Campeão do Zezere nº16 17-05-1891
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T ANNO
? Bedactores
Dr. J. A. ne Sovro / BianDÃO
Dn. .A H. F va CoNcrIÇÃão
ASSIGNATURAS
(Paága adiantada)
ÍE LS TA A DS CaoGIAS2O0
SEMARNDE o e oA s600
EBNE S LA A s aaa el SeR3ÃO
Numere avulo:. …… jó $030
REEA An Sl Al ES d s 58000
AN a oA aaa a Ebc aa 25000
Fóra de Pedrogam : seresced a
sobrança
GrdIgM Grisde
Domingo, 17 de maio de 1891
AODOZEZERE
SEMANARIO INDEPENDENTE
ACAFDOD-
Direstor
Joaquim Wartins &Grillo
NUMÉRO 16
Administrador
FranciscoMartINs Gintre
PUBLICAÇÕES i
Nofcorpo do jornal, linha . 80 ne,
Annuncios, » 40 »
Repetições, » 102
Perinanentes, preço convencional
Us srs. .assignantes tem o abati-
mento de 25 p. c. .
Anhuiciám-se gratuitamento
obras. de que se receba um exem-
plar.
dsorogam Grande
/ eiadasedamenpondeência dirigida ao director—J. M. Grillo, ||
CERTÃ.
PEDROGAM : GRANDE
A REVISÃO
DOS
proócessos crimes
Já ‘por mais de uma vez aqui
temos deixado exarado o nosso
desejo, que é afinal apenas um
pringipio de justiça, de que se
proceda é revisão dos proces-
sos crimes, quándo a duvida
ossa surgir ácerca da culpábi-
Ed&de de qualquer condemna-
do: Não:nos arrependemos * do
que’ então dissemos; ao contra-
rio; os factos ‘estão’ próvando
a necessidade de se «
abertamente n’essa era de justi-
ça, porque & revoltante para o
espiírito / saber-se / que alguem
:;ªíe”mjustumente uma pena
xaffrontosa e iniqua.
MNão faltam os factos.
A allegação de que a justiça
não pode errar, é à mais: falsa
de todas as allegações.
Erra a justiço, porque os
homens, chamados à exsrcel-a,
são’ sujeitos no erro-
Basta vêr com alguma atten-
ção o que se’passa nos tribu-
naes ‘ criminaes.’ Quantos centos
de individues teem sido julga-
dos:e condenmnados apenas por
inducções! Não ha a prova in
fallivel, a prova incontestavel,
a prova de vistay em muitas
causas; mas a habilidade, a ar-
gueia, o desejo /de ser justi-
ceiro, faz muitas vezes ver pro-
vazs onde só existem inducções,
apparencias, corolarios que se
tiram, na convieção do sen ‘ ri-
gor logico, e depois, mais tar-
de, reconhece-se:0 erro grave
praticado,
Mais tarde! Isto é, quando a
sentença fulminou umjinnocente;
; para ó qual ha apenas, como
prineipio de justiça social, o
«perdão» regio!
Quantas vezes não é ainda
mais infamante esse perdão do
que a senteúça ‘ condemnatoria!
Ésta pode ter sido o producto
de um erro de observação, sem
intenção malevola; aquelle, cer-
quem-o das phrases que quize-
rem, procurem os rodeios que
julgarem mais opportunos, é
sempre um «perdão», isto é,
uma benevolenciá, uma commi-
seração que s$e emprega a favor
d’esse mesnio à quem a ‘socie-
dade inteira tem’ o direito: de
lh’a supplicar para o erro que
em seu nome foi commetítido!
Veja-se o que se: passa ‘ nos
nossos tribunaes./ São poucos,
muito poucos, os .agentes do
ministerio publico que se não
encarnam tão intimamente no
seu papel official, que:não, ve-
jam em cada réo, fatalmente
e sempre, um scelerado, a quem
é preciso arrastar até aos hor-
rores da coóndemnação mais gra-
ve. E’ ver então -a eloquencia
e o esforço imaginativo que se
emprega, para enterrar o aceu-
sado. Falle-se á consciencia do
jury, para que não deixe impu-
nes crimes repellentes. Invoca-
se o seu juramento prestado,
não para que os jurados sejam
apºnas obedientes aos dietames
da consciencia, mas para se
lhes dizer que são delegados da
.sociedade inteira, e que esta
exige o castigo dos réos.
