Gazeta das Províncias nº62 09-08-1900

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CERTA — Quta-feiro 9 de Agosto de 1909
SEMANARIO INDEPENDENTE
ASSIGNATIURA. fe
CENTA, mez, 400.78. FÓRA DA CERTA, trimestre, 320 re. AFRICA, semestre, A$000 re, BRAZIL, semosee, 28500 rs. Numero avulso, JO re,
Poda a correspondencia diri gida d Administração, R, Sertorio, 17, Os originaes recebidos não se devolvem
Ernesto Marinha — Director R
PUBLIGAÇÕES
Ho corpo do jornal, cada linka 80 rs, Annuncias, 40 rs, à tigks,Gepetição,
28 rs. a linha, Permanentes, preço convencional; os srs, assignante
lêm 0 desconto do 2% 0/g. Esta folha é impressa ua Eyp. da Gezota das Provincias, Certa.
Augusto Rossi — Editor
COMMERCIO E
AGRICULTURA
O commercio ea agricultura são as
principaes fontes da riqueza nacional,
Quando Portugal altrahia as allenções
do mundo pela sua prospevidade; quan-
do esta nação assumia aquelle grau de
esplendor que !provocou a admiração e
respeito das grandes potencias, o com-
mercio e a agricultura eram os agentes
principaes do nosso engrandecimento.
As transacções commerciaes com a
India e com o Brazil, cobriam de ouro
é riquezas O solo portuguez,
Dotado com todos 9s meios para em
si desenvolver a industria agricola, e
principalmente a vinicola; com um golo
fertil e um clima proprio, poderia este
paiz estar ainda hoje radiante de pros-
peridades, se a agricullura livesse en-
coutrado auxilio e protecção nos pode-
res publicos, promovendo-se em maior
escala a exportação dos productos, pon-
do em pratica os meios ac. alhados pe-
los principios economicos, e de ha mui-
to reconhecidos pelos factos,
Se tivessemos lido governos previden-
les, não faltariam recursos ao lhesouro,
para satisfazer as despezas do estado.
A agricultura ha de ser em Portugal
a mais abundante fonte de riqueza e
prosperidade, quando o estado se resol-
ver a dispensar-lhe decedida protecção,
auxiliando a exportação dos productos,
facililando as transacções commerciaes
nas diferentes. praças estrangeiras, e
promovendo estabelecimentos de credi-
to, onde os agricultores e os industriaes
encontrem, sem juros exiraordinarios é
sem complicações exaggeradas, q capi-
tal indispensavel para o seu desenvolvi-
mento.
Contra todas as regras de direito eco-
nomico e contra os bons principios de
administração publica, (lemos visto so-
brecarregar com onerosissimos impostos
OS generos que o paiz não póde consu-
mir e que destina aos mercados estran-
geiros, O resultado de semelhante aber-
ração, tem sido a decadencia das indus-
trias, qual hoje se está vendo.
Todas as nações promovem a sahida-
dos produetos em que abundam, baixan-
do extraordinariamente as laxas adua-
neiras, auxiliando a exportação e pro»
curando estabelecer-lhes creditos nas
praças onde elles pódem ter maior con-
sumo: mas diversamente se tem enten-
| dido no nosso paiz estes principios ra-.
“dimentares de
sciencia economica; e por
isso as anteriores administrações teem
ajudado a cavar a ruina d’este desditoso
paiz, em vez de lhe fomentarem a vida e
a riqueza, e de lhe consolidarem a pros-
peridade e a paz, que o incessante lidar
do trabalho tanto carece.
“Antes de pedir á propridade e ao
trabaiho o que elles não podem dar,
promova-se por todos os meios o dosen-
volvimento da industria e do commercio,
e d’este modo se farámo maior de todos
Os serviços à causa publica.
Emquanto os governos não procederem
deste modo e exigirem na agricultura 0
que ella não póde salisluzer, veremos
enfraquecer cada vez mais esta inilus-
tria; e os capilaes que deviam auxilial-a,
relrahirem se ou applicarem-se em ou-
tras lransacções rendosas, mas que só
aproveitam aos mais abastados. Este é
um grande mal que cumpre remediar.
Não faltam aos actuaes conselheiros
da corda os requisitos indispensaveis
para estudar e pôr em pratica os meios
pacificos que nos hão de trazer à paz,
o credito e a independencia
A” sua ilustração e patriotismo não
esquecerão por csrlo estas reflexões.
M. O,
ma na eme
ECHOS DA SEMANA
4+—A camara da Chamusca, abriu concurso,
por espaço de trinta dias, para o provimento do
logar de veterinario municipal, com o ordena-
do annual de 3004009
4 —Requereram 30 dias de licença o dele-
gado do procurador regio na comarca de Fi-
gueiró dos vinhos, sr. dr. Francisco Henriques
Goes, assim como O notario publico da mesma
comarca, sr. Elysio de Carvalho.
4 —Vae «er brevemente nomeado o jury
para a classificação das provas dos concorren-
les nos diferentes oficios de justiça, cujos
concursos terminaram hontem.
Recenscamento da população
Publicaram-se hontem na folha off-
cial as inslrzcções para o recenseamen-
to geral da população na noite de 30 de
novembro para À de dezembro. O re-
censeamento será feito por meio de bo-
lentins de familia.
Incorrem na pena de 3 à 15 dias de
prisão correccional e na multa de 54000
a 209000 reis, os individuos que se
recusarem a receber, preencher e resli-
tuir os boletins no praso marcado; ou a
dar ao «recenseador» todas as informa-
ções precisas para elle os preencher ou
corregir; e os que scientemente derem
informações falsas.
Em cada concelho ha uma «commis-
são concelhia,» composta pelo presiden-
le da camara municipal, por um medico
do partido e por duas outras pessoas,
pelo menos; auxiliará o administrador do
concelho em todos os serviços do recen-
seamento, fiscalizando, verificando e
commentando os respectivos trabalhos.
