Gazeta das Províncias nº35 15-12-1899

@@@ 1 @@@
CERTÁ — Sexta feira «5 de Dezembro de RR
iram
“SEMANARIO INDEPENDENTE
ASSISTA TUE A
MOBRTÍ, mes, 408 re. FORA Dá
CERTA, trimestre, 290 rs. AFRICA, semestre, 18000 rs. BRAZIL, semestre, L$S00 rs. Numero avulso, 30 rs
Modas correspondencia dirigida É Administração, R. Sertorio, 17.
Os originaes recebidos não se devolvem
Ermesto Marinha — Director
A PROPOSITO
DA
Continua a prender a attenção geral
a guerra sul-africana.
]
As nações pequenas, como Portugal |
em 1890, olham para as nações que di- |
zem ter a seu cargo à direoção dos altos |
destinos da humanidade, e aguardam
d’ellas, a cada momento, uma interven-
ção pacificadora, em pró dos principios |
superiores da razão é da justiça.
concertam-se apenas para a partilha do |
mundo entre si, indiferentes aos gnitos
de dor eis ondas de sangue que alas-.
tram pela Africa.
Triste realidade das coisas!
A Allemanha,—formidavel e amea-
mgadora quando foi da invasão Jamson no
| to sciêntifico n’essa orientação; e em to-
GUERERA SUL-AFRICANA |
| nova triplice alliança à pesar nos desti-
Q interesse sóbe de ponto, dia a dia. E pré |
| sempre presente ao nosso €s Arito.
E,entretanto, essas grandes nações | E E
perigo provavel, não devemos esperar por ;
ses paizes teem conduzido o pensamen-
da a vida se disse que os factos são um.
producto das ideias.
Preparemo-nos, pois, para ver uma
nos das nações.
O perigo, n’este caso,
para á França.
Mas que logar nos estará reservado
no meio desta scena de politica inter-
nacional?
—Bis o problema que devemos ter.
é evidentissimo
Jem este a proposito para lembrar
que, na hora. em que nos ameace um
abnegações internacionaes.
A actual guerra deve-nos ser ensina-
mento.
“E ainda dos nossos dias a affronta
do cultimatum» inglez. À alma mnacio- |
Nato Ê
PUBLICAÇÕES
No corpo do jornal, cada linha 69 15. Annuncios, 40 rs. a linha Repetição,
20 re. a linha. Permanentos, preço contencional; 08 srs. assignantes
gm e desconto de 25 9/0. Esta folha é impressa na Typ. da Gazeta das Provincias, Certã.
Augusto ROSSi — Editor
Respeitemos e limitemos as suas al-
firmações de progresso; mas ahi a en-
tregarmo-nos. platonicamente em Suas
mãos, deve mediar uma enorme distan-
cia.
Sejamos positivos. Sirvam-nos de li-
ção os acontecimentos politicos dos nl-
timos annos.
Ninguem nos valeu por occastão do
cultimatum» inglez; ninguem valeu à
Polonia quando foi da sua absorpção, “e
ninguem vale nem valerá ao Transvaal
no acíual conflicto com a Inglaterra.
Às coisas são o que são, é não o que
devem ser.
Os lobos não se comem ans aos OU-
tros,—diz sentenciasamente o velho pro-
| verbio portaguez.
— E sympathico o Transvaal em de-
feza da que elle chama as suas liberda-
des nacionaes, não ha duvida.
Mas fiquemos só nisso.
CHRONICA
Castello Velho, 13–12–D9. a
A chuva arrebatada d’estes ultimosídias
tem sido d’uma impertinencia estupefaciente.
A insuavidade d’este tempo rouba aos agricul-
tores a sua opportiaa actividade, que mais que
purica,a ateual colheita d’azeitona tanto reclama;
protrahindo aos cacheticos, como eu, dias d’
uaraborrecimento abominavel.
Bellesas do inverno que só approveitam aos
burguezes dos grandes centros, frequentando
clubs, cafés, theatros. etc, Cc.
A sociedade -certainha já partilha d’esses
bellos confortos, principalmente os rapazés que
passam uma vida despreoceupada.
No domingo tive occasião de avaliar O VÍVEE
d’um punhado de-moços, alegres, cheios de
vida, brotando amor por todos Os poros. á
Convidado pelo meu velho amigo Adrião,
fui passar a noite de domingo abi. Fomos vêr
os «fantoches» e d’ali para uma ceia obrigada.
a lombo e torradas com chá.
Que meute |
A” falta de melhores acepipes. tivemos a
e se
“Transvaal,—mantem-se agora friamente à ‘ iad
E idade ai a. : suctes ede rap) escas, boas piadas e então serventes,
silenciosa, recebendo em paga da má attt- | nal sangrou dolorosamento, é a bandeira Nada de correr à opa Ea E É | lhe tirar 0 chapem. -.
“dar ac mundo que queremos a vicloita | aum idos meus lados estava 9 bohemio do
dude a segurança-das ilhas Samõa.
âdeias oferecem todos os prismas, desde |
o anarebismo de Bachormine e de Kro-
polkine-até ao socialismo sympáthico de |
Novicow, desde o sentimentalismo vago: |
«de Tobstoi atéas doutrinas profundamen |
te conservadorasdos seusburocratase dos |
seus sacerdotes—, a Russia, que sonha | É
“futuras grandezas, finge interessar-se ,
pela questão do Transvaal, simplesmen-
te paraque a-deixem elaborar socegada- .
mente à sua-organisação interna e a dei- |
«em consolidar o seu poderio nas ien-
«giquas regiões da Ásia.
Só a França, a doida-detodos 08 tem-.
pos,
este momento.
parece desvairada mais uma vez n:
Só a França, como in-‘
«cidente de Fashoda a pesar-lhe ainda no |
A Russia, — vasto imperio onde as | nugelica e
| a França, nos lançou na lamentavel el-
da patria involveu-nos à todos na mes- |
doce lembrança d um pas- |
sado glorioso. Olliamos então com espe-
rança para todos as lados. Mas . . quem
se mecheu em nosso favor, quem vibrou
um grito de indignação positiva em prô
da nação opprimida? —Ningaem. Vie-
ram-nos muito boas palavras da opinião
ublica europeia; mas de obras. ..na-|
da! Tal attitude estava na coherancia da
propria logica.
“Quem, como à Allemanha, nos rou-
bou descaradamente abahia de Kionga, |
sem tentativas diplomaticas, quem, como |
tuação creada pela barca «Charles et |
Georges e recentemente nos fez engu-
lir o affrontoso incidente Casimiro Pe-.
rier; quem, como a Katia, nos cobriu de |
da Inglaterra ou do Transvas!
Cada um que se governe; é, tas n08-
sas condições, sob pena de riscos pata
todos calculaveis, não podemos nem de- 1
vemos dar auxilios de valor à ninguem,
nem mesmo o auxilio moral.
Quem as armou, que as desarme,
Lamentemos sinceramente, como f-
lhos duma raça sentimental e gloriosa,
que tanto sangue se esteja derramando
inalilmente em Africa.