Temos assistido muitas ve-
zes à seenas 1denticas. “Temos
anvido a oratoria dos senhores
delegados…
Ahi vaãe um exemplo: Ha
tempos a sociedade portugueza
impressinnou-se com um crime
celebre, extraordinario pela for-
ma que o revestiu, pela quali-
dade da victima, pelo sitio – iso-
lado onde foi praticado,/ e pelas
condições especiaes que se da-
vam mnos presumidos auctores.
Referimos-nos ao crime da
quinta do Metrass, ao Campo
Pequeno. Muita gente se . lem-
bra ainda d’aquelle julgamento,
que conservou o tribunal apinha-
do de povo, e aquelles que en-
tão assistiram aos debates, lem-
bram-se tambem da eloquencia
demosthenica e fulminante com
que o delegado do ministerio
publico atacou os réos..,
O jury ouviu, e condemnou-
os! Pois bem! Passados annos,
e no mesmo tribunal, quiz o
acaso que ouvissemos 6 mesmo
delegado, que – antes pedia a
condemnação dos accusados, di-
zer que ainda , conservava. no
seu espirito duvidas ácerca da
| Os originaes recebidos não se devolvem quer sejam ou
|| llnão publicados, se a redacção assim o entender.
criminalidade dos já condemna-
dos auctores da morte de José
Pequeno!
E, quando o agente do mi-
nisterio publico, que leu, releu,
estudou e commentou o proces:
so, inquiriu testemunhas, e exa-
minou todas as provas, ainda
hoje tem duvidas ácerca dos
condemnados; 6 que succederá
ao jury, que então condemnou,
confiado no delegado?
O jury! Somos*intransigentes
defensores da instituição do ju-
1y, mas desagrada-nos, mais
ainda, combatemos a sua cons:
tituição De ordinario os jurys
são compostos, nãa na maioria
ou na totalidade, por gente
desconhecedora . das leis, sem
sufficiente criterio para: destrin-
çar dos arrazuados da accusa-
ção ou da defeza as partes uteis
ou proveitosas para a causa em
diseussão. Os individuos que
pelos sens cenhecimentos, pelas
stas aptidões ali deviam estar,
esses teem sempre pretextos
para se isentarem do pagamen-
to d’aquella contribuição social,
Ou não são intimados, ou não
comparecem, ou são rejeitados.
Esta é que é a verdade. De
sorte que as cadeiras dos jora-
dos são no maior numero dos
menos competentes. Se o dele-
gado é máu orador, se é fraco
na exposição, a defeza arrasta
o jury; o mesmo succede se é
o advogado que poucos dotes
vratorios possue.
D’ahi, a desegualdade de
sentenças que tantas vezes ve-
mos proferir em crimes identi-
cos e em egualdade de circums-
tancias.
Esta deficiencia do jury será
corrigida com o tempo, espera-
mol-o, e esperamos tambem,
complemento de justiça, a revi-
são dos processos, completa-
mente.
A França acibi de dar ao
mundo civilisado uma lição de
sericdede e de progresso, vo-
tando não só a revisão dos pro-
cessos crimes, mas determinan-
do uma idemnisação para os in-
nocentes que tenham sido con-
demnados. São poucos todos os
applausos que se enviem á gran-
de republica por aquella con-
quista reslisada no campo das
casos aceupadas : por individuos,
Jjustas! reivindicações. Mas é
preciso que os’ outros paizes se
compenetrem .da: necessidade
de a imitar. E’ preciso não: só
a revisão,mastambem’a”in-
demnisão para às victimas dos
erros judiciários. E’ preciso aca-
bar com ‘o «perdão», para’ se
proclamar official e bem “ publi-
camente a innocencia da victi-
ma de um erro juridico.
