Eco da Beira nº61 24-11-1915

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(esse

 

E eai

ISBOA |

 

FRANÇA

Meus Amigos» e

O caso Senai! da semana
foi o funeral de-Krança Borges.

Nessa manifestação imponente de
– saúdade e dôr, feita pela população
de Lisboa com o concurso e cola-
boração do povo: republicano “das
províncias teve êsse doloroso acon-
tecimento a sua culminação política.

A morte do. vigoroso. jornalista,
intransigente fundador do Mundo
foi bem um acontecimento nacional,
que, como um tufão, bateu e abalou
a alma republicana do povo portu-
guês

França Borges foi o homem que
mais próxima e intimamente man-
teve contacto com a grande família
republicana! . ..

odos os dias, durante anos se-
guidos, da redacção ou do exílio,
ou: do cárcere, pela tuba canora dos
seus jornais, dos quais a última foi
o Mundo, ecoando em todos os re-
cantos.do país, estridente e indomá-
vel, êle chamava o povo português
à vida” e à luta, em inos à liberda-
de, umas vezes, carinhosos de esti-
mulo e confiança no futuro, outras
em estrofes revoltas de indignação |
contra os erros e crimes da monar-
quia!

Todos os: dias, em anos consecu-
tivos, sem um desfalecimento nem
uma transigência: sempre com a
mesma, crença, com o’mesmo ardor,
com a mesma fé vivá no triunfo do
seu ideal e no ressurgimento da sua
pátria pela: República, atraindo lei-
tores, criando amigos, fazendo pro-
sélitos, fazendo, em fim, essa cor-
rente impetuosa é indomável que
arrastou e estatelou para sempre
nas páginas incorrutíveis da história
uns tantos séculos’ de regime eivado
de erros e corroido de crimes!

Nesse contacto “intimo e perma-
nente com «as multidões, que êle
agitou: e conduziu, sem desvarios
nem artifícios ou embustes, êsse au-
dacioso pregoeiro do ideal republi-
cano fez em seu favór uma corren-
te forte de dedicações, conquistan-
do êsse- público” sincero e bom que
admirava’a sua obra e a sua-fé, que
pressentia os seus sacrifícios e as
suas dores e que, com o’seu.sofri-
mento, se irmanou nas“horas da
adversidade e nos momentos de
triunfo.

Foi êsse público aliémóso! eami-
go que todas as manhãs com êle
conversava, numa carinhosa’comu-
nhão de aspirações e crenças, que,
silencioso e triste, “ontem. seguiu O
seucadáver, em’derradeira e impo-
nente romagem túnebre, até ao ce-
mitério, e ali ouviu: os oradores, de
lágrimas nos olhos!

Como bem lá disse; Luis Derolner;
um dos seus bons “amigos, França
Borges não é um morto vulgar.

Não toi um “simples mortal que |
caiu no caminho da vida,

 

 

BORGES

Foi um gigante que tombou, uma

grande fôrça política que abateu e
faz falta!

Poucas relações tinha com êsse
homem, que foi uma das grandes
figuras da fundação da República,

Quando com êle comecei a’tratar
mais íntimamente“já o terrível mal
que o prostrou estava com “êle “a
contas. De uma visita: que lhe fiz,
no Estoril; apoz o’seu regresso’ da

Guarda, eu vim completamente de-,

sanimado : alêm de me parecer mui-
to: grave já o seu estado, França
Borges revelou-se-me um mau doen-
te, pelo seu organismo depaupera-
do por intensas lutas políticas de

“ toda a vida e pelo desdêm que ur

nifestava pela doença.

A: tuberculose não era a monar-

quia!
Recordo-me bem débsas visita,

Na véspera, à noite, em sua casa;
Afonso Costa convidara-nos a ir vi-
sitá-lo no dia seguinte.

Aceitei.

A’s 8 horas lá estávamos no Cais
do Sodré, como dr. Germano Mar-
tins e António Costa.

Fui o último a chegar : distraíra-
-me a ler o Mundo, que, nesse dia,
publicara’ um artigo interessante e
criterioso. Um artigo verdadeiramen-
te de fundo.

Eu atribuí-o logo ao dr. Afonso
Costa, não -só pela redacção que era
mui cuidada e impecável’e pela dou-
trina expressa em afirmações rípi-
das e seguras mas tambêm e sóbre-
tudo” porque aquelas ideias eram,
com uma precisão de rigor até ‘mí-
nimos pormenores, as que eu na
véspera lhe tinha ouvido.

Comuniquei lhe esta minha im-
pressão e, apesar da sua negação e
da atenção com que começou logo
a ler o artigo como quem, em ver-
dade, reconhecia a sua matéria, eu

só “me: convenci de que êle era da

autoria de França Borges, quando,
daí’a bocado, com êle nos encontrá-
mos no Hotel d’ltalie.
Foi demorada a visita.
Três horas de encantadora con-
versa sôbre assuntos vários, com ‘o
maior quinhão, como de direito, pa-

ra a política.

Estava, por êsse tempo, no poder
o“ ministério Bernardino Machado,
já então-em paroxismos….

Fez-me’ então impressão a simpli-
cidade de França Borges, a sua des-
pretenção e a sua sinceridade, con:
trastando e desfazendo no meu es-
pírito-uma impressão diversa que
nêle existia de passageiras conver-
sas.

