Gazeta das Províncias nº21 25-08-1899

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| depara dirigir, nesta hora difficil, os
pF ATÃ avi abas
Ê NS op 3
LostA -— gbilo jeira
SEMANARIO
INDEPE
DENTE
ASSIGNATURA :
CERTA, mez, 400 rs. FÚRA MA CERTA, trimestre, 930 rs. AFRICA, semeslro, 18000 18. BRAZIL, semestre, 28500 18, Numero avulso, 30 rs.
Toda a correspondencia dirigida & Administração, R. Sertorio, 17. Os originaes recebidos não se devolvem
Ermesto Harinha — Birector
= Ha 4
AE
O prestantissimo governo a que pre-
side o nobre estadista José Luciano de
Castro Mattoso Côrte Real, propietario
em Anadia; senhor do solar da ruáa dos
Navegantes, do conselho de sua muges-
lado e do de Estado, começon por ot-
cullar a existencia da peste bubonica no
Porto, julgando que o bacilo Ktasato-
Yensin se corromperia como se corrom-
ne um influente eleitoral, Depois de af-
firmada innegavelmente a existencia da
peste pelas observações dos clínicos e
pelas analyses dos bacteriologistas, O GA-
verno ainda a mandou negar pelos sens
serventuarios na imprensa e afirmar
que a epilemia eta benigna e que os jor-
naes da opposição faziam polifica com O
“caso. Esta altitude em parte ainda sub-
siste, demonstrando a consciencia ea
boa [é com que os jornaes officiosos [1-
lam do assumpto, É, por ultimo, posta a
Questão energicamente pela imprensa, 0
guvermo resolveu tomar medidas de do-
leza, que Só-hrg-D0 começam por em
em pratica com wma relativa seredado,
Uma medida importantissima, porém,
é o estabelecimento de isojamento sani-
lario do Porto. Esta medida devia tor
sido adoptada de ha muito. No emtanio,
a incapacidade da acção covermamenta!
ainda se demonstra pela demora em pôr
em pratica a resolução tomada: foi no
sabbado que a janta consulliva de sau-
de alliimon a necessidade de isolamen-
lo, e só bontem o governo resolveu
(definitivamente?) pôL o em pralica, por
meio de providencias; que só hoje vão
ser tomadas pelo ministerio da guerra.
De modo que aqui ha de tudo: iner-
cia, Iiguorancia, desleixo sominando se
tudo numa: incapacidade governamen-:
lal que só raramenta apparece aos olhos
dos miseros. mortacs,
Por outra parte, a situação do Porto
e; com cla, a silnação do paiz, agura-
va-se exlraordinariamente, Hoje o nu-
mero de atacados no Porto foi de Ives
As providencias adopladas no extran-
geiro contra as nossas mercadorias são
severas, é a nossa exportação ha de ser
gravemente prejuicada.
Todo este «crescendo» de difficalda-
des e perigos exigia uma acção energi-
ca e orientada, E o. governo demonstra
estas qualidades indispensaveis, gastin-
do ainda tres dias para «ordenar a
organisação de um cordão sanianio, que,
segundo à opinião de lodos os lechni-
cos devia ter sido organisado de ha
muito. O cordão: sanitario, como o go-
verno o projecta,não estabelece: condi-
ções de verdeiro isolamento.
* Somma final: no governo incapacida-
destinos do paiz; no paiz uma situação
PE e
perigos da situação
são ainda ageravados pela ameaça de
graves perturbações economicas. Já no
Porto estas periurbações se manifestam
por uma lórma absolutamente condem-
vavel e revoltante da ageressão ao dr,
Ricardo Jorge —mas que em Lodo o ca-
SO, apesar de partir de ma pequena
parte da população do Porto, represen-
la tondamentalmente uma gravissinta
situação nacional.
Para onde caminhará ludo isto, não
é lucil dizelo O que se vê é quea si-
luação do paiz é gravissima e que cada
vez se accuninlam mais dificuldades nos
horisontes da vida nacional. 7
men pe o qm
Visto que por toda a parte se trata
de melhorar as condições hygienicas,
bom seria que os habitantes Peste con-
selho saissem do indifferentismo em que
sempre teem vivido, eempregassem lodos
os esforços em cumprirem sem relotancia
as medidas indicadas pelo digno admi-
mistrador deste enncolha am astisêas or
xados nRontem: à
Resumidamente lranscrevemos as prin-
e pres disposições desses edilues,
Que as pessoas vindas do Porto estão su-
geitas à inspecção feita pelos facultativos mu-
nicipaes pelo tempo que a estes parecer con
veniente incumbido a Lodos os donos de hos
peurias ou casas similhintes bem como a lo-
dos que lenham conhecimento dá chegadu de
qualquer passazeiro vindo do Porto dar conhe
cimeuto a esta administração do concelho,
para se proceder como for conveniente, incor-
sendo na pena de desobsdiencia as man tato
legitimo da aueloridade os que contrariamente
procederem (art.º 188 e respeetivo S do Codi-
go Peua).== Que comyém absterem se 0 mais
possivel de Lodas «s comunicações com as
quella cidade evitando a importação e forneci-
mento de mercadorias vindas d’ellaz==Que de-
“ve haver o maximo aceio nas habileções remo
vendo para logares distantes dos povoados Lo-
dos os dejectos e estrumeiras, sendo muito
para desejar que removam lomben para fóra
os eurraes de loda a especie de amimatsi=
Qne é aieda conveniunte. que se ghstenhan
tudos de consumir fructas mal sazonidas E car-
ne de aúimães mortos per qualquer dornça e.
de fazer uzo de agua, para cousumo, das ti-
beiras.
Ei requetida pelo digno administrador do
concelho, uma sessão de camara, extraordina-
ria, que Lerá logar no doniago prosimo, afim
do se traciar de assuniptos de hygiene é salu-
bridade publica
Foram tambem convocados para esta Os nie-
úlcos do partido municipal afim de serem ou-
vidos sobre o mesmo as-umplo,
“Foi superiormente prolibida a feira
frança de Vizeu denominada de S, Mar-
tinho.
Ee
E” do nosso collega a «Patria» 0 arti-
go editorial que hoje transcrevemos com
a devida venta.
— can CU (AE eme
sanitárias)
p
As inspecções aos mancebos recenseados
por este Concelho para o recrutamento, leem
logar nos dias 21, 22, 23, 25, 26 do pro-
sino mez de setembro; sendo no 1.º dia. Car-
valhal, Cabeçudo, Castello e parte des da Cer-
là; no 2.º, resto da Certã; no 3.º, Ermida, Fr
guriredo, Marmeleiro, Palhaes, Cumeada, Pe-
drogam e Nesperal; no 4.º, Sernache e no 5.º
Varzea e Troviscal.
=—Vão pela segunda vez à praça, no dia
26 do corrente para sesem arrematados em
hasta publica, os fóros do municipio é da mi-
sericordia d’esta villa.
