Eco da Beira nº8 17-04-1910

Anno I
“CARDOSO GUEDES
SECRETARIO
Domingo, 17 de Abril de 1910 –
pes
Gondições d’assignatura
Rei— nAnono , 19400; semestre, 700. Braz— iAnlno , 245500,
moeda forte. Afr—i cAnano , 2iboco: Paizes da União Postal—
Anno, 2200. Fóra da. Sertã accresce o porte da cobrança. Numero
avulso, 30 réis. Correspondencia respeitante á administração,
dirigida ao administrador.
Lei das compensações
Os povos teem sempre os governos
que merecem, escreveu algures Moatesquieu,
o eminente auctor do famoso
livro que aqui tenho na minha frente—
Esprit des lois—que muitas vezes
tenho lido, relido e trelido.
“uma profundissima verdade que
encerra um grande fundo de philosophia
e de observação critica, e que,
por isso mésmo, tem sido muito discútida
por uas,-muito contestada por
outros e muito applaudida pelo maior
numero. :
Estou de absoluto acordo “com o
conde de Montesquieu: por muito dignos
de melhor sorte que elles sejam,
ou pareçam ser, os povos teem sempre,
não ha duvida neohuma, os governos
que merecem.
“Posto que a phrase pareça muito
dura, consubstancia, entretanto, no
fundo e na essencia, a synthese luminosissima
de todo um codigo de philósophia
da lei das compensações.
E o phenomeno que observamos nas
sociedades, observamol-o egualmente
nos individuos, nas familias, etc.; porque,
emfim, a grande lei, a inflexivel
lei das compensações—que outr’ora
padres e ignorantes chamavam o dédo
de Deus—segue imperturbavel,e invariavel
em toda a ordem cosmica e social.
!
Porque, do mesmo modo que não
ha o que se chama acaso; visto estar
provado serem umias-cóisás naturaes
consequencias d’outras, da mesma fórma
cada individuo, cada familia, cada
nação, sofire as naturaes consequencias
do seu temperamento, da sua
educação, do seu meio, da sua origntação,
do seu modo de pensar, do seu
proceder, n’uma palavra.
Estas considerações veem a proposito
de alguem nos dizer que na Sertã
houve gente que não gostou do meu
artigo do n.º 5 do Eco da Beira sobre
a estrada-da-Madeirã, pois não Convinha
a mesquinhos interesses locaes o
rasgamento d’essa importante via.
E’ alguns: ameaçavam “até, segundo
nos informam, deixar a assigaatura do
jornal, se insistissimos em pugnar por
esse melhoramento.
Se o facto é verdadeiro, como tudo
nos leva a crer, elle em si explica
d’um modo geral, bem positivamente
o estado de atrazo em que se encon
tra o concelho, sob qualquer ponto de
vista em que o encaremos.
Estado de-atrazo que é notado com
funda magua pela enorme colonia que
reside em Lisboa e se acha espalhada
pelo continente, Africa e Brazil.
Eu podia responder a isso que se
ha ou houve alguns que não gostaram,
houve muitissimos mais, que não só
gostaram, mas que se enthusiasmas
ram. E se
nho-as aqui aos montes. E
Evidentemente, um jornalista digno
d’esse nome, um jornalista a valer,
quando conscio. de que defende uma
causa mobre e. justa, não modifica a
sua attitude nem o seu criterio, a sua
orientação, porque meia duzia ou uma
duzia, umas dezevas de assignantes se
lhe forem embora; arrasta mesmo conf
forem precisas provas, te:
erre
a opinião publica desorientada, e sabe
sacrificar nobremente e dignamente
mesquinhos interesses pessoaes, à satisfação
da sua consciencia.
Eu não sei nem sabe ninguem aqui,
em que se poderia prejudicar a cabeça
de comarca com a abertura da estrada
da Madeira.
Muito pelo contrario, todos vêem
um grande melhoramento e um consideravel
augmento da riqueza publica
na multiplicação, das vias de communicação
que ponham as principaes
terras do concelho em rapido e facil
contacto.
Muitas e consideraveis opiniões auctorisadas
tenho eu aqui, na capital,
que estão de absoluto acordo comigo.
Mas reparemos ainda noutra face
da questão.
Por aquela: peregrina theoria,’ lá
porque não aprasia a meia duzia de
politicos de Thomar que uma via ferrea
não. deve: passar na Sertã ou ao
pé da Sertã, não se faz. Está claro
como agua.
Satisfaçam-se o prazer e os interesses
de meia duzia de profissionaes da
politica, em prejuizo d’um vasto concelho,.
de muitas terras e de milhares
de individuos.
Assim é que está certo e faz sentido;
porque a logica de certa gente
despreza desdenhosa a linha recta, para
tomar as fórmas caprichosas das
armas: dos bois da Beira… da Beira,
e de todas as Beiras possiveis e imaginarias.
Muitas outras considerações se nos
oferecem sobre o assumpto, e não
deixaremos de voltar a elias. Por hoje
fecharemos o nosso artigo ponderando
o seguinte:
Com a existencia d’um jornal na
cabeça de comarca quem lucra mais:
eu ou o concelho?
A” primeira vista parece que sou eu;
no fundo, na essencia, quem lucra devéras
é a comarca; ou se isto não é
assim, a logica é então uma batata.
Com o desapparecimento d’um orgão
local, eu ou qualquer outro jornalista
nas minhas condições, póde perder
umas dezenas de mil réis, mas não
perde mais nada. Absolutamente mais
nada. O concelho perde, porém, dinheiro
e alguma coisa mais importante
do que dinheiro: cotação e importancia
social. :
Querem ver se isto é assim ou não?
Oiçam um dos mais insigoes representantes
do regimen, que tem o seu
nome ligado altas responsabilidades
na suprema administração do paiz.
Agui ha tempo, um distincto ‘redactor
do Seculo, n’uma entrevista com
o sr. Veixeira de Sousa, fechava o seu
artigo com estas palavras do mesmo
cavalheiro:
«De resto, diz-nos o sr. Teixeira|
de Sousa, o juiz de… (aqui o nome
do magistrado e a sua categoria) não
tem mais jurisdição do que O juiz da
Sertã».
Sempre fiquei pensândo muito
n’aquella: phrase do famoso ex-ministro
d’Estado. a
Porque diabo é que elle citou a
Sertã, e não citou tambem; por exemplo,
Cintra, Cascaes, Abrantes, etc?
