O Correio da Sertã nº1 01-11-1884

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CORREIO DA SERÁ
– FOLHA LITTERARIA, NOTICIOSA, COMMERCIAL E AGRICOLA
——— a e ———
REDACTOR. PRINCIPAL-ABILIO DAVID
ADMINISTRADOR — EDUARDO GONÇALVES
o emiaems
ASSIGNATURAS
Nº Lisboa e provincias — Trimestre 200.
E Semestre 400.— Anno S00 réis. — Para o
estrangeiro accresce à porte:
pi
PROPRIETARIOS — E. GONÇALVES, A. PIRES E A. DAVID
SERTÃ — 4 DE NOVEINBRO DE 1884
publicações de que se recebam 2 exemp. |
ANNUNCIOS
Cada linha 20 réis.— Publicações no? I ANNO
corpo do periodico, 60 réis. — Anunciam-se;
à,
EXPEDIENTE
Toda a correspondencia de-
verã ser dirigida, por emquan-
to, ao administrador d’esta fo-
lha, rua do Arsenal, 126.
x
A todos os cavalheiros a
quem enviamos o nosso sema-
nario e que não queiram hon-
rar-nos com as suas aàssigna-
turas, pedimos a especial fine-
za de nol-o devolver, afim de
os não inscrevermos no nume-
ro dos nossos assignantes.
*
Em quanto não estabelece-
mos definitivamente Os escri-
ptorios de administração e re-
dacção do nosso periodico na
Sertã, todos os annuncios, re-
clamações e correspondencias
da provincia podem ser dirigi-
das para a «loja do povo», do
sr. Antonio Marques Pires, na
rua do Valle, Sertã.
Sertã, 1 da novembro du 1884. i
0 MOSS PROGRAMA
Somos filhos do povo. Vimos do
povo; e vivemos do povo; estamos
FOLHETIM
“O DISTINCTO PROFESSOR
O ILL.» XxX” SR,
JOSE GONÇALVES MARTINS
Meu amigo:
Ofereço lhe a Litterata como uma
prova, embora fraca, de muita consi-
deração e estima em que o tenho.
O meu amigo conhece alguns per-
gonagens e peripecias que figuram
no meu pequeno livro. Se elle tem
algum merecimento estou certissimo
que o meu bom collega, melhor que
ninguem, lh’o saberá reconhecer.
A Litterata é um dos meus filhos
que o meu amigo viu nascer, crescer,
até fazer-se homem; sabe as cireum-
stancias que me impelliram a crial-o;
trate-o, pois, como lhe parecer.
Aperta-lhe cordealmente a mão o
seu amigo sincero e obrigadissimo
Lishoa, 26 de outubro de 1884.
ABiLio DAVID.
no honroso posto onde devem estar
hojé todos os homens que, melhor
ou peór, estejam aptos para manejar
uma penna. Forçados pela corrente
das circumstancias e pelo meio em
que vivemos, ou antes, em que nos
destinámos viver a retirarmósiss —
por emquanto — das pugnas violentis-
simas da politica, onde a todas asho-
ras é a todos Os instantes vemos os
jornalistas adversarios descadeira-
rem-se com o box terrivel das pole-
micas rijas é tempestuosas em defeza
de causas, as mais das vezes, inglo-
rias, reservamo-nos, todavia, o direito
de apreciar qualquer acto politico,
parta elle de onde partir, seja qual
fôr à sua origem, seja qual fôr o seu
objectivo, com toda a imparcialidade
que podermos. Faremos tudo’o que
em nossas debeis forças couber, para
o engrandecimento e prosperidade
desta pobre, mas sympathica terra
que nos viu nascer.
O nosso programma cifra-se neste
pouco ou neste muito : Progresso e
ordem, verdade e justiça.
Ha quem não queira, progresso ?
HER Que NO Qutbira VéftAdado 7
Ha quem não queira justiça ?
Sim, com effeito, ainda ha quem
não queira nada disto, querendo tudo
na apparencia. A ar:
Mas em face do estado actual da
sociedade, e do proficuo engrandeci-
mento da Sciencia, quando vemos
por toda a parte surgir e brilhar os
Av — ERPDERAA
ROMANCE ORIGINAL
1
Apresentações
«Com rarissimas, mas honro-
sissimas excepções, logo que
a menina filha-familia mal sa-
be ler, 4s vezes ainda antes do
pequeno e deficiente exame de
“ instrueção primaria, passa a
estudar francez. Recebe. esta
noticia com um grande conten-
tamento, em’ que ha um mixto
de creancice e o demonio da
vaidade já a manifestar-se.
Para o estudo do novo idioma
mettem-lhe na mão differentes
livros, e entre elles o indispen-
savel, um’ compendio de gram
matica franceza, que é estuda
da, não raras vezes, por quem
ignora outras coisas muito mais
uteis, como por exemplo::’ a
grammatica da sua lingua.»
(A educação da mulher —
FernanDO D’ AQUINO.
Olhem, queridos amigos, — meu
bom leitor e míha sympathica leito-
ra— estou quasi capaz de afirmar
que encontraram alguma vez no seu
caminho à joven e incomparavel he-
roina do meu romance.
raios intensos da nova aurora, não
nos inquietâmos com as toupeiras do
mal.
Ha dois séculos, quem dissesse que
a Sciencia chegaria aum tal grau
de perfectibilidade, que” o homem
conseguiria transmitir as suas idéias
por uma ‘coisa que se chama via te-
legraphica’para as mais remotas pa-
ragent em poucos minutos, e que
elle mesmo poderia” transportar-se
ein um curto periodo tão commoda-
mente como se estivesse em’sua pro-
pria casa, para os lugares mais dis-
tantes, quem isto dissesse, seria ins-
cripto immediatamente: no mumero
dos doidos varridos, ou, quando me-
nos, seria tido por um pedreiro livre,
especie de diabo perigosissimo. A
inquisição tomaria conta d’elle e… o
resto sabe o mundo inteiro.
Todavia, e à despeito da inquisi-
ção e de outras perfeições gloriosas
que muito honram a historia do pas-
sado, a Sciencia descobriu muito.
