitados, como uns perdidos!
Vamos, rapaziada, optima manei-
ra de fazer propaganda em favor do
Paço!
*
Desordem. — Em Gaios, concelho-de
Thomar, doisindividuos, Antonio Joa-
quim e Manuel de Souza, travaram-
se de desordem, do que resultou fi-
car o Souza gtavemente ferido, com:
uma enxadada na cabeça, morrendo
pouco depois.
*
Em Coimbra. — N’esta cidade tem
havido graves tumultos entre esta-
dantes e futricas.
Quatro estudantes ficaram feridos
gravemente. A tropa esteve de pre-
venção. Afinal prenderam-se dois es-
tudantes e trez futricas, que já foram
entregues ao poder judicial.
*
Pedrogam pequeno. — A junta de pa-
rochia d’esta freguezia, segundo nos
communicam, anda por lá ás aranhas
e não sabemos que mais, por causa
de umas divergencias exquisitas e
que não tem rasão de ser. Fallaremos
do que a tal respeito soubermos. En-
tretanto pedimos ao ex.Ӽ sr, gover-
nador civil do districto que lance
para alli as suas vistas, a ver se con-
segue remediar o que lá vae.
Como o nosso fim é pugnar pelos
interesses de todo o concelho da Ser-
tã, nós sentimos em extremo que se
dôem.. factos, como os que nos
descrevem. Seja como fôr pedimos a
todos os membros da junta que se
harmonisem dignamente de qualquer
fórma. Quando assim não possa ser
rompam por qualquer lado, na certe-
za, porém, que o estado actual, não
póde prolongar-se, entendam bem.
Agora pedimos por bons modos ;
“amanhã não sabemos se poderemos
fazer o mesmo.
*
Vacillantes. — Vamos satisfazer, não
como queremos, mas comu nos é pos
eivel, o que promeitemos no nosso
primeiro numero a respeito do sym-
pathico livrinho do sr. Guilherme de
Santa Rita. .
As vacillantes é um bom livro, e
revela que temos a esperar muito do
seu auctor. Por vezes aoler as Vacil-
tantes, nos lembrámos das maviosas
poesias do grande talento brazileiro,
cortado em flor, Casimiro d’Abreu,
O ar, Guilherme Santa Rita tem ás
O CORREIO
DA SERTA
vezes estrophes tão maviogas, tão ins-
piradas, que o malogrado poeta
brazileiro não hesitaria em firmal as.
Abi fica a nossa humilde opinião:
Sem querermos melindrar a modestia
do auctor das Vacillantes diremos
que, com o tempo e com 0 estudo,
muito podemos esperar do sr. Santa
Rita.
x
Suicídio. — Suicidou-se em Marse-
lha um rico proprietario, que deixou
toda a sua fortuna, uvaliada em 360,
contos, ao celebre deputado impe !
rialista e grande espadachim Paul de
Cassagnac.
*
Redactor do «Porvenir». — O sr. Ruiz
Avila, redactor principal de Bl: Por-
venir, deu entrada na cadeia de Ma-
drid, por denuncia ao referido jornal.
Ficou á testa da redacção o sr. D.
Henrique Menendez.
*
Questões escolares. —Os inspectores
e sub-inspectores escolares têm pro-
curado por todos os modos conserva-
rem-se nas suas c reumscripções, e o
governo, segundo parece, não sabe
bem o modo como ha ds resolver es-
te problema.
Pois nós, cá do meio da nossa igno-
rancia, entendemos que os inspectores
e sub-inspectores devem ser prom-
ptamente transferidos, porque estes
senhores, quando acceitaram os car-
gos de que estão investidos, não
ignoravam o que lhes havia de suc-
ceder. A
Demais, em todos os paizes da Eu-
ropa se fazem estas transferencias,
com o que muito tem ganho a ins-
trucção. Falla a experiencia. E se
quizessemos demonstrar as iuconve-
uiencias que resultam da permanen:
cia dos inspectores e sub-inspectores
nas circumscripções para onde foram
destribuidos poderiamos lançar um
golpe de vista pelo norte dv paiz, é
veriamos quantos abusos se têm
commettido.
