A Comarca da Sertã nº317 29-10-1942

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DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO el

FUNDADORES
= Dr. José Carlos: Ehrhardt —

— Dr. Angelo Henriques Vidigal —
-—— António Barata e silva
Dr. José Barata Corrêa e Silva

– | Eduardo Barata da Silva Corrêa

BE op us]

mine 2) >

Di

Composto: e Impresso

Õ
E NA…
ç Luardo Bonato da filva Coreia “po |
– —— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —= CASTELO]
“|| RUA SERPA PINTO-SERTA BRAN COK:
dd ELEFONE
|| | PUBLICA-SE ÀS QUINTAS FEIRAS A
AN VI VII | Hebdomadário regionalista, anda defensor dos interêsses da comarea-da Séntãs eoncelhos de Sertã | ae So en
Nº 317 | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de nn e etgto (dr. Pncelho de EM) | Ra

1942.

Notas

A imposição do arrangue de
bacelos, feita a bastantes
dos nossos peguenos e pobres

lavradores, provêem da super:

produção verificada no Pais
nos últimos dois ou três anos.
Não queremos discutir se essa
medida seria a melhor, mas
pelo que toca à nossa região!
não resta dúvida de que ela
form judicial à sua economia,
visto que o milho agui proda-
zido não chega, em anos favo
ráveis, para o consumo de três.
meses e ulém disto são apro-

– veitadas para essa cultura os;

terrenos inadaptáveis a qual-
quer outra, como facilmente se
pode verificar.

Vai para dois anos que es-
mos a importar vinhos don-
zonas, pagando-os por
as elevadissimos e cujas

“põem, ruras
do com o nosso clarete, tão
cristalino e bem apaladado
de ama qualidade inconfandí.
vel a rivalizar com os melho
res do País. Com a proibição
do plantio sofre incalcaláveis
prejuízos o lavrador da nossa
região, que continga a ver
sem utilidade muttos terrenos,
privando-se de consumir um
produto que tanto aprecia e
lhe é indispensável; por ontro
lado, o jornaleiro, o pobre, que
vive do suor do rosto e passa
agonias para prever ao susten=
to da prole, encontra reduzida
a sua actividade, não descor-
tinando o meio de auferir mais

uns vintens para fazer face aos:

tremendos encargos que o sa-
focam.

Há absoluta necessidade de
proceder ao estudo criterioso
das condições em que vive a
agricultura desta região antes
que ela se arrníne por com
pleto, arrastando para a misê-
ria e para a desgraça pegue-
nos lavradores e rurais, ho
mens sádios de corpo e espíri-
to, que dedicam à terra um es-
fôrço tenaz, sem muitas vezes
cuidarem de saber se ela o re-
tribuirá com avareza.

COLO

NESTE magno problema das
vinhas, o nosso Grêmio da
Lavoura devia, sem perda de

viesse ao encontro dos interês-
ses dos vinicaltores, esclare-
cendo perante as respectivas
entidades, a situação especial
a região sob tal ponto de vis
Ao

Se, depois da vinda à Sertã,
na semana passada, da briga-
da que determinon o arranque
de muitas centenas de pés de
bDacelo, agiu de harmonia cem
as suas fanções, gne são as
de; defender, salvaguardar e
zelaros interêsses da comuni-
| dade agrícola, seria útil que,
“públicamente, explicasse os
passos dados para que todos
gs ficassem conhecendo,

: Questões darientas

RESTRIÇÕES DO PLANTIO DE VINHA PA REGIÃO

população do concelho da Sertã, ao
A ter conhecimento da chegada, à se-
‘de, duma brigada que vinha impor
‘o arranque dos bacelos plantados, sem li-
cença, por parte de alguns vinicultores, que,
desconhecedores das actuais disposições,
excederam os limites de plantio, ficou de-
“veras preocupada e teceu, à volta do ca-
so, as mais diversas conjecturas, umas ra-
zoáveis e sonsatas e outras fantásticas, co-
mo éde presumir. ..
“- Os vinicultores, sôbre que impendia
a transgressão, trataram de arrancar 08
bacelos postos além dos limites fixados pe-
Sa legislação, cumprindo assim, à

homens ordeiros é conscientes, que, só por,

igaorância, poderão desrespeitar as nor-
mas legais ou praticar um abuso, O seu
pundonor, o seu brio e o seu carácter de
bons e honrados cidadãos repele tôdas as
atitudes e todos os actos que briguem com
as disposições da lei, seja qual for o cam-
po que elas ocupem. Há uma noção eviden-
te e clara de civismo e um grande respeito
neste procedimento.

A lei é dura, mas é lei e, como lei, tem
de se cumprir sem pestanejar!

Evidentemente que os vinicultores da
nossa região não podem deixar de sentir e
lamentar o cerceamento imposto à sua es»
fera de actividade quando se lhos impõe o
arranque dos bacelos plantados com tanto
trabalho e sacrifícios! Os seus interêsses,
a economia nacional, o amor fanático à
terra e um alto espírito de compreensão
pela sábia e patriótica política de «Produ-
air e poupar», em tão boa hora iniciada e
propalada pelo Ministério da Economia,
aponta-lhes o dever de aproveitar, ao má-
ximo, todos os recursos do solo, extraindo
dêôle os produtos consentâneos à sua natu-
reza, que não obedece nem pode obedecer,
na maior parte dos casos, à vontade do
próprio lavrador, nem do agrónomo, nem
do legislador.

é Que importa dizer ao agricultor que
semeie trigo em determinada parcela da sua

d terra, se êle, pela prática e pela experiên-
tempo, tomar uma atitude que. ;

cia, já sabe que a única compensadora é o
milho? Se teimar, se seguir o conselho,
sujeita-se a um fracasso e lá vão, por água
abaixo, trabalhos e canseiras de muitos
meses e o dispêndio de quantias apreciá-
veis com o arroteamento, sementes e adubos!

E’ indubitável que o solo de quási tô-
da a nossa extensa região é pobre e, em
muitas zonas, extremamente ingrato, mas
a-pesar-disso, o seu possuidor dedica-lhe
um carinho inexcedível e tão grande que a
sua vida se confunde com a da própria ter-
ra; ela está intimamente ligada ao seu ser,
é a projecção da sua própria personalidade,
a fidilissima expressão das virtudes e vícios
que o distinguem e caracterizam. q E como

a ordem

ER OO mm A

não há-de ser assim se o homem da nossa

região é lavrador por tendência e por vo-

cação, mais do que pur necessidade ?
Glebas que, outrora, se prestavam,

a grandes e múltiplas culturas, encontram-
-se hoje partidas e repartidas; o rodar das
gerações pulverizou-as, reduziu-as à ex-
pressão mais simples, convertendo-as em
paupórrimos terrenos de monocultura!
é Que é isto, senão o resultado dum amor
profundo à terra e consegiiência próxima e
imediata de partilhas consecutivas ?

