A Comarca da Sertã nº40 13-05-1937

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DIRECTOR E EDITOR
EDUARDO BARATA DA SILVA CORREA
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
mo RUA SERPA PINTO — SERTÃ: +
Propriedade da Emorêsa Editora W”N“COMARCI DA SERTÁ (oi organização)
AVENÇADO .
rca
——— FUNDADORES –———
— Dr José Carlos Ehrhardt ad!
Dr. Angelo: Henriques Vidigal
——- António Barata e Silva —
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa
da Sertã
UOAPOBTO, EMA MM
Tip. Portela Feijão
“A NO II
Cro
Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comareá da Sertã: concelhos de Sertã,
“Oleiros, Proença-a – Nova e Vila de Rei; e frequesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho de Mação )
Notas…
a Rebordão Correia, nos-
=, SO patrício e amigo,
fúncionário competente e sa-
edor da nossa Colónia de An-
ola, começou a prestar-nos
tosa colaboração, que mui-
O honra o nosso jornal, Versa
bbre aquela parcela do Impé-
o Colonial Portugaês, pondo
É nossos olhos o valor in-
ensurável das suas rigue-
—as do solo em pleno de-
nvolvimento e as do sub-solo
úuco exploradas — as suas
últiplas possibilidades sob
dos os ramos de actividade
ana, eo que representa,
ra Portugal, êsse impor-
ntíssimo território, oito ve-
Zes maior que o Cantinente.
, Pablicamos hoje um artigo
de Pevordão Correia, com. o
ulo » 650 005 055] Moxcal 1 15 0, ;
Re do tao o 005 810 tea 7 1438 0.05 14,40 || Póvoa R, Cerdeira . Rr 000 11 Alto Cavalo 15,00 005 1905
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Avelar . e «| 7,10 | 7,20 | Podentes «| 16,55 | 16,55
Ponte Espinhal «| 7,45 | 7,45 | Ponte Espinhal «| 17,15 | 17,15
Podentes «| 805 | 8,05 | Avelar . «| 17,40 | 17,50
Portela do Gato «| 8,35 | 8,35 | Pontão . E «| 17,58 | 18,00
* Coimbra. 19,00] — | Figueiró dos Vinhos .[ 1835] —
Efectuam-se diariamente excepto aos Domingos, dias 1 de Janeiro,
25 de Dezembro e Terça feira de Carnaval
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no, estrumeiras, terras para cul-
tura de milho e hortas, com gran=
de abundância de água, parte
num moinho de fazer farinha e
parte num lagar de azeite, com
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Igreja Matriz da Sent
116.879$00 fensterialo, E q
* portes e salari
mento ERR) SA
” urgencia á sua reparação gerel,
As reparações urgentes que |.
importa fazer a este belo mo-
numento religioso —o seu
custo atinge a verba de Esc.
Engenheiro er. Joaquim Ba-
rata Cor; êa, de Faro, a pedi-
do Presidente da Comis-
do Culto local, Rev.º P.º
nciscs dos Santos e Silva
E
Ê Ê .
– ‘Toda a gente de Sertã conhe-
gs O estado de ruína em que se
encontra a Igreja Matriz da sua
treguesia, um dos melhores mc-
mnumentos do distrito do Castelo
Branco destinados so culto.
