Gazeta das Províncias nº33 24-11-1899
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| — Senta brira
ASSIGNATURA.
CERTA, mez, 400 rs. FÓRA DA CERTA, Trimestre, 390 Ts;
NPRICA, semestre, 4$000 15. YRAZIL, semestre, 248500 15. Número ávalso, 30/18.
roda a correspondentia dirigida à Administração; R. Sertório, 17. Os originaes recebidos não ãe devolvem
arq mn eme ee aeee otro PTE ET
Ss Sesi
[=
Carta de Coiinbra
map —
| o de novembio.
| A Exposição de Paris está sendo um
admiravel pretexto para continuas Or-
gias, em Portugal. E senão, vejam:
“ O comínissario regio n’aquella Expo-
|’sição, aquem foram dados 27 cónios em
| “oiro para as primeiras despezas, solicitou
| ha pouco tempo do ministerio das obras
“publicas mais 168 contos alem da verba
“auetorisada. Esse pedido foi immediata-
| ‘mente salisfeito do sr. Rossano Garcia
| “que pôr lá se diverte vom as suas duas
| ‘damas de companhia…
| Ainda mais. Sê
| Dis um nosso collega do Porto que a
“grande “commissão encommmendou por
5. 9:00 francos, a certo escultor feliz, um
par de bonecos de gesso! São destina-
dos a decorar a batrata dos productos
idas nossas colonias.
A ordem é rica é
Sê
– O goverho já nomeou os empregados
“da Penitenciaria de Gombra. São mais
do que a praga. Mas, caso curioso, a
Penitenciária ainda está por concluir.
E, estará.
k Ah! eleições; eleições, que tânio pó-
des…
=”
fradês poucos)…
*
– A Tuna Acadeiicá desistiu da sia
ida a Santarem nas proximas ferias do
“Natal; Consta-nos, porém, que tenciona
– fazer uma digressão por Lisboa e Evora
* os dias 24 e 25 de dezembro. –
Vae tambem o Orpheon.
x
Corre com insistencia que se deu tim
taso de peste n’esta cidade. Officialmen-
te nada está averiguado.
Alé á semana; pois:
E
É
E
YOUNG.
“EcHOS DA SEMANA
o
— Teem logar no proximo domingo as eleições
Beraes.: Por este circulo é eleito sem, oppósi-
cão, o Candidato governamental Br. dr. João
— Rodiigues Pinto dos Santos.
— Dizo «Echo da Beira) die ê do seú direc-
or, pot assim O ter fhanifestado ao sr. José
| Luciano, ijto aqlelle ilhistre parlamentar deve
É E escblliá parra nosso representante em
— entes:
Aide
àB É felasita de cara aqiuiella declaração e,
m ihesmo a matar aquelles sentimentes al-
j islas: : aquem têm o arrojo de vir a pu
“a blico evidenciar tima importancia politica de
– Que na realidade carece. .
“ Eosr. dr. Pinto dos Santos que se não és-
— lqieça agora de lhe sgradecer, porque, em ca-
“4 sa contrario, adeus… circulo da Certa.
»
— E=Forem homeados para presidir ás mesas
das assembleas eleitoraes, da Certã, Sernache
& Varzea, respectivamente, 08 SIS. Joaquim
Wrmesto Marinha — Directof
| Maria das Nevés, dr. Antonio Rodrigues de
Mattos e Silva e Fructitoso Augusto Cesar Pi-
res.
— Foi exonerado de administrador substi-
tuto do concelho de Ferreira do Zezere, 0
ar. Antonio Simões Baião.
— Prestou na 4.º feira a primeira prova de
concnrso par lente substituto da faculdade dê
direito o sr. dr. José Maria Tavares.
=Consta que vae ser creada uma escola
mixta d’instrucção primaria elementar, na fre-
guesia de Sernache do Bomjatdim, com sêde
no logar da Mendeira, comprehendendo -os
casaes dá Varzea de Pedro Mouro, Mercador,
Monte Minhoto, Casal do Lucas, Villa Gaia,
Almegue, Sambado, Aldeia Velha, Casas, Ma-
cieira, Valle dos Arcos; Porto dos Fuzos, : Bre-
jos Fundeiró e Cimeiro e Foz da Certa.
A casa de escola e sua mobilisação, é de
iniciativa particular, e corre já pela adminis-
tração do concelho o processo para informação
das corporações competetites,
ARBIIRADORES
JUDICIAES
Por haver em lodas as comarcas do
reino e ilhas adjacentes; vagos alguns
destes logares, está aberto no ministe-
rio da justiça, concuiso paia O seu pro-
vimento nos termos do decreto de 12
de novembro de 1898, por espaço de
30 dias, para as comartas do continen-
te e de 60 para as das ilhas. |
Os requerimentos para a admissão ão
concurso, davem ser entregues aos jui-
zes das respectivas comarcas, & instrui-
dos com 0s seguiútes documentos: cer-
tidão de maior edade; documento, pelo
qual provem ter cumprido os preveitos
do recrutamento; certificado do registo
erimitial; pelo qual se mostrem livres de
entpas. Os documentos apresentados se-
vão aulhenticados e reconhecidos e Os
requerimentos escriplos e assigiades
pelos proprios candidatos.
O dia para realisação do exame; se- |
rá opporlunamente marcado pelos res-
pectivos juizes de direito;
a
j “CONCURSO
Na tatara municipal d’Oleiros, êstá
aberto concurso dociimental por espaço
de 30 dias, pára o provimento do par-
tido medico-cirubgico d’aquelle conce-
lo, com 6 ordenado annual de 5008
réis, pagos pelo municipio e pulso livre,
sujeito á labella camararia.
CHRONICA
Castello Velho, Z1-=11–99.
Caros leitoresi— do seio que dizet-
vos este frio desapiedado que tão de-
pressa nos veio visilar; O que sei, é que
vamos atravessar o periodo inclemente
do catarrho e das fluxões impertinentes
da «nariguetas.