Mas. de resto, involvamos na, mesma
saudação O vigaraso Transvaal que se
debate como um leão indomavel, € a po-
derosa Inglaterra que tem soldados Va-
lentes como os que lutam agora nas
terras d’Africa.
A ambas as nações, o nosso respeito!
Feuctuoso, um dos «habitues» da casa, que
me poz ao facto das evoluções da Lérra.
—Nós aqui passamos bem,— disse-me elle.
A rapaziada de dia mostra-se ás «hellas»; de
noite frequenta O «Gremio», toma café na
Angelina e depois dá «fundo» no «Restauran-
te do Sequeira» caiando ou tomando chá: com
as competentes torradas.
—Boa vida, sim senhor, é o tempo chega
para tudo ?
—Ora essa… todas as notes aqui somos
“erentes»,—salvo meras «hypotheses». ..
O jbreve dialogo que tanto me interessava
era continuamente intercetado por frescas pia-
das, que a modesta, mas substantiosa ceia
inspirava. O Chico estava livre de enchaque-
cas e 0 Adrião espirituoso como sempre.
A satyra do Zeferino, contrariava sobrema-
neira- os eleitos das «manas», para quem,
ao mesmo tempo se volviam 05 olhares mali-
ciusos dos amigos Rossi € Bastos, com certo
derespeito para com OS apaixonado Be».
simulava uma furiosa
«coração, barafusta agora por todos os mo- injurias, só porque o nosso rei não foi me Emquanto o Henrique
“dos, em indignação, não poupando aos | Visitar O dela, em obediencia a pres-| IMAGENS loucura, de que se saiu com habilidade, o Gus-
tavo, dizia à tudo—«explendido!» —com uns dr-
seus resentimentos-a veneranda rainha
«da Inglaterra, que o mundo ccivilisado,
cripções diplomaticas, imperativas é ab-
solutas para am pais pequeno; quem,
Devem chegar por estes dias a esta
villa duas imagens de tamanho natural,
rancos de confusas gargalhadas, que se per-
diam rmanito ao longe…
são obstante os antagonismos de Taça, | como a Hespanha, escarrou sobre nós sda! Sole Depois d’um indistinctivo palratorio, foram
está de ha muito habituado a respeitar, despreso e fanfarronice, precisamente representando Nossa Senho! Na E a levantados dois calorosos brindes: ao promotor
Quando uma nação chega à um tal | na hora em que a alma portugueza lhe | dade e 8. João Evangelista. das escul: | qa ceia, e, com especialidade ao offerente do
ponto de desvairamento, a diplomacia a- | dava à sua sympalhia incondicional, e, | turas de alto merecimonto. | lombo, sentindo todos nós, não podermos n’a-
O nosso collega «A Provincias refe- | quelte momento ir a Alvaro agradecer-lhe 0
bandona-a, e reserva-the dias amargos.
Já se manifestam os primeiros pro-
muncios desta provavel solução.
Lord Chamberlain, que, na hora pre-
sente, symbolisa as tendencias da sua
maça, acaba de lembrar à França em dois
discursos, solemnes e notaveis, que não
geem, caido em sêcco as injutias d’esta,
que, em nada, correspondem a verdadei-
ros principios.
— As palavras do ilustre estadista in-
“glez, embora não corroboradas por Ot-
gãos diplomaticos, indicam todavia as
vistas de approximação entre a Iuglater-
ra, a Allemanha 6 os Estados-Unidos.
E não admira,
Os publicistas mais graduados d’es-
“arcastada vergonhosamente aos olhos do
o que é mais, quando essa nação era
mando, sob a superioridade militar dos
Estados Unidos.
Quem assim procede, —disemos —,
não tinha o direito de reclamar contra
uma nação, que, não vbstante ofender
os principios do direiio internacional,
observara todavia ainda uma formula,
mais ou menos reconhecedora de sobe-
rania nacional e colonial, como é, evi-
dentemente, o «ultimatumo.
O fundo humano é em toda a parte
egoista e ambicioso; e as nações nas-
cem d’esse fundo, e a elle se amoldam.
Nada, pois, de sympathias exclusivas
re-se deste modo á sua execução:
Nas officinas do acreditado escultor Sar.
Celestino Queiroz, da rua do So, estão expos-
tas duss imagens de S. João Evangelista € da
Virgem da Soledade, que se destina à uma
parochia da Certã, para onde seguem por €S-
tes dias.
São dois trabalhos que estão
tratados, tanto na escultura, do .
como na pintara do sur. Diogo Sampaio, dois
artistas sobejamente conhecidos € apreciados.
Os vestidos das imagens são confeccionados
pelo paramenteiro sn. Julio Machado, € as
pratas do fabricante shr. Candido Correia.
correctamente
mei CEP ——
Já regressou de Eicucitó os Vinhos
e practicas por esta ou aquella nação.
| 0 nOss0 amigo Jayino Maria.
«nr. Queiroz, .
magnifico presente.
Pela minha parte, receba sua ex.* os meus
agradecimentos; €, oxalá que brevemente Os
tenha de renovar. ; É
MANEL FENÃO.
Regressou dOleiros a ex.” st* D.
Julia Moura.
Tem estado doente o inteligente fa-
cultativo desta villa o sr. dr. Erhardt.
Melhoras rapidas é o que lhe, deseja-
mos.
mm mem ee
Foi approvado o orçamento municipal
de receita e despeza para O próxumo
EA
EA@@@ 1 @@@
MARCO POSTAL
OLEIROS, 13 90
Realizou-se a festiviladde em home.
nagam à Padrociro do teino. Ollicioa |
o reverendo sr. padre Pinto, acolytado
pelos reverendos padres Durdos e Bara- |
ta Dão. Disciirson o bem conhecido e:
apreciado orador, reverendo padre Lanz.
—=() nosso bom amigo e sr, padre.
Pinto ‘Albuquerqua, esteve incommoda- .
do de saúde, continvando quasi restabe- .
legido; sãa mãe vae peor da doença que
de ha muito a marlyrisa, O que deveras |
pu
Em Lisboa, onde aclúalmente se
ao tambem esteve gtavemente enfere
mo o habil pharmacentico da Sobreira –
Forinosa, sr. João Cardozo. Apelece-.
4
mos-lhe o mais completo é rapido res-.
tabelecimento.
— Tem estado de cama o sr. J. E:
Brêda do Mello.
— Quasi na totalidade, estão efilres )
gues na recebedoria do concelho os co-
nhecimentos para a cobrança das Con- |
tribnições do estado, pelo lançamento
das matrizes.
— Voltoú a esta terra a ex.”
Maria de Carmo R. d’Andrade, do logar
PArnoia. |
bip as
VARIAS NOTICIAS
BAPTISADO
Baptison- se no dia B, na egreja ma-.
triz de Figueiró dos Vinhos, com o no-
me le Mura Helena, uma filhinha do:
nosso amigo st. dr.
Marinha inteligente, advogado n “aquela |
Comarca;
Foram rt da neophita seús:
avós, a ex” gs” D. Rita Fernandes:
Gontalves eo A de. Guilherme Nunes
Marinha,
Foram Waqui assistir áqueile acto, d’
onde já regressaram, as ex. sr D..