: Acaso o digoo magistrado da Sertã
valerá mênos que os outros?
| 20 por cento.
Porventura as leis do paiz terão um
valor diverso na patria de Celinda, do
que nas outras terras do paiz?
Não. E o que se nos afigurou um
disparate ou enigma do sr. Teixeira
de Sousa, tem, afinal, uma explicação
facil para quem tiver lido com attenção
este artigo: o sr. Teixeira de Sousa
citou ironicamente à Sertã, como
quem citasse Maçãs de D. Maria,
Freixo de Espada à Cinta, Tagarro
ou Fadagosa.
Não está bem nem faz sentido, mas
é assim mesmo. E de quem é a culpa?
Responda a conscia de quem nos lê:
Apilio David.
E Ele drgralis siila s
Aos nossos presados leitores e assiguantes
Devido á doença que-no leito tem re- !
tido o nosso presado director, Abilio
David, e a um desarranjo da machina,
não pôde 6 nosso numero de’3 do corrente
ser distribuido a tempo. E ainda
em razão da mesma docaça do nosso
director, não pôde esté jornal publicar-
se no domingo passado. D’isso
pedimos mil desculpas, procurando de
futuro remediar estes inconvenientes.
comam omni re ires ereta meia
Partiu para Castello Branco o sr.
Carlos Ascenção e sua ex.“2 familia.
mge ps
Missa Rova
Effectuou-se, como haviamos noticiado,
no dia 3, a missa nova do presbytero
Antonio Nunes e Silva.
O acto, que se rcalisou pelas onze
horas da manhã, foi extremamente
concorrido.
Ao novo levita serviram de padrinhos
os reverendos Francisco dos Santos
e Silva e José Farinha Martins,
testemunhando os srs. dr. Mendonça
David e o coronel Tamagaini d’Abreu
e Silva.
Findo o acto foi servido um opiparo
copo d’agua offertado pelo novo sacerdote,
trocando-se n’essa occasião brindes
eloquentes.
Vindos de Evora, para assistir à missa
nova do reverendo Antonio Nunes
e Silva, estiveram entre nós, os srs.
coronel Tamagnintd’Abreu e Silva, alferes
Barata, reverendo José Farinha
Martins, capellão militar, Manuel Dias
Descalço e Manuel Rodrigues Péreira,
abastados proprietarios, eo dr. Duarte
Silva, quê retiraram no dia sete.
craeiar ceamentom mas
Erratas
Na mimosa pocsia de Hugo, Le papillon
et la fleur, inserta no passado
numero d’esta folha, por lapso de revisão,
sahiram os seguintes erros
la terre m’enchátme, em vez de: la terre |
menchaine. Je voudrais embammer, em
vez de:. Je voudrais embaumer. Vous
ERNESTO COELHO
ADMINISTRADOR
– Publicações
No corpo do jornal, cada linha 100 réis. Annuncios, cada linhs
49 réis, Repetições, 20 réis cada linha. Annuncios permanente,
preço convencional. Os senhores assignantes teem o abatimento de
Os originaes recebidos não se devolvem.
Continúa o escandalo
No dia 5, pelas nove horas da manhã,
o talho d’esta villa já não vendia
carne; e a duas pessoas que ali foram,
O delicado cortador declarou peremptoriamente
que não havia corne,
e que não ia matar.
Isto é um cumulo. Ao vereador do
pelouro competente vamos citar alguns
dos artigos do codigo de posturas,
que nos parece que desconhece,
ou não sabemos porquê, faz que não
conhece. –
Todavia, lembramos-lhe que na vereação
representa os municipes e tem
a restricta obrigação de zelar pelos interesses
dos municipes.
Se o logar de vereador não lhe é
rumenerado, pôde abandonal-o, porque
será facil encontrar quem, com
mais zelo e competencia, vigie pelos
«nteresses dos municipes. Ê
cArt. 93. O arrematante é obrigado
a fornecer carne sufficiente para con-
«umo publico, sob pena de ribooo réis
de muita; e no caso de reincidencia, a
pena será de sibooo réis.
$ unico. Quando nos talhos falte a
carne necessaria, o vercador do respectivo
pelouro, ou pessoa por elle
commissionada, poderá comprar e fazer
abater as rezes precisas, correndo
por conta do arrematante o custo do
gado, importancia das contribuições é
demais despezas.»
Resa assim a lettra do artigo 93
que o vereador do pelouro competente
parece desconhecer e por isso aqui
lh’o transcrevemos. f
No sabbado, 26 do mez passado, a
carnê não chegou para o consumo publico;
em 5 do corrente succedeu o
mesmo.
Cumpra-se o codigo ou rasgue-se,
se não é cumprido.
E já que estamos tratando d’aquelle
feudo, lembramos ainda ão vereador
a leitura dos artigos 97, 98, 99,.
100 € 101 que nos parece não serem
conhecidos do vereador competente.
—— eq — — —
– Antunes Pinto
Com destino a Lisboa, passou: na
Sertã v nosso querido correligionario
e bom amigo, o sr. José Antunes Pinto,
distinctissimo lente de Agronomia e
Veterinaria.
O eminente democrata esteve, como
noticiámos, alguns dias na sua casa de
Oleiros. de
Que tenha feito feliz viagem, é o que
do coração lhe desejamos.
ema em marie
Falleceu, enterrando-se nocdia 3, Maria
do Carmo Santos, filha do sr. Manuel
dos Santos. a
eee rm
Foi nomeado administrador do visinho
concelho de Oleiros o sr. Fractuoso
Augusto Cesar Pires.
mme imar
Regressaram da capital os’srs. An- fuycr, em vez de: Vous fuyez. On dou- ne, em vez de: ón donne.
tonio Nunes de Figueiredo e João de
! Albuguerque.
Papiro edciABILIO DAVID
– REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Rua do Vales SERTÁ |
Ofilcinas de 2ompe=’ção e impressão |
Travessa das Mereês, 59 — Lisboa
ECO DA BEIRA
DMA Dida CPEARDMBMAS
Seguidilha extrahida do pequeno romance «Gitanilla», de Cervantos
.
Guitanica, que de hermosa
Te pueden dar parabienes;
Por lo que de piedra tienes
» Tesllama el mundo Preciosa.