A ltisleza começou a assombreatr os
34 de Novembro de 1899
SEMANARIO INDEPENDENTE.
PUBLICAÇÕES
Rô corpo do jornal, cata linha 80 ja. Ainúncios, 40 rs: a linha.Repetiçãos 90 rs. a linha. Pormanentes, preço convencional; 08 rs. assiguantes
têm o desconto do 25 0/g: Esta folha 6 impressa na. Typ. da Gazeta das, Provincias, Certa.
Augusto Rossi — Egitor
campos; o sol vivilicador das manhas do
estio; d essas manhãs de poesta é amor,
fugia; deixando-nos umas irradiações
amortecidas e dolorificas qite, unifican-
do-se com a nudez das velgas, outrora
floridas, deixa translazir no: horisonte a
lugubridade da Natureza!
Tá se não otivem os «quebros» das
avesinhas, nem as serenatas do Ernes-
to; desappareceu a bobemia dos tróva-
dores e só se onve do môcho, pios agou<
rentos, cortando o silencio noclurmo.
Nós aqui, a fallar a verdade, potico
lememos o frio; porque os seus rigores
afastamo-Los. com valentes etorgadas»
e núnca deixamos de envergar o pesado
gabão da terra dos ovos molles, como
faz o meu amigo Zeferino. E um «fiel
amigo»—me disse elle do seu pesadis-
simo gabão—«se não fosse elle não sei
como havia de passar o maldito inver-
no; isto é medonho!
E eu sou da mesma ópinião; com um
gabão d'Aveiro, não ha frio que ao corpo
chegue. E? verdade que é cosa assed-
da e cára, mas segundo o ditado—qitema
se veste de ruim. panno, veste-se duas
vezes no anno,— e por isso não se olha
a despezas..
a. k :
Atrahido pelos grandes desejos de
onvir a philarmonica, sahi como promet-
ti, no domingo da gaiolla, depois da le-
ve refeição da manhã e dirigi-me até ao
adro da nossa egreja matriz.
A's 10 horas descângava eu n'um dos
bancos do jardim, que. se encontra mui-
to desguarnecido; O manto espesso de
folhado cobre-lho as suas myrrhadas
plantas e as arvores sem Lragancia ins-
piram dor e melancholia: ;
Estava eu absorto na triste contem-
plação esse quadro, quando, “subito,
appareceu o diligente sachristão, fazen-
do-me uns cumprimentos múito rasga-
dos, que pareciam não ter fim:
Sem lhe perguntar por cousa fenhi-
ma, poz-me logo as facto da sua vida
profissional.
Que linhá n'aquelle dia dois baplisa-
dos; tias que 0 negocio não lhe «chei-
ravas, porque 0s [reguezes eram pouco
generosos é não sabiam pagar O mere-
cimento das suas erapsodiass, que cos-.
tutma locar até aquelles chegarem à ca-
sa ou fôra da villa.
E achei-lhe rasão, pois stalões» ha
que teem a crueldade de dar ao sachris-
tão por cada «locata» de sinos; nm pa-
faço | Ro Ra
Já os viram mais sovinas? Não, tom
certeza ado
Depois d'um prolongado é estupante
dialogo; o meu amigo salou-se, resmun-
gando umas piadas em latim, que se
perderam na sua incorrecta é morfanho-
sa dicção.
Dei graças à Deus de me ver livre
delle, é passei à relancear os olhos pe-
la-villa fôra; que apresenta Já. uma vista
alogre e que se consubstancia muito
com os nossos desejos:
As casas branqueadas são 6 indis-
pensavel aformoscamento duma locali-
dade; e a nossa, metcê das costumeiras
do tempo da «Muria Castanhas, parecia
estar de lucto desde a sua fundação.
Pena sentimos todos; do serviço das
caiações Ler tomado um incrementa Lão
“vronceiro; mas até aqui, já Daslante, a
meu ver, se Lem feito, é por 18so alguma
“cousa devemos ao sr. «Progresso» que
fez da tiá —Maria do Forno—= o que
ninguem conseguiria fazer...
+
Mas, voltando ao assiimpto obrigado;
eu estava ancioso pela vinda da musica.
Eram 11 é meia quando ella annuns
ciava a sua marcha, rompendo a tocar
um forte ordinarto que terminou esgo-
tando as fortas dos executantes. Ao meu
lado ficou o eximio pratilheito que me
deu parte de que se tocava 0 » Gettna-
nix e umas touttas consast elo. elc:
Esfreguel as mãos de contente e jun-
tei-me aos janotas da térra, que es:
tavam uns elindinso, principalmetile 0
Adrião, que é o rapaz echi du gtan
monde». ;
A musica em breve se fez onvir e as
suas agradaveis melodias deliciavam-
nos. Chegou a vez do «Ernaniá e tudo
se pôz a postos para o ouvir. E” delicio-
so e encentador! Que bem executado |!
Que afinação tão mimosa! A magia das
suas melodias elevava-n'os ao mytho do
admiravel e do suúblime!. : .
Emfim;, tudo bem, os musicos execu-
táram todas as peças com uma correcção
de verdadeiros mostres. Foram tres lio-
ras bem passadas. Às damas; trajando
eloilettes» vistosas; davam ao aprazivel
adro, um aspecto alegre; identito ao que
se disfructa nos passeios de grandes ci:
dades.
E para pôr ponto final fia conversa,
que já se vae parecendo com a do sa-
christão; temato à palestra; dizendo-vos;
que então: —
nal ambição, obriga um povo Lransigen-”
te a défeniler pelas armas 0 direito mais
sagrado “e legitimo; este povo de he-.
roes e heroinas ilebale-se com denoido e
doxtresa digna da admiração de’todo-o
homem ccivilisado! Iutrepidos e auimo-,
sos, os bocrs, esquecem mulher e filhos
e, frente a frente, mostram à irrisoria |
vaidade brilannica “que nem o poderio
do ouro os“corrompe nem a-força “brutal”
os anniguilla. 3
Succumbira, sim, mas abraçado “à
bandeira da sua querida pátria.
e se eles o ua ele
Nós, 08 portuguézes d’outrora, cru-.