Maria de Sande Marinha, D. Maria.
Olympia de Sands Marinha, D. Virginia
te Sande Marinha, D. Esnestina de |
Sonda Marinha, D, Latra de Sande Ma-
rinha, D. Matia Rosa Gonçalves, e os
meninos Ezabel de Sande Marinha e Her-
mano de Sande Marinha.
Ãos paes da gentil ereanta, a quem
agotiramos mil feticidades, os nossos |
parabens. +
di
FOLHETIM
Una flor d entre 0 gelo
+
O cahir das folhas, ‘o deseniorar das Yelvas,
os gemidos das aves, e as sombras errantes
que ds núvéns projectávami pelos enmpos, tu-.
do prretia harinonisar-se tristémente Com o
seismar inlerrogativo do velho, com o suspi-
rar do mancebo, com as lagrimas da
e com o abraço convulsivo. da mãe, cifigindo
ao seio, eh uth plirenctico movimento, as ca-
beças louras das creanças que lhe sorriam.
Ea a vida a declinar; a consciencia de um
fin proximo a reprimir aspirações & um longo
futuro de mais prazeres e gosos,
Vacilantês entre um passado risonho e um
porvir tenebroso e incerto, entre o que foi e
o medo do que ha de ser, esses pobres des-
confurtados sorriam ainda, animavani-se, das ;
vam uns aos vllros Esperdrças que não sen-
liam em si.
A’s vezes desappirecia dê entre elles um
resto conhecido, fechava-sê uma casa,

Sar,
Aceacio de Sande
donzella
| alegrias.
* GAZETA D St PR ONT 1&
LA DROAGEM
*Chamainos a altenção das anetorida-.
les competentes, para os desenficiados
Labusos que se pralicam nas proprieda-.
des partieniares. Bandos de menores in
festam os olivaes proximos desta vila,
apanhando a azeilona que devido às ul-
Hint 13 tempestades tem cahido abandan-,
tenrente, aggravando assim à Visto si-
imação dos proprietaros.
Quaesquer medidas adoptadas neste |
sentido seriaim de grande utilidade; pois;
chefes de família ha, que, não possíin-
do uma unica oliveira, hombretam em
colheita com os melhozes proprietarios.
Os lagateiros que o digam…
mo mn
“Agnivergarió
» Passa no dia 490 anniversario nata-
leio do gr. Franeisco Farinha David Lei: :
lão, digno vereador da camara municipal.
Receba o nosso querido amigo, a ex- |
| pressão sincera das nossas cordiaes fe.
+ licitações.
rm SO O Aga
ELEIÇÕES
meza administraliva da Irmandade do
| S. Sacramento desta, fregúezia, para
| funceionar no proximo anno; ficando
| eleitos, os sr;
Reitor==Francisto Martins, dº Abigoa-
ria, Thesôuveiro-=Joaquim Afonso Ja-
nior. Procurador — Francisco. Farinha
4 David Leitão. Eserivão-=Fernando Mar-
| tins Farinha. Fiscnes—Joagnim Nunes
e Silva, Manoel Antonio Manso, Manoel
Antonio Martins Valdeira, José Simão,
José Martins, Luiz Farinha e José Lo-
pes.
MontesPio Cortaginónseo .
Realiza-so no domingo pelas 12 horas
da manhã na sala do hospital Festa
Villa, a eleição dos corpos gerentes d’es- |
ta associação, para funteionarem no |
anno civil de 1900.
Clúlb Cortaginênso
Foram eleitos gerentes desta casa de |
recreio para servirem no: proximo anno,
ós srs? dr. Albano dOlivera Frazão,
: Zeferino Lucas de Moura, Antonio Fi-
gueredo Torres Careiro, Francisco
Cesar Gonçalves e Fertando Bartholo,
| direcção, e para o conselho fiscal; os
srs.:—Dr. Guilherme Nunes Marinha,
Joaquim Maria das Neves e José d’áze-
ço o:
nara a incerteza, Ou o arrebatara a morte aos
seus mysterios ot o réslithita à saude ds sttas
E, conforme uma ow outra dessas
soluções, assim o desalento oi a esperaiiça se
divisavam por dias no resto dos companheiros
| que ficavam.
Lettras prayadas nos trôncis das arvores
| atlestavam recordações satdosas dos que ti-
nhom passado sil Os sovereiros e as faias
eram os confideniss silenciosos de muita pai-
xão secreta, de muita illusão desvanecida, de
muito coração despedaçado. Quantas lagrimas
elles linhamh sentido vorrer, ao receberem
aquellas entgmalícas memorias de um ser au-
sente que chorava tambem, ow, amarga idêa é
(Quasi sempre mais verdadeira, que se esque-‘
ciá é que por isso mésmo mai: amado ecra
ainda! Mysterios do coração!
Essas letiras, destinadas a dnrar talvez
mais do quê a mão que as gravava, dotunten
tava muita historia triste, dramas ignorados,
cujo ultimo acto se representara n’esteg si.
déiros vestígios.
Nas paredes caiadas da capetia do monte o
lapis reprodutira mentorias eguaes ás que se
viam gravadas nos troncos, e outras niznos
Reselvera-se para esse o problema, termi- | concisas, que mais facilmente trahiam O pen:
E ORNTA
| Villa de Rei |
Está promínciado n “este Juizo pelo |
arime de avrombamento. e roubo, prati- 4
lo annos,
“doa dos modos-mais variados,
po DR Zen ma
1899
Fito ie
Devo ter logar, âmanhã, em Lisboa,
à enlace ain dar qe gui Ty
Guilhermina Angusta de Portugal Da.
ro, com or. o Affonso Me NitEs Cid,
fncultativo – do pagiido de Figueiró dos
Vinhos.
— asse
Sabin para à capital. o Trosso aínigo
gr. dus [E briel da Fonseca Diniz.
2
Pen entrada a dani dieta ilhas Jo
treé Gabriel Rc conhecido por José-
João, matiral da Fundada, concelho de
cado n’aquelle Jogar em 1895 e foi cap
nirato em Abrigo Galega: Asspéqueni- :
mento-do sra; delegado: do: Procurador |
| Regio desta, Comarta.o:
Aconpanharam o “Preso de Lisboa até |
| aqui, dois soldados um-cabo de infan- |
teria 5 eum official decidiligoncias da,
Relação de Listoa. O foragido. estava
| cumprínio pena correctonal na cadeia dd?
à aquella villa, pelo crime e ollensas. cot-
No domingo teve ne a eleição da. E
prada
É a to É E – à 4 a
CONTEA O CELIBATO
0 governo argentino. acaba. do pro- |
mulgar ama dei trbútando os celibalari- ;
08: des mais de 20 anos é de mênos de.