– Foi para mim uma impressão no-
va, a que então recebi, com a reve-
lação de uma grande bondade.

Esta impressão era toldada pela

dôr que me fazia o seu estado de |

saúde.
Este desânimo não fui só eu-que
o trouxe: eu percebi bem as apre-

 

 

 

ensões dos meus companheiros.

» Ao descer o jardim, até à esta-
ção, adiantei-me com Afonso: Costa.
Falâmos do artigo e sôbre as mi-
nhas falsas impressões sôbre a sua
autoria.

O grande amigo de paga Bop
ges comeitoú assim : :

—«Há entre mim e o Prasiça uma
tal uniformidade de pensamentos,
tamanha conexão: de ideias, uma tão
intima comunhão de aspirações, e,
da sua parte, tamanha inteligência
e uma amisade tão dedicada, tão
devassadora do meu pensar: e “da

. minha vontade que um simples enun-

ciado meu em breves palavras, é
para êle como que a fonografia do
meu pensamento !

E’ um grande amigo e um’gran-
de caracter, o França ! E du servi-
ços lhe deve a República !

Esse homem tem sido» alvejado
pelos ódios mais violentos eimpla-
cáveis em acusações baixas e vis.

São odientas calunias—sei-o bem.

E” um homem duma honestidade
impecável, duma honestidade e in-
tegridade de caracter respeitáveis:
um amigo de dedicação adorável e
um coração extremamente Sua

Conheço-o bem.

Podia ser rico—muito Fico; mess
mo-—se tivesse consentido em faci-
litar a sua pena ou alugar’o seu
jornal.’

Pois bem, acrescenta o dr. Afon-
so Costa, parado já em frente da
estação, com a vivacidade e a deci-
são que só veem da’certeza :

—Nem nos momentos mais an-
gustiosos da sua vida, que os tem
tido, até com privações, êle tem ti-
do sequer a tortuosidade dum inte-
resse Ou consentiu no seu Jornal um
acto acomodatício a quaisquer con-
veniências materiais. O Mundo é
um jornal austero, duma inconcussa
honestidade e duma existência pu-
ríssima pelo escrúpulo da sua ho-
nestidade,

Sero bem!

São uns infames !»

Reproduzindo aqui hoje, estas
palavras do grande estadista repu-
blicano, repassadas de verdade, di-
tas com energia e com a melancolia
que lhe vinha da sua dôr naquele
momento, eu presto à memória de
França Borges e ao Mundo a ho-
menagem mais viva e mais sincera
da minha admiração pela sua obra
e da minha solidariedade na sua
desgraça !

*.

Só meses depois tornei a vêr o
vigorozo jornalista.

Foi no hospital de S. José.

Dia triste e memorável!

Afonso Costa acabava deser decla-
rado irremediávelmente perdido !:.

Eu estava para ali, encostado à a
uma árvore, olhando aquele velho
edificio como quem contempla” já
um túmulo. )

França Borges chega de automó-
vel com Luis Deroúet.

Cumprimento-o.

— Então ? inquire êle,

—O Sousa Júnior continua na sua
confiança inabalável dêle se salvar…

—São óptimismos para iludir a
nossa dôr, responde França, em tom
de manifesto desânimo.

 

 

 

 

Publicação na Certã

 

s E E = f
Redacção e administração em

SERNACHE DO BOMJARDIM

Composto e impresso na Tipografia Leiriense-

LEIRIA

E partiu.

“Fui-me tambêm embora, sutum-
bido 1º

“Efectivamente naqueles dias de
dôr, o dr. Sousa Júnior manteve
sempré uma fé inquebrantável, trans-
mitindo a“todos a sua’grande con-
fiança, na resistência do doente.

Quando nos sentiamos abalados e
nos queriamos animar iamos ter

“com’êle—eu e o Elísio de Melo.

Naquele dia haviamos ido encon-
trá-lo no Campo Pequeno e ali mês-
mo lhe comunicámos aquelas terrí-
veis notícias de prognóstico absolu-
tamente desesperado.

A mesma fé !

A mesma confiança!

—Não tenham dúvidas. O Afon-

so salva-se.
“Mas, doutor, dizem…

—Não dizem nada. Deixe dizer.

Também eu digo…

Era esta a esperança-—bem ténue
esperança—que eu transmitia aFran-
ça Borges.

A sua resposta desorientou-me.

No dia seguinte, logo de manhã,
eu é o Elísio, cheios de desespêro e
angústia, subiamos a íngreme ladei-
ra por onde se vai ao pavimento
dos quartos particulares.

Descendo, vinham o pai do dr.
Costa Santos e seu filho que nessa
noite ficára junto do doente.

Chamou-nos de parte e muito ami-
go é confidencial, disse nos… nem
eu sei já o que…

Só me lembro que o Elísio, trans-
mudado, começou a soluçar, a solu-
Gare de alegria… e todos nós, de
lágrimas nos olhos, começámos a
abraçar- nos uns aos outros.

Já à saída do portão, o Elísio in-
terroga-me num grande desabafo :

—Quem é que ontem lhe deu
aquelas notícias ?