Por um naco de terra, por uma horta
de age. palmos, o nosso rúral é capaz de

ela se pelokiz e “enriqueça. Passa a vida
anteira agarrado à enxada, numa luta titã-
nica, continua e ininterrupta, que tem
muito de heróica, para que a terra lhe bas-
ve e possa depois transmití-la intacta aos
filhos, embelezada e melhorada. Pode la-
mentar-se dum ano mau, mas não desfale-
ce, nem perde a coragem nesse labutar
constante, sempre na esperança de que ela
virá, um dia, compensar todos os esforços.

E se é tão acrisolado êste amor pela
terra, que roça por um cego fanatismo, pa-
rece razoável e compreensivel que se fa-
cultem ao nosso agricultor todos os meios
para que alargue a sua esfera de acção,
obtendo do solo o mais alto proveito e 08
mais largos rendimentos. Mais: que se es-
timule a sua capacidade de trabalho, crian-
do tôdas as condições necessárias para O
aproveitamento de baldios, muitos dos quais
já seriam utilizáveis se não fôsse a falta de
recursos económicos.

ca aconselha e impõe que as encostas des-
ta região sejam aproveitadas, convenien-
temente, para o plantio da vinha; nem elas
podem ter outra utilidade nem é de admi-
tir que permaneçam improdutivas. A vinha,
entre nós, é escassa e raramente compen-
sadora. Pois bem: facilite-se, tanto quanto
possível, o alargamento da sua área; exi-
gem-no os interêsses do lavrador, de tôda
a nossa lavoura e a economia nacional.

A diversidade de condições geológicas
entre esta região da Beira Baixa e o Riba-
tejo determina que a uma não possam ser
aplicadas as mesmas restrições que à outra
em matéria de plantação de vinha; no Ri-
batejo abusou se do plantio, quando é cers=
to que muitos hectares de terreno deveriam
ter tido outro aproveitamento; aqui, pelo
contrário, desde sempre se arrotearam pa-
ra aquela cultura somente os terrenos in-
susceptíveis de qualquer outra.

E isto é que é preciso atender e con-
siderar para que não surjam grandes males
que a ninguém aproveitam,

EDUARDO BARATA

pela sua extensão e variedade de terreno,

Ora, uma boa e sã política agronómica e lápis

J4 por aí se está vendendo o’
vinho a 3840 ,0 litro, ou
seja a 68800. 0 almude!…. ei

De bebida acessível ao po…
bre e indispensável à maior
parte da gente, o sumo da uva
passou a enfileirar entre os
artigos de alto preço, como se
fósse de luxo…

Teremos de o dispensar às
refeições enguanto não for aút=
torizada a plantação livre de
bacelo nas terras utilizáveis
da região e fornecidos aos vi- –
nicultores o sulfato e enxofre.
de que carecem para conservas.
ção das vinhas existentes, que,
por falta do tratamento devido
e por virtude das péssimas
condições atmosféricas. do ano
io se vêem definhar dia .
a dia.

et gse
| DA de Todos os Santos!
e E”reservado par J – pris. Estad

meiras provas de ágnua-pé com
castanhinhas assadas à mis ‘
tara! Uma delicia para tóda
a gente mesmo para a que não
é devota de Baco…
pipa ffepago

no dia imediato 2 de Nou

vembro, surgem na vila.
bandos de garotos das cercas
nias, lestos e barulhentos, que .
batem de porta em porta, pes
dindo os bolinhos : — Boli-
nhos, bolinhos, à hora dos.
Santinhos !!t

Cada qual procura encher a

sacola o mais possível e do
melhor que puder e aos saitos

e aos gritos, cabriolando, vol=

tam para casa, todos contentes
BOr, ao menos uma vez no ano,
tirarem a barrigainha de mi
sérias !
“o Ore

2 de Novembro é dia de Fi-
nados, consagrado aos
Fieis Defantos. a
Logo de manhâzinha às igre-
jas e capelas da vila começam
a ser fregientadas. por uma
multidão ae crentes, vestindo
de rigoroso lato, para onvirem
missa por alma dos seas que-
ridos mortos, uma mainjfestas
ção de respeito e piedade que
tem. muito de comovente e im-
pressionante. A”
E de tarde contam-se por
muitas dezenas de pessoas que
visitam o cemitério para vrar
junto das campas dos seus de-.
funtos e depositar sôbre elas
lindos ramos de flores, átto
que exterioriza profunda e
inolvidável saiúdade e o calto
sagrado pela memória dos que
se encontram ligados a nós
pelo espirito e que, na sua pas:
sagem por êste vale de lágri-
mas, nos dedicaram todo o.
imarcescível afecto do sea Cos,
ração.

Este número foi visado pela
Comissão de Censura.
de Castelo Branco

 

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A comarca da Sertã

“Comba de Yiação de Sernache, L. da Postnrasôbro Teens automóveis
Concessionária das Carreiras de Passageiros entre

Castelo Braneo = Goimbra e Sertã -» lisboa “Aviga o público que, por falta de carbu-
rantes e pneus, e a partir de 6 de Outubro
efectua aquelas carreiras nos dias seguin-

tes:

– Castelo Branco—-Coimbra
Coimbra—Castelo Branco

– Sertã—Lisboa . . .
Lisboa—Sertã . .
Castelo Branco—Sertã
Sertãà—Castelo Branco

+ Proença—Sertã (com ligação a Lisboa).

E a — 5.º8mp Sábados

. Ca Leth into

o — 2,88, 52º q Sábados
= Pomingos, 4.º e 6.º
. e — 388 5,2 6 Sibados
Te great

— Sábados

Sertã—Proença (c/ ligação de Lisboa). — 6.ºº feiras

Sertã=Coimbra e vice versa »

— Ds passageiros vindos
“tas 2.º feiras têm, na

na carreira de C. Branco
Sertã, ligação a Lisboa

Ê. B. — Sempre que queiram viajar devem marcar seus lugares escrevendo para
Sernache, devendo em seguida ser avisados se têm ou não lugar

Atenção — À Carreira Coimbra—C. Branco efectua-se às 2.º e
6,º* e não às 2.º e 4, como anunciavam os prospectos anteriores

ELEIÇÕES

Nos Paços do Concelho reiini-
ram, com o Presidente da Câma-
ra, os Presidentes das Juntas e
Regedores das 14 freguesias do
concelho para se assentar na cam-
panha eleitoral para o bom re-
sultado das eleições a realizar no
próximo dia 1 de Novembro.

Em tôdas as freguesias reina
viva animação e é de esperar

que, à semelhança das últimas.

eleições, o acto seja muito con-
corrido.
o ese
FEIRA EM OLEIROS
No próximo domingo, dia 1
realiza-se na vila de Oleiros a
tradicionai feira de Todos os

Santos, que costuma ser bastante
concorrida.

QUEDA

Encontra-se muito doente. por
‘ter dado uma queda na sua ha
-bitação, a sr.* D. Rosa’ina da
Conceição Sousa, viúva, de 83
anos, desta vila mãe do nosso
amigo e conceituado comercian-
te em Putabongo (Congo Belga),
sr. Carlos António de Sousa.
Recebeu um profundo ferimento
na cabeça.

As melhoras da boa velhinha
é o que sinceramente desejamos.

