A Comarca da Sertã nº323 10-12-1942

@@@ 1 @@@

 

DIRECTOR; EDITOR E PROPERIETA RIO |

 

e Eduardo Barata da Silva Cação

2 (— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ——
mw FUA SERPA PINTO-GERTÃ
> É cm

| | PUBLICA-SE ÁS QUINTAS FEIRAS

RM PTE!

– (FUNDADOR EB
= Dr. José Carlos Ehrhardt
— Dr: Angelo Henriques Vidigal SR
—— Antônio Barata o Silva eo
Dr. Josá Barata Corrsa. a Silva

Eduardo Barata da Silva Corrda

ERR puto ca Ta ig

| -Hebdomadório regionalista, independente, defensor dos interêsses da coma rea da Sextã; soneedhos. de Sertã |
| Oleiros; na no e Yila-de o e dseguasjaã de Amêndoa. & Sariga o eoneelho de Mação )

Composto q Impresso é
TA.
[TR PORTELLA FELÃO

CASTELO
BRANCO

TELL FONE
112

AAA sa
a + rãs

ro


[E

E

10.
DEZEMBRO |

isa as

Co”, FINUA a Agver faita de
– salno mercado, O que vem
preocapando, sériamente, O fa-
vrador, porque se aprorima a
época da matança dos suínos
e sem éle não é possível com
servar q carne destinada do
gorvério da casa à roda do ano.

Pelo omor de Deos, Srs. ne-
gociontes tenham dó da pente
e tapam o impossível e o imagi-
nável “para se. provérem do
branco sal marinho, que pare»
ce estar de mal connosco 2a.
de: peito féito Com it corja, dé
açambarcadores para HO0S MDEF
o juizo, assemelhando-se, êle.
gue se arranca às toneludas
em erpnde parté do fitoralido
Pais, dguelas mil e uma c sr
sas que dipictimente sE pod
importar!

“Hd quem precise de dita
os-bacoritos grento quies vis
jo que q engorda custa os
olhos da cara e, vendo bem as
coisas, não dá a mécha para
O séRO. .

io pg

APROXIMA SE o Natal e era
bem cabido promover, en
tdo, em grande baile no Clab
para animar as artes, 08, Como,
guem diz, a gente nove da fer
ra, que anda triste e misantro-
pa, cabisbaira e meditabunda,
dando a impressão de que à
vida se lhe tortos um grande
£ insuportável firdo o

C’os viados! tristezas não
Dagam qívidas e a gente moça
da Sertã precisa de se divertir,
de reinor, de insaflar, por sua
vez/om pogco de alegria a nós,
ONÍFOS, QUE andamos sorbino
báticos e quigl estarrecidos

“com as iropédias do mando e
as mil preveapações da hora

presente:

Não há teatro, não há cine-
ma, distracção. de. jeito, em
SEMA, QUE isto apora está re-
les de todo, Was organize-se

em baile rijo, dê-se à perna:

até vir a mother da fava rico! , é
| porgre afecta tóda à sua vida

Mas que sejam todos os só
cios à ajudar, mesitho os jarre-
fes, porque os rapazes não
avesam chetic muito fá dies
fazem se tratarem de organi-
Zopão.

Compore-se q Sertã de hofe
com e de hd meia dúzia de
anos e não é sem tristeza que
se verifica ser bem diferente,
Parece haver gente dogtra fei-
pão, emcísia, que aborrece a
convivência, vivendo hAermetia
camente encerrada numa apa
Big aid di E :

ceia

E firado em 4859 « o guilo-
grama de gasóico vindo no
«Campechano»,

destifado às |

== miga

ODO o mundo vibrou de profonda e
qo Bincera emoção quando soube do

afundamento, prepositado da. gran:
de esquadra francesa de Toulon. pelos, BOUa
marinheiros, na atitude doterminante e fria
de que seria preferivel vê-la irremediavel- 1.8
mente destruida do que ccupada por ontros
marinheiros que não fôssem oa da propria

pátria,

: Há nesse acto, firme e inabalável, um
mizto de tragédia, de altivez e de heroismo
que nos impressiona e comove vivamente,
uma resolução que não se confina sos limi-
tes do humano, porque excode em grandes |,
za é sublimidade tudo o que êle pode con-
mi)cebgr, porque paira acima, muito além;
das pequenas misóriaa e infimos egolsamos

a nações nas horas da dos

:« Observando o Mundo na sua cria de
loucura colectiva, consegiência dé am
egolsmo diabólico e satânico, e que vai dos-
truindo, um a um, os fachos de ama CGivi-
lização brilhantiasima, levada ao apogeu,
e as bases de tôda uma cultura excelente

Tia exceder,

e maravilhosa, que da Europa irradiou por
todo o orbe centelhas de pura luminoaida-
‘de, produto da concepção do Homem imte-
Nigênto, sábio e de priveligiado engenho, a
tragédia de Toulon espanta pela audácia

e angrificio, pelo acrisglado. amor pátrio
que, outra qualquer façanha, jamais pode-

Este acto, que, à primeira vista, pode
parecer uma loncura inútil, reveste-se de
tal magnanimidade e heróica abnegação,
que basta para redimir a França de todos

a seus êrros e iluminar o destino da gran-

Bs nação latina, lavando-a, de novo, ao ca-
minho da glória, ela que representou 0 ex-
pvente máximo da Civilização Crista,

; Agrilhonda pelo mais desapisdado jo-)
fortúnio, a França soube mostrar não ter |
perdido a noção da honra, do caralheiria-
mn e da dignidade,

– E uma nação que mantém tão perene
culto pelas snas tradições históricas, ja-
mais poderá morrer.

Eduardo Barata

VFERSAS terras interessa
das, entre elas o Pêso, vão
dirigir-se aos ses. Ministro
dos Obras Páblicas e Coma:
migões É Presidente da fonta
Anitónoma das Estradas, afim
“de solicitarem q rápida aber
fora dos trabalãos para cor-
clasdo da E, NM Sd29
Sarto António do Murmeletro
e Pêso, por Cardigos, traçado
hd muito delineado e oprovado.
À cosrespondência do Peêso,
gue hoje publicamos, refere-se,
Ersterrosa e desenvolvidamente,
nos motivos dessa representa-
pão, fão certo é gue à demora
no prosseguimento dos traba-
thos está prefadicando, gráve-
mente, OS poros dagueia zona

económica, que não se compa-
dece com inúteis & intompre-
ensiveis delongas.

4 estrada Lonsê-Belver tem
ama importância extraordind-
ria pelo sem longo acesso E
porgae ligando regiões bem
diferentes nas suas caracieris-
iicas, geralmente ricas.e tôdas
bastante poroadas, É Ema via
indispensável ao seu progress
so é bem-estar, representa, por
assim dizer, pera tantas delas,

o sen canal respliatório.