– — Tambem hão de ser arremptados, no dia
27 do corrente, 05 foros da Junta de Parachia
d’esta freguesia.
-—No dia 28 deste moz, hão de decidir-se,
perante à Coninissão do recenseamento dos ju-
crados d’esta comarca, as reclamações apresen-
tadas sobre esta materia.
= Por portaria especial do ministerio da
fazenda, fot redusido a 25000 veis o imposto
de selo de liesneus amnqaes: para caça, Lor-
Nando-se extensivas as mesmas licenças ao uso
de porte dama para defeza propria e de pro-
priedade sem pazamento d’outro impssto,
copa a o de Alvaro, concelho d’Oieisos, o sr
Alfredo Cesar da Silva Cardoso.
— Pambem [ot Lransferido da escola. mista
do Bollo, concelho de Pedrogam Grande, para
ado Bellas conceibo de Cutra, a sr? D.
Alice da Silva Pinto Oliver
— Está vaga ct esçon elementar do sexo
masculino da freguesia de Vila de Suure, ton
celho de Mantemor-0-Novo.
Lembramos a ex.Pê comora a conveniencia
de mandar reparar com a pior urzencia, unr
muro que desaboin junto da mina que abastece
as aguas para esta vila.
CEC E
TROVOADA
No domingo. passado, o cem appareeen nu-
blado, em todas os caracter [cos de borra ca,
opvindo-se vagamente, o ribombar lengiquo do
trovão.
Pala 4 hora va tarde, apsoximadamute, co-
meçarany a cahir as primeiras bategas «agua,
que eny breve redgndaranto numa chuva tom
rencial acompanhada ita Firtecgrani-o)” como
ha muitos apnos nãolvimos ;
Os prejuizos são importantes, principalmen-=:
le nas oliveiras, que este anno promeltiam
colheita abuudantiacima.
ALIENADO
Manoel Names Galvao da Serra do 5.
Domingos. que ha alias fu atacado de
alvenação mental. Este infeliz no pri-
meiro accesso de loucura, espancom bar
baramente sua mulher que ainda se en-
contra em mam estado de saude,
Bam seria que as aueloridades com-
petentes fizessem remover o inloliz
para um estabelecimento de-sawle; afim
e; porque a sua estada nas cadeias pro-
diz completo desassocego. para os ou-
tro spresos que o acompanham,
PUBLICAÇÕES
do corpo do jornal, cada linha 80:75. Anmuncios, 40 75. a linha, Repetição, 20/75. a linha. Permanentes, preço convencional: Os grs. assiqnantes
0 Wmo desconto de 25 0/,. Esta folha é impressa na Typ. da Gazeta das Provincias, Certã.
‘ Augusto Rossi — Editor
lino das Sarzedas, concelho de Castello Bran- |
Está “preso nas caderas desta vila
de recuperar as melhoras de que careor
meme
NOTAS D’CM DOIDO
TE É
Segunda-feira. ]
Dez da noite. Géo limpido, luaren to e
estrellado… Hd
Al porta do Dias do’s rapazes exccu-
lam, em guitarra e viola, alguns Lrechos –
de boa musica, impondo uma nota
gre à quielação das coisas Paquelle
“«» Mansamente, reporcutinilo-se pe-
las quebradas dos serros; ouvemeso ho:
ras natorres Quantas?o,. Não set Pin->
lo podiam ser dez como doze. Se tem
(Vestes caprichos; ás: vezes;o nósso ve
logiol. o. Mas, aleviam ser onze, porque
0 Pedro, somuolento, lécha: automatic a-:
mente uma por uma, cimprimindo um
som cavo, todas-as portas do estabeles
cimento.
Silencio profundo. Os ultimos arcor-
des da serenata, perdem se já ao longe,
num estertor de moribunlo!
Fui-demlar me…
*
* *
ORE vomito um PUragico
pobre grillo. ..
“ Como a de bonlem, noite limpida, ln=
arenta e estrelada. ..
Desta vez, porem, era um pobre gril-
lo, coiadito quem dava a mota alegre
com 0 seu canto cadenciado, num: pe-
queno buraco das escadas da Praça, Pa-
do inspirava poesia, amor… e somno,
“Numa das mãos, um phosphoro
aceso; noutra, umas palha subitvabida
clandestinamente aos direitos do Dias.
Olhos grandese brilhantes, engastados
wum rosto oval emmuldurado por lon-
gas madeixas, espreilam avilos a gra-
ta onde o grillito nostalgicamento ento=
ava talvez 0 derradeiro cautol so
E o gullo (oi prisioneiro e metlido nº
ur cartucho ale papel pardol… E foi
prisioneiro, porque essas mãos é essos
olhos eram do Zeferino.
—E porque nada havia que contar…
vis porque vos conteta historia dum pe-
bre grilo… o
da me s He
Quntra-feira.
Alegrae-vos, certaginenses!
À tocha do progresso va enfim illn-
minar… O vosso berço, À ggencia, es-
sa sovela mugica com que se cosem as
gasptas do infinito—no dizer não sei de
pusm—vae, repito, rasgar 0 espesso veu
negro como um prego velho, pus en-
volve a vossa pira, |
O que setá? O que-não será?
Brevemente av eGazetar o drá? o.
d Youug
mar Neres
Peve logar em Proonça’a Nova a feira que
anualmente allise fug no dia de 8, Bartliolo-
mens esaque tem esta denominação, Sabeinos,
de boas informações, que-so realizaram impor-
lantes transações commerciags,- principaliien-
te cm linhos e cabedues,
ale-
dia.
CASO EMOCIONANTE
Doido? — Nove facadas — Tma
mulher em perigo de vida — Pri-
são — Outros promonoxes.
4
Hoje deu entrada nas «cateias Nesta.
villa, Vicente Fartiha, do logar «da Go-
diceira, por ter ontem ás 8 “horas da:
noite, vibrado nove facadas em Espe-:
vanga de Jesus, viuva do mesmo logar.
Vamos narrar como mos «contaram os
Fedtos que se deram, antes «e depois
«Peste itrisle acontecimento,
Wicerite Farinha, «é tm vapaz de 8
=nn0s, Jornaleiro «& vive «com sua mãe, |
ama pobreiuva.
Hontem, depois de abanidonaro -ser-
viço que linha-nas-obras do sr. Antonio
Ferrara Alberto, nesta villa, dirigiu-se
para sua-casasquedista aqui 4 kilome-
qros, «e «encontrando no caminho uma
mulher suavismiha, arremesson-lhe à ca:
wa-a cesto do famel, e jntimou-a a que |
eparhasse-os-ólyeclos «que estavam «ca-
Indos: um:guifo-eum pequeno guardana-
po, Som o que a ão deixaria seguir,
um passo,
A mmlhersinha não se fez demorar
cim satisfazer o que o desvairado rapaz.
lhe: ordenou, seguindo depois cada
um o-seu caminho.
Approximando-se, porém, o suspeito
louco do casuyl da Codiceira, deparou
cem a Esperança de Jesus, uma decre-
pila mendiga que seguia despreoceupa-.
damente o caminho de casa.