—FoioF…

—E você?

ee

— Se fôsse comigo partia-lhe a ca-
ra!… O Afonso podia lá morrer!…

França Borges teve ainda nesses
últimos e turturantes dias da sua
vida êsse supremo prazer : salvo e
restituído ao resurgimento da Pátria
pela República, a que êle sacrificou
uma vida cheia de abnegações, êsse
grande estadista e grande homem
de bem a quem êle consagrou os
desvelados afectos dum coração
primoroso de lialdade e dedicação !

Pobre França, Borges!

Aqui tem uma carta que talvez
possa servir de artigo de fundo.

Todo vosso.

Abílio Marçal

Bráulio Belmonte

Este nosso amigo: fez concurso
para secretário de finanças, ficando
classificado com a nota de 11 !/a va-
lores, oque lhe dá direito à sua pró-
xima promoção, o que sinceramente
nos alegra.

As nossas felicitações.

Saiu para Lisboa, com sua ex.”a

esposa o nosso amigo, sr. Sebastião
das Dóôres e Silva.

| Exmº Sr. Adrião David

|

 

 

 

 

 

 

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nimlraçã concelho

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À
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I

 

Tomou no dia 12 do corrente
posse do lugar de administrador dês-.
te concelho w nosso prezado amigo

António Augusto Rodrigues, digno |
inivá nesta comarca.

a notícia à todos veto surpreen-
der, mas folgamos de registar que

 

a surpresa foi, felizmente ea”todos”
os respeitos, extremamente agradá–

Si

O partido republicano português E

entregando a administração do con-
a ma 2
celho-dasGertã ao sr. Augusto Ro-

drigues ; confiou-a,a;um cidadão de

toda a circunspeção.e prudência ser-
vidas! por uma exclarecidainteligên-
cia é com conhecimento não vulgar

dos negócios administrativos,

* À sua nomeação era, havia muito
tempo, uma legítima aspiração de
todos. aqueles, que. se: preocupam
com as coisas públicas e interesses

dêste concelho, e por, mais:duma

vez amigos ;Antimos do sri dr. Abi-
lio. Marçal. lha:. haviam; lembrado!
Mas a quem. conhecia as. responsa-
bilidades: da situação: «política im
punha;se o. dever. de ser prudente e
reflectido, pois bem. de, ponderar
era se mais penoso não seria:a sua
amizade decliná-lo do gue aceitar o
lugar com, todos os seus sacrifícios.
+ A ceitando, alfim, O, convite que o
sr di.. Abílio, . Marçal lhe; fez, o sr.
Augusto Rodrigues deu-lhe uma pro-
va de dedicação e amizade, inolvi-

“dável, ao mesmo. tempo-que.,pres-

tou: aum, assinalado. serviço “a; êste
concelho, escangalhado pela, admi-
nistração desvairada da ditadura in-
fréne, e. das suas -antecedências gro-
tescas. E Sd a
» Oxalá todos saibam ceconhecer-lho
e, bem. o; ajudem a. cumprir-a mis:
são que êle é chamado a desempe-
nhar.na vida politica dêste, concelho
e; que, -como tempo. haverá de o-re-
conhecer,.não se contêm nos restri-
tos limites, da: política. partidária..
=: |sso:.que para aí está não é-nada
nem. para a. vida dos. partidos nem
para a da República e muito menos
para,a. dêste concelho. e;para a: sua
própria integridade. ,, os
“Não taltará..ao novo, administra-
dor dêste concelho, quem. o auxilie
na sua patriótica missão de o .ele-
var. à, situação que. lhe compete na
vida. política do pais, de, promover
os, Seus taelhoramentos e de manter
a ordem pública, com, mão. dôce
mas firme. Ê
, Neste-momento,-por isso, não-são
para êle as nossas felicitações: es-
tas vão para os povos dêste conce-
lho. SE

Para êle, para o nosso, prezado
amigo António Augusto Rodrigues,
vai O nosso reconhecimento, nestas
palavras, amigas, sem dúvida, mas
não Jisongeiras.,. FS.

4 *

 

 

“DA Bósseifór “conferida ao novo
administrador pelo nósso bom ami-
go Cirtaco Saútos, que, como vice-
“presidente “da’ câmara estava exer-
cendo essas” funções-e a ela assisti-
fam mitos dos “seus amigos pés-
soais é políticos, não obstante o fac-
fo sér apenas conhecido dum restri-
fo número de pessoas. a

– “Podemos, – entretanto, indicar’ os
seguintes : df, Fernando’Matoso, di-
gno Juiz’de “direito; dr.“ Luís Lere-
no, «ilustrado delegado do’M: Públi-
co; dr. Farinha Tavares, dr. Her-
maho Marinha, Izidoro Antunes, pa-
dre Francisco, Santos e Silva, Her-
miínio Quintão, Ribeiro Gomes, pa-
dre Amúnio Luis: Ferreira, Augus-
to Rossi, Zeferino Lucas, Adrião
David, Carlos Caldeira, “Henrique
Moura, Albano Ricardo, Demétrio
Garválho, Francisco Moura, Antó-
mio iBaratave’ Silva, Mangel Milheiro
Duarte; Gil Marçal Amares, Luís:
António, Celestino Mendes, -Oltmi
pio Craveiro;-Anibal Nunes Correia,
José Marques. da Fonseca, Antônio
Ferreira de Andrade, Manuel dos
Santos, Manuel Nunes: da Silva, Jo-
sé Ribeito Júnior, Joaquim. Nunes
e Silva, António Domingues Barata,

 

 

 

 

Manuel António de Sousa e Frutuo-
so Pires de Oliveira. –

“-—O sr. dr. Virgílio Nunes da
Silva, que por motivo de doença
não pôde comparecer à posse, como
tanto era seu desejo, enviou às suas

felicitações por telegrama.

