A Comarca da Sertã nº360 09-10-1943

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— FUNDADORES -——

— Dr Josê Carlos Ehrhardt ——
Dr. Angelo Henriques Vidigal
Antônio Barata e Silva —
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa

um | EE em 4

Composto e im- À

O DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO presso nas
al Eduardo Barata da Silva Correia Oficinas Gráficas

4 : E da Ribeira de Pe-
e ——- REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO -— : ra, Limitada :
m|| RUA SERPA PINTO — SERTÃ CASTANHEIRA
e DE PERA
«|| PUBLICA-SE AOS SÁBADOS Telefone 16
ANO NETE || Hebiomadário regionalista, independente, defensor dOs Interôsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã, Oleiros, OUIDENO

N.º 360 = Proença-a-Nova é Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação) — “ 1948

Notas … | O comércio honesto ma lápis
e os videirinhos

| EXPLOSÃO no antigo for-
te da Ameixoeira, de que
resultou ficarem destruídas par-
te da alameda sul e as munições
ali depositadas, a morte e feri-
mento de alguns soldados e gran-
des prejuízos materiais paramui-
tos habitantes duma área bastan-
te extensa da periferia, causou
profunda impressão por todo o
Pais.
A’ data a que escrevemos ain-
da se não conhecem as causas da

explosão.
sos

PDARECE-NOS de tóda a con:
veniência acabar de vez
com a venda do sabão pelo pro-
cesso que vem sendo seguido, pelo
menos enquanto se mantiver a
escassez, porque é pouco prático,
não traz beneficio algum para a
maior parte do público e ainda
porque não é justo sujeitar os
vendedores a enxovalhos e danos,
praticados por um povinho mal-
criado e turbulento.

Quem tiver visto o que por aí

sé passa nas últimas semanas,
não pode supor que aquéles ma-
gotes de gente que se juntam às
portas das lojas estão à espera
de sabão, mas sim se trata de
uma multidão ululante de esfo-
meados. .»

Não está certo que tôda essa
gente espere longo tempo para

ue lhe vendam um naco de sa-

ão, lá isso não. Mas também
não é admissível que ela se atro-
pele, empurre e magoe, profira
dichotes, grite, estilhace os vi-
dros das montras, porque todos
querem ser servidos ao mesmo
tempo!
Seria preferível o raciona-
mento por famílias, pois, assim,
tódas teriam o seu quinhão, pe:
queno que fosse. Do modo como
é feita a venda, agora, não há
controle, de forma que no meio
da multidão podem meter-se tô,
das as pessoas da mesma casa, o
avó, o neto, o tio, o sobrinho,
os pais, e os filhos…

“Ao fim, juntaram mais que
uma boa barra, o que lhes dá
para lavar a roupa por muito
tempo, pois que o corpo, incluin-
do a cara e partes adjacentes,

só-vêm água de ano a ano… no.

Domingo de Páscoa!

Mas ainda que se persista em
não estabelecer o racionamento
do sabão, ao menos obrigue-se
essa gente a fazer bicha — como
em tóda a parte hojé se faz para
tudo, até nas estações de cami-
nho de ferro, teatros e cinemas —
com ordem, compostura e decên-
cia, porque nem todos estão dis-
postos a sofrer empurrões e maus
tratos, preferinto passar sem as
coisas do que suportar aquéle
inferno!

— Há dias, num estabelecimen-
to onde a barulheira era medo-
nha por causa do sabão, alguns
engraçados, Jazendo pouco da mi-
séria, colocaram à poria barri-
cas vazias, de forma que algu-

mas mulheres, mal se apanharam.

fr UEM acompanha dia a dia os relatos

) da Imprensa no que diz respeito a re-
pressões contra a especulação de gé-
neros, fica mai disposto e pessimamente im-
pressionado e dirá, de si para si, que, a-final,
o comércio é uma classe desonesta, sem pu-
dor e vergonha, que vive exclusivamente para

explorar ignobilmente o público. E seguindo .

a trajectória dêste raciocínio, onde falta a
calma e ponderação, conclue por acreditar
que o comércio é a profissão mais adequada
a servir os interêsses dos indivíduos sem es-
crúpulos, dos aventureiros e videirinhos, que,

“sob a capa de uma actividade que a lei reco-

nhece e faculta, praticam as extorções mais
abjectas e indecorósas

À persisiência, constantemente agravada
e avolumada, dêsses crimes contra a econo-
mia, relatados por todos os jornais, ferem a
nossa sensibilidade, chamam a nossa atenção

e radicam no nosso espírito o convencimento

de que se organizaram quadrilhas para nos
assaltar e espoliar, para nos arrancar a pele,
contra as quais de nada valem os nossos pro-
testos nem os mais duros castigos aplicados
pelas autoridades! Há um excesso de des-
mandos que parece não ter fim! Desta for-
ma, o público, ante a imperiosa necessidade
de comprar o que é absolutamente necessá-
rio, socorre se de todos os estratagemas para
se defender e adquire apenas o estritamente
necessário, dentro duma. mediania que fica

pouco âquém da miséria.

Mas precisamos de observar os factos
que lêmos e ouvimos com clareza e discerni-
mento que devem orientar a analise fria dos
casos importantes. Assim, há que destrinçar
o trigo do joio. Há quem exerça o comércio
por vocação, por tradição, porque nele en-
controu o arrimo mais seguro da sua vida,
que vende os seus artigos com um lucro mí-
nimo, de modo a tirar o necessário para as
despesas da exploração mercantil e do seu

A margem da guerra

—- CLARK GABLE, o conhecido actor cinematográfico, é

passadio modesto, assegurando o seu futuro,
e o da família, na velhice e na incapacidade
física, que paga pontualmente os débitos que
contrai, que não lesa o empregado seu auxi-
liar, que não vai atrás dos negócios chorudos.

Este é o comércio honesto, decente, digno

“de todo o nosso respeito e consideração, por-

que, trabalhando pelo seus interêsses, bene-
ficia o público e constitue uma apreciável
fôrça de actividade, contribuindo para o bem-
estar e progresso do meio onde actua,
Aproveitando-se da influência e preponde-
rância do comércio honesto, e à sombra de

facilidades concedidas por lei, há os videiri-

nhos, que são salteadores e ladrões disfarça-
dos com a capa de boas pessoas, que se en-
tregam a tôda a espécie de especulações, que
vendem, como bons, produtos ou artigos fal-
sificados e deteriorados, movidos pela ânsia
do lucro fácil e da riqueza.