Falog-se muito, ogui hd mes
ses, no prosseguimento dos
trabalhos de constração à par-
Hir de Santo Antônio do Mar-
meleiro e depois, de repente,

detrvidades do frdfero fluvial, | | estubelecen-se nm silêncio, FRE

minas e indústrias mineiras,
tamionagem, frigorificos, car-
vões e semelhantes

Este nâmers fol visado pela,

Comissão de Censura
– do Castela Branco

nos leva à supor haver grande
oposição de algumas terras
gue se sentem ou jolgam pre-

jodicadas com q direciriz ES

fnbelecida,

Ndo é possivel contentar tó.
ds, é Certo, MIS procãre-se
conciliar o inferésse da matos

ria dos povos como traçado
mais vidvel soh o ponto de vis-
ta técnico e económico,

Estamos numa época em que
ado SE pode qmitir, POr inio-
terdvel, que q influência pes
goal estorvê q réniização de
trabalhos de interêésse público,
sejam éÉlés quais forem.

Assim, pela forma como vêm
decorrendo as coisas, mngaém
tirará quolguer iecto : antes,
pelo contrário, todos terão
perder,

—niioi mfoo

Obra das Mais pela Eda-
cação Naciodal alributa,
no nosso distrito, em prémio
de 1. 500800 à nma pobre mts
ierzinha das Sesmarias, jre-
guesta do Pêso, de nome Edvi-
ges de feshs, VÍdva, que tem
sén cargo o sustento de di
filhos, i

Tomon-se em conta, como é
evidente, O sem porte moral,
gue é irrepreensível. O prémio
serlhe-i dado, solenemente,
na sede de freguesia, em data
DPorÊuna. )

aged a

priv CiPIOU à apanha de

azeitona na região, que se
reduz à esperada Eras
cincia,

Por enguanto, e faírez por
gue & safra não seja moliro
pare grandes Crpansões, alude
ndo onvimos o som estridente
dos bizios E repercniirse por
esses vales e quebradas, dan»
do uma nota alegre à vida if
Pica dos ranchos de azeitona,

Os lagares começaram a sea

faina, que talvez não se pro-
longãe por mais de vinte dias,

É TA” no prelo «A Herdade

dos Castros, Bm ROvo 7D-
mance de Vergílio Godinho,
gue o público aguarda com
ansiedade bem compreensível,

Para vende, acabamos de Pe-
ceder uma nova obra literá-
ria—Mestre e Precyrsor.— de À.

“Luis Vaz, critica da vida E

obra do P, Martins Capela, no
* pentfendrio do set agsci-
mento.

JA nie tag

“Cobrança de assinaturas
Bm Lisbaa

Para efeito da respectiva co-
brança, enviámos, 80 nosso co
brador, em Lisboa, os recibos
respeitantes aos prezados assinan-
tes da área da cidade.

Esperamos que todos os liqui=
dem no acto de apresentação,
evitando transtôrnos e inúteis
perdas de tempo, além de que 05
grandes encargos que oneram a
publicação do semanário não pet-
mitem o adiamento da liquidação
dos recibos das assinaturas, úni-
ca tecelia certa com que conts=
mos para lhes fazer face,

A alguns assinantes ser-jhes-á
apresentado mais de um recibo,
porque, quando da última co-
brança, estavam ausentes de
Lisboa.

Nada mais pedimos, a todos,
do que o pagamento das assina-
turas e, antecipadamente, apra-
decemos tôda a atenção que nos
dispensarem,

4 Administração

+ “
Ca O ETERNA
sia lápis

E Portugal e os Estás
dos Unidos foi estabeletis
do em avôrdo tendo por finas

lidade facilitar e trocã de cer

tas mercadorias que cada um
dos dois países deseja obler;’
À revista ifaliana «Rassegnd
faliana», de Roma, nem

dos seas últimos fascicalos
publica om extenso artigo só
dreo nosso fmpério. Colonial,
jazendo am pequeno resamo
de cada ama das províncias
atiramarinas porfigaesas.

Nas palavras que precedem
o sem estado, o articulista diz:

«Na nora ordem nacional,
levada q cabo em Portagal
pelo audaz iniciativa dos pes
nerais Gomes da Costa e Car=
mona-e pela sayiência do Pres
sidente Oliveira Salazar, 4
sume especial imporidncia o
valor político e económico atrio
bnído às colónias, que ainda
hoje atestam ao Mundos “a be-
nemerência dos velhos navega.
dores, pioseiros E colonizados
res lusitanos, que enchem de
orgulho a Mãe-Pátria Feras.
cida e rejpvenescida nos Hos-
sos dias pela virihde da pnião
dos sens filhos é consciente da
Ska missão imperial, à quai o
verbo crisião dá valor e pres

Figo»,
nº sdbudo, muita gente ficom

1 SER COFRE porque foi pos
ta à venda menos, que a saji
CÍENiE.

No mercado foi detida uma
mulher por pretender vender os
ovos por 7800, a dúzia, quan
do o preço Mobi oS00,
Oveiras é compradoras faziam
de vez em quando, um chin-
frim medonho, como é própria:
do mulherro; aquelas porque
queriam eserdos E ESas PDFs
gue não estavam dispostas à
dor mais de 6!

Uia homem aparecem ali o
am pequeno cabrito, midi
e débil, por que pedia 40 sa
thaços !

Apareceram deliciosas frio
gerinas, gradas, Ro prepo de
400 q dizia.

fá por aí hd quem se lenha
visto na necessidade de ar
15300 por am algueire deihia
thol Aindando Ad inatios dias
gue aloném sé dirigia E nim
tavrador para adqairir certa
porção dêste cereal, dizendo»
«lhe, êste, terminantemente,
goe O ndo venderia a) menos
de 20800 o algueire!

Qeendo é que se regulariza
o abastecimento désle produto,
absolutamente indispensável às
classes trabalhadoras e dos
pobres ?

oiii

caetredotiag

guinos de todos os lamga

nhos e em quantidade pera
dadeiramente aprecidvel havia
no mercado de sábado, primeis
ro do mês, mas por preços exorbitantes,

 

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comarca da Sertã

PRODUTOS DA CASA VAZ SERRA

Séde em SERNACHE DO BOMJARDIM — Beira Baixa — Telefone 4

Azeites extralfinos, consumo e em latas estampadas dela S litros, marca (L. V, 58)

Vende para a praça e exportação aos melhores preços do mercado
Vinhos engarrafados das suas propriedades (Marca Registada), grande vinho de Mesa L. Y. 8,
Fábrica de Moagem, Serração e Oficina de Automóveis em SERNACHE DO BOMJARDIM

MADEIRAS— Depósito em Sernache do Bomjardim
Azeites da região da Sertã e vinhos engarrafados — Depósito na Avenida Almirante Reis n.º 62-1º– LISBO