“Sem f.zermos quaisquer cos
mentários sobre a necessidade
“que ba de proceder com toda
limitamo=nos a; transcrever a me-
morla descritiva e justificativa f.i-
ta pelo nosso patricio, Engenhei-
ro sr, Joaquim Barata Corrê»,
Ela é suficientemente elucidati-
va; o os Sertagi que têm
amor á sus terre, hecerão
a necessidade imperiora de acu=
dir, quanto antes, à sua igreja,
que tem grande valor pela sus
antiguidade e arquitectura gótica,
* Memória descritiva e justifice-
tiva— O presente projecto trata
da reparação da Igreja Matriz,
da freguesia da Sertã, com sede
na vila do mesmo nome. À Igreja
é antiquissima; segundo alguns au
tores, foi edificada em 1422 da era
de Cesar, ou seja em 1404 da era
Cristã; segundo outros, a constru-
ção é posterior. As linhas arqui
tectónicas actuais da Igreja não
são do principio do seculo XV,
mas bastante posteriores, e tudo
leva a crer que houve reconstru-
ção, e, portanto, profundas modi-
Jicações que alteram completamen-
te o conjunto primitivo. O templo
é bastante amplo, apresentando a
arquitectura gótica nó interior e
o aspecto de Renascença pobre no
exterior, onde corpos justapostos
lateralmente, movimentam as fa
chadas e telhudos, produzindo, no
conjunto, um efeito agradavel, A
Igreja é constituida por três naves
e quatro tramos, separadas por
elegantes arcaturas goticas que se
apoiam em colunas, E” esta a unia
ca p rte que resta da sua estrutu
ra quatrocentista, emutindo uma
lapide sobre a porta, lateral da
epístola, onde está gravada a era
e 1422. A Capela Mór, a capela
do Santiasimv e «a Capela das Al
mas são já do periodo da, Renas=
cença, sendo a ultima de cunho
acentuadamente quinhentista, exis-
tindo, ao centro, uma lapido se
puleral brazonada. Na Capela-Mór
eoistem “ainda cadeirais da antiga
Colegiada, Uma parte do interior
é forrada de belos asulejos do sé-
culo XVI k
A maior parte dos elementos a
que nos acabamos de referir foram
extraídos do livro «A Sertã e o
seu Conselhos do er, Padre Anto
mio Lourenço Farinha.
“A reparação da Igreja impõe-se,
«ão só por ve tratar dum templo
| com largas tradições) mas ainda
por sem um edificio de bastante
valor, qua sem duvida, asssinala
o nosso acentuado cunho tradicios
malista, não sendo admissivel que,
por falta de reparação, se deiwe
arruinar, O templo de que estamos
tratando é, como já dissemos, a
Igreja Matriz da freguesia da Ber-
tã, não havendo qualq outro
que o posta substituir, por 08 reg
tantes da vila aurem de dimensões
acunhadas “6 encontrarem 86, sens
aivelmente, nas mesma condições
de conseruição A reparação desta
Igreja impõe se, pelo que se orga.
mizou o presente orgamento, com a
finalidade não só de impedir que a
dureza das intempéries continue a
sua obra de destruição, como por
malhorar o sou aspecto, de forma
red ti a edificios que 4
ao culto, h
“No orgamento estão descriminas
detalhadamente. todos 08 tra- |
1 a executar, irma « ava-
a apresentar o arranjo 6 compose | sdrá ;
des
f
f 1] PRA NI:
“A Comissão de Senhoras da
A, C. distribuiu uma sopa a 40
devendo contemplá-los com 2
sopas em cada semana, a partir
da presente, até ao fim do mês;
a importância arrecadada, des-
contadas. diversas despesas que
se tornou necessário fazer com a,
aquisição de utensílios indispen-
sáveis, não lhe permite; por
enquanto, alagar mais a sua
acção bemfazeja. :
Para. conhecimentos dos só-
cios, será publicado, no pancis
pío de cada mês, o movimento
geral do mês anterior.
ro
Interêsses Regionais
Da madeirã reclama-se a cons-
trução do ramal da estrada que,
pisado pela Selada da Cava,
igará aquela povoação, sede de
freguesia, à estrada nacional, e
cujo projecto se encontra pronto
há cerca de 4 anos.
paros que se pretendem levar a
efeito, A alguns deles não fare-
mos quaisquer referencias por as
julgarmos desnecessarias, visto «
sua designação no orçamento dar
ideia perfeita é completa do que se
pretende executar para beneficiar
o templo. O orçamento foi dividi-
do em 8 capítulos, em cada um dos
quais se reuniram trabalhos, do|
mesmo género. No primeiro, com
o titulo «Pavimentos», incluíram)
ss todos, 08 trabalhos relativos á,
renovação e reparação do actual!