Estes são os que aparecem todos os dias
nos jornais em longas colunas, onde se des-
creve a falsificação, o roubo e a pilhagem;
para êsses indíviduos sem vergonha é indife-
rente que lhes ponham a careca à mostra e

“que as autoridades os castiguem inexorâvel-

mente com multa e prisão. Cumprida a pena,
voltam a reincidir e tantas vezes quantas lhes
apeteça, que os negócios dão para todos os
gastos! E tudo lhes é indifente porque êles
não querem seguir honestamente a vida co-
mercial, mas aproveitar-se somente das con-

– dições excepcionais do momento, que se pres-

ta às mil maravilhas para exercer a prática
das mais vis extorsões.

Não queiramos pois confundir o verdadei-
ro comerciante, que honra a profissão digna
que escolheu, com as quadrilhas de meliantes
que nos expoliam e sugam, afrontam a misé-
ria e por tôda a parte pululam como a flor
de lótus à superfície de charco imundo!

EDUARDO BARATA

=N(O Op

americana. Ei-lo aqui sentado ao

lado do canhão de uma fortaleza

voadora. Além dos seus serviços

como instrutor também colabora

na preparação de filmes culturais
para o exército.

hoje capitão e presta serviço em Inglaterra como instrutor da aviação

aviadas, pretendendo fugir áquê–
le sarilho, tropecavam e caiam,
ficando com a roupa em desali-
nho, «. E os mariolas, cá fora,
riam-se a bandeiras despregadas,
sem que ninguém de senso tivesse
a excelente ideia de os tosar, co-
mo éles mereciam !

Pelo que se vê, a venda do:
sabão, assim, promete novas ce-
nas de sensação !!!

DOS |
Ó POVINHO, que não tem
papas na lingua, afirma:
que, na última semana, num es-:
tabelecimento local, lhe venderam
o sabão muito mais caro do que
a tabela; no meio da confusão
não se pesava o artigo, pedia-se
tanto por certo pedaço e toca a
andar, mas, depois, cá fora, ao
fazer-se a verificação com sos-
ségo, davase pelo engano,…
contra o comprador! .
| Parece que ninguém recla-
mou! Eº boa gente, a-final! Com-
preendeu. logo que o êrro devia |
ser da balanca!
A maldita mania da curio-

sidade… . E
OS. |
« KM tempo de paz a defesa
económica é a-final a de- |
fesa da produção; produção sig-
nifica trabalhô, riqueza, reser-
vas, segurança na satisfacão de
tódas as necessidades. Em tempo
de guerra .é sobretudo a defesa .
da vida, no nível que pode ser.» :
SM
Ea) NES
Há comerciantes na vila que
preferem não ter sabão à
venda do que sujeitar-se a sofrer
enxovalhos da multidão indisci-
piinada e a ver partidos os vi-.
dros das montras)
E têm tóda a razão!
tanto fariamos nós!
E” que, assim, amecha não dá
para o cebo!

Magistrados da Comarca

Após a conclusão de férias,
regressaram à Sertã, retoman-.
do o exercício das suas fun.
ções, os dignos Magistrados
desta comarca, srs. drs. Eduar-
do Marques – Coelho Corrêa
Simões e Bernardino Rodri-
gues de Sousa, respectivamen-
te, Juiz de Direito e Delegado
Procurador da República, a
quem apresentamos os nossos
respeitosos cumprimentos.

ERIC terra cam | men aeos romper
Tenente José Alves Pereira

Outro

Tem passado bastante in-
comodado, motivo” porque há
meses não temos o prazer de
o ver enfre nós, o nosso pre-
zado amigo e distinto colabo-
rador sr. Tenente José Alves
Pereira, da Castanheira Cimei-
ra (Ermida). » EO

Desejamos sinceramente as suas melhoras.

 

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Lisboa-Sertã de:

Lisboa-Sertã para:

A’lvaro — Aos Domingos.

A Companhia de Viação de Sernache, L.º, avisa o
Ex.” Público que em 15 de Julho de 1943 começaram a vi-
gorar as seguintes carreiras:

Oleiros —Diária—exepto aos Domingos
A’lvaro — A’s Segundas-Feiras

Pedrógão Pequeno -A’s 2.º,
Proenca-a-Nova— A’s Seguandas e Sextas

Oleiros —Diária —exepto aos Domingos

| Pedrógão Pequeno — As 4,ºs, 6. e Sábados
Proença-a-Nova— A’s Quintas e Sábados

Esta Companhia pede ao Ex.” Público o favor de se fazer acompanhar de um nús
mero de volumes o menór possível, pela dificuldade em adquirir pneus.

À Comarca da Serta

Castelo Branco-Seriã-Figuelró
dos Vinhos-Coimbra:

A’s Têrças, Quintas e Sábados

Coimbra=Figueiró dos Vinhos
Sertâ-Castelo Branco:

A’s Segundas, Quartas e Sextas
Sertãà-Coimbra— A’s 3º e dias 23 (ida e
e volta) nêstes dias.
Sertã-Castelo Branco —Aos Sábados
Castelo Branco-Sertãa—A” 2.º-Feiras

5.5 e Sábados

099908609688689

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Admissão aos liceus e
Instituto Comerciale in-
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aos liceus —Postos de Ensino
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CORRESPONDENTES

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TELEFONE N,º 9

== PROENÇA-A-NOVA =

ESRZS PSRZS PSI ES PSS EZISa

Camisos de milho

Para colchões, Compram-se.
“Nesta redacção se diz.

Forragens todo
o ano

Produzir e poupar é, além de
um dever, uma regra de bom
senso.

“Para garantir a existência de
carne, leite, peles e estrume
é necessário cuidar da ali-
mentação do gado.

E’ preciso guerdar a forragem
que sobra nos períodos de
abundância para com ela ali-
mentar o gado nas épocas da
fome.

Por meio de ensilagem os ali-

– mentos verdes são conserva-

“ dos neste estado, e com redu-

“ zidas perdas, até ao momento

em que fôr necessário forne-
“ce-los aos animais.

Quando as geadas queimam os
campos, é o silo que salva
os animais da fome.