Uma «commissão parochial» compos-
mem
la do parocho, que presidirá, e do rege-
dor, de um professor official de inetruc-
ção primaria, quando o haja na fregue-
sia, que servirá de secretario, e de on-
lra pessoa, ou mais, propostas pelo pa-
rocho e nomeadas pelo administrador do
concelho, auxiliará o «recenseador» em
lodas as operações do recenseamento, e
fiscalisará activamente os seus Iraba-
lhos.
Farão sempre parte da «commissão
parochial» o Juiz de paz é o seu escri.
vão, nas freguesias que [orem cabeças
do respectivo districto do juiz de paz.
Às «commissões concelhias e paro-
chiaes» devem estar installadas alé ao
dia 31 de agosto.
Cada secção não deve, em regra, ter
menos de 100 nem mais de 200 fogos
ou familias.
À nomeação dos «recenseadores» se-
rá proposta, excepto nas cidades de Lis-
boa e porto, ao respectivo administrador
do concelho, até ao dia 15 de setembro,
o mais tardar.
REGISTO NEGRO
No dia 42 do corrente mez deve ter
logar à porta do Tribunal Judicial J’esta
comarca,a arrematação d’uns predios do
logar dos Gurraes.
Chamamos a altenção de qualquer
interessado e em especial a do integerri-
mo Juiz de Direito, para o modo como
foram cumpridas algumas das formali-
dades preceituadas num dos arligos do
God. do Proc. Civil.
E” para lamentar que em actos d’esta
natureza, não haja a seriedade devida
por parte de quem tinha a obrigação de
acalar a lei, pondo de parte quaesquer
intenções malevolas, suggeridas pelo
rancor e pela mais das descaradas tram-
polinices.
Infelizmente, no caso que vimos de
lraclar, não se pode allegar esquecimen-
to.
À questão reveste uma feição repu-
gnante, aque um mesquinho desforço
pessoal não é extranho.
Basta isto, para definir o caracter do
auctor de Ines proezas.
É de alalaya, continuaremos dora
avante. |
ee cia TO O fi meme
Romaria
E” no proximo dia 15 que tem logar
à lradiccional romaria á ermida da Se-
nhora dos Remedios, a 2 kilometros d”
esta villa:
Como nos annos anteriores, haverá
arraial na noite do dia 14, e fogo d’ar-
tifício, etc. elc.
mma
MUNDO EM FÓRA
Na Belgica
Na Belgica houve ha dias uma tem-
pestade que fica assignalada por estra-
gos importantissimos e por alguns de-
saslres, lanto na capital como nas pro-
vincias. As inundações são quasi geraes,
O rei Leopoldo devia regressar de,
Ostende a Brnxellas no sabhailo á noi-
te. Até hontem não havia noticias suas,
pois o lelegrapho está interrompido.
A rainha estava, por esse motivo, as-
sustadissima.
O rei da Servia
U casamento d’este monarcha impres-
sionou a Europa inteira. Pela altivez do
seu amor, pela coragem em arcar (le fren-
le com os obstaculos que a- politica se
entreteve à amontoar, pela teimosia em
ouvir os brados do seu coração,
ferencia aos conselhos e ás indicações
da politica, o rei da Servia consegniu
fixar em si por um momento as atten-
ções do mundo. Realmente, não é coisa
muito vulgar, nestes tempos de prosai-
ca realidade, sentir uma afeição verda-
deira e sacrificar a essa paixão, o que
um homem da sua classe pode sacrificar.
Os aulicos e cortezãos, a apontarem-lhe
conveniencias, formosuras, nascimentos,
nobrezas epicas e opulencias douradas,
e elle, fiel aos segredos do seu coração
ás indicações da sua alma que se pren-
dera a uma outra, a arrostar com tudo,
e desprezar tudo, fieljá palavra jurada!
E” um caracter, o rei da Sevvial
O jornaljde Budapest, «Magyar Orszag, »
publica uma entrevista que um dos sens
redactores leve em Belgrado com o rei
Alexaddre, entrevista à que tambem as-
sistiua futura rainha:
de pre-
Quer saber a verdade sobre o nosso casamen-
to, disse o rei sorrindo. E bem simples e vou di-
zer-lh’a. À verdade é que só amei uma mulher
no mundo a minha Draga a quem amo ha cin-
co annos, desde o momento em que a vi pela
primeira vez, em Biarritz. É o amor de toda a
minha joventude, e bem sahe quanto foram
tristes 08 primeiros annos da minha mocidade
Resolvi desposal-a cnstasse o que custasse,
contra a vontade de meus paes dos meus minis-
tros e d’ella mesmo, Ella será o unico amor da
minha vida e da minha velhice.
Resolvi de ora avante ser senhor de mim
mesmo, de reinar só, sem intervenção dos meus
e de governar o paiz para bem do povo, sem
distincção de partidos politicos e sem interfe-
rencia de nenhum paiz estrangeiro.
Diz-se que a minha noiva tem quarenta an=
nos; olhe para ella e olhe para mim. Repare
como ella tem um aspecto jovenil ao pé de
mim que pareço velho. Veja estes cabellos
brancos que me começam a nascer nas fontes.
Vinho verde puro— Vide anhun-
cio na 4.º pagina.agina.@@@ 1 @@@
ES viva eretas
AGRICULTURA
— 4 —
A sementeira do nabal
Realisanio o corte do centeio proceda-
so logo à lavragem da terra que se des
linar para a produção do nabal, que é
sempre melhor nas que Já vu estrt-
madas para centeio ou lrigo.
O nabol quer terra leve e lavrada
quatro ou Cinco vezes com pequenos tni=
tervallos e com a necessira fundura, À
semente ro devo ser rara e feita na se-
gunda quinzena de julho ou na primei-
1a de agosto.