pavimento, renovando-8e aquele que
48 encontra. completamente inutili-
endo e reporando-se o restante,
susceptivel de ainda ser aproveita. |
do em parte. No segundo, com a]
designação «Revestimento de pare-
des», previu se a execução das o
bras que tem por finúlidade suba
tituir os rebocos, que. duma ma-
neira geral, poderemos considerar
em evidente estado de ruína. No
terceiro, intitulado «Coberturas»,
estão agrupados 03 trabalhos ref.-
rentes á reparação da cobertura,
incluindo a substituição de parte
do madeiramento dos telhados e da
telha, assim como a reparação dos
beirados. O quarto capitulo, que
se denominou por «Tectos», trata
da substituição e reparação do te-
cto das naves, sacristia e capela
laterais.
O tecto das naves central e la-
terais do corpo principal da Igre-
ja é de madeira; na Capela Mór
e nas capelas laterais é constitué
do .por abóbodas, A designação
dos trabalhos do 5.º capitulo dás
mos ideia perfeita do que se pre
tende realizar. O 6.º capitulo, sob
o titulo «Trabalhos diversos», en-
globa os trabalhos relativos à res
paração dos cadeirais da Colegia-
da, extetentes junto do altar ‘da
Capelas Mdr; das teias; das esca
das de acesso á torra e ao côro;
das paredes interiores da torre é
do pavimento e paredes do baptis-
tério, Neste capitulo incluiu se ain-
da o fornecimento e assentamento
de cantaria num dos ounhais da
fachada principal da Igreja, visto
impor se este trabalho para tornar
harmonica a fachada, por o outro
já à possuir, assim como tambem
já emistir o cunhal relativo á torre,
| Neste” capítulo incluiu se ainda o
fornecimento à assentamento de vi
draça n + cuimilhos, Os trabalhos
incluidos no capitulo seg inte com
o titulo «Pinturasr, não merecem
qualquer referencia especial, a não
[ser a pintura em embelegamento do
tecto, por nos parecer conveniente
6 interessante manter os desenhos
emistentes, podendo, considerar-se
um trabalho de restauro. O ultimo
capítulo trata de fornecimento e
assentamento de lanoil de modo a
constituirese um passeio em todo o
contorno do edificio, passeio que
protegido por calgad: fa por
– | tuguesa, À construção deste pas
|uoio, alem de embelezar “o local,
no o quais qu rom
tem vm a vantagem de sonado
ir melhor y evitando
do DP aguia erdsidas ds vo
ema riam
«Sopa dos Pobres» | yúigg;
indigentes no dia 6 do corrente, |
iJlá vamos, Descreve-se uma pe=
– [em farra que nos serviu de berço,
É
A Comarca da Sertã
de ia Nm
===
Impressões de uma
viagem a Santanna
Viajar ó sempre agradável, tra-
tando-se para mais de visitur a
terra natal e os que Dos são que-
ridos,
Ha dia diz-me nm patrioio ;
Vamos á terra? Sorrl.,. ape-
sar-de. contras. ebrecei a ideia.
Preparativos são poucos, um m&-,
ço de cigarros mais e pronto.
Chega o carro, não falta nin-
guem, A manhã está fresos, um.
fresquinho agradásel. próprio des=
ta gnadra do ano; é cedo ainda.