/ “Ha ‘ annos “foi condemnado
como assassino .de um paádro
um desgraçado ; hermaphrodita,
Antonio Maria; o «Saiass. º Re-
conheceu-se depois a” sua inhno-
cencia,. o .que o impediu de
morrer no Limoeiro, pranteado
por todos que /conheciam a ex-
cepcional bondade d’aquelle m-
feliz. * 1t
Ha dias, um acaso roubou
da cadeia e subtrabiu 4 presum-
pção d’um crime de homicidio
Guilherme Pupim, que estava
na cadeia de Almada, não/pro-
nunciado , por . aquelle -crima,
porque faltavam .provas essen-
ciaes d’elle, isto é, o corpode
delicto e exame cadaverico da
presumida .victima, mas:contra
quem “geralmente se attirbuia
a morte do filho adoptivo,
Agora figura. da relação.dos
individuos . perdoados. ou ;cuja
sentença foi commutadaá, Anto-
nio Rodrigues .. Vicente.. Este
homem foi .accusado do crime
de envenenamento.: Actusado,e
condemnado.. . Marchou para: o
degredo com .. a mulher.e ;dois
filhinhos. Lá, na ingratidão d’a-
quelles . climas inhospitos, mor-
reu-lhe a familia. Os seus; amo-
res, santos :e queridos, amores,
fugiram-lhe arrebatados pela in-
clemencia da “morte. Só elle
resistiu a todos aquelles tor-
mentos. Quem sabe% “Era tal-
vez a esperança de que havia de
resgatar um dia 2 honra do seu
honesto nome, o , que lhe dava
alentos e o obrigava a viver,
emquante qiue imuwto justos
odios talvez lhe .crescessem no
coração ! ; :
Passados annos morre sen
sogro, e este, á hora da morte,
contessa ter sido o auctor do
crime, ãue foi . por elle proprio
áttribuido ao genro ! RE
Reconhece-se . à ‘ innocencia
d’esse desgraçado; faz-se a luz/
inteira e “completa sobre 6 as
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CAMPEÃO DO ZEZERE
sumpto, e o nome de Antonio
Ródrigues Vicente surge aureo-
lado pelos fulgores da verdade,
destacando-se e impondo-se pe-
ta sua pureza.
– Pois bem. Officialimente, não
se diz a este homem que é um
ânnocente; o estado entende
não dever-lhe umarsombra se-
Qquer de consideração; a morte
dafesposs. e dos filhos, que tal-
Wez . senão désse se elle não
fosse”cendemnado, consideram-.
se bagatellaz não é indemnisanm
dos prejuizos horrerosos que
eertamentef!soffreu, não feliam-
lo nos longos e interminaveis
martyries do espisito; e€, como
unica satisfação que se lhe of.
férece, que não consegue oc-
cultar ojegoismo da sociedade,
o poder moderador, em dia de
festareligiosa, / arranca-o ao
degredo, dizendo-lhe que estã
expiada à sua culpa !
À sua culpa dej tecr sido ini-
quamente condemnado . por um
tribunal em nome da Justiça!
Isto revolta o espirito publi-
co. Não, não póde ser, não pó-
de continuar assim !
E’ preciso, é indispensavel
que a justiça não, seja uma
pPhrase, um pretexto; é preci-
que a justiça seja justa !
Do «Seculo».
DOOANFFOODPD—=—
. Julgamento
— IMPORTANTE
; Crime de Lesa
Magistratura!.
No dja 12 do corrente res-
ponderam perante o “Tribunal
correcional d’esta Comarca e
foram condemnados conjuncta-
mente com Julio Farinha, o
redactor d’este semaânario dr
Conceição e José Antunes, pelo
crime de offensas corporaes pra-
ticadas na pessoa de dr. Vicente
Dias Ferreira, em a noite de 28
de Julho do anno passado, na
occasião em que passeava com
o dr. Eduardo de Magalhães
n’um dos largos d’esta willa.
Drganisado o processo tumulto-
Tiamente, pois que o QqQueixoso
foi que o preparou, declarando
em auto de notícia, que o fazia
porque não tinha quem o [|«pu-
desse» substituirO Conserva-
COLLAR DE PEROLAS
Demeus sonhos’ querida e bella imagem,
Meigo enlevo e prisão da minha vida,
E que o perfume torna presentida
Onro a violeta oceulta na tolhagem;
Thesourofide mil joias esmattado,
Fada gentil d’amor e de bellesa,
Tdeal creação, que á naturesa
Produzir, ex cuidei, não fôra dado;
“Que immengso amor, que cega idolatris
“Te censagro! Se desde a adolescencia
Em mim se alimentava a presciencia,
íQue sobre a terra um anjo encontraria!
E eras tu’! Nos meugextasis profundos
Senti que as nossas almas se buscava;
Quem sabe, quem, se já. antes se amavam
Quando livres voavam n outros mundos ?
Hoje unidas em doce intimidade
Da minha alma tu és pod’roso esteio;
Abrigando-a, lhe déste no teu seio
Um éden de suprema f’licidade.
Déste; e hoje conheço que a ventura
As crénças me reforça, e outras gera,
Como reveste a flórea primavera
Os bosques € as campinas de verdura.