Desta verdad me asegura
Esto, como en ti veras,
Que-no se apartan jamãs
La esquiveza, y la hermosura.
Entre-pobres, y aduares
Como nació tal belleza?
E como crió tal pieza
El humilde Manzanares?
Dizes la buena ventura
Y dalsa mala contino,
Que no ván por un camino
Tu intencion, y tu hermosura!
De cien mil modos hechizas,
Hables;, calles, cantes, mires,
O’ te acerques, O retires,
El fuego de amor atizas.
CERTA DE LISBOA
No juizo de instrucção criminal a força-—As propostas
do sr. ministro do reino
Lisboa, 15. de-abril de 1910.
Se ainda houvesse alguem n’estecantinho—
que, no respectivo mappa geographico
figura como, pertencendo ao
continunte europeu—que duvidasse do
nenhum apreço em-que é tida.a liberdade
do cidadão, tão respeitado em todos
os paizes civilisados, ficava plenamente
convencido. d’essa verdade ao
ter conhecimento dos abusos praticados
no juizo de instrucção. criminal,
sob o pretexto da tal imaginaria rêde
de associações secretas.
Os dois casos relatados no Mundo de
6 de abril, de dois cidadãos que estiveram
presos no. governo civil injustamente
accusados de pertencerem às
taes sociedades secretas, é devéras edificante,
demonstrando que. é preciso
trabalhar a valer para se conseguir
derruir aquella nova Bastilha do secu
lo XX.
Pois pode-se lá tolerar que um cidadão,
accusado: de um delicto que não
praticou, defendendo-se d’essa associação,
ouça o sr. dr. Antonio Emilio dizer-
lhe:
— Confesse, seja o que for, para 6
mandar para.o. tribunal, D’aqui não
pôde sahir ninguem livre.
A outro: cidadão tambem accusado
falsamente do mesmo delicto, como não
confessasse o que o juiz desejava, mandou-
lhe tirar o colchão para ver se pela
tortura o obrigava a confessar um crime
que não praticára. Como nem mesmo
assim confessasse, diz lhe o agente
Branco:
—O senhor ha de confessar; está
ainda muito fresco, mas ha de vir a
confesssar.
De modo que, a conclusão a tirar de
isto tudo, é que qualquer cidadão que
uma vez entrar n’aquelle antro a que
chamam juizo -de instrucção criminal,
ainda qué esteja mais innocente do
que uma pomba, tem a certeza de só
se ver livre das garras d’aquelles abutres
depois de confessar ter praticado
os crimes que elles entenderem dever
imputar-lhe.
Ôue pensem seriamente n’isto todos
aquelles que amam a sua liberdade e
a dos seus.
—O sr. ministro do reino apresentou
esta semana ao parlamento as suas tão
falladas propostas sobre a reforma da
carta constitucional e lei eleitoral.
Da primeira nem vale a pena falar.
Trata de declarar que a camara que
senha a-sér eleita tr az podéres constituintes
para poder sem a carta, de modo
a tornal-a peor do que está.
Quanto à segunda, é uma bodega
que tendo todos os defeitos da actual
lei, denominada ignobil porcaria, ainda
traz mais alguns, como, por exemplo,
aquelle de tornar o voto obrigatorio
sem tornar o recenseamento egualmente
obrigatorio.
No modo de effectuar o recenscamento
nem fala, pelo que: continuará
.a lei a dizer que é eleitor todo o cidadão
portuguez maior de 21 annos que
saiba ler e escrever ou pagar contribuição
superior a 500 réis, emquanto
a galopinagem, deitando a lei para traz
das costas, só reçenseará quem muito
bem entender.
Pelo que respeita à divisão de circulos
é tal qual a ignobil porcaria, correcta
e augmentada. Lisboa continua
sem ter a sua autonomia, continuando
a eleger os seus deputados conjunctamente
com os concelhos de Cintra,
Cascaes e Oeiras.
Mas pelo que se diz tudo isto não
passa de um truc, para se fazerem as
proximas eleições com a 2gnobil porcaria.
porquanto não sendo viavel a proposta
do sr. ministro do reino sem gran»
des modificações, não ha tempo de a
approvar n’esta sessão.
Carlos Amado
meei mt eeera r m
Datas erradas
Do nosso illustre collega cAurora do
Lima, de Vianna do Castello, trans:
crevemos a curiosa noticia que segue,
sob a mesma epigraphe que trz no decano
dos jornaes minhotos:
«Ao celebrar-se ha pouco o centenario
de José Estevão, verificou-se que
o seu nascimento, que se julgava ter
sido em 16 de novembro, fóra no mez
de dezembro.
«Tratando-se agora do centenario de
Alexandre Herculano, averiguou-se
tambem que o seu nascimento não foi
em 28 de março, como se suppunha,
mas em 28 de abril.
«A 24 de fevereiro de 1905, o Gremio
Federal Republicano festejou o anniversario
de Theophilo Braga, descobrindo-
sé ultimamente que elle nasceu
a 17 de março, em Ponta Delgada,
sendo filho de Joaquim Manuel Fernandes
Braga, natural da freguezia da
Sé, da cidade de Braga.»
comerem ear rp mr,
Acha-se doente o nosso presado
amigo sr. Maximo Pires Franco,
Do coração lhe destjamos. as mêlhóras.
O nosso presado collega O Seculo
de 2 do corrente, publicava na primeira.
pagina o seguinte telegramma:
Rio de Janeiro, 1—T.— Diogo Carlos
| Ramires da Silva, o professor de ensino
livre que, ha tempos, como O Seculo
largamente referiu, foi preso pela
justiça brazileira, a requisição do ministro
de Portugal, seguiu hoje viagem
para Lisboa, a bordo do paquete Oravia,
da Pacifique Linie, que ahi deve
chegar no-dia 11; pela manhã.
Diogo Ramires, que não conseguiu
obter o habeas corpus que requisitara
vae acompazhado: por um agente da
policia brazileira, a fim de ser entregue
no Juizo de Instrucção Criminal.»
Permittam os nossos leitores que lhes
roubemos hoje um bocadinho de espaço,
que deviamos consagrar a escriptos
reivindicadores de interesses locaes,
ara nos’ occuparmos um pouco d’esta
ja agora celeberrima figura de ridiculo
destaque, no nosso meio acanhado e
bisbilhoteiro.