N’este;momento ifoi subitamente-sur-.
prehendida pelo Wicente com custa Juler- 4
FOgação::
— «Tu ésbruxa e queres enibruxar-
me? Pois agora sou eu que le embru-
x0.» E, sem outras explicações, ivibrou
na Andefeza velhinha nove-golpes que
dos gritos ilhetivos da sictima, ac-
“eudimam alguns hábitantos do povo da
Codiecira, que sem «demora a «condu-
siram à sua motesta resitencia pres-
lando-lheos primeiros soccorros. |
O allucinado, não satisívito com a
sua «bra, Tentou ainda aggredir a mu-
her de Carlos Farinha, valo este em:
seu auxilio, e conseguindo então cap-
turar «o delinquente por mandalo do
cabo d’ordens Antonio Farinha Leitão
que o lez conduzir para as cadeias Pa-
qui. ;
O preso «que ainda secentomento-os-
teve sho hospital de ;Rilhalolles, moslra-
se muito satisfeito pelo que praticou e
responde indiflerentemente ás pergun-
tas que lhe fazem acerca-do cruel acon-
tecimento.
FOLHETIM
JOSEPH MONTET
2 e O 7 me
Os milagres do amor
(Conte)
Conclusão)
ao
nok *
“Quinze «dias mais tarde, Rosinha -penteava-
se defronte do seu espelho, quando João, “ue
tinha esquecido alguma cousa, entrou brusca-
mente -no quarto.
—Adeus, disse elle, abraçanto-a Lerna-
mente. “Mas, de subito, detove-se admirado.
—>Ora espera! disse elle. Parece que «tens
agora muito menos-cabello !…
GAZETA DAS PROVINCIAS—CERTA 52D’AGOSTO DE 1899
iúste facto, que tanto impressionou os
habitantes da Godiceira e que só hoje
de amanhã se tornou conhecido, tem a-
qui sido vivamente commentao,
O estado da wiclima é desesperado,
sendo lhe já aninistrades os «ultimos sa-
cramentos.
re Ea mm
“Corre por ahi que a festa da Senhora «da –
Confiança, que se realisa em Pedrogam “Pe
queno no-dia’8 de setembro, não-lerá logar
este anno, em -cubsequencia das auctoridades
administrativas a prohibirem.
E” fiúlsa, porem, tal asxerção.
A peste ‘bubonica, que-é a da moda, faz.
com que ossnovelteiros inventem «estas €-Ou
lras graças pouco engraçadas,
CHRONIA LOCAL
Passaram hoje para accapital, 0 exiPº sr.
dr. Antonio de Mendonça Davidie sua ex.
esposa é filhos.
e a ENT
Regressou, d’Alvaro,onde se demorou um
dia, O nosso amigo sr. Eduardo Baralta Cor-
reia e Silva.
* x
Regressaarm de Pedrogam Grande a ex.”?
sr2 D. Amélia Moraes David e seu filho o
nosso amigo Adrião David.
*
x e
rique Farinha,
e
K He
Estrou em scompleta -convalescença, como
que muito lulgamos, a -exlremosa mãe -do nos-
so prezado amigo «sr. iLuiziDomingues da -Sil-
Va.
&
«ME El
da Malpica, o sr. Joaquim Silvestre da Silva,
proprietario na capital, e que ultimamente
tem estadorcom sua fex.Vê familia a veranear
nos Walles de iFerreira.
E
am
em
Vem passado “incommodada de sautic a es-
posa do sr. José Antonio de Moura, digno es-
crivão e Labalhão d’estasComarca.
* gE
ao E
rata Correia, irmã do nosso amigo sr. Eduar-
do Barata, digno escrivão e tabellião desta
comarca. :
e x *
De passagem para “Thomar, esteve aqui,
vendoe apreciando esta villa e seus pittorescos
arrabaldes,-o -sr. Conselheiro «mansenhor Bot-
to, direetor do museu arehiólogico e vica-rei-
tor-do seminario episcopal de Faro,
Este ilustre hospede, «anda-em viagem de
Já regressou a Lisboa, 0-nosso amigo |Hen- |
|
Está n’esta villa à ex.” sr? D. Emilia Ba-
recreio e agradou-se muito d’este formoso
cantinho da Brira Baixa.
À companhava-o o sr. desembargador Jero-
nymo Hemigues, Conego da Sé de Lisboa €
professor .do Seminario de Santarem.
* fe * 2
Esteve nºesta villa, seguindo para a sua ter-
ra natal, Proença a Nova, o sr. Joaquim Chris-
tovam, commerciante em Pernambuco,
»o Mm *
“Saiu para Lisbon o nosso presado amigo
se. dr. Antonio dideffonso Nictorino Coelho.
Francisco Dias da Silva
nox *
‘Retirou para Cardigos o st. Juaquim Mar-
tios Manso, ilustrado professor em Lisboa.
CANCIONEIRO
O CONVINIVIIDO
dintre osifilhos dum seculo maldito
Tomei tambem logar na impia meza,
“Onde, sob 0 folzar, geme a tristeza
Duma ancia impotente de infinito.
Como-os outros, cuspi no ahar avito
Um rir feito de fel e decimpureza. .s
Mas, um dia, abaleu–e-me a firmeza,
Deu-me -nebate-o coração -contricto |
“Erma, cheia de tedio e de quebranto,
“Rompendo os diques .ao represo pranto,
Nirou-se. para Deus minha alma triste !
‘Amorlalhei:na fé.o pensamento,
“So mefalta sober se.Deus existe !
Anthero-do Quental.
VARIAS NOTICIAS
MUSICA.
de reconligeido. valor,
reportório,
elogios, pois que em pouco tempo conseguiu
tantes rapazes »de merecimento uma das me-
lhores do districto; por isso lhe endereçamos
de recreio se repitam.
e
GAÁTURNO
Foi-hoje entregue ao poder judicial desta
comarca, José Mendes tambem conhecido por
Joaquim Carias, netural de Sernache do Bom-
jerdim, por ser surprehendido a roubar no Jo-
gar de Dornes,
Nocacto da captura foilhe encontrada a
«quantia de 20,5700 réis e tres gazuas apro-
priadas a sua industriosa profissão
Suspeita-se que fosse este figurão que rou-
hou um burro, que desapparecen desta villa
na noite de 44 para 48 do corrente,
|
Sehiu para Alpedrioha o nosso amigo sr. | E q
à | d’Alvaro, a ex.”? sr.2 D, Maria Carolina Men-
E achei a paz na inercia esquecimento… |
Sob a regencia do sr. “J. Bastos, «maestro |
fez-se ouvir «durante
duas horas no adro-d’esta villa, a Phylarnio-
Ss po Unai a Rn fe E ope SR DE
proficiencia alguns trechos «do -seu escolhido
“O nosso amigo Bastos é digno dos maiores
fazer da nossa Phylarmonica, que-conta “bas-
os nossos parabens. Osalá que cestas apiles |
BAPTISADO
Baplisou-se com o nome de Henrique, em
Pedrogam Grande, um filhi nho do sr. Firmino
David.
| Foram padrinhos o sr. José Antonio David
| e sua ex.Ӽ esposa, thios de neophito.
| Em seguida à cerimonia foi offereci do pelos
| paes da galante creança um lauto jantar que
|! correu na melhor ordem À noite houve asoia-
I
|
|
|
|
|
|
ré», em que tomaram parte as pessoas mais
gradas da terra, havendo grande animação,
| — ospentisgneao—
isteve nesta villa de passagem para a
| donça.
