Gazeta das Províncias nº20 18-08-1899

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SEMANARIO IN
ASSIGNATURA
CERTA, mez, 400 rs. FÓRA DA CERTÁ, trimestre, 32015. AFRICA, somestre, 18000 rs, BRAZIL, somestro, 28500 rs. Numero avulso, 30 rs.
a
DEPENDENTE
: PUBLICAÇÕES
No corpo do joraal, cada linha 80/73. Annuncios, 40 18. a linha, Repetição, 20 rs, a linha. Permanentos, preço convencional; os grs. assignantes
têm o desconto de 24 0/6. Testa folha é impressa na Pyp. da Gazeta das Provincirs, Certa,
Poda a correspondencia divigida À Administração, R, Sertorio, 17. Os originaes recubidos não se devolvem BE
Ermesto Marinha — Birector Es Augusto Rossi — Editor
+
pe
Aos nossos colegas da impren-
sa a quem caviamos w «Guzeia
das Provincias» pedimos a fiue-
za da permuta.
qem pre
Anmunciamese obras Htiterari=
es de quesereceba um exe mpliax
Prevenimos os nossos estima
veis nassiguantes que este jornal
suhirá de futuro As quintas fei-
“us com toda a reguisridade.
mete PT É Cn
DAS PALAVRAS
Fechamos hoje o longo parenthesis a-
berto na publicação «este jornal
Talvez se pensasse que o silencio que
o encheu fot apenas um producto de de:
«alento e de inercia. Mal andam, porem,
os que assim pensam.
A nossa fé mantinha-se a mesma; o
nosso lrabalho, embora, não tão oslen-
sivo, era egualmente perseverante. Os
esturços que empregavamos, não obs-
tante a sua malural obscuridade, visa-
vam sempre o fulnro e solido resurgi- |
mento da «Gazeta das Provincias».
Por essa maneira açeumulamos valio-
sos elementos e assegurámos garantias
de duração,
Felizmente, podemos vir agora de
novo, oceupar o nosso posto, com a sin-
ceridade um velho soldado.
O nosso programina continuará a ser
0 mesmo. Nem compromissos nem sub-
serviencias com pessoa algnma. Vimos
apenas com a nossa consciencia: pelo
dever e com o dever] | ninguem dirá
que” fica estreito o nosso campo de ac-
ção. A dentro dos principios humanila-
rios e maralisadores, muto ha de con-
sleuir e levantar, Todas as questões con-
temporaneas de lá pódem e devem ser
abordadas, com o enthusiasmo que na-
turalmente inspiram.
Para 0 cumprimento da nossa missão, |
não carecemos de recorrer a intrigas
nema invenções. Tem muitopor ande
rompera perna que seguramos. O pensa-
mento universal nao descança. O cere-
bro do homem desfaz-se em luz, e d’es-
sa luz estão irrompendo os clarões que
vem Muminar, gloriosamente, as moder-
nas e faturas idades, na esperança d’u-
ma alta civilisação.
Sob essa athmosphera de principios
puros é que nos vimos collaçar denoda-
damente; e, ainda sob o seu inflixo,
procuraremos versar, em. especial, as
questões de interesse e caracter. local,
com o cuidado que merecem. Quem
queira luctar pelo interesse dos- povos
tem-nos ao seu lado; quem Lenha en-
lhusiasmo pelos interesses da Certã, tem
aqui um logar. Verdade e justiça: eis,
em geral, o nosso plano de orientação.
TT entao q
EEPDIEN TO go elo po RAMALHO
Ha nomes, a cuja recordação o nosso
“espirito se sente como que galvanisado,
impulsionado por um sentimento de ad
miração e respeito; ha pessoas, cujas
peregninas qualidades nos ciplivam e
por isso têem jus aos respeitos do lo-
dos, amigos ou adversarios, porque com
uma inteligencia lucida e um coração
diamantino, sabem captar as sympaihias
de todos; ha ainda iniividuos que com
uma pujança de talento extraordinaria e.
uma admiravel rectidão de caracter, se
Hustram, honvando o edificio, onde be-
beram o leite da sciencia. .
Tal é o Padre A. Ramalhosa, esse
sympalhico levita, que teve a ventura de,
== no meio dos seus palricios, onde é
idolatrado —, celebrar esse Sacrificio
incruento, em que o Deus da paz e do
amor, — o Deus enjo poier o raio alles-
ta, cuja immensidade ococeano declara
—, desce pela primeira vez ás. suas
mãos.
Inteligencia lucida, coração disman-
tino e nobresa de sentimentos, eis os
predicados exornam o caracter do novo
levita… Triologia admivavel que lhe faz
contar em cada um dos habitantes da
Gertã um amigo, e em cada um dos seus
amicos, um admirador das suas nobres
qualidades. E os sentimentos, que elles
experimentam, os expandem nessas pro-
vas daffecto, que todos á porfia lhe tes-
temunham nesse dia, em quo a esperan:
ça, essa amavel companheira da vida,
vem embalar-lhe os sentidos com as
suas fagueiras VISÕES… cc.
“+ Não se julgue que quem escreve
estas linhas, faz ondular o thuribulo do
incenso, talvez para adular este sympa-
thico rapaz; nãa, nem aqui teria logar a
lisanja. que não vicejaria por certo, por
entre as saudações lervidas de enthusi-
asmo, que irrompem expontancas do
peito dos seus amigos.
Amigo e companheiro durante alguns
annos nas lides escholares do jovem le-
vila, live ensejo de apreciar do perto
aquela amabilidado de maneiras, aquel-
la nobre e sublimo expressão de senti-
mentos, que lhe dão o realçe. No colle-
gio de Sernache revelou se-nos desde
logo um companheiro alfavel, um «bon
lizano, que, com uma inteligencia pou-
co vulgar, sabia manter sempre as dis-
cussões na altura devila c guial-as ao
ponto coro, Lolhendo muitas vezes os
desejos bellicos do lerrivel Marte, que
se relrahia para dar logar á harmonia
social,
Coroção bondoso, não houve em toda
à sua vida academica uma nuvem que
lhe empanasse o brilho.