J. A, dostSantos Hkireim.
dor, dizia selle, não .pode .ser
porque, alem de ser advogado
nos auditorios da Comarca, &
pae de dois dus. aggressores
(?) o presidente da Camura tam-
bem não, porque está ausente
em uso de banhos; não existiria
por ventura o vice . presidente
nem o vereador mais velho. Puis
não houve escrupulos em man-
dar levantar auto de mnotícia,
em fazer as , declarações a si
proprio; em deferiv: juramento
4 sua pessoa, para dar valor a
uma bengulla que dezia lhe 15-
nha sido tivada pelo Julio Fa-
rinha, na occasião do conflito.
Querem porem ver onde não
houve escrupulo algum?
Foi em consentir, que no
corpo de delicto, indirécto. fos-
se deferido juramento as teste-
munhas pelo delegado dr. João
Souza, que esté: lhes «fizesse»
os depoimentos, dando-se como
presente o Juiz—que assignou|
1 ‘corpo de delicto, que se diz
ser feito nas casas de sua resi-
dencia. Diante de nós temos
úm outro levantado na adminis-
tração de Concelho pelo admi-
nistrador substituto o sr. dr.
Brundão em que testemunhas
do corpo de delicto indirecto
declararam mui terminantemen-
te, que foram chamadas a de.
por to cartorio do 2.º cfficio
onde se achava apenas o es-
erivão € 0 dr, Delegado, que este
lhes deferira jurâmento e as
inquirira!
Note-se, que o auto foi Je-
vantado com o fim de averigu-
ar o papel que José Antunes,
n’essa, occasião guarda » mmuniei-
pal de Lisboa, então. de licença
n’esta villa, representara mno
conflieto de 28 de Julho: histo-
riando os factos por ineidente
) su& causa. — – á
se referiram aquelle . aliás im-
portantissimo. :
Segiu sextepois todo oproces-
so attribiliariamente, como mais
tarde &emostraremos——
Mas vumos à narrar frelmen-
te ‘o acontecido na celebre non-
te de 28 de julho “e:a sua ori-
gem.
Entre e dr. Vicente Dias
| Ferreiva e Julio EFarinha ha-
via tmras :certas. desintelligen-
cias, que muitos, senão todos,
nttribrem a chames de parte-a
Fiparte.
Jalio Earhiha tinha-os-sens
idares e tornanescomi: uma es-
velta rtapariga de : lonras tram-
içãs, criada do ‘sr. Pedroza, es-
crivão do *2.º officio, vae”se
À não quando o dr; YVrcente: Dias
depois de mnuitos sacrificios,
pois se sujeitava a supportar
os rigores do frio e do calor
asseando na estrada central de
r&o da. Deveza onde aguar-
dava à passagem para a fonte
‘d’aquella a quem dedicava : to-
Vdos os seus affectos, d’aquella
por ‘quem. andava loucamente
apaixenado. é
Vanto sacrificio havia de dar
resultado € assim succedeu’por
quento nós vmmos desapparecer
da casa onde estava como crea-
da a loura creança, estabele-
cendo: «menage» idiliyco aquel-
le que tanto tinha soffrido por.
NE
Julio Farinha vendo-se trahi-.
do, fugir-lhe a sua celler, fica,
desnorteado, “perde a cabeça,.
sae de casa espumatíite:de’xai-
va, chega á estrada central da
Deveza, onde tantas vezes o
seu rival teria – proferido éstas.
| palavras (para a dos. cabellos.
louros, já se vê) —aámo-te, em-:.
touqueço, o sangue afflue-mê’ á
cabeça, quando te vejo. (quan-
tas vezes clle ficaria congestio-
nado!) o teu-amor obrigar-mse- .
hia de bom grado à arrombar
o fio do symbolico gladio” da.
justiça ete., encontra por fata-;
lidade o dr. Vicente, —a sãa
sombra negra— perde a mtellis
gencia e a liberdade, dirige-se
a elle, exige-lhe uma satisfação,
quer Dbater-se em duello, .mas
não ha armas, escolhe:se o pu- –
nho para; arma de combate+i.
dr. Vicente recusa a Dater-se.
em duello e em resposta diri-
ge-se ao dr: Eduardo, que com
– FOLHETIM
e Gilberta
— (Continuado do n.º 15)
* Decorreram silenciosamente
as primeiras horas d’aquella
Pencantadora e. perfumada nou-
te de julho. . :
Finalmente o relogio da er-
mida. annunciou meia noite.