Dignaram-se pagar as suas

indicados, os srs.: dr. Geraldo

Tôrres Rodrigues, Amadora, 108,

317; Joaquim Duarte Pigueira,

Chamusca, 190, 309; dr António

Alves da Cruz, Pôrto. 198 311;

Manuel José, Caramuio 108, 328.
Agradecemos.

Emissões das ESTADOS UNIDOS
EM LINGUA PORTUGUESA

– (Retorte esta Tabela
tidas

para referência futura)

Estações Dias Ondas curtas

– TIb WD] | Todososdiss,…. 39,7 m( 7,565 mo/s)
Tb — WRCA 3.º feira a Domingo 31, 02 m (9 67 mc/s)
7,15 |. WNBI Só 2º feirsec..core 25,28 m (11,89 mo/3)
8, 80 WRCOA 84 feiraa Sábado., 81L02m ( 9,67 me/s)
830 WNBI Só 2.º feira ..ccs.o 25,23 m (11:89 mc/e)
1830 WDO Todos os dias ,..,. 20,7 m(1447 mo/s
19,80 ‘WROA ‘Todososdias….. 198 m (15,15 mejs
19,45 WGEA 2.feira a Sábado.. 1956m (1553 mo/s)
21,30 WGEA Todososdias….. 1956m (15,83 mo/o)
21,80 WDO Todos os dias …… 20,7 m (14,47 mc/3)

— OIÇAAVOZ &
AMERICAcmMARCHA

PAGAMENTO DE ASSINATURAS |

assinaturas, até os n.º que vão

Art.º 1. 0 antigo 1.º da Pos
tura da Câmara Municipal de Ser-
tã, relativa aos automóveis ligei-
ros de aluguer, aprovada por
Portaria publicada no Diário do

| Govêrno n.º 13, II Série, de 16

de Janeiro de 1939, passa a ter a
seguinte redacção:

«Art.º 1.º
as seguintes tabelas de preços
para os automóveis de praça
nêste concelho :

TABELA A-—Preço por quiló-
mentro ou fracção :

Automóveis até 4 lugares, 28;
Atomóveis de mais de 4 lug-res,
2850; Em estrada má, de campo,
0 quilómetro pode ser pago res-

| pectivamente a 2830 e 2880.
– — 3.º e dias 23 de cada mês

O retôrno, pelo caminho mais
curto, é de conta do alugador.

Mínimo. de cobrança para as
duas categorias de carros:

Quando o carro sair da gara-
ge, 10800 e 12$50 Estando fora
da garage e dentro da vila, o
míaimo será de 5800 e 7850

8 1.º Quanto o serviço fôr
todo feito entre a 1 e as 5 horas
de verão, e entre O horas e as 7
horas, de inverno, estes preços
podem ser acrescidos de 30 /,,
se o percurso não fôr além de 20
quilómetros.

S 2º- Ao alugador é permiti-
do fazer se acompanhar de baga-
gens até ao pêso de 30 quilogra
mas. Para além dêste limite, o
motorista tem direito a cobrar
uma taxa, ajustada antes de ini.
ciar O serviço, sem o que não
pode ser exigida.

$ 3º—No local do destino, o
alugador tem direito a 2 minutos
de espera por cada quilómetro
percorrido. Se a demora fôr
maior, poderá o condutor do car-
ro cobrar respectivamente 2850 e
3850, por cada quarto de hora a
mais ou fracção.

“84º — O tempo de espera fica
livre de qualquer remuneração
quando. a utilização do veículo
alugado fôr por tempo igual ou,
superior a 12 horas, ma- nêste
caso o alugaúor será obrigado ao
pagamento de uma remuneração

mínima correspondente a 10UI|

quilómetros, por cada período de
24 horas «u fracção, acrescida da
quantia de 15800 por cada perío-
do completo de 12 horas.

8 5.º—O pagamento de porta-
gens fica a cargo do alugador

8 6.º— Para efeitos de remune-

tação o serviço começa a serl

contado no local em que se en-
contrar o veículo ao ser alugado,
e o retôrno será referido ao mes-
mo local,

TABELA B-—-Serviço à hora:

(Para baptisados, casamentos,
funerais corsos na área da vila
da Sertã e em Sernache do Bon-
jardim).

Automóveis até 4 lugares:

À primeira hora ou fracção,
30$00; Por cada meia hora ou
fracção de tempo excedente, 128.

Automóveis de mais de 4 lu
gares :

A primeira hora ou fracção,
40800; Por cada meia hora cu
fracção de tempo excedente,
15800.

S único — Fica a Câmara Mu-
nicipal de Sertã autorizada a al-
terar os preços das tabelas A e
B referidas nêste artigo, nos têr-
mos seguintes: A cada $20 de
aumento ou de diminuição do
preço—base da gasolina de 4$70
por litro corresponderá, respecti=

vamente, o acréscimo ou redução |
de $10 no preço do quilómstro e) ——

de 850 nos serviços à horg>.

Art.º 2.º — Estas modificações
ao artigo 1.º da P stura de 1939
entrarão em vigor depois de cum-
pridas as formalidades mencio-
nadas no art.” 53 do Código
Administrativo.

(Este projecto postura será pre-
sente à proxima reiinião do Con-
selho Municipal).

Sertã, 24 de Agosto de 1942.

O Presidente da Câmara – Care
los Martins,

— São estabélecidas | Colégio de

Rd esBsEssnasas TO =

senna aHassBREESaa

Ensino primário — Curso de Admissão
ao Liceu — Ensino Liceal completo

Tratamento cuidado e um ambiente
confortável e salutar

Enviam-se regulamentos com todas as informações a quem as solicitar

: Moo ROSS PARADAS CASAR GANDSL REGASE PHASE LANEHHS RACDANBESANDES te,

R Nun’Álvares

ALVARÁ N.º 42

Secções masculina e feminina em edifícios
independentes e aiastados, tendo cada
uma o seu internato Essssnasaa RE nar

Companhia Viação de Serna-
che, Ld.”

Concessionária das carreiras
de passageiros entre

COIMBRA e CASTELO BRANCO

Avisa o público de que foi for-
cada a estabelecer OS SEGUIN-
TES HORARIOS, por motivo de
várias reclamações oficiais e par-
ticulares, baseadas no facto de
em Castelo Branco se perder
quási sempre o comboio correio,

Chegada Partida

Coimbra. ……. 11,40
Pigueiró…..0o. 14,00 14,25
Sertã. coco… 15,30 16,00
Proença …….. 16,45 16,56 ,€
Sobreira. ….co. 17,20 17,30
€. Branco……. 19,30

O horário Castelo Branco—
Coimbra continua coino até aqui,
saindo da 1.º localidade às 9 ho-
ras e chegando à segundaas 16,40.

Também não ha alteração
quanto aos dias em que as car-
reiras se efectuam em qualquer
dos sentidos.

Norberto Pereira
Gardim
SOLICITADOR ENCARTADO

Rua Aureã, 139 2.º – D.º
Telefone 2 Zili

LISBOA

mn

Companhia de Viação de Ser-
nache, Limitada

Oleiros — Sertã. Eta carreira
efectussse às 2,ºº feiras — Liga
com Castelo Branco e Lisboa.