são D.boras da madrugada,
Acende-se mais um oigarro e
a
quena curva sôbre a asa direita
do Tejo, límpido e poderoso, vis-
to de esguelha e de relance, cor-=
re & direita de nós. O ritmo nuo=
ca mude, à cantiga cadenciada e
sonora do motor enche o carro,
penetra nos ouvidos e no córe-
bro. Aqueles que costumadoa já
a viejar, de antomovel, comboio
ou auto=9ar; vêm com indiferença,
os preparos da viagem, mas há
aiúda dúvidas nos segrêdos das
almas de muito passsgeiro, um
arrepiado cantinho de terror,
Na geração anterior olhava-se
com horror para o automóvel a
com. respeito para o comboio; tel
como os nossos filhos se admire=
ram com as grandes aeronaves e
com outrosinventos do século XX,
Para a direita, a uma velooi-
dade moderada de 40 quilóme-
tros, fiça-nos o xadrez das cultu-:
ras, O homem e o arado tra»
balharam com perfeição e elegan-
eis, a geometria agricola é impe-
cável e, a natureza, com acerto
pintou-a,: Visto de relenoe 6 Ri-
batejo, atravessamos a Estrema-
dura e ingressámos na Beira Bai-
xa, á qual me honro de perten=
cer; é tudo uma imensa côlcha de
remendos: onde triunfam os ver
dea e os castanhos, Chapa de exe
plendor sob. o sol obliqueo, a inun-
dação pavorosa do inverno transe
formou. a “beleza numa áspera
miséria,
A 80 quilómetros de velocida-
de só «se vô a belcz.; o cavedor
olha para a ruína do campo. Por
entre» pinhais restejam e faíscam
as brancas sldeias, .. as estradas,
os caminhos, os atalhos são c0-
mo artórias. e veias que se ligam
e vida lhes dão. Milharuis dum
precioso, verde brilham aqui e s=
lém, com um fulgor de osmeral-
da. Uma antiga, torre. cravada
com as garras de séculos na aree-
ta rochosa dum andecioso morro,
domina um opulento vale… Uma
debandada de minúsculas bolas
sombrias, .pousando sôbre o ter-
reno claro e alastrando no hori=
sonte em, vastas manchas escus
ras, revelam oa ricos montedos,
Depois a paizegem entristece;
advinham-se as curvas do nível,
como num mepa em relôvo, & re.
glão torna-se inhóspite, as ondas
de terra preoip’tam=se enristadas
de granito, o Rio Zezere serpen-
teia «entre altcs morros donde só
se divisa o azul-claro da abóbada
oeleste — esmoreceu a graça da
palz: gem — Uma povoação surge
côr de barro e soturna.
Tous quilômetros mais, entra-
mos na histórica e linda Vila da
Sertã, cuja situação geográfica a
deixa situada “uma planície em
forma de península,
Antiquissima Vila, fund.ou-a o
general Romano Quinto Sertório,
74 amos antes de Cristo que lhe
deu o nome de Sertago; o nome
que hoje se presa de tôr conquise
touso ama corejosa mulher, ohne
mada Celina ou Celinde, nas
guerras em que Sertório se eme
penhou contra o’ poder de Roma
para! Wustentar a independencia,
que com uma Sertã, destruíu
Sertago sos seus inimigos,
Srtã, sofreu ruína total, a
quando: das invasões dos povos
do Norta-e-depois nas dos A’ras
bes, O Conde D. Henrique reedi-
ficon-a juntamente cem o castelo
em til, e deu-lhe foral privile-
giado em 9 de Maio dêsse ano,
itamente encontramo-nos
CARTA DO RECIFE (BRASIL)
Presado Amigo Eduardo Barata
Devo dizer-lhe, com toda
a inceridade, que foi para
mim, como o deve ter sido
para tudos os que recebe-
ram o seu jornal, uma agra
dibilíssima surprêsa a che:
gada do mensageiro que
traz até nós o que se passa
na querida terra, mitigan-
do-nos, desta forma, as sau
dades que jámais deixam de
atormentar o nos ‘o espirito.
Por tam belo aconteci-
mento aqui vai, especial-
mente, um cordial abraço,
com 08 votos mais sinceros
de muita felicidade pessoal
e uma vida próspera ao nos-
so jornal “A’ Comarea da
Sertã”,
Recomende me a todos 08
amigos e mande sempre pa-
ra o patrício muito amigo é
admirador.