Fornecedor dos principais Hotéis e Retigiraitoé

en my mem EPE re ir
Ê . a > = um z É o o ado =À
Horário da Carreira de Passageiros entre Sertã e Lisboa | :
Concessionário: Companhia de dd de Sernache, L E Ê
Obag. | Part. hos. ro ; Obeg. | Part. | Obég. | Part. 4 !
Sertã (Rua do Vale) . = | 145] — [1250 | Lisboa (Av. Alm, Reis, 62-H) | — 630 | — | 10,00 : É.
Semache do Bonjardim 805 | 815) 1310/1390 | Vila Franca À «| Ta5) TAo] Lob|illo = E
Fertelta do Zezere 1 | 910) 9,15) 1425 | 14909 | Cartaxo | 840 | R45/ 1210/1215 (E E
Calçadas 2 | 845) 945 | 15,00 | 15,00 | Santarêm | 2,15) 020/1245 1305 48
Tomar. a) 955] 10,05 | 15.10 | 15,25 | Peres . «| 100 | 10,00 | 13,45) 13,95 |
Tórres Novas a) LOS | 10.56 | M10 | 16,15 | Tórces Nóvas: 4 10,35 [os | Ládo | 14,25 o.
Peres . =| 11.30) 11,30) 16,50 | 18.50 | Tomar . «| LEZ0/ 1,30 | 15,101 15,80 jo
Santarém Do) 120 | 1220] 17.30 | TÃO | Calçadas, «| Lido) 11,0) 15,530) 15,30 :
Cartaxo . 10 «| 1300 | 15,05 | 18.10 | 18,15 | Ferreira do Zezere «| 12.10) 12:25 | 16,00 [ 16,10 jm
Vila França , | Lá boto 19,15 | 19.20 | Sermache do Bonjardim 1 13,20 [1335 | 17,08) Vi,25 48
Lisboa (Av. Adm. Reis, EH). Lado Ds | — Sertã (Rua do Vale) las) — 41745 | —
Electuam-ses AMA do 2 Efectuam-se vs imiqu hists gente dá |
E mas. : i 24,82 0 Cio m c/s)
Ene ea = PR pas Pe 19,70 1 05,0 m 2/8)
E
E 2,92 mn flaid m/s)
Companhia de Uiação deli qm | Na GANUE
Sernache, [dz É 106 m (DL mi 6/5)
; 9,15 m (945 m/s)
AVISO som (Uimes)
| Esta Companhia faz público/i 200) + ER RR
que, devido às aciuais deficuida- ! Doi E € ai es
des para a aquisição de PNEUS, 0,00 ma, %

Emissões dos ESTADOS UNIDOS
EM LINGUA PORTUGUESA
(Recorte esta Tabela para referência tulura)

Horas Estações Dias Ondas curtas
tão WDJ Todos os dias. ce… 38,7 m( 7,585 me!)
ÊTIG WRC; 3º fita a Domingo 31,02 m( 967 -mejs)
ai A 16 WNBIj Só SOM EiPMa p Logon 25,28 m (11,89 mos)
Ê. 830 WROA” Bfaira a Bábado., SL,02m( 9,67 mes)
WNBI Só 2º feira ,qmavoe, 25,25 m (1180 mola)
18 o WDO Todos os diss,.,..) 20,7 m(14,47 mos)
12,00 — WRCOA Todos ca dias ,.,..) 198 mil5,/1b mo/a)
19,45 WGEA 2ºfeira a Sábado…) 19,56 m (15,53 mos)
“8180 WGEA Todos cs dias…..! 19,56 m (15,88 moja)
91,80 -— WDO Todos 09 dias …..l 20,7 m (14,47 me/s

| OIÇA a VA da
AMERICA cmMARCHA

Ses cd oo ar ae israão SE São aicosão

PVITÓRIAS
x

1 Quereis meter mêdo ao inverno é
resistir à chuva e ao frio?

— NVisitai a Casa Confianca Vitor
Portugal em Sernache do Bomjar-
dim, ondo se encontra um grande e
variado sortido de Gabardines Vitória.
Vestir uma gabardine «Vitória» é
possuir a elegância de Petrónio,

de
F

a prestações

VENDAS a prestações com bónus pela lotaria

e pesadas, pois, caso contrári ,

mese age e as aa oo

e ao facto de o major número de

CONDES DEPRESSA nd

viagens das suas cartelras ger:
feito com viaturas a gás pobre.

(GASOGENIOS), deverão os Sts À

Passageiros abster-se de viajar
com bagagens muito vólumosa
correrão o risço de os seus volt=
mes serem transportados com bas
tante demora.

Esia Companhia não se res
ponsabiliza pela deteriotação de
quaisquer artigos, motivada pela
demora na entrega das bapapen:

Depósito para azail
VENDE-SE. E’ de fer-
ro e tem a capacidade de

1600 litros; em óptimo es-
tado de conservação.

Para ver e tratar na

PENSÃO MODERNA— Sertã

RR E iii mm

Col “az Serra

(PARA AMBOS OS SEXOS)

Ourso dos fivous.

Admissão sos licous

o Instituto Oomeroial
a Indusirias,

SERNACHE DO BOMIARDIM
Dae
SOBREIRAS

Vendem-se 800 com cor-
tiça de 8 anos,

Para ver e tratar, dirigir-
-B8 à José Dias de Bousa —
Vale da Esterenda — Serna-

(+) Estas emissões ouvem-se também em ondas médias de à
261,1 metros (1,149 kc/s) E ondas compridas de 1.500 ei
(200 ke [5).

(**) Esta emissão tem início às 21,15 h,

Companhia de Viação de Sepnache, L.º
Concessisnária das Carreiras de Passagelras enire

sastelo Braneo == Goimbra e Sertã == Lisboa

Avisa o público que, por falta de carbu-
rantes e pneus ea partir de 6 de Outubro
efectua aquelas carreiras nos dias seguin-
tes:

Castelo Branco—Coimbra ic 4 op do
Coimbra Castelo Branco ; -— 22º q 6º fulros
Sertã—Lisbos E m— 2 SM o Sibadar
Lisboa—Sertã o — onto, 4º! Rm
Castelo Branco—Sertã ‘ — 35º 5º q Sibadot
Sertã—Castelo Branco -— LA AM

Proença—Sertã (com ligação a Lisbos). — Milador
Serti—Proença (e/ ligação de Lisboa). — E? firas
Seriã— Coimbra e vice versa – — 3.º 4 dias 23 de cado qué
Os passaneiros vindos na carreira de C. Branieo
das 2.º feiras têm, na Sertã, ligação a lishoa
E. E — Sempre que queiram viajar devem marcar seus lugares escrevendo pare
Sernache, devendo em seguida ser avisados sê têm 00 não lugar

Atonção — À Carreira Coimbra—C, Branço electua-se às 24 e
6.º” e não às 2.º e 4º como anunciavam Os prospectos anteriores

Dai SA

Norberto Pereira
Cardim .
SOLICITADOR ENCARTADO

Joaquim André

PROFESSOR DIPLOMADO
Jnstrugão Primária – Admissão aos liceus
Postos de Ensino = 4.º Clelo dos liceus

ceara

TELEFONE 5 BOTA
Avenida Grão Vasco, 66 — Benfica

Rua Avreã, 189 2º Dº
Telefone & 7111

LISBOA

Papel para embrulho

che do Bomjardim,

LISBOA Vende-se nesta Redacção,

tasas o pon mobo Ca

 

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A Comarca da Sertã

E

Jornalismo

A carta que recebemos do Ex,”
Sr. Director do Didrio Popniar
é a síntese de uma leal camara-
dagem jornalistica e um alto tes-
temunho de aprêço,
delicadeza, Ennobrece o presti
gloso dr
e honra À Comarea da Seria.