“samos os braços: boguiabertos contem-
plamos o sanguinolento “quadro sem’o.
manifesto singello da nossa impressão é
enlhusiasmo! E’-que tememos a derrota
dos vencidos ou -a victoria dos vencedo :
pes, a
Patria dos Gamas, nação dos “velhos .
guerreiros, paiz dos heroes de deconhe-.
«ellos mares: — Quem “vos «conduziu a
-a tão misero estado -e quem “Lanto nos
“oppeimiu-? :
à ese x a
‘A epidemia “reinante na ‘segunda ci-.
dade (lo reino, benigna, mas persistente,
vae lentamente, arrancando as victimas”
do seio das familias-e reubando do cam-
po da sciencia os martyres, os apostolos
devotailos, do seu dever profissionall
Ghoramos a perda do dr. Camara
Pestana; doe-nos o coração lembrando-
nos dos seus sacrifícios, das suas vigi-.
Jias, sem outro legado “que nos fosse sa,
campa dura e frial
Pobre martyr! :
Os decretos governamentaes em’cum-.
primento do ulimo-deseja do illnstrefina- :
do, a vontade expressa de sua magesta-
de, o projectado monumento, as cordas,
os loiros, dispersos por sobre a sua Se-
pultura, as demonstrações de pesardos
diferentes paizes, significam que a hu-
manidado inteira se prosta reverente pe-
logista. Pobre martyr!
THOMAZ.
PEDROGAM GRANDE, 22—XI–99.
Amigo Rossi:
getas aqui,
«batalha» e entre “um «
nistrador do concelho, indicou O st. dr:
Frazão?
Ealittl
Quem ão Zé Luciano, de antemão;
indicou o sr. dr. Pinto dos Santos, p’rá
deputado da nação ?
Ea lit
Quem já rejeitou, (istó sem manga-
cão) por diferentes vezes 0 lilulo dê
haraojtse
Bullitt
restavam, erriçados em volta da calya, com as
feições ‘contrabidas é a boccã pasmada, cravou
as pupilas cinzentas e dilatadas no painel,
que lhe ficava fronteiro, e que representava
um cavalleiro da edade média coberto de to-
da a armadura, mas com o rosto sem viseira
e 08 olhos amentadores. Áquella figura sevê-
| ra, como que destacada da moldura, parecia
mover-se por si Ivnta e lugubremente Fr. João
quiz duvidar do testemunho dos sentidos, e
convecer-se de que era victíma de uma illu-
lusão. Esfregou as palpébras, Deliscou os bra:
ços pará despertar a sensibilidade, mas à fe-
trato conlintiava a adiantar-se: e úm sorriso tê-
| trico como que lhe franzia os beiços. Ao mesmo
tempo os ouvidos afiados do dominicano co-
Jhetam, não sem grande pavor; o som amor-
técidô de ferros que raíigiam, e uni gemido
longo e sotúrno, sewnlhante do gemido doloroso
de eflictivo estertor. RG
= «Vade reiro, Satanaz»! muimiroú sabin-
da cama theio de terror. «Ne nós inducas in
tentaciones!
Apenas soltára à meia voz estas palavras,
um sopro semelhante a furacão Niedooho, en:
golphou-se pelo qiarto é apagou de golpe as
donas liges, See
Fr. João recilou até ás cortinas do leito, é
sentiu vergarem lhe os jóslhos, e [ugir-lhe q ani-
mo. Estendendo à mão nas trevis machinalmente
encontrou uma das pistolas pousadas sobre O
velador, e 08 dedos apertáram tambem machi-
nalmente à coronha:
De repente um clarão sulcou a escuridade;
enchendo o aposento de luz sulphurea, e no |
meio dé chamnias lividas, surgiu e cresceu
uma lórmã Eigantésca envolta nas dobras de
sudario branco e fluctuante; Esta figura des:
descommiinal, cuja cabeça era uma caveira;
lançava chispas pelis cavidades dos olhos, é
acenava com os longos ossos do esqueleto:
frade tremeu é acudiram-lhe aoa labios desco-
rados as preces e Os exorcismos recommenda-
dos pela egreja contra os malefícios infernaes.
Mas as afmas espiriluaes não produziram elfeis
to, é apêsar da perturbação – moniêntânea,
torn:u a tômar corpo ho seú espirito à ideia
dê que podia ser úquelle espectaculo uma vis
sualidade, ensaiada para abusar da siia bod
fe: Revestindo-se, pois, de valor e decisão,
(e, a pistola, que não largára da mão, é dis:
paroi-a. Observando que o liro não eausára
abalo no phantasma, pegou depois da outra.
pistola, e com pontaria mais segura desfechou
o gatilho. Uma risada estridente respondeu ae
estrondo da explosão, e o espectro, mostrani
do as duas balas, arremessou-as ao chão, non»
de o padre mestre as ouviu rolar. Logo €
seguida o clarão sumiu-se de subito, a |
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apontou rapidamente ao vulto, que tinha dian à à@@@ 1 @@@
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Sciencias & Letras
DA BEIRA MAR
Agora n’estas curtas tardes de hinverno,
um arrepanhado de cormelina e viro nos
loginquos do Poente, emquanto o velho
marinheiro vela na barquita para 0 Mar-
Alto, eu subo extatico á minha janela
cortada em angulo sobre o largo…
Alem vaguivagam no peito das ondas,
a esfranjarem se soturmamente muma lu-
nica de linhos, os botesitos; a quilhasita
rasgando a espaços uma tira singráda,
os pescadores nam ryllimo esmorecido
chareando, 2 chorar a Salvé-Rainha. ..