80, A contribuição é paga até ao dia em
que elles se. resolverem a
estados
“Entreas 75 e 80 a annos é e dimiúliio :
o imposto; entreos 50 e 75 é já maia
pesadinho; em quanto aos solteiros, é |
mais sério: pagarão pôr mez 258000.
réis,
Os vitivos são dispensados, só por
“de casar otitra vez, & as Viú-
NAS, deixarão de pagar, linposto BO que
dps os 90 annos. |
Antes dessa edade,. serão. nie |
das velibatarias à e por consequencia tri-
| bitadas.
4
O art. 5º da nova oi diz
“Os geliboatios ia e mulheres,
| Que sem razão quslificada, se regusarem
a aitender os que as’ pedirem em Casa-
mento e se megarem a contrahir malri-
monio com. outra qualqner, | pessoa, se-
rão: condemnados à milta de 500 du-.
ros, que serão enlreuues à pessoa cuja
io loi »ejeitada. »
aê Ee Jantar De
samento quê asdittaia.
Inseripções innumeravêis, irregulares; atmon-
toadas, per Vezes illegrveis, cobriam-as até à
altura que podia attingir o braço.
Phrases cortadas, exprimindo inuito, tras
deixando ainda mais a adivinhar? confrantações
dé nomes, que dennciavarm wma historia in-
teira; duvidas forinuladas,
é lerriveis estados da almas apostrophes im-
pias, dictadas pelo desespero; canticos reve-
rentes, inspirados pela resignação e pela fé…
-=de’tido se via alh. A elegia fúnio à ode;
“a ‘satdado e logo iapósva esperança; o scepli-
cismo que fazia estremecer,a: Grença- Gonsola-
dora, expressos por todas as formas, contebi-
) “nagrrvám elo-
quentemente à historia docoração himano nos
mais solemnes momentos cida – sia , Pya E
multuosa e apaixonada.
t
Era mais do que curiosa a leitura duquélie
album singular; eia instructiva e altamente
“philosophica.
tios, que assim conservavamm delle os en Y
Sé-se podeisem plinitrotodoB eus lrapimens
tos dispersos, completar as phrases interrom>
pidas, preencher as lacunas, adivinhar;o nexo
| les, ber-se-hia inslitudo um profundo estudo
mudar de)
indicio de- violentos |
tysterioso de certas idéias apparentemente |
“sem relação logica que às fizesse dependeh-
CANCIONEIRO
BERBNADA é
| Cahin do-cet time estreita,
| Ai que et bem 8 vi tombar,
| Erga noite pura e bella,
t Murmuravã go longe o mar;
| Era tado cxtsi e calma,
Perfame, encanto & fulgor.
Só no fundo da minha alma
| Que dasconforto e que dor!
Dotme é sonha, minha delik,
Embaliada ão som do mar;
“Cabta do ceu uma estreia;
– Triste do que à vit tombar,
Era tmi estrela cahidas
Uma entre tantas não ais!
Eratuina-iltisão perdida,
Um só ai enire mil ais]
E has de viverZorivrado
Louco, incerto do coração,
Só por um. astro.apagado,
Por úma morta visão?
—Doórme e sonha, minha bella:
Que chora ao longe 6 mar!
Cahiu do ceu uma estrélla, |
Aide mim que a vi tombar!
dA uthero de Quental
Garatujas
Esteve bontem tia Tenda das Ollarias,
relrescando a «amisidade», o nosso ami=
go »Z6 Bottas»;
Dão-se alvigçaras a quem achar à bor-
la do carapuço do sr. Bastos.
— Eme
* Janão tem logar o assasinato do »Cha-
to Maroto», graças as empenhoeas feme-
ninas..»
E então que amórle mactacas lhe
proporcionava 0 sem feroz canniball. vo
Amanhã ha >soirées no qjdintal do
Gustavo, obrigado a lúva branca. As
“amas da »Comcada+ preparam-se para
| grandes surpresas. Agrdecemos o con-
vile, DASMEDETAAODE, asepenhoras» Fed
À aesirélia das sopeirass, lraliu O
Adonis das ditas, por causa do for-
“moso Esculapio.
Nada do duelos. e
nai =
Domingo temos» mariorteltess com
piadas a «fim de sieeles:. ve towrada, á
“«Pae Paulino»;
A ros torós niiosl ça
psychologico e a mais a analyse dos af-
fectos que dominam a existência do homem.
Por mais do que um motivo se toriava pois
“curioso 0 Ingár, ofile as exigencias da narra-
ção me obrigarama transportar. immaginaria-
mente O leitor.
ni
Itompeta alegro a madrugada dê itm dos
mais beHos dias do ontomno:
“O orvalho goltejava ainda dai folhas das
arvores sacudidas pela briza matinal, é as gôt-
tas límpidas e oscillantes parecia fhelamor-
phosearem-se eim rubis, saphiras é esmeraldas
ao refractor os raios da Hz solar.
2 Era encantador o aspeclo da coilita n’a-
gbelia manhã; semelhava a donzeliá qua,
“brincando, desenfion o selt collar de brilhan-
“tes é ds sóliou em desordem pelos cabellos;
pelo seio e pelo regaço, d’oúde; ao menor
movimento, lhe rolam até cahirem no chão; ‘
Os primeiros cálores do diá erguiam já doi
alles o sendal de nevoas que os envolvera;
e, dissipardo-as na almosphera, Lemperavans
de linlas mais suaves o azul escuro do céo;
Sobrepostas às serranias que hmitavad d
horisonte, divisavani-se grandes massas ‘ dé
nuvens, cujos reflexos” à luá oritutal lhes dasdas@@@ 1 @@@
| GAZETA DAS PROVINCIAS–CERTA 15 DE DEZEMBRO DE 1899
tgp
Sciencias & Letras
O CÃO DE BORDO
– Vae em breve partir para essa empre-
ja louca e temeraria, que immortalisou
um povo, à frota de D. Vasco da Gama.
Aa naus e caravellas fundeadas no
Restello esperam apenas que amanheça,
e eil-as já de prós erguida para na sua
pequenez e valentia affrontarem esse
colosso ingente que, como a iludilas,
lhe geme agora brandamente aos pés.
Vae emfim D. Vasco realisar o seu |
ambiciaso sonho. E
E entratanto apesar das inntneras
Vantagens qué Esse feito heroico podia
fruzer a quem O Nzesse, grande difficol-
dade tinha tido D. Vasco para êncontrar
“quem o acompanhasse na lucla imimen-
‘3a que ia emprehender.
Conseguira com tm trabalho mais
“que arduo arranjar a tripulação para as
suas nats, mas essa tripiilação toda de
elementos heterogeneos e desconhecidos
era mais am perigo a acrescentar áquel-
Jes quasi inevifaveis que a empreza lhe
‘offerecia. Mas elle a nada attendera, Do-
minado, impellido pelo set sonho já an-
tevia ao longa essa auréola de gloria,
fama e riqueza que a sorte lão amarga-
mente roubára a Bartholomen Dias. |
Ao amanhecer do dia seguinte partiu
pois à frota: «=
E aos murmurios da praia do Restel-
jo respondia apenas na sua immensida-
eo valor e a coragem d’esse bravo,
enjo coração ao partir não trepidara um
instante;
pd Te Fr
“4
E a nau S. Gabriel o navio de Vas-
co da Gama partiva tripulado por gente
para elle desconhecida. |
Só João o pequenino grumete lhe era
parlicularmente affeiçoado.