Sciencias & Letras
ENXOVAL DE ISAM-
BER TE
o
Nº dia em que Isamberte veio ao mun-
[N do, seu pae e sua mãe um grande pe-
gar. Não, porque lhes desagradasse a
vinda d’aquelle bello aujo, com uns olhas
verdadeiromente celestes e uds labios «do
| lor; foi até grande a alegria que senti-
| ram ao ouvir esse primeiro vagido do
recemuascido, em que se expande 0 cs-
panto de viver: ha em todos os homens
e em todas as mulheres um écco, por
muito tempo mudo, qre só accorda a es-
se grito, Mas os paes de Isamberle não
tinham podido arranjar o enxoval, a tal
| ponto cram pobres, os desgraçados!
| Viviam perto da costa, n’uma vela
| vabanade madeiracaranchosa, sem por-
|
la, “com 0 tecto «quasi a desabar. Ti-
| nham-lhes cedito por caridade essa ha-
| bitação miseravel, onde o vento da noite
| penelvava até ao leito d’aquelles pobres,
renvolvendo-os nam cobertor de ar mo-
lhado -e de gottas amargas. Quando o
| homem ia para o mar, vem sempre: tra-
cia peixe. As redes eram tão velhas,
que pelas malhas rotas e em vão con-
— asia Lara Mio cn pi pt AT quaci-sempro as
táinthas e os salmões. A mulher não en-
| contrava que dazer na aldeia, porque os
| seus pobres andrajos cahiam-lhe aos
| pedaços, e isto escandalisava os pessõas
‘ honestas. Quando não se anda bem ves-
| lido, não é possivel ganhar-se para ves-
tir!
De maneira que os dois desgraçados
nem sequer poderiam pensar em talhar
e preparar os pequeninos vestidos, os
casaquinhos e as toacas, que tantas mu-
lheres felizes euleitam, sorrindo de or-
gulho, de fitas e de resdas. Teria, pois,
u pequena, isamberte de dormir 0 pri-
meiro porno em qualquer miseravel gra-
bato, sem wma camisinha, núx “como
nascera? Por lelicidade, a mãe lem-
| brou-se de um farvapo de cambraia bran-
| ca, que um dia achara numa porção de
cidade entre as mãos. Elfectivamente, lia al-
gum tempo para cá tem-me cahido muito.
Mas compra agua. [a aguas para irmpe-
dir a queda dos-cabellos.
—Ora, isso são lolicesi ;
“Oito dias depois, como JJ ão -se inclinasse
sobre o leito para dizer adeus a Rosinha, um
pouco preguiçosa n’essa manhã, disse-lhe de
repente:
—E’ boa! Mas decididamente -vae-se -embo-
ra o leu honito cabello, minha amiguinha! Já
não tens quasi nenhum ! ;
—E’ verdade! «respondeu ella enterrando
a cabeça notravesseiro, “Cae-mo quasi todo.
“Mas, quando nãotiver nenhum tw deixerás de
gostar de-mim,-e acabou-se’l
—Má! Merecias-bem que eu assim fizesse
só por dizeres semelhante coisa… Mas des-
cança, -se-hoje-concluir:o meu negocio, eu-me
encrregarei de fazer mascer de novo esses
bellos cabelloz, asseguro-L’0′!….
Perto do meio dia, Moão-entrou em casa, 4ão
precipitadamente -que «ta arrombando a porta
=—Até que emlim ! disse -elle muito alegre.
—Julgas? disse ella, ensolando-o com viva-
1 Está tudo concluído. .Parece que tenho algum
talento. Contractaram-me por quatorze Jibras
por mez. E’ o Peru, o Pactolo «e Golconda.
E para começar quinze dias adiantados. “Olha,
vê isto. E um rio de dinheiro !
E o viclorioso João poz soberbamente cinco
libras sobre amesa,
Rosinha, muito commovida, olbava-o com
admiração.
—Santo Deus! exclamou ella de repente.
Para que são todas essas garrafas?
—slo, disse o João muito serio, é para fa-
zer nascer os sens cabellos, minha senhora.
Doze “frascós das melhores aguas d’este gene-
ro, Corri todas as perfumarias!
—E quanto gastas-te, louguinho ?
—Buas libras.
Rosinha pensou em perder os sentidos.
— Bonito, disse ella muito triste, fizeste um
excellente negocio !
—Porqne dizes issol
-—Qh desgraçado! Nasos meus cobellos
não cahiram, Qlha…
E puxando com ambas as mãos pelos que
| seguida
restavam,nem um unico se desprendeu. Em
» Come seu marido, cstupefacto, ficasse
VE
cabelios.
de bocca aberta, a rapariga soltou uma franca
gargalhada.
João correu para ella e segurando-lhe às
mãos affastou vivamente os cabellos.
— Não é possivel disse elle com voz alte-
rada.
—Não é possivel porque? replicon Rosinha.
—Cortados! Pois tu cortaste 05?!
-—Podera ! Fra preciso viver; ha um mez
que não tinha-mos outro recurso !
João ficou um instante completamente atur-
dido, sem poder dizer palavra. Depois attra-
biu docemente sua mulher para o peito e pou=:
sou-lhe os labios sobre a froute.
Rosinha não oppoz resistencia e não se atre-
veu a diser palavra. Pouco depois sentiu que
duas grossas lagrimas lhe cahiam sobre os
—Louco, disse ella sorrindo com meiguice;
sê rasonvel, peço-o. Descança que os meus
cabellos crescerão em poucó tempo. As duas
goltas da agua que acabas de lhes dar valem
mais do que os leus doze frascos de tinturas!