— Tambêm ao sr. dr. Abílio Mar-

 

“çal foi de. todo impossível, com ,

grande contrariedade sua, assistir a –

êsse acto em que interveio com um

erga

– Ponte da Bouçã,

E E

Transcrevemos do nosso presado
colega: O Figueiroense a seguinte
notícia sôbre a ponte do Zêzere:

«Foi dotada com a importante verba de
oito mil é quatrocentos escudos, que tanta
era à diferença entre a verba orçada para to-
da ‘a obra-e as importâncias ali: já, gastas, “a
ponte das. Bairradas, sôbre o rio Zêzere, na
estrada distrital n.º 123, que há-de ligar com
o nosso concelho o concelho da Certã, ligan-
do ao mesmo tempo todo o distrito de Cas-
telo Branco com:o nortedo país. :

Obra da maior importância. para O- nosso
concelho e designadamente para. esta vila, à
sua conclusão está estreitamente ligado o
nosso maior engrandecimento, sendo pois
dignos dos nossos agradecimentos e da nos-
sa estima todos os que concorrerem para a

-sua mais rápida conclusão.

“ Dêsses agradecimentos, de toda a nossa
etatidão se tornaram de novo crêdores os
exmos grs. dr. Abílio Marçal, ilustre deputa-
do da-nação e o digno director de obras pú-
blicas do nosso distrito, aos quais especial-
mente se deve o conseguimento daquela im-
portante verba.” de

— Agradecemos as amáveis pala-
vras com que o nosso. presado cole-
ga se refere ao director dêste jornal.
“ Num: dos: dias: da penúltima-se-
mana veio ali o distinto engenheiro
sr. Gharters de Azevedo, actual di-

‘ rector das obras públicas do distrito

de Leiria, com alguns amigos nos-
sos da visinha vila de Figueiró dos
Vinhos e ali devia tambêm | encon-
trar-se o sr. dr. Abílio Marçal: in-
felizmente, porêm, só. à8 16 horas
dêsse mesmo dia recebeu a carta do
sr. Charters de Azevedo, e, assim,
ficou privado, com enorme contra:
riedade sua, de ali seencontrar com
tão bons amigos e com o ilustre di-
rector de obras públicas que tão ze-
loso. tem sido na construção dêste
importante melhoramento. |

Para outra vez será e para bem
breve esperamos que seja…

(Modêlo de coerência

Numa espécie de auto biografia,
ou coisa que com isso se pareça,
que alguns jornais publicaram, por
ocasião da morte de Ramalho Orti-
gão, recentemente falecido, como
se sabe, encontra-se esta curiosíssi-
ma passagem que passou desperce-
bida, sendo, no entanto, profunda-
mente significativa: |

«Fiquei para todo o sempre — in:
timamente o rêconheço —um tanto
frade um tanto soldado.»

Um tanto frade!

Um tanto soldado, vá; mas um
tanto frade !…. – Rr

“Esta só lembra aô diabo. Seria
curioso lermos O: que escreveria “o
Ramalho das Farpas, aqui há 3o
anos, dêste Ramalho de agora que
se reconheceu um tanto frade.

Que deliciosa charge não. escre-
veria o Ramalho Ortigão republica-
no e livre-pensador, de há trinta e
tal anos, se se lhe deparasse o Ra-
malho de hoje, católico, apostólico
romano: -. e para mais um. lanto
frade! E” bem certo que duas vezes
somos crianças. e

: No Arquivo da, Asneira. humana
escreve EO Flaubert que é in-
calculável:o número. de | frioleiras,
de banalidades e de: tolices que os
grandes homens escrevem, de mis-
tura com tantas coisas belas,

Aos espíritos demasiado suscepti-
veis que nos julgarem iconoclastas
do ídolo, dir-lhe-hemos que, a histó-
ria ea crítica dos grandes homens
— precisamente porque 9 foram

,

– afectuoso telegrama. que de Lisboa…
“enviou ao novo administrador do
concelho, seu particular amigo.

ração

 

 

ECO DA BEIRA 1

começa exactamente ao abrir das
suas sepulturas.

” Há-de ser muito interessante o
“que a história deve dizer de Rama-
lho Ortigão daqui a trinta anos.

“Algreja é a República:

” Portuguesa
(Conclusão) A

Para remate desta transcrição,

ofereço aô leitor esta simples nota: |
“Clemente XIV morreu envenenado
logo depois de suprimir a Compa-.

nhia de Jesus, e não só a opinião

“pública em Roma, mas até os em

baixadores e outros personagens acu-

– saram os jesuítas da morte do Pa-

pa. Este havia prognosticado que à
supressão da Companhia lhe havia

de custar a vida. .Depois de publicar…

o Breve dizia: «Não me arrependo
e de- novo o assinaria se fôsse ne-

cessário; sei, porêm, que firmando |

esta supressão, assino a minha sen-
tença de morte.»