Encontrara-o um dia vagueando na
praia com os seus grandes olhos negros
filos no horizonte, como que a prescutar
se alem, muito além, haveria para elle
alguma coisa de melhor que este mundo
de dôr e agonia. .
Acercara-se delle, n’um impeto de
‘compaixão pela lristeza infinda gravada
na face macilenta d’aquella creança e ao
‘onvir à historia simples é commovedora
d’aquella vida propozera-lhe partir com
elle em búsca de gloria é de Tortina.
João aceeitara com os olhos matejados
‘de lagrimas mas impozera como unica
condição levar «Nero», um terra nova
q dA aC» q ge acê dsero
ue
va a apparencia dos altos gelos que corôam
as cristas das montanhas: Re
llludidas por estes simúlactos de primavera
‘as proprias plantas pareciam renascer. À sei-
ya affluia-lhes de novo aos ramos despidos, e
‘desenolvendo-lhes os gomos, revesliasas de fo-
Jas, desabtochando-lhes os botões enfeitava-
‘se flores, de € Os insectos, surgindo uma vez
ainda do lethargo insipiente, adejavam em
torno & corolla humadecida que lhe patenteava
“o» nectarios. Re
Sorria a natureza ainda, tias havia O qhe
quer que era meige e melancholico fi’aquelle
sorrir, Eram como as alegrias placidas do
enfermo, victima d’uima deença fatal, a quem
à mais ephemera remissão laz tonceber os
prazeres Sa tconvalestehça, mas sem que o
posa iludir. Rs
Ameaças permánêntes no meio d’esta tran-
quilidade geral, eram, no horisonte, às nu-
vens, como gguardando só por um sighal para
invadirem o espaço, e um tumor longiquo e
monotono qiie de quando em quando os ven-
tos traziam aos Ouvidos, como o grito de féra
aprisionada—a voz prophetica do mar pre-
goando tormentas durante a bonança que mo-
mentaneamente reinava.
A vide de campo manifestava-sé toda nas
| que era o seu unico amigo n’este mun-
do. Com elle repartia as suas magras só-
pas, com elle desabafava: as suas dóres
lão grandes. |
Pedro, o contramestre, era o chefe
dos subalternos da tripulação da S. Ga-
briel homem do mar, rude e endurecido,
reunia a par duma pericia inegualavel
para lidar com as ondas, uma alma de
bronze e um coração empederuido para
lidar com os homens.
No eurto espaço de tempo que a fro-
ta levava de viagem conseguira ser res-
peitado e timido pelos seus inferiores.
D. Vasco reconhecendo nelle dotes
valiosissimos appoiava-o sempre com a
sra amhoridade se bem que a figura
mesquinha e repagnante do contramestre
Hre fosse altamente antipathica.
sda alma voltava um odio de morte a D.
Vasco e a Indo quanto era querido.
João era quem mais que todos sentia
os effeitos d’aquella raiva sovda.
O contramestre com o seu ascendente
sobre a tripulação consiguira erear-lhe
a inimizade e antipatia de todos.
nho; sobre o monte de cabos que lhe
servia de cama verteu lagrimas de san-
gue, lagrimas que só elle conprebendial
gera,
Ão desalento mudo com que a lri-
pulação embarcara seguin-se a colera
mal contida e agora ja todos murmuram
a bordo,
A tripalação incifada por Pedro re-
volta-se porque perdeu a esperança de
tornar a ver terras
D. Vasco, porém, ignora tudo. É igno-
ra-o porque Pedro o unico da tripulação
com quem communica, continua sendo
para elle bajulador e hipocrita.
Cheio de ambição elle espera o mo-
mento em que pessa subjugar o leão para
passar a ser o almirante, o chefe supre-
no.
E” alta noite. Na coberta conversam
baixinho trez homens. O silencio quasi
sepulcral é apenas interrompido « de
quando em quando por Pedro que do
grupo levanta a voz irada como quem
não ádmitte replicas,
Em roda delles n’uma attitude des-
confiada passeia «Neros mencando a
cauda, Conspirasse evidentemente, mas
D. Vasco estuda no seu beliche e João 0
unico amigo que lhe resta a bordo dor-
eiras é nos celleiros, onde se enthesoúravam
as riquezas do lavrador.
Rizos, cantares, vozérias confusas, com que
por toda a parte na planicie se acompanhavam
os differentes trabalhos das colheitas, cliega-
vam, como mal distineto borborinho, ao altó
da collina onde em compensação reinava o si-
lencio solemne e imponente, porque fallam
os bosques e as lorrentes, porque falam as
aves e Os insectos; mas em que se não onve
a voz humana —.o silencio da solidão.
De facto a collina podia dizer-se déserta,
Era cêdo ainda para o passeio matinal da
pequena colonia de emfermos que a habitava.
O doutor Jacob Granada recommendava-
lhes que evitassem os nevoeiros da manhã, e
poticos ousariam infringir as ordenações do
velho medico, que no tocante a execução dos
seu preceitos dava prova de uma inlolerancia
despotica.
Jacob Granada era um d’esses homens sin-
gulares, que desde a primeira entrevista Dos
deixa uma impressão profunda e indelevel, e
cujo trato continuado, a não se lhe oppór con-
venientemente uma vontade inflexivel e uma
grande força de caraeter, tende a dar-lhe em
predominia tal sobre os animos, que dificil é
mais tarde subtrahir-se qualquer, que por al-
A S. Gabriel leva já um mez de vias
Pedro percebia isso, e no fundo da |
Quantas e quantas Vezes, o pobresi- |
ey
me á proa sobre o monte de cabos, sua
unica cama. f
«Nero» continua apprebensivo em ro-
da do grupo, depois dirige-se à. proa, e
n’um ganir doloroso acorda João, que
se levanta percebendo no olhar do sen
inteligente amigo qne alguma coisa se
passa,
Continuando a latir baixinho-o cão diri-
ge-se ao grupo a pouca distancia do
qual se calla, João segue-o: lentamente,
ofegante, contendo a custo as pulsações
do coração prestes-a estalar no peito.
Percebera indo.
“Occultando-se na somdra dirige-se a
elles pé ante pé fazendo o signal de «Ne-
| ro» para que fosse, –
No grupo falla-se baixo, e elle d’on-
te está nada ouve. ne
Approximar-se mais é temeridade,
podem descobril o, mas João não altende
a nada; está já apenas a seis passos do
grapo.
De repente chegam-lhe ao ouvido as
seguintes e imperiosas palavras do Pe-
dros
«Ha-de ser morto hoje.»
Então comprehendendo à immensida-
de do perigo que corre D. Vasco, não
consegue suffocar um grito que lhe saé
espontaneamente dos labios.
À esse grito responlem trez impreca-
ções e os do grupo fogem deixando
apenas Pedro que se lança d’um salto
sobre o grunretesinho.
Trava-se então uma Jrcta. medonha.