Quando àa ultima badalada
ywibrava no espaço, de um dos
predios da pequena aldeia sahia
O andar precipitado, incer-
Tadmirar àas . feições
cautelosamente um vulto negro.
to e irregular, denunciava per-
feitamente que n’aquelle corpo
havia um espirito em extremo,
agitado.
Ào sahir de casa, a lua / illa-
minou-lhe o rosto, deixando
delicadas
d’uma mulher de 17 a 19 an-
nos.
Um vestido negro, que lke
apertava a ciatura delgada, ca-
hia em pregas elegantissimas,
formando uma pequena cauda”
Os cabellos louros e encara-
colados estendiam-se . ao longo
das costas, por cumma de um
cbaile de finissimas rendas pre-
tas, que lhe cobria os hembros.
Caminhava rapidamente para
a ” praia.
Quundo o ruido das vagas,
battendo nas rochas, lhe ferin
os vuvidos, à joven estremecen
violentamente e os sens formo-
sos ““olhos aznes encheram’se
de lagrymas, que lhe deslisaram
pelas taces pallidas e abatidas.
Chegando á beira mar saltou
resolutamente para um barqui-
nho, que se balouçava sobre as
ondas encrespadvs; pegou nos
remos e fel-o navegar para lar-
go.
Quando o barco se. afastava:
da pruia; à noctwna passeante
aonde tinha embareado e um –
suspiro tão triste como um ge=”
mido, lhe sahiu’ dos: labios,”
quasi imperceptivel. — É
Ponco depois às rochas es=.
carpadas, aonde o luar desmais-
a sorrindo “ melaneolicamente; «
eseondiam à pequena aldeia.
Gilberta, – fazendo “parar o
barco, debruçou-se para as “on-
das que a rodeavam e excla-
móu: é Si Bte s
—Jorge! vou finalmente” re–
unir-me a ti! l
(tontinia).
— Magdalena Martins: de:
Carvalho.
veltou à cabeça para o logar
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Mm sEn ENM ORo o ac tenraçe
nile passeava o diz lhe; agarre;
segura, prenda-me esse homem!
Aor. Kduardo, não vendo motivyo
pará tal procedimento, fica im-
movel, mas… clles batem se
a Peurrer; sempre à correr &té
ques , . desapparecernam.
Nesfa- 0ceasião, apparece o
administrador do “concelho, vê:
o doutor Eduardo. e«immovel
tambem & corrers. pergunta-
lheio que kouve, elle responde|
desiquilibradamente, vê-se obri-
gado a dár-hoe. – voz – de prizão,
que depois não levou a cabo,
prrque. apparvecémndo 0 dr, Vi-
cente, csánbs Qque., a q:t.–‘t,?-.n se
tinha luido japenas entre elle
en Julio Farinha. Appateceram
dinda — mulheres, muitas mulhe-
163, que comiventão, o caso e
vÃo para suas Gusas dizendor: tu-
do“isto’ pôor ceaúusãá das: louras
tranças!!, má raio partam as
mulheres—por . causa das mu-
lheres, eites, e gatos ha — muita
desavença!!. .« S
Q dr. Vicente foi
dando no diabo as
porque elle soffreu muito por
cansa d’ellás!, (que o diga.a
Pll ra Ccasa
tia Josepha, que. nós conhece-.
mos). e o Julio condemnado
– agora na pens de 8 mezes de
prisão e 4 deiânulta n 18000
réis por dia canta a chorar:
Mulheres, mulheres; . mulheres,
não devia haver, admen vêr
mulheres, muúlheres, mulheres,
não devia haver… para tal
não acontecer.
. Em summa deu-so uma sce-
na. de. pugilato eq;:vç,ª,gia icava-|
lheiros, que poem uma gravata [
ao , pescoço: figurou n’ella um
rapaz fogoso, em toda a pujan-
çã da vida e que se vio affron-
tado- por um homem que ape-
sm de/Juiz de Direito não está
ipso:facto isento de se lhe pe-
direm exp]icuçõps acerea de
qualquer” aeto, que inflaa na
hórira e dignidade de certo e
determinado cavalheiro,
– «O,attentado barbaro e co-
, varde».como . se fez apregoar
por alguns. jornaes, foi pratica-
do n’um largo d’esta villa, on-
de em noutes de vcrão miuta
gente passeia e havia luar-“Os
ferimentos tadusiram-se a umas
leves .arranhaduras na cara e
mãos; não honve impossibilida de
de trabalho profissional, tanto
que fo’ dia seguinté 0 vimos
presedir á, audiencia ordinaria!