Não esqueça que defende o seu

lar e a sua Pátria, produzin-
do e poupando.

pese

Emissões dos ESTADOS UNIDOS

EM LINGUA PORTUGUESA
(Recorte esta Tabela para referência futura)

Horas Estações Ondas Estações Ondas Estações Ondas

7,45 WRUL 384 m., WRUW 49.6 m. WELJ 39.6m.
845 WRUL 384 m. WKLJ. 30.7 m.- :WKTS 39.6m.
9,45. WKL] 307 m. WKTS 39.6 m.

1245 WKL] 19,6m. WGEO 195-m.

13.45) E .

14.45) WRU W 25.5 m. a I9.6 m.

ge WRUS 19.8 m. 7

19.45 EO 25.3 m. WRUS 19.8 m.

20,45 às 21,15 WRUS a ) Meia hora de programa especial em

51,45) ) Português e noticiário,

22:45) WKL] 30.7 m

23,45

Emissões daiarias

tas É

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de Sernache do Bomjardim e de tôda a vasta
região que a circunda devem adquirir e
conhecer:

Antiguidades, Famílias, varões ilustres de Ser-
mar: |» Bomjardimc seus ontôrnos .

em 2 grossos volumes, por Cândido da Silva Teixeira, investigador paciente e.
probo, que honrou a sua aldeia natal e a região com uma obra incomparável.
Entre os numerosos capítulos contam-se: «A região Sernachense»», «Efemérides
Históricas da mesma região», <A Vila da Sertã e o seu termo»», «Vilas e conce-
lhos de Alvaiázere, Alvaro, Amêndoa, Cardigos, Figueiró dos Vinhos, Oleiros,
Pedrógão Grande, Proença-a-Nova é Vila de Rei, ete.» .

sernacne do Bomjardim.

«Um: passado conhecido representa a melhor garantia de um futuro.
consciente». — Manuel de Sousa Pinto — (Palavras de abertura das «Explicações
prévias»). : ns

Outro belo volume de 400 páginas, do mesmo autor, recheado de precio-
gos traços monográficos e descrições históricas e muitas gravuras, Está esgotado, |

2 obras que valorizam, por si só, uma biblioteca patrícia.

Encontram-se à venda: — SERNACHE — Herdeiros de Cândido da Silva.
Teixeira. — LISBOA — Armando C. Teixeira, R. Carvalho Araújo, nº I74-A—.
SERTA-—Na Redacção de «A Comarca da Sertã», É :

EDUARDO BARATA * PAPEL

“COMISSÕES e CONSIGNACÕES Para embrulho, miúdo e tô-.

a o – has grandes, pardo e de jor-:
Representação de Fábricas Ar sal, vendem-se grandes por-

mazens e Firmas Comerciaise “5 &
Industriais. ções nesta redacção. e
= ESG ASA RASA RASA Sa RA
SERTA

Explicador

Para os exames de instrução
primária e admissão ao liceu.
Preparação para os exames de
regentes dos postos escolares. |
Lições de escrituração comer-.
cial e de aritmética comercial.
Explicação de-tôda a matéria |
do 1.º e 2.º anos do liceu.

DONE NE Neat

NORBERTO PEREIRA
CARDIM
SOLICITADOR ENCARTADO
Rua Aurea, 139 2.º D.º
Telefone 2 75
LISBOA

Nesta redacção se diz.

 

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A Comarca da Sertã.

CRÓNICA PUBLICITÁRIA

“Galo Doido”

Estamos em faca dum dos
melhores escritores e romancis-
tas portudueses da actualidade;
eestamos iambém perante uma
livraria que é das mais fecundas
e das que melhor apresenta nos
dias que vão correndo. (rala
avido, continuação de As ino-
centes e a continuar no Solar
desabitado, é Um romance escri-
to por alguém que, sendo escri-
tor político, encara os proble-
mas sociais cumo tese, descres
ve u rerdade, ao fazer arte, H-
pontando os Seus exageros que
são os seus ridichlos. Várias ve-
zes premiado—Prêmio Antônio
Enes (duas vezes) e Prémio Ri-
cardo Mealheiros—, Auzusto da
Costa é dos poucos que, nas
mesmas condições tem valor
para ter ganho os prémios pelo
seu valor mesmo enquanto mui-
tos 08 conquistam a poder de,.
cunhas por serem elementos de
ecapelinhas. E demolidora (ra
jo doido” E verdadeiro, é so-
cial, é fiel à realidade, é para
ser lido por pessoas formadas
e não por meninas «ingênuas»
a quem os pais não pudetam ou
não souberam cu não quiseram
dart a precisa noção das res-
punsebilidades nesta vida Incle-
mente. Descrevendo quatro cu
cinco adultérios, dé moral? Não

me-pareçe. Apontã o mal des-

creve o êrro, verbesa as incon-
griências conjugais duma socie-
dade mercantilizada onde o ca-
samento se lornou em negócio;
em contracto E nunca em unido
de destinos comuns.

“4 política duma época, os
costumes duma politica, os vi-
cios dum periodo de amarguras
e de horizontes curtos fazem a

aisacem dêste belo romance.

) futuro terá nas suas páginas
coloridas, arlistitas sem inven-
cão, reals sem secura, belas
sem lirismo, um trabalho de sin-
tese evocativa Emitada ao cor-
riqueirismo mesquinho duma
«familiar em derrocada.

Adiniro Joaquim Paço d’Ar-
cos, tal como o crítico ou q es-
teta, pode admirar aquêle que

faz arte; aúmico Veredílio Godi-.

nho, admiro tantos outros. Mas
não posso compará-los com Au-
gusto-da Costa. O primeiro ser-
ve-se duma imadgihação fecun-
da e toma-a por forte osegun-
do prócura ver humanidade nos
recantos miserandos da Beira
pobre e vetusta ou interpreta a
História ab veio da sensibilida-
de actual. Augusto da Costa é
à tomanesta- da atistoctocia ha-
lofa, da burguesia decadente e
viciosa. Todos êles são airibu-
tos da mesma substância cria-
dorade arte, «pivots» dim todo
que mais tarde representará o
dramatismo. duma época à luz
doutta época, 04 preconceitos
dum passado, as pretenções
dam futuro ou as ânsias dum
ser e querer.

(ralo doido está bem nítido.

O português, não sendo exem-.

plar, não deixa por isso de ser
bom: e a sintaxe não copiacer-
tos exageros quer afrancesados
quer abrasilelrados que. pelo
fugidio da expressão, de todo
nos escapam.