Desobriu “o telescopio, o microsco-
pio, e fez mil outras conquistas que
engrandecem, nobilitam e immorta-
lisam o espiríto humano. .
| *
* *
Yimos animados dos melhores de-
sejos, com inuito boa vontade, deci-
didos para o trabalho ; não vimos es-
pecular; todos os que nos honram
e
Se ainda a não encontraram não
cantem victoria antes de findar a ba-
talha. Não ha nada mais insupporta-
vel do que um pedante e uma pedan-
te, e, trancamente, estas duas enti-
dades seringadoras, que nem o pro-
prio Jehová consente no Olympo, in-
troduzem-se por entre a sociedade
como-o piolho pela costura. Por tan-
to, repito, ainda pão é tempo de en-
toar os psalmos da victoria.
«Até o lavar dos cestos é vindima»,
dizem lá os sabios rusticos da minha
terra, com aquelta simplicidade pica-
resca, verdadeiramente montanheza,
que os caracterisa. Mas. ; alto! Vae-
se tornando longa, e talvez massado-
ra, à minha periphrase. Vou, pois,
entrar no assumpto, sem mais pre
ambulos, em linha recta. 1
Ella, a minha heroina, chama-se
Julia. co
«Julia! Mas se ha tantas Julias,
como ha tantas Pancracias e tantas
Felisbertas!»— dir-me-ha a minha for-
mosa e sympathica leitora,
Tem v. ex.º toda a razão. Porém
não tenha pressa ; eu vou já esboçar,
confunde com vutra, esteja socegada.
E’ professora primaria e.., olhe
meiga leitora, não quer talvez acre-
[com a sua amizade, ou nos conhecem,
a largos traços, a minha Julia; não se
ditar no que vou dizer-lhe, mas é a
sabem isto perfeitamente ; muito pelo
contrario, cada hora que tiramos ás
nossas oceupações quotidianas equi-
vale “a um sacrificio que não é pe-
queno; por que’ não somos miliona-
rios, capitalistas; negociantes, lavra-
dores ou commerciantes. Vivemos do
trabalho. O nosso mais ardente de-
sejo é o engrandecimento desta ter-
ra; se, com trabalho e boa vontade,
conseguirmos dar um pequenino passo
n’esto sentido, considerar-nos-hemos
muito felizes. “Por isso, se o povo
não auxiliar os nossos esforços não
poderémos andar muito na senda que
encetámos.
ABILIO DaviD.
— qua
SECÇÃO LITTERARIA |
OS ESPECULADORES
«Ha mendigos que
vivem das enfermida-
gs * Mectam: ha
“res com ode PSeu:
com o proprio despre-
zo.
“ Chataubriand.
Entre as mais célebres e mais bri-
Minates conquistas nos dominios da
sciencia; entre as mat transcenden-
tes e luminosas concepções gia sa
admiram no ultimo quartel do secu-.
a litterata; nada mais… natural!
Todos temos direito incontestavel 4
vida. Bem vê, leitora querida, que a
minha joven não é ahi qualquer Ma-
ritornes !, ou alguma filha do João
Bruto. Não.
Antes de proseguirmos convém di-
zer porque sublinhei o substantivo
professora. ;
Professora é a mulher que ensina
alguma arte ou sciencia ; ora eu di-
go lhes que a minha dôce e romanti-
ca pequena se fez extremamente pal-
lida quando um dia lhe perguntei que
tratado de pedagogia tinha lido ; eu
não quiz dizer estudado, para não of-
fender susceptibilidades. De pallida
tornou-se livida, de livida fez-se azul,
encarnada, côr de rosa desfolhada e.
depois de ter passado atravez de to-
das estas alternativas, voltou sã comc
um pero camoez ao seu estado nor
mal, mas não me soube responde:
coisa alguma, porque me parece —
ainda estou em duvida—que ella jul
gou que eu fallava de algum tratad
de hermaphrodismo, original da insi-
gne escriptora D. Guiomar.
(Continua).
Asiio Davip.
verdade : ella, a Julia, tem aspirações
1 Vide D. Quichote.
/@@@ 1 @@@
lo FIX,
de Pá cupari
facto & de direito, O
Nai E
vel ne, che
5; ar, de, pnra.
a, mais raé
RR: =
As antigas nobrezas, infelizment
ainda hoje arreigadas pelo sangue e
pela tradição, eram duas: armas e
letras. D’abi as duas carreiras que
elevavam o homem até tocar no mar-
more ou no bronze das estatuas, ou
no altar das cathedraes! A primeira
—um mixto horrivel —era o simula-
cro/ medonho da tempestade; esteira-
da de abrolhos, cheia de durezas e
“privações, febril, irriquieta, cortada
er revezes e ao mesmo tempo de
‘ovações delirantes, ainda hoje faz
. retumbar as auras que as coroaram
nos sarcophagos dos reis ce mo Fre-
rico o Grande e dos imperadores co-
mo Napoleão Bonaparte.
– Porém, triste celebridade é aquel-
ln que se adquire & custa do sangue
dos nossos similhantes.
– Na alternativa de optar pela cele
bridade de um grande. guerreiro ou
de um idiota gurioso e irresponsavel
como Jayme José Ribeiro de Carva-
lho, eu, prefrria ser uma celebridade
como o solitario d’Ajuda; porque o
meu unico. crime teria. sido esvasiar
tinteiros e dar jo maximo expediente
ás fabricas, de. papel; emquanto que
se eu fosse guerreiro | teria derrama-
do sangue, e não me parece que
qualquer individuo tenha direito de
tirar o que não póde restituir. Matar,
a não ser em defeza propria ou a
bem de muitos, é sempre um grande
crime; e à guerra é O assassinato, o
roubo, a prostituição, a desordem, o
exterminio! A guerra existe — diz
Magalhães Lima — porque existem os
exgrcitos permanentes.
A segunda carreira, a das letras,
essá sim que era, é e será sempre a
=> entre as brilhantes!
Serena E. tapetada de-r.sas é
ves TOtTOS, TACeed aa + ja Satatiis
ção dos toevos e dos vindonros, bro:
tou shomens como Virgilio, Petrar-
cha, Camões, Victor Hugo, ete-
Geralmente na, antiguidade dava-
se uma espada ao homem que enas
tava a. carreire- publica; hoje dá-se:
“ Jhe 5 livro que lhe ensine onde es-
tá o dever. e, onde está, o, direito.
Hoje as espadas fenecem enferruja
das nas búinhas; é se algumas vezes
sahem,é por intrigas da velha desca,
ada e egoista—-da Albion.