N
N@@@ 1 @@@
TAS — CORTA 25 DAGOSTO DE 4899
DURE TANTIA DLlÓÕ TODA
GAZETA DAS. PRÓS
mas cam ve ts
lixo, e da qual tinha feito uma cortina
para a unica janella da cabana. Fraca
e abatida como ficára, começou a arran-
jar a cambraia, lavou a apropriou-a, co-
seu-a, e Isamberte leve o seu enxoval,
sendo com elle tão bonila como um an-
to com os seus olhos celestes e os seus
abios de flor |
IL
Quando Isamberte cresceu, tornou-
se subitamente triste é deixou de rir o
brincar com as outras crianças na arela
da praia, À pobre criança lembrava-se
de que não poderia lazer a sua primeira
communhão, por um bello domingo
cheio de sol, no meio de uma grande
multidão alegre e festiva na pequena
egreja da aldeia. Ella sabia o calhecis-
mo como. nenhuma outra, e o senhor
eura, entre o seu rebanho espiritual, não
Unha uma ovelha mais humilde e meri-
toria. Mas para a communhão era pre-
ciso um vestido branco, e os paes de
Isamberte não eram dessas pessoas ri-
cas, que entram nas lojas com as algi-
beiras cheias de dinheiro, podendo esco-
lher entre vinte qualidades de fazendas
todas magnificas e caras. Mais de uma
vez a pobre creança, foi chorar amarga-
mente defronte das «vitrines» das lojas
de modas. Mas sua mãe disse-lhe; —
«Não chores, minha querida.» E, liran-
do de um velho aahiú todas as peças do
enxoval, que em tempo fizera do peda-
ço de cambraia, juntou-as, coseu-as, pre-
parou-as, e fez, o melhor que pouie,
um vestido. No dia da primeira cemmu-
nhão, Isamberte apresentou se na egre-
ja com o seu vestidinho branco. O bom
Deus, que vê tudo, fingiu não vêr os re-
mendos do corpo do vestido e da saia,
salisícito com aquella pequenina alma
mtacta, e como Isamberte era a mais
bonita, pareceu tambem a toda a gente
da aldeia que ela era a mais bem ves-
tida.
IH
Aos desoito annos, namorou se de
de um bonito rapaz, tão pobre como. el-
la. Ajustaram casar, não oceultando que
se amavam, abraçando-se quando se en-
contravam,
lam ambos para a pesca, ella de per-
nas nas, saltando de penedo em pene-
do sobre as algas escorregadias, elle se-
gurandoa pela cintura para que não ca-
hisse; se é-la se vollava, encontrava
junto da sua bocca outra bocca que não
fugia; e à volta, quanco a maré subia,
caminhavam tão praximos um do outro
na vermelhidão do poente, que apenas
se via uma unica nos penedos da cos-
ta. Emfim um vivo e sadio desejo de
se possuirem invadiu-lhes o coração e os
sentidos, e declararam que pretendiam ca-
sar sem demora. Mas a mãe de Isamber-
te mostrou-se afilcta. «Pensas em semi-
Jhante coisa, pequena? disse ella saua fi-
lha Como has-de casar, sendo tão po-
bre e miseravel? Has-de ir à egreja com
esses farrapos que te dão o aspecto de
uma mendiga, e como le atreverás a
dormir, ao lado d’aquelle que te ama,
núa de todo, junto d’esses farrapos cai-
dos?» D’esta vez foi a filha que conso-
lou a mãe: «Nãe receis, lhe disse ella.
Vou procurar do velho bahú o vestido
da primeira communhão, que já me ser-
viu de enxoval, e farei d’elle uma cami-
sa para o dia do casamento.»
E assim fez, Na noite do casamento
estava vestida novamente com a velha
cambria do enxoval. Se a camisa linha
alguns rasgões, 0 noivo não se queixou!…
Apesar d’esta pobreza, foram felizes
na sua cabana, onde viveram muitos an-
nos depois da morte dos velhos paes. À
alegria de se verem juntos e de se ama-
rem consolava-os das mais amargas lris-
lezas e não havia lagrimas que os seus
beijos não seccassem immediatamente,
Não tratavam de ganhar senão o estri-
clamente necessario para não morrerem
de fome. Do seu tempo, que o amor de-
sejaria todo parasi, davam algumas ho- |
ras apenas ao trabalho indispunsavel.
Não se inquielavam com o dia de áma-
nha, porque antes delle havia a noite.
A sua alegria angmentava de dia para
dia, ao abraçarem-se na sua cabana,
quando voltavom do trabalho, e como
não havia porta podia ouvir-se, muito
ao longer o écco das suas gargalhadas e
das suas gargalhadas e das suas pala-
vras ardentes. Muilos ricos tinham inve-
ja da vida d’aquelles pobres que se ama-
vam.
Mas um dia Isamberte adoeceu; na
miseria a força de viver gasta-se mais
depressa do que a força de amar. Ago-
raa pobre rapariga ficava todo o dia
deitada no grabato conjugal, com os la-
bios desbotados e os olhos amortecidos.
Junto della, o marido afílicio compre-
hendia que dentro em breve a sua com-
panheira querida se iria para não voltar.
Durante longas horas, olhava-se os dois,
não se fallando com o receio de confes-
sarem os seus tristes peusamentos. Mas
cada qual bem advinhava o que o ou-
lro estava pensando! Bem cedo iriam
separar-sel E o marido de Isamberte Li-
nha além da angustia de perdel-a uma
outra angustia, que a pobre rapariga
advinhára:
— «Olha, disse-lhe ella na vespera do
“di fatal, eu leio no leu pensamento! Não
ha lençoes no nosso leito, nem um pe-
daço de linho na nossa cabana, e lu não
sabes como hasde amortalhar-me. Não |
te afílijas, meu pobre amigo! Procura no
velho babú a camisa do meu noivado,
que me serviu tambem para o vestido
da primeira communhão, e elle me ser-
virá de mortalha!»
VI
No diá seguinte, amortalhada na cam-
braia do seu noivado, a pobre rapariga
dormia no cemiterio. Dois anjos desce-
ram do ceu num raio de luar. Vinham
buscal-a. Mas eram dois anjos muito
pequenos, chegados ha pouco ao paraiso
e encarregados pela primeira vez da
missão de irem à terra procurar os de-
funtos escolhidos pera a felicidade eter-
na. Quando afastaram a terra e levanta:
ram a tampa do feretro, ficaram muito
perplexos. Debeis, como eram, não teri-
am foças para erguer o corpo da mor-
ta e leval-o até ao lhrono do Senhor,
porque esse throno era muito alto. Que
haviam de fazer? Do que meio se servi-
riam? Desanimados, iam já voltar nova-
mente ao ceu, para pedirem conselho a
algum seraphim mais experiente, quan-
do descobriram a mortaiha de cambraia
que a brisa da noite fazia tremer. Lem-
braram se então de fazer della umas
azas para a morta. Foi um momento. À
cambraia foi rasgado e adaptou-se aos
palli hombros de Isamberte em duas
azas brancas e movidiças, e a pobre ra-
pariga subiu ao cen,quasi resuscilada,
com o auxilio dessas azas que Linham
sido na lerra o seu enxoval, o seu ves-
tido da primeira communhão, a sua ca-
misa do noivado e a sua mortalha.
CATULLE MENDÊS
PENSAMENTOS
Ha muito quem julgue que a lealdade é um
diploma de boa conducta, de bom senso, e de
um comportamento irreprehênsivel,
Erro, e erro grave!
A belleza conta com as homenagens, assei-
ta-as como um legitimo lributo, e não se dei-
«xa se dirige por ellas. Emquanto que fealda-
de, tendo de triumphar da sua propria desgra-
ca, prosura conquintar por Lodos os meios
possiveis essas homenagens, e não besita em
fazer Lodas concessões, de que lhe possa re-
sultar q satisfação da sua vaidade.