Para os rapazes, era sempre o mes-
mo, quer o vejamos cursando os prepa-
ratorius, quer o contemplémos guindado
às culminancias da Theologia.
p PO sen coração era um foco, aquecido
pelo calor de bondade e que diffamidlia
os seus vaios por todos, alirabindo-lhe
cado dia novos amigos.
Gom uma tenacidade só propria del-
nal copiographado que lá circulava pelo
collegio, do qual elle foi o impulsor e ao
mesmo Lempo principal redactor,
Ahi é que elle patenteou os vastos ro-
cursss do seu grande talento; mas, coisa
estranha, alliando a um vasto saber
uma profunda modestia, nunca quiz sub-
serever artigo aleum dos seus, que aliás
eram primorosamente escríplos, e lidos
com grande avilez.
Finalmente sempre bemquisto dos
seus professores e querido dos compa-
nheiros; e este é o maiore logio que se
lhe póde fazer.
Satlemos pois o novo presbylero, pe-
lo seu passado que é cheio doe meritos,
pelo seu presente que é cheio das mais
risonhas esperanças e pelo sem futuro
que será coberto das mais lidimas glo-
nas sandêmol-o particularmente por ter
allingido o «cel-dorado» das suas aspi-
rações, a méta dos seus desejos e gran-
de desideratum de tantos trabalhos e
de tão longas vigilias.
Estamos certos de que lá nessa adus-
la Africa, onde o sol abrasa, 0 sopro do
dezerto sufoca e as febres prostam, nº
essa Africa, que ao longe nos está «im-
plorando o baptismo da civilisação» na
phrase expressiva do illustre orador sa-
grado Alves Mendes, elle ‘saberá sempre
manter as lralicções honrosas do colle-
gio das Missões e ser o continuador glo-
rioso iPesses vultos que se chamam D.
A. Barreso, D. João G. Ferreira, D. J>
de Medeiros, D. Sebaslião Pereiro, e lan-
Los outros, — astros fulgentissimos que
lêem os seus nomes inscriptos em cara-
tlevos dourados, nas paginas da Histo-
ria das missões e conseguintemente na
da civilisação.
Estes os meus volos mais sinceros,
estes 05 meus desejo mais vehementes.
Um
GRAVISSIMO!
Aceaba de manifestar-se no Porto,
perleilamente caracterisada, a peste bu-
bonica, Diz se ter sido introduzida por
intermedio d’uns fardos, provenientes de
Bombaim,
amigo.
O caso lem impressionado vivamen-
Le a opinião publica, e o importante jor-
nal «Novilades» publicava ha dias, a
esto respeito, judiciosas considerações,
pedindo energicamente as mais promp-
las c excepeionaes providuncias do go-
verno.
Acompanhamos o illustre collega, nº
esse grito de salvação publica; urge que,
não hajam desteixos em assumpto de
ão grande maguilude para o paiz e em
le, conseguiu fundar o «Zéphiro», jor-
| que está egualmente. empenhada Toda a
Europa,
De passagem, e para prevenir even-
tunalidades possiveis, não leixaremos
aqui de chamar a attenção da actual ca-
mara para o estado de poudo aceio em
que se encontram a maior parte das ruas
da Certa e das pessimas condições hy-
gienicas de algumas casas que recla-
mam promplas e repetidas visitas san i-
tarias.
Acabem de vez com os focos d’infec –
ção que para ahi existem, que poem em
perigo constante uma população inteira,
e assim evilinão uma responsabilidade
tremenda.
ee TE Gian eme
nm va) VITA
A CRIA MISTA
Festovidade de Nossa Senhora
dos Hemedios — Missa Nova -—
Isecepção dy Philarmonica de
Pedlrogem Grande.
Nunca, como este anno, teve Lanto
luzimento a lestevidade da Senhora dos
Remedios, que se celebrou nos dias 14
e 15, na capella do mesmo nome, silua-
da mum dos silios mais pittoreses nos
suburbios desta villa. Duas circumstan –
cias contribuiram poderosamente para
tanto explendor — a assistencia da phi-
larmonica de Pedrogom Grande que ex-
pontancamante veio abrilhantar a festa
e a celebração da primeira missa do nos-
so sympálhico amigo é conlerraneo O st,
padre Antonio Ramalhosa.
A Cerlã não se poupou a esforços pa-
ra dar a maior pompa a esta festa, para
receber condignamente os seus hospedes
e prestar o preito de admiração ás qua-
lidades e talento Pum de seus filhos que
tanto a honram.
Esta vila apresentava verdadeiro ass
pecto. Todas as rnas estavam. profusa-
mento embaideiradas, vendo-se n’alguns
mastros escudos cos as armam da Cerlã
e Peilrogam Grande, A casa destinada a
receber os pedroguenses estava arlistica-
mente decorada com bandeiras, instru-
mentos, verdura, flores, e escudos alla-
sivos á fraternidade das duas philarmo-
nicas e dos dois concelhos visinhos.
A’s O horas da larde do dia 14 en-
lrava na Certa a philirmonica de Pedro-
gam e grande numero de cavalheiros
Dali, no meio de enthusiasticas ovações,
A” sua chegada, annunciada por giran-
dolas de foguetes, foram recebidos pela
phiarmonica da Certa, comnissão dos
festejos e muitos cavalheiros.
Fundidas as duas philarmonicas an-
laram percorrendo as ruas da villa to-
cando dois ordinarios expressamente
compostos. um pelo sr. Bastos e outro
pelo sr, Cilnentes, este regente da phi-
larmonica de Pedrogam e aquelle da da
Certa.
do OE PA)
Ligados à
Praça Commercio, o
su. Simões David, como filho de Pedro-
aeedro-
ae@@@ 1 @@@
|
I
“vamo samlon a, philamomica da sua tere
“a. AN essa rogeastão irromperian caloro-
sos=e enibusiastiros =yivostte Jodos 08
tados a Perogam, Cova, ele., ele.
Em seguida fobservidoum jantar de
57 talheres Lodox-pedroguenses centre
vs quaes nos recariliter sisto-os sis, ar.