Mas, ponto no assumpto. A im-
prensa tem dito muito sobre isto.
x
Ao Seculo. — Ao nosso querido col-
lega O Seculo agradecemos asexpres-
sões lisongeiras com que recebeu o
nosso humilissimo semanario.
Obrigado, estimavel collega ; com
effeito pódo dizer que tem n’esta re-
dacção amigos sinceros e devotados.
Sempre o apreciâmos como mere-
ce.
*
Caleiras a Concurso. — Estão a con-
curso as cadeiras de ensino elemen-
tar do sexo femenino, de Abrazede,
concelho de Santarem, e de Almon
tes. Do sexo masculino, a da Louri-
ceira,
A de instrucção elementar de Ou-
ra Mixta, concelho de Vagos.
A de ensino elementar do sexo
masculino de Cedofim e Touca é fe-
minino de Freixo de Numão, conce-
lho de Foscoa. A de ensinó elemen-
tar do sexo masculino da freguezia
de Pezão, concelho de Olhão.
+
(iróve.—Os arraes das embarcações
surtas no rio Douro estão em gréve.
Uma exquisita disposição do chefe do
Departamento maritimo do norte é a
causa d’isto. :
Essa disposição é o seguinte: Pelo
regulamento de 1 de agosto de 1884
são os pobres diabos obrigados a ti
rar uma carta no praso de 30 dias.
A tal carta obriga os a uma collecta
avultada.
Parece que já houve reclamações
por parte dos interessados para o sr.
ministro da marinha.
*
Bachareis por todo o preço. — Forma-
ram-se na universidade de Coimbra,
no anno lectivo findo, 105 bachareis.
Uma bagatela !
Theologia 11.
Direito 68.
Medicina 7.
Mathematica 2.
Philosophia 17,
O numero de matriculados em to-
das as faculdades, foi de 1:154, e in-
cluindo o’curso de desenho. Obteram-
se 08 seguintes resultados :
Approvados mnemine discrepante,
708 ;approvados simpliciter, 125; re
provados 86: não fizeram acto, estan-
do habilitados, 55, perderam o anno
163; tiveram as matriculas annulla-
das, 17.
*
Fonte das Avelleiras —Consta-nos que
em Pedrogam Pequeno, a fonte de-
nominada das Avelleiras se acha em
pessimo estado, procuramos saber o
que ha verdade a tal respeito, e de-
pois fallaremos, Trabalhos desta or-
dem não se podem fazer esperar; por
que o publico é que soffre com taes
demoras. Melhoramentos e mais me-
lhoramentos é o que nós precisamos.
Tenham paciencia; havia de che-
gar um dia em que tanta incuria de-
via ser justamente apontada.
chegou; e cá estamos e estare-
mos ? Emquanto o redactor principal
d’esta folha que é quem escreve es-
tas linhas estiver 4 frente da redac-
ção do Correio da Sertã não se des-
viará desta folha um ponto, sequer
do fim a que se propoz.
*
O que vae por Hespanha.— Z/ Profe-
ta, jornal que se publica em Murcia,
foi infamemente denunciado, por ter
publicado um artigo que se referia
aos tribunaes judiciaes.
E]
Collegio occidental. -— Chamamos a
attenção dos nossos. leitores de Lis-
boa, para o annuncio de collegio oe-
cidental. estabelecido na rua nova
de Estrella, 1, e de que é directora a
distincta | professora. normalista, a
ex.” sr.º D. Maria na Luz Vaz.
Este estabelecimento d’instrucção,
que todos 08 annos apresenta um ra-
soavel contingente de alumnos a exa-
me, é por todos os respeitos muito
recoramendavel,
O nosso estimavel collega O Seculo
já por varias. vezes tem recommen-
dado collegio Occidental e felizmen-
to não tem sido em vão.
*
Dr. J. M. da Cunha Seixas. — Este
distincto homem de letras e nosso
amigo, acaba de publicar dois livros
importantes— Ensaios de critica phi-
losophica e Estudos de Litteratura e
de phylosophia. Escusado será recom-
mendar estas obras aos nossos estima
veis leitores. De sobra. conhecem o
nome do eminente escriptor e talen-
toso advogado.
José Maria da Cunha Seixas é um
philosopho profundo, e um trabalha-
dor incansavel !
Se, como disse um grande sabio,
Buffon, se a memoria nos não falha,
o estylo é o homem, as obras de Cu-
nha Seixas são, a nosso ver, elo-
quente afirmação d’este principio.