21/1/9387
José António Beirão
Ao nosso querido patrício,
que, pela sua actividade comer
cial em terras brasileiras, mui-
to honra a terra que o viu nas
cer, agradecemos às suas pola-
vras amigas e votos pelas pros
peridades do nosso jornal, en-
viando lhe, cá de longe, um gran-
de abraço de saudação, com de-
sejos dus suas maiores venturas,
FRANCISCO MATEUS
Solicitador Judicial
SERTÃ
Oferta à Filarmônica local
O nosso amigo e patrício sr.
Frutuoso A. Pires de Oliveira,
de Calheta, S. Jorge (Açores),
teve a gentileza de oferecer à
Filarmónica da Sertã 4 partituras
(1 rapsódia, 1 selecção, 1 marcha
grave e 1 passo dobrado), que o
seu regente muito apreciou, agra-
decendo e tornando pública, des-
ta forma, a sua satisfação, em seu
nome e no daquela colectividade.
Frutuoso de Oliveira, que é um
bairrista de quatro. costados,
enaltece e defende a sua- terra
sempre que as circunstancias se
proporcionam,
tea
Agradecimento
Antonio Pires, Antonio Pas-
sos Soares Viana, Antonio Luiz e
José Martins vêm por éste meio,
e muito reconhecidos, apresen-
tar os seus sinceros agradecimen=
tos’a todos as pessoas que di-
gnaram acompanhar à sua última
morada seu EA e sogro, José
Pires, que residiu na Foz (Sertã),
falecido em 13 de Fevereiro, e
ainda a todas que-se interssaram
pelo seu estado, durante o longo
período da sua doença. –
Sertã, 10 de Maio de 1937.
Farmácia húcas, Sue.”
ERR
CARMINA PATRICIO BASTOS
Licenciada em Farmácia
BRA
Aviamento escrupuloso de
todo o recei-
tuário e análises clinicas
E 1
Agosto de 1936. Fraúcipço Padro,
a
I Er ta a
| AGENDA
E
a
De visita q seus pais, encon-
tra-se na Mata Velha o nosso
patricio.e assinante sr. Manoel
Francisco Lopes, digno em-
pregado da Société du Madal,
em Maindo, Quelimane, a quem
apresentamos boas-vindas,
com votos pelas suas maiores
prosperidades. :
—A bordo do vapor «Mou-
sinho» partiu no dia 8 para a
Beira o nosso patrício e ami-
o..sr. Caetano Lopes, sócio
da acreditada firma daquela
cidade, Cardoso, Lopes Limi-
tada, a quem de sejamos opti-
me viagem.
— Encontram-se na Sertã: a
sr De Guilhermina Leitão
Portugal Durão: com seus in=
teressantes. filhos, Maria Te-
reza e Antonio, a sr. D. Ire«
ne Cide de Carvalho Leilão,
esposa do nosso amigo sr: Er-
nesto de Carvalho Leitão e o
sr. José Fernandes Lopes.
—Com curta demora estive-
ramna Sertã os srs. Pompen
Nunes Campino, de Tomar e
Antonio Vieira da Cruz, da
Praia do Ribatejo,
*
Tem obtido apreciaveis mê-
lhoras a sr.º D. Isabel Mari-
nha Mendes, que se encontra
em Lisboa, esposa do sr. Ce-
lestino Mendes.
— Encontra-se quasi resta-
belecida a menina Irene Car=
neiro de Moura.
— Tambem têm estado doens
tes as meninas Noémia Car-
neiro de Moura e Lídia Ba-
ptista Manso e o sr. Antonio
Rodrigues, zeloso funcionário
dos Correios, a quem deseja-
mos prontas melhoras.