Relevem-me os leitores estas diva:
gações um, ponco extensas, mas ne-
cessarias.
Outrora gastava-se a mocidade
nos bancos das, aulas, de primeiras
letras, ‘e não era raro vêr-se sahir
um alumno mais idiota do que quan-
. do cabiu, nas mãos do professor,
Porque. era isto?
Todos, julgavam, sabor, a razão;
mas o facto é que todos a ignoravam,
como infelizmente ainda hoje a igno-
ra muita gente boa que decerto não
faz companhia. aos gatos, vadios do
passeio da Estrella. Os: professores,
esforçavam-se, |extenuavam-se, mas
os resultados eram sempre tardios;
d’aqui resultava um mal estar conti-
nuo para o professor, um aborreci-
mento, um tedio profundo, que elle
não sabia explicar.
E o desgraçado alumno, coitado,
lá ia carregando com uma responsa-
“bilidade que de modo algum lhe per-
tencia!; Professores e discipulos eram
muitas vezes obrigados a confessar à
si proprios, que empregavam esfor-
ços extraordinarios; mas que os re-
su’tados vinham, quando vinham,
com a velocidade do passo ordinario
ds um boi velho! Isto era horrivel.
A creança chegava a crear um odio
ne, á escola e ao professer. Um ver
dadeiro cahos, tudo isto; porque ha-
Vvia systemas; mas não havia metho-
sta serie dé. c f
lures, surge um methodo verdadeira-
mente miraculoso, uma concepção
singular, uma obra extraordinaria,
uma: meditação profunda e
espirito superion. + |
“Esse ‘methudo “éra to de João de
Deus. Similhante facto foi uma re-
volução; vislenta no+ domini’s da pe-
dagogia, porque, cimo se sabe, ha
e-d’esses creio eu que se não apura
um unico specimen de tão preciosa
raça, que não tenha feito coisa a que
elles chamam «cartilha para as au-
las de ensino; primario»,
Foi um completo alvoroço nas fi.
leiras do professorado. Surprehen-
deram-se | uns, irritáram-se. outros,
barafustaram, disvutiram, berraram,
gesticularam—um barulho de mil de-
mônios. À imprensa de todas as co-
res e feitos: fallou, discutiu, opinou.
No professorado, como na imprensa,
houve quem fallou de cadeira, quando
em verdade, não estava sequer no
caso de fallar de trepeça; uns palra-
ram como sabios — e d’estes franca-
mente, houve alguns que, bem apu-
rados, dariam – soffriveis. camelos —
outros: fallaram como deviam faltar.
Destes houve poucos.
(Continua.)
ABILIO DAviD,
Sd
NOTICIARIO
Pedrogam Pequeno — Ha annos que
n’esta pobre terra não ba uma phar-
macia. Ha doze. ou quinze; annos
existiam duas; hoje mão ha! uma !
mwádiua za
into ratos a Bria UM vu
drogam Grande. os remedios quando
são necessarios |
Quer isto dizer que uma pessoa
póde- ter appoplexias e congestões
cerebrães, « «zontade, por que em
quanto se vão buscar os soccorros’a,
Pedrogam Grande ou 4 Certã, temos
tempo suficiente para chamar o ta-
beliião, fazer testamento e as despe
didas aos parentes e aos amigos, é,
para-o-dizermos em poucas palavras,
ainda nos: sobra: tempo: para «darmos
um passeio-pelas pittorescas margens
do Zezere, na companhia, de ‘um
bello. charuto havano.
Pedimos» providencias, e desde. já
declaramos que não largaremos 0 as-
sumpto, em quanto não: virmos re-
mediada esta importante falta.
f *
Conferencias pedagogicas. — Abriram-
see fecharam-se em. todas.’as cir-
ecumscripções: escolares do paiz, as
sessões das conferencias pedagogicas.
Pergunta-se: Que ha; de novo?
Tudo como. d’antes, quartel general
em. Abrantes !
Ora… bolas!
f *
Por esse mundo — Na secção sobor-
dinada. a esta epigraphe. publicava
ultimamente uma folha da capital, a
seguinte, noticia que ‘ julgamos de
bastante interesse :
«O gr. Balbiani, professor no col.
legio de Franga, dirigia. ao ministro
de agricultura d’aquelle paiz, um in-
teressante. relatorio ácerea da des
truição: dos ovos: que o: phylloxera
pô: de inverno. f
Cita. trez. meios principaes | quê
têm sido experimentados: 0 descas-
car as cepas, por meio; de. luvas de
malha forradas id: aço; 0 emprego
invencivel e uma repugnancia enor-
de agua quente ou, de um modo
0 pd
pretere o terceiro, que tem dado
bom resultado nos departâmentos de
fructo de longo e aturado estudo pop gatS sronoe e Loire et-Cher.»
ste ente
*
Henrique Stanley. —O celebre aven-
tureiro’ inglez segundo conta a im-
prensa da capital, tem feito das suas,
lá pelo Cougo. Não nos basta o que
temos sofirido da egoista Albion, era
muito asno que se suppõe pedagogo; | indispensavel-este complemento.
A ajuizarmos pelo que se tem dito
na imprensa, Stanley, tem-se portado
pese com Portugal como um verda-
eiro patife, como um calumniador e
intrigante da primeira ordem.
Um bom chicote e por fim um es-
carro !
Estrada. —Falla-se ha muito tempo
na construcção de uma estrada entre
a Sertã e Pedrogam Pequeno, Na
verdade um trabalho d’esta natureza
torna se absolutamente indispensavel.
Entre Sertã e Pedogam Pequeno não
existe hoje um caminho —existe um
puro carreiro-de cabras, Não sabemos
com toda a franqueza, porque moti.
vo se não construiu ainda a decanta-
da estrada, sabendo-se que presente:
mente é uma necessidade imperiosa,
inadiavel! Gasta-se tanto dinheiro
loucamente, a mãos cheias, em su-
perfluidades, não era muito, parece.
nos, que se dispendessem alguns cen
tos de mil réis com um trabalho uti-
lissimo como este, porque, constitus
uma necessidade instantanea
O transito por este, carreiro de ca
bras. é difficilimo, quasi impossivel
Isto demonstra-se. vendo. Hoje no.
póde allegar-se a velhissima, desculpa
de mau pagador; Não talz a pena ;
porque a Sertã é hoje, como era be
AD aa RCA A e E E
tante commercial, o do sky commer
cio dependem outras torras, cntre as
quaes citaromos as que mais prejudi-
cadas estão sendo cout à falta de uma
estrada: Pedr:gam Pequeno e Pedro-
gam Grande, SDRb
Não apontâmos outras, porque jul
gamos inutil. Se facultassem, o tran
sito a estas terras por mei» de boas,
rar esta parte do.disixicto de Castello
Branco. E bem o merece. — Hoje,
quando por tola a parte se facilita
o commereio; e a circulação, não era
muito, francamente, qne se olhasse
umspouco para este pobre cantinho
da Beira Baixa.