CeAlberto Phomaz Daidsdulto Gonceção,
AntosioPhomaz B wvid, cAnionio Lopes,
Davi; José PiresoloelhosDavid, Augus-
10 Lhomar “Burreto, =Acénrcio “Gil de
CampesA mts (o David Martins, Abilio
Davul MartrasoAlanoel Lourenço Adro
Barretobamices e Epiphanio:David, dk
PedroganGraúdez ileso Francisco e Au-
Custo vid, de Pedrosa Pequeno,
E . q
A morto arratalo apresentava um as-
pocto sevprebeadentes Os traicomunaes
descantes e basavicos davam 0 carac-
terisco dascromarias poruguezas. Aqui de
e além, grupos ode camponezes dança-
vanr aleguementeseses som da guiturta,
do harmontum, emacaato cuntavam:
Viva quem-énda mobile,
Vvacguemmocbaile anda,
“Vivocmrrensanda damúres
Viva quem amores anda
Oniros gerposcainda amavam volte-
anito a capela-scanando :
A Sanhora dos Eremedios
Vem o-remedio pa mão:
Pen o rrêmedio ta vila
SE temem o da salvação,
“6 Tago d’articio, Inenceio:pelo «co-
ubreeilo pyrolheckniso e-nosso amigo
ar, José Nunes é Siva, loi como era”
decesperar, explendido; asallâminações
rasoaveis. e as dans philarmonieas hop
veram-se Jourosamento na sua quissão,
a
pe
“Nota oo for servida um alimnoço
ad
EAST talheresca que-assistiram ascduas
plilarmomers, cavalheiros de Pedrogam-.
eommissão «dos festas ecalunas cava-
hevros da Gera, Aocedeserto [oram le,
vantadosdigersos Drndesçentro os quaes
os dos srs Pesonudos Bartuolo e Luiz
Dias
An moio dia celebram a-sua primeira
missa, o nossocamigo Padre-Ramalhosa,
de cujo acto dorampadrihos os ses, tr,
Marinha e João Pinto d’Albupueique,
A” tarde, antes da Sabida da procis-
são. o novo purputado do sacerdocio
subiu ao pulpito ende-aPuma commo-
venle OLAÇÃO, q epassada-de sentimento,
insocou a Virgem confando-lhe os seus
destinos de missiguacio,-a senectude de
seus paes e tertiimando puma pero-
EE Julia Ml
DC NT Ts LIM INDY LNQUL O == Ao dis
ração smgela e aquecida de reconhe–
cimento, por agradecer as demnnstra-
ções de sympalhia «que coceborane seus
palricios;e a commissão “Gosdestejos. pe-
da oferta don estola ale rica seda,
reisticamento bordada apela, XP, Sr
loura,
“O jantar da festaí foi Oferecido como-
“de cestumes-pelo veneranio e respeila-
vel Padre-João Antonio dacSilva, que,
com, aquela. natural bondade-e: fran-
quesa sque -0: caraclepisa nos «deixou
mais tra vezuxtremamente-penhorados.
Ao-ctonsto lallaram osg-ses. dr Marinha,
de Phomaz David; Poilro Parinha, Pas.
dre Santos, Cifuentes, Antonio Louren
cos PadrecRamalhosa, Luiz Dias, elo,
“AS D linras’ da lardesainoa procis
são à frente da qual vinham centena-
reside pessoas: de jotlhos, immas-eom
creançascao collo, outras devando velas
acesas, agradeconto-com tanminho-sacri- –
Flsio à Virgem Nossa Senhora, agem se
entregaram, «cheias: de fé nos lranses
mais angmstiosos «la sua «existencia €
a quem Gevem talvez, a propria vida ou
“de mmrspae estremecido, de umalmãe
taviulhosa e de um temão- tdolatrado, de
um ente que dhos é-caro. … Magestoso,
“stanpalinco & comnosente-quadro | Quer;
de alilieções, que de agonias, que de
lagrimas isso representa! Como deante
“belle os olhos se humedecem e acalma
sda menjachar aos-pés da Virgem |- Fes
Inlises os «que suf mn e-teemdfél
No regrosso da festa hanve «marchê
aux funbeanxo, percorrendo lodas as
ruas da Gectã. Durante o lrajecto levan-
laram-se incessantemente Calorosas vi-
vas,-A marcha. Lemminou na Praça do
Gommerciosquecestava vepleta de-povo;
nesta agenstão 0 sr: Simges-Davilagra:
deceu sem-nome «tos, pedrognenses, o
acolhimento que lhes fez a Certã, palen-:
tcando à sta gratidão e protestando que
sabermnm semprecespeitar os antigas la-
cos deamisade que unem Pedrogam e
Cora.
“Na sua de-recepção depois fase ba-.
verem trocado protestoste eterna «amis
“sade entre asalaasphiarmonicas 0 se.
À. Rosit Mella e Jono-Branço, brindaram-
pela-anião: das- mesmas. ; j
Os peshoguenses celiraram namanhã de
16 deixando em cada cerlaginense um.
amigo-e em ceda peito anais indehavel
saudade,
A commissão dos fes’ejos: composta
pelos srs, Antonio: Leitão, Euiz-Domin-”
gos da Silva; João Branco, Fernando
UPA IS AUS TU EO TOS
Bartholo, Erucinoso Pires, Adrião David,
Angusto-Rossi, ecHeurigque Monra é di-
gna «dos maiores elogios, pela Jórma
honrosa como levou afim a espinhosa
missão de que se encaregára é deve or-
«ulhar-só por ver coroados de bom exito
tolos os seus esforços e bow vontade.
Ná podemos -tambom deixar de fe-
Deitar o nosso sympalhico amigo Zvfe-
rino-bucas, pela maneira brilhante co-
mo se-houvenas decoraçõs dos festejos,
emeqnefoi incansavel e em «que mais
uma: vez manifestou o gênio dumartista
consumado,
“ECHOS DA SEMANA
==Foiadniiitiio ad concurso “para oclogar
de-ecirucgião do exercito, o nosso presado
amizo-sr, dr Francisco David, de Pedrogan
Pequeno, que ha pouco concluiu brilhantemen-
Le acsum formatura na Universidade,
= Diz nOS pessoa uuciorisada Ro A GUEIsA
feita. ba dias contra os-disinbuidores -d’esLe
concelho e publicada num jornal, carece de.
fundamento, com o que sinceramente folga
mos a bem do publico.