De futuro teremos occasião de fal-
lar largamente d’este cavalheiro; em
outro lugar d’esta folha transcreve-
mos a biographia de Cunha Seixas.
*
Cyelone. — Do nosso. estimavel col-
lega o Jeculo transcrevemos a se-
guinte noticia:
«A aldeia d’Alton, situada sobre
as montanhas, a dezesseis milhas ao
sul de Bradford (Pensylvania) foi
visitada no dia 29 de setembro por
um furioso eyclone, cujos pronuncios
foram annunciados cinco horas antes
por uma nuvem funiliforme que se
formou do lado do sudoeste. A” vista
d’este conhecido mensageiro toda a
gente se recolheu a casa tapando
todas as frinchas das janellas e gre-
tas das portas ou essondendo-se nos
subterraneos. Poucos minutos depois
o cyclone cahia com toda a força so-
bre a povoação, levando como uma
rasoira tudo quanto encontrava dian-
te de si, As maiores arvores abana-
vam como se fossem simples espigas
de trigo.
No’ espaço d’um quarto de milha
a atmosphera escureceu completa-
mente; pelo ar volteavam ver.igino-
samente boccados. de tabuas, ramos e
troncos de arvores.
Ao sul d’Alton. cahiram duas ca-
sas de habitção e uma ponte; uma
egreja methodista tambem ficou em
ruinas,»
%
Reforma do exercito. — Foi já publi-
cada a refórma do exercito,e consta
de 249 artigos,
Os quadros militares ficam assim
organisados ;
= quadro do estado maior gene-
ral é de 36 officiaes sendo: 1 mare-
chal-general (que é o snr. D. Luiz,
findando com. elle esse posto). 2 mare-
chaes do exercito, 9 generaes de di-
visão e 24 generaes de brigada.
—O quadro do corpo de estado maior,
é composto de: 6 coroneis, 6 tenen-
tes-coroneis, 6 majores, 20 capitães
e 10 tenentes. O corpo será comman-
dado por um general, que só recebe-
rá ordens do ministerio da guerra.
—O quadro de engenheria é com-
posto de 10 coroneis, 10 tenentes-
coroneis, 10 majores, 40 capitães,
40 tenentes e 12 alferes.
—A arma de artilharia tem 3 re-
gimentos de arthilheria montada, uma
birgada de montanha, 2 regimentos
de guarnição e 4 companhias espe-
ciaes para a guarnição dos Açores,
Madeira e praça de S. Julião.
—4A arma de cavallaria é elevada
a 10 regimentos.
— À arma de infanteria é elevada
a 24 regimentos de infanteria, 12
regimento de caçadores, e dus com-
panhias de correcção. Os regimentos
de infanteria e caçadores são com-
posto, cada um, de 3 batalhões de 4
compauhias,
—As guardas municipães conti-
nuarão sob as ordens do ministerio
do reino, uuicamente, em tempo da
paz; em tempo de guerra ficarão sob
a exclusiva dependencia do ministe-
rio da guarra.
—B? ereada a cathegoria de com-
misarios de policia do exercito. São
creadas em todas as divisões casas
de reclusão para os militares.
—O continente do reino é dividido
em 4 divisões militares com séde em:
Lisboa, Porto, Vizeu e Evora.
As ilhas são divididas em 4 com-
mandos: Madeira, Açores oriental,
Açores-central e Açores-occidental.
— O quadro de saude é composto
de: 1 cirurgião em chefe, 4 cirur-
lgiões de divisão, 8 de brigada, 61
cirurgiões-móres e 53 ajudantes. O
quadro de pharmaceuticos é de 5,
de 1.3 e 2.º classe.
— Ficam extinctas os actuaes bri-
gadas de instrucção e manobra.
— São extinctas as classes do al-
feres graduados e alferes alumnos,
conservando, porém, os actuaes as
vantagens a que hajam direito.
— Eº extincta a classe de furrieis
sendo os actuaes promovidos a 2.º
sargentos.
— Eº creada a classe de segundos
cabos. Ra
— E! extincta a classe dos porta-
wachados.