Ati abaixo, no jardim Inglez, as duas
enbimes Australias acenam me, a cabeça
(de Qto ‘em Iô, enodaando o espaço de
Nimh fi ‘Ge estreltás, distendendo um há-
Hilo penetrante é fasso dê camara fidaiga:
Ha uma mofinada barulhósá no enca-
Iyptal… Recólhe a passaragem bohe-
mia, ás picadellas, furtando beijos, em
serenatas de amor donjuanesco e
truão: +.
Gradúalnente a paysagem morre na
sombra, reentrando arfante toda à Natu-
reza em um grande Sonho de lúcia.
Um grito fúpidio, evanescido de Lre-
multar ide sino, uma ballada exanime de
marinheiro é acolá, como é o tempo dos
“Nanfragios, à lainpada da Senhora-do
“Socorro; accendendo-se luzeluzente n’u-
ma uncção de piedade…
Quando; já noite, o lúar dá ao amplo
ceano um tom de azul perlado e que
tima nodoa indestacante vae perdida ao
argo; silo que o espaço se desentranha
todo em lagrimas rociadas; a brisa noro-
este estrepitando Torte nas lanças do arvo-
redo t’úma vaga tocada bizarra e noclu-
Pia sa
“As estrellas cadaverisam-se numa
thymeta angelica pelo ceu azalino e
dormente…
– Na praia o Mar contorce-se dolente
de um lelhargo de tantos mezes, estrian-
do-se em cógulas, sudario alvado que tem
ho estertor à ebriedade dorida de um sar-
caso penetrante. 7 ;
À Doida, de lrapagens clareadas, lá
anda a chorar no silencio, ergue a areia
em borbotões, jorrá-a à face do Oceano.
Não se lhe óuve trovar como outrora
essas volatas de Amor, é um choro dolo-
toso, à profusão de lagrymas que faz o
sontiar profúndo de Musset. ..
trevas entolveram o quarto de Fr. João, qua-
si desmaiado, cahiu em utha das cadeiras pro-
ximas do leito, toldo por um tremor geral
em todos os membros, e paralisado na falla e
hos movinientos pelo mais profundo terror.
Ao mesmo tempo as hostilidades diabolicas
hão eram menos activas e violentas nas ca-
máras dos outros hospedes. Romão Pires. ape-
has se deitára, e escondera a cabeça debaixo
da roupa, com premeditação pouco em harmo-
= hiã Com os brioé de silas Tulladas campanhas,
— Sentid Ahábar-se-lie à luz, e puxarem lhe pe-
— os pêr 4 magro e aprumado corpo até o esta-
lelateii) de pancada e sem dó nas taboas do
sobrado. O grito de medo e de dôr, que sol-
lárá estremunhado. teve em resposta um côro
e risadas em falsete,
Brizida de Sousa acordou espavorida ao
“Trio gelado de um verdadeiro regador de agua
“que lhe entornavam sobre a cabeça, e saltan-
do para a casa em roupas menores, e com a
* boca escancarada, para bradar, era colhida no
var por mãos pouco caridosas, e nada leves,
“que de empurrão em empurrão a levaram aos
tombos até ao corredor, aonde velo encontrar
em anagua o honrado escudeiro, liritando de
susto e com uma das mãos em cada face es-
bofeteada pelos duendes, com vigor que bem
accusava uma força sobrenatural. D. Maria,
encolhida e semi-morta de pavor, não padece-
TENS
A
1
– quetem no olhai
GAZETA DAS PROVINCIAS=CERTA
Os pobres marinheiros, à Lua, vão
sempre ver se a Doida anda na praia e
é num lato de mau presagio que velam
nos labios:
—A Doida… ;
E sempre agora, burel de Noite-Alta,
lá anda a abramir pobre… Esperanças
loucas ondulando mortas, risos trementes
evolando-se sem adeus n’uma espiral de
saudades, tudo a Doida vae evocando na
sua voz quebrada, As vezes, ladainha ás
Estrellas, reza Padre-nossos à Lua e alli,
a Mariquitas regeia mnito de vel-a pois
“um feitiço de enfeiliçar
o Mundo… E
A Joanninha do Gabriel, a linda noiva
de ha mezes, que traz o homem embarca-
do, vem pergúniar-me se as folhas di-
zém alguma coisa dos qne lá andam —
Deus sabe cômol… pelo Mar-Alto…
E toda ella se desfaz em prantos, ac-
cendeu já mais duas vellas à Senhora-
da-Livração, mas o Oceano vae em tan-
ta furia que os Anjos dizem o que irá…
E o mar irrompe ao agonisar do dia
numa melopeia mal vibrada e o Sol au
poente no extremo transe esboceta a fa-
ce pallida n’uma agonia somirambula do
lhysica… A aragém nordeste melan-
cholisa uma nota de dureza mais funda,
rasgando o espaço gelido n’um espasmo
velado de Agoniasc.
Ha uma vaga hatpia de Morte pai-
rante em tudo. O sino chora tocando a
Missa, a voz do Cura é rumorosa, jé
não ha aos domingos as danças no Ei-
ral e a Mariquitas canta só de quando
em quando, uma trova que fecha assim :
.. & passa triste a chorar
O meu amor que sosinho
Vae nas ondas a remar…
Ah! eu sei… Um certo pestadorsi-
to de olhar marino que a: feiticeira da
Mariquitas soube já enfeitiçar. .. E ella
contou me ha- dias, n’uma d’essas mil
lendas em que o poetisante espírito dos
marinheiros foreia estas historielas da,
margem-mar, que a Doida amára múito
e sem esperança. Desilladida!