—0O «biario» publicou na quinta feira, a se-
elinte portaria pela direcção geral das contri
huições directas: e
«Não sendo possivel, por talta de tempo,
liquidar e anplicar o cello dos livros commer-
ciaes,cchanscdos copiidores, a que se-refere a
verba-n.8:6 da classe 402 da labella n.º d,
que faz parte da carta de lei da 20 de julho
proximo: Ano, de modo a: conciliar as pres-
cripções da mesma lei com Os lnleresses. al-
tendiveisodo comimarcio :
eMenda sua magestade el-rei declarar que
pódem ser selados, sem multa; 03 menciona-,
dos livros,, escriplos ow estampados no tod»
ou em parte, que para esse fim forem apre-
sentados nas competentes repartições alé ao
dia 31 do corrente mez de agosto »
Fo promovido a 1.º class o sr. João
Meura, professor em Milreu, Villa de Rei.
tambem promovido a 2.º classe o
stc Juão Candido Silva, professor na Fatdada,
Villa decRei,
— Consta-nos que brevemente se abrirá
concurso para Jogares de 1.º aspirantes dus
repastiçõencde fazenda districiaes, estando
iunhem para breve a classificação dos 2º as-
pirantes.
= ot apresentado -para ájudante- da cou-
servatoria desta comança, o nosso particular
amigo dr-Autônio Edelonso: Victorino da S.lva
Coelho.
—E dado como certo o diaf2 de-Sstemdro”
para as eleições geraes. Quer isto dizer que o
paiz está em vesperas d:uma nova furça eleito-
ral, Ee
A «Patria» conta -um caso que: bem mos-
Lra O triste papel que a sociedade perlugueza
desempenhan: esta caracteristica comedia. Bil-o;
J«O serviço extrordinario que os empregados
do telegrapho «fizeram por coceasião das elel-
e Es)
“çõns de 1808 tem estado calé agora por pa-:
gar=O: empregados-Liveram a massada utas fi-
caram sem as magras gratificações.
sh gera, porem, como outras eleições estão à
porta e é preciso que os empregados e-tejai

com boas para aturar os varios administrade-
res e regedores de parochia, deu-se orem, a
toda a pre-sa, para O pagamento se fazer.
Conclusão: o estado é lonesto quando quer
serviço eleilural.
Fóra d’isso, só não caloteia se não póle.
-—Foi considerada suspensa a portaria de
13 de março de 1897 referente a concessões
de pa-sageus a colonos por conta do Estado,
para o ultramar.
Foram nomeados vogaes do recenceamen-
to eleitoral, em observancia do artigo 22 da
nova Lei eleitoral. os srs.: — Antonio José de
Paula, efectivo; Juão Martins da Silva, eubsti-
luto, para o cancelho dCOleiros. —- José Pires
Lopes, elfectivo; José Ribeiro Martins, subsli-
tuto, para o concelho ds Proença a Nuova.
— Movimento civil deste concelho no mez
de jnlho: nascimentos 42: casamentos 7; obi-
toa 49.
emma a fp O E Ae erre
DR. LINOJNEITO
Esteve n’esta villa este nosso velho
amigo e -collega de redacção, que ha
pouco «concluiu com «rara dislinção a
lormalura em direito.
Foi com o maior prazer que o abra-
camos. Lamentamos, porém, a curta
permanencia n’esla villa e fazemos ar-
dentes volospara que-os suas -visilas se
repitam-com mais [reguencia
CENCSAECE A
CIRONICA LOCAL
Estiveram nºe-ta villa os srs. :SJoaquim Hen-
riques Vidigal e José: Alexandre «da “Gosta, de
Pedrogiu Pequeno.
E TOA
– Sahiu. para: Pedrogam. Grande, regressando
Já, O nosso amigo .sr.cAdriãoMoraes.David,
=
o mm =
Está n’esa villa q +85) -presado amigo «sp.
Alberto Pinto de Figueiredo,
x
=P cá
Já regressou a esta vila comssua-gx: “> gs-
posa, o sr..de; Albano diQliveira:Erazão, digão
administrador dieste concelho.
=
= XE ae
Está na sua casa da Povoa,-a-restabelecer-se
das febres adquiridas em África, -o-n9sso pre-
sado e queridoo amigo -padre:Guilhorme Nunes
IoMarinha
a =
“Está n’esta vila o sr. Joaquim Mastins Maa-
so, inteiligente professor de- ensino livre em
Lista.
NECROLOGIO
Falleceu no Fundão no dia 13 do
corrente, a ex se; D, Maria José Mey-
reles, virinosa esposa do digna depu-
tado por este-eireulo sr. dr. João Pinto
Rodrigues dos Santos.
A” familia da lustre exlincta; a €x-
pressão do nosso pesar. ;
FOLHETIM
– JOSBPE MONFET
ncia Ei amas
– Ds milagres do amor º
– €Conto)
E RSULIHDIDOS E verdadetremente esplen-
didos cs compridos e louros cabeilos de
Rosinh=! …-Conipridos a ponto de lhe chega-
rem gos artelhos, quando a encatadora rapari-
ga tirava o-pente com mão ligeira é meneava
deliciosamente a-cabeça- como-tumas talinegra
que sacode as pennas “E louros, deum louro
adoravel de ceára em plena-aaturação, como –
se de manhã, no alal-os em frente da-sua ja-
nella, tivesse prendido nºelies os curiososraios :
du sor que se estavam indiseratamente demo-
«sando a beijar-lhe a alyura dus hombros! Que
cões-de vinte annos! Mas que importava isso,
se Iosinha um beilo dia havia casado!