E se o fazemos, não é porque a figura
em si, quer intellectualmente,
quer socialmente, tenha valor para perdermos
um bocado de tempo com ella.
E’ principalmente por uma razão
muito ponderosa, que toca d’uma maneira
directa com a nossa grave é nobilissima
posição — o magisterio! O
resto é questão puramente secundaria,
que tomamos a liberdade de relegar
com desdem, sem a minima cerimonia
para o plano inferior das coisas hilariantes
do Grão-Ducado de Gerolstein, com
Fritz, general Bum, emusica de Offens
bach e tudo!
Tudo, até com a Gran-Duqueza, se
quizerem.
Diz o telegramma de O Seculo, e disseram
varios jornaes portuguezes, que
Diogo Ramires era professor d’ensino
livre. :
Perdão, não é nada d’isso, Conhemos
muito bem e de perto, ha mais de
vinte annos, Diogo Carlos Ramires da
Silva, e sabemos de sobejo que não
era nem é professor nem o podia ser
nunca o homem que, se fosse hoje ahi
chamado à barra das responsabilidades
d’um exame de instrucção primaria,
seria razamente estendido em toda a linha,
em cada uma das disciplinas que
constituem esse curso, que não é para
brincadeiras, que dá agua pela barba
aos mais distinctos profissionaes do
magisterio, quanto mais a um pobre
pateta das luminarias como é o phantastico
regicida de… papelão, pois
nem mesmo de pechisbeque chega a
ser!
Mas nós sabemos perfeitamente d’onde
vem a coisa. Aqui ha vinte annos,
quando qualquer troca-tintas, como o
insigne pateta de que nos estamos occupando,
se podia impunemente dizer
professor de sciencias que não professava,
o basofia andava munido d’uns
cartões de visita em que se dizia perfesor
d’instroção primaria, Não sabemos
mesmo se ainda temos ahi algures,
nos papeis velhos, essa preciosa
reliquia, optima para desopilativo. Um
dia até, em ar ironico, o director do
Eco da Beira, pegando no bilhete specimen
entre os dedos, deu com elle em
ar de brincadeira nas azas do nariz do
embofia, dizendo-—l «hEest:ás um bello
professor, não tem duvida nenhuma;
—=até trazes o diploma comtigo..» Alludia
às asneiras que acimã ficam gryfadas.
Ha annos, talvez ha uns dez, mestre
Diogo Ramires apparece-nos director e
professor d’um collegio ahi para Almada.
Tez nos especie como diabo é
que, defronte de Lisboa, um magico
qualquer, com uma ignorancia chata,
vivissima da costa, podia ser directore
brefessor d’um collegio, e demais a
mais com uma frequencia, entre as 4
classes, não inferior a 7o aluinços. Não
tardou muito que não achassemosa
chave do enigma. Efectivamente, Diogo
Ramires tinha o.tal collegio em.
mada, havia realmente setenta eta
alumnos. e elle proprietario d [
collegio… e director… in nomine!
Quem, de facto, dirigia e-leccionava
eram dois professores muito distinct
muito sabedores, ambos intimos am
gos do director do Eco da Beira: os
srs: Antonio Augusto: de Barros Almeida,
professor official das escolas
centraes de Lisboa, e José Eugenio
Gomes Cardeira, ha tempo fallecido.
Isto que affirmamos-podemos proval-o
sempre que seja preciso, e até podemos
provar que o phantastico-regicida
pregou um reverendissimo cão de setenta
e tantos mil réis aos dois esforçados
e authenticos professores.
Tudo isto vem a proposito, para demonstrar
e provar à evidencia: :
Primeiro, quer Diogo: Ramires não.
é, nunca foi professor, e que é tempo
de acabar d’uma vez para sempre, na
imprensa, com similhante appendice
enganchado ao nome do homemsinho,
para honra-e dignidade do professorado,
a: mais. nobre e a mais respeitada
classe social. lc
Segundo, que: se- todos: os: indícios,
e informações da intervenção de Diogo
Ramires: na famosa tragedia de 1 de
fevereiro: dé 1908, no Terreiro do Paço,
forem tão authenticos: como o’seu diploma
de professor e o seu exercicio
do-magisterio, temos, com certeza, um
regicida à altura da gravidade d’uma
opera bufja… perdão à altura da grar
vidade das circumstancias.e. |. das batatas
fritas, como dizia espirituosamente
o bojudo maganão-do Jules Janio.
Diogo Ramires regicida.« . ou cum:
plice do regicidio!!!… Esta só lembra
ao diabo e ao juiz Antonio Emilio!
Mas-isto não vae.a-matar. Para outro
numero: voltaremos: á:- chuchadeira,
porque isto ainda tem que.se lhe diga.
Que fiasco! que medonho fiasco, sr
Antonio Emilio! N’esta é que não cas
hia o juiz Veiga.
é
er:
tierrmeaa pe ra miema
Continuamos a não ter luz no beco
da. Imprensa e na rua da Misericordia.
Quando chegarão os candieiros?
Será depois do cometa?
amareeme i ço
«A Lanterna»
Sobre a nossa mesa de trabalho temos
o n.º 39 d’este bello semanario,:
devido à esmerada penna de Paulo
Emilio. O seu summario: O escandalo
do centenario: P.* Mattos celebra uma
missa nos Jeronymos por alma de Herculano,
hereje consciente, é a sumula
d’um bello trabalho, tanto de estudo
como de critica.
Dme ICASSD OD.
No dia 1 de abril começou. na: Junta
do Credito Publico, o pagamento dos
juros do: primeiro-semestre, de 1910;
dos emprestimos amortisaveis, de 2 p.
c. de 1905, 4 o de 1890 e: 4 173 “fo
de 1188-1889; e do primeiro trimestre
de 1910 do emprestimodes q]º de 1909.
Os juros d’este- emprestimo, relativos
ao trimestre que findou em 31 demarço,
serão: pagos: pelos titulos definiti=
vos.
O pagamento effectuar-se-ha em todos
os dias uteis, com exclusão dos dias
8; 15, 226 ag)
“Regressaram a Coimbra os srs. José
Bartholo e Hermano Marinha; a Santarem
os srs Antonio Barata, Joaquim
Barata e João José de Magalhães.
meceei nasmo
Confessar quê nos enganamos, é de=
clarar que temos um erro de menos.