Lavrada à ferra pela ultima vez, aliza-
se coma grade, lança-se-lhe o estrume,
que deve sev mindo e bem cortido del-
ta-se à semente, e em seguida da-se u-
ma tavra muito de leve à Lerra, com um
pequeno arado de mão, com o fim de co-
brir o estrume e envolver a semente com
a testa, não se aliza, deixando-se toda
em sulros, proprios da lavragem, e assim
fica concluida a sementeira, e a lerraas-
sim estrumada dá depois Íructos dois ou
Lres annos.
O nabal não se pode escusar, deven-
do-se semear em campo e não em aca-
nhada horta, em vista de todos os lucros
que oflerece aos agrenltores e a todos
em geral. Dá-nos emquanto novo as na-
biças e folhas, depois os nabos e mais
tarde os grelos, que tudo tem procna e
grande consumo nos mercados publicos;
e não é sóá gente queo nabal presta
uma hna alimentação, mas lambdm aos
gados hovino e snino, que engordam
consileravelmente com este alimento,
reconhecidamente sádio, que, já depois
de nos ter dado todas as verduras men-
cionadas, ainda os gados referidos co-
mem os nahos partidos às rodellas, não
estando apodreeidos.
O nabal não se estruma com esterco
de cavallariça, porque os nabos são ala-
cados por bichos que se introduzem nº
elles e os deterioram. Caso egual se dá
com as batatas.
aaa iovee
Fonte da Carvalha
E’ no dia 14 do corrente a inangu-
ração da Pontegda Garvalha, E” possivel
que por essa occasião haja festejos, em
signal de regosijo.
“Mes a fineza de nos salislazerem a
GAZETA PAS PROVINIAS — CERTO
CHRÔNICA LOCAL
4*—Na terça feira passada um grande |
pumero de rapazes d’esta villa, organicaram
uma pescaria no Castello Velho. Du ante todo
o dia houve enthustastica animação, terminam
do aquella diversão com saudosas recordações.
4+—Sohin para a Figueira da Foz, com
sus ex “2 familia o nosso amigo sr. Adelino
Nunes Marinha. os
4+*—Sahin para Lisboa o nosso amigo sr.
padre Guilherme Marinha, afim de se apresen-
tar á junta de saude do Ultramar.
4*—Sahiram em dizressão pelo norte de
os srs. José Antonio de Moura e Januario de
Moura.
4»—Regressou de Lishoa com eus ex.Ma
esposa o nosso amigo sr. Emygdio de Sá Xa
vier Magalhães.
4>«—E-tiveram da Certã, os srs. padre
Joapuim d’Oliverra Xavier, da Fundada,e José
Neves, de Villa de lei,
4*— Dou à luz na semana passada um ro-
busto menino, à sr.* D. Anna Lopes Serrano.
4+— Fez exame de admi-são nos lyceus,
em Thomar, obtende plena aprovação, à meni- |
na Etolivra de Sá Magaihães.
Parabens
4x— Istiveram na Certã, o sr, João Neme-
|
zgio da Silva e sua ex”? filha D, Laura da
Silva Nemezio.
ee pu (O GR fem mem
E” do nosso collega “’Conimbricense,, 0 ar-
tigo editoral que, com a devida venia trans-
Crevemos,
ip
Filippinas
Segundo noticias de origem america-
na sabe-se que os filippinos atacaram os
«yankees,» fazendo-lhes numerosos pri-
sioneiros.
“Expediente
Aos nossos estimaveis assignantes da
Africa e Brazi!, pedimos a fineza de nos
salisfazerem a importancia das suas as-
signaluras relalivas ao |.º anno
Prevenimos tambem os nossos esti-
maveis assignantes do continente que va-
mos começar com a cobrança do 1.º
semestre do 2.º anno, esperando dever-
im-
portancia das suas assignaluras, O que
desde já agradecemos.
9 DE AGOSTO DE 1900
Chrenica religiosa
Senhora de Lourdes
à
Teve logar no dia 5 do, corrente, no
Abranheiro Grande. freguesia da Fun-
dada, a festevitade de Nossa Senhora
de Lourdes, havendo de manhã missa
cantada pelo parocho Paquela freguesia
se. padre Joaquim VOliverra Kavier aco-
Iytado pelos ses. padre Jong Eouren-
ço Serrano e À Rosa. No fim da missa
pregon o se. padee Joaquim PO. Xavier.
De tarde, sabin a procissão, seudo
acompanhada por numeroso concurso
de povo. subindo depois ao pulpito o sr,
padre Lourenço Serrano.
Tomon parte na festa a philarmantea
certaginense, que Lugo tambem duran
te 0 arraial à noile, em que se queimou
um lindo jardim de fogo, fornecido pe-
lo babil cyrolhechnico desta villa, sr.
José Nunes o Silva.
O festeiro, st. Joaquim Apparicio,
servin ao elero é pbilarmonica um ans
to Jantar.
Eram 12 horas da nonte quando Lor-
minaram os festejos que deixaram gra-
tas impressões.
Realisou-se tambem no domingo pas-
sado, na freguesta do Carvalhal, a fesle-
ville da Senhora do Amparo, havendo
missa cantada, procissão e arraial.
O fogo artifício [oi confeccionado
pelo sr, David Nunes e Silva, habil py.
rothechnico esta villa.
Abrilhantou a festa a philarmonica de
Pedrogam Pequeno.
o.
O er. Jayme Moniz tem-se oceupado
do aperfeiçoamento da reforma de instrueção
secundaria. Parece que o sr. ministro do rei-
no alznma coisa vai brevemente mandar exe-
cutar n’esse sentido.
———es Gas Ra ———
BIBLIOGRAPEIA
Atlas de Geographia Uuiversal
Recebemos os fascículos n.º 17,18 e 19
desta excelente publicação mensal. Os fasci-
culos que vimos de fallar, conteem a historia
da Alemanha Austria Hungria e Suecia-Norue-
ga, ilustrada com bellas gravuras e bem as-
sim como os respectivos mappas geographicos
a côres
Os Mysterios da Inquisição
Este notavel roman e de Gomes da Silva, con-
tinva sabindo regularmente ás cadernetas da
94 e uma gravura a córes Recebemos a ca-
derneta n.º 20.