5.ºº feiras — Liga com Castelo
Branco e Lisboa.

Sábados — Liga com Coimbra
e Lisboa.

Sertã — Oleiros. Esta carreira
efeotua-se às 4,ºº feiros — Recs.
be ligação de Lisboa.

6.2º foiras — Recebe ligação de
Lisboa e de Coimbra.

Sábados —- Recebe ligação de
Castelo Branco,

Tomar (Estação)— Sertã e Vice
Versa (Serviço Combinado e dos
correios) efectua se diariamente,

ms.

Cotia “Fiz Serra”

(PARA AMBOS OS SEXOS)
Gurso dos liceus:
Admissão aos licous
e Instituto Comercial
e Industrial.

SERNACHE DO BOMIARDIM

O cordelor, 05 SApalos 6 as meias

Lemos há tempos que acaba
de enfileirar, ao lado de certas
ciências, mais ou menos ocultas,
uma nova ciência, a que se pG-
deria dar o nome de (Sapatomâne
cia).

«o- Consiste em conhacer o
caracter de alguém pelos sapatos
que traz. Eis algumas indicações: |
Se o salto e a sola estão gastos
regularmente, por igual, sem que
o desgaste seja maior numa bor-
da do que na outra, pode-se afir=
mar que o possuidor de semes
lhante calçado é ou será homem
de negócios, inteligente e enér-
gico, de espírito são, ou um tra-
balhador sério e digno de tôda a

confiança Se se trata de uma
mulher, será boa esposa e exce-
lente mãi. Quando o bordo exte-
rior da sola é o mais gasto, in-
dica no homem uma certa ten:

dência para aventuras, e na mu- .
lher um certo arrôjo e ousadia.

Se o bordo mais gasto é O inte-

rior indica fraqueza e irresolução
no homem e modestia na mulher.
Também o tamanho do sapatos,
o estado dos atacadores, das pres
silhas ou laços e a côr e qualida-
de das meias fornecem preciosas
indicações. Portanto, antes que
cases… vê que sapatos traz a
tua noiva ou o teu noivo e pres
gunta-lhe se comprou as meias ou
as peúgas no Rei das Meias,
Largo da Abegoaria, 32,
em Lishoa, e por aí ajuiza
da sua economia.

Joaquim André
PROFESSOR DIPLOMADO

Instrução Primária – Admissão aos liceus
Postos da Ensino – 1.º Ciclo dos liceus

TELEFONE 5 8074

Avenida Grão Vasco, 56 — Benfica
‘ LISBOA iemecemerinries crer mamar

Faça a expedição das suas .

encomendas .

por intermédio da COM-
PANHIA DE VIAÇÃO DE.
SERNACHE L.’, que lhe
garanto a modicidade de |
preços, segurança e rapidez

a certeza de que elas che-
gam ao seu destino sem o

mais leve dano.

“consulte o nosso escritó-
rio em Sernache do Bomjar-
dim e qualquer dos nossos
agentes do percurso de Lis-
b a á Sertã, em Proença-a-
N va, Oleiros, Alvaro e Pe-

“drógão Pequeno.

lefones n.º, Sertã, 5;
Se: ache, 4; Tomm, 70; San-
tarém, 200 Lisboa, 45503,

 

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A comarca da Sertã

Santa Teresa do Menino Jesus

Aºs almas consagrou uma vida de Amor,

Quando estava em Lisienz, no seu querido Mosteiro,
Por isso, em gratidão, pelo Universo inteiro,

Agora, se venera a «pequenina Flor» !

Furtando-se à clausura e pondo termo à dor,
Como rôla inocente, aberto o cativeiro,

Bate as asas, jovial, nam vôo livre e ligeiro,
Do exílio se evoloa, bem cedo, para o Senhor l…

has mãos o Cracifixo, envolto em flores mimosas…
Nos lábios o sorriso… hoje, passa o «seu Céu»
4 fazer bem à Terra, a «Serva de Jesus»:

Sempre, sempre aesfolhar sua «Chuva deRosas»
Sóbre os pobres Mortais e, como o Cirenéa,
4 tornar-nos mais leve a nossa dura Cruz

Sernache do Bomjardim, 3 de Outubro de 1949.

P. ARTUR MENDES DE MOURA

Neecrologia

D. Judite Bernardo da Silva

Após alguns dias de cruciante
sofrimento faleceu, na Abegoaria
(Sertã), às 3 horas da passada
2.º feira, a sr.? D Judite Bernar-
do da Silva, de 41 anos de idas
de, filha do sr. José Bernardo
Júni r. que foi Provedor da Mi-
sericórdia durante muitos anos
eda sr? D. Emília de Jesus Ber-
nardo, ambos falecidos, casada
com o sr Teófilo Domingos da

Silva e irnã do nosso prezado

amigo e assinante sr. Alberto
Dias Bernardo, empregado da
Companhi: Sena Sugar Estates,
em Matilde-Ch nde (Africa Orien-
tal Portuguesa).

À extinta era muito estimada
pela sua bondade e deixa seis
filhos menores. O funeral efe-
ctuou-se, no dia imediato, com
grande acompanhamento, para o

do-se diversos turnos no trajecto.
À tôda a família dorida, e em

especial aos srs. Teófilo da Silva , ã
“certos casos por decretos sim

e Alberto Bernardo, apresenta-
mos as nossas sentidas condo-

Iências.
Dr

Povo do concelho da Sertã!

cn Go io ms

“proxima a possos largos. –
+ : Ed ate os

Nolasalápis

(Continuação)

AIU a primeira geada na
noite de 22 para 231.
Formosíssima na sua alva»
ra a geada, quando vinda em
guantidade, dá à fólha morta
e ao desprezivel farrapo as
cintilações puras do cristal, a
que os raios luminosos em»
prestam encantos inexprimi=
veis ! o Re
Geada, sinal dos grandes
frios e do*Inverno que se’a-

O ia) asno
t .

A função das Câmaras

“Restringir o conteúdosda lei
às bases fundamentais dos regi-
mes jurídicos, para ser mais bre-

– cemitério municipal, organizan- Ve e acessível a discussão; con-

ceder também ao Govêrno a fa-

– culdade de legislar em decretos-

Cumpri o vosso dever,

de portugueses, votando ,

no dia 1 de Novembro na
eleição da Assembleia
Nacional.
Apatagpegago
DIA DE FINADOS

No próximo dia 2 de Novem-
bro, 2.º feira, consagrado aos
Fiéis Defuntos, rezam-se missas:
às 6 horas, na Igreja Matriz; às
8, na lgreja da Misericórdia e,
às 9, na capela de Santo Amaro.