O companheiro .por-ella escolhido era um
excellente e gulante rapaz, alegre ebem dis-.
posto, «lotado de-uma notavel aptidão para 0.
desevho, Era este precisamente o urico recur-.
so com que contava para-conquistar uma posi-
ção! BE, apesar de-tão escassa. probabilidade,
Rosinha e João Linham casads. Porque? E
hos! Porque se amavam Nem eu mesmo pos-
so contar=ibes-ugora como elleshaviamy dado
porcisso, – Sabel-o-hiam elles. proprios? Não
me alrevo-a jurar, Judo, que tractava Rosinha
como um: camarada, tinha senipre o coração
nas mãos. Unia-aoite-em que apertou os de-
dos da gentil rapariga por mais tempo do que
de costume, Rosinha-encontrou nas-suas mãos
o coração do namorado. “O -doidivanas: deixa-:
ra o ficar por descuido.» Para oscastigar, Ro-
“sinha ficou cont elle. Bis Ludoo que sei d’es=
ta historia,
«De resto; nen um-nen
outro: tinham cdi
“nhreiro. No: dia segvinte: ao- do casamento,
mitos cabellor aqueles, e que-doidos sonhos | Joãos vasculhando Dem-as- algiteiras, socon-.
amor não: timham inspirado a tantos cora-
cou n’ellas-cinco Lostões.
—Não poderemos ir muito longe comisto,
disse elle,
Foram… «caté ao jantar que-foi (rugal: Mas
tdemnisaram-se largamente à uma ceia de ape-
tilosas-caricias, emque= fiseram un consumo
oxicaordinario de beijos, os gulosos)…
=
e
= Nodia seguinte João teve «uma fortuna ines:
perda, que o deixou por algum tempocaturdi-
“do, como: se lhe livesse cahido uma pedra so-
| bre s.cabeço: —vinte dibrast Kra o presente de
nuprias«que-lhe: mandava um tio da provincin.
“Depois de se terem: mutuamente Deliscado pa-.
rase certihcarem de que estavam-bem-ucorda-
dos, -0snossos dois pombinhos camecaram a
fazer os: mais -phantasticos projectos.;Se. não
fallaram de comprar uny reino, foi simplesmen-
te porque não saberiam «que-fazer d’elle; Rosi-:
nha foi a primeira agpearar seriamente a sifua-
ção. Bra uma mulher.de juizo a nossa Rosinha!
—Dá cá, disse ella. Eu serei o caixa, É pre-
*
ciso sermos economicos é pensarmos no fotnro. :
João eatregou-lhe-o vale do correio com um
«gosto magestoso, e desde esse momento uma
unica ideia O preocupava porvezes. Quando sa-
hia á rua e semirave nos espelhos das lojas
de modas, schava-se de uma apparencia dema-
sindo burgueza ecomecva a apalpar-se para vê-
rificar se o ventre começava já manifestar
uma certa proeminencia. Eotab, dizia comsigo
que era mister-tralar de empgrecer, e punha-,
se a correr a cidade, procurando trabalho pa-
ra,» . mais tarde.
Ao-cabo de quinze dias, Rosinha começou a
sentir-se dominada por uma vaga inguietação.
Era uma coisa incrivel: — as vinte libras apr
proximavam-se do fim! Umo coisa assim ! Até
parecia obra de brusedo |
“Rosinha revestiu-se de um aspelo grave, res
fectiu por algum tempo, é tomou umo resolu-
ção.
— Sabes? disse ella é noite a João E’ pre-
ciso que dentro de oito dias encontres traba-
lho,
—Bem o desejo eu; mas que tens tu, por-
que estás hoje tão séria? Dar-se-ha 0 caso de
não termos já dinheiro?
— Temos .. ainda ha muito dinheiro “é“é@@@ 1 @@@
| sdistinotos medicos deste concelho, srs. dra.
E
VARIAS NOTICIAS |
DPERAÇÃO
No dia 40 do corrente, no hospkal esta |
willa, foi extrabido um «sarcoma» ao seio di-
geito, à Maria Ignez, creada de serve,
A operação que correu bem, doi feita pelos
Mattos e Silva, dosé Canos Erhardt e Guad-
dim de Queirgz,
meio (Prq
Concliiram. este anno os preprraterios para
a faculdade de direito, 08 nosses amigos srs.
Bosé Cesario Lino e Antonio Capello Manzarra
Eranco.
Com um abraço lhes enviamos cordeges fe -.
Uicitações.
eo e GE mio
EX AMBS
Ao nosso presado amigo sr, P Pelo Ra-
| amalhosa, professor interino da escola elemen-
tar d’esta villa, damos os messos «cordeses pa-
m abens pelo bom exito que justamente obleve-
q e no resultado dos exames feitos pelos seus
ulumnos, &
E” com a mator satisfoção que aqui regista
mos este facto.
O numero de alunos apresentados por a-.
| -«g velle nesso bem amigo foi de 9, obtendo am.
“sa classificação de kislincto 8 08 restantes ple-:
Da approvação, dos ; j
; | €aqm que repousa Sugelte, monta 208 |
1 quinge anuos, em pleno abril…
DESASTRE COM ARMA |
acento OF
DE FOGO
Mais uma wiclima do descuido que temos a
Tementar,
No dia b do comente deu-se am «desastre
«jue impressionou vivamente os habilantes da
freguesia do Fipueireda deste concelho. a
Um pobre rapaz que de manhã sabia a ca-
gar, leve a Infelicidade de, ao regressas a ca- ;
| aa, tropeçar n’um esgalho de pinheiro que por :
acaso estava occulto no meio do matto, o que
deu molivo a que o desgraçado cabisse, indo
| a carga da espingarda, «ue se disparou, pene-
| trar-lhe por debaixo do braço «reito e enhir.
ama face esquerda, À monte foi wstantanea-
O infeliz era geratmente estimado. 7
ScienciasáLetras |
SUZETE,
Morreu Suzeite, Tinha apenas quinze:
annos, Pobre querida! ão mora sob a |
terra Íria… f E
Collocam-n’a nºum caixãosito dolama- |
mho d’um berço. E encommendaram a:
um canteiro uma pedra lumular com es-.
ta mecripção:
— «E aqui que repousa Suzelte, mor- |
to aos quinze annosla * |
Eu vim de longe, “de muito longe, pa-
sa pedir um beijo quo ella me promeile-.