No penedo do “Inferno, um maldicto
que tem uns dentes de bronze, ainda
hontem, uma baleita desarvorou e tres
homens estiveram, Deus sabe, ás guel-
las da Morte…
O sr. Abbade anda de orelha cahida
desde as eleições, é homem morto, já
se não importa de nada, já não manda
as queixas ao governo…
ra sénão o terror de ouvir estalar ao pé do
leito gargalhadas dissonantes, e arrastar de
ferros.
* No quarto de D. Pedro. os trasgos haviam
sido menos: felizes, porque tinham chegado
mais atrazados. Dotado de animo varonil e
reflectido, sereno em presença do perigo, e
pouco disposto a acreditar na intervenção dos
poderes infernses, o mancebo resolvera velar
a noite sem se despir, e-com a espada nua”
ao lado, tinha-se entregado à leitura de um li-
vra novo, que em breve lhe absorveu a altenção.
Feriu-lhe de repente o ouvido a matinada das
investidas no corredor e aos aposentos proxi-
mos. Apagando a luz, e empunhando a espa-
da, aguardou silencioso.
A sua porta abriu-se de feito, pouto de-
pois, e pareceu-lhe aperceber dois vultos na
escuridão. Deixou-os adiantar, seguiu-os, e
quando um se debruçava sobre o leito vasio,
e o outro assoprando nºum buzio tirava d’elles
uns sons roucos e medonhos, cahiu ás pran-
chadas sobre o musico do Averno, ao qual o
instrumento escapou dos dedos, e que, ame-
drontado, principiava a revolver-se pela casa,
gritando como um simples mortal derreado
por uma sova. O outro phantasma volveu lo-
go em auxilio do aggredido, mas uma cutila-
da de D. Pedro, aparada no braço ao que pa-
receu, deitou-o pela porta fóra como um ven-
2
,
|
9h DE NOVEMBRO DE 1899
E o senhor, diz-me a Mariquilas, que |
conhece os homens das gazetas, bem
podia dizer para que os da governança
mandassem acabar alli abaixo o Pharol,
para se ver de noite, mas só ti, só anda
às breigeiradas na Alameda. com os pe-
quenos do sr. Mattos, commendador.
Ai, Mariquitas, de que te serve 0 vo-
res de noite? Bem podia eu dizer isso
aos da governança, mas lu, que não co-
nheces nada do Egoismo, mal sabes que
eu quero a noite muito densa e para
me iluminar a Alma o Pharol espelhado
do tem olhar…
SEVERO PORTELLA.
mm e cp 1 mm —
PENSAMENTOS
Toda a ventura se compõe de duas sensações
tristes: a lembrança da privação no passado
e temor da perda do futuro,
*
“As mulheres bonites são hastes com espt-
nhos, que nos attrahem pelas suas flores,
Quantas mais colhemos, mais nos ptcamos.
*
Ensinam os’ trabalhos, o -que não sabe en-
sinar as propriedades.
À paciencia é a chave de Lodas as portas e
remedio para todos os males.
*
As mulheres concedem recusando.
memo rt me e
MUSICA.
No domingo, a Philarmonica Patrio-
ta Certaginense, tocou no passeio do
adro, desde as LI horas da manhã ás
3 da tarde.
Mais uma vez livemos o prazer de
ouvir esta sociedade, que ê, incontesta-
velmente, uma das melhores da provincia
Concorre para isso, como por varias Ve-
zes o temos affirmado, a habil regencia
do sr. Bastos, que é um maestro distin-
cto, e conciso, e que alla a um grande
numero de conhecimentos musicaes a
sublimidade do gosto.
A philarmonica foi por vezes saudada
com estridentes salvas de palmas e O
seu babil regente comprimentado por
muitos amigos.
O programma executado foi o se-
guinte:.
Nº 4 —Passo doble, oferecido ao st,
Antonio Alberto, por J. J. Bastos.
Nº 2—Valsa.—Rainha dos Prados,
por A. Ribeiro Couto.
Nº 3-Mazurka.—O Beijo PumaVir-
gem, por À Ribeiro Couto.
N.º 4—3. acto da opera «Ernani
daval, em quanto o companheiro Lomaya 0 mêes-
mo caminho, mas de rastos e gemendo.
D. Pedro decorridos instantes, feriu lume.
áccendeu a vela do castiçal ea candein, e
examinou attentamente o campo de batalha.
Jaziam no chão um buzio dos usados pelos
ranchos da apanha da azeitona, um lençol
com lagrimas de tinta encarnada, uma caveira
de papellão pintada de amarelo.
O mancebo sorriu-se. Aquelles despojos
eram o corpo de delicto e aó mesmo Lempo
documento vivo da conspiração tramada. Al-
gumas gottas de sangue, caldas no pavimento
desde metade da casa até à porta, provaram-
lhe que un! dos actores do drama nocturno
retirara ferido e assignalado. D. Pedro pegou
no castiçal, e seguindo o rasto de sangue pe-
lo corredor, notou que parava no topo, aonde
só existia uma parede grossa, sem nenhuma
sahida apparente, Informado dó que desejava
verificar, voltou atraz, e encamiphou-se ao
camarim de Romão Pires. A” porta viu duas
figuras brancas ajoelhadas. Deteve-se um pou-
co aié se aflicmar. A velha aia e o dorido es-
cudeiro, ambos de joelhos, e ambos transidos
de medo é de frio, esgotavam um defronte do
outro todo o vocabulario de resas e de inter
jeições atribuladas, sem se alreverem à volver
aos aposentos. D. Pedro não podendo suster O
riso, fallou-lhes, aimou-os, e, mandando-os
remaitas
N.º 5-—Passo doble, oflerecido aos
amigos da Certã, por J. Cifuentes.
N.º 6-—Polka com variações de cot-
netim, por Serra.
N, 7—Valsa.— Zulmira, por Couto.
Nº 8-—Passa calle, por J. J. Bastos.
Oxalá que nos domingos seguintes
se repita esta agradavel diversão, unica
que podemos ter n’este meio, atrophia-
do pela sensaboria e falta de divertimen-
tos.