— ar tre
Diz um artigo proverbio portuguez:—Não |
compres mula manca, cuidando que bade cu-
rar; nem cazes com mulher má, cuidando
que se hade emendar.
—— memo meme
As duas coicas mais dilficultosas do mundo
são entender as mulheres e aturar os criados.
nm
CURIOSO PARENTESCO
Transcrevemos dum nosso colicga O
seguinte:
«Casei com uma viuva, que tinha uma fi-
lha já em edade de casar.
Meu pae, que ia visitar-nos muito a meúdo,
apaixonou-se por minha enteada e casou com
ella. De sorte que meu pae ficou sendo meu
genro e minha enteada minha mãe por ser
mulher de meu pae. Tempos depois, minha
mulher teve um filho, que ficou sendo cunha-
do de meu pae e meu lia, por ser irmão de
minha madrasta. A mulher de meu pae (mi-
nha enteada) teve tambem um filho; escusado
sera dizer que este filho ficou sendo meu ir-
mão e meu neto ao mesmo tempo, por ser
tilho de minha filha. Minha mulher era minha
avó, porque era mãe de minha mãe.
Eu era ao mesmo tempo marido e neto de
minha mulher; e como o marido da avó de
uma pessoa é avó d’essa pessoa, cu era avó
de mim mesmo.
COMMUNICADOS
AORADECIMEALO
O sr. Padre João Antonio da Silva, prior na
real capella da Senhora dos Remedios, pede-
nos, para aqui patentear-nvos o seu reconhe-
cimento para com a phylarmouica de Pedrogam
Grande e cavalheiros que a acompanharam,
pela parte que Lomavam vas festas que alli se
realisaram nos dias Tá e 1ô do corrente, para
quem pede tambem Lolerancia d» qualquer fal.
la, que, para com 05 mesmos commeltesses,
o pasa
DESPEDIDA
Francisco Dias da Silva, retirando-se para
Alpedrinha, despede-se por este meio de todas
as pessoas das suas relações, pedindo desoul-
pa de o não fazer pessoalmente.
SERVIÇO DE DILIGENCIAS
Da CERTA a THOMAR (via Sernache «dO
Bomjardim, Valles e Ferreira do Lezere). Sae
he da Certã às 2 horas da tarde e chega t
Thomar ás 9 da noite. Sabe de Thomar às 5
da manha e chega à Certa 12 e meia da tar-
te.
Da CERTÃ a PROENÇA A NOVA. Sahe da
Certã á 1 e meia da tarde e chega Proença
às 5 da torde; Sahe de Proença às 5 da ma-
nha é chega à Certã às 9 e meia da manhã.
Esta cilizencia communica com a de Proençã
a Castello Branco.
Da CERTA a PEDROGAM PEQUENO, Sa-
he da Cerlã á 2 da tarde e chega a Pedro-
sam às 5 e meia da tarde; Sale de: Pedro-
gam ás 7 da manhã e chega a Cortã às 10
da manhã.
ANNUNCIO
1.º publicação)
NO dia déz de setembro proximo,
ao meio dia, no Tribunal Jadicial d’.
esta villa, voltam á-terceira. praça, pa-
va venda e artemalação em hasta pa-
blica, por qualquer preço, que se of-
lerecer e pelo mair lanço, que fôr of-
fereçido, os seguintes immobiliarios, pe-
nhorados em execução, que o Ministe-
rio Publico move contra o executado
Manoel Pedro, mancebo refractario. f-
lho Foulvo; Manoel Pedro e de Quile-
ria Maria, do logar daf Bafareira, fro-
guezia do Estreito, concelho d’Oleiros
desta comarca da Certa, saber;==L.º
–Um predio de matto, sito ao Pezo.
==2º-Um predio de matto com cas-
tanheiros e estacas «Voliveiras, no si.
tio do Pezo==3″Um predio de mu-
to com castanheiros e estacas d’olivei-
ras, sito á Varzea da Fonte ==t.”—
Um predio com oliveiras e matlo, si-
to à Borraca dos Palheiros==5,—Uim
predio de semeadura, ne sitio do Moi-
nho Velho.==6.º-—Um predio com duas
oliveiras e lestuda, no sitio do Vidigal,
==7″——Um predio com ameixoeiras, do
suio da Ereira==8,—Um predio com
oliveiras, no sitio dos Tapados.
Pelo presente são citos para dita ar=
remalação quaesquer credores. incertos
do executado, para deduzivem seus di-
reitos. E
Certa, 53 d’agosto de 1899. E eu
Francisco Cesar Gonçalves, escrivão que
o escrevi e assigno.
Verifiguei a exactidão —O Jaiz de Di-
reito,—João Lobo de Mouta.
O Escrivão,
Francisco Cesar G inçalves”
Kúditos de 30 dias
(2º publicação)
Pelo juizo de direito da comarea de
Portalegre e cartorio do Lerceiro ofício,
escrivão Costa Junior, correm editos de
trinta dias a contar da publicação do ul-
imo onnuncio, citando os Interessados
incertos que se julguem com direito op-
por-se à habilitação requerida por Jose
Antonio — Luiza Genoveva — Joaquina
Maria—Marta Luiza, casada com Joaquim
Affonso—Conceição deJesus, casada com
João Martins Soldado — Manoel Antonio
e Malia Barbara, todos residentes na fre-
guezia do Mosteioo, cencelho d’Oleiros:
pela qual pertendem ser habiltados her-
deiros universaes de seu irmão e tio João
Antonio da Silva, fallecido no dia sete
de maio do corrente anno, na freguezia
da Esperança, concelho de Arronches:
Esta citação hbade ser acgusada n: se-
gunda audiencia posterior aos editos.
As audiencias teem logar todas as se-
gundas e quintas-feiras de cada semana,
por dez horas da manhã, no Lribunal si-
to no Largo do Municipio, e quando al-
gum Pestes dias fôr sanclificado, não es-
tando comprebendido em férias, as auilis
encias teem logar no dia seguinte se não
for tambem dia sanclificado ou feriado.
Certã, 28 le julho de 1899,
E eu Fraucisco Cezar Gonçalves escri-
ão o subserevi.
Verifiquei
O Juiz de Direito
João Lobo de. Moura.