Singularmente admiravel. — Uma das
principaes officinás de fundição de
Lisboa, e que. já tem feito importan
tes trabalhos-para: os mavios do Es-
tado; trabalhos que podiam entrar per
feitamente em’ concorrencia com os
mais. perfeitos de Inglaterra, reque-
|ren ultimamente ao sr. ministro da
marinha para que lhe fosse adjudi
cado o concerto do transporte Africa,
que se dizia estar prestes a marchar
parz Loglaterra, afim de recober no-
vas: caldeiras: O requerimento, que
nos dizem ter sido entregue ao sr.
ministro da marinha, não teve deffe-
rimento, o o Africa lá foi para In-
glaterra +
Simplesmente incrivel.
&
José Garibaldi. — Abriu-se em Ro-
ma a exposição dos, projectos que
têm por fim levantar, no, monte Ja-
niculo, um monumento ao sytupathico
e valente caudilho da unificação Ita-
liana, José Garibaldi.
*%
Crise ministerial. — Ha muito que
estradas, em pouco veriamos prospe-|”
imos cahir ninghem
e aprumado. Nim
trompa
+
Ponte sobre 0 Zezere. — A inaugura-
ção da ponte sobre o-rio Zezere, no
Valle da Ursa, entre Thomar e Sertã,
terá logar no dia 15 do corrente, Já
$’tempo, vam:s lá!
O dia escolhido, porém, não é dos
melhores para este tim. À lembrança
fói infeliz, porque ao sabbado ha
mercado na Sertã; além d’isso é o
dia em que os mancebos vão tirar o
vumero para 0 serviço militar. Pare-
ce-nos pois que. por estas e outras
razões que não sitamos para não en-
fadar,-a -concorrencia será. relativa-
mente pequena. O dia 16, por exem-
plo, deve ser muito melhor, por que
é domingo; muitas. familias descan-
cam das fadigas da semana, e esta-
mos certos que aproveitariam a dis-
tracção. 7
Levou tanto tempo a fazer a tal
ponte que nós chegámos a acreditar
que ella era uma nova edição das
célebres obras de Santa Engracia.
Nãc. nos parece, portanto, que por
mais um dia haja grande perda.
*
Almanach do Trinta. — Este sympa-
thico livrinho tem tido úma venda
extraordinaria. Com effeito pela mo-
dica quantia de 100 réis podemos
recrear-nos com muita e optima lei-
tura. O Almanach do Trinta é isto.
x
Safa!… que espiga— Um pé de
vento reduziu a ruinas o célebre hos-
pital provisorio, estabelecido na Ave-
nida da Liberdade, para 0 caso que
o terrivel flagelo que tem assólado a
Europa nos viesse vis:tar.
Supponhamos que o cholera tinha
vindo-dar ium passeio até este «jar-
1: ED col ass pre tar
ni UM pj area
Ido» e ques: -ex.* fazia as mesmas
gracinhas que fez acolá por Napoles,
Spezzia, Tonlon, etç..?
Não haiduvida que todos quantos
estivessem dentro d’aqnella especie
de caranguejola ficavam reduzidos a
bagaço. ,
levanta-se um padeiro às trez
horas da manhã !
A comam a MB mo eee mamae
Templo roubado. — Na. noite de 21
para 22 de outubro os gatunos en-
traram na igreja da freguezia de
Gondifellos, concelho de Famalicão,
arrombando a porta e levaram todos
os cordões e adornos de ouro que ti-
nham as imagens.
e.
“Digno «de lonvor. -/No dia 22/de ou-
tubro, uma das diligencias que faz
serviço entre Thomar e Sertã, quan-
do atravessava o rio Zezere, o Val-
le da Ursa, esteve por um triz a ir
rio abaixo, e pregar com os passagei-
tos no fundo. Deve-se 4 extraordina-
ria coragem de um passigeiro que
saltou para o rio, susteve os cavallos
e atravessou a diligencia, não termos
agora a lame:tar algumas victimas.
Honra ao bravo cavalheiro quetão
briosamente arriscou a sua vida para
salvar a dos seus companheiros.
Não temas a honra de o conhecer,
mas d’aqui lhe enviâmos um aperto
de mão.
s
Curioso. — Escreve um correspon-
dente do Pall Mall Gazette que a
marinha ingl:za, mettendo em-linha
de conta os marinheiros da armada,
infanteria de marinha, 4:000 grume-
tes, reserva naval, e viluntários de
marinha, possue 78:000 homens, em-
quanto que a França, para uma guer-
ra maritima, dis de de 172:000 ho-@@@ 1 @@@
mens, “sendo: 66:000 marinheiros. A
Italia conta 210:000, sendo 148:000
marinheiros; a Inglaterra, na pesca, |
prega/160:000 homens.
y Córtes. Dota Que d addiamento |
definitivo das côrtes tó será resolvido
depois de ouvido o conselho d’Estado.
P u A
Caso grave. — Com “esta «epigraphe
blica o nosso querido” ‘e distinctis-
simo: collega “O Srculo, -a- seguinte
noticia: «Uma folha do Algarve diz
que os proprietarios de marinhas no
concelho: de: Castromarim, | «consti-
tuiram-se em greve para não entre-
garem ao fisco as chaves dos seus
armazens de sal, nem consentirem
qES alfandega colloque ali fecha.
uras para seu uso.»
*
José Julio Rodrigues. — Ouvimos que
6 eminente professor irá reger as ca-
deiras de analyse chymica, e chymi
ca organica, na escola polytechnica,
em substituição do’sr, dr. Lourenço,
que parece, vae ser jubilado.