CANCIONEIRO
NÍRVANA
PARA além do Universo luminoso,
Cheio de fórmas, de rumor, de lida,
De forças, de desejos e de vida,
Abre-se como um vácuo tenebroso.
A onda desse mar tumuligoso
Vem ali espirar, esmaecida…
Numa immobilidade indefinida
Termina ali o ser, inerte, ocioso…
E quando o pensamento, assim absorto,
Emerge a custo desse mundo morto
E torna a olhar as coisas naluraes,
A? bella luz da vida, ampla, infinita,
Só vê com tédio, em tudo quanto tita,
A illusão e o vasio universaes.
Anthero de Quental
toda ppp a,
Curiosidades
E RA
O pezo da mnlher
Estudo feito por um philosopho alle-
mão, ácerca do pezo das mulheres relas
livamente ás suas faculdades intelectu-
aes, e moraes. Eis o resumo d’essa ars
dua investigação :
A mnlher que ao completar 16 annos
pezar &0 kilos será uma lola; se 41,
ama doida; 42, actusa uma vaidosa; 43,
uma poetisa; 44, uma romantica; 45,
uma sabichona; 46, mau genio; &7 a-
mante da familia; 48, anciosa por mari-
do; 49, grande coração; 50, uma pero-
la da especie. As mulheres de 55 Kilos
são excellentes mães de familia; asde 56,
honradas a toda a prova; de 67, avaras
e de mau genio; 98, ciosas e vingalivas;
59, maliciosas e as que passarem dos
60 são de… pápa.
Por isso quem quizer escolher mu:
lher, faça-a pezar antes de mais nada,
tendo o cuidado de não deixar passar
um gramma que seja de differença!
acabar de vestir, passou a visitar a camara
de Fr. João.
O frade ainda jazia na mesma pozição, Con-
servava-se quasi exanime na ampla cadeira.
Vendo entrar o sobrinho com o castiçal em
uma das mãos e a espada nua debaixo da
braço estremeçeu, e esbugalhou os olhos, mas
| Dão se moveu:
D. Pedro aproximou-se da mesa, accendeu
a outra vela, e sem proferir palavra examinou
cuidadosamente o aposento. Nenhum indicio |
O inimigo triumphante não deixára despojos.
Terminado o exame, poz 0 castiçal em cima
do velador, collocou a espada ao pé do casti-
cal, e volvendo para junto da cadeira, d’onde
o tio, como paralysado, observava tudo silen-
cioso, disse-lhe :
—Mas o que foi isto 21…
Fr. João respondeu com um suspiro, & cor-
reu a mão pela testa ainda inundada de suor,
— Estas pistolas disparadas, estas balas no
chão!.,. Não me dirá o que succedeu? |…
Outro snspiro mais alto.
— Por onde entraram elles ?
U dominicano, que a vista do sobrinho ia
reanimando a pouco e pouco, meneou a cabeça
com tristeza, (fez um esforço para levantar
meio corpo da cadeira, e apontou com o de-
do para o quadro, cuja figura vira minutos
antes sultar-se da moldura, é cncaminhar-se-se@@@ 1 @@@
e
aa pq —
* PRODUDÇÃO DAS BATATAS
Na ultima sacha ou na amontoa aba-
te-se a rama da balateir, sem contudo à
quebrar.
“ Para isso, 0 trabalhador, durante “a
sacha “ou amontõa, nada mais faz do.
“um pé sobre a parte mé-
dia da rama-da batáteira, compimindo «a
contra-o terreno. Se se lráta de sachar
simplesmente, sacha da mesma fórma
sem inconzeniente, se se lrala de amon-
jar, amontóa-da mesma maneira, ficando
tombada à rama da bataleira, “que em
geral, ao fim de vinte e “quatro horas,
torna a sua primiliva posição,
Mas, emquanto ella não volta à per-
pendicnlar, yae-se-lhe formando; no pon-
lo em que mais arqueou,
endurecimento “ou ‘conlracção,
que assentar
“que de
futuro, impedirá a passagem da seiva,
para rama; onde não é necessaria, e que
reverterá toda ou quasi toda em provel-
to dos tuberculos, que desta maneira
se desenvolverão muito mais.
an eme e
“KALENDARIO DE NOVEMBRO
Quarta-feira |4] 8/15/22
Quinta-fera |2)] 9/16/23
Sexta-feira [3/40/47 [24
Sabbado h/11/18/25
Domingo 5/12/19 /26
Segunda-feira 6 | 43 |20 |-27.
Terça-fera 17/14/24 /28
h L. nova ás 6 h. 37 m. dat.
12 O.’cresel, às 5 b.e 33 m. dam.
18 T,.cheia às 9h. 28m. “da 4.
26 Q.ming. às 9 h. e 3 m. dam.
SERVIÇO DE | DILIGENCIAS
Da CERTA a THOMAR (via Sernache de
Bomjardim, Valles e-Ferreira do Zezere). Sao
he da Cerlãás & horas: da tarde e chega v
Thomar ás 9 da noite. Sabeíde Tbomar “ás b
da manha e chega á’Certã 12 e-meia-da tar-
de. j
Da CERTA a PROENÇA A NOVA. Sahe da,
Certa á 1 e meia da-tirde e chega Proença
ás 5 da torde; Sahe de Proença ás B da ma-
nhã e chega á Certã às 9 e meia da manhã..
de-Proença
Esta ciligencia communica côm à
» Castello Branco. e
Da CERTÃ a PEDROGAM PEQUENO. -Sa-
he da Certã à 2 da’tarde e chega a -Pedro-,
gam ás D emeia-da – tarde; -Sahe de Pedro-
gam às 7
da manhã,
==>
para elle. E
—Abl… Foi por esta porla?… observou
o sobrinho pegando no castiga! e correndo a
luz por todo o quadro de cimagabaixo. De re-
pente exclamot : Olhei
—O que? disse o frade
mas tão abatido e tremulo, como se acaso se
Jevantassetconvalescente de longa enfermidade.