E’ de justiça dizer-se tanhbém
que Augusto da “Costa encon:
trou um editor que sabe apre-
sentar e que percebe do seu
oficio. Nisso reside parte do
êxito obtido pelas três edições.
Antônio Maria Pereira. a quam,
a final, o livro é dedicado deve
ter 9 sua parcela na expansão
da bela obra— 1.500 exemplares
de Abril a Setêmbro de 1942,

Desejamos criticer, de uti
to. Historia Maravilhosa da Rai-
nha Cdstrid: Solar desalistndor:
Há quem se esqueça de virer;

Por AUGUSTO DA COSTA
Parceria À. M. Pereira— Lisboa

Uma estória de província; Aim
da há estréias no céu; Falar por
alar; À cantadeira e aqui del
xamos o desejo expresso do
Editor.

E, de Matos Gomes.

NOTA- Só lerão referência
as obras de que recebamos dois
exemplares,

A seduir: Enfermaria, Pri-
são é Casa Mortuiria por Do-
mingos Monteiro; O Castigo
Corporal por Tomás Lopes Car-
doso; e Segrédo de amor pot
Maria de Fignelredo.

Ôs roubos
nas propriedades

SE, Director de «4 Comar-
ca da Serlã:—Nas notas a lapis
do n.º B58 do seu conceituado
semanário faz VW… alusão à pi-
lhagem desenfreada de que são
vitimas 08 lavradores da região
nesta Epoca, desde que a azei-
tona principia a amadurecer até
ao fim da apanha,

E” um caso que merece ser
tratado insistentemente aié que
obtenha a atenção de quem lhe
dê remédio.
autêntica dalunadem, sem o mais
rudimentar respeito pelo alheio,
e confiando inteiramente na im-
punidade, infecia os olivais à
luz do dia, como se tudo agui-
lo lhe pertencesse, apanhando
por onde encontra, quer do chão
quer dos Tamos das árvorês se
pressente que não é observada.

Mas não é só com a ageito-.

na que à lavrador se sente Tou
bade. E com tudo quanto O
solo produz. Álnda no ano pas
sado, em propriedade minha,
prósima da Sertã, não colhi um

pêssego de um cento cu mais.

que all pendiam da árvore, por-
que, dum dia para o outro. hou-
ve quem os levasse, sem deixar
um único. Arranquei e teplan-
tel o pessegueito em tetreno
mais guardado; & éste ano, não
podendo roubar-me os pêssegos
que já Já não estavam, alívia-
ram um marmeleiro carregado,
existente na mesma proprieda-
de, não ficando vestígios do seu
fruto,

O panorama é êste, e en-
quanto não for criado um corpo
de policia rural exclusivamente
destinado à guarda da proprie-
dade rústica. à lavrador terá de
suportar, além de outros encar-
gos obridatórios que lhe acar-
rela o colivo da terra, mais Es
te; o da expoliação organizada
e sistematicamente executada.

De Y… muito atento e ven,

Na
dEpetp Has paé

Beneficência

Um nosso patricio é amido
entregou-nos TUS00-parã os nos-
sos pobres,

Múlto obrigados.

eo PRE guto
Os amigos
da’“Comarca,,

Pelos srs. Aliredo. Gonçal-
ves. Alberto D. Bernardo, de

Lisboa, e D. Lavra da Concei-

ção Meireles Cardoso, do Mar-
nreleiro, foram indicados para
assinantes, respectivamente, Os
srs. Armando Antunes dos San-
tos, Hermenegildo D, Bernardo,
de Lisboa, é António Albano,
do Marmeleiro.

Os nossos agradecimentos.

SSB

Pete número foi visado pe-
la Comissão de Censura de.
Castelo Branco.

Na verdade, uma:

J tália

Passamos a citar as princi-
pais cidades de lália, aldumas
delas notáveis pela sua popula-
cão, magmiicência e recorda
chaos históricas,

Limora—pário admirável si.
tuado na mardenr do galic do
mesmo nome; é apalria de Criss
tóvão Colombo. Spózgia—impor
tante arsenal maritimo. Vurim
atravessada pelo Pó, antiga
capital do reino de Piamonte e
primeira capital do reino de lá-
lia; cidade industrial, Milão—a
eldade- mala jadustrial da Wsiia
setentrional, antiga capital da
Lombardia. Veneza = codificada
no meio de lagoas to litoral se-
tentrional-do Adristico, que lhe
dá una fisionomia especial; foi
na idade média a sede duma
réepública, que tinha a primazia
do comércio marítimo. Bolonha
—emtre o Pó eos Apeninos, na
Emilia, cidade universitária,
Flarença—banhada pelo Arno,
na Toscana, capital do reino
antes da tomada de Roma (lsi0)
e aindá hoje o centro inteleu-
tual é artistico da Halla, cidade
cheia de monumentos, palácios
e museus, que lembram o pe-
rodo brilhante da Renascença.
Pisa—outrora capital duma po-
derosa república, onde se sdmi-
ta a célebre torre inclinada.
Esurne ou Evorno–go sul da
ioz do Arno. Roma—atraves.
sada pelo Pibre, a 40 quilâme-
tros da-sua foz, capital do reino
desde 1870, à a cidade dó muil-
do mais notável pelas suas tra-
dições históricas e pela magni-
ficência: dos seus montimentos,
muitos dos quais (o Panteon, O
Coliseu, à coluna Trajana. etc.)
remontam ao tempo dos roma-
nos; é também a cabeça do mui-
do católico, pois é lã que, no
scanddoso palácio do Vaticano,
reside o Papa. Aecone—pârio
comercial sôbre o Adriático.
“Napoles-a cidade mais bela da
ltalia, assente na margem duma
ampla baia, ocupa o primeiro
lugar pela indústria e O segun
do pelo comércio maritima (de-
pols de CGrênova). nas suas pro-
aimidades ficam as célebrés rui-
nas de Pompela, cidade romana
destruida por uma erupção do
Vesúvio no ano TO da nossa era,
Farento—pórto militar no dolo
do mesmo nome, Brindisi—pôór-
to importante; Palermo capital
da Steilia, pório muito activo
com grande exportação de vl-
nhos. Messina—cidade populo-
sa, praça de guerra e pórto sú-
bre o estreito do mesmo nome,
a MN. E, da Sicília, foi quásitóda
destruida, em 1908, por violen-
tos tremores deterra. Catana—
nórto na costa oriental da Sici-

lia, perto do vulcão Etna, com,
dande esportação de enxofre:

Cagliart—cepital da Sardenha
e pório seguro ao S. da ilha,
Pórto: Ferrafo–capital da ilha
de Elba, notável por ter sido a
pap epe de Napoleão IL em

Goppees (A idas gago

Agressão

Em Oleiros, na 3.º feira da
semana finda, pela madrucada,
o motorista Epifânio Alves Car
cia, solteiro, de 30 anos. de Ca-
va (Madeira), ao dirigir-se pata
a camioneta foi alvejado com
um frasco que continha qual-
quer substância corrosivo, vi-
triola ou ácido sulfúrico ao que
parece e lhe produziu tores
queimaduras na face eno tórax,

Não hã
munhas de vista da agressão,
mas recaem suspeilas anime
David Martins Valdez, casado,
agricultor, de Oleiros, atribuin-
do-se o acto a clumes porque
ambos tequestavam a mesma
mulher.

à pariicipação foi apresen-

tada, na Administração do con-s

celho de Oleiros, no dia 30. O
Ciarcia séguio,
agressão, para coimbra, dando
entrada nos hospitais da Vai-
versidade.

que conste, leste

logo após q

«itravós da Comarca

FESO, 18
FALECIMENTO

Com a idade de 24 anos, fale-
ceu nesta aldeia, no passado dia
4; 5% Francisco de Oliveira Lnr=
Eh,

(seu funeral vealizolsaé no
dia imediato, com grande acom-
Ppanhamento pare o cemitério Jos
cal. €) extinto, que gorava de
moias amizades, pelas suas boas
aqualiiacdes de caracter, Era irmão,
entre: outros, dos Reva. srs) Dea,
Sebástiao da (Oliveira Braz e José
Adriano Braz, já falecidos.

OUTEAS NOTICIAS

le regresso da Figueira da
loz, encontra-se já entre nús, o
vosso bom amigo sr. Manuel las
tinha Portela, ilustre. Presidente
da Casa do Povo, e qua ex ca
pisa. 5

——lje visita à pessoas «lãs suas
relações, tivemos q prazer de vêr
na núgea aldeia, o st. Antônio de
Oliveira: Tavares, sua ex, capú=
sa e filhos, Dl Natividade Pirez, o
5º, Jusé Augusto Pires, todos da
vidente Vila de Cardigos,

— le Vila de Rei, a menina Ma-
criada Conceição Nevea.

Le Lisboa, o st. Angelo Diga
Delgado e sem filho, a menina Ire-
na Farinha, wo ar. Antônio Jusê
de Oliveira e soa ex.” espósa.

-— Cambém. se encontcam aqui
a lazer o estágio da época de ves
cão o se Artur Farinha da Silva,
proprietário da Sapataria Pelicano,
de Tisboa, e o se Alhino-Pirés
dantana e sua ex, espisa, dignos
protessores no Entroncamento.

SERN ACHE do BONJARDIM, 19

Em capela aimada nã sua Fe-
sidência, realizou-se ontem, O ca-

samento da ex spº D. Maria de.

Lenirdes da Nata Reslrigues, Com
o sr Iaviano Manao dé Brito,
naturais desta aldeia.

Servicani de padrinhos ela
núlva seus tica ars, Libâmio Vaz
Serra e sua espãsa sr” D.Maria
Celeste da Mata Vaz Serra e pelo
noivo seus pais, srs, Daniel Bere
nardo de Brito e DD, Ernestina
Manso de Brito, É

[Jg noivos vão fixar residência
em Lisboa.

— No galão do Cloth Bomjardim
realizou, hoje, o Rev. Pe Franco
Neranochi, missionário apostólico,
uma – conlerêngia de propagania
missionária, com projecções de do-
togeabias luminosas.

Fes a sua apresenlação u ar
dr: josé Maria Bravo Serra, Juiz
de: Lireito em Santa Comba Cão.
A Exposição do ilustre conterênte
agradou imenso, foi muito interes:
sante, recebendo fartos aplausos
da-enorme assistência, —,

Dep

PEORNÇA-s- NOVA, 23

AS FESTAS PROMOVIDAS PF.
LO GRÉMIO RECREATIVO
PROENCENSE

Dirigido « Grémio Recreativo
Proencensa por alguns rapazes de
iniciativa pouco vulgar. pensaram
pôr em prática a construção ee
um novo edifício para sede da qua
Associação, que diga-se cm abono
da verdade, aquêle onde está ins-
talado é de condições muilo aca
nhadas.

Assim, vêm as direcções do

mesmo prémio promovendi [ustas |

anuais com o lim de angariar fun-
dos para sabisfação das suas aspi-
rações, que postas em realidade,
muito beneficiará sta vila com
mrais éste melhoramento.

Ae lostas Êsté ano realizadas É

hã poncos dias, fôram corcadas do:

melhor êxito, proporcionando h
população dista freguesia sa mui-
Los forasteiros, alguna dias da di-
vertimento,

Fôram as lestas abrilhantadas
pelas alamadas bandas de música
da Serti e Oleiros, constando 08
mesmos Íestejos de exposição de

| marcaiá

“ ranchos folclóricos recjonais, que

muito agradaram pela sua indu-
mentária « cantigas, fazendo-nos,
reviver as danças dos 10saos ante
passados.

CO bazar, imensamente rechea-
do de valiosas prendas, assim co:
mo as vécitas dus dois dias, devem ;
ter dado bom tendimento aos ra-.,
pares, que a par destas receitas
não se esquivaram a vulras des-
pesas para animação do povo, Os
mo a queima de um vistoso fogo i
de artificio e. engalanação das tuas:
da vila,

Cuerter, É Vencer,

A CONSTRUÇÃO DO NOVO
EDIFICIO DOS CORRETOS

Principiacam já as-obras para à
construção do novo cedilicia dos
correios e telégratos, nesta Iocali=:
dade, que. depois de concluído,
mais um melhoramento
do que-Proença-a-Nova se ufanará,
Depoig. cs, Leremos a exploração
das águas dos Falco de Amudés e,
Ovelha, aspiração mixima dos
proencensea,—L.,