A astucia e a força. «Nero» ladra furio-
samente; Na imão de Pedro Inz uma fa-
ca que em breve se enterra até ao cabo
no peito de João.
Ao barulho. enorme. produzido pela.
refrega accorsem todos, D. Vasco vem
na frente, quando o vê, a heroica crean-
ça, que ferila, embora, continmmava pele-
Jando, vacila e cae dizendo «Morro por
si, capitão». eia
D. Vasco lança-se cego sobre o con-
tramestre e domina-o com a sua força
herculea ante a tripulação estupefacia.
Estava suffacada a revolta.
dis el ala da 46 nl vio quê grénd E à o “dota aa é a
E então esse lobo do mar que affron-
tara intrepido as furias do oceano teve
uma lagrima de reconhecimento e sau-
dade quando ao baixar os olhos deu
com o grupo formado pelo cadaver já
frio d’aquella creança que morrera por |
elle, e de «Nero» 0 seu unico, o seu
verdadeiro amigo.
VICTOR DE LUGENA.
gum tempo se lhe sujeitou, a tão poderosa
influencia.
Se o poder magnelico tal como o concebem
os mais credulos e ardentes apologistas da.
phantastica arte de . Mesmer, fosse uma reali-
dade e não uma simples creação de visiona-
rios, decerto possuiria Jacob Granada essa fa-
culdade superior no-gráu mais elevado.
A inegavel influencia moral de caracteres
como estes pobre os menos rijamente tempe-
rados explica, e-até de alguma sorte justifica
a origem dessa singular. doutrina, que a aura
popular, favoravel a todas as idéas novas e
extravagantes, tão exlraordinariamente propa-
Bou.
Em Jacob Granada auxiliava ainda a influ-
encia d’essas qualidades moraes, um conjun-
cto de caracteres physiognomonicos, que não
podia deixar de ferir a imaginação menos su-
jeita a impressões d’esta ordem.
Os lineamentos: predominantes da taça is-
raelita, da quel á família delle originaria-
mente procedia, desenhavam-se-lhe accentua-
dos nas feições angulosas e expressivas, im-
primindo-lhes um cunho de nacionalidade, cu=
ja interpretação não podia enganar.
Sabre a fronte, estreita, mas elevada, alve-
| javam-lhe em raras e desordenadas madeixas,
1
E a
LUZ ENGARRAFADA
Um periodico de New-York, dá con-
ta dum novo invento americano, o qual
consiste em obter uma luz magnifica por
meio de rexeções ehimicas que se effec-
tuam dentro de um globo de erystal-—a
«luz engarrafada», por conseguinte !
Com essa luz, uma vez engarrafada,
é inextinguivel, claro é que são muitas
e muito variadas as applicações que po-
derá ter lão curioso invento.
Toda a gente poderá trazer na algi-
Deira um raio de sol para iluminar as
paragens mais sombrias.
: io a
PENSAMENTOS
Os homens passam a vida a desejar 0 que
não leem, a fazer mau uso do que irem e à
chorar o que já não teem,
a
As mulheres parecem-se muito. com as cre-
anças que caem e se levamtam sem chorar,
se não ha vinguem ao pé dellas que as lasti-
me ou console.
Ed e
O amor, que é a historia da vida das mu-
lheres não passa de ser um episodio na vida
dos homens,
*
O casamento é a traducção em proza do
poema de amor.

Comprehender-se bem é quasi amar-se.
Curiosidades
Dotes da mulher
Ha tres coisas ás quaes a mulher se deve
parecer
—Em primeiro logar deve parecer-se com 0.
caracol, por guardar bem a casa, mas não de-
ve parecer-se com o caracol em levar com-
si ludo quanto possuo.
—LEm segundo logar devr parecer-se com um
echo que não fala senão quando lhe falam,
mas, ao controrio do echo não deve ser a
ultima a fallar,
—Em terceiro logar deve ter a exactidão
o a regularidade d’um relogio de torre mas
não deve, como o relogio, faser-se ouvir em
toda a; cidade.
eo
ADUBOS CHIMICOS
Brevemente ú venda na loja
de Alb:no Ricardo Matheus
Ferreira-——-Certã
O AMANTE DA LUA
Traducção de Silva Moniz
-Decimo quinto volume da colleeção, illns-
trado com magníficas gravuras, &o réis por
semana em Lisboa Porto e Coimbra.
Nas provincias, fascículo de 96 pag. 120
rs. de tres em tres semanas,
mer
assa
mas murera
sã coma
as mais formosas cãs que ainda adornaram a
cabeça do ancião. Os labios delgados e de-
primidos nos angulos por coutracção habitual,
denunciavani’ longos habitos de reflexão e de
reserva, que effeclivamente lhe estavam na im-
dole- No nariz havia completa e absoluta con-
formidade com o do typo judaico, e os olhos
pequenos, mas ce uma vivacidade de fogo,
exprimiam a intelligencia e a subtileza de es-
pirito, que um conhecimento ulterior não des-.
mentia n’elle.
Era excessivamente magro e um (tanto cur-
vado pelas fadigas do estudo e pelo peso dos
sessénta annos de vida trabalhada por inces-
santes esforços physicos e intellectuaes; não
obstante, nnnca deixara de observar-os mes-
mos “habitos laborioso, que eram já para elle
imperiosa necessidade.
-Ao romper do dia o jornaleiro encontrava-o
nos caminhos com o vestido negro e singello,
no qual conseguia combinar certa severidade
com um não estudado desalinho, e correspon-
dendo sempre às saudações por uma phrase
invariavel, ou um simples e distrahido movi-
mento de cabeça.
(Continúa).
JULIO DINIZ,IZ,@@@ 1 @@@
qo
OBITUARIO
Reslisarem-sg, no n.ez de novembro no ce-
miterio municipal desta villa, os seguintes en-
terramentos;: E
Maria Bronca, de 75 annos d’edade, nata
ral dos Vaulles de Cardigos; José Farinha, de
93:4mnos, natural Aldeia Fundeira da Ri-
beira; Clementina, menor, do dito logar é Be-
nedicla; menor, desta villa.
merece
ESTRANGEIRO
INGLATERRA E-TRANS WAAL
Novas polícias procedentes de Molteno, am-
pliam “e completam os porménores já sabidos,
sobre’a derrota” experimentada pelos inglezes
Strmberg. Im
O general Galacre saiu de Pieterskraal, on-
detinha: auseuqnartel general, no sabbado,
ao. maio dia; ‘á frente «Puma columna.camposta
dum batalhão-de fusileiros«de Northumberland,
outro batalhão do Royal Irish Rifles, infanteria
montada e duas baterias de artilharia de
campanha.
As tropas’-foram «em: caminho de ferro até,
Molteno, d’onde sairam às 9 da noite, empre-
hendendo uma marcha aspé de sete horas, ao
ládo das quaes- descobriram: uma cespecie de
valle, em cuja extremidade se descobria, des-
tacando-se no fundo do céo, o cimo do Rosi-
kop, que–constituia a principal posição dos
boers. :
Começava a despontar o dia
A column ia formada em ‘filas–de quatro
homens, A” frente marchavam os irlandezes
Seguiam-os os-fusileiros de; Northampton.