Documenta com lucidez, o ca-
rinho dum importante jornal por
tim pequeno periódico, da Grande
pela Pequena Imprensa, a que
não estavamos habituados.

Por isso mesmo, não podemos
deixar de a transcrever, conven
ciios de que não praticamos uma
indiscreção.

Snr. Director do fornal
A Comarca da Sertã

SERTA

Para além de fóda q nossa
rêde de informação, a Impren-
sa regionalista dá-nos o éio
das necessidades e aspirações
de todos os pontos do Pais, E
em saga honestidade, posta à
prova no desenrolar dos anos,
confiamos inteira e absvinta-
mente, Por isto e ginda por.
gue consideramos tão impor-
fante, no plano da expressão
Anmana e nacional, a mais ese
guecida das aldeias como q
mais importante das cidades,
— porguánio o nacional E q
humano não são mais do que
o somatório de tôdas as acti-
ridades, ideais e necessidades
dos individuos e dos aprega-
dos sociais, — Imprensa regio-
nalista do País desempenha
ama alta tarefa como modo da
expressão da vida poribgmesa.

Nestas condições, lem-nos

sido samamente grato verifis

car q. inlerésse manifestado
pelo jornal de gre V. é ilustre
Director, pelo Diário Popular
gue provora também realizar
honesta e sinceramente à sua
missdo. E, do apresentar os
mens agradecimentos pessonis
E 05 déste jornal, formulo vos
los Pera que as nossas rela-
pões possam ser cada vez mais
estreitas € fecandas em resul-
tados benéficos para 2 cansa
que é de nós fodos, q da gra
dezã em fodos os planos do
humano, da Terra Poriughesa.

Nestas cireonstâncias, o Diá.
rio Popular estará sempre à
disposição de V.e do seu for
nal, para o que foram dadas
já ordens nêste sentído, para
O que considerar de alto inte-
résse pora a sua Rrgido.

Renovando a V. os mens
pRERtas irem

túltimas alterações das carreiras,

dignidade € temos publicado, na 2º página,

gão da Imprensa diária |

Ê

Companhia de Viação:
de Sernache

Informação importante

Para que o público se possa
orientar devidamente sôbre as

os avisos que contêm os horários

As reduções originam, em cer-
tos dias, aglomeração de passá-
geiros. A fim-de evitar tais in-
convenientes e pata que se ga-
ranta o transporte, é de tôda a
conveniência que os passageiros
escrevam à Companhia — seu es-
eritório, em Sernache—com a de-
vida antecedência, indicando o
dia e a carreira em que desejam
efectuar a viagem; depois, devem
aguardar a resposta, que pode
ser afirmativa OU negativa, con-
sonúie o número de passagelros
que houver inscritos,

No caso de a resposta ser afir-
mativa, deverão apresentar 0 pos-
tal, que a contém, so agente res
peclivo, que só em tais condi-
ções está autorizado a forneçer o
bilhete solicitado.

Ri

O trânsiio nas estradas ê
localidades

Poi publicado um decreto lei

GEN. EISENHOWER

SER pg se e re nm

do Dr. Matos Neves

com um abraço do Nuior

estabelecendo que à Direcção Ge- ”
rel dos Serviços de Viação e às |
Câmaras Municipais fique com-/
petindo, respectivamente, em tô
das as estradas e no interior das
localidades, a regulamentação €
Tiscalização do trânsito— circula
ção e estacionamento de pejes,
veículos e animals nas vias de
comunicação ordinárias — para
efeito da aplicação do Cúdigo
das Estradas e demais legislação
em vigor sôbre viação e trânsito.

O relerido diploma descrimins
o modo como deve ser exercida
aquela competencia:

gpa mst
Telegramas para o Brasil

De acórdo com o Govêrno, a
Companhia Mercont iniciou, no
dia 1.º do corrente, um novo ser-
viço telegráfico experimental com
o Brasil. |

Os telegramas pagarão a taxa
uniforme de 5840 por palavra,
para tódas as categorias, em vez
da taxa actual de 27800 por cada |
palavra ordinária,agradecimentos, SO com mui,
ta consideração |

Lisboa, 30 de Novembro de
942,
O Director,

Antônio Cinoco

“ Reingra em Moção

, Deixaram ficar os gados
Nos redia;

| E os lobos vinis dos montes

+ Como quem vem de outros mundos…

; Com receio, com temor

| Gazetilha

“Por incurio e desabedieneta
de olgurna botedores, esca-
param-se sete lobos… +

Do SECULO
Que grumde alegria

Pelo montaria !

og lobo eram tuntos e doimanhos
que dlslativam quanto aparecia:
Lebres e rebanhos |

Andava o povo alarmado

Com tio grande mortandade,

E os pastorinhos, coitados,
Como os pais, dinédrontados,
Deixarom dede para os serras

Que mais palio perdê-los
AU falta de pastos verdes,
Que ser por eles devorados
ue ser alimento qeles…

Dos alcantis,

Dos vertentes, dos poles projindos
Fivar pertinho das casas

Tremia tudo bi dentro

Mito fosse o Jóbo engomar-se
E levar
Em vez do ovelha o pastor, .

Foi porisso que Macio
Gironde oluiroço sentia
Quando soube que im ter

Dia marcado, fi seguem

Para o monte do Aziral
Cógidores

E batedores

E até cipuns eSenhores»

Que dos lobos ado fazem múl..-
E diz-se, nuas é segrêdo,

Até bles glnfigiti medo,

Sola promo, ineo lu,
Pleno de cor gde vida

Que troz q nima mais je
Que di go corpo mais vida,

Silêncio agora, lão pronde
Que alé

Parece qrabor o mundo !
Flca & alma pequenina,

a contemplar a Natura,
Dreade o pintelro giconte
Até cf RErVO frongiag;
Desde o selxo ribeirinho,
Ade d jrago mais darmos.

Depois começo o ruido

Que qumento de instante o instante
So os zagols satisfeitos,

E todo o povo contente,

Por ver cedbar-se o perigo

Que péirava sobre a pémice.

E tanto o barulho, tal,

Que o dlma fora pequena
Julzundo que cegho o mundo
mu pondeménio infernal,

Termina à batida é todos,
A” porfa, di

Edo ver o resultado

Da Montaria :

E Inumentam, tristemente,
Que tivessem escapado

Os lobos, jeros, vorazes ts.

Fejam se-são COpures
De suber à pasdo
De tão magro resultado *

E que ds ordens não se compram
Porque ds não ouviam
Mer opyuir prot, oa

Pois se quem as dava
do etaltuia à
Pois se ele éritass Colo Ti:
Cardigos, Novembro 1042
HERMARIAL

pe E pp
Licença de porta aberta

E” durânte Este mês que todos
oa estabelecimentos enjeitos q
esta licença a devem requerer na
Secretaria da Câmara Municipal.

o Pei

DESPEDIDA

Em virtude da minha jnespe-
rada partida para S. Miguel em
24 de Julho, e impossibilitado de
me despedir pessoalmente dos
meus e das pessoas amigas, por
êste meio o venho fazer, encon-
trando-me aqui ao vosso dispor.