Diversas
Notícias

Por determinação superior,
os contribuintes da tasa militar
com mais de 48 anos, são gbris
dados ao padamento dás anui-
dades em divida, A prescrição
só se verilica de acórdo com o
art.” 145,” do Código das Exe-
cuções Fiscais,

“Por determinação do Minis»
tério da Guerra, a encorpora-‘
cão do &” turno dos recrutas
do corrente ano, nas unidades
de infantaria, artelharia ligeira, –
pesada e contra-meronaves, des
ronáulica, cavalaria e engenhos
ria oque devia realizar-se de 28
a AO de: Outubro próximo é
ale para 1º a lã de Novem-

Fo. r a

—Como vão ser revistos Os
preços das vendas de comida
ao público, 05 proprietários dos
hoteis, restaurantes, pensões é
casas de pasto podiam remeter,
para aprovação, durante a se–
mana tinda e em triplitado, os
preçários respectivos gos Ser-
viços de Turismo do Secretaria-
do de Propaganda Nacional), rua
da Rosa, 2T7-B Lisboa.

papeis pd

Prêso encontrado
morto

Na manhã de 27 do mês pas-
sado, numa das celas onde se.
encontrava prêso, na cadeia
desta comarca, fui encontrado
morto, por enforcamento, José
Marques, solteiro, de 24 anos,
do Viseu Címeiro, freguesia do .
Carvalhal, déste concelho, que
no dia anterior entrara na pri-
são, acusado de haver furtado
duas espingardas a Adelino Pe-:
reira Marques, de Pedrógão
Ciratide.

Dipp ineo

Vacinação
Amti-Variólica

A vacinação ancçi-varilólca das
diferentes freguesias dêsto Con-
celho estã designada para os
dias do mês cortênte é locais
gre Pantano a designar:

– Cabeçudo, 1% e 25, na Ser.
tã: Carvalhal, 17 e 24, em Po.:
drógão Fegueno:; Castelo, 17 e.
31, em Sernache; Cumiada, 12
e 26, ma Sera; Ermida, 17, na
Várzea dos Cavaleiros; Piguei-
redo, 17, Idem; Marmeleiro, 1%
e 26, na Sertã; Nesperal, lr, em
Sernache: Palhais, Mb e 24, em
Sernache; Pedródio Pequeno,
O Jr sd e alona mesma vila!
Seria, à, 12, 19.e 26, na Dele-
gação de Saúde, Sermacha, 10,
17, 24 e 3L, na sede; Froviscal,
12 é Pb, na Sertã: Várzea dos
Cavaleiros, 17, na sede.

4 vacinação começa às 12º
horas.

 

@@@ 1 @@@

Entrevista
com uma
galinha…

“Vinha subindo a rua Nova
na maior paz de espírito quan-
do adreguei encontrar uma ga-

linha, de plumagem negra e bri-

ante, que por ali entretinha os
Ócios, ao mesmo tempo que,
com movimentos rítmicos e ele-
gantes do pescoço, ia esgdara-
vatando o chão, donde não ti-
rava os olhos redondos, em bus-
ca de qualquer bichito para co-
mer. Orgulhosa, com uma petu-
lância atrevida, fingiu não me
ver quando dela me aproximei…
e continuou na sua faina. Eu,
porém, não estava disposto a
aturar as suas toleimas e como
“não queria ouvi-la à viva fôrça,
cortei-lhe o passo,

–(Que temos? preguntou ela,
a-impar de basófia. é

-— (Queria ouvir-te, falar con-
tigo uns momentos, já que te
encontro aqui a dozar esta bela
tarde de verão, numa liberdade
pouco vulgar…

—E que tens tu com isso?
Naturalmente não temos o mes:
mo direito que todos os outros
seres viventes, os cáis e os ga-
tos, muito menos úteis que nós,
e os próprios porcos—com sua
licença! —que já se permitem ir
até ao Miradouro laurear…
Ninguém pode contestar o nos-
so direito à liberdade, nós que
damos a vocês, aos homens—
mal empregados!—os ovos, as
canjas e a carne tão saborosa!

—Na capoeira é que estais

bem. Lá nada vos falta e estais
sempre guardadas pelos galos…

–—Os galos são tiranos e só
têm prazer em humilhar-nos.
Vocês, cá na Sertã, desde há
muitos anos que nos sujeitam a
uma escravidão intolerável, mas
nós, agora, estamos dispostas a
bater o pé, ou, como quem diz,
a pata, reclamando os nossos
direitos! Era o que faltava, es-
tarmos sempre fechadas, não
podendo dar um passeio pela
rua! São mesmo as donas que
nos enchotam das capoeiras e
dos quintais para o ôlho da rua!
Pudera! Não tem farelos nem

milho para nos dar e não que-.

rem que depeniquemos as cou-:
ves postas. Ficamos injusta-
mente excluídas do raciona-
mento, Não podemos comer só
couves pois, de contrário, não
pomos um único ôvo para amos-
tra! Foi isto que resolvemos em
assembleia geral, em qué toma-
ram parte todos os galináceos
-da vila. E é para quem quere!
Ou nos deixam andar na rua,
à vontade, ou então dêem-nos
milho e farelos com fartura] Vo-
cê ouve algum galo cantar ou.
alguma galinha cacarejar? E’ o
ouves! E” que nós andamos tris-
tes, pensativas e meditabundas,
tôdas arreliadas com a vida. Se
não nos deixam arejar a peni-
nha, morremos de desgôsto!
Uma lágrima furtiva assomou
a um dos olhos circulares do
pobre galináceo.
– Despedimo-nos da pobre e
inocente ave, que, finalmente,
tem mais direito a andar na rua

que os cãis famélicos que por.

“aí se vêem em busca dum Ôsso,

por vergonha sua e dos donos! |

FELISBERTO
CopPPpoSTHo sos BmS
o
Feira
Realiza-se no dia 15 do cor-
rente, na Sertã, a tradicional

feira anual, que costuma ser
“muito concorrida.

Estucador.
Oferece-se para executar qual-
quer trabalho da especialida-
de, dentro ou fora do concelho

da Sertã…
Dirija-se a Carlos de Oli-
veira — Palhais = Sernache do

Bomjardim = Sertã.

A Comarca da Serta

EFEMERIDES

1906 -1:-Sessão solene no
Grémio Sertaginense à memó-
ria do dr. Guilherme Nunes Ma-

tinha. O elogio fúnebre é feito :

pelo Almirante Tasso de Fisuei-
redo, que apontou a ideia da
construção de um monumento.
1515-1:—D. Manuel conce-
de foral novo à Vila de Rei.
1910-4: — Assassinato, em

“Lisboa, do dr. Miguel Bombar-

da.