*
Determinação.— Do Correio da Noi-
te transcrevemos o que segue:
«Foi superiormente determinado o
* seguinte:
Ficam sómente sujeitos nos laza-
retos de Valença ou de Villar For:
moso, a observação sanitaria de 24
horas, os passageiros que vierem de
Hespanha por via de terra munidos
de certificados dos consules on vice-
consules de Portugal, que attestem:
1.º Que-a localidade aque se .re-
ferem não foi visitada pela actual
epidemia de cholera;
2.º Que o portador reside na lo-
calidade ha mais de cinco dias;
3.*-Que por signaes, usados em
passaportes, se abone a identidade
da pessoa.
Para qua esta disnosição aprovei-
to é mister que, entr a torcer.
tificade < à chega to, não
medeie aoui rrpe rascuvelm ente
Apr bensh
“aquelies que, os
dias de resi A
que se ré ro cel x rple-
+arem sete dias com o tempo indis-
pensavel de viagem. Vis
Não aproveitará a disposição áquel-
les que, durante a viagem, tiverem
passado por povoação que houvesse
sido atacada pela epidemia
Aos passageiros das linhas de. Ca-
ceres e Badajoz, que apresentarem
iguaes. certificados, se exigirá por
emquanto. querentena.de trez dias,
As bagagens serio sempre desin-
fectadas nos respectivos. periodos de
24 horas ou trez dias.
As mercadorias, quando acompa-
nhadas de certificado. consular, que
positivamente atteste, a sua origem,
e que não. hajam. atravessado região
quehouvesse sido atacada de chole-.
ra morbus, poderão ter livre pratica.
Subsistem-todas as outras dispo-
sições actualmente em vigor,»
*
Estraordinário.— Conta o nosso col-
lega O correio da Noite, que está em
Coimbra uma senhora, educando dois
filhos, que tem o seguinte estapafnr-
dio nome —- Crispula Restituta de Sa-
mora e Amora de Moraes Broegas.
Será blague ?
*
Cagada aos bespanhoes. — A policia,
segundo consta, tem ultimamente fei-
to uma sofírivel caçada aos hespanho:s
que tem encontrado em Lisboa sem
bilhete de residencia,
*
Alglave. — Este distincto professor
de direito e economia nacional em
Paris, foi estudar, a Berlim, à orga-
nisação dos estabelecimentos destina-
dos a melhorar a situação da class»
,
“O “CORREIO
DA: SERTÃ
operária; taes como : créches, orphe:
linatos, casas de refugio, e outros. –
O sr. Alglave’esteve em Portugal
no congresso anthropologico.
*
A litterata. — Começamos a publi-
car em, folhetim, o pequeno, mas espi-
‘rituoso . romance do nosso, amigo e
‘distincto collega n’esta redacção Abi.
lio, David, redactor principal d’esta
folha. Não. nos esfalfaremos em pin-
tar aos nossos leitores; as bellezas da
Litterata, unicamente transcrevere-
mos, o prospecto da bibliotheca eco-
nomica que se destinava a publicar
os romances do novel. escriptor:
«Esta bibliotheca, incontestavel-
mente a mais barata. no genero, faz
a sua estreia com a publicação do
interessante romance original do sr,
Abilio David A Litterata cujo entre-
cho e. linguagem prendem desde a
primeira; á ultima pagina, a attenção
do leitor. O;sr. Abilio David, um
novel escriptor que ora começa a ma-
nifestar see a desenvolver se, escre:
veu uma verdadeira pagina realista
e critica, onde ha muito. espirito e
observação. Sem, ser, severo nem
exaggerado castiga justamente em
phrase conceituosa a vaidade e ja-
ctancia de umas certas meninas da
moda, .que elle muito bem chama
ironicamente, doutoras e que por ahi
correm mundo com o adjectivo illus-
tre estampado no. nariz, quando é
bem “certo que. ellas apenas têm o
curso, completo dos romances mo-
dernos.
Não dizemos. ao leitor que vamos
publicar o que ha de melhor. na hit-
teratura romantica. Não. Seria absur- |
do. Assigne, e depois se gostar, como
julgamos, estamos certos que nos
continuará a dispensar a sua valiosa
protecção. Aceresce que não ha, nem
póde haver, nada mais barato nem
que menos se sinta a pagar.

Engenio Pastor, — Está em Lisboa
este gavalheiro, représentante da so
; vs A R
dicanha &,
dee Dib ça
editores de musica, de Paris! Dae:
que vem tratar! com varies professo-
res de musica, de Lisboa, negocios
concernentes a uma importante casa
editora gue abrirá no-Porto.
. *
Assassinato dé win jornalista. — O pre-
sidente de uma sociedade catholica,
assassinou o redactor de um jornal
liberal que se publica em Monat,
Suissa, O movel do crime foio ter o
infeliz jornalista criticado severamen-
te os actos pouco regulares’ do tal
presidente.
Que bom catholico !
*
Broxellas.— Dizem os jornaes que,
no dia 23 do mez passado, os estu-
dantes de Louvain andaram em gru-
pos pelas rúxs cantando a Marselhe.-
za. Entre burguezes e estudantes
travou se então lucta. A policia in-
terveiu para dispersar os grupos, fe-
rindo e prendendo muitas” pessoas.
s
Os funeraes de um jornalista portuen
se. — Do nosso e-timavel cullega a
Folha Nova, do Porto, transcreve-
mos o seguinte admiravel artigo que
é o mais eloquente testemunho de
indignação que póde dar um homem
ilustre, vendo praticar uma injustiça
que nenhuma razão tem de ser.
Com efteito, é durissimo para nós
assistir a um espectaculo como-o que
descreve a Folha Nova.
Ah! collega, nunca as mãos lhe
dôam.
Segue o artigo:
« Assistimos hontem, na capella do
Prado do Reponso, aos funeraes do
jornalista Manuel Carqueja, funda
dor do Commercio do Porto. Ao mes-
mo tempo que cumpriamos um “de.
menagem de respeito bincero pelo
bom homem que sempre tôra coração
aberto para 08 soffredores e. soceorro
para: os desventurados.
Magoou nos, porém, a pequenez
do espectaculo e a. mesquinhez do
preito publico. Como se vê, achamo-.
nos em, dissidencia completa. com
aquelles dos, nossos coliegas da, ma-
nhã, que, viram .n’aquelle agrupamen-
to.de duas centenas, de. homens con:
sagração de respeito e manifesto de
gratidão suficientes pela personalida-
de e pela obra de Manuel Carqueja.