Renato Baptista Santos
cio A. Silva Proceno— Caixa postal Jô

Uma gronde montaria

— Ponta Delgoda—S, Miguel—Açõres

Ma NNES DA CON

ARCA

Porque se espera ?

Ainda o velho problema da Es-
trada Nacional 54-S*

PESO, 8 — Acabamos de ler conhe-
cimento que hã o lrme propósito,
allás maito Ioavevel é patriótico; da.
parte de nlgams das terras mais dis
rectamente interessados, e entre las
quais se conta: esta localidade, à des

tíraca noção das realidades obslem om

| tantissimo melhoramento:

| mente guiados pelo pensamento ver=

sejo de lazer sentir uma vez mais a.

Suas Excelências 0 Minizico dae Obras
Públicas é Comnnicações e Presidens
te da Jonta Antónoma das Estrodas a
necesaidado que cada vez mais subsig-
te na rápida abertura dos crabalhos
para conciosão da E. *, 542,2 entre
Santo António do Marmelelro e esta
logalidade de Pêso por Cardigua, dim
reclriz, tal como se encontra há mis
tó delineada, & cujos trabalhos com à
detida oprovação e dotação de perba
necessária, Aplaudis sem reservas
tão nobre e paloroso intento é à nqs-
go dever, Lao grande e ÚNl é o soa de
nalidade — dotar esta região de am
melhoramento n que tem jos, que há
largos anos se ibpóe como necessida-
de imperiosa, e tantas Pezes em vão
reclamado.

E uma asplração que envolve gran-
de número de poros há mais de meio
aécolo, E se entro Eles algumas mezes
ge entrechocarais os pontos de vista
devido a más CRMPEREHDDES, hoje já
Rão conhecemos lelizmente a existêg

“mente à tiver na almples csperança

cla de valores desavindos que pela saa
retardem à elvelivação de tão impor

De oúde provêm pols à mal que
coniinaa teimosamente a persistir ne

« Obras bão se plem que rozões Impe- |.

fontes exlstem ? Não sabemos, nem
tão púdca a iáéla nos conduz a lazer
recriminações a Erros: passados od
Inltns prosentea, gentimo-nos simplea=

dadeiramente dominante de qua gran
de e dúra verdade — À necessidade
absolafã e atroz em que vivem tantos
povos por jalta de cima única va de
comunleação que lhe facilite e propors
cione a comodidade a que teem dircio
to e lhe garante sobreindo am melhor
e mais ultl aproveitamento das tigres
zas do sen solo, À sua imediata rea.
lização eis o Que imports. Porque não
é compreenajvel, não jaz sentido, que
Uma vez aprovado e dotada como ess
tã há já mezes, sé continge indifinida-

que há mais de 30 anos allmentamos.

A” vanle pois, É O enperior interêss
Sé da região e do Pais que exige, bem
andando nquéles que agora vão diri»
gif-se à Sgas Excelências O Ministro
das Obrns Públicas e Comanicações
é Presidente da Janta Antónoma das
Estradas, n instar pela rápida aberti-,
to dos trabalhos, para que se consiga
enfim, o tão almejado melhoramento.

Repetimos: E’ o legitimo e patriói-
co inlerêsse de qma pasta parcela de

“das Máls Zol atribaldo o 1.º prémio

(Noticiário

Fortagal que no século XX jaz ainda
completamente desprovida é abando-
nada dos meios de comonicação que
tanto necessita, que O reclama vivas
Mente.

Recita Infantil

Está em organização para a molte
do próximo dia + do corrente pelo
Exm.* prolessor olicial desta iregoes
eia uma récita infantil, a elecigar no
vasto salão da Casa do Povo Terá
entradas pagas eo seg prodato rever
terã a lavór da Colas Eseglar e dia-
tribaição de qm bodo aos póbres.

Exoneração

Podia à exonsração do logar de
ajudante do Posto do Registo Cloil
desta fregoesla, fonções que que vinha
desempenhando há já amos, o ar. Abla
Mo José de Modra, comerciante negta
Ipgalidade.

Dbra das Máis pala Educação
Nacional

Pela simpática institiição a «Obra

do distrito da importánela de 158005
à Edolges Fernandes, mãe de 11 fis
lhos, oliva, nabural e residente na
povoação de Sesmarias desta iregae-
Bino si tnoi i E

Tem semelhante prémio am alto
gentido social, e constltgl também am

NA TA!

Em antevésperass do Natal eu
venho dirigir-vos duas palavritas,

Mas,… Não venha só, trago
comigo um saco para encher. Já
sabeis, estou a pedir. Que maça-
da, direis: — Parece, mas não é,
senão escutal.

O Natal é festa de ternurs e
Amor. Todas vós procurais pou-
par nêsse dia tudo o melhor pos
sivel, para dar alegria à vossa
lamília. Estão os lares em lesta.
Alguns, que não todos. Vinde
comigo: — enttemos neste cases
bre: lã deniro há humidade, e
o frio gela tanto como na rua, e

os pobres velhos tiritando olham
Rê lareira apagada numa desola-
ção.

— Além, naquêle ouiro, Uma
pobre mãe chora em tristeza do=
lorida ao pensar que 08 seus Ii
lhinhos não terão um mimo em
dia de Natal,

— Acolá no hospital, em leito
de dor, o pobre doente espera
talvez alguém que vá minorar-
lhe o sofrimento. —E mais ainda,”
na obscuridade da cadela aquéle –
pobre prêso anseia por um con-.
fôrto, que lhe fale à sima tornans
do — o melhor. M

E uns e outros pensarão que .
N. Senhor se esqueceu deles, Mas
não, estamos ns, militantes da
Acção Católica, e estais vós, CO-
rações que o frio tenebroso des-
ta quadra do ano, não conseguia
atingir. E” connosco que eles.
: contam, Vinde encher O saco…
As mais abastadas darão tudo 0
que puderem, e terão tantas coi-
SAS que atinal pensando bem já.
não lhes fazem falta… As me-
nos ricas, darão também, mésmo
com um bocadinho de sacrifício, –
e Dar com sacrifício, sabe a
ceu

Não deixes O saco vazio, aten=
dei, vinde etichê-lo, mas sem ema
lado, de bos vontade, com um
sorriso nos lábios, por Amor.

E o Deus-Menino vos recom=
peúsará,

Uma milifante da À. E.

E’ amigo dedicado da
sua terra ?

Indique-nos, como assinantes,
todos os patrícios E amigos que
ainda o não são.