*
Emigração —A emigração em Hes-
panha tem sido ultimamente medo-
nha. À provincia da Catalunha, se-
gundo diz à imprensa, tem dado maior
contingente para a America,
Typ. — Rua dos Calafates, 93 93@@@ 1 @@@
O CORREIO
DA“ SERTÃ
COLLEEIO
OCCIDENTAL
Lisboa —Rua Nova da Estrella, 4
DIRECTORA :
MARIA DA LUZ VAZ
Este antigo e acreditadissimo es-
tabelecimento de instrucção continúa
a acceitar alumnos de ambos os se-
xos, para o que tem professores com-
petentes.
Leeciona-se pelo methodo João de
Deus, instrucção primaria, portuguez,
desenho e prepara-se para o magiste-
rio.
Recebem se alumnas internas.
Cursos nocturnos para ambos os
sexos todos os dias não sanctificados,
das sete ás nove horas da noite.
Rego os cursos do sexo masculino
o professor Abilio David.
Sexo feminino a professora e dire-
ctora, D. Maria da Luz Vaz.
OURIVESARIA pg PO RUGAL
281 RUA AURBA, 281
Primeiro quarteirão e primeira ou-
rivesaria partindo da Praça de D. Pe-
dro.
Oiro sem falsificação
Venda por miudo e por atacado.
Preço fixo marcado claramente em
cada objecto. Todos os objectos de
oiro e prata são proprios para brin-
des. Satisfaz qualquer encommenda,
seja qual for a sua importancia.
Prevenimos o publico, de que este
estabelecimento, para poder apresen-
tar um sortimento limpo das enormes
falsificações, que tanto tem desacre-
ditado o importantissimo commercio
de ourivesaria, contratou com uma
casa muito importante e da maior
confiança todo o fornecimento de ar-
tigos de oiro e prata de fabricação na-
cional. Garantimos a boa qualidade
de todos os artigos.
Sabemos por experiencia quanto é
dificil esta lucta de um só contra
tanta relaxação mas se o favor do
publico nos ajudar, tudo será bem
empregado.
OURIVES — MARIANNO DE CARVALHO
DEPURATIVO VEGETAL
O licor depurativo vegetal do me
dico Quintelia, reunindo ás qualida-
des dos melhores purificadores do
sangue hoje conhecidos, outras indis
pensaveis n’esta ordem de medica:
mentos que o tornam superior a to-
dos, como a experiencia de quatro
annos largamente já tem demonstra-
do: é infallivel na cura de todas as
manifestações syphiliticas, como mo-
lestias de pelle, fistulas, ulceras, do-
res rheumaticas, osteocopas, inflam-
mações viceraes d’olhos, ouvidos, ble-
norragias, etc.; e nas doenças deter-
minadas pelo abuso do mercurio.
Pelo Correio se remette gratis um
folheto onde se encontram enumera-
dos os resultados clínicos obtidos nos
hospitaes, diversos attestados de me-
dicos e doentes particulares. Deposi-
to geral—Pharmacia Salgueiro—rua
de Cedofeita n.º 99 — Porto, e em
Lisboa — Pharmacia Pires, rua dos
Fanqueiros n.º 124 e 126.
CARTAS DE JOGAR
PORTUGUEZAS E HESPANHOLAS
Fabricadas no melhor cartão da
Italia, para o monte, Whiste, volta-
rete e bezigue:
Fabrica de J. J. Nunes, rua do
Poço dos Negros, 131, 1,º —Lisboa.
RHEUMATISMO
PORADA DUMONT
Unica auctorisada e previlegiada
para a cura radical do rheumatismo
e gotta, como se prova com docu-
mentos legaes, passados por. distin-
ctos medicos em repartições publicas.
Só se garante a vendida nos de-
positos, rua do Amparo, 22, e rua
do Marquez de Alegrete, 16.
N. B. Todas as caixas são acom-
panhadas de um prospecto, com al-
guns dos attestados acima mencio-
nados e rubrica do auctor. Para re-
vender 20 p. c.
NODOAS
Com a AGUA SEBERIANA: sê
tiram seja em que fôr, lã, seda, etc;
etc. Não tem cheiro algum e por isso
superior a todos os mais preparados.
Rua do Amparo, 22 e rua do Arco
do Marquez do Alegrete, 16.