Ao saber a sua morte, Roma toda
gritou: «Clemente XIV bebeu a agua
tofana del ferruggio», termos por
que o povo designava o veneno dos
Bórgias.| D SG

A:26 de outubro: de 1774, um mês
depois da morte do Papa, o cardeal
Bernuis- escrevia:-ao govêrno fran-
cês: «Quando: se saiba o que-eu sei
por documentos autênticos, – que O
defunto Papa me comunicou, tér-se
há;por justa e necessária a supres-
são da Companhia de Jesus.

«As. cirçunstâncias: que | precede-
ram, acompanharam e seguiram a
morte do último: Papa excitam-tanta
compaixão como horror, » su

– As outras. Congregações serviram
durante séculos para: esbanjar as fa-
bulosas somas arrancadas pelos: xa:
tins aos indígenas das nossas con-
quistas ultramarinas.

Quando êsses xatins se tornavam
brésos e durante a vida se conser-
vavam avaros, catequizavam-se-lhe
os filhos e filhas para os conventos.

Estes foram assim os maiores
herdeiros dêsses nababos sem cons-
ciência, sem fé nem lei.

A fingida pobresa fradescadesnu-
da-se agora à vista dos documentos
irrefragáveis: que nos legaram. Para
pano de amostra aqui fica um que
não: é dos mais eloquentes, e que
existe na Biblioteca Nacional de Lis-
boa, fundo antigo, n.º 8:129. “Trata
dos dotes de 61 freiras de véo pre-
to que entraram para o Convento
de Santa: Marta, de Lisboa désde
1721 até 1810. Alêm das. propinas,
cêra e esmolas: costumadas, deram
essas freiras em dinheiro — duas,
130%booo réis. em cada-ano que «vi-
vessem, e-as 5g restantes, só isto-—
28:972h0600 réis e mais 75:000 cru-

zados!!! Uma bagatela, como vêem,

Apesar do fausto e abastança: em
que viviam, quantas torturas morais
e incomportáveis e intraduzíveis so-
frimentos não suportariam essas vi-
timas da ignorância da época?!
Quando alguma se -queixava do
isolamento em que vivia, lá estava a
abadessa para lhe dizer : «que, êsse
mesmo isolamentoera a melhor ma-
neira duma alma: se refugiar em
Deus.» E essa abadessa, insensível
à dôr alheia, nunca compreenderia a
tortura lacrimejante de qualquer no-
viça que lhe retorquisse :— «quando

se tem Deus no coração vive-se com

êle em toda a parte. Acreditais que
as almas se fechem com grades?
Vão o acrediteis nunca. Deus poz-
-lhes duas azas, o pensamento e a

fé… Sabeis para quê? para voar !»

Suponde que um indivíduo já adul-
to; homem ou mulher, sem filhos ou
outro qualguer parente de quem se-
ja-amparo, tendo. já experimentado
a vida naquilo que ela tem de mais
doloroso e cruciante, ‘se resolve a
meter-se num convento, a fim de

gastar o resto dos seus dias em mi-

norar a dôr “alheia, Esse frade ou
essa freira é o único tolerável nesta
idade em que vivemos. Agora, ‘ca-
tequizar e encerrar num-cenóbio um
jóven ou uma jóven-inexperiente: do

 

-zêlo-e persistência.

– agradecimentos.

 

que seja à vida, um lar, uma mulher

“eo amor, é um crime’ que o pró-

prio Cristo condenaria.

A República extinguindo as Or-
dens religiosas em Portugal, fez
apenas uma obra humana, e nenhum
mal causará à igreja se o clero se-
cular: se resolver a cumprir o seu

a dERRT. |

Que precisa êste fazer? –

Estudar a fundo a situação e den-
tro dela agir com inteligência, fé,

Faça esquecer os seus êrros pas-
sados-erincite a Santa Sé-a-modifi-
car a disciplina eclesiástica no que
ela ‘tem-de anacrónico, voltando à
simplicidade do cristianismo” primi-

“tivo. Pregue o Decálogo-e as Obras

de Misericórdia, cumpra os ensina-
mentos das cartas de.S. Paulo, e
seleccione as máximas sublimes de
“alguns dos Santos Padres.
” Modernise a igreja, modifique O
Silabus e reveja as constituições

“dos bispados, expungindo-as dos
““anacronismos que elas conteéém.

Simplifique o estudo da teologiá
e dê ao padre uma instrução mo-
derna, vasta e prática de forma que
“êle sejaino meip social um elemen-

“to de verdadeiro prógresso das na-

ções. Quando o padre fôr homem
do . seu tempo:;/êle verá com bons

olhos a República e reconhecerá |

que ela é, pelos seus princípios de-
mocráticos, irmã gêmea- do cristia-
nismo. puro. tal como -Jesus.o fun-
“dou e desejou que êle assim . fôsse
sempre.