O valor e o bom nomé da Suá
terra dependem, em grande pars
te, da propaganda que dela se
fizer nêste semanário.

dos ncsacs cerreapendentes)

alqnificado mailto honroso pará a cons
templada, porque, não se atêndea com
ma pode Jalgar-se, eimplesmente no
facio de ser pobre e ter oma prole
namerosa, mas antes, e sobrelado,
porque é condição indispensável ter

“gga condula moral irréepreensivel, que

póséa enfim, serpir de modélo edifi=
cante aos olhos de estranhos. Trota=
£e em soma de premiar as maiores
virtudes maternnit, de combater a
desmoúralização e exaltar as virtudes
da molher como mãe de famiia. Para
nenirega do referido prémio compos
recerá a contemplada acompanhada
dos respectivos filhos em relinião que
terá lagar nesta localidade, acto a que
assistitão os entidades oficiais e que
dlrão sôbre tão alto significado.

e

SERNACHE DO BOMJARDIM, 4 —
à convite do sr. Presidente da Junta
de fregaesia, realizon-se numa sala do
Clab Homjerdim, oma reúniao para
tratar do problema de abastecimenty
de águas à Sernache,

Expús o referido Senhor a lotma
como entendis resolversee O assanto
que era q lançamento dama derrama
súbre as contriboições e por qma só
vez que rendoria cérco de noventa
mil escodos e om empréstimo realls
gável que com a Comparticipação do
Estado darinjo sollciente paro obter a
parte Enanceélra do projecto;

E.

Rchamos elolento, para época dim
Heil que atravessamos q lançamento .
dom imposto tão pesado e por isso
nos parece e o assanto é de pondes
rnr, ontos de definilivamente se pôr
em prática . à

Pena fol que a maior parte dos pesa
s0as convidadas não toessem compa-
tecido à reiinião para devidamente
apreciarem e estudarem a proposta
apresentada, que o presidente da Jana
ta julgou aprovada, próopondo-se rega
lizar az necessárias démarches para
levar a bom termo qeeu projecto.

— Está-se lazendo sentir nO mercas
do local ama gronde falta de milho
pata abastecimento do público, tendo
aparecido no último mêrcado apenas
um alqueires daquêle getenlo ss

— E’ Um Caso gravê, QUE Orgê res
gularizar com tempo a-im-de garams
tr na medida dá possivel pelo metia
o abastecimento de pão às classes que
dele garêcem.

E diicil constgairase ? E” naberal,
mas com boa vontade e não protelan
do a sua resolação para a dliima hora
tado se conseguira.

Embota dão posfamos garantit a –
sas adtenticidade, chêgam até nós
Pontos de que tem saido a para
os lados de Vila de Kel e Plgoeiró
dos Vinhos algumas quantidades de
milho.

Mesta altura em que o consumo lom
cal não está assegarado, é de repre.

 

@@@ 1 @@@

 

A comarca da Sertã

À grande montaria. og lobos mo concelho- de- Mação

Os: lobos mostravam-se: duma
desmarcada: audácia e não vinha
um dia que não trouxesse, a ca:
da povoado da vasta região, no-
tícia tétrica, de farejo atrevido
das alcateias rondantes em volta
dos apriscos e de perda de ca’
brinha descuidosa ou de anho
ingénuo e nédio.

De princípio, não houvera alar-
me: de’maior e o que se dizia
das feras servia até de estímulo
às. avós para contarem, à lareira,
aos netos embevecidos, o Era
uma vez… dos tempos em que
os“animais falavam: o conto do
Capachinho encarnado ou—pa-
ra;não: perturbar o sono dos in-
fantes — variantes populares das
fábulas de Esopo, em que os lo-
bos apareciam como criaturas
menos ferozes do que os homens,
O que, presentemente não será
atirmação desacertada.

“Pelo menos igualmente fe-
rozes. .. flomo homini lapns .

Depois, começaram surgindo,
amiúde, informações. de massa-
cresde grande estilo que se ve-
rificavam, às Trindades, pelo nú-
mero de cabeças faltosas ao re-

colher e pelos depoimentos dos

pequence zagais transidos de
médo. E’ que êles nem acertavam
nas palavras com que iam cosen-
do em lágrimas o descritivo pun-
gente de como aquilo fôra, quan-
do os lobos haviam saltado, de
improviso, num reboliço de cas-
calhos rolados, sôbre o rebanho
e tinham tomado, com as dentu-
ças afiadas, pelo cachaço, as pre-
sas berregantes, arrastando-as ou
lançando-as ao dorso, a cavalei-
ro, e -levando-as como brinde à
prole famélica ou para ruidoso
repasto com seus irmãos, chama-
dos, em uivos de festa, para a
lauta comesâina, lá do alto do
monte,

E; ao outro: dia, lá se encon-
trava:o documentário da festança
na sangueira que empapava o
terreno revôlto, onde, à mistura
com. ossos e farrapos de peles,
um ou outro traçalho de carne
fresca menos apetitosa punha,
entre as pegadas fundas, testemu-
nhos da saciedade dos lobos,
que a essa hora dormiriam ainda
em seus fojos, com. o ar mais pa-
cifista que seja possível surpre-
ender em assembleia de feras
fartas…

E” sempre assim. Em tôdas as
contendas de feras de qualquer
espécie, o documentário é o mes-
mo: sangueira, destroços, e o do=
ce pacifismo ou o arreganho fe-
roz são sempre função do estô-
mago, da saciedade ou da fome…

Então começou a manifestar-se
o mêdo, tanto mais quanto era
certo que as raposinhas gaiteiras
tinham também entrado em cena
com suas artes de tradicional es-
per

za no surripiar de galiná-

ceos; e, quando começaram a
che novas de transeuntes no-
ctutnos, que, de cabelos em pé,
tinham: visto aproximar se, com
lampejos de holofote nos olhos,
feras aos pares, acompanhando-
-0s com, castanholas nos dentes,
em atitudes: pouco tranquilizado-
ras, 0 mêdo subiu e alastrou em
largá marcha de pavor.

Se já não. havia aprisco que se
julgasse seguro para defesa da
pecuária; passava a não haver
agora, também, porta dé casebre
aldeão, que se tivesse como su-
ficientemente: sólida ou caminho
bastante seguro para defesa da-

quePoutros animais que Platão |

classificou de bípedes implumes;

e a segurança dos plames já fi- |

cou dito que éra precaria.
Chegara a coisa a ponto de ser
recomenda-ão valiosa para o rá-

pid» despacho em repartições ‘
públicas o alegarem contribuin –

tes cu litigantes, o risco que cof
reriam se lhes cerrasse a noite
em trânsito de regresso a seus
povoados,

Daf’q desemperrar da máquina

uficial; e a autorização: para a
montaria ‘ chegou recebida com
júbilo.

Assegurou-sea colaboração de
concelhos limitrofes, reuniram os
notáveis das artes oficiais e cine-
géticas; regedores e caçadores,
afixaram-se editais e regulamen-
tos e fixou-se para centro da
área da batida o Aziral, na frê.
guesia de Carvoeiro: o mesmo
centro da área de 700 quilómetros
quadrados, onde, em Outubro de
1908, se realizou, célebre monta-
ria em que se abateram 13 lobos
e dezenas de raposas e que levo
um falecido professor a dirigir
ao organizador da montaria – que
era o mesmo da dêste ano e en- tão era administrador do conce
‘lho—as seguintes palavras de ca
| racterístico sabor didático: O” sô

diacho, E’ o facto mais notá-.
vel do seu resnado.