Na rectaguarda marchava a artilheria.
“Precisamente no instante em que os fusilei-
ros irlandezes, precedidos pelo general Gala-
ero e o seu Estado Maior, entravam no vallo,
os inglezes foram recebidos por um fogo tão
nulrido” quanto inesperado, que partia do seu ‘
flanco direito. :
Apezar da rapidez do atáque, não se pro-
dúzin confusão nem movimiento algum na co-
Juma, ;
Griscre mandou as suas tropas formarem |
em combate, 6 20 cabo ds alguna momentos | he da Certã à 2 da tarde e chega a Pedro-
| cam ás 6 e meia da tarde; Suhe de Pedro-
gain às 7 da monhã e chega a Certa às 10
o fogo era geral.
EA artilheria ingleza collocou-se n’uma emi- |
nencia siluada á esquerda, emquanto ‘a’ infan-
terin destacava os seus.atiradores, lançando-se |
ao assalta na collina que os botrs occupavam.
Estes, roceberam os seus inimigos com um
violentissimo fogo; mas “os inglezes prosegui-
raniomosimento de avanço e apesar da as-.
pereza do terreno conseguiram «chegar até
esca-altura, –
E=Eulão as forças britannicas notaram que es-
tavam completamenta no centro d’um encar-
níçado tiroteio. As descargas de fuzilaria suc- |
cediam-se, sobre eles, simultaneamente, pe-
fo: flancos e peia rectaguarda, de fôrma que .
se viram obrigados a bater em retirada.
Durante este tempo, os canhões inglezes Li-
nham aberto -o fogo contra as peças boers, ‘
travando-se um prolongado duelo entre as
dusacartilhérias. cam
; Reconhecendo que era inexpuguavel a posi-.
ção occupada: pelos boers pela superioridade |
das forças inimigas, a-mfanteria ingleza, «com
um canhão Maxim, récebeu ordem de se reli-
rar sobre. Molteno; emquanto-o resto da arti-
lheria: procucava cobrir o movimento da infan-
teria.
0, cânhoneio, ingléz era vivissimo. Apesar
d’iasy, os buers levaram os-seus canhões até:
á beira daeminencia que dominava o valle de |
que já fallamos, e deivaram de granadas a co-
lumna-ingleza que -se-encontrava no fundo do |
val 459
muito mais-dos. inglezes, netralharan-os sem
dó, nem piedade, forçando-os a fugir em. de-.
baudada, apesar de quesoigabinete de -Baint
James pretende fazer acreditar. As tropas=bri-
“tabnicas regressaram a-Molteno «ás 41 horas
da manhã, depois dejuma-ausencia de 30 ho-.
ras, tres das quaes se. passaram «no. lerrivel
combate-gque temos narrado.
O governo inglez; para attenuar a derrota
declara que os boers eram maisde-6:000 e-que –
estavam em posiçees inexpugnaveis. Parece,
porém, que os boers não eram lão numerosos.
As haixas inglezas na batalha de -Storm-,
berg são, segundo as ultimas noticias forneci-”
des pelo ministerio da guerra as saguintés:
Do batalhão-Royal Irish ) Rifles o coronel:
GAZETA. DAS PROVINCIAS—CERTA
Eeger, commandante Seton, eapitães Buil é
Kelly, tenentes Stephens, Stone e Maynard,
— mortos. x
Feridos: capitão Weir, Lenentes Christie e
e Roduey.
Desapparecidos
soldados.
Batalhão de Northumberlánd: commandante
Stevens; capitães Floteher e Morley; Lenentes
Wekr, Coulson e Radehff.
Desapparecidos (isto é: prisioneiros):
soldados.
Feridos: tenente de artilharia Lewis e com-
mandante Parceval. s
(lein-se prisioneiros): 290
306
AREIA LCE——
KALENDARIO DE DEZEMBRO
Sexta-feira 1| 8145/22/29
Sabbado 21 9/16/23130
Domingo 3/40/47/24|31
Segunda-feira |4|414/ 18/25 |—
Terça-feira 5/12/19/26) —
Quarta-feira | 6/43/20/27|—
Quinta-feira 714 |24/28] —
k L. nova às 6h. 37 m. da L.
12 O. cresct, às 5 h. e 35 m. da m.
18 L. cheia ás 9 h. 28 m. da L.
26 O. ming. às 9 he 3 m. da m.
e
age E
SERVIÇO DE DILIGENCIAS
“Da CERTÃ a TOMAR (via Sernache de
| Bomjardim, Valles e Ferreira do Zezere). São
he da Certã ás S-horas da tarde e chega E
Thomar és 9::da noite. Sahe de Thomar ás b
da manha e chega à Certã 12 e meia da lar-
de.
Da CERTÃ a PROENÇA A NOVA. Sabe da
Certiá 1 e meia do larde e chega Proença
| ás 5 da torde; Sabe de Proença às 8 da ma- |
nhãe chega à Certãás 9 e meia da manhã.
Esta ciiigencia communica com a de Proençá :
a Castello, Branco 1
Da CERTA a PEDROGAM PEQUENO. Sa-
da manhã.
15- DE DEZEMBRO DE 1890
PYROTHECHNICO
CERTA
David Nunes é Silva, com oficina dc
pyrolhechnia, endarrega-se fornecer pas
ra qualquer ponto do paiz fogo darbificio,
com prompiulão e garantido acabamento.
Na sur oficina encontra se sempre um
grande e variado: sorlunento de fogo de
estoivos, é foi della que sahin o logo
queimado nos centenarios: – ANTONINO
– GUALDIM PAES – e da INDIA, (n’es:
te sómente de estoiros é balões). cujo
effeito tem sido applanlido peto-publice
e imprensa.
PREÇOS SEM CONPETENIA
ANTÔNIO LINO NETTO
PRINCIPIOS NOVOS
DAISTIENCIA CRIMLI NAT,
IMPRENSA RA UNIVERSIDADE
COIMBRA
CENTRO COM MLGACIAS
DE
Luiz de Silva Dias
CRRTA
“Completo sorimento de fazendas de
algodã», lá linho e seda, mercearia, fer-
vagens e quinquilherias, chapeus, guarda
achuvas e-sombrinhas, Jeços, papel, gar-
rafões, relogios do sala, camas do feno
e lavatorios, folha de Flandres estanho,
chumbo, drogas, vidro em che ja 6 obje-
etos do mesmo, vinho do Porto, heores é
cognac; livros de estudo e literarios, La-
bacos, etc, Preços extraordinariamente
“baratos e sem competencia,
Agencia da Compauhia de Seguros:
— PORTUGAL
RETRATOS==Tiram-se em diferentes
tamanhos desde 880 reis duzia, garan-
tindo-se a sua perfeição e nitidez,
Encarrega-se de ir tirar photograqhias
a qualquer ponuo Feste concelho, medi-
ante ajuste especial,
4a T;PRAÇA DO COMMERCIO, 1 a 7
ANNUNCIOS
ADUBOS CHIMICOS
para.