+
Fazem anos, no dia l6,os
srs. Augusto Rossi e José Fer-
reira Júnior.
faouatus
Parabens
Epa
Homenagem ao sr. dr. Jaime
Lopes Dias
Subscrição para a aquisição
das insignias da comenda
da ordem militar de cris-
to com que o ilustre bei
rão foi agraciado pelo sr,
Ministro do Interior:
Transporte 260800
Fo M-Senta! 2 no ES “OS00
Francisco Mateus: Pinheiro — It
Oleiros 5.2. e aiii = 720400
Manoel Jaime Roxo — Castelo
BRANCOS A E RA
Augusto Rossi—Sertã, . . 20800
A trahsportar – o” 3T0$00
ro
DESPEDIDA
Caetano Lopes, partindo para
a Beira (Africa Oriental), no va-
por «Mousinho», que sai de Lis»
boa em 8-do corrente, e não lhe
tendo sido possivel, por razões
opostas à sua vontade, despedir-
se pessoalmente de todas as pes-
soas das suas relações e amisa-
de, fá-lo por esta forma, agrade-
cendo a todas que o honrartam
com a sua estima, e oferece os
seus limitados préstimos naquela
cidade, ;
Lisboa, 5 de Maio de 1937.
ER A LI
DOENÇAS DO OLHOS
Especializado nos hospitais de Lisboa,
; Paris e Madrid
trema 16
CONSULTAS EM TOMAR
ás 2as e 5,25 (das 11 ás 17)3as e Gas
(das 9,30 ás 12,30 h.)
eee mem
Fotogralis dos Paços do Concelho
Nesta redacção vendem-se:
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luxo a Sépia,
bargo do Chafariz — Sertã |
-Foto do sr, Eutiquio de. Lemos,
bargo do Chafariz — Sertã |
-Foto do sr, Eutiquio de. Lemos,@@@ 1 @@@
De Terras de Além-Mar
(COLONIA DE MOÇAMBIQUE)
“a
sc
Moçambique, 25 de Abril de 1937.
(Por avião) — Emissora Nacional
Dia 24 de Abril. São 20 horas locais, e já muitas pessoas
afluem e nos visitam desejosas de ouvirem a voz dos nossos ir-
mãos de raça, a voz de Portugal, na «Meia hora da saiúdade»,
Vão-se aproximando as 21 horas; em volta do aparelho rá-
dio receptor, aconchegam-se as pessoas de família e as que vie-
ram propositadamente.
— Uma ânsia de curiosidade se espelha em todos os rostos
tisnados pelo Sole pelo ar do Mar. .
Evita-se tossir, arrastam-se cadeiras em circulo, fixam-se os
alhos no: mostrador, um ouvinte mais perito regula os registos, e
o aparelho iluminado dá a impressão de um lar confortando os se-
piritos. Curiosidade. ; (
O relógio marca as 21horas, o locutor anuncia. Vai come-
car a «Meia hora da saiidade». Fala a primeira pessoa, todos lar-
as cadeiras e debruçados uns sobre outros, procuram cada
ual aproximar o mais possivel o ouvido do aparelho, no intuito
e melhor ouvirem,
Seguem-se outros. inscritos e vão-se ouvindo bem; um
diz: — Tua sobrinha casou com um oficial aviador; outro; Tua
sobrinha lá continua com o namorisco, e assim foram enviados a
e queridos, muitas novas, beijos, abraços e desejos de felici-
ades,
Alguns houve que, com a perturbação da alma, se ouviam
chorar ao microfone, e a comoção penetrou nos ouvintes, que
muito choravam tambem. 33
à No momento do choro era incompreensivel o que diziam,
sucedendo isso a duas pequeninas que lalavam para seus pais, na
Beira, tendo depois o locutor anunciado que em virtude da como-
ção das mais pequeninas inscritas, não poderem ter sido com-
preendidas p’r seus pais, toceriam para êles, dois trechos de mu-
Siça ao piano, que muito bem se ouviram e agradaram,
A propria Natureza pareceu associar-se á «Meia hora da
Ssaiidade», porque poucos dias tem havido nestas paragens em que
a Emissora Nacional fosse ouvida melhor, mesmo meia hora an-
tes Pinga esperava, ainda, que se viesse a ouvir como se ouviu.