RÁDIO O CE o eee = Et epa
Ee]
Sciencias & Letras
A partilha
CANTAVA e as lagrimasrolavam-ihe
em dois fios ao longo da face magra €
pallida. Solfria mas, como “era precise
aque O pequentto adormeçcesse “antava
muto e indo, devagar, embalando nas
braços a creaniça. U mais velho, ires an:
nos. olhava-o sorridente e de quando em
quando, cantarmavas «Eston com fome
mamãe. Eston com fome…» Eo pe
quenilo, olhava-a muito esperto, a bo:
quinha collada ao peito. «Estan com fo.
me mamã …» canlarolava o qulro,
Es alta a manhã mas, seo sol alepravs
o quintalejo que lristeza em casal Viu
va, lhysica, desfigurada pela molestia «
pela fome, limida demais para pedir es.
molas que havia de fazer a desraçada
«Estou com fome, mamãe…» cantaro-
lava o mais velho.
— pera, fiiho; espera,
Como o pequeuito adormececse a mãe
Ini, pê ante pê e deitou-o sob um fófo
colchão de pannos, a nu canto da casa:
e o mais velho, seguindo-a, cantarolava
sempre: «Estou com fome mamãe…»
—Não faças bnlha, filho; espera, E,
aceenando-lbe, correu á cosinha mas,que
havia de fazer?
<>
Ardia, no fogão, a derradeira acha e
a mãe, os olhos rasos dagua poz-se a
soprar a lenha para ateiar o lume em-
quanto o filho, que se lhe agarrava ás
salas, cantarolava: «Minha mãesinha!
Minha (mãesinhal» contente com ver
que a chaleira fumava. Mas, à mesa
quando a mãe lhe apresentou a ligella e
o pedacinho-de pão da vespera o peque-
no filou-o com espanto.
— Só calé, mamãe?
—Só meu filho.
O pequeno levando a colher à bocca,
foi repellindo a tigella, com um beici-
nho, prestes a chorar.
— Não chores! olha que vaes acordar
o menino. E desaholoando o corpete ti.
ron o peito farto, peijado de leite e es-
premeeu-o, trincando os labios desco-
rados por onde as lagrimas corriam fio
a fo e, entregando a tigellinha ao fi-
lho:—Toma, e não faças bulha, E o pe:
queno, arregalando os olhos, satisfeito
«Agora sim! agora siml> poz-se a can:
larolar,
Folhetim da «Gazeta das Provincias» —4
CAMILLO CASTILLO BRANCO
SUICIDA
ELISA LOEVE-WEIMAR
AC por ser em Bassora ou Bagdad
não sei que sultão oriental bochechudo,
pantafaçudo, enojado, somnolento e amodorra-
do. Este pintalegrete, este chasqueador, aliás
amabilissimo,que fot o adail, a porta-bandeira
do motim litterario de 1815, não nassera para
contemplações ubsortas nem aventuras grandio-
sas. O salão do seculo XVII era a mais fri-
sante moldura da” sua vida e o theatro que
mais lhe quadrava á indole. Procedia de Champ-
fort, de Champcenetz e de Cazzolte. Tinha o
desempeno social, o conhecimento dos homens
a flexibilidade, a solercia. Cemo «Congreveo,
pavoneava-se de não ser homem de letras, Ar-
teda! Não que a tinta suja os dedos…
aDelatouche introduzira Hollmane, e Loeve-
Weimar nacionalisara-o fraucez.-Loeve arrega- |
=
çou os puuhos, adelzaçou-lhe as grosseiras,
reeolorin as córes dubias, endurtou as dema-
| siao, elidiu os desLemperos, amenisou as aspe-
rezas é recompoz, sob pretexto de versão,
| um novo Hofimann, que deu brado em Paris.
inventou-se então uma palavra para tamanho
evito: o «fantastico…» À França morreu de
amores por Hoffmann falsificado por Loeve e
apregoado por Koraff…»
x
Ahi está o que sei do irmão da suici-
da.
Esta senhora, quando eu a couheci em 1849
mostrava ainda uns traços esmaecidos de bel-
leza rara. Representava trinta e cinco annos,
tinha quarerta e quatro, e redígia uma folha
em francez, cujo titulo me esqueceu. Collabo-
rava n’esse semanario ameno o consul de Fran-
ça Mr. «d’istrées,» que pereceu no naufragio
do vapor «Porto», em 1852. Eram tres 05
seus filhos, lindos e louros como ella e como
o pae. Gonsalves Basto havia sido um homem
gentilissimo. Dava artes de inglez, e nascera
em Cobeceiras de Basto. onde florece uma ra-
ca de humens celtas esculturaes, e de mulhe-
res fortes. raça culloica, és quaes sobe-
jam as exigencias musculosas de estatua
ria.
N’aquelle tempo, ouvi dizer que a paz do-
mestica do proprietari e collaborador do Na-
cional nãe era invejavel De feito, Gonçalves
Basto alimentava-se nos restaurantes, descul-
pando a irregularidade insalubre e estouvana-
da deste viver parisience com a faina jornalis-
ta.
Elisa era mãe extremosa. Quando lhe mor
reu o terceiro genito, a criança mais angelical
que ainda vi—uma menina de nove annos, —
a mãe n’um impete de desvario, fugiu para a
Foz com os ouiros dous filhos, e alfajou ele-
gantemente uma casinha contigua ao cemilerio
“que então se andava construindo. Uma des pri-
meijras lapides que alli se assentaram cobriu O
cadaver d’um dos dous filhos. E-Le menino, se
bem me recordo, era afilhado de Lamar-
Line.