GAZETA DAS TROVINCIAS— CERTA, 18 DE AGOSTO DE 4823
va quando era-peguena. Mas alguem, dis- 3
| se-me no cannintia: | quebrando o silencio que reinava notem-
— Soro! não sabe? Morreu Suzete, |
| cavam es collegas, veudo-lhes na testa o
signal da cruz pintado & preto, e não |
À penas com quinze annos e já mortal
—Não acredito, repliquei. Ha no po-.
| veado tanta gente velha que ainda vive… .
1 é depois não & na Primavere que emmar- |
chessem -08 Iyrios.
—Collocaram-a’a num caixiesito do |
O estado da doente é satisfatoria. À tamanho «Pum Dençoi
=
-.+
contrasse, perguntei ao covene:
1º —Babe-me dicer onde enterraram a
1 Dugelle?
| —Não sei positivamente. O que lhe;
| posso dizer é que sobre o tumulto Lella ;
ha uma pequena inscripção…
a
-.
Mas, a alguns passos ali, om botão.
de sosa branca, tão braca como a meve,
entre -aibria-se tremulo para 0 cera, Ab)
como a gente sesentiabem ali. Due per-
lumes em volta de nós!
—Provavelmente, disse comigo mesmo
CATULLE MERDÊS
est
CANCIONEIRO
ANIMA MEA
Estava a Morie ah, em pé, diante,
Sin, diante de mim, como serpente,
Que dormisso na estrada e de repente
Se erguecse sob os pés do caminhante,
ira do ver a funebre bachante!
Que torvo-othar! que gesto de demente!
E eu disse-lhe: Que «pensas impadente,
Loba faminta pelo mundo errante?»
aNão- temas, respondeu» e uma ironia,
Simisirrmente estranha, atroz e calma
Lhe torceu cruelmente a bocca fria,
Glorioso de mais… Busco a tua almas
Bespondi-he: «A minha alma jáiniocrea!s
Anthero do Quental.
— escanear —
Em Paris, am garetito lembrou-se de |
despegm am frasco de tinta na pia da a-
gua benta de certa egreja,
na egreja,
ju
GS e carai PO SAR
Pouco depois, porem, um sussurro foi
plo do Senhor. Eram alguas Geis que tro-
imaginavam que egual distiuctivo tinham
já namesma parte do corpo.
O rapazto fugiu para leuge…
ANNUNCIO
(2º publicação)
| PELO Juizo de Direita da sexta vara
No cemiterio procerei, entreos tuma- | da comarca de Lisboa e cartorio do pri-
| log, 0 da gobre ereança, e-como não o em- | Meiro ofácio, Escrivão Bello, pretendem
| D. Virginia Candida da Silva Vilela,
Alfredo Victorino da Silva Goelho, casa-
di do, DB. Eruestina Ludovina da Silva
Gumimorãos, casada, D. Ama Exudovina
“Sioelho da Silys. cdr, Antonto Eldefonso ;
Victorino da Silva Coelho, habilitar-se, | Derna
| lival à Varzea Cova — Uma horta deno-
a primeira como sinica herdeira e es
| restantes como legatartos do faliceido
Reverendo Padre Antonie Ladislau Coe-
lho, filhe -de José Joagrim Ueclho Ser-
| rado, que rambem usava dos memes de |
José Joaquim Coelho e José Coelho Ser- |.
| rano, o de Eudovina Rosa da Nazareth |
ou simplesmente Ludovina fiosa — Que
o dito Padre Antonio Ladislau Coelho, :
| capelão militar velormado, faleceu em
1 uva de qúnho do comente anne, na casa.
À onde residia na quáçde 8. Fiippe Nery. :
1 memero vinte e seis, freguesia de 8, Ma-
1 mede, sem descendentes nem ascenden- :
1 les vivos e com testamento no qual dis- :
pende de varios legados o favor dos jus- | 4
| 8028545 em dinheiro e juros, deposi-
lificantes jestituia a primeira por ber-
dema do remanescente de seus beas e q |
nomeou sua tesmenteira. Que os lega-
dos que dispoz o faliccido mo seu testa- :
mento, são os seguintes: À” primeira
“4 Jastificante D. Virginia Candida da Siva |
| Villela, Srez mscnipeções da Junia do
| de Credito Pablico do valor nominal do
1:9008009 reis cada uma, com os na-:
mesos 1392:450, 102:451 e 152:452
| 6 todos os wmobiliarios que existiam na |
4 casa onde e testader residia, Ào segun-.
| do justificante Alfredo Victorino da Sil- | clivo anuncio Às audiencias no Tribu-
UAI AO ac OM CORDO ira Agape va Coelho, casado com B. Alice da Ges-.
| la Victorino, uma inscripção «da mesma
| Junta com valor nominal de 5903000.
1 reis será 0 nymero £L:678. À” Lerceira |
| jusificanto D, Ernestina Ludovina da
Silva Iruimarães, casada com Antonio :
Coelho fiuimarães os mobdiliarios que 9
O resultado é de prever: os fieis mi-: tepnio! mcstme” a Iroguena Mb /icaaac,
nham chegando, molhagam cerimontosa-
| mente a ponta dos dedos ua agua e da-
| ziam gma cruz na testa… Em seguida
ajoelhavam ante as imagens que baviam –
che do Bom Jardim, concelho da Cena,
e quatro inscripções da mesma Junta, /
do volor de 1:0008090 nóis cada ama
que serão os numeros 16838, 59478,
141865 e 141866. A” quarta gastiá-:
| canto D. Anaa Ludovina Coelho da Sil-.
L
va, quatro inseripções da mesma Junta
do valor nominal de 1:0002000 cada
uma que serao os numeros 148505,
190515, 152448 e 152449. Ao quin-
to justificonte Doutor Autonio Jllefonso
Victorino da Silva Coelho, uma inscrip
ção da mesma Junta do volor nomina!
de 5009000 reis que tera o numer
30906. A D. Anna Ludovina Goelho «
a D. Henriqueta Ludovida Coelho ir-
mãs do testador, o usofructo das inseri-
pções legadas aos quatro ultimos justifi-
cantes no valor total nominal de reis
1 9:00093000. Que esta usufructuaria D.