Sejamos leaes e justos agora, como
sempre nos esforçamos por ser, .e di-
gamos toda a amplitude da nossa
opinião a tal respeito.
Quando uma cidade como o Porto,
assiste ao passamento de um jorna-
lista prestimoso quasi . indifferente-
mente; quando a imprensa para 0c-
cultar essa decrepitude moral d’um
povo precisa de forjar uma conscien-
cia para elle e faltar à verdade di-
zendo que elle foi grande e genero-
so, quando não, passou de ridiculo e
mesquinho, o estado, d’esse. povo é
de tal ordem grave, que precisa de
violentos estimúlantes para, 0 faze:
rem vêr o verdadeiro caminho e pal.
par a verdadeira luz.
Os jornaes disseram da grandeza
do acto e nomearam as pessoas que
lá estiveram. Nós prefeririamos. que
elles se indignassem contra a indiffe.
rença e. pequenez. d’elle. e incrimi-
nassem a massa que de lá fugiu. Pois
quê? trabalha um jornalista durante
trinta annos, consagra a uma cidade
toda a sua fé, toda a sua intelligen-
cia, todo.o seu trabalho e julga esse
gratidão e de justiça. pagando meia
duzia de patacos por esse pão. espi:
ritual, amassado muitas vezes com
as: lagrimas dos maiores sacrifícios ?
Indigna-nos a indilferença de uns e
a complacencia de outros, .
Manbel Carqueja não deixou pa-
Dos Bdalgós.. nem an-
cyclopedias philosophicas, nem mer-
cado de peixe, nem dividas: á alfan
dega, Debaixo de todos estes pontos
de: vista.o honrado. velho que desap-
pareceu hontem’ da supazhcio dicata
sociedade lôr=> & muito mais inoi-
gniticanto do que a alta gomma da
Pxniash mis ias
Carqueja deixou apenas uma. folha
periodica. Como jornalistas, como ei-
dadRos dissidentes d’este torpe ‘que-
brantamento civico, nós protestamos
d’aqui, porque inão dispomos de mais
alta “tribuna, «contra a brutal frieza
“com que a cidade do Porto, que se
diz ilustrada e trabalhadora, assistiu
à morte d’um homem trabalhador e
ilustre.
Nós prestindiamos dos meninos
orphãos e de outros quaesquer me-
ninos que vão acompanhar actos d’a
quelles todos os dias, por uma estu-
pida disposição regulamentar; mas
todo o cidadão que Iê, todo o homem
que labnta, toda a corporação que
se diz patriota devia estar ali janto
do bom morto, que representava o
melhor é o mais alto esforço feito na
imprensa portuense, feito, conseguin-
temente, no campo mais grandioso e
mais proficno em que é dado exer-
cer-se o espirito humano. –
Dá-nos ponco cuidado que se ar-
rufe comnosco esta e aquella indivi-
dualidade, esta e aquella corporação,
a cidade inteira até! Nós temos co
mo dever: superior diser a verdade,
seja a quem tôr, porque o que falta
á nossa terra para ser alguma coisa
é que ella diga a verdade asi mesma
e não mascare: diariamente; as suas
idéas, os seus sentimentos com a ri
dicula caretade unias conveniencias
ver de camaradagem, manifestava:
publicas que são a capade todos 0s
mos com à nossa presença uma; ho-;
burgo que saldeu a sua divida de f
erros e vicios chronicos, das socieda-
des decadentes,» “
*
Vacillantes:-— Comente titulo rece
bemos um bonito volume de poesias,
sendo seu auctor o sr. Guilherme de
Santa Rita. o
Agradecemos e no numero seguin-
te faremos a apreciação que hoje por
falta de espaço não póde ter logar.
‘ +
Club de esgrima. — Um punhado
de mancebos enthusiastas trabalham
activamente p:ra a fundação do um
club de esgrima e escola de tiro.
Louvamos de todo o coração tão
util sociedade, porque ella vem pre-
encher uma sensivel lacuna na vossa
instrucção.
.
Desastre. — A’s 7 e meia da noite
de 24 do mez passado, um moço de
uma carvoaria da rua-da Esperança
cahiu ao Tejo. Manuel Marques, um
menor, tripulante do cahique, Estrella,
foi quem acudiu.
*
Terrivel drama. — Sob esta epigra-
pbe escreve o nosso distineto collega
o Seculo, o seguinte:
Um drama sanguinolento que co-
meçou por uma tragica aventura te-
ve o seu desenlace em Toucy (Fran-
ça). ;
Um rapaz de 14 annos de idade
alumno do lyceu de: Sens, tinha diz
o Joune, ido passar as férias a casa
de seu pac, onde; morava sua prima
menina de dezesete annos. À 9 d’a-
gosto o estudante apanhou seu pae
e sua prima n’uma posição tal, que
não deixava duvita sobre a qualida-
de de relações que entretinham.
Tão grande impressão esta desco-
berta causou ao infeliz mancebo, é
tal vertigem’o tomou, que dirigiu a
seu pao estas phrases: aVisto que
me deshonras-te, deshonrando-té, só
me resta suicidar-me.
Chegava o tempo da abertura das
aulas. ” É
EE estudado nn dia empre tinha
ide partir, foi cu.dprar um rewolver,
e escreveu uma cárta ao pae nos se-
guintes termos :
«Antes que esta parta te chegue ds
heraiuica-e da plutocracia.. Manuel, |
se diz digna, todo o funccionario que |
nãos, teres deixado a vida, Tu sa-
bês bem owus é preciso iizer para
apagar a tua vergonha. Peço para
ser enterrado civilmente no cemite-
rio de Villier Saint-Benoit, terra de
minha mãe, e não em Toucy.»
O estudante pôz logo ‘o/ seu pro-
jecto em pratica, disparando sobre
si dois tiros de rewolver, mas a sua
mão tremu’a não o deixou realisar
a tentativa de suicidio. À unica bala
que o feriu depois de ter rodeado o
osso: frontal, foi alojar-se na parte
superior da arcada supercial,
A mãe foi logo prevenida, e cor-
reu a Sens. 41
O pae, a quem a sobrinha tinha
ido procurar ao campo: para lhe en-
tregar a carta de seu .filho, não ten-
do, nem tão pouco Bertha, recolhido
a casa, foram mandados procurar por
varias pessoas.