Visitei com frequecia esta senhora n’esse an-
de luto e desesperação. Era solidamente ins-
truida. Lia os lívros porluguezes com raro in-
telligencia. Achava es romances peninsulares
fastidiosos com a CORTE NA ALDEA de Rod-
rigues Lobo. Dizia que nós apenas tinhamos
um eéu azul com uma bonita lua, e na terra
muitas flóres e ribeiros crystallinos que nos
inspirassem; mas que 0 romancista carece di
sociedade viva, com as suas boas e ruins pai
xões. E acrescentava que Portugal er
geographicamente obrigado a ser um alfobr
de liristas
Mostrou-me o seu album de autographos
Os mais preciasos dera-lh’os o irmão, que s
carteéra com partedos seus contemporanso
ilustrados. Tinla-os de alto valor historico
escrintos por Maria AntoinatLe, ror Luiz XVI]
por Chateaubriand, por M. de Stael, pelos es
tadistas das grandes tradições. A sua livrari
era pequena, e quasi Loda ingleza. Não sabia
allemão; tencionava porem estudal-o, quand
serenasse a tempestade que ainda rugia
volta da. sua alma articulando os nomes do
filhos. Foi ella quem me deu o ADOLPHO, ro
mance de Benjamim Conslant, e me diss
«Leia-o em quanto lhe pode ser proveitoso»
Lio. e não aproveitei nada; nem ella, que
lêra lres vezes, aproveitára mnito, Os livit
não eusinam na alçada do ceração. À exper
encia, sim; mas a lição vem tarde. Quem ei
sina ludo é a velhice. Ainda bem se nos sal
dos espectaculos do. riso, e nos tira o pincel(
bigode,
Henri ds Weimar Basto, o filho primogen
co, quando frequentava distinctamente a escesc@@@ 1 @@@
E
CCP e
|
| ex
Ta
Baixinho então ella lhe disse:
—E não peças mais, ouviste? o outro
é para 0 menino.
E foi, pé ante
pé, espiar o filho que
dormia.
Coelho Netto
TRIBUNAES
Causas civeis distribuidas em audien-
cia de 2 d’agoslo:
Inventarios de menores
1.º officio:— Inventariante, Maria da
Cruz, da Rabacinas, freguesia da So-
breira Formosa. Escrivão: C. Gonçalves,
2.º officio:— Inventariante, Joaquim
Ribeiro da Cruz, da Atalaia do Ruivo,
freguesia da Sobreira Formosa. Escri-
vão: J. de Moura.
3.º officio:—Inventariantes, Maria d”
Almeida, da Herdade, Sobreira Formosa
– Maria de Jesus, dos Verdelhos, Cer-
la.
José da Costa, de Albergaria, frague-
sia de SanV Anna. Escrivão: E. Baralla.
Acções commerciaes
Teve logar no tribunal judicial esta
comarea, no dia 7 ado corrente, a aut
encta de julgamento com juiy commer-
cial a acção de José Eduardo Almei-
da Vilhena, Aveiro, contra Francisco
Eduardo Macedo. d’Agueda, e outros.
Decorrido o julgamento foram pro-
postos nos jurados pelo juiz presidente,
sr. dr.Lobo de Monra,os quesitos perten
centes à causaça que o qjury respondem
por unanimidade dando como provados
todos os quesitos, exepto o 2º em que
“não houve por provado que fosse feita a
oceultas a doação do E veo e mulher
aus co-reos, seus filhos.
Tambem se realisou hentem no Iriba-
nal esta comarca, o julgamento con
juryada acção commercial movida par
Manoe” R. da Cruz contra José Pedro,da
“Sobreira Formosa.
O jury deu como provados os quesitos,
terminando o julgamento às 4 e meia
da tarde.
polytechnica e auxiliava o pae traduzindo o
«Times», morreu tísico sos desoito annos de
idede, nos srrabaltex de Lishoa,
— Fez-se então o crespusculo da noite infini-
ta na resão de Elisa Basto; a treva todavia,
condenou se vagorosamente, porque a intelli-
gencia resgiu com as suas poderosas energias
à paixão que a dementava,
Principiou a estu”ar a idioma germavico de
tão phrenico modo que ahi mes: 0 denuncia-
va O desconcerto do seu espirito. Gonçaives
“Basto raras vezes a visitava. Depois da morte
do ultimo filho, deslaçaram-se de todo os frou-
xos vinculos que os ligavam. Encontravam-se
n’equelie filho os dous amores dos corações
divorciados; era de ambos aquelte sêr querido
e disputado a compentencia de carícias. Mor-
“Fen O incentivo, apegou-se a luz que ainda lhes
msetrava ao longe a saudade na penembra do
passado amor: a pedra que o cobriu abafou
tudo o mais!—acabaram alli com elle todas
as recordações e esperanças, D’ahi em diante
cada qual habitava sua casa; ella na Foz e el-
lé na rua 29 de julho,
(Continia)
GAZETA DAS PROVINCIAS—CERTÃ 9 DE AGOSTO DE 1900
TENSAMENTOS E
e ai
A pureza é con o a opala; não fazem
caso «Pella os que não distinguem o seu
explendor.
meg
A esperança é o sonho do homem
acordado,
As mulheres que se oceupam de po-
Lica são gallinhas que se. fazem abu-
tres,
— ET —
As mulheres sentem melhor do que
vós a poesia do Natal; um berço falla
eis de perto ao coração das mães.
mp
MUSAS POPULARES
Uns olhos pretos que eu vi
Deram me penas mortaes
Não quero mais olhos pretos
Que matam como punhaes.
—— eso
SERVIÇO DE DILIGENCIAS
Da CERTA a THOMAR (via Sernache de
Bemjar tim Valles e Ferreira do Zezere). Sae
h da Cestã as 2horas da tarde e chega as
Thontar os 9 da noite. Sahe de Tbomar as 6
a pranhã e chega á Certã 12 e meia da tar-
to
Da CERTA à PROENÇA A NOVA. Sahe da
Certã a | e meia da tarde e chega Proença
us 6 da rorde; Sahe de Proença as 6 da ma-
nhã e chega a Certã as 9 e meia da manhã.