J. J. Rodrigues de Basto.
“SECÇÃO AGRICOLA
ECO DA BEIRA
lhamos’o emprego do fosfato Thomaz
nos terrenos.do nosso paiz, onde a perceêntagem
de.cal ‘séja fraca-ou-nulla,
O uso do fosfato Thomaz
E” notoria no nosso paiz a falta, na
maioria dos terrenos agricolas, de acido
fosforico e cal. nas
«Outros. são ainda. os elementos nobres
de. que a planta carece; mas hoje
somente nos occuparemos d’estes dois,
que são ministrados ao solo pelo fosfato
Thomaz.
No Alemtejo, quando se principiou
fazendo uso dos adubos chimicos, principiaram
tambem empregando o sur
perfosfato de uma-dosagem baixa hoje;
em virtude d’esse uso e abuso ha terrenos
onde a diminuição de: productidade
tem. sido consideravel, e as outras
teem ido recorrendo ao emprego
de outros superfosfatos de dosagens
mais elevadas. Eta
Poderiamos citar a opinião de diversos
agronomos, dos: mais distinctos, e:
cuja opinião-é -insuspeita, porque, como
nós, não defendem monopolios que
sómente teem. .em vista lesar a nossa
maior e unica fonte de riqueza, a agricultura.
E’ um facto, filho da observação de
agronomos nacionaes e estrangeiros,
que os superfosfatos, pela sua natureza
acida, visto serem fabricados com
acido sulfurico, não podem convir senão
aos terrenos onde exista cal na dôsede.
10 p. G. j ;
O “fosfato. Thomaz. proveniente da
dapfostoração do ferro é muito rico em
cal,
Abstemo-nos. por hoje de descrever
o seu modo de fabrico, reservando-nos
para outra. occasião, pois ao nosso lavrador
interessa mais o effeito do adubo.
do que a sua preparação de portas
para: dentro das fabricas.
– Entre um superfosfato de 18 p. c. e
um fosfato Thomaz de egual dosagem,
nós preferimos na nossa pratica, sempre
este e tambem o aconselhamos assim
a todos os lavradores.
«O fosfato. Thomaz da. pelo mesmo
preço dois elementos—o acido fosforicoea
cal.
“O acido fosforico é necessario à formação
das sementes dos grãos e dos
fructos; – Ê
O superfosfato é na occasião do seu
emprego bastante flagelador do pessoal
empregado na sua distribuição no solo
devido à:acção: corrosiva.do acido sulfuriço,
chegando até a produzir doenças
nos olhos.
D’este mal accusamos tanto os superfosfatos
de origem nacional. como estrangeira.
O fosfato Thomaz é mais finamente
pulverisado,.a sua cor facilita o conhe»
cer-se perfeitamente o terreno que com:
elle já foi adubado, o que não succede
com o superfosfato.
O fosfato” Thomaz «não é-corrosivo
por ser, como dissemos, um producto
obtido da desfosforação do ferro, ao
passo que o. superfosfato provém da
acção do acido sulfúrico sobre as fosforitas.
Devido à sua proçedencia e fina pulverisação,
é o fosfato Thomaz um adubo
que, vendido ao preço actual, é bem
mais benéfico do que o supérfosfato;
faz menos volume, sendo talvez esse
um dos motivos porque alguas lavradores
analfabetos, ao apresentar-se-lhes
por exemplo um: sacco de adubo que
contenha: so kilogrammasde:. fosfato
Thomaz: e qutro” que contenha cgualmente
ço kilogrammas de superfostato
aquelle’ faz megos volume do que estes,
e então o nosso lavrador, que des
vido ao seu analfabetismo não conhece
pesos, compra a olho, e por isso um:
syndicato, demais conhecido pelos mo |
nopolios que já tem conseguido, sabões
velhos, etc., pretendia que os adubos
Os nossos lavradores devem experimentar,
porque são as experiencias
o der melhor do que nós os convencerá
o que aqui lhe dizemos,
“Em nós encontrarão sempre quem
estejá prômpto’a dar-lhes todos os esclargciimentos
e guial-os na execução
das experiências.
a Cardoso Crusdes.
cer E SAN sro mo
Fallecimentos
faleceu o sr. Luiz Farinha Tavares,
pae dos’srs. Sebastião Farinha Tavares,
José Farinha Tavares e dásr.*
D. Ignacia Tavares de Moura.
O seu funeral realisou-se no dia 11,
pelas onze horas da manhã, tendo has
vido officios de corpo presente e missa:
dê requien.
No funeral lembramo-nos: ter visto,
entre outros, os srs. dr. Augusto Frazão,
Zeferino Lucas de Moura, Alfredo
Serra, Ivo Pedroso, João Martins, Victor
Dias, Demetrio de Carvalho, dr..
Guimarães, Antonio. de Figueiredo,
Celestino. Mendes, José Vaz. Junior,
Alberto Erhrardt, Augusto Rossi, José:
Bernardo . Junior, Luiz . Domingues;
Antonio Leitão, Gustavo Bartholo,
João asógia Brance, . dr. Antonio
Joaquim da Silva, juiz de direito; An>
tonio Barata, dr. Bernardo de Mattos,
dr. Abilio Marçal, Adrio David, Aani
bal de Carvalho, Jayme Marinha, dr,
Ernesto: Marinha, Fernando Bartholo,
Antonio Carneiro, Henrique Moura,
Augusto Rodrigues, Emygdio Magalhães,
dr. Francisco Nunes Correia;
delegado do procurador regio, Luiz
Dias, etc., eto.
Da egréja ao cemiterio organisaram-
se trez turnos, assim compostos:
1º turno, srs: dr. Guimarães, dr.
Frazão, Alberto Erhrardt, Zeferino Lucas
de Moura, Alfredo Serra, dr. Antonio
Joaquim da Silva.
2.º turno, srs. dr. Francisco Nunes
Correia, dr. Bernardo de Mattos, dr.
Abilio Marçal, Gustavo Bartholo e João
Brancó. é
3.º turno, srs. Fernando Bartholo,
Luiz Dias, Demetrio de Carvalho,
Adrião David, Emygdio Magalhães e
Alfrédo Sérra.
Sobreo feretro foram depostas duas.
torôas de flores com sentidas dedicatorias,
uma de sua esposa e outra de
seus filhos e genro.