“A’s 11, na Igreja Matriz, haverá

ofício. missa e sermão]
LED

João da Cruz Danid e Silva

O antigo e conceituado comer
ciante e industrial dá praça de

Lisboa, a cujo falecimento aludi- ;

mos no pretérito número, era na-
tural da vila de Pedrógão Pe.
queno, filho do sr. Francisco Nu-
nes David e da sr.* D. Margarida
da Conreição e Silva, sobrinho
dos falecidos industriais e bene-
méritos de Pe rógão Pequeno srs.
Francisco e Eduardo Conceição
e Silva e irmão da sr.* D. Ma-
ximina David e Silva, mãi da sr,*
D. Marg rida Nunes e Silva, es-
pôsa do sr José Nunes, chefe de
secção da Secretaria Judicial des-
ta comarca. a quem tornamos
extensivas as nossas condolências

O extinto, senhor de invulga

em todos que o conheciam, quer

leis e até de modificar as leis em

ples, para cumular as deficiências
das curtas sessões legislativas,
atender aos casos de maior ut-
gência, desentorpecer a adminis-
tração; finalmente fazer preparar
em assembleia o mais possível
composta de técnicos e de feição
errp’rativa, os estudos que de-
vem servir de base às votações
da Assembleia Nacional.»

Salazar (Do discurso pronuncia-
do em 9 de Dezembro de 1934)

o :
À essência do Estado

«O Estado é profundamente
nacional, popular mas não de-
magógico, representativo mas
anti-democrático, forte mas não
tirânico nem absorvente.»

Salazar (Do discurso pronuncia-
do em 9 de Dezembro de 1934)

é
O significado das eleições

«O acto eleitoral tem nesta

“hora um significado especial de
unidade patriótica que transcen- |

de os domínios da própria poli-
tica interna.»

Dr. Mário Pais de Sousa (Do
discurso pronunciado em 18
de Outubro de 1942)

+
O acto eleitoral

«Esse acto tem de ser, não a
expressão da vontade dum gru-
po ou de facções sem coesão,
mas antes e acima de tudo a

afirmação unânime e consciente

na vida privada, quer na’sua lon- .

ga lide comerçial, saiúidosas lem-
branças.

res dotes de modéstia, deixou. de um movimento colectivo de

carácter nitidamente nacional.»

Dr. Mário Pais de Sousa (Do
discurso pronunciado em Il
de Qutubro de 1942)

Avô da Comarça

=”
(Noticiário dos nossos Correspondentes)

Obras de restauração da
igreja matriz

OLEIROS, 19—Terminaram as obras
de pintara, reparação e douramento
da talha do altar=mór da Igreja desta
vila, Que o abastado proprietário e
grande industrial, sr. Augusto Fernan=
des, mandou realizar. Dizem=nos que
os trabalhos custaram ao prestimoso
amigo de Oleiros ama avaltada impor=
tância, o que nos não admira se olhar»
mos à grandeza da obra e ao eserún
palo com que foi execatada.

O templo, verdadeiramente magní
fico, apresenta um aspecto de renovam
ção que encanta, sem em nada pre»
judicar a sua natural antiguidade, que
tanto o valoriza.

Pena é que não haja outros benes
méritos que completem a obra agora
realizada, reparando e dourando os
quatro restantes altares da bela Igreja.

Dirigia as obras o pintor dourador
da Sertã, sr. Pedro de Oliveira, que
conhecíamos já como artista de valor
e aqui confirmou a justa fama de que
vinha precedido, esmerando-se em
realizar uma obra perieita e completa,
que a todos encanta.

Para com o sr, Augusto Fernandes
contrairam os oleirenses ama divida
que só pode ser paga com muita ami»
zade e reconhecimento. O grande in=
dustrial, crêmo-lo bem, não quere nem
precisa de outras provas da nossa
gratidão.

combate à doença dos pinhais

A pedido da Câmara Manicipal dês»
te concelho esteve nesta vila, no dia
11 do corrente, o Exm ºSr Engenheir
ro silvicaltor Baeta Neves, que num
dos salões do hospital Barata Relvas
fez uma conferência e deu as instra=
ções necessárias tendentes a comba-
ter o mal que está grassando nos pis
nhais e ameaça a maior riqueza desta

região. Assistiram à conferência as

autoridades da vila e muitos proprie-
tários. Oxalá que as instruções dadas
sejam rigorosamente cumpridas e
deem os resultados que esperam os
proprietários, preocapados e com ras

“| zão, com o avançar da terriveldoença.

Oferta ao Posto de Vale
– da Galêga .

VALE DA GALÉGA (PEDRÓGÃO

PEQUENO), 23—Deu-nos o prazer da

sua visita o Exm,º Sr. Francisco An=
tanes Branco, natural desta localida=
de e residente em Lisboa, onde se en
contra estabelecido.

“* Como prova de que se interessa pex
lo progresso na sua terra, e grande
amigo da instrução, teve a honra de
oferecer 50800 para o nosso Posto em
benefício dos alanos. –

A sua regente, maito grata pela sua
generosidade, vem por êste meio ma
nifestar-lhe a sua extrema gratidão,
pedindo a Deus lhe recompense todo
o auxílio que o seu bondoso coração
dispensar aos seus semelhantes,

E:
HDS

Combustíveis para os laga-
res de azeite

Todos cs donos de exploração
de lagares de azeite exclusivas
mente accionados com motor a
gasoil ou a petróleo e que dese.
jem trabalhar na presente campa-
nha, devem fazer as suas requisi-
ções de combustíveis até ao fim
do mês corrente nos Grémios da
Lavoura dos seus concelhos, e,
na sua falta, nas Casas de La
voura ou nas Câmaras Munici-
pais.

Todos os interessados, por
virtude das dificuldades do mo-
mento, devem ser moderados nos
seus pedidos.

ando Degas
Arranque de bacelos

Por motivo da ordem deter-:

minando o arranque de bacelos
a diversos vinicultores do con
celho, o Grémio da Lavoura de
Sertã e Vila de Rei expediu o
seguinte telegrama ao sr. Enge
nheiro-Agrónomo dos Serviços
Agrícolas :

«Grémio da Lavoura de Sertã
e Vila de Rei roga a V. Ex.
que seja suspenso telegráficamen-
te ordem arranque vinha área
Grémio até vir uma Comissão
estudar terrenos nossas reclama-
ções. Os agrónomos e regentes
agrícolas conhecedores da região
podem atestar nossa justiça. Pre-
sidente Grémio, Gualdim Quei-
r0Ze?

à” margem da guerra .

Após a conquista de Tobruk, os ptisioneiros inglêzes, em número de cêrea
de 30 mil, são conduzidos para os campos de concentração alemães

Secção Literária
O FARRAPO

Chamavam-lhe O Farrapo, e só por
essa alcunha era conhecido entre os co-
legas de profissão.

Aparecera um dia na estação do ca-
minho de ferro a oferecer os seus prés-
timos como moço de fretes aos passa-
geiros dos combóios. Ninguém o co-
nhecia. O seu aspecto era o de um ho-
mem de cingiienta anos, mas quem o
observasse de perto notaria que deve-
ria ter uns dez anos a menos do qué a
idade que aparentava ter.

A princípio os companheiros reagi-
tam, procurando fazer com que.o novel
concorrente deixasse de assentar ar-
raiais na estação.