VINHO NUTRETINO 1 CARR
Privilegiado, auctorisado pelo gover-
no, approvado pela junta consultiva
de saude publica.
Eº o melhor tonico nutritivo que
se conhece: e muito digestivo, forti-
ficante e reconstituinte. Sob a sua in
fluencia desenvolve-se rapidamente o
apetite, enriquece se o sangue, forta:
lecem-se os musculos, e voltam as
forças.
Emprega-se com o mais feliz exi-
to nos estomagos ainda os mais de-
beis, para combater as digestões tar-
dias e laboriosas, a dispepsia, car-
dialgia, gastro-dynia, gastralogia,
anemia ou inacção dos orgãos, rachi-
tismo, comsumpção de carnes, affec-
ções escrophulosas, e em geral na
convalescença de todas as doenças,
aonde é preciso levantar as forças.
Toma-se trez vezes ao dia, no acto
da comida, ou em caldo, quando o
doente não se possa alimentar,
Para as creanças ou pessoas muito
debeis, uma colher das de sopa de
cada vez; e para os adultos, duas a
trez colheres tambem de cada. vez.
Um calix d’este vinho representa um
bom bife.
Esta dóse com quaesquer bolachi-
nhas é um excellente lunch para as
pessoas fracas ou convalescentes ;
prepara o estomago para acceitar bem
a alimentação do jantar, e concluido.
elle, tome-se igual porção ao toast,
para facilitar completamente a diges-
tão. )
Para evitar a contrafucção, os en-
volucros das garrafas devem conter
o retrato do auctor, e o nome em pe-
quenos circulos amarellos, marca que
está depositada em conformidade da
lei de 4 de julho de 1883.
Acha-se à venda nas principaes
pharmacias de Portugal e do estran-
geiro. Deposito geral na pharmacia
Franco, em Belem.
GUILHERME DE SANTA RITA
— cesosa—
MOLA ANTES
A empreza da BIBLIOTHECA UnI-
vERSAL DE LUCAS & FILHO, editou
este livro de bellas poesias, que se
acha 4 venda em todas as livrarias
de Lisboa, Porto e provincias.
Preço do volume 500 réis
CIRURGIA VEIERRARIA
Posta ao alcance de toda à
gente, ou diccionario prati-
co das doenças e curativo do
gado.
POR
J.J. VIANNA REZENDE
Provedido de um formulario geral
dos medicamentes necessarios, para
tratamento das doenças dos animaes
domesticos, de um. breve tratado da
maneira de praticar as operações a
que mais vulgarmente se recorre na
cirurgia dos meemos.
Obra extremámente util a todos
os lavradores, curiosos do cavallus
possuidores de gados, ferradores, pi;
cadores, caçadores e pharmaceuticos.
Preço 600 réis
Remette-se pelo correio a quem
enviar a sua importancia a MA-
NUEL PINTO MONTEIRO — Tra-
vessa do Cego 23, á Praça das Flo-
res. Lisboa.
V PEROLA DA CHINA
E O SEU
E N-FE
Acaba de receber novas marcas o
que equivale a dizer: recebeu novas
especialidades.
Este estabelecimento continua com
o seu primitivo programma. E
VENDER BARATO O QUE É BOM
Não procuramos, attrahir o publico
com o titulo de barato, para forne-
cermos generos de má qualidade e
que muitas vezes prejudicam a sau
de. Vendemos barato relativamente
com a qualidade do genero que apre-
sentamos, e podemos affitmar que
ninguem venderá mais barato, gene-
ro da mesma qualidade, assim como
ninguem é mais escrupuloso na sua
escolha, e por isso temos a honra de
participar ao respeitavel publico que
acabamos de receber um completo
sortimento de café das melhores mar-
cas que vêem ao nosso mercado, para
os preços de :
1.º qualidade 560.
Pas » 440.
Ja » 360.
Turrado e moido.
Igualmente recebemos um comple-
to e grande sortimento de chá, tanto
preto como verde, para os preços de
15600 a 43000 reis o kilo, fazendo
se notar o especial chá verde a 25000
rs., assim como o bem conhecido chá
Pouchong.
425. RJA MOVA DA PALMA, 405
FARINHA J NESTLE
GRANDE DIPLOMA DE HONRA
Medalha de ouro, Paris, 1880.