Aº estação da missa conventual,

os párocos, solicitados, não po-
dendo colaborar de outra forma,
pelo rigor dos cânones, em ca
| çadas clamorosas, colaboravam
“anunciando a montaria e pondo
* em foco a necessidade de rigoro-
“sa obediência-para que a emprê-
sa resultasse profícua.

Fabricavam-se, por ‘tôde a par

te, balas e zagalotes e: por toda.

a parte também, tinham entrado
em acção as mais variadas locu-

da gula, na preparação dos mais

soprado as borrachas que haviam
de levar O novo capitoso e bor-
bulhante,

A todo o momento, chegavam
notícias sensacionais a respeito
do entusiasmo que se manifesta-
va por tôda a parte, desde. as
mais humildes aldeias até à ca-
pital do Império. |

O «Século». mandaria um en-
viado especial. Víria um opera-
dor da S. P, A. C. filmar a mon-
taria.

De tôda a parte chegavam ins-
crições de atiradores. Juizes,
advogados, médicos, oficiais do
exército, funcionários públicos…
enfim, tôda a fina flor da. perícia
venatória de muitas léguas ao
redor,

Os caçadores da região mos-
travam-se graves como senado-
res romanos, 0 passo medido, a
face severa, mostrando bem a
consciência das responsabilida-
des que sôbre êles pesavam.

Como se uma voz tremenda
Ines gritasse, parodiando Napo-
eão.

«Do aito do Aziral, um redac
tor do «Século» vos comtempla
e um operador de cinema vos
focas. ‘

Havia uma grande gratidão
para com o bom Deus que san-
cionara a montaria com uma ex-
cepcional quadra de tempo ra-
dioso, e, quando. a noite de 21
de Novembro se cerrou, envol-
vendo a vasta região num sump-
tuoso manto luarento de expecta-
ção heróica, centenas de caçado:
res começaram sonhando as mais
épicas façanhas de arte, de des
treza, de heroismo.

Ainda que não tora senão pela
beleza dêsses sonhos, mereceria
a pena ter-se feito a montaria.

A realidade da vida é tão ás-
pera que me parece tarefa meri-
tória proporcionar sonhos altos
-aos homens…

o

E só agora noto que me alar=
guei de maneira tal que o descri-
tivo da montaria tem de ficar
para outro número, pelo que pe
ço mil desculpas aos leitores

C.
: «e óB faço

Aos nafurais da Comarca,
ausentes

<A Comarca da Sertã», mediante
uma pequena comissão, encarre-
ga-se de obter documentos junto
das repartições públicas ou de
tratar de quaisquer assuntos da

sua competência,

‘brações e máquinas serventuárias

saborosos acepipes e se tinham

Tribunal Judieial

Movimento de Novembro

Distribuição : 2) inventários orfano-
lógicos por óbitos de: Alfredo Rodri-
gues, Freixoeirinho, Cardigos; António
Lopes, Monte Cimeiro de 5. Bento,
Cardigos; Aniceta Augusta da Costa,
Cardigos; 4) Acção especial de expro-
priação por utilidade pública, em que é
expropriante aJ. A. E. e expropriados
Augusto Fernandes e outros, Cambas,
respeitante ao lanço da E. N. 40 2.º,
compreendido entre Pampilhosa da Ser-
ra e o rio Zezere; 9) Carta precatória
“para declarações de cabeça de casal,
“extraída do inventário orfanológico por
‘óbito de Rosa Eulália Xavier Neves
Tavares da Mata, vinda da 1.º Vara
da comarca de Lisboa; 12) Inventários
orfanológicos por óbitos de: Francisco
Ribeiro Pisco, Alvito da Beira; José
Luiz Ramos, Vale da Utfsa, Sobreira
Formosa; Maria da Cruz, Ripanso, So-
breira Formosa; Maria do Rosário, Pi-
coteira do Monte, S. Pedro do Este-
val; António Farias, Sobreira Formosa;
‘António Joaquim, Entre-a-Serra, Vár-
zea dos Cavaleiros; Adelino Nunes de
Oliveira, Sapeira, Castelo; António
Francisco Nunes, Junceira Cumiada;
Maria Cardoso Lameiras, Vale do Por-
co, Sertã; Margarida de Jesus, Casa-
linho, Palhais; Judite Dias Bernardo,
Abegoaria, Sertã; Francisco Nunes, Va-
le Junqueiro, Nesperal; Júlia Amália
Pires de Moura, Sertã; Maria do Rosá-
rio, Vale da Urra Fundeiro, Vila de Rei;
16) Joaquim Martins Ventura, Paredes,
Vila de Rei; 19) Ioão Afonso, Braçal,
Oleiros; Maria do Carmo, Cambas; Car-
ta precatória para citação e juramento
a interessados conferentes, extraída do
inventário de maiores por óbito de
[Florinda Francisca e marido José Gas-
par, Abrantes; 23) Inventário de maio-
res por óbito de José António, Mostei-
ro da Senhora dos Remédios, Sertã.

SHIS
++» DE SEARA ALHEIA

Uma indústria tradicional

Mais do que pelas suas belezas na-
turais, que a falta de um organismo ofi-
cial de turismo não deixa tornar conhe-
cidas como merecem, mais do que pela
legendária história da vetusta Sertago,
onde há altos feitos, varões ilustres,
celebradas proezas de donzéis e damas
de coturno, mais do que pela justa fa-
ma dos seus políticos e pelo renome
dos seus literatos, a Sertã dos nossos
tempos grangeou notoriedade graças à
excelência da sua indústria pirotécnica

sempre a camisola amarela.

Outrora, não havia festa de arraial,
cortejo, manifestação | patriótica, ou
simplesmente…
casamento faustoso, vigéssimo premia-
do, primeiro vagido de indez, boa ou
má sorte nas «sortes» da militança,
magusto, filhós de. azeitona, ou vindi-
ma, regresso de brasileiro abonado,
aprovação no exame do mênino, im-
pontação de donzela à boa fé de par-
rana casadouro, acabamento de prédio,
livrança de cadeia ou salvamento, com
vida das unhas de médico, que não fôs-
se rijamente celebrado ao som de fo-
guetório sertaínho, nédio expedito, cana
pimpona, casulo airoso, bombas infali-
veis, busca-pé bregeiro e guita con-
soante a pediam as artes de enfogue-
tar e as exigências do fabrico de ba-
raças para piões…

Nas datas mais respeitáveis, quando
se tratava de devocionar orago de fre-
guesia, feriado oficial ou ministro em
passeata, então fiava mais fino a traça
pirotécnica. Ele era o fogo prêso, com
a intérminável latada, a roda giratória,
o barquinho vogando nas águas agita-
das, e, finalmente, o famoso «castelo»
que evacuava em menos de um credo o
mais pejado arraial a poder de estoiro
bravo, de bicha rabiante e de luzernas
candentes — o fim do mundo. E era
ainda o nunca assaz gabado «foguete
de lágrimas» que inundava o céu de lú-
zinhas verdes, amarelas, violetas, ver-
melhas e brancas, arrancando ao povo-
léu e até aos sizudos exclamações dé
espanto, de alegria e também de enter-
necimento :

— Viva, viva o fogueteiro da Sertã!