O Escrivão
Francisco Cezar Gonçalves. SB
*
EYPOGRAPIILA
DA
GAZETA DAS PROVÍNCIAS
CERTÃ
1—TRAVESSA PIRES—2
al
POR preços diminutos acceita
encommendas de impressos oíflis
cinaes, factura, bilhetes ce visita,
participações de casamento, clya
cularés, prospectos, Cartuzeos,
| eté. otce.ce.@@@ 1 @@@
ornatos
RALYNDALIO DAGOSTO
Puçalena 14) gl 15/00/09
Quarta fora [9] G]r6/93]30
Quinta-feira [3 Lol4T]oKIM
Sexto [era AIN AS 95 |
Sato HAS HO |S6]—
Denonço Good o
Segrmdo feira [7] ii /at)o8|—
6 Lonovaás 4h. fim, da
14 O crese ás dl Doe 47 m das.
24. Eochein ás 4 ho At moda.
27 0 mingo ás dll cS0 me da.
hds
A IN TE UTI CIOE
IMI CESTO DO SELAS»
Corta de Lodo 29 de julio de 1899-com
a» respectivos Baleia e PORTARIA de .B de
aposto corrente, es latectnda-es,
Esição em Lon papal cudodusimente re-
zista e inqpressa solva direc ão de um fuccio-
parto pratico.
Recomenda-se, porque a eua clareza e pã-
lidez a terna sepecior q gutes guiras facili
fundo a procura de aualquer verba poforegte à
Cetera nado cbjocis é corten io po fal umas
pecivas em Íravço qura selerenoios e gunula-
lõs.
Promette-se publicar e distriboir ao fig do
arno corrente vamo SE PLEMENTO com todos
es Ciplepas que sobre irposo do seilo fo-
rem publicados ste lá, duvidas que a prelico
usar, ejupiõvs auetonicadas € quecaquer
qestos de irleres e pêra o boa iuterpretação
do lei. ;
S ra enviada a quem semmelterem vale ou
cortada quanno qu 200 vóis
O SUPELEMENTO, porém, cú será comprei
tido 4 quem ervir GM réis para cello Em troca
neudaremo umas que dera cdieno re
Quisilila se nos principio do ento de 4900
bão Bivercido envolto.
Beridos q csrpepondencro silire q vssumepto
a JOSE MABQUES NUNES DA COSTA Es-
ericão e Pabelsã ==EVOMA.
DOS — Moto convite reunir nomes re-
quesição malsode um exemplar, epviegdo a sao
Ho potencia em volte ou Certa registada pora
evitar cxiravius,
Salistuz no quilquer requisição Vesemplares
E f
==A ui Rosvi==t’] NA
ANNENÇIO
(22 publicação)
PELO Juizo de Direito da sexta vara
da com ucrade Lisbono espiario do pit
iecito cffcio, Esernão Bello. pretendem
Do Vigia Comlida da Siva Villela,
Allvedo Victorino da Silva Coco, casa-
doc Do Espestina Lulaxina da Silva
Guimorães, casada, D. Anna Liudovina
(Coelho da Silve. e dr. Antonio Tulefonso
Victonvo da Siva Coelho, halulitar-se,
a primicira como unica hendoira e as
restentos como. legatarios do fallecido
Reverendo Padre Antonio Dadistay Que
ho, fito de José Joaquim Cocho Ser.
rado, que ranbem usava dos nomes de
Jusé Josquim Coclho e José Coelho Ser-
pano, e de Ludovina Rosa da Nagavetli
ou simplesmente Ladovina. Rosa,— Que
o dito Padre Antonio Eideslia Coelhn.
a
capelão militar veformado, fullcem em
um de gunho do corrente anno, na casa
onde vesidea na rua de 8. E lippe Nery
numero vinte e seis, freguesia de 3. Ma-
mede, sem descendentes nem ascenden-
tes vivos € com testamento no qual dis-
pende de varios legados 0 lavar dos jus-
Ucantes inslituiu a primeira por her
detea do remanescente de seus bens e à
nemeon sua tesmentera Que os lega-
dos que dispor o fallecic. no seu testa-
mento, são os seguintes; À primeira
justificate Do Vinginia Candida da Siva
Villela, Lrez inscripeções da Junta do
de Credito Publico do valor nominal de
1:0008000 reis cada uma, com os nu
GALETA DAS PROVINCI:S—CERTA
= E Ko
meros 152:450, 152:451 e 152,452
e todos os mebiliasios que existiam na
“easa onde o testar residia, Ão segun
do justificante Alfredo Victorino da Sil-
va Co: ho, casado com D. Alice a Cos
ta Victorino, uma inseripção da mesma
Junta com o valor nominal de 5009900
reis será o numero 44:478. 4 lereelia
jastificante D, Erneslina Ludovima da
Silva Guimarães, casada com Antonio
Coelho Guimarães os mebiharios que o
testador possue na freguesia de Serna-
ele do Bom Lilim, concelho da Certa,
“quatro Inseripções da niesima, Junia,
do voor de 1NGOS00O ves cada num
que cerãa os Euneros 10838, 90478.
141865 e JHASGO. A quantas just
ecte Do Auna Dodovmna Goubo da Sii-
va, quatro iscripções demesma Junta
donalor roma de-1:0005000 cala
uma que serão os piumeros 148905.
150515, 152448 e 1524490 ÀÃo quin;
to qustilicante Dior Autonto Tiusto so
Victorino da Silva Ceclho, uma tnsevip-
cão da mesma Junta do valer non
de 5068000 reis que lera O tumeto
20266. 4 D. Avna Budovina Cocho e
a Do Henriqueta Ludovida Coelho W-
pas do testador, o asoftuvio das inseri
peões Jegades nos quatro ultumos justih-
estes mo valor total nominal de reis
GNO0S000. Que-esta usultachiria D,
Amma Budovina Coelho, fallecem antes do
testador em PA paaciro de 1890 0a an-
tra usulraciaania Do Henriqueta Ludo:
Cvina Coelho desisto deste usolrucio,
Que os Imoveis sitos na freguegia de
E Secpache do Bonr Javd my são; — Um p=
Hival á Vargos Cova — Uma horta dedo
minada a Pedreira, Junites da Álsoiro-
Un olival degeminudo o Canútoç hmi-
tes do Cascabaço: Papeis de Credito Eez
inseripções de assentamento. da Junia
e Creio Publico, do valor nomiial de
1C0SG00 réis cada ma com os mume,
ros 1192972, 221307 a 221319. Dez
iDsCripções de asseptamento da espa
Bunta do valor peminaboate 5006000 rs.
esa mma com as numeros 44478,
FOSCO a 80974. Duseseis mscrpçõe
de assentamento da mesm Jonta do va-
tor mondnal de 4:0002000 véis cada
uma comos numeros 150515, 192548
a 152450 e 453915. À quantia do veis
86925545 em dinheiro é juraso deposto
tado no Monte Pio Geral sob n.º 20796:
a quontia de 420750 veis importancia
de soldo relativo ao mezo de air de
1899 devido pelo Ministerio da Guerra
Pelo presente são ciludos os incertos
que se julguem com direito a contestar
vema pertenção dos jushificantes paa
que o deduzam dentro de lrez atidieus
clas qui serão assipnalas na segunda
findo o prazo de trinta dias dos edios a
oontar da segunda publicação do respe-
elivo annuncio As audicacias no Peiba-
nal da Boa Hora jlazom-se às lergas é
saxtas-feiras de cada semana por dez
horas da mana não sendo dia sanlifica-
doou ferados porque sendo-o se fageny
nos imediatos, E por virtude da carta
precatória dirigida este Juizo se passou
0 presente,
Certa 47 de agosto de 1899.