P*Cândido da Silva Peti
VISITA

O director dêste jornal teve na 3.º
feira ‘da última semana o grande
prazer da visita do ilustre senador,
sr. Pina Lopes e do digno governa-
dor civil dêste distrito, que com êle
passaram algumas agradáveis horas
em Sernache. o
A demora foi curta não só por-
que os visitantes tinham de regres-
sar prestes a Castelo Branco, mas
tambêm porque o sr. dr. Abílio Mar-
çal tinha de partir para Lisboa no
dia seguinte: mas para breve ficou
aprazada uma nova visita, desta vez
será mais demorada, e, assim, de
maior:prazer para nós.. E
Aos nossos amigos os nossos

TE:

í

Está em Sernache o nosso ami-
go, sr. João Nemésio da Silva.

 

LITERATURA

 

À prole de Eslrashur

Entre a farta bibliografia com-que
os alemães e os franceses se:vieram
“bombardeando: desde ‘o tratado: de
Francfort, destacam-se dois livros,
de-um extraordinário interesse nes-
tesmomento. São a: Profecia de Es-
trasburgo, pelo comandante francês
De Civrieux ea Partilha da Fran-
ca, por um’ coronel alemão, que
oculta: o seu nome. À Profecia de
Estrasburgo apareceuém: Fevereiro
de: 1912, com um prólogo subputá-
do por; Nancy: E; é tala:fôrça de
estilo: do comandante Driant, de seu
estilo, vibrante e leve, etais os pres-
tígios técnicos em que se envolve

que, mais que um livro de-invenção –
e de propaganda, dir-se-iam: os

anais dum sábio historiador militar.

Tira. o comandante: Crvrieux da
famosa profecia de Estrasburgo a
qual, «geração e meia depois de sua
fundação, perecera com seu-terceiro
e último Kaiser o imperador alemão
dos Flohenzolern». Ent fast

Lido. .o; livro nestes dias, impres-

“sionam algumas das suas. páginas

profundamente.
Vaticínios avançados há-dois anos;
e que então foram julgados até pe-
los. franceses, como um delirio pa-
triótico, nos momentos actuais estão»

 

ko»

 

k

 

@@@ 3 @@@

 

EN,

– dois anos, nêste livro estranhamen=”

se realizando por completo, em ter-

mos tão ajustados à profecia que

produzem profunda surpreza.
“Há dois anos, quando-ninguêm:

pensava em semelhante coisa, O pro-
loguista -dêste livro estranho fez
constar que a «Alemanha violaria
a neutralidade belga». Ea Alema-
nha acabasde-violar a neutralidade
belga, em termos que surpreende-
ram todo o mundo. Há dois anos,
quando ninguem cria que a Bélgica

“se; pudesse vêr arrastada em um

conflito germano-francês, o vidente
e audaz deputado por Nancy, dizia
textualménte ém seu arbitrário pró-
logo «quê o exército belga lutaria
contra o exército alemão, emquan-
to que o rei Alberto e seu govérno
aguardariam os acontecimentos, re-
tirando se de Bruxelas, à praca

forte de Antuérpiar.

E, efectivamente a côrte é o go-
vêrno belgas transportaram-se de
Bruxelas à praça forte de Antuérpia
e o exército belga luta contra 0 exér-
cito alemão. e

“ Há-idois anos, quândo a’aproxi-

mação galo-germânica==-com motivo
ida” entrevista com um redactor do

“Daily Mail! disse ter celebrado com |

o Kaiser e da visita ‘que a êste fez

em Berlim o ministro inglês Holda-

né,—punha em perigo. a firmeza da

Triplice entente;: quando se const” |
derava uma louçura a rotura de re-.

lações-entre-a aisioas ea Ingla-.

terra;”o comandante De Civrieux
dizia textulamente :

Na Câmara dos Comuns o pri-
meiro Ministro declarou enérgica-
mente que toda à ameãça contra o
Estado belga seria considerada’por
Sua Magestade britânica como um
acasns belliv. Sabhátic ténis

E, efectivamente, há. dois dias,

 

entre a comoção da Europa, o pri-

meiro ministro Asquith, declarava
energicamente na Câmara dos Co-

‘muns que. toda a ameaça contra 0 |.

Estadô belga seria considerada por

sua Magestade britânica como casus |

belli; e há poucas horas, o embai-
xador inglês em Berlim entregava
ao chanceler Bethman-Hollweng a

nota. em que a Inglaterra declarou .

guerra à Alemanha,
– Há dois anos o comandante De
Civrieux, escrevia O primeiro capí-

tulo das suas profecias iniaginando

a sensacional notícia de que a 15 de
Agosto de 191… «a esquadra ale:
ma fundeada no golfo de-Eider
(Holstein) havia sido surpreendida,
atacada e metida a pique pela es-
quadra inglesa».

– Há duas escassas horas que, ver- –

dadeiramente impressionados, lemos
telegramas em que se anuncia um
combate. naval entre as duas esqua-
dras, precisamente nas costas de
Holstein.

“Que pensar destas predições con-
sideradas como disparates há dois

anos, e que, ao cabo dos: dois anos!
se confirmam uma a uma, -plena-.
mente, até em seus detalhes mini…

mos, de um modo tão exato e tão
terminante, que não parece senão
que o comandante-De–Civrieux dis-
põe, a seu capricho, dos gabinetes
de Paris, de Berlim, de Bruxelas e
até de Roma?