“s “ (Continúa)
AmrTOHe AA a BSTA Tm
6 4 Anniversario
“ Passou no dia 12, 6 anniver-
Sario natalicio do nosso presado
assignante o /srt.,João Adriano
da Silva . Pedrosa, escrivão, do
Z fn
“Sentimos que sua ex.* fizes-
“se annos em-tal dia, purque se
devia ver hastante embaraçado
com o extraordinario tratamen-
to e limpeza que teve de – dar
a um monstrosinho . que foi ex-
posto no sen cartorio no dia
mulheres, ”
CAMPEAO
29 de julho ultimo e esteve em
exposição n’aquelle dia.
“Cansou desnagradabelissima
impressão em tóda & gente’que
se recerda dos’ acontecimentos
de 28.de julho último e que
conbecem bem de perto os im-
plicados n’esses acontecimentos
à sentença qus o3 condemnou
— principalmente o nosso colle-
ga nesta redação dr: Antonio,
Conceição e José Antunes—
ÁAquelle nosso colleza vae
domostrar que foi victimia dum
erro judiciario para o que tem
clementos de grandissimo’ va-
lor. e
Sitterotura
QUADROS HISTORICOS
Liberdade Portugueza
Ataque da vília da Praia.
na liha Terceira em
11 de agosto de 1829
(Transcripção)
Reforçado aquelle posto pelo
general conde dé Villa Flôr (de-
pois duque da “Terceira), pela
tropa que conduzia, e alguma
artilheria; e tendo a esquadra
visto malogrados seus esforços
e arduas tentativas ‘de desem-
barque, abandonando as tropas
que, desembarcára, pelas 8 ho-
rás e meia, aproveitando o pre-
amar e algoama aragem O. N. O,, |
orlennou se picassem às amar-
ras, . retivando-se. em. derrota,
cedendo a palma dasvictoria à
lealdade e heroismo dos bene-
meritos defensores das liberda-
des patrias. ;
Evitando o ser diffusos nos
detalhes, não podemos esqui-
Var-nos a CUHÍPÉ]I’EU’ os meiOS
e forças dos partidos que se
combatiam, Condnzia a esqua-
dra 330 bocas de ‘ fogo, como
fica dito, e tinham os defenso-
res apenas 11 em posição: enf
tre as daquellas havia 52 de
valibre 82, 82 / de 24 e ‘tinham
os defensores apenas 5 peças
de 24. Dispararam —aquellas
4:913 tiros de sua artilheria, e
da terra apenas:256. À esque-
dra enviou. 4 terra mais . de
2:000 combatentes, dos quaes
é certo nem todos desembarca-
ram; mas estando va guarnição
apenas 102 bravos, estes/ óbri-.
garam, o8 que não pereceram,
a. render-se. E’ do mesmo mo-
*Pdo certo, que os 102 . bravos,
quando já recolhiam os. vener
dos, foram auxiliados pelos ex.º*
duque da Teveeira com tropas
e artilheria aue lhes trouxe; mas:
não é possivel negar-se aos bra-
vos postados em guarnição à
gloria que lhes cabe . nweste.
grande dia.
Sendo nosso intento narrar
sem ovnato, e sem paixões um
facto, que não pertence a nin-
t guem particularmente, não ti-.
vyemos em vista prodigalisar elo-
gics: o nosso fim foi logar nos
DO ZEZERE
vindouros o cónhecimento des-
apaixonados da verdade; com
tudo permitta-se-nos. que *eon-,
cluamos este pequeno é “pouco
valioso trabalho, repetindo o
nome respeitavel do barão de
Faro, que sustentouú na frente
da ilha Terceira’ a possibilidade
e & necessidade de a sustentar,
quando seus camaradas vindos
de Inglaterra se decidiam pelo
abandonó==Portugnezes de to-
das n$ opiniões: a última época
dã’ liberdade, começada pela
emigração do exercito do norte,
do reino, não existiria se não
fossé o valô e à coragem dos
defensores da villa da Praia,
do nosso , collega.
menós à nossa’ gratidão, e pos-
sa a posteridade ‘fazer Justiça
nos herces, que para salvar a
Patria, e as liberdades publicas,
não se pouparam, ‘neém ás pri-
‘vações d’um exilio’ volintario,
aturada.