Um dos recoveiros anticos — o Ma-
nuel da Bica — com ares arrufiados, e
induzido pelos outros, chegara mesmo
a procurar intimidá-lo, intimando-o, em
atitude ameaçadora, a levantar vôo pa-
ra outras paragens, mas Farrapo não
lhe dera qualquer resposta.

— Ah! êle é isso! Com que então o
cavalheiro faz-se desentendido. .. Pois
fique sabendo que isto aqui não é sala
para cãis. É se não se põe na alheia
quanto antes, comigo se terá que ha-
Vere ass e

Serenamente, Farrapo respondera
desta sorte ao provocador :

— Estou aqui porque preciso, como
você e os nossos companheiros, de ga-
nhar a vida. Não sairei, portanto. E
quanto a ameaças, melhor é deixar-se
disso porque, graças a Deus, não as temo!

Andava perto o polícia de serviço e
à bôca do túnel destacava-se já a man-
cha ennegrecida do combóio-correio do
Pôrto. Yalvez por isso, a conversa não
prosseguiu na ocasião. Mas o olhar de
ódio que o Manuel da Bica lançara ao
Farrapo era indício seguro de que ela
teria o seu natural seguimento noutro
local e noutro tom… E teve-o, efecti-
vamente !

Com efeito, nesse mesmo dia, à noí-
te, ao passar Farrapo por uma das ruas
do Bairro Alto, em direcção a casa,
saltou-lhe, de repente, ao caminho, vin-
do de uma taberna, o Manuel da Bica,
de navalha em punho.

— Ora agora é que você vai aqui di-
zer se tem ou não tem mêdo e se deixa
ou não de aparecer na estação à gosma
dos fretes…

Viu Farrapo o perigo em que se en-
contrava. Sem perda de tempo furtou
o corpo a um golpe traiçoeiro da nava-
lha do Manuel da Bica; seguidamente,
e com uma agilidade de que ninguém o
supotria capaz, saltou sôbre o seu an-
tagonista e lançou=lhe as mãos ao pes»
coço.

A navalha caiu no chão, ao mesmo
tempo que os olhos e as feições do Ma-
nuel da Bica revelavam a angústia de
quem se vê privado da respiração.
Mas, acto contínuo, a forte pressão das
mãos do Farrapo afrouxou, Manuel da
Bica retomou, pouco a pouco, o uso
das suas faculdades. Reconhecendo-se
vencido afastou-se do local da briga,
ouvindo ainda o Farrapo dizer-lhe :

— Olha a navalha que te caiu no
chão… Apanha-a, vai com Deus, e não
tornes a atravessar-te no meu cami-
nho… Nem tu nem nenhum outro dos
nossos companheiros…

Os conselhos do Farrapo foram aten-
didos visto que, de aí para o futuro,
ninguém mais. se atreveu a provocá-lo.
Pelo contrário, todos acabaram por se
fazer seus amigos, incluindo o próprio
Manuel da Bica, pedindo e seguindo as
suas opiniões e conselhos nas questões
graves da vida.

é

Mas, afinal, quem era o Farrapo ?

Durante muito tempo nada se soube
a seu respeito. Até que um dia…

«o. lUm dia um homem modestamente
vestido, com todo o ar de campónio po-
bre, ao sair da estação encarou com o
Farrapo. Viu-se então êste empalide-
cer subitamente, como se se visse em
presença de uma aparição do outro
mundo, e afastar-se com O viajante,

Já fóra da estação, a um canto do

 

gtadeamento, quem os pudesse escutar
ouviria o seguinte diálogo :

— Está admirado de me ver aqui, tio
João ! Julgava-me naturalmente morto
por essas terras de França, há muitos
anos, não é verdade ? Pois como vê,
aqui estou vivo e de saúde, embora se-
ja apenas — avelhentado como estou—
uma sombra do que fui, quando as ca-
chopas da nossa aldeia se agadanhavam
por minha causa…

— Se não te reconhecesse pela voz,
disse o tio’ João, não diria que eras
o Joaquim Tanoeiro, o cachopo mais

perfeito, trabalhador e atiradiço-da |

nossa terra, que um dia foi para a
guerra e não tornou a dar mais noti=

cias… Todos te julgávamos a dormir |

o sono eterno nalgum cemitério per=
dido da França… ou lá o que é… A
guerra acabou há muitos anos, a gen=
te do tea Regimento voltou (a que vol=
tou, bem entendido…) e só de ti nem
novas nem mandados… –

— Coisas da vida, tio João.

Não quis Deus que ea por lá ficasse,
que bem melhor teria sido… E ao

pronanciar estas palavras duas lágrim –
mas lhe ailoravam aos olhos. Deas, *

que tudo pode, condenoa-me a viver.

Campra-se, pois, a vontade de Deus. |

Pois é verdade, tio João, é bem o Joa-
quim Tanoeiro que tem a dita de estar
aqui a falar consigo. Aqui, porém, pau
ra os meus companheiros de trabalho
e infortúnio, sou apenas o Farrapo, e
nada mais… um homem sem nome,
quási uma coisa, e se não lôra havera
lhes mustrado que tenho: bons palsos

haver-me-iam escorraçado como a

cão vadio…

— Mas há coisa que eu não com»
preendo, disse o tio João, porque é
que não continuaste a dar noticias à
tua malher ?

(Continua) E. V. Reimão

Cro

+ “es Ea a eai F es a = ma

* AGENDA £

8
“e Ea a EA x Ed “as +“ a A ea É

dcompanhada de seu filho,
sr. Henrigue Monra, retirom
do Pêso para Lisboa a srº
D. Sofia Beatriz de Monra.

— No princípio do mês par-
tiram para Castelo Branco,
a-fim de prosseguirem os sens
estudos, os srs. Luiz e Januá-
rio Simões Barata, filhos do
sr. Januário Simões Barata, do
Bravo.

LG
DOENTE

Continua gravemente doente a

sr.* D. Júlia de Moura Costa, es-=.

pôsa do sr. António da Costa,
da Sertã. téia

LHrOLLO-

Em benefício dum estu-
“dante pobre

Acudindo ao nosso apélo em
favor do pequeno estudante Er-
nesto Lourenço, da Sertã, que já
frequenta o 1.º ano liceal no Cos
légio «Vaz Serra», de Sernache
do Bomjardim, ao qual, por nos:
so intermédio, foi concedida ma.
trícula gratuita, recebemos mais
os seguintes donativos dos srs, :
João Lourenço, 50$00 e Joaquim
da Silva, 10300.

A ambos os nossos amigos,
residentes em Lisboa, apresenta»
mos os melhores agradecimentos.

Esperamos que novos donati-
vos nos sejam enviados, com tô.
da a brevidade, para o mesmo
fim, dada a absoluta necessidade
de adquirir os livros e outros
apetrechos escolares e bem assim
um fato, conforme já explicâmos,

 

@@@ 1 @@@

 

A comarca da Sertã

GUIMARÃES

Guimarães, 25 de Agosto—Estar em Vizela e não visitar
Guimarães, aqui adois passos, seria invocar o velho
adágio de «ir a Roma e não ver o Papa».