Anna Ludovina Coelho, falleceu antes do
testador em 14 janeiro de 1896 e a ou-
tra usufrueluaria D. Henriqueta Ludo-
vina Coelho desistiu d’este uso [ructo;
Que os immoveis silos na freguezia de
Sernache do Bom Jardim são;—Uim o-
minada a Pedreira, limites da Alsotro—
Em olival denominado o Canudo, limi-
les do Cascabaço. Papeis de credit. Dez
inscripções de assentamento da Junta
de Gredito Publico, do valor nominal de
1008000 réis cada uma com os nume-
ros 112972, 2214307 a 221315. Dez
inscripções de assentamento da mesma
Junta do valor nominal de 5008000 rs.
cada mma com as numeros 44478.
80966 a 80974. Desesis inscripções
de assentamento da mesma Junta do ya-
lor nominal de 1:0000000 réis cada
uma com os numeros 150515, 152448
a 152456 e 1593315. À quantia de reis
tado no Monte Pio Geral sob n.º 26756;
e a quontia de 420750 reis importancia
de soldo relativo ao mez de maio de
1839 devido pelo Ministerio da Guerra
Pelo presente são citados os incertos
que se julgaom com direito a contesta-
vem & pertenção dos juslificantes para
que o doduzam dentro de trez audien-
cias que serão assignadas na segunda
finda e praza de trintajdias dos editos a
contar da segunda publicação do respe-
mai da Boa Hora fazem-se às terças e
soxtas-feiras de cada semana por dez
horas da manitã não send dia santifica-
do ou feriados porque sendo-o se fazem
| nos iumediatos. E por virtude da carta
precatoria dirigida este Juizo se passou
o presente,
Certa 17 de agosto de 1899.
Verifiquei, — 9 Juiz de Direito
João Lobo de Moura
O escrivão interino do 27 alice.
Francisco Pires de Monra
um homem não deve estar sem fazer cousa
alguma,
— Tens razão, tens, eninha querida. Por ja–
so eu procuro trabalho todos os dias; mas
des crêr que não é muito facil encontrat-o,
Oito dias depois o caixa achava-se numa.
terirvel situação. Não havia gne dissimular, a-
miseria batia à porta. Rosinha não disse nada |
a João, por conhecer que o pobre rapaz tazia
«quanto podia para encontrar onde 4rabalhar, À
Era dificil a tarefa, mas a excellente rapari- |
ga fez quanto porde para conjurar a miseria |
«que amençava o casal. Com vs escassos recur–
sos que restavam fez verdadeiros prodigios
“e economia; e ao cabo de uma semana d’es-
te regimen, Rosinha tornara-se a mais avisa- |
da e prudente das donas de casa, Diremos
quo era a mais habil tambem, porque João, .
sempre sem trabalho, não déra por nenhuma
das difliculdudes em que se via a pobre se-.
nhora
Ras
j * *
Uma manhã, logo que Soão sahiu, Rosinha
sentiu-se dominada nor uma
terrivel angustia ]
Es
que a obrigou a «chorar amargamente.
Restavam-lhe algums tostões… Poderiam :
comer durante dois dias, e ainda assim, seria
– | mister uma prodigiosa economia. Becidiamen-
| a desgaça ia pesar sobre aquella cata.
Rosinha vestiu-se, soltando alguns suspiros.
Ae começar a pentcar-se delronte do seu es-.
pelho, viu que não linha ganchos. para segu-
rrr os cabellos.
— Bonito, disse cila muto Lristo, Mais ama :
despezal.. «
Estrabiuc à rua para ie comprar um massi- :
nho de ganchos a casa do cabelleireiro. O ar- |
Lista copillar estava a um canto do estabeleci- ,
mento, muito atarefádo a entrançar uma jran-
de porção de cabellos louros.
—A menina é que não precisa isto, disse |
elle com um certo ar de gatenteria, designaa- |
do o esplendido cabello de Rosinha.
|—Não”presiso, não, € felizmente para mim,
porque deve ser muito carol |.
— Um pouco, um poco. Fistes que aqui vê
hão de render uma libra, :
=—TJma libra, santo Densl
bn Sosii PE md RS
p verdado «Mas E á à 7
1 VETRAGO, Sids qnira em cmta o iraba- !
à lho, porgue isto ainda custa bastante 2 prepa-
Far.
—Be certo, de certo, mas o cabello só por :
| si tambem tem algum valor? :
— i estou arar | E
meiga! TO qu jo qu * PESPRSEO | ra caga. João acabava de chegar pare almoçar.
valsa bem trez mil réis.
—Trez mil réis! Mas então quanto vale o |
que eu tenho na cabeça?
— Vamos vêr.
Rosinta tirou pente e com um geito encan-.
tador da cabeça fez cabir até aos pês a loura à cobelio.
cascata das seus cabelos,
—ma belleza! disse o cabeleireiro,
aqui… :
hom negocio.
gosio?
—Hoje não, respondeu Rosinha, compondo
o cabello, -Mas d’aqui à dins poderá ser. Ha
muito tempo que tanto cabello me
dia
; $ 1 dinhero, poderá ser um cocurso.
Bias calou-se de repente, porque farejou um
; – 4 donha. Não, não! Se ella algum dia fizosse s6-
—hAqui, bem pago, bem pago, ha o valor .
de uma nela de vinte mil réis. Quer fazer ne-*
incomoda |
j e mo causa grandes dores de cabeça. á
—Bem, quendo quizer. E é verdade, asca- |
a
-sa de o cortar todo de uma voz! Eu compro
| tambem És pequenas porções. .
—Bem, bem. Eu voltarei por aqui qual,
| quer dia.
E Rosinha, qm porco pensativa, voltou pa-
—IQueres saber, disse ella dando uma gar.
gathada, a que o cabeleireiro «lil da esquina
acaba de me prepar?
— que foi?