| nem ás fadigas d’uma guerra
X
Visconde da Castanheira
de ‘Pera o
Esteve entre nósg o -ªéx.’f’º
Visconde da, Castanheira de
Pera que veio ao. julgamento
.S. éx.º foi produzido pela de-
medida. — Preços limitadissimos.. — Tambe:
Se’ muitos d’elles perecéram|fezà dom testemunha. Retirou
sobre os parapeitos do “Porto, logo para Lishoa, — A
‘se outros arrastam uma existen-. SUSA = 7 :
cia languida e pegada, se uma: 3A ENTAA dA A LRA
grande parte não recebeu a de- SS CHROMOSEk
vida recompensa de tão volio-
SOS ServIÇOsS, recompense-os ao:
Agres Simbes LFerragem
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==Livro de contos==
Variado sortimento de fazendas d .algodão, 1ãà e seda, colla-
rinhos, gravatas, meias, chales e 1X s para vestidos, boa e va-
riada tollecção de roupas feitas para homens, senhoras e creatí-
çus assim como casemiras pretas e de cores para. roupas por
: m se encarrega
de vestidos e roupas para senhora. :
MERCEARIA PEDROGUENSE |
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‘TONTOS FERSAS, TUPOOS E CEINCZES
POR
DERVIS MOÇLES :
Obra illustrada com bellas, gravuras
S Oscapeeea S sA
E’ uma obra verdadeiramente extraordinaria, cheia’ de sol
e de vivos aromas, banhada por: uma luz saliente e mysteriosas
a obra com que esta” Empreza inicia uma seria de publicaçõue
destinadas a cuusar sensações, obras-primas devidas à pena als
thorisadá de escriptores do “primeira grandeza. ista, -que no-
faz, passar pelos olhos destumbrados, como b’ux_n sonho produzi:
do pelo opio, toda à phantastica vida órientál; * é,” sem dúvida
muito superior aos cóntus que existem traduzidos por Galland
pois que encerra 038 mysterios, as reminiscencias do – Oriente,–
desdv a litteratura -d India até nos poemas: traçados nos confins; ;
da Ásia, como a litteratura persa, arabe e japoneza. + * ma
Em todos os paizes onde OS MIL E UM DIAS ‘tem
feito a sus apparição, nurrerosas edicções se tem logo esgotado
em resumido espaço de tempo. Cimdos : “
CONDIÇÕES DA ASSIGNATURA
LISBOA: | f i
Duas folhas, por semana, de 8 paginas, em 8.º grande, alternadas com
bellas illustrações Pagas, no acto da entrega. . iccuivee y vasfs. 050 reis
feçã D
é o j PROVINCIAS À :
Um fascienlo quinzenal de quatro folhas, de oito Paginas, uma gravure
inpressão nivida, pagumento adiantado….,… vA SAUDO NA RE aa
EMPREZA EDITORA DO MESIRE BOPULAR
‘ 2.— 278 Rua da Magdalena, 273—2.º
LISBOAº
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CAMPEAÃO DO ZEZERE
CHROMOS
Yisro de Contos
de
D. Magdalena Martins de Carvalho
O livro que brevemente váe ver a luz da publicidade sob
o titulo de CHROMOS, e onde se reune uma admiravel e va-
osissi ma collecção de contos, váe ter um grande successo por
ser uma obra de merito, onde o leitor vacila no que mais de-
verá apreciar: se o elevado do estylo, se o burilado da phrase.
À sua auctora e uma escriptora distintissima, como o attes-
tam as suas produleções que são muito procuradas e lidas, es-
pecialmente no A emtejo; e o livro que ora váe aparecer terá
uma larga extracsão não só ali, mas em qualquer parte ond
appareça algum exemplar. ;
Condições da assignatura
O livro CHROM(S, formará um elegante volume que, em
Regiiengos e na/ Certã, pode ser adquirido pelo modico.
Vreco 300 reis
nas demais localidades por 320 reis, :
Pedidos à auctora, em Reguengos, ou ao editor Jioaquim Mar
tins Grillo, na Certã.