Conduziu a chave o dr. Antonio Joaquim
da Silva.
O feretro ficou depositado no jazigo
do sr. Eduardo Barata. gs
Acompanhavao prestito a philarmonica
«Patriota» |
A” familia do finado enviamos as
nossas condolencias,
*
x
*
No dia 8 do corrente, faleceu em
Lisboa o menino Augusto Francisco
da Silyá, estremecido filho do nosso
presadistimo amigo e assignante, digno
empregado no commercio, o st.
João Francisco da Silva, dos Quartos
d’Além, e da sr.” D, Joaquina Henriqueta
da’ Silva, de Outeiro da Villa
(Sertã). |
A seus paes damos sentidos pesames.
—Tathbém falleceu um filhinho de
15 mezes apenas, do mosso presado
amigo e, Assignante de Lisboa, o sr.
José da Conceição.
‘damos-lhe os nossos profundos sentimentos,
o
aeeee reaamsem fôgsem vendidos sómente em saccos de
tres typos de peso, o quê representava
uma arbitrariedade sem nomê.
Para as culturas outomnaés acóase-
Continua o témpo inconstante crime
pórtudo; mimoseando-nos cóm. a impertinente
chuva.
No dia 10, pelas:4 horas da manhã,
– Sentido à dôr do extremoso pae,.
POESIA
Offerecida ao “querido amigo P hM fonio Nunes
da Silva no dia da sua primeira missa
Chegou a hora feliz de veres realisados
Tua digna ambição, teus sonhos dourados,
Súbe-com passo firme-os degraus do altar
Pela primeira vez tu vacs sacrificar
O Cordeiro de Deus, Hostia sagrada c pura:
Que dita singular, que-suprema ventura!
E-quando a tua voz, do’ceu tiver baixado
O amoroso Jesus, esse Deus Humanado
Roga-lhe com fervor e do teu coração
ue sejas cumpridor de tão nobre missão,
ue te manda dos fracos ser o defensor,
Das viúvas o apoio, dos órfãos protector:
Apagar os’suspitos do desventurado,
| Soecotrer como pão quemé necessitado,
A todos os que choram seu pranto enxugar
E as dôres dos que soffrem saberes minorar,
Cobrir as nuas carnes da creança é do velho;
Instruir’o ignorante’na lei do Esopo
Visitar o doente’e-o pobre encarcerado
Abrigar o p’regrino c o triste desterrado.
Ser o consolador de todos os aflitos
E em nome de Jesus perdoar aos contrictos.
Prégar a paz co amor, a justiça e a verdade
Ser aposto da Lei, soldado da-Cruz
Vencer o mal co’o bem; as trévas com a luz.
x
+ +
Não ‘speres encontrar flóres em teus caminhos,
Somente pisarás dolorosos espinhos –
P’ra ti não ha prazer, nem existe a doçura
Mas.o calix da dôr, a taça d’amargura.
Soflretás ignominias, escarneos e insultos
Atirados por homens -velhacos e estultos.
Sempre o mundo assim foi; p’ra dar nm galardão
Só-tem o vil desdem, só tem ingratidão
Mas não desanimar, levita;do Senhor,
pireeih tambem foi o teu Salvador.
Espalhou sobre a terra tanto benefício
E em paga recebeu o mais duro supplicio!
As pisadas lhe; segue. c trata de pedir
Força, lvz e constancia; senão vaes cahir!
Seja-teu fim’o bem, a virtude o teu norte
Pela causa de-Deus sé soldado bem forte
Não albergues o vicio, não comettas q erro
P’ra que quando findar no mundo oteu deaterro
Vás gosar a visão beatifica de Dçus
E o convivio dos Santos no reino dos Ceus
Onde receberás os louros da victoria
A corôa divinal de sempiterna gloria.
Sertã-3-—-4—oto. | E
ALTAS
Cartas
De varios assignantes e amigos nos:
sos temos recebido cartaa qsue não temos.
dado. publicidade. por absoluta.
falta de espaço, e não: por menos consideração
ou deferencia. Irémos pu
blicando-as à medida que o espaço
nol-o: for permittindo, pedindo no en:
tanto desculpa aos: nossos correspon=’|:
dentes pela demora, que só as circumstancias
forçam, pelo menos emquanto:
não: podermos augmentar “o:
formato do Eco da Beira.
Seguem. duas cartas por
datas;
Sr. Director ‘do”Jornal” Eco da Bei
Fa.
ordem de:
Foi com grande jubilo que lio n.º 5
do seu bem redigido jornal. Até que
emfim, vi em lettra redonda o nome
da minha tão querida terra, Roda de
Baixo.
Diz, sr. redactor, que a estrada da
Madeirã vae beneficiar muito essas
terras, até hoje tão abandonadas pelos
poderes publicos, « é a pura verdade; |
por isso peço a v. que se não esqueça
de continuar a punir por essas. tão
abandonadas terras. SD o
E o caminho de ferro de Payalvo,
ao menos até à Certã?..: ”
Como v. sabe, o meio de condução
que está estabelecido, é pessimo; de
verão com poeira, de inverno com lamaçal
e barrancos, e isto n’uns carros
sem commodos e desconjuntados.
Para quem..vae d’agui, acostumado |-
aos nossos electricos e comboios, é deveras
dura e incommoda a viagem:
Os governos e a companhia des caminhos
de ferro tirariam bastantes lu-!
eros cóm a construção d’essa linha.
Já agora, é abusando um pouco do |
mais que fscalige( –
ri! cto.; SoSouu l: |
havendo
ssu jornal; peço: he
à defeso da caça nesse di
amante da arte vematoria;
para ahi caminho -de ferro, alguns ca»
gadores de Lisboa irão, decerto, got
sar d’esse nosso querido tor
. Agradecendo a publicaç
linhas, subscrevo, de v., etc.
éoão Domingos Mendes.
Lisboa; 21 de março de’rgto, <‘
e *
Sr, Director do Eco da Beira.
Tenho: lido. com attenção e-interesse
o-sey bem-redigido semanario: Felicito-
o pela: sua: publicação. um:
melhoramento que se: tornava indispensavel
na: Sertã, que pasta.por.en-.
fileirar na rectaguarda das-outras-ter-.
ras; portanto, é uma iniciativa que-des
ve: ser applaudida por-tosdemo: sdi.s-. .
tineção -de- partidos, e coroada. de di-.
songeiro exito. : 2
Agradecendo. a: publicação. d’estas.
linhas, sou, seu -assignante e; admi-.
rador.