Alimento completo para creanças
de peito.
Substitue o leite materno, facilita
o desmamar, e de digestão facil e
completa.
Medalhas de ouro de diversas ex-
posições attestados numerosos das pri-
meiras auctoridades em medicina.
Vende-se nas principaes pharma-
cias e drogarias, pastelarias e arma-
zens de viveres.
Deposito geral, armazem Suisso,
Chiado, 61, 2.º — Lisboa.
Para evitar as numerosas. imita-
ções deve-se exigir que cada lata
“contenha a assignatura do inventor :
Henr Nestlé Vevey.
PÓS SIGATIVOS
Contra cancros venereos e syphili-
ticos e outras feridas de qualquer
natureza Injecção anti blenorrhagica.
Cura todas as purgações sem causar
apertos. Silva & Filhos pharmaceuti-
cos, rua de S. João da Matta 72 e
74 e rua Augusta 277, 279. Lisboa.
) AS
PESSOAS QUEBRADAS
Cem o uso d’alguns dias do mila-
groso emplasto antiphelico se curam
radicalmente as róturas ainda que se-
jam muito antigas. Este emplasto tem
sido applicado em 35:540 pessoas é
ainda não falhou. Preço 19500 réis.
Balsamo sedativo de Raspail
Remedio para a cura completa de
rheumatismo nervoso, gottoso, articu-
lar, dôres de cabeça, pontadas, con-
tusões e amollecimento da espinha
dorsal. Frouxidão de nervos, fraque-
za de musculos, golpes e toda a qua-
lidade de dôr ou inflammação ; usa-
se externamente em frieções.
Preço do frasco 15200 réis.
Molestta de pelle
Pomada Styracia, cura prompta e
radicalde todas as molestias de pelle,
as impingens, nodoas, borbulhas, co-
michão,’ dartros, herpes, lepra, pan
no, sardas, etc., etc. Preço da caixa
600 réis. ?
Injecção Guepin
E? esta” a unica injecção que, sem
damno, cura em tres dias-as purga-
ções ainda as mais rebeldes. Preço
do frasco 15000 réis.
Contra os callos
Unico remedio que os faz cair
ém 12 horas. Preço da caixa 400
réis.
Creme das damas
Torna rapidamente a pelle clara e
macia, dissipa as sardas, tez cresta-
da, nodoas, borbulhas, rosto sarabu-
lhento, rugas, encobre os signaes dás
bexigas. Preço do frasco 19200 réies
Remette-se qualquer d’estes reme-
dios a quem enviar a sua importan-
cia em vales do correio ou estampi-
lhas a Manuel Pinto Monteiro, tra-
vessa do Cego, n.º 23, (á praça das
Flores). —Lisboa.
SASMPARALIA DE ATER
Para a cura eficaz e prompta das
Molestias provenientes
dá impureza de sangue
E” uma loucura andar a fazer ox-
periencias com misturas inferiores
compostas de drogas ordinarias ou de
plantas indigenas cuja etficacia não é
confirmada pela sciencia emquanto
que a molestia cada vez vae ganhan-
do terreno.
Lancem mão, sem demora, de um
remedio garantido cuja efficacia seja
facto assignalado e inquestionavel !
O Extracto Composto Concentrado
de Salsaparrilha de Ayer é conheci-
do e recommendado pelos medicos
mais intelligentes dos paizes adianta-
dos, já durante 40 annos.
Centenas de milhares de doentes
tem colhido beneficios do seu empre-
go e são outras tantas testemunhas
da sua efficacia positiva e incompa-
ravel,
PREPARADOS POR
RJ Cr AVER & Cr
Lowell, Mass. Estados-Uuidos
A! venda nas principaes pharma-
cias e drogarias do reino.
Agentes geraes James Cassels &
0.º rua de Mousinho da Silveira 127
1.º Porto.
MUSICAS PARA PIANO
Soffrimento, melodia para reoi-
tação ao piano, 150 réis.
Lamentos, walsa, 150 réis.
Quem… walsa 150 réis.
Crença, walsa, 150 réis.
Adoração, walsa, 500 réis.
Mandam-se pelo correio, a quem
enviar a Sua importancia a Manuel
Pinto Monteiro, travessa do Cego, 23,
à praça das Flores—Lisboa.oa.