Chegados ao pé de uma matta de-
rigiramse para um sitio d’onde sa-
hiramos latidos de um. cão, e onde
depararam com dois cadaveres hor-
rivelmente mutillados : O de J….e
o de Bertha…»
+
Estatistica demoyraphica. — De 7..a
20 de setembro houve em Lisboa
175 nascimentos e 233 obitos. Ha
pois, uma differença de 58 obitos
sobre os nascimentos,
Uma bagatella !
Predominaram as tysicas, que de-
ram 39 casos fataes, e as enterites,
23 casos fatacs.
T yp. — Rua dos Calafutes, 93futes, 93@@@ 1 @@@
O CORREIO
COLLEGIO
OCCIDENTAL
Lisboa —Rua Nova da Estrella, 4
DIRECTORA :
MARIA DA LUZ VAZ
Este antigo e acreditadissimo es-
tabelecimento de instrucção continúa
a acceitar alunos de umbos os se-
xos, para 0 que tem professores com-
petentes.
Lecciona-se pelo methodo João de
Deus, instrueção primaria, portuguez,
desenho e prepara-se para 0 magiste-
rio.
Recebem se alumnas internas.
Cursos nocturnos para ambos os
sexos todos os dias não sanctificados,
das sete ás nove horas da noite.
Rege os cursos do sexo masculino
o professor Abilio David.
Sexo feminino a professora é dire-
etora, D. Maria da Luz Vaz.
OURIVESARIA pe PORTUGAL
281 RUA AUREA, 281
Primeiro quarteirão e primeira ou-
rivesaria partindo da Praça de D. Pe-
dro.
Oiro sem falsificação
Venda por miudo e por atacado.
Preço fixo marcado claramente em
cada objecto. Todos os objectos de
oiro e prata são proprios para brin-
des. Satisfaz qualquer encommenda,
seja qual for a sua importancia.
Prevenimos o publico, de que este
estabelecimento, para poder apresen-
tar um sortimento limpo das enormes
falsificações, que tanto tem desacre-
ditado o importantissimo commercio
de ourivesaria, contratou com uma,
casa muito importante e da mai
contiançã todu o fornecimento de ar-
tigos de oiro e prata de fabricação na-
cional. Garantimos a boa qualidade
de todos os artigos. o
– Sabemos por experiencia quanto é
dificil Cx lutta do ums contta
tanta relaxação mas se o favor do
publico nos ajudar, tudo será bom
empregado.
OURIVES — MARIANNO DE CARVALHO
AOS LAVRADORES E FAZENDEIROS
Uma casa de commercio d’esta
praça, encarrega-se de receder fru-
ctas verdes e seccas e outros generos
para exportação mediante comissão
de 3 p. c. na rua da Prata 153, 3.º
esquerdo, se diz.
DEPURATIVO VEGETAL
O licor depurativo vegetal do me
dico Quintelia, reunindo ás qualida-
des dos melhores purificadores do
sangue hoje conhecidos, outras indis
pensaveis n’esta ordem de medica-
mentos que o tornam superior à to-
dos, como a experiencia de quatro
annos largamente já tem demonstra-
do; é infallivel na cura de todas as
manifestações syphiliticas, como mo-
lestias de pelle, fistulas, ulceras, do-
res rheumaticas, osteocopas, inflam-
mações viceraes d’olhos, ouvidos, ble-
norragias, etc., e nas doenças deter-
minadas pelo abuso do mercurio.
Pelo Correio se remette gratis um
folheto onde se encontram enumera-
dos os resultados cliuicos obtidos nos
hospitaes, diversos attestados de me-
dicos e doentes particular-s. Deposi-
to geral—Pharma ia Salgueiro —rua
de Cedofeita n.º 99 — Porto, e em
Lisboa — Pharmacia Pires, rua dos
Fanqueiros n.º 124 e 126.
VINHO NUTRITIVO DE CARNE
Privilegiado, auctorisado pelo gover-
no, approvado pela junta consultiva
de saude publica.
E” melhor tônico nutritivo que
se conhece: e muito digestivo, forti-
ficante e reconstituinte. Sob a sua in
fluencia desenvolve-se rapidamente o
apetite, enriquece se e sangue, forta:
ecem-se os musculos, e voltam as
forças.
Emprega-se com o mais feliz exi-
to nos estomagos ainda os mais de-
beis, para combater as digestões tar-
dias e labóriosas, a dispépsia, car-
dialgia, gastro-dyuia, – gastralogia,
anemia ou inacção dos orgãos, rachi-
tismo, comsumpção de carnes, affec-
ções escrophulosas, é em geral na
convalescença de todas as doenças,
aonde é preciso levantar as forças.
Toma-se trez vezes ao dia, no acto
da comida, ou em calito, quando o
doente não se possa alimeutar.
Para as creanças ou pessoas muito
debeis, ma coiher das ie sopa de
cada vez; e para os adultus, duas a
trez colheres tambem de cada vez.
Um calix d’este vinho representa um
bom bife.
Esta dóse com quassquer bolachi-
úhas é um excellente lunch para as
pessous fracas ou convalescentes ;
prepara 0 estomago para acceitar bem
a alimentação do jantar, e concluido
elle, tome-se igual porção ao toast,
para facilitar completamente a digeu:
tão.
Para evitar a contrafacção, os en-
volucros das garrafas devem conter
o retrato do auctor, e o nome em pe-
quenos circulos amarellos, marca que
está depositada em conformidade da
lei de 4 de julho de 1883.
Acha-se á venda nas principaes
pharmacias de Portugal e do esiran-
geiro. Deposito geral na pharmacia
Franco, em Belem. :
BUNUZ CER
NOVIDADE em vistas da China, |
em papel de arroz, grande variedade.
Lindos e ricos objectos da Obina
para brindes, em charão, caixas ds
costura e volto.» “dfres para chá,
guarda joias, um appielho de louça
da China para 24 pessoas, jarras,
chavenas, pratos, bules, bilheteiras,
chales bordados, cintas, lenços, areca
da Cbina’ para limpar os dentes, é
grande variedade n’estes artigos.
(mma Dos. rernozenmos |O
FARINHA Ho NESTLE
GRANDE DIPLOMA DE HONRA
Medalha de ouro, Paris, 1880.
Alimento completo para creanças
de peito.
Substitue o leite materno, facilita
o desmamar, e de digestão facil e
completa.
Medalhas de ouro de diversas ex-
posições attestados numerosos das pri-
meiras auctoridades em medicina.