No curto trajecto daqui àquela
cidade, o cenário que se nos
apresenta é inalterávelmente Oo
mesmo a que já nos referimos na
nossa crónica anterior. À mesma
imponência e as mesmas mara-
vilhas.

Na estação eramos aguardados
pelo nosso amigo e digno repre-
sentante naquela cidade dos jot-
nais «O Primeiro de Janeiro» e
«Diário do Minho», sr. João de
Deus Pereira, que prêviamente
se nos-havia oferecido para nos
acompanhar na visita à cidade. |

Não. podiamos ter pois a-hon-
ra de melhor companhia, para

visitar a histórica cidade que foi.

berço da nossa nacionalidade, e
que nós tanto ansiávamos por
conhecer.

Dedicando a tudo que se pren-
diá com a nossa visita o melhor
do seu interêsse, revelando ama-
bilidade que jamais esquecere-
mos, o nosso presado confrade
levou-nos em primeiro lugar ao
Museu Regional de Alberto Sam-
paio, cuja visita nos deixou de-
vêtas maravilhado.

Entre tantas preciosidades que
transportaram nosso espírito re-
ligiosamente a éras remotas,
apraz-nos destacar pela sua im.
ponência sem par: pelo seu rico

valôr histórico, o altar castelha-

no de Aljubarrota (Século XIV)

tos salões foi nos dado admirar
um belo conjunto de documentos
de arqueologia monumental, epi-
grafia, numismática, cerâmica e
gravuras, além de uma biblioteca
de quarenta mil volumes Tem
ainda confiadas à sua guarda e
conservação as duas importantes
estações arqueológicas da Citã-
nia de Briteiros e Sabroso, que

cidade.

O meu amável companheiro
que tinha organizado o «progra-
mas com 4 proficiência digna
dum jornalista conhecedor pro-
fundo do «metier», tinha-nos já
preparado um automóvel no qual
nos encontramos agora em de-
manda da Penha, o sítio mais
alto da cidade, a uma altitude de
617 metros.

jamais temos feito.

Eis nos no ponto mais alto de
Guimarães — a Penha, cuja fama
corre mundo.

O nosso amigo Pereira, não
esquecendo uma velha tradição
aqui muito em uso, e desejando
ter para connosco mais esta ama-
bilidade, foi pessoalmente à tôr-
re da graciosa capelinha da Se-
nhora da Penha e repicou por al-
guns momentos os sinos, dizen-

do-nos depois ser velha usança
quando ali chegam visitantes

O jornalista Sr. João de Deus Pereira com o nosso
representante na visita à cidade

todo talhado em prata dourada,
digno da venerável admiração de
todos os portugueses.

Sempre presente e conhecedor
profundo destas preciosidades da
nossa história, o nosso prezado
companheiro que com as melho-
res deferências nos acompanha,
vai-nos elucidando do valor his-
tórico de todos os motivos que
extasiam nossos olhos àvidos de
beleza. .

Encontramo-nos agora a cami-
nho da parte alta da cidade, on-
de já avistamos um conjunto
monumental, constituído pelo glo=
rioso Castelo, a maravilha que
data do Século X.

Aqui. a nossa sensibilidade
sentiu-se elevada. Exultâmos de
uma indizível e íntima satisfação.

Percorremos todos os seus re-
cantos, subindo aqui para descer
acolá, e sentimos que o nosso
espírito abandonava por momen-
tos tôda a vida exterior.

Estamos agofa no ponto mais.

alto da tôrre de menagem. Exu-
berante e enternecedor êste pa-
norama. Por todos os lados se
lobriga uma lindíssima paisagem,
especialmente sôbre a cidade que
êste vetusto castelo domina por
todos os lados.

Cá fora, unto ao Castelo, vi-
sitâmos também a igrejinha de
S. Miguel do Castelo que data

do Século XII na qual foi bapti-!

zado o fundador do Reino.

Atravessamos agora uma parte

da cidade em direcção à Socis-
dade Martins Sarmento, mas a
nóssa marcha é interrompida por
vezes para admirarmos o pito-
resco destas ruas e de suas casas
de estilo ramânico que nos dão
uma ideia da arte primitiva.
Encontramo-nos agora na refe-

rida Sociedade. Edifício de belas

linhas românicas Nos seus vas-

| Percorremos então os vastíssimos
prontos de onde se lobrigam os

mais enternecedores panoramas

| de uma grandeza sem par, e que
“suplanta tudo que até agora te-
mos visto. Excedem tôda a nos-
| Sa espectativa tanta imponência
“e beleza.
‘ Em frente a 6 quilómetros de
“distância, mas que dali nos dá a
sensação de ser muito mais perto,
“avistamos o templo de S. Torca-
to, com as suas duas tôrres im-
| ponentes — o maior documento
“do saber dos canteiros minhotos,
“e onde se realiza no primeiro do-
| mingo de Julho a maior romaria
de Portugal. Mais para a direita
, também nos oferece um belíssi-
| mo aspecto com o seu casario
“muito branco, a risonha vila de
Fafe. Um pouco mais longe, ain-
da, lá está magestoso o templo
do Sameiro, outra maravilha que
já visitámos, e mais longe ainda,
-mas que facilmente avistamos, lá
estão como que a fazer pano de
fundo serranias de Espanha.
Nesta deliciosa Penha visitá-

mos a Gruta-Ermida da Nossa:

| Senhora do Carmo da Penha,
| dentro de uma gruta, e cujo altar
foi esculpido na própria rocha
| de gigantesca dimensão, Estamos
“junto do monumento a Gago Cou-
“tinho e Sacadura Cabral igual-
‘mente esculpido numa enorme
rocha, e visitados ainda tantos
‘ outros motivos igualmente dignos
de admiração, e por fim foi ser-
vido um lanche na afamada Pen
são do sr. loaquim da Silva, o
que foi motivo para troca de saii-
“dações aos jorn is <A Comarca
da Sertã»
ueiro» e «Diário do Minho» na
pessoa dos seus representantes
ali presentes.

Ao fim da tarde regressámos a

“esta vila fazendo o trajecto por

distam quinze quilómetros desta

Percurso dos mais belos que;

«O Primeiro de Jja-.

SANTORO

Em dia de Todos os Santos,

o rapazio e os mendigos dos
povos da Beira Baixa percorrem as casas a pedirem um san-4

torinho. Também nesta data é
de uso os padrinhos darem. o
santoro aos seus afilhados.

Na Sertã os pobres e os,
rapazes pedem, no dia imediato ;
ao de Todos os Santos de porta |
em porta, os bolinhos: pão e
castanhas. Também os’padrinhos |

dão, aos afilhados, merendas
doces (pequenos páis de farinha
com azeite e mel ou açúcar).

CONTRA AS SEZÕES |

Na capela de N. S. dos Remé- |
dios, subúrbios da Sertã, ha-
via uma imagem de S. Judas
Tadeu, advogado contra as se-.
zões. Para que aquelas desapare-
cessem era essencial que a ima-
gem fôsse roubada da capela,
isto é, retirada do seu logar sem
que ninguém visse, e levada para
casa do doente, junto de quem a
deitavam. Obtida a cura era a
imagem reconduzida à capela,
também a ocultas,

Da última vez que a imagem
foi roubada pouco depois da pro-
clamação da República, não vol-
tou mais a aparecer a pesar do
capelão respectivo ter recordado.
o dever, a quem quer-que a tem,
de a restituir.