— Yenha’meutio, e veja |
De feito-um dos enfeites de talha mais ele-
vado movia-se como um bolão debaixo dos de=
dos do mancebo, e a pesada moldura, ceden-
do á pressão, abriu-se Jentamentes
fg —Ahl. «+ exclamou Fr. João.
— Aqui tem a portal. ..
—Veihaco! bramiu o dominicano irritavel,recu-
perando repentinamente as côres, a elasticidade
dos menbros, e à viveza dos olhos. Mas abai-
“xando a vista, deu com as duas “bala “das
pistolas ainda no chão, é uma névem (orrou-.
lhe outra vez o rosto. Mostrando-as ao sobrin-
ho narrou-lhe o que succedera e ouviú da Do-
ca o mancebo à historia da sua lueta com os
duendes. -Fr. João ficou mudo e suspenso por
momentos, semelhante a “um Immenso “ponto
de interrogação.
—Sahiu d’qui
mas? … .-perguntou D. Pedro.
— Cinco miúutos quanda muito, Cheguei no.
camarim de Romão Pires.
um Dó, nm:
da manhã e chega a Ceitã ás 10)
pondo-se de pé,
e o segredo dejtudo, |
depois de cárregar as ar.
GAZETA DAS PROVINCIAS-GERTÃ 24 DE NOVEMBRO DE 1899
e
ANNUNCIOS
EDITAL
DISTRICTO DE RECRUTAMENTO
E RESERVA N.º 8
JOSE Joaquim Brandão,
ronel do regimento d’infantsria no? 24,
e commandante do districto do reern-
tamento e reserva n.º 8, faz publico
que os “manicebos recenseados para 0
serviço militar no corrente ano pelo
concelho da Certa e apiirados para o
serviço activo do exercito e da armada,
devem comparecer na Casa da Camara
guida indicados:
Os das freguesias do Cabeçudo, Car-
valhal, Castello, Certa, Cumeada, Ermi-
drogam Pequeno, Sernache do Bomjar-
dim, Troviscal e Varzea dos Cavaleiros
ns dia 28.
did ASG9 a
José Joaquim Brandão
Tent. Coronel d’inf. 24
CACOS O RESTO BU ES STRUTS RITITI
TYPOGRAPHÃA
GAZETA DAS PROVÍNCIAS
CERTÃ
1— TRAVESSA PÍRES—à
POR preços diminútos neceitã
encommendas de impressos oflie
ciaes, factura, pilhetes de visita,
participações de casamento, Cir=
culares, prospectos, ‘curtazes,
etc. etc. :
ORECNEONECANDRIARO SEER REPR RR
DICA
pocumatica. ;
Nesta redação se dão referencias
– O AMANTE DA LUA
mpráducção de Silva Moniz
Decimo quinto volume da colecção, ilus-
trndo comi mágnificas gravuras, do féis por
semana em Lisboa Porto e Coimbra.
Nas “províncias, fasciculo
rs. de tres em lres semanas:
— Fo oi que bastór. Não mexeu na espin-
garda?-Bstá certo?
— Como de te estar. vendo. ;
– E metteu-lhe uma bela de calibre?
— Seguramente. ã
— Muito bem, quer ver?
E:E D. Pedro, pegando na vareta, descarre-
eou a árrin, tirando as buxas e à polvora.
Da bala não achou notícias ;
— Ah! tratanies!… rugiu o frade, fechan-
co de colerds
— Podiam atirar-lhe com tres balás aos pés
em vez de-duas! Tinham tido O cuidados .s
—De mas empalmar ? ! Sobrihho! Juro que
hão “de pager-m’o carol;.. Só atazanados!
Dá licença que lhe dêum conselho?…
—PDize, rapaz. Estás um homem, e Lens
mostrado valer mais, do que nós todos.
— Se” quer apanhar o rato na tatopira não
faça bulhas
Bem! Bem! «Do maniis! Qui nescil dissi-
mulare nescite regnare» acudiu Fr. Jodo, es
fregando as mãos, Ah! patifes! O que elles se
verão rido á minha custal=..
= Peixe! Riram-se hoje? A”mánhã choração!
Boas noites meu tio; Sucerve que bem O
precisa,
(Conclusão).
tenenie-co-
Municipal da Csrlã para se proceder ao :
sorteio, nos dias de novembro em se- |
da, Figueiredo, Marmelleiro, e Nespe- |
ral, ne dia 27 e os das de Palhaes, Pe-.
Quartel-em Abrantes, 15 de novem-:
Yende:se uma quasi nova syslema «Rover», |
de 96 pag: 120
do os punhos, e rangendo os dentes, plectori-
PYROTHECIÍNIOCO
CERTA
David Nunes e Silva, com officina de
pyrothechnia, endarrega-se fornecer pa-
ra qualquer ponto do paiz fogo V’arhífício,
com promplidão e garantido acabamento,
Na sma oficina encontra sê sempre um
grande variado sortimento de fogo de
estoiros, e foi della que salin o fogo
queimado nos centenários: – ANTONINO |
– GUALDIM PAES – e da INDIA, (n’es- |
te sómente de esloiros e bulôus). cnjo
efeito tem sido applandido pelo páblico
eimprensa.