elicitações pois á Emissora Nacional pela sua obra gran-
diosa de aproximação de todos os portuguêses de Aquem e Além-
Mar, não só com a «Meia hora da saiidade» que vai repetir todos
os últimos sabados de cada mês, como pelos momentos alegres e
de salidade tambem, que nos dá na sua transmissão de concertos,
dos fados e canções da nossa terra, irradiadas, por seu interme-
dio, do «Retiro da Severa», dos teatros de Lisboa, bem como de
palestras, dos discursos oficiais, etc., etc.
Todos os portugueses residentes na Colónia de Moçambi-
que, irmanados na mesma fé patriotica, com os olhos postos no
seu Portugal querido, sfanados do governo da Nação a que per-
tencem, pelas belas e grandes lições que o mesmo tem dado ao
Mundo, aguardam anciosos o dia em que a Emissora Nacional,
eleve a maior potência a sua voz, deforma a ser ouvida aqui, na
contingencia de todos os tempos, quando não melhor, pelo menos
como se houve Berlim, Roma, Londres e Paris; êsse dia, será o
dia de maior satisfação para todos aqueles que amam a sua bela
Pátria,
Ex
O 4
(COLONIA DE ANGOLA)
Vila da Ganda, 1 de Fevereiro de 1937.
««« Sr, Director do Jorna! y ,
– me”
co Go:
% RIO bat
O Colono
AS Scolónias portuguêsas existe vastíssimo campo para a
N aplicação al capacidade dos cidadãos portuguêses que
, sentem em si competência para o trabalho. As imensas
riquêsas que são as possibilidades desta formosa Angola podem-se . q
transformar em oiro para aquêles que querendo trabalhar não en-
contrem na -sua terra mais que as tristes glebas duma herança
humilde, ‘
A par da falta/de trábilho que se nota no nosso velho Por-
tugal, ha tambem no nosso povo -uma falta maior: a de instrução,
a da cultura, a falta de conhecimentos que o guie para onde o de-
ve guiar, e uma vez saído-da sua terra possa pôr em prática todos
os factores que possam contribuir para uma acção eficaz. à
O sertaginense é votado à aventura. Gosta de conhecer o
mistério, sente a volúpia do perigo, o deleite das grandes como. |
ções, O prazer de se sentir vencedor. E nada ha de mais saboroso
para o orgulho humano que sentir-se heroi de si mesmo : — ven
cedor da sua condição de humildade e triunfador de toda a série
de contratiedades da vida. Mas, aqueles sentimentos, quási sempre
preside a necessidade de viver em condições mais vantajosas e daí
o procurar-se em terras estranhas aquito que nasua não pode en-
contrar. Tais possibilidades encontram-se nesta formosa Angola,
rainha das colónias portuguêsas, fragmento precioso do nosso Im=
pério, E” aqu nesta terra ubérrima, nesta terra prometedora, que
o colono poderá encontrar aquilo de que carece — pois a terra pa:
gará prodigamente as gotas de suor vertido, bi
No entanto, a maneira como os nossos patrícios têem em
grado, só resultados contraproducentos se tem colhido: %
Primeiro, a sua condição social não lhe permite vencer dos
elementos agrestes que por toda a parte abundam. Muitos emigran-
tes mem sequer sabem ler; vêem unicamente acompanhados pela
sua miséria; nestas terras não passam duns inuteis; só servem para —
atroliar a idéia da assimilação que é o cunho fundamental da nossa
colonização Compreenda se que, anallabetos, são por mim consi-
derados muitos daqueles que sabem Iêr..,
Segundo, temos que nos convencer que nunca se poderá ven-
cer em certos ramos da actividade colonia! quando o colono traz
para Africa unicamente a sua bôa vontade. Isso é pouco, é muitissi-
mo pouco. À par da bôa vontade que traga, devem vir consigo al-
gumas das possibilidades que têem na mãe-pátria e sem elas o fra-
casso não é de admirar,
Na. metrópole q indivíduo conta com a sua parcela de pro-
priedades, com os seus conhecimentos, com algum crédito, em-fim,
com possibilidades várias que nas colónias não existem, Em An-
gola, existe terra para uma bôa exploração agrícola, para o desen-
volvimento da pecuária, para o exercício do comércio. O poriu-
guês deve dedicar-se mais à agricultura e à pecuária porque o co-
mércio tem oscilações perigosissimas e existe muito por terras afri=
canas — e se tanto não houvera, melhor fôra.