Mlberto E. C.Leitão
João Antonio Caetano
Rna do Eirádo
EscrivãolelTabelião Loja de mercearia, tabacos, ca
Pedrogam Grande . bedal, sóla, ferragens e Gutros a1tigço
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. Rua deMiguel Leitão d’Andra-
de
EDA STAASO T SSERANNOTTETE,
Advogado
J. A. de Souto Brandão
ESCRIPTORIO FORENSE:
Largo da Igreja
Pedrogam Grande
——nA
N’este escriptorio toma-se
conta de qualquer causa civel,
erime ou prommoções quer
dependam dos tribunaes da Co-
marca de Pedrogam . Grande
quer de outros quaesquer tri-
Abilo Nogueira David
Mercearia e Tabacaria
bunaes do paiz; e tambem .d.e NITIDEZ
Outros quaesquer negocios cIvIs :
das repartições publicas d’esta E
villa, ou fora d’ella. Bom papel
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Mercearia e Tabacaria
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Brasil, Dirisa Ocidental e Oriental ste.
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ÀAs creanças de passageiros, ate dois annos, gratis: de tres a quatro an-
nos, um quarto de passagem; e de cinco a dez annos meia passagem,
Para os diversos pontos do BRAZIL, em differentes dias dos mezes
Passagens gratuitas para o Brazil
Nos magnificos paquetes, da Companhia Charguers Reunis que sahem
de Lisboa em um dose e vinte e dois dois de cada mez dão-se passagens gra-
tuitas as familias, de trabalhadores que desjeem ir para quasquer Provincia
do Brazil, d’esde Lisboa ate ao Rio ua Janeiro. A’sua chegada ali, o Go
Yerno cunçede-lhes transporte gratuito ate à Provincia à que se distinem
se ahi são livres para . enipregarem a sua activídade laboriosa trabalho.
qué mais lhe convenha não contrabindo nenhuma divida pelos beneficios re-
recehidos.
Na redacção d’este jornal prestão-se esclarecimentos.
Agente na
Cexta
dJinquim IGsriins Grillo
Oflitina Neneadesundor
DE
MANOEL ANTONIO GRILLO
Travessa Pires N.º 2
dert
TYPOGIÉAPHIA
J OAQUIM MARTINS CRILLO
Travessa Pires N.” 1 2 e Becco da Imprensa N.º2
CERTA
Nesta typographia confecionam-se com rapidez quaesquer
N’esta officina confeciona-se todo e qualquer trabalho , con-
cernente a esta arte.
Joaquim Pircs C€. David
LARGO DO MUNICIPIO
Loja de Mercearia, tábacaria,
ferragens e’fazendas bran-
cas etc, ete.
——
Marceltino Lopes da Silva
Largo do Encontro
Mercearia e Tabacaria
O RECREIO
Revistá semanal, Litte-
raria e Charadistica
RAPIDEZ
E
Pre . O —Recreio= é semaduvida um
ços modicos das publicacões litterarias mais bara
tas do paiz e que tem unicvamente
em vista proporcionar aos s,eus assig
nantes leitura amena e util mediante”
DE
Aúgusto Thomaz Barreto
. Ruaide Miguel Leitão d’Andrade
1 ——A
ESTA acreditada casa acaba de
receber:fina manteiga e bons assuca-
res, chá e café, -que’ vende por preços
muito rasoaveis; assim como esta á
cspéra de magificos charutos e outras
qualidades de tabacos.
dlanss! Casiano
‘ Largo do NKunicipio
Estabelecimento de ferragens
louças ceabedal. Agente
da Comyanhia de
Seguros Tagus
livros* impressos para Juizes de Direito, Delegados, Escrivães,
Juntas de Parochias, Juizes Ordinarios, de Paz e Municipaes,
cobrança de congruas, diversas Confrarias, Camaras, Adminis-
fiscal, Pharmacias, Estabellecimentos, Depositos de tabacos, €
quaesquer outras repartições, corporações publicas vu parti
culares, etc.
Bilhates doieif eato S SDOS dardOla 0D aeis
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O proprietario d’este estabellecimento encarrega-se de quaes-
quer serviços, na Certã.
Compra livros e encarrega-se da vernda d’outres, etc.
trações, Recebedorias, Repartições de Fazenda, Escolas, Corpo p
unta modicissima retribuiçãoa 168to –
cada numero —20 1618, com 16 pagi-6
lm? à duas columnas e em optimo pa
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Está em publicacção a 10 * seri,Ca-
da série de 26 numeros formam um
volume completamente independente.
Fm Lisboa à assignatura paga no $ o
da tntrega. Para a provincia, a assig-
uatura e feita ás series de 26 numeros
e custa 580 reis.
” .
Toda a correspondencia deve
ser dirigida a João Romano
Torres rua do Diario de Noti
cias 93— Lisboa.
—EDITOR—
==-Albano. Nunes Roldão==
Typagraphia e impressão
Travessa Pires, N. -2