—fQueria dar-me vinte mil véis pelo meu
— Que ideia tão “tolal
ra, quem sabe! Mo dia em que tivermes
Mas João, ouvindo isto, teve uma tra me-
melhante cousa, elle fatia… Nem elle mes-
mo sabia o que faria, mas embora… Só
uma cabeça de muilcr ora canaz de ipecates
dia tio absurdas! E
Rosinlia não se altere à ze
4
– ACondiue ng proximo anmero).@@@ 1 @@@
&
Teiro. demor: ar a renlisação o sem. qro:
quanto ella eslava seunida seria, alé
GAZETA DAS PROVINCIAS
=CERTA 18D AGOSTO DS
1899
aeee
ESTRANGEIRO
“A Inglaterra co Transwaal
A Inglatera coutita a fazer prepa-
rabivos que bem indicam a sua firme In-
tenção de fonar ua Alrica do Sul uma
atitude de aberta violencia.
Assim o comprova qm Lelegramms
de Pietormaritaboeura (capital de Natal) |
publicado polo «Day Malla, de Lon
(res, DO equal se suma terem chegado
Fei iE co’onho migleza 2:000 mulas,
200 euros e fomos de conpanha em
rumiero evfficiento. pira abastecer
pão um exeredto 40600 lomens.
O goverro irglez-— agerescenta amda
(ssa dêsra arma — comprou tambem to
da a paris que existia “disponivel – no
mercado,
Wrença e MNussio «Visita de Deles
jeamss vo tear
|
|
de je uma mago bica tradueção das poesias de Almei-
Está preoceupando a altenção da im.
prensa estrangena q vigentado aniuistro-
dos negocios exlrangeiros de Frabça,
Deleassê, a 8. Patersburgo.
Parece cuidente que a viagem desse
ministro obiece ao intuito de estreitar
als jutimantente a aliança frango-rhs-
ta, (que depois do medente TP ashada pao
recia qmnr tanto debilitada, em vista da
albiludo deli:
presença do confheto entre q Prança e a
oglaterra, É
“Contudo,
extrangeira (een lhe
prop osIhos O enire rasos
tobaido couiros
MouissexitaaOr=
aleunscorghes da imprensa !
que o Izar adoplon em
| portitzaeza,
dumaso É 0 vulganisado pelo edneso, [0
« . i
qual tm consuridos telepramna do sep-|
à
correspondente dePariaç afirma que a
visita de Deleassé no imperator Alix Cat
apro tevecen vie imprader a aliiicação |
projectada pelo soberant de tadus às
Russias,
Diz o correspondente da grande: o ha
Loenedrina que o tar estã ccançado dê
reino pelas numerosas devejições que
tem solindo e que a falta de ano ecdei-
Foo imp messtona muito, De “pois Es 1
Cenas
O Imperador É
isso uy sempre prescrito ca, fe
diz aque um e Bzar semfilhos o E Ler
por suêcessor um Par Miguel que ve
cupatá a Gonslailinapo Applica a si
£ por
esqui
SUporsu | Gu
PD:
ea seu jinão Miguel e é por isso ques
pensa em aludicaj, eim. im do aetual
ram mileho Só q esper; paga e ter cano |
filho, 1ão solicilado-do cem, que ten,
Jec to, Além de. que, se do vivo grão du
que Jorge não podia, “bdicar senão mel. |
le, arrise: mdo asssim Russia às conti
genes de um reina ulo ephemeto.
«A contevedeia de dE ryao tambem con
tribuio para que Nicolau cl, adiliasso no
rewlisação «dos seus planos, Abdicar em-
certo ponto, faltal à sua palavra Alunas
vezes O impe pador ex celamon: «Sinilo-me
incapaz de cespeir aminha missão.
Se liver aum ho, Eltatdarei o lhrano
pula elle; se 0 não E ver, venunçiare) ao
tirono.» [is Sperou pe lts Rania RE “Pei
cia, Mas codio O resilado-Pesta o-não
salisloz e lhe » pPareCên um eléngio,. uma-
gina que se tornou aidicalo. aos olhos: do
ni vida reg ea
«Encerrada a conferencia. de: Faia, “o
sr. Delcassé foi enviado. ds Rus
88 STA, Pi Apa:
convenger Nicolandl de “que, Jão SÓ co- |
nO tm iperador, ias, lambem, como ho- |
nem, linha asgamido um SOmpromisso
solemne com a França e de que a sua
aluicação tenresentaria uma deserção,
tanto mais que ninguem sabe o que se-
“o
ção grão duque Miguel. O sr. Deleasseé
partiu, à teda a pressa, a fim de chegar
autes da partidado Izar para Darmstadt,
ouilo, segundo se diz; Nicolau HE qeuer
pór em execução O sus projeetos. à
Alouns jornães francezes, entre eles
o «Temps», dizem que se re ferem À
correspondencio do cFimeso, sumples-
mente alítulo de curlosid: ule,
BiBLIOah RAIA
NEL PRISO CENT TENABIO DELLE NASCI
PA CLALMEIDA GARRETT — Bis o ttilo d’
da Garettofeia por Fommazzu Canuizenro, O
grande volto da ditaratura ileliana,
A maneira supedor como é feita à tradueção
das al IhasOuhidaso do mosso gemia! Gare
pelo qaiins tre tradurtar dos a Sonetti Comple-
ti» deAnlhero de Quental, pelo fi ilustre ar-
tista. dos aBpives et Roses, Cinis Quiesa e de
xantas outras abraz pela alle nai + por elle pres
lada às leltras peringuezas, pel: à SUA erudiç: Ro co
mo peeivalotiã : tos,
a admirar octalenco do extrascrdipariocaplista,
sh edição da-versão das «Folhas Cahidaso &
| dedicadas 30 poeta da «Lyra Jntimas, o silva
aquim dPáraujo, nosso consal em (Genavas
“ATLAS DE; GBOCRYPUIA UNIVERSAL —
Temos presenieco onT Pesta ue importan-
tespublicação, com as seguintes photecravnras
no lexeo: Margens dosmo Judo Pypo duda;
Vita geral de S Paulo de cLoaida; Vista de
Mossamedes. Cachoeiras de Cabora-Bassa; Rio
Rovuma;