Esta ciizencia communica com a de Proençá
a Castello Branco.
Da ( ERTA à PEDROGAM PEQUENO. Sa-
he da Cerlã « 2 da tarde Se chega a Pedro
gamas 6 e meia da tarde; ahe de Pedro–
gam às 7 da manhã e chega a Certã as 10
da manha,
Ra RS De iss—
MERCADO da CERTA
Milho nacional, alqueire reis … 600
E PUIG Eures dad Soco 580
Centeio ese ua 600
(adia eco mio Raio de de ne)
Go da sr ga pes e e e PÔ ()
Batata, 15 elos erra Ra 200
Vinhos
Tinto da terra, 20 litros . + . .. 1400
Tinto de Almeirim, . . …. 41400
Branco emu se e 40900
Carnes frescas
| Carne de vacca, kilo… … 250
Clnbato SERTÃ O)
PIPPPOPPOOHLHHHAHHHAOS
AIN NUNCIOS
DRM A rpda e uma situada no
Becco da Imprensa. Quem pretender
dirija-se a José Beruardo,—Gestã, Abi-
goaria.
AM O LEITE— Precisa-se em casa de
É Joaquim J, Bastos—R. Nova Certã.
Mino, trigo e centeio da proxima colheita,
compra-se, adiantondo-se 0 preço desde já.
Nºesta redacção se indica o comprador.
FFERE-SE— um professor aposenta-
do para, em casa de qualquer lavra-
dor, leccionar Portuguez e Grammatica
Latina, Carta com as iniciaçs—A. R.
CERTA,
HECICLITE
Vende-se uma quasi nova systêma «Rover»
neumatica.
Nesta redação se dão referencias
mr
COMPANHIA NACIONAL
EDITORA
Administrador— Tustino Guedes
90—Largo do Conde Birão—50
Lisnoa
OS MYSTERTOS
DA INQUISIÇÃO
A distribuição d’este belo + commovedor
romance effectnar-se-ha semanalmenta às ca-
dornetas de 24 paginas in 8.º ar,
Cada caderneta contera um esnleodeda
eslanipa, em que se reconstiti tio os furtos
imuis notaveis descriptos no Lexix ta alva,
A parte litteraria, d: vila a ponno de um
des mais brilhantes e Lernos escuto es dá nas
so Leimpo, lerá pois, com a «ol tyreçom crits-
icade Manuel de Muccdo o IRo=
que Gumeiro yum aliaclivosimzular sor
ES-U Que as Wlustrações são conisuatas em fare
de documentos authenticos, e que tudo fara
reviver 4 plena luz da verdale os sceuas e
os uvontecimentos, que se encadeiam em fóra
ma de romance mas que teem a mais fidedign-
origem histórica.
Preço da caderneta-GO reis
“PARA LISBOA É PORTO
Todos ns ses. assign antes receberão
com o ultimo fasciculo,
Um primoroso brinde
feito expressamente pelos SES,
MANUEL Di MACEDO E ROQUE GAMEIRO
para estuobra, O brinde representa n-
madas scenas mais brilhantes da histo-
portugueza,
macros,
HOSP HerPPCAA HMA
o
4
4
ses
SO Suplul op us-LO
sbptaze] of)
‘SOANEpIALOO sodord |yil
Sopra)
9 e1e4
OsOMUVA) ouIaaIar ODSIDNYH T
189 e tur setidosd
OJUQUITIIOS OpEIITA (it IdljdddI OP) VaVO
4
“9129 9 040
=== VSONHOS VULTOS ——
SUE BANS E SOJUGUIIÍUOI
e
A
Roses roo soro sabe ai
Ê
OS LISIADAS
L. de Camões
Crande edição popular e illustrada
sob a direcção dos insighes
artistas Roque Gameiro
e Manoel de Macedo
Esta edição de «Os Lnsiadas», a
mais monumental e mais economica de
quantas se leem publicado até hoje, tem
como compete av maior monumento da
nossa lilteralura e esta empreza impri-
me alodas as suas publicações, «um cu
vho verdadeiramente nacional; pois: 0
papel é sabido de fabrica portugueza, à
| o Za É
conertores, fazendas de algodão, lãs,
“tas ele, etc.
typo fundido na Imprensa Nacional.
Instrada por artistas genuinamente ;
Ingezes, cas photogravaras feitas «
gualmente por arlistas portugnezes
PREÇOS DA ASSIGNA TURA
Cada fascieulo de 2 folhas, de 8 po
ginas cada, in 6º grande formato, con!
vendo end fasciculo 2 esplemididas gra
yuris— SO reis.
Cada tomo contendo 5 fascicnlos om
89 paginas, inserindo cada toma [O ma
enificas gravuras oviginses— 309 vers
Empresa da Historia de Portu-
gal
AAA AAA DA
A,
do
CYCLEDOR é
“,
rabo
>
Pg, As
Venon SE uma byelete Veste
auclor, quase nova, e, por preço
muto convidativo,
Quem pretender dirija-se a An-
nibal da Silva Garvalho—CERTA.
POPPPPILPPHPPHHHHCHOS
Edi Am
F
A GA
HALPHHIHALAÇOS
04
a
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) Ricardó SR
| theus Ferreira |)
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107 RUA DO VALLE 107 A
CERTA
‘ 7
RN ESTE estahelecimento encontra-se um
completo sortimento de generos alimentícios
vssim como uma grande varicdade em pann,
crús. chutas. Dbaetas, riseados, cotins, colchass
castelle-
PREÇOS CONVIDATIVOS.
Agente da Companhia «de seguros
«REFORMADORA »
HISTORIA
DOS JUIZES ORDINARIOS E DE PAZ
POR
Antonio Lino Netto .