Batatas, milho, trigo e oulros cereaes
de pragana, favas, ervilhas, cebolas, )
couves, melões, melancias, oliveiras, elo.
“Vendem-se na loja de
— Albano Ricardo Matheus Ferreira—
107=Bua do Valle 107 A=-Certã
VINHO VERDE DE AMARANTE
Vende-se, genuino, na antiga casa Maria
Molleira, na Avenida Baima de Bastos.
EDREO DUO URU RU STRASS AT RAT RA TATTOO
“CAZETA DAS PROVÍNCIAS
; ICERTÃ
i RARAS PIRES-—2
“POR preços diminutos acceita
|O irtay | encommendas de impressos ofii-
Por ultimo, tendoros ‘boers tomado posição –
ciaes, factura, bilhetes de visita, |
am outras alturas em que-se podiam: approximar +
participações de casamento, Cir=
culares, prospectos, curtazess
é etc. etc.
ERES VT DT ULO BUT ST PAT SST PDS VADIA
CE CICLENTE
Vende-se uma iquasi nova systenta «Rover>, | mero se faz no nosso paiz, Todos os mezes
pneumatica.
Nesta redação se dão referercias
+» O AMANTE DA LUA
Traducção de Silva Moniz
Decimo quinto volume: da -collecção, illus=
4rado com: maguificas gravuras, do réis por
semana em Lisboa Porto e Coimbra.
Nas provincia, fasciculo de 96 pag. 120
| rs. de-tres qm lres semanas,
ALE ALATIERIA — cosTA
Encurrega-se de fazer todo d serviço
concernente à sua arte, Lanto para esta lo-
calidade como para fora. Garante-se O bom
acabamento e toma medidas em qualquer
ponto d’esta comarca.
Preços sem competencia
CRRTÃ- RUA DO VALLE 62 CERTA
HISTORIA
| DOS JUIZES. ORDINARIOS E DE PAZ
ar POR
Antonio Lino Netto
| Bacharel formado em direeto e socio effectivo
Jnsututo de Coimbra
Vende-se na livraria França Amado
—LCoimbra. Preço 400 reis. —
ATLAS
DE
GEOGRAPHIA UNIVERSAL
DESCRITIVO E UNIVERSAL
Publicação mensal
Contendo 40 mappas expresamenre
| gravados e impresssos a ecres A 70 pagi-
“nas de texto de duas columnas e perto de
300 gravuras representando vistas das
principaes cidades monumentos do mun;
do, pausagens. telvalos ie homens -cele-
bres, figuras, diagramas, ele
ga primeira publicação que neste ge
será distribuido um fasciculo contendo u-
| ma carta: geograbica. cuidadosamente
| gravada e impresa a cores, uma folha de
| 48 paginas de texto 2 coltmiimisto Tou
LA
Lou
gavuras, e uma copa pelo proço
| reis pagos no acto da ent,
RUA DA BOA-VISTA 62, 4º D
LISBOA
cerca ee am em ti pr me a]
COLLEOÇÃO PAULO KOKE
Assigratara exi raordinaria
TIS
Lis
100 RÉIS o fasciculo de 80 paginas, cu 72
gagina: com uma gravura. j
Ane vovos assionantes da: COLLECÇÃO DE
PAULO KOCH oflerees a Livraria Editorá, Gui-
‘marães, Libanio-& 0.º.
“Um briudeno valor de £$000 rs.
A”-esculha do assignante, enlre os seguin-
tes objectos: Um relogio d’aço. Um-magnilito
binoculo. «O crime da sociedades, sensacio-
nal romance de João Chagas.
Lisboa Livraria: Elitora Guimarães,
nio & G,*—Sua de 5. Roque, 110. da
Porto: Livraria E. Tavares Martins—8, Cla-
rigos, Iô.
NCLREDA DAD
NAN
|! j ho À UI)
CERTÁ:
Abel da Conceição FRamalhos
sa, com | ofiicina «de encadernas
dor, encarrega-so do todos om)
Liba-
serviços concernentes a esta ar=
te, por preços modicos tanto ns
esta villa como fora, para o que
tem material apropriado.
TT CAPSULAS TOBNIPUGAS
Prepradas por Manoel Simões Castanheira
Pharmacentica—Pedrogam, Grande.
Estas capsulas, de proparas
ção inteiramente vegetal, são
Cam siftoico soguro e in=
falivol para expulsar à tos
nia (bicha solitnrin); como
“so prova, por viguns at-
tegstundos medicos ||,
PREÇO DO FRASCO 800 REIS
Desconto aos sis. pharmaceuticos
TODO O MUNDO PHOTO-
GRAPIO !
DEPATANT == Apparelho: photozrahico de
mão, 2 chapas, Z chassis, | pacoto
de papel, 1 frasco revelndor, e 1 frasco de vi-
ragem-fixagem == Preço 18000 reis, pelo cor-
reio 1,9100′ reix = Cada chassis supplementar
50 reis. el
LE COMPLET — O mesmo apparelho com
tudo em mais quantidade e utensílios para la-
haratorio. Preço 28500 réis,. pelo correio
28800 reis.,
Compléto e variado ‘sortimento de “material
photographicomsPedidns á PAPELLARIA -GEN-
TRAL de Francisco Barges—2 Rua do. Viscon-
de da Luz—Coimbra.
Precisa-se para casa de homem
só. Weimn pouco serviço.
mºesta reducção se diz.
mete om
IMPOSTO DO SELLO
“Carta ide Lei da 29 de julho de/1899 com
as respectivas tabella e PORTARIA de 6 de
agosto carrente, esclarecendo-as.
Edição em bom papel, ciridadosamente ra-
zista e impressa: sob a direcção de um. fuccio-
nario pratico. io
Recummenda-se, porque-a sua clareza e ni-
videz a torna superior a muitas outras, facili-
tando à procura de qualquer-verba referente. à
| determinado objects e contendo no final umas
pazinas em branco para referencias e annola-
bões.
Promette-se publicar e distribuir no fim do
anDo correntecum= SUPPLEMENTO com todos
os diplomas que sobre o imposto do; sello fo-
rem publicados atérlá, duvidas que a pratica
suscitar, opiniões auetorisadas-e quaesquer
arestos de interesse para a-boa, interpretação
do lei.
Será enviada arajuem remmetter em vale om
carta aquantia: de 200 réis.
O SUPPLEMENTO, porém, sú será remmet-
tido”a quem envir 40 réis para; elle. En troca.
mandaremos uma senha que dará direito re-
quisital-a se; no: principio-do anno de 1900
| não liver dois enviado:
Peiidos-e correspondencia sobre o assumpto
a JOSE MARQUES NUNES DA: COSTA Es-
erivão e Tabellião==EVORA. E
PS = Muilo.conviria reunir na-mesma re-
quisição mais de um exemplar, enviando a sua
importaneia-eni valis vo carta registada. para
evitar extravios.
Satisfaz a qualquer requisição d’exomplares
==Augusto Rossi==CLINTA.