Porque .a tão inesperada e discu- ..
tida declaração de neutralidade ita-‘

liana também está anunciada, há

te impressionante. Quando mais fir-
mese julgava à Triplice; quando

– todo o mundo” dava’por certo que,

a haver guerra entre a Alemanha’é
a” Frinça, a Itália se poória ao lado
da: sua aliada, êste livro de magia,
de perturbação e de visão, prediízia
o que neste momento, ao cabo de
anos, surpreendeu e agitou a Europa:

a declaração oficial da neutralidade

dacltália.

* Quando as graves agitações inte-

riores da França, com o seu sindi-

“calismo, o seu herveismo, as suas

gréves e manifestações anti-milita-
ristas, faziam pensar o mundo nas

grandes dificuldades, nos perigos .

revolucionários» duma mobilização
dos seus exércitos o comandante

‘ De Civriéux, contra todo o mundo,

profetiza que em toda aFrança se

“canhões que farão tremer o solo das

“anunciava a violação do Luxembur-

a surpresa’e o pasmo da: Europa.
1. “Há’dois anos, êste livro anuncia-

“tório suisso:

Are o. desdem ou ironia de muitos,

território que lhe invadiram.

-nós-ficamos ante o livro do coman-

“emocionados.

seus: acertos se detem com emoção

“todos os anos da mesma terra.

“as plantas sugam do solo, nenhum,

 

na Testituição à terra do fósforo que

ECO DA:

faz a mobilização de tropas com
uma ordem e um método admiráreis.

«Os caminhos de ferro —acrescen-
ta monopolizados pelo govérno,
transportarão em perfeita ordem os
enormes rebanhos humanos que irão
constituir exércitos, os milhares de

províncias, os inumeráveis obuzes
destinados a- cair em chuva de fo
go sóbre.os povos aterrados E an-
te a requisicão oficial, os ricos te-
rão de ficar sem os seus cavalos,
as suas carruagens, os seus aulo-
móveis. :

E, efectivamente, passados dois
anos, a França mobilizou as suas
tropas com uma ordem e um méto-
do admiráveis. O govêrno monopo-
lizou os comboios, os ricos viram
embargar os seus cavalos, os ‘seus
trens, os seus automóveis.

Há dois anos, êste livro singular

go pelos alemães. E, efectivamente,
os alemães violaram o território
neutral do Luxemburgo, por entre

va a entrada dos alemães em terri-

E, efectivamente, os alemães aca-
bam de invadir o território suisso.
Há. dois anos, êste livro preocu-
pante, obsecionador, anunciava en-

que a-FHolanda se uniria à-colisão
contra a Alemanha. E, efectivamen-
te, o govêrno holandês solicitou o
apoio da França .e da Inglaterra
para atirar os prussianos fóra do

“”Comprovadas uma por uma todas,
ou quasi todas as predições que há
dois anos pareciam disparates a to-
do o mundo e que hoje são realida-
des, assombrosas, mas evidentes,

dante Civrieux verdadeiramente

Em todos os preliminares chan-
celeirescos, contra a opinião de to-
do o mundo, êste homem, que pre-
viu coisas absurdas, acertou comple-
tamente, absolutamente, até no mi-
nimo, até no trivial. Acertará tam-
bêm este homem, em suas profecias
de técnico, de militar, sôbre todo o
resultado das batalhas que imagina?

“Confessamos que a nossa curio-
sidade confusa ante o prestígio de

deante da negra lápide que serve
de frontespício, como deante de um
augúrio de espanto, de mistério e
de morte. É ;

Sejam quais forem os vencidos,
a visão da grande batalha. definitiva
faz tremer, faz suores frios, eriçar
os cabelos, põe no corpo e no âni-
mo o terror do Apocalipse ou da
profecia de Ezequiel. sai E
– A inscrição desta lápide funérea
diz:

(2 ASSIM

NO ANO I9I…

SEGUNDO AS PREDIÇÕES DE

A CELEBRE PROFECIA DE ESTRASBURGO

NO CAMPO DE ABECULES
– EM WESTFALIA

GERAÇÃO E MEIA DEPOIS DE SUA

FUNDAÇÃO PERECEU

com SEU TERCEIRO E ULTIMO: RAISER

O IMPERIO ALEMÃO DOS HOHENZOLLERN

“AGRICULTURA

O ácido fosfórico e a terra

Está geralmente admitido, e nem
podia deixar de o ser, que é essen-
cial restituir à terra os elementos
fertilizantes que as colheitas tiram

 

 

‘ Ora de todos os elementos que

por seguro, representa maior dívida
à terra, do que o ácido fosfórico.
E’ conhecida a grande quantidade
de fósforo que se fixa nos ossos dos
animais, e todos sabem o tempo
enorme que leva a decomposição
dêsses ossos. E, dêsse modo, é fá-
cil-de calcular a demora que haverá

 

 

BEIRA

se acumulou nas mesmas ossadas.
Alêm disso, as vendas que cons-
tantemente se realizam nas proprie-
dades, de trigo, centeio, aveia, ce-
vada, batatas, etc., etc. e animais,
levam para longe produtos cheios
de ácido fosfórico, que são consu-
midos fora da terra que os criou.
E há ainda a acrescentar, que na
terra o que existe é apenas a fosfo-
rite, que é insolúvel, e que é, nêste
estado, mais assimilável pelas plan-
tas, E” o ácido carbónico do ar, ou
do que se acha dissolvido na água,
que circula pelos interstícios da ter-

ra, que actua sôbre a fosforite, e a,

,

torna assimilável às plantas, mas é
fácil de ver, que, dessa fórma, pou-
co ácido fosfórico pode ser absor-
vido pelas raizes.