Bacharel formado -m directo e sscio elfeciivo
Lastituro de Cuimbra
Vende-se na livraria França Amado
— Coimbra. Preço 400 reis. —
Meseocxeseseseseseseezescos
N a
WRANDE perosri!). e
DE PE
EY
* VINHOS &
$$ | se
&8 Branco e tinto, qualidades es- ç 5
peciaes, por preços resumidos. 2,
& Quem pertenor dirija sea Li
a) : e
SESI Ieene3esesezeretezeme –
RPA SE
peereereredrdrato:
a Eid
$ Propriedade rusii a ;
& — Venile-se mma sita no Jose +
se DP Abigonria. Quem pretenuler $
do ripar se a Margavida Maria
4 CGardosa, Raa da Valio n.º 3 :
+ Certã
+
$o | 44
PPHSPPSDPPPHDDDDDOSASSAS@@@ 1 @@@
QUEM QUER VIAJAR DE GRAÇA?!
e oii Om marta — cem to SÃO EE
No din 19 d’abril encetou a eua publicação emLisboa um livro intitulado «O
Angunciador » eque será da mais aita utilidade e interesse para é publico de todo o paiz
Blegantemente editado, este livro apparece todos os tres mezes, fornecendo ao leitor jnforma-
ções sen pie vaniadasa corra detedos os as-tmplos que pendem com a vida mosderna em ge
dal e em qorticular. De tudo alisa encontra, anmuncios dos estubelecimentus mais importantes
toe Portugel, neltcia acerc das preincipaes cidades é villas, subsuliose notas gobre os Movimen-
das commiercial, muustrial arlistico, litterarioe scienufico do dia, horarios cus comboius de Lu-
das os linhas ferreas, ete., ote, ele,
No genero, «O Annunciadoro, que serã ilustrado pelos nossos melhores artistas e collabo-
drde pelesescriplores quis laureados, é uma publicação unica e extravrdinaria. «O Anmuncia-
avro «ontem 180 a 200 puginase custará a quantia de cincoenta reis, apenas! De modo
que, Rodas e qualquer pessos que quizer adquirir o 1º numero, a subir no dia 10 de abril, não
em muda que enviar 60 reis (preco do livro) e mais 10 reis (imposto do correio, total, a mo-
dica quunta de 60 reis Já redacção do «Aununciador», Calçada de 5. Vrancisco, 23, 1.º an- |
ar, bISBOIA
Mas ds Crpresa, não fica por aqui!
e 1 . E . .
aTodos “x compradores deste livro excepcional podem obter a faculdade, mediante a ri- |
dica quantiatdo seu custo, de fazer una viagem à sua escolha, «em qualquer das linhas fer-
eus do paiz om a Puris!ll
E” assombrosa! todavia, nada mais verdadeiro. «O Annunciadoro explicará n’mua das fo-
das do scumpredero 0 muco de proceder neste phenonenal brinde, que é concedido sob a res-
omsnbilitade d’uma da mas importantes casas da capital, O comprader alem da quantia refe-
om as necessarias explicações.
Quem quer, pois, fazer uma viagem, ida e volla, pela quantia de 50 reis?
Novidade literaria
Em circulação o 3 fasciculo
ArBano Srmors Ferrera
PYRILAMPOS
(CONTOS)
] 0ÃO Rapita EL. Da PTISTA
FB Largo do Mununiçipio, O
CERTA
CASA
GOMMERCIAL
DE
Maximo Pres Franco
— po
Vende o seguinte: arroz, bacalhau, |
assucar,calé,chá, manteiga massas |
alimentícias, bolacha atum, sabão, $
petroleo, pregos d’arame, gomma 9
labaco do lodas as qualidades, vi- $á
nho branco e Into e aguardente de Sé
superior qualidade
PREÇOS CONVIDATIVOS
Fanqueria, Fazendas de Algodão Lã
6 Seda, Chapeus, Ferragens, Quinqui-
herias, Papel, vellas de Cêra, Drogas,
Tintas, Solla, Cabedaes é Cimento ele.
Agencias dos Bancos Commerciaes de
Lisboa, Porto, Pará e da Companhia de
Seguros «Probidades—e da Uasa Ban-
caria de Silva Beirão, Pinto & C.* de
Lisboa.
gaia — mete ee em 0 0 eae o a e e (ea teme
VP EL CUT CS IUTR ADCT RSS PAT ATRAS STO TDLTO
O AMANTE DA LUA
Traducção de Silva Moniz
Decimo quinto volume da colleeção, illys-
ando com magnificas gravuras, &o réis por
Isemana em Lisboa Porto e Coimra.
Nas provincias, fasciculo de 96 pag. 120
Es. de tres em Lres semanas,
ANTONIO LINO NETTO
PRINCIPIOS NOVOS
DA SCIENCIA CRIMINAL,
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE
COIMBRA
TXYXPOGRAPHIA
DA
GAZETA DAS PROVINCIAS
1—TRAVESSA PIRES—S
CERTÃ
= as jr e ES emo
FOR preços diminutos acceita enconimendas de iIms
pressos officiaes, facturas, bilhetes de visita, particis
pações de casamento, circulares, prospectos, cartazes,
etc. etc. etc. 3
ai
GAZETA DAS PROVINCIAS=GERTA
9 DE AGOSTO DE 1900
PNAD
CERTÃ
Abel da Conceição Ramalho-
sa, com oficina de encindeina-
dor, encarregiu-so de todos os
serviços conceirmentes a esta ar=
te, por preços modicos tanto nº=
estu villa como fórna, para o que
tem material apropriado.
COLLECÇÃO DE PAULO KOK
Assigratura extraordinaria
100 RÉIS o fascieulo de 80 paginas, ou 72
gaginas com uma gravura.
Ans novos assignntes da COLLECÇÃO DE
PAULO KOCH oflereve à Livraria lditora Gui-
marães, Libanio & C&
Um briude no valor de 418000 rs. |
A” escolha do assignante, entre os seguin-
: : qa y | tes objectos: Um relogio d’aço. Um magnifico
da, «leve enviar o stu tune e residencia, para em seguida ie ser mandado «O Annunciador» ! E s E
binoculo. «O crime da sociedade», sensacio-
nal romance de João Chagas.