1810.4:-De 4 de Outubro
de 1810 a 5 de Março de 1811
os franceses não poupam o con-
celho de Vila de Rei ao morti-
cínio e à pilhagem, talando, sa-
queando e incendiando muitas
das suas povoações. |

1907 – 20:—(Com a maior sele-
nidade realiza-se a inauguração do
monumento levantado à memória
do Dr. Guilherme Nunes Marinha,
por subsc ição entre os seus ami-
gos Logo rapós o seu passamento
constituíu-se uma comissão presi-
dida pelo ilustre oficial superior
da Armada sr. Tasso de Figueire-
do e composta dos srs. dr. José
Carlos Ehrhardt, Zeferino Lucas,
António Augusto Rodrigues, Edu-

ardo Barata, Adrião Morais Da- .

vid, Francisco Pires de Moura,
Fernando Bártolo e Frutuoso Ce-
sar Pires, que tomou sôbre si o
encargo de perpectuar a memória
daquêle benemérito cidadão. Esta
comissão, formada de cavalheiros
de’tôdas as parcialidades políticas,
tão desvelada e dedicadamente
trabalhou que em pouco mais dum
amo conseguiu pôr brilhante re-
mate à sua obra, sendo de notar
a boa vontade com que o distinto
artista Costa Motta colaborou na
sua realização, produzindo um tra-
balho que o honrou’a êle e devia
envaidecer a comissão. O cortejo,
que era formado das duas tilarmó-
nicas, das crianças de ambos os
sexos das escolas primárias, da
câmara municipal e demais corpo-
rações administrativas, autorida-
des, funcionários, associações lo=
cais, subscritores.que comparece-
ram e comissão, partiu dos Paços
do Concelho, dirigindo-se à Praça

“do Comércio onde foi levantado o

monumento e em cujo local se en-
contrava já a ilustre familia do ex-
tinto. Depois do descerramento
do busto, ao som do hino nacio-
nal, foi o monumento entregue à
câmara municipal, proferindo nes-
se momento o presidente da co-
missão um eloquente discurso que
comoveu profundamente a assis-
tência, respondendo-lhe o digno
presidente da câmara. A rua do
trajecto e a praça do Comércio
achavam-se vistosamente ornamen.
tadas.

tocando magistralmente a duas fi-
larmónicas.

— (O ilustre chete do partido
regenerador dêste círculo, dr. Men-
donça David, que por incómodo
de saúde não poude, como dese-
java, assistir a esta manifestação
de homenagem à memória daquê-
le que sempre foi um tão leal e
dedicado amigo, fez se represen-
tar pelo sr. Eduardo Barata.

—O sr. Conselheiro . Alfredo
Mendonça, o sr. dr. Rolão Preto,
César Gonçalves e outros cavalhei-
ros telegrafaram, associarara-se a
tão justíssima consagração.

1932 – 26: Falecimento do en-

genheiro electricista sr. Carlos
Caldeira Ribeiro,

copo Tso ro sas

Logar de Chefe.

da Secretaria da Cã..

mara DM. da Seriã

O «Diário do Govêrno» de
50 de Setembro anuncia a abet-
tura do concurso, durante oito

dias, perante a Administração :

Política e Civil, para provimen-
to do logar de chefe da secre-

taria da Câmara Municipal da.

Sertã, cargo pertencente à 2º
classe da 2.º categoria do qua-
dro geral dos serviços do Mi-

nistério do Interior.

A’ noite as iluminações |
produziam um magnifico efeito, |

AGENDA

Regressaram a Lisboa: de
Pedrógão Pequeno, os srs. ca-
pitão Raúl F. Vidigal, José C.
Martins Leitão e Angelo Pe-
reira e famílias; da Rolã (Pa-
Thais), o sr. José A. Alexandre
Júnior: do Brejo da Correia, o
sr. Francisco Inácio Corteia;
do Maxialinho (Sertã), o sr.
Cónego António Martins da
Silva: do Chão da Forca (Ser-
tã), o sr, ‘José da Conceição
Nunes-

—Petiraram: de Pedrógão
Pequeno para Leiria, o se. dr.
João de Barros Morais Cabral
e família; de Malpica do Tejo
para Teixoso, o sr. Abilio Nu:
nes; de Pedrógão Pequeno pa
ra Moscavide, os srs. Francis-
co Martins e José Martins.

– —Regressou a Pedrógão Pe-
queno a er* D. Maria do Céu
Lopes de Sousa, professora ofi-
cial.

— De Pedrógão Pequeno saiu
para Lisboa, com sua espõsa,
o sr dr. Domingos António
Lopes: |

— De Fiais, regressou à Ser-
tã com sua família o sr. An-
gelo Bastos:

Estiveram na Sertã o sr.
dr: Martins Moreira, advoga-
do em Lisboa e o sr. dr. José

Barata Correia e Silva-e famí-

lia, de Tomar.

— Encontra-se em Pedrógão
Pequeno, ido de Lisboa, o sr-
José Antunes Xavier.

— Da Sertã retirou para Lis-
boa, com sua espõsa. o sr. Joa-
quim dos Santos. ‘

— Encontram-se na Sertã a
família do sr. dr. José Nunes
da Silva e o sr. Reinaldo Al-

ves Costa, de Lisboa.

GEsprrpo ope DOS

“Deolínio do Imperialismo,,

O editorial, sob esta epí-

grafe, publicado no nº 357,
mereceu as mais lisonjeiras
referências a alguns dos nos-
sos leitores.

Geo pO iso poLOLO

Companhia de Viação.

de Sermache, L.da

AVISO

Constando haver sanções a
aplicar — tanto ao concessio
nário da carreira como ao pas-
sageiro — quando seja trans-
portado azeite em garrafas,
latas ou outra espécie de vasi-
lha, a Companhia de Viação
de Sernache, L.da avisa o
Ex.mo Público que é expres-
samente proíbido levar nas
suas camionetes qualquer
quantidade do referido óleo.

Mais uma vez esta Com-
panhia chama a atenção dos
Ex.mos passageiros para a
marcação de lugares, sendo de
tôda a conveniência escreves
rem para a sede, em Sernache
do Bomjardim, a pedir se re-
servem os lugares.