Portanto, há grande necessidade
em adubar as terras com ácido fos-
fórico, sob a fórmula de superfosfa-
tos que é a melhor.

E” muito variável no solo a per-
centagem de ácido fosfórico; ela
vai desde 0,01 a 0,40 o, € é consi-

‘ derado medianamente: rico um solo

com. 0,1 Jo de ácido fosfórico ;-com
0,15, muito rico; e pobre o que
não chega a 0,1 1.

Mas sôbre o juízo que se faz sô-
bre as análises, temos a considerar
que a análise dá apenas a quantida-
de total do ácido fosfórico, e não

indica a-porção que é assimiláveh:

pela planta. E daqui uma falta enor-
me para saber o que devemos fazer
em favor das colheitas que deseja-
mos obter.

Esta falta parece estar hoje anu-
lada por um-processo de-análise,
inventado por Mr. Garola, profes-
sor de agricultura de Eure et Loire,
mas não conhecemos ainda o méto-
do de Mr. Garola, e, na-falta dêle
indicamos, uma apreciação muito
prática e deveras concludente.

Sempre que numa ceara virmos
uma grande exuberância de fólhas,
acompanhada de espigas mal cria-
das, chochas ou com pouco bago, e
éste mal formado e leve, é sinal se-
guro de que ha falta de ácido fos-
fórico na terra-—ou, resumindo, em
havendo muita palha e pouco grão,
tem o solo urgência de ser adubado
com ácido fosfórico.

Nestas condições, devemos adicio-
nar ácido. fosfórico pelas fórmulas
que é cústume usar. Uma das mais
seguras é a do superfosfato que,
para cultura intensiva, se adiciona
as cearas na dóse de 650 quilos por
hectare com 15 ºf de ácido fosfórico.

A vinha agradece muito 400 qui-
los nas mesmas condições por hecta-
re, e costuma pagar generosamente
o presente que recebeu.

Com estes padrões, peder-se-ha
deitar mais ou menos, segundo as
posses do. lavrador é as necessida-
des da terra. Mas o importante, e
o fim dêste pequeno artigo, é lem-
brar que o ácido fosfórico é o ele-
mento fertilizante mais necessário à
criação dos frutos, tanto nos cereais
como na vinha, e aquele de que to-
das as terras têem uma precisão
mais instante.

Lisboa.

António Batalha Reis.

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de-se por 3 mil escudos, acabada
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moléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
nossos soutos, é castanheiro do
Japão.

O castanheiro japonez ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido no
caso da doença da antiga videi-
ra cujas vantagêns são já bem
conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não so ao norte do
nosso pais mas principalmente
em França, onde o castanheiro-
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
contram-se os soutos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-
mento magnifico. !

O castanheiro japonez acha-
se à venda em casa de Manuel
Rodrigues, Pedrogam Grande.

Vendem-se todas as propriedades
rústicas, que pertenceram a Possi-
dónio Nunes da Silva, em Sernache
do Bomjardim.

Quem pretender ou desejar es-
clarecimentos, dirija-se ao sr. João
Carlos de Almeida e Silva, de’

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(Alvaiázere) a Paialvo e de Paialvo
a Figueiró dos Vinhos Começou a
fazer carreira a 19 de Maio, de
Paialvo á Certã e vice-versa.

Parie o automovel de Barqueiro
todas as terças é sextas-feiras ás 16
horas para Paialvo.

Parte de Paialvo todas as quartas
feiras e sabados depois do comboio
correio em direcção a Certã saindo
dali ás 15 horas novamente para
Paialvo. De Paialvo parte para Fi- ‘
gueiró dos Vinhos ás quintas feiras
e domingos depois do comboio
correio. Preços resumidos.

Lemos, Pedro, Santos & C.*

PROFESSOR DE INGLÊS

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francês e espanhol.

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“A Agua minero-medicinal da Fog da Ger 1ã apresenta uma, composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapeutica.

E” empregada com segura vantagem da “Diabetes— Dispepsia-— Catar
ros gastricos, puiridos ou parasitarios;—nas preversões digestinas dirivadas
das doenças infeciosas ;—na convalescença das febres graves; —na atonisa
grastricas dos idibeticos, tuber: culosos, | brighticos, etc. Tua Bans iisina: dos
exgotados pelos excessos ou privações, etc; etc.

Mostra a analise bater ológica que a Agua da Foz da Geriá, tal “como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como micróbicabamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma: das espécies. patogencas
que podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida. O B, Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, cm pouco tempo, nela
perdem todos a sua vitalidade, outros | PisEQRiS apressetam porem resis-
tencia maior.

A Agua da Foz da Certã não tem gazes livres é limpida, de sabor. de
vemente acido, muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com, vi:

nho.
DEPOSITO GERA To

 

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“Telefone 2168 a2168 a