PREÇOS SEM COMPETENCIA
ANTONIO LINO NETTO
é PRINCIPIOS NOVOS E
DA!ISCIENCIA CRIMINAL
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE
es COMPRAS
“CENTRO COMMERCIAL
Luiz da ra Dias
CERTA
algodão, lá linho e seda, mercearia, Ter-
ragens e quinquilherias, chapeus, guarda |
«chuvas e sombrinhas, leços, papel, gar=,
ralões, relogios do sala, camas do ferro
| e lavalorios, Tolha de Flandres, estanho, |
chumbo, drogas, vilvo em thapa e obje-
elos do mesmo, vinho do Porto, licores e
| cognac; livros de estudo e literarios, La-
bacos, etc, Preços extraordinariamente
| baratos e sem competencia;
Agencia da Companhia de Seguros:
== PORTUGAL
RETRATOS-=Tiram-se em differentes-
tamanhos desde 800 reis duzia, Zaran-
tindo-se a sua perieição € nitidez,
Encarrega-se de ir lirar photograghias
a qualquer ponão d’este concelho, medi-
ante ajuste especial,
1a 7,PRAÇA DO COMMERCIO, 1 a 7
HISTORIA
| DOS JUIZES ORDINARIOS E DE PAZ
POR E
Antônio Lino Netto
Bacharel formado em direeto e socio effectivo |
Instituto de Coimbra
== + R Ee ; í
Vende-sê na livraria França Amado
— Coimbra. Preço 400 reis. —
RI as
GEOGRAPHIA UNIVERSAL
DESCRITIVO E UNIVERSAL
Publicação mensal
Contendo 40 mappas expresameiire
gravados € impresssos à cores, 170 pagi-
nas de Lexto de duas colúmnas e perto de
300 gravuras represeatando vistas das
principaes cidades monumen.tos de mun-
do, paisagens. retratos de homciis cele-
bres, figuras, diagramas, ele
Ea primeira publicação que neste ge-
nero se [az no nosso paiz, Todos os mezes
será distribuido um fasciculo contendo u-
ma carta” geograhica cuidadosamente
gravada e impresa a cores, uma folha de
48 paginas de lexto 2 columnas é Tou
gavuras, e uma capa pelo preço de 150
reis pagôs no acto da entregas
RUA DA BOA-VISTA 62, 1º D
LISBOA
“ALPAIA TERIA — COSTA
Encarrega-se de fazer todo O serviço
concernente à sua arte, Lanto para esta lo-
calidade como pata fora. Garante-se O bom
acabamento e toma medidas em qualquer
ponto d’esta comarca. é
Preços sem tompelentia
CRRT× RUA DO VALLE 62 —CBRTÁ
ENCADERMADOA
CERTA
Apel da Concóição Ramalhos
sa, com oílicina «dé encadormas
dor, êncarrega-se. de todós os
serviços concernentes a esta are
te, por preços modicós tanto n’=
esta villa como fora, para o que
tem materiál apropriado.
7 OAPSULAS TORNIFUGAS
Prepradas por Manoel Simões Castanheira
Pharmaceuútica—Pedrogam Grande.
Estás capsulas, de preparas
ção inieiramento vegetal, são
| d’um effeito seguro O in=
£falivel pura expulsar & tos=
mia (bicha solitaria), como
so prova por 2iguas at-
testadoé medicos |.
REIS
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Desconto aos sis. pharmaceuticos
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de papel, 1 frasco revelador, € 1 frasco de vi-
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reio 1,100 reis + Cada chassis supplementar
IDO rena o
LE COMPLET — O mêsmio apparelho con
tido em mais quantilade é utensílios para: la-
boratorio. Preço 24500 réis, pelo correio
25800 reis,
Completo e váriado sortimento de material
photographico==Pedidos à PAPELLARIA CEN-
TRAL de Francisco Barges—2 Rua do Viscon-
de da Luz—Coimbra.
CRIADA .
Precisa-se para casa de homoóni
ao. Têm pouco serviçõ.
W’esta redacção se diz.
IMPOSTO DO sSELLO
Carta de Lei da 29 de julho de 1899 coih
ar respectivas tabella e PORTARIA de 5 de
agosto carrente, esclarecendo-as.
Edição em bóm papel, cuidadosamente res
gista e impressa sob à direcção de um fuccio-
nário pratico.
Recommenda-se, porque a sua clareza e ni-
tidez a torna superior a muitas outras, facili-
tando a procura de qualquer verba referente à
| determinado objects e contendo no final umas
| paginas em branco pará referencias e annota-
hões. Ê ;
Promette-se publicar e distribuir nó fim dó
annó corrente um SUPPLEMENTO com Lódos
| 08 diplomas que sobre o imposto dó sello fo-
rem publicados até lá; dusidas que à pralicá
suscilár, opiniões aubtorisadas e quaesquer
arestos de interesse para a boa interpretação
do lei: :
Será enviada a quem remmetter em vale on
carta a quantia de 200 réis.
O SUPPLEMENTO, porém, sú será rómmel-
tido a quem envir 40 réis para elle. Em trocá
mandaremos uma Senha que dará direi.o re-
quisital-a se no principio do anno de 190
não liver dois enviado.
Pedidos & correspondencia Sobre 0 assumpto
a JOSH” MARQUES NUNES DA COSTA Es:
crivão & Tabeliiá:==EVORA.
P S.— Muito conviria reduir tia mesiha rés
quisição mais de tm exemplar, envietido a sá
importancia em valle uo carta registada pará
evitar extrávios. S
Satisfaz a qualquer requisição d’exemplares
==Aúigusto Rossi==”CERTA
COLLECÇÃO DE PAULO KOKE
Ansigratura gxtraorditiart
100 RÉIS o fasciculo de 80 pagings, ou 72
gaginas com Uma gravura. Ri
Aos novos assignantes da COLLECÇÃO DE
PAULO KOCH oflerece a Livraria Editóra Gui-
marães, Libanio & CG MPE Ra
tim brinde no val ox de 44000 rE:
A” escolha do assighante, entre os seguin-
tes objectos: Um relogio d’ato. Um magnifico
pinoculo. «O crime da actiedade», sensacio:
nal romance de João Chagas.. ;
Lisboa: Livraria Editora Guimarães,
nio & C.i—Sua de S. Roque, ide
Porto: Livraria E, Tavares Martins—8, Cles
rigos, 10:
Libas
a]
a]
Binary file (standard input) matches