Se em Portugal a actividade da maior parte dos nossos emi-
grantes coloniais é exercida na agricultura, qual a razão por que
em Africa se não ha-de dedicar a tal ramo que é, afinal, aquéle
para. que tem competência ? Por que é que o nosso colono se não
dedica à pecuária, nestas formosas terras todas cheias de possibi-
lidades? Por que razão o comércio de verdade não vem exercer
parte da sua actividade em Angola? Por que motivo a indústria
que carece de matérias primas que só as nossas colónias podem
fornecer não transferem para cá parte das suas fábricas ?…
Tem-se como que um sentido diferente das posições que se
devem ocupar —e é gôsto pronunciado êste nosso de querermos .
exercer profissão diferente daquela para que temos a verdadeira
compelência, y
O colono tem pois que ser seleccionado : dar-se ao emigran-
te o lugar na actividade que lhe compete e nunca permitir-se=lhe
que se desloque para onde não lhe compete,
Assim, a maioria dos nossos patrícios são trabalhadores ru-
rais e é no trabalho rural que deverá reservar-se-lhes lugar. E en-
tão, sôb um contrôle oficial, êsse trabalho rural pode ser produtor,
pode aproveitar ao cidadão e ao país. É :
Supomos que de qualquer freguesia da nossa Comarca, sai
um indivíduo que era cavador e em Angola quer ser funcionário:
que sai outro sapateiro e quer dedicar-se a guarda-livros; que sai
ainda outro empregado da comércio e-procura a agricultura. Todos
Estes indivíduos se encontram em lugares que lhes não pertencem
se fôrem admitidos nêsses ramos da actividade humana.
Ora, se é dado. a qualquer indivíduo deslocar-se para qual-
quer parte do Universo, não deverá êsse mesmo indivíduo esque-
cer de que deve ir aparelhado para a luta; mas não esquecer que
deve à aparelhado. para: a luta não quere dizer que caminhe sô-
quais Comp ‘ Fra bagagem IGcUicA: deve sobretudo procurar ro-
– o, possibilidades monetári y
sim Iôr é mais que Er o triunfo, RO Ren ap A
Para: Angola. os nossos homens criados na agricultura não
téem, querido transplantar a sua actividade: Os homens competen:
tes para tal ramo de actividade procuram outras ocupações, esquês
cendo-se . daquilo para que tem habilidade. Daí a falência. que se
observa a cada passo, Por que é que o nosso patrício aldeão, em
terras africanas, se não dedica à agricultura? O solo tudo lhe pros
meio pa duma. applaração erienla, pode igualmente dedicar-
e bôas es : i
exploradas Aide pécies pecuárias, uma das riquêsas pouco
as, se em Portugal os indivíduos têem .
se que tais recursos deverão ser transplantados OTA prada
se asia assim existem todas as possibilidades de êxito.
evem”s esquecer que o emigrante »
pre exercer a sua a .tividade em razão uni Ra toco
vêm que desloque para o meio onde procura novas possibilidades
algumas das suas condições de economia (crédito ou dinhei 0); €
que não sejam os mais potes do os que se transliram de país.
– POR A. REBORDÃO. CORRÊA
Este numero foi visado pela Comissão |
“de Censura de astelo Branco
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