Lisboa: Livraria Editora Guimarães, Liba-
nio & Cº—Sua de 8. Roque, 110.
Porto: Livraria E, Tavares Martins—8, Cle-
rigos, 10.
CAPSULAS TOENIFUGAS
Prepradas por Manoel Simões Castanheira
Pharmaceutica—Pedrogam Grande.
Estas crpsulas, de preparas
ção mnteirimente vegetul, são
«Pum ofloito seguro o in-
fulivel para expulsar à toc»
nia (bicha solitarin), como
so prova por alguns itts
testudos medicos |.
REIS
PREÇO DO FRASCO 800
Desconto aos srs. pharmaceuticos
TODO O MUNDO PHOTO.
: GRAPHO !
IMEPATANT = Apparelho photoxrahico de
mão, * chupas, * chassis, | pacote
de papel, 1 frasco revelador, e 1 frasco de vi-
ragem-lixagem = Preço 18000 reis, pelo cor-
reio 18100 reis = Cada chassis supplementar
DO reis.
LE COMPLET — O mesmo apparelho com
tudo em mais quantidade e utensílios para la-
boratorio, Preço 25500 réis, pelo correio
28800 reis.
Completo é; variado sórtimento de materia
photographicosePedidos á PAPELLARIA CEN-
TRAL de Francisco Barges—2 Rua do Viscon-
de da Luz—Coimbra.
IMPOSTO DO SELLO
Carta de Lei da 29 de julho de 1899 com |
as respectivas tabella e PORTARIA de 5 de
agosto carrente, esclarecendo-as.
Edição em bom papel, cuidadosamente re-
zista e impressa sob a direcção de um fuccio-
nario pratico.
Recummenda-se, porque a sua clareza e ni-
tidez a torna superior a muitas outras, facili-
tando à procura de qualquer verba referente a
determinado objects e contendo no final umas
paginas em branco para referencias e annota-
bões,
Promette-se publicar e distribuir no fim do
anno corrente um SUPPLEMENTO com todos
| os diplomas que sobre o imposto do sello fo-
rem publicados até al, duvidas que a pratica
suscitar, opiniões auctorisadas e quaesquer
arestos de interesse para a boa interpretação
do lei.
Será enviada a quem remmetter em vale ou
carta a qnantia de 200 réis.
O SUPPLEMETO, porém, sú será remme!-,
tido a quem envir 40 réis para elle. Em troc
mandaremos uma senha que dará direito re-
quisital-a se no principio do anno de 1900
bão liver dois enviado.
Pedidos e correspondencia sobre o assumpto
a JOSE” MARQUES UES DA CO S]A 1:
crivão e Tabellião==B VORA. à
P. S.— Muito conviria reunir na mesma re-
quisição mais de um exemplar, enviando a sua
importancia em valle uo cartá registada para
evitar exlravios.
Salisfaz a qualquer requisição d’exemplares
smAtgusto Rossi=GERTA
ATLAS
DE
GEOGRAPHIA UNIVERSAL
DESCRIPTIVO E UNIVERSAL
Publicação mensal
Contendo 40 mappas expresamenre
gravados é impressos acores, 170 pagi-
nas de texto de duas columnas e perto de
300 grávuras representando vistas das
principaes cidades monumen.tos do mun-
do, paisagens. retratos de homens cele-
bres, figuras, diagramas, ete
Ba primeira publicação que n’bste ge-
nero se faz no nosso paiz, Todos os mezes
será distribuido um fascicnlo contendo ti-
ma carta geograhica cuidadosamente
gravada e impresa a cores, uma folha de .
48 paginas de texto 2 columuas e 7 ou
gavuras, e uma capa pelo preço de 156
reis pagos no acto da entrega,
RUA DA BOA-VISTA 62, 1º D
LISBOA
“ ALFAIATERIA — COSTA
Encarrega-se de fazer todo O serviço
concernente à sua arte, tanto para esta lo-
calidade como para fora. Garante-se o hom
acabamento e toma medidas em qualquer
ponto d’esta comarca,
Preços sem competencia
CERT× RUA SERPA PINTO —CERTÃ
“CENTRO COMMERCIAL
DE
Luis da Silva Dias
CERTÃ
Completo sortimento de fazendas de
algodão, lã linho e seda, mercearia, fer-
ragens e quinguilherias, chapeus, guarda
achuvas e sombrinhas, leços, papel, gar-
rafões, relogios do sala, camas do ferro
é lavatorios, folha de Flandres, estanho,
chumbo, drogas, vidro em chapa e obje-
ctos do mesmo, vinho do Porto, licores e
cognac; livros de estudo e litlerarios, la-
bacos, etc, Preços extraordinariamente
baratos e sem competencia,
Agencia da Companhia de Seguros:
– —PORTUGAL
RETRATOS==Tiram-se em dilferentes
tamanhos desde 800 reis duzia, garan-
tindo-se a sua perfeição e nilidez, |
Encarrega-se deir lirar pholograqhias
a qualquer ponuo deste concelho, medi-
ante ajuste especial,
1 a 7 PRAÇA DO COMMERCIO, À a 7
Chega no dia 14 do corren-
te à casa Maria Molleira,
— Certã, onde se pode com-
prar
ENCIEICIE CIC I ae ae ae nene
PYROTHECHNICO
CERTA
David Nunes e Silva, com officina de
pyrolhechnia, encarrega-se de fornecer
para qual ponto do paiz fogo d’arlificio,
com promplidão e garantido acabamento.
Na sua officina encontra-se sempre um
grande e variado sorlimento de fogo de
ostoiros, e foi d’ella que sabiu o fogo
queimado nos centenarios:-ANTONINO
-GUALDIM PAES-e da INDIA, (n’este
sómente de estoiros e balões). cujo effei-
to tem sido applandido pelo publicefe
imprensa,
PREGOS SEM COMPETENCIATENCIA