Antonio Antunes
Lisboa, 27 de março de 1910.
MOSAICO E E
Gulimarxia
Fato assado À gia
Os patos domesticos, bem” cevados,
são excellentes desde setembro até fevereiro.
Antes de osmetter no espeto
é necessario deitar-lhes: sal por dentro
com duas folhas de salva; sem isto fi
cam insipidos.
Poucas pessoas: conhecem: esta: -re=
ceita, que os torna tão. gostosos. como
os bravos. a
Deve-se assar um’pato à fogo vivo,
durante meia hora, que é o suficiente;
molha se com a propria gordura, que
| vae cahindo na frigideira.
Serve-se com talhadas de batatas
fritas; cinco minutos antes, deita-se-lhe
tambem um pouco de pimenta. ;
Cabeça; pescoço e azas não se apro=
veitam para comer.
a *
«Não tem duvidal»
—Não tem. duvida! cala-te! não tem .
“duvidal Y
E vae ella, calou-se. Como não tinha
duvida… 2. agito
Passados uns tantos mezes, como *
ella se visse apertada de dores, desata
a gritar. ‘
-—Cala-te! dizem-lhe. Não tem duvida!
cala-te! é 205
E ella então desesperada:
val» não: tem duvida?!… Por cauo
não tem duvida…
> Sabem o resto da anecdota, O que
não-sabem é a que proposito à anesa
‘docta: nos: occorreu;: Pois foia: propos:
sito do caso Hinton, –
E’-que ha’tambem: quem’ agora: gris
te para a nação;—Não tem duvida! cas»
la-te! -não-tem: duvida!
Só falta; para: o-sumile: ser completo,
que a nação lhe returque:
“Qual não tem. duvida?!..e Por
causa do não tem duvida é que-os Ja=
drões-.. me puzeram n’este misçro
estado! E –
Deposito TOVOS
Antonio Damas W’Oliveira
A 3 a
incipass casas
Sempre por preços
(DM
Fornecedor di
deste bairro, é
anuito. limitados.
ma Gomes Freire, 10-46 158 (ÃO Bairro Camõas)
dra “LISBON ‘
ECO DA BEIRA |
ANNUNCIO
nad publicação a
Pelo Juiz de Direito da Comarta da
Certã e cartorio do escrivão do terceiro
officio, nos autos de inventario orphanologico
à que se procede por fallecimento
de Antonio Lopes, morador
qu foi no logar do Baraçal, freguezia
e Proença-a-Nova, d’esta comarca,|
côrrem editos de trinta dias que começam
“a contar-se desde à segunda e
ultima publicação no «Diario dô-Governo
», à citar os co-herdeiros Francisco
Lopes é Antonio Lopes, solteiros de
máãior edade, filhos ‘do inventariado,
ausentes em parte-incerta, para todos
es termos até final do mesmo inventario,
de conformidade com 6 $ 3:º do
ms. 696 do codigo do processo civil,
.
Sertã, 2s de março de igro.
O Escrivão,
Eduardo Barata Corréia é Silva,
Direito — A. Silva.
DR, MARTINS GRILLO
“Medico especialista
Doenças é hygleno da PELLE
= SYPRILIS o doonças VENEREKS o o
Es ce e Tratamento das PURGAÇEOS
“Tratamento medico é cirurgico das doenças da
ursthra; prostata c bexiga. i Pesa
Consultas dívrias das 2 ás 6 horas datarde.
“Rua do Ouro, 298, 2
LISBOA
Verifiquei a exactidão— ,O Juiz de
—ANNUNCIO
a? publicação.”
Pelo: Juizo: de–Direito da Comarca
da Certã, é cartorio do quarto officio,
escrivão David, correm editos de trinta
dias a contar da segunda e ultima
publicação no«Diario do Governo»,
citando D. Maria Victória Lacerda
Marçal, como representante dos interessados
seus filhos menores impubeires,
Armando e Flavio, todos auzentes
em parte incerta nos Estados Unidos
da America do Sul, para assistir
a todos os termos até final do inventario
orphanologico por obita-da avó dos
menores, Maria Henriqueta, viuva,
moradora que foi no logar de S. Gião,
d’esta freguezia e Comarca da Certã,
e ent que é Inventarian-tsuea filha Maria
dos Santos, residente n’aquelle
mesmo logar de S. Gião. ,
Certã, 18 de março de 1910,
“ O Escrivão
cAdrião Moraes David.
Verifiquei a exactidão, — O Juiz
de Direito — cAntonio Joaquim da Silvas
: Hodista de vestidos elapeno
Chegada de Lisboa, trabalhando pelos
ultimos figurinos. Execução e acabamento
perfeitos. Preços modicos.
Quem: pretender, dirija-se: à administração
d’este jornal, onde recebera
informações.
PHARMACIA Z. LUCAS
12, Lergo do Chafariz, 16
Esta pharmacia, forneoida pelas primeiras casas dº Lisboa e Porto, acha-se habilitada
à servir o publico com promptidão e esmerado asseio nos seus preparados.
Nºella se encontram, além de produotos chimicos e especialidades pharmaceuticas
nacionaos e catrangoiras, os seguintes artigos:
Aguas de Vidago, Pedras Salgadas, Foz da Sertã, Ouria, eto., etc.; sortimento com-
Ploto’ do borrachas para clysteres, injecções, ouvidos, fossas nasaes; algodões 6 gazes
medicinaes;. ligaduras, bombas para tirar leite; bidos de peito (de vidro e de borracha);
mamadeiras; totines; soringas de vidro; suspensorios; irrigadores; algalias; inhaladores;
pessarios; thermometros clinicos; canulas e torneiras para irrigadores; tubo de caoutchouo;
sabonetes modicinaes de alcatrão, Sousa Martins, ichtyol. sublimado; callicidas;
sacs inglezes contra constipações; lapis antimigraine; pós insecticidas e massa phosphatada
contra ratos e toupeiras, etc, oto.