E a saiidação ecoava por vales e
quebradas, levando bem longe a fama
de uma família. Sim, porque a pirotec-
nia era apanágio de uma família — os
Nunes da Silva, os «Nunes foguetei-
ros», os «fogueteiros da Sertã», tout-
court.

Isso de fazer foguetes, quem quer
os fazia, nanja a dúvida. Mas fo-
guetes que subissem sempre, sem fa-
lhar um, com ribombos de trovão ou
estralejantes como castanholas de an-
daluza triques, esses, só na Sertã se
perpetravam, e apenas numa rua davi-
la, é sômente numa casa dessa rua,

Tudo ia assim pelo melhor, no me-
lhor dos mundos, quando um dia a arte
pirotécnica… desfez-se em pó, terra,
cinza, nada, isto é, deu-lhe um ar e
foi-se embora, como aconteceu ao fado
choradinho.. .

E de tanta pólvora, nada ficou, nem
ro-fumo..:

Adeus, foguetes de lágrimas, puxa-
vantes ao sentimento. Adeus «latadas» intermináveis de orientalíssima fantas

que em festas e ceértames conquistou |’

etílica, chegada ou |’
partida de pessoa grada e estimável, À.

EST

sia. Adeus «castelos» de ciclópica re-
sonância.

Foi uma, desolação no mundo ser-
taínho.

E cinco estirados anos durou o ecli-
pse do fôgo.

Até que há poucos dias, ressurgiu
das cinzas, como a Fénix mitológica, e
os corações embandeiraram em arco ao
verificarem, com olhos e ouvidos e
atentos e maravilhados, que o fôgo da
Sertã,
continuava a subir lépido e a estoirar
fragoroso, a chorar lágrimas coloridas
de belo efeito, a redopiar nas peças
em doideiras e a evacuar osadros com
as velhas manhas.”

E de novo se ouviu o bom serrano a
bradar, convicto, suas alegrias, em ar»
raiais e romarias :

— Viva, viva o fogueteiro da Sertã!

Pois então, que viva, e por muitos
anos, é o nosso voto também, com um
abraço à portuguesa, dêstes que aper-
«tam o respiradouro e metem os tampos
dentro.

Abril de 1932,

(De «Cousas sem nexo» —
Vergílio Godinho)

HO

Ni gonhon para 0 susto]

” Nas proximidades do recôndie
to logarejo da mMouta, para os
lados de Proença-a-Nova, possue
um olival o nosso amigo sr. José
Dias, da Isna de S. Carlos, que
no dia 24 de Novembro para lá
se dirigiu para apanhar a azeito-
na e onde já se encontrava o
rancho. A? tardinha, José Dias
resolveu seguir para a banda on-
de tem umas outras oliveiras e,
no trajecto, depara com um gran-
de lobo, à distância, talvez, de
d0 metros ! Ficou atónito com a
surpreza! Como se havia de li.
vrar da fera, se não tinha uma
espingarda e nem sequer um ca-
cete ?

O olhar chamejante do bicho
causava-lhe calafrios na espinha,
quási o galvanizara, mas o ins-
tinto de conservação, dominan-
do os nervos, levou-o a apedre-
jar o lobo, que parecia impassí
vel. O quadrúpede, porém, que
não temia as pedras e talvez es-
picaçado pela fome, resolve avans
çar “de encontro ao inimigo… e
quando entre êle e o homem não
medeiam mais de 2 metros, êste
alveja-o com uma violenta pedra-
da, que, batendo-lhe no focinho,
o prostra.

Teria o lobo morrido ou fica-
do simplesmente ferido ? Não o
soube o amigo Zé Dias, que deu
costas ao bicho e se afastou cé-
lere, dando graças a Deus por
se ter livrado do astuto e atrevi-
do carniceiro. E teve muita sorte,
que o lobo bem o filaria se para
isso tivesse ensejo.

Ora naquêle dia havia-se rea
lizado a montaria aos lobos no
concelho de Mação e tudo leva
a supor que o lobo em questão
viesse deambular para aquêles
lados, atormentado pela algazar-
ra do povoléu, a única coisa,
párecê: para que serviu a bati

reatando honrosas tradições, |:

Proença-a-Nova, homens, 9800

À” margem da guerra

Pesados tanks, são experimentados em terreno difícil antes de
serem transportados para às diversas frentes. Que breve as.
potências do eixo, sentirão os efeitos da pesada

artilharia de que serão equipados. |

Salários da apanha da azeitona
no distrito

Já demos a informação dos.
salários estabelecidos para a apa-.
nha da, azeitona neste concelho,
segundo nota que nos foi envia:
da pela Câmara Municipal.

Repetimos hoje essa informa-
ção, a que acrescentamos os:sa:
lários fixados para os outros con-
celhos da região que servimos;
e.
10$00 e mulheres, 4850 e 5%00;.
Oleiros, Sertã e Vila de Rei,
h mens, 8850 e 9800 e mulheres, 4$50 e 5800.
Além daquela forma de retri-
buição, é permitida a apanha da
azeitoná ao quinhão, segundo os
usos e costumes da região. Se à
paga fôr em azeite, tomar-se-á’
por base o preço da tabela oli-
cial (fino). Se a paga for em
azeitona, atender-se á ão seu pres
ço correrfite. a
No ajuste do contrato deverão
ter se em conta os salários atrás
fixados. ss a
A regular distribuição dos tra-
balhadores será assegurada pelas
Casas do Povo e Grémios da

“Lavoura, em íntima colaboração,

com as respectivas autoridades:
administrativas e, por estas, nas.
localidades não compreendidas.
nas áreas daquêles organismos
corporativos. Aos Grémios da,
Lavoura, Casas do Povo € auto-
ridades administrativas compete
colaborar com o I. N. T. P, na
fiscalização do cumprimento do
despacho, devendo comunicar
lhe, imediatamente e por escrito,
as infracções de que tiverem cos
nhecimento,

fg Dogg
BAGAÇO DE AZEITONA

Por portaria inserta na fôlha
oficial de 3 do corrente, foi lixas
do em 120$00 por tonelada o
preço do bagaço de azeitona ex-
tractado, pesto sôbre vagão na
origem. E

Os industriais de extracção de
óleo de bagaço são obrigados à
comunicar à Comissão Regulado-.
ra do Comércio de Carvões, no
fim de cada mês, a quantidade
de bagaços extractados que pos-
suem, não podendo efectuar trafi-
sacções sôbre ele sem autoriza-.
cão prévia daquela Comissão.

ro
fábrica de Serração

Para a fábrica de serração do.
sr. Abílio José Passarinho, nos
arrabaldes desta vila, chegou uma.
máquina de serrar, não se saben..
io ainds quando virá a outra que
alta. ne

Aquêle industrial recebeu já
importante encomendas de serração,