Sernache do Bomjardim,.

21 de Setembro de 19483.

N. da R. — As sanções, à
que êste aviso se refere, devem
entender-se, apenas, para os
portadores de vazilhas que se
não façam acompanhar das
gulas necessárias,

Copppreo Lopogprds

Quere fazer melhor venda dos
artigos do seu comércio

e produtos da sua indústria?
Gastando uma insignificância,

dode anunciá-los na «Comarca

da Sertã

Balancete de Receita E despêsa
RECEITA

‘* Bufete — Receita iliquida,
1.558$35; Outras receitas —Su-
bscricão organizada na Pensão
Branco, 370870; Idem no Gré-
mio, 515$00; Produto de rifas;
302$50; soma, 1188820. Total,
2746455. |

Bufete—Pelo fornecimento
de bebidas: cervejas, 344830:

laranjadas, 38800: outras bebi-
das, 173815; soma, 555845.

“Idem de carne, queijo, pão, bo-

los, etc; 295870. Despesas com
pessoal, 95800. Soma, 946815.

Outras despesas — ceia aos
músicos, 70$30; luz, 227850;

| moldura, 30800; outras despe-

sas, 48670; soma, 376850.

Saldo entregue — receita do
bufete, 672820; outras receitas,
811870; soma, 1 423890: Total,
2.:746890-

A receita liquida apurada,
Ese. 1.423890, foi entregue ao
Provedor, sr. José Farinha Ta-
vares.

“A Comissão: Humilta Car-
* valho Marques da Silva,Ma-

nuel Vatal, Lúcio Amaral

Marques, Emanoel Lima da
Silva, Joaquim Ferreira
Monieiro.

rr carpem a ns a ama
e a Ze

Correspondências das fregue-

SZ7asS

Pedimos aos nossos preza-
dos correspontes das freguésia
da Comarca o obséquio de não
se descuidarem com a remessa
de notícias dos mais impor-
tantes factos

nantes ausentes, sobretudo os

que residem nas colónias e no’

estrangeiro, anceiam por co-
nhecer tudo o que se passa
nas suas terras através dêste
semanário, que é o da região,
e que tem o dever de os servir
o melhor possível.

Este dever não pode ser
cumprido, como desejamos, se
todos os correspondentes não
nos auxiliarem de boa vonta-
de, e com dedicação, nesta ta-

“refa. Alguns deixam passar.

meses consecutivos sem que

nos enviem o mais pequeno.

relato, o que não se justiífica-
Tenham, pois, um pouco de
consciência e procurem dar-
nos a sua valiosa e indispen-
sável colaboração, na certeza
de que prestam um alta servi-
ço aos seus patrícios e às suas
terras.

Pagamento
de assinaturas

A todos os nossos assinan-
tes a quem enviámos última:
mente recibos à cobrança, pe-
lo correio, e os não pagaram,

uns por viverem afastados das

sedes das estações postais e ou-
tros por seencontrarem ausen-
tes, pedimos o favor de nos
remeterem, em vale do correio
ou sêlos, a respectiva impot-
tância, pois que, a possibilida-»
de de se verificarem as mesmas
circunstâncias impeditivas e a
despesa apreciável das cobran-
ças, torna impraticável uma
segunda remessa de recibos:
Todos devem compreender
que os encargos-para a manu-
tenção do jornal são muito
elevados e há tôda a necessi-

dade de realizar fundos com,

certa regularidade.

ocorridos nas.
suas áreas, pois que, os assi-

«se lançarmos os.
os olhos sôbre o
Mapa da Europa…

«.. encontramos nações em
guerta; nações ocupadas por
um dos beligerantes; nações,
antigas beligerantes, cujo terri-
tório outros beligerantes entre
si disputam; nações aindá ocu-
padas por tropas de potências
que abandonaram. a beligerân-
cia; nações não beligerantes com
representação militar simbólica
junto de um dos adversários; e,
entim, nações neútrais (neutra-
lidade clássica e neutralidades
qualificadas). Esta diversidade
de posições, difícil por vezes
de classificar no quadro do di-
reito internacional, e as trans-
formações vertiginosas do esta-
tuto territorial de um Continen-
te em perpétuo estado de de-
sordem, não só se traduz em.
movimentos eminentementedes-
trutivos da armadura política,
social e económica da velha
Europa, mas, como é natural,
êsses movimentos repercutem-
se na vida interna de cada uma
das nações europeias, criando
dificuldades, perturbações de.
tôda a ordem e —especialmente.
nos países ocupados-—-suscitan-
do divergências, incompreen-.
sões, animadversões e Ódios no
seio da população. o que não
pode deixar de constituir obs-.
táculo, mais ou menos grave,
à obra estabilizadora e cons-
trutiva da futura paz»

JÚLIO DANTAS.
neconoragesanço E soco

A falta de leite

Este ano, mais cedo do que
o costume, ptrincipiou a falta de
leite de cabra, na vila, alimento
absolutamente indispensável às.
crianças, doentes e pessoas de,
idade. Dizem os. vendedores
que já não há pastos para ali-
mento do gado nesta altura, O
que parece inacreditável, Nos
anos anteriores a escassês do
leite começava a verificar-se.
logo que cafam as primeras.
geadas. e

Mas não haverá uma manei-
ra prática de garantir o forneci-
mento de leite durante todo ou
a maior parte do ano, constru-
indo silos adequados? .

Não valeria a pena, tal o
apreciável lucro que, certamen-
te, resulta da venda do produ-
to, pensarem a sério no assun-
to os lavradores que se dedi-
cam à produção do leite de ca-
bra e de ovelha entre nós?

DPLPPEGOHisoso SDL

Lirismo
Uma noite calma e bela
Tu, donzela,
Eras triste a soluçar..,.
E dos tens olhos chorosos,

Tão formosos,
Uma gota vi tombar.

O mar também geme e chora
Tôda a hora

Também sabe suspirar:.

Mas não possue êsse encanto
Do teu pranto

Quando estás a solugar!…

A guitarra nos gemidos
Doloridos

Do-seu choroso trinar

A mim jamais me extasia
De magia,

Como tu a soluçar!…

A lágrima que verteste,
Que perdeste .
No coração a sorví,
Formando um mar de amar:
guras,
De torturas
Que choro sempre por ti!

Luiz de Mello.