Grande variedade de sabonetes finissimos para toiletic,-e essencias modernas
“Pós dentifricos; rhum e quina; vigor do cabello; elixires dentifricos; papel d’Armenia:
pulverisadores; pastas dentifricas; pó d’arroz; escovas para unhas 6 dentes,
Analyses completas de urinase azeites
Adubos chimicos da casa HEROLD& C;
Adubos simples e compostos para as culturas de milho, centeio, trigo e outras
-“‘0 FERTILISADOR, revista mensal de agricultura consagrada à divulgação
dos conhecimentos: praticos indispensaveis para a adubação das priacipaes
culturas, segundo a-natureza das terras. :
:- “Directores e proprietarios
“Do RR 42 Ro
LISBOA.
E ess == T E E Ee ER = “Sapataria HAlves & Irmão
nor: «* (de PROENÇA-A-NOVA) | ueá
Completo sórtimento de calçado de todas as qualidades, para homens, se-
: ecuta todo o trabalho do-seu genero, garantindo à boa
se de quaesquer encommendas- para a Africa, Brazil e
TA DO: LORRTO, 29- LISBOA
Mestre dobras diplomado
nhoras e crean
qualidade. Es
reino. dA
A
Encarrégasse dé
“Ponte Nora
E quaesquer trabalhos respeitantes à sua arte, não só na
* espital como nas próvincias, em condições muito rasoaveis. leste
— Escadinhas do
— DISBGOA e Ra
Rio, 23; 4.º — Alcantara
Feetiro dos Três Amigos
JACYNTH
DE
O SIMÕES
“Rua do Valle, 65 e 67 — SERTÃ
Generos de mercearia, azeite fino, com « décimos de acidez, à 306 réis o
litro. Vinhos de pasto e finos, aguardentes, génebras, licores, “xaropes, cervejas,
reirigerantes, etc, etc. Trigo, a 790 réis o alqueire, Centeio, a 600 rêis
e milho a s4o.. Adubos chimicos. Carnes vêrdes e seccas e ensacadas. Vendas
por grosso e a retalho. Preços modicos. Generos de primeira qualidade.
A nossa divisa é vender barato para vender muito.
Esta especialidavdeem fazer uma.
evolução no tratamento das doen=
ças secretas.
z E”, segundo os mais recentes
* conhecimentos scientificos d’estas
doenças, a melhor, mais efficaz a
menos offensiva, que existe na therapeutica
moderna.
Não produz dôr nem apertos de
urétra.
Algumas injecções (3 por dia)4
2a 3 minutos de permanencia no
canal urinario, são sufficientes para
debellar as purgações mais re-
” beldes, tanto agudas como chro-:
nicas. é
4 -Aslavagens Ei antecipadamen- 4
Se se hajam de fazer devem ser
com soluto fraco de chloreto de 4
+ sodio. É
e
+ DEPOSITO
& Ria das Janelias Verdes, 74
PHARMACIA PINHEIRO:
LISBOA Fo. +
TIPICO CHOLHHHHHLHAHS
Basa de Saude
Portugal & Braz
Estrada de Benfica (Bairro Heredia)
A 17-minutos do Rocio (electricos de
Bemfim). Edificio expressamente construido,
com: so aposentos. Situação
ceptensiça. Iluminação. electrica. Installação
hydroterapica, sala de operações,
pharmacia, etc,, etc.
Recebe doentes de cirurgia e medicina,
que se pódem tratar com
medicos da sna escolha, c fazer-se
acompanhar de pessua de familia.
Teleph. 65. Bemfica.
O director, :
Dr. Gomes de-Amorim. | omors gn
GARAGE .
PRAÇA DO COMMERCIO
SERTÃ
Esta garage possue dois magnificos
automoveis para serviço de aluguer.
Estes automoveis fazem serviço para
todos os pontos viaveis.
Preços: 100 réis por kilometro até
3 pessoas; 150 réis até s pessoas.
Os kilometros contam-se desde a
sahida à entrada da garage. ]
Para serviço de: excursões, preços
“| convêncionaes.
Reparações, oleas e gazolina
O proprietario –
João Pinto d’Albuquerque.
iba aindeade df Haja da Silva Dias
Fabrica de gravatas para exportação
Enviam-se amostras, e tabellas de
preçosa quem as requisitar.
|1a7,Praçado Commercio
eesoeeresares, 44 > pi Amarella$|
SERTÃ –
k Malha »
(1) VANS NS ORESTRSA ga SE
MULGO.T.o» PALHA. |
Ly
Fructuoso Augusto Cesar Pires
SOLICITADOR
Escripío—r iRuoa Serpa Pinte
SERTÃ
Acceita procurações para tratar de
todas as causas civeis, crimes, fiscaes
ou administrativas; de inventarios de
menores ou orphanologicos e encarrea-
se do cumprimento de deprecadas,
egalisação de documentos, avérbamentos
de papeis de crédito, compra
e venda d’estes, publicação d’abnuncios
no Diario do Governo, emprestimos
por hypotheca oulettras, cobrança
de dividas, rendas, fóros ou outras
pensões, da compra e venda de propriedades,
e finalmente dé todos os negocios
dependentes das repartições publicas,
tanto d’esta como d’outra comarca.
: E
“Encarrega-se tambem de promover
emprestimos perante a Companhia do
Credito Predial.
Serralharia Sertaginense
GERENTE
João Henriques dasNeves
Encarrega-se de todos os trabalhos
concernentes à sua arte, assim como
grades para janellas, jardins e portões, –
reparações:em bombas para extracção ‘
d’agua. Encarrega-se de qualquer obra
dé fundição das fabricas de Lisboa ou
Porto. É causas de
Preços muito rasoaveis.
Santo Amaro- Sertã
GRANDES ARMAZENS
Drogaria € productos chimicos
Viegas & Santos
M, 83, Rna de Campo d’Ourique, 85
LISBOA
Loção Celeste, optima para a cura
da caspa. Faz crescer e conservar o cabello.
Pomada Celeste, excellente
especifico para a cura das friciras e
da varias feridas. Pedidos-á casa; Pre:
ços medicos.
Deposía de Ferragens nagionaes e estrangeiras
“Artigos de papelaria; vassoureiro e
ara sapateiros. Tintas para ascrever..
abonetes, pô de arroz e muitos .outros.
artigos de perfumaria. Fornecimentos
para obras pelos preços mais
resumidas. Rs RR
* Grandes descontos para révender.