Vende-se nas principaes pharma-
cias e drogarias, pastelarias e arma-
zeus de viveres.
Deposito geral, armazem Suisso,
Chiado, 61, 2.º — Lisboa,
Para evitar as numerosas imita-
ções deve-se exigir que cada lata
contenha a assignatura do inventor :
Henr Nestlé Vevey.
CARTAS DE JOGAR
PORTUGUEZAS E HESPANHOLAS
Fabricadas no melhor cartão da
Italia, para o monte, Whistz, volta-
rete e bezigue.
Fabrica de J. J. Nunes, rua do
Poço dos Negros, 131, 1.º —Lisboa.
DA SERTÃ
4 PEROLA DA CHINA
CREFT
Acaba de receber novas imarcas o
que equivale a dizer: recebeu novas
especialidades.
Este estabelecimento continua com
o seu primitivo programma.
VENDER BARATO O QUE É BOM
Não procuramos attraúir o publico
com o titulo de barato, para forne-
cermos generos de má qualidade e
que muitas vezes prejudicam a sau
de. Vendemos barato relativamente
com a qualidade do genero que apre-
sentamos, e podemos afirmar que
ninguem venderá mais barato, gene-
ro da mesma qualidade, assim como
ninguem é mais escrupuloso na sua
escolha, e por isso temos a honra de
participar ao respeitavel publico que
acabamos “de receber um completo
sortimento ‘de café das melhores mar-
cas que vêem ao nósso merca ló, para
os preços de:
1.º qualidade 560.
Br » 440.
8 » 360.
Tvurrado e moido. )
Igualmente recebemos um comple-
to’e grande sortimento de chá, tanto
preto como verde, para os preços de
13600 a 45000 reis o Kilo, fazendo-
se notar 0 especial chá verde a 29000
ts., assim como o bem conhecido chá
Pouchong.
125 RUA NOVA DA PALHA, 495
Phosphoros de cera
Marca L. Baschiera & C.º.
Phosphoros amorphos
Marca Frontão.
Pulverina d’Appert
Para a clarificação completa e ins-
tantanea dos vinhos.
VINHOS FINOS, COGNAC, CHAM-
PAGNES, ETC.
IM RIBEIRO RC
19, L. do Pelourinho, 2.º
SAISAPARRILHA DE ATER
Para a cura eficaz e prompta das
Molestias provenientes
da impureznr de sangue
E” uma loucura andar a fazer ex
periencias com misturas inferiores
compostas de drogas ordinarias ou de
plantas indigenas cuja eficacia não é
confirmada pela sciencia . emquanto
que-a molestia cada vez vae ganhan-
do terreno.
Lancem mão, sem demora, de um
remedio garantido cuja efficacia seja
facto assignalado e inquestionavel!
O Extracto Composto Concentrado
de Salsaparrilha de Ayer é conheci-
do e recommendado pelos medicos
mais intelligentes dos paizes adianta-
dos, já durante 40 annos.
Centenas de milhares de doentes
tem colhido benefícios do seu empre-
go e são outras tantas testemunhas
da-sua eficacia positiva e iacompa-
ravel,
PREPARADOS POR
Red GA LER
Lowell, Mass. Estados-Uuidos
A’ venda nas principaes pharma-
cias e drogarias do reino,
Agêntes geraes James Cassels &
C.? rna de Mousinho da Silveira 127
1.º Parto:
PÓS SIGATIVOS
Contra cancros venereos e syphili-
ticos e outras feridas de qualquer
natureza Injecção anti blenorrhagica.
Cara todas as purgações sem causar
apertos. Silva & Filhvs pharmaceuti-
cos, rua de S. João da Matta 72 e
74 e rua Augusta 277, 279. Lisboa.
GUILHERME DE SANTA RITA
HGILLANTES
A empreza da BiBLIOTHECA UNI-
vERSAL DE LUCAS & FiLHO, editou
este livro de bellas poesias, que se
acha á venda em todas as livrarias
de Lisboa, Porto e provincias.
Preço do volume 500 réis
RHEUMATISMO
POMADA EE DUMONT
Unica, auctorisada e previlegiada
para ia cura radical do rheumatismo
e gotta,: como. se prova com docu-
mentos legaes, passados por distia-
ctos medicos em repartições publicas.
Só se garante a vendida nos de-
positos, ria do Amparo, 22, e rua
do Marquez de Alegrete, 16.
N.-B, Todasas caixas são acom-
panhadas de um prospecto com al-
guns dos attestados acima, mencio-
nados. e rubrica do auctor. Para re-
vender 20 p. e.
NODOAS
Com a AGUA SEBERIANA se
tiram seja em que fôr, lã, seda, etc.
etc. Não tem cheiro algume por isso
superior a todos os mais preparados.
Rua do Amparo, 22 e rua do Arco
do Marquez do Alegrete, 16.
CONTRA A TOSSE
Pastilhas peitoraes
amargas de Figueiredo
Superiores a todos os xaropes. E”
4a nua nffncais a Sr Ene
basta uma ou duas pastilhas para uma
cura completa. Vendem-se unicamen-
te na pharmacia FIGUEIREDO rua
do Arco do Limveiro, 16 e 18, Lis-
boa.
FRANCISCO CORREM GUEDES
FOLHA DE F. ANDRES E ZINCO
Tinas e cylindros — Ventiladores
de ventoinha pelo systema ingles —
Machinas para fazer café — Appare-
lhos para fazer extracto de carne e
louça de ferro estanhada e esmaltada.
Tinas para creanças —Semicupios —
Baldes e regadores e encarrega-se da
pintura dos mesmos — Seringas —
Candieiros para azeite e petroleo e
concerta os mesmos.
Encarrega-se de toda e qualquer
obra pertencentes a esta arte.
45, Rua de 8. Paulo, 19
(Ao Arco Grande)
LISBOA
EMPREZA NOITES ROMANTICAS
LISBOA
Rua da Átalaya, 18
PORTO
8, Rua de Santo Ildefonso, 10
A INQUISIÇÃO,
DRE ONO NADO
Grande romance historico por T.
L. Parreio, illustrado com lindas e
magnificas gravuras de F. Pastor.
* Caderneta de 5 folhas, ou 4 euma
estampa, por semana, 50 réis. |
Assigna-se em todas as livrarias 6
no escriptorio da empreza.za.