Verifiquei, — O Juiz de Diveito
João Lobo de Moura
O escrivão interino do 2.º officio.
“Francisco Pires de Moura
EXECUÇÃO HY POTHECARIA
NO dia vinte do contente, ão meio
dia à porta do Tribunal Judicial des-
[la Comarca, por virtude da execução

S2D’ AGOSTO DE 1899
hypolhecaria que Davi Nunes e Siva
casado, esta Villi move conta José
Farma da Silva e soa mulher Felici-
dade de Jesus, da Pura de Palhaes,
esta Comarea, para poganento la
quabha de 1505000 veis e os respec-
tivos juros, — se ba de proceder à vor
da e artematação em hasta pubfica,
pelo mair preço que se oflorecer Sobre
metade dos
os predios segs: = Uma te tule
me de teria culiava com
dois exstunhorros e multo, sia à Ponte
da Pedras Imado di Tira do Pálhuos:
Do valor do 639000 téis. Vic à praça
em réis 318500.
Sets respectivos Valores
consta (o
et! “V) Pugu, Ho valor des GISUCO EUIS.
Vac á praça cm vóis SOBH00,
São elas fuiaesquer credores in-
certoso afim de dedizives direitos- do
propriedade, querendo.
Certa, 7 dugosto de 1899.
O Esenvão interino do 2º oficio,
Erancisco Pires de Mogra,
Verifiuei==0 Juiz de Direito,
= João Lobo de Mantra.
Elditos de SO dias
(1º publicação)
Pelo juizo decdimreito da comarca de
Portalegre ec enmorio da lereeira officio,
escrivão: Costa Juniar, correm editos de
teintacdias a contur da publicação do uv]
fimo onnuncio, eando às interessados
incertos que se julguem com direito op-
nor-se à habilitação requerida por Jose
Antantao == Euiza Gonaviva — Josquina |
Maria Mera Lugo, castila com) Joaquim
Afonso Conceição de Jocas, cxsada con
Faro Martins Soldado — Manel Antonio
e Abuto Barbara, todos restdeúlos ta fr
mega do Mastelco, concelho VOloiros
pela equal pertendem str habitados Au
dejros universaes do cem irão e lo lodo
Antonio da Silva, faltorido no dia sele
de mto do corcento ando. pa fivunezhi
da Esperança, concelho do Arronches.
Exta eltação bade ser aecusada na se
gunda atdtencia posterior aos editos,
As aueencias Leeur logar fodas as se-
eutdas quintas formas de cada semana,
par dez horas da manha, no tribo si-
tono Largo do Mimieipio. e quando al
com Festes dis Jôr snelificado, não es
tando comprebendido-cem férias, as andi-
enetas (oem logar nosdia seguiuto se não
[or tambem dia sanelificado ou feriado.
Cora, 28 de quilo de 1699.
Deu Francisco Cezar Gonçalves escri-
vão o sabseravi
Venfiqua
“O luz de Direilo
João Lobo de Mogra.
O Escrivão
Frôncisco Cezar G nçalves.
ANTONIO LINO NETTO
PRINCIPIOS NOVOS
DA SCIENCIA CRIMINAL.
IMPRENSA DA UNIVERSIDARE
“COIMBRA
AL, À ES
DE
GEOGRAPHIA UNIVERSAL
DESCRIPVIIVO E UNIVERSAL
Publicação mensal +
Contendo 40 mappas expresamenre
gravados € impresssos a cores, 170 pagi-.
nas de texto de duas columnas e perto de
300 gravuras representando vistas das
principaes cidades monamentos do mun-,
do, paisagens, retratos de homens cele-
bres, figuras, diagramas, ele, spt
E& primeira publicação que n este ge-
Uma comella com desesois oliveiras,
nero se faz no nosso paiz, Podos os mezes
será distribuido um lasciculo contendo u-
na carta geegrabica cuidadosamente
eravada e impresa a cores, uma folha de
48 peginas de texlo 2 columpas e 7 cu
pAVUTAS, e uma Gala pelo preço de 150
veis pagos no acto da entrega,
RUA DA BOA-VISTA 62, 1º D
LISBOA
CLS CLS LISTS ST SST IT ST SAT SIT ITS TEITETO
ALTVAIATERIA — COSTA
Encarvega-se de fazer todo o serviço
e: ncermente à sua arte, tanto para esta to-
calidade como para fora. Garante-se 9 boin
acobamento e toma medidas em qualquer
ponto d’esta comarca,
Preços sem competencia
CERTA RUA DO VALLE 62 — CERTA
HISTORIA T
DOS JUIZES ORDINARIOS E DE
FOR
Antonio Fino Netto
Bacharel formado emdireeto e sócio effectivo
Lusututo de Coimbra
PAZ:
Vende-se na livraçia França Amado
— Qoimbras Preço 400 reis. —
PYROTHEOHNICO >
CERTA
David Nunes e Silva, com cfficina de
pysohrehinia, endarrega se fornecer pa-
cu qualquer pontoido paiz figo Partificio,
“com promphidão e garantido acabançênto,
Nasa oficina encontra se sempre um
tese e variado sortimento de logo de
“Stolros, é for Velha que sabio fogo
quem nos centenários: – ANTONINO
GUALBIM PAES =e da INDIA, (nºes-
te sómenteido estoiros e baldes). cujo
a Acao tum sido applaadido pelo publico
PoImipretisa, :
PREÇOS SEM COMPE TENCIA:
Cau TÃO COMBLERCIAL
DE
Euiz da Silva Dias
CERTA
Completo sorlmento ile luzendas de
algodão, “à linho e seda, mercearia, fer=
ragens e quoquibentas, chapeus, guarda
vshuvas ecsombrinhas, leços, papel, gar-
alões, velogios do sala, camas do ferro
“ Javtorios, fobha de Flanitres, estanho,
chumbo, deogas. vitro enchapa e obje-
ctos do mesinos vinho do Porto, licores é
coguaes; livros ide estudo e lilterarios, ta-
bacospete, Preços vxtraordinariamente
baratos e sem cimpetóncia,
Agencia da Companhia de Seguros:
-— PORTUGAL
RETRATOS==Tiram-se em diferentes
tamanhos desde 800 veis duzia, garan-
Lindo-se a sua perleição é mitulez,
Encarrega-se deitr Livar plhotograqhias
À qualquer ponto deste concelho, nedi-
ante ajuste especial,
1a 7, PRAÇA DO COMMERCIO, 1a 7
e
TYPOGIRAPIILA
DA É
GAZETA DAS PROVINCIAS
CERTA
L=TRAVESSA PRES.—2
POR preços diminutos acceita
encommeudas de impressos offi=
cines, factura, bilhetes co visitas
participações de casamento, Ciia
culares, prospecios, curtazes,
, : etc. otc.
Binary file (standard input) matches