Jaime Lopes Dias:
e

Abastecimento de carnes Verdes

No sábado passado foi insufi
ciente a carne posta à venda no
talho municipal para consumo da
população da vila.

A Câmara publicou um aviso
esclarecendo que as pessoas que
se apresentarem à porta do talho
antes das 8 horas, para que está
marcada a abertura, não têm
qualquer direito de preferência
sôbre aquelas que ali chegarem
à hora precisa; pelo contrário, as .
primeiras deverão ser atendidas |
depois destas. Pretende se, as.
sim, acabar com antigos abusos;
até há pouco, muita gente che-.
gava ali cedíssimo, às 6 horas e,
às vezes, antes, exigindo, por
esse facto, as quantidades e qua-
lidades que lhe zpetecesse, sem
consideração alguma pelos ou-
tros, que também têm necessida-
des e iguais direitos. Dava se
mesmo êste caso ridículo e des-
conforme: havia donas de pen-
sões que, logo de madrugada,
colocavam à porta do talho um
prato, voltavam aos seus afaze-:
res e à hora da abertura compa-
reciam para levar, não só a car-,
ne que precisavam, mas tôda.
mais que lhe desse na gana,
abastecendo-se ilimitadamente de
alcatra, lombinho e de tudo quan-
to havia de melhor. Os que vie-
ram depois, que tivessem paciên-
cia muito boa para a vista, mas
que não serve para matar a fome!

Achávamos muito bem que a
Câmara continuasse a manter
aquela disposição que vigorou
durante algumas semanas e que
consistia no fornecimento limita-,
do de carne — cremos que eram
2 quilogramas — até às 9 horas,
por família, e depois daquela
hora a venda era livre, podendo
cada qual abastecer se da que
lhe aprouvesse. Essa medida re
frearia a ganância desmedida de
alguns e ao mesmo tempo não
lesaria os interêsses dos mar-
chantes. lado aposto ao da ida fechando,

“assim, com chave de ouro esta

nossa inesquecível visita.

Pena é que a todos os portu-
gueses, sem dist nção, não s ja
dado o prazer de admir r todas
estas belezas do n sso Portugal.

João Antunes Gaspar

achada principal do edifício da [Casa do Povo do.Pêso

INAUGURADO EM 13 DE SETEMBRO DE 1942

Crónica a semana

Eleição de Deputados

O sr. Ministro do Interior tem per-
corrido algumas cidades do País em
propaganda do acto eleitoral marcado
para O próximo dia 1, em que deverão
ser escolhidos os Deputados à Assem-
bléia Nacional.

Essas reiiniões têm marcado por um

civismo e fervor patriótico que de- –

cançado pelo Estado Novo mercê de
uma política de realizações morais e

“materiais que está à vista de todos, por

uma sábia e clarividente obra de re-
construção económica: que se ergue in-
destrutível e que, por si só, fala mais
do que as palavras.

Na reiinião de Coimbra, disse o sr.
dr. Augusto Braga de Castro Soares,
chefe do distrito : «E preciso que todos
os nacionalistas se unam em demons-

‘ tração de apoio ao Estado Novo | Uma
* Bandeira deve congregar em redor to-

dos os portugueses para exibição ma-
gnífica de pujança e unidade da Pátria»,

Escusado é dizer que a população do |

concelho da Sertã cumprirá o seu de-
ver patriótico nesse dia, votando,
em massa, a lista dos novos Deputa-
dos. E, fazendo-o, limita-se a exterio-
rizar a sua gratidão ao Govêrno de Sa-
lazar pelos benefícios conseguidos até
hoje e que muitos são.

Cancerosos

Como de costume, efectua-se na Ser-
tã, no dia 1.º de Novembro, um pedi-
tório a favor dos cancerosos pobres,
de que piedosamente se incumbe um
grupo de pentis meninas.

E’ tão horrível a doença do cancro
e tais proporções tem tomado nos últi-
mos anos, figurando, a-par-da tubercu-
lose, como um dos maiores males que
corroe e ceifa a humanidade, que nin-
guém, do mais rico ao menos abasta-
do, deverá negar o seu óbulo para um
fim inegâvelmente meritório: tratar e
curar os infelizes doentes e criar con-
dições propícias para combater o terri-
vel mal.

O nosso Exército perante o actual conflito

Na cerimónia da abertura do novo
ano lectivo do Instituto de Altos Estu-
dos Militares, a que assistiu O vene-
rando Chefe de Estado, o sr. General
António Gorjão Couceiro de Albuquer-
que, director do Instituto, fez as seguin-
tes afirmações na sessão solene: «Os
mais flagrantes aspectos da luta que
envolve os dois partidos que se degla-
diam, caracterizam-se, de um lado pela
mais cuidada e metódica preparação
militar; do outro, pela extraordinária
capacidade de adaptação às necessida-
des da guerra, aliada a uma rara capa-
cidade de resistência à desmoraliza-
ção». :

Preconizou como o mais recomendá-
vel a nações como a nossa um cuidado

especial na metódica preparação para

a guerra, consideradas as caracteristi-
cas psicológicas dos povos meridio-
nais. Citou em refôrço da sua tese a
opinião de um militar português que já
em 1869, nas vésperas da guerra franco-
prussiana, proclamava a necessidade
de se disporem com cioso cuidado e a
devida antecedência, ante o baquear su-
cessivo de dinastias e povos com me-
nosprezo dos direitos das nações, todos
os recursos do Pais para se levar tão
longe quanto possível a defesa dos nos-
sos lares e da nossa independência.
Terminou por dissertar sôbre as suas
doutrinas fundamentais da arte da guer-
ra — ofensiva e defensiva — sob o as-
pecto militar e técnico de interêsse pa-
ra os trabalhos que constituem a mis-
são normal do Instituto.

Clube da Sertã

Está designada para Amanhã pelas 20
horas, a convocação da Assembléia Ge=
ral do Clube da Sertã, a-fim-de se pros

‘monstram, plenamente, o prestígio al-,

ceder à leitura dos seus estatutos em
última redacção.

Castanhas

Apateceram, no sábado passado, no
mercado local, as primeiras castanhas
da época, luzidias no seu epicarpo ne-
gro de verniz, a esconder o fruto alvo,
tentador e saboroso, que em tempos
não muito afastados foi grande riqueza
da região, sobretudo no cancelh: de
Oleiros, onde substitua o pão como
alimento dos pobres, acudindo às im-
periosas necessidades do govêrno da
casa quando outros produtos faltavam.
E’ que a castanha, enquanto a doença

“não dizimou os soutos, garantia a abas-

– tança do homem das serras e afugenta-

va, para longe, as perspectivas da fome
negra.
Tal era o seu valor noutros tempos

que não havia fôro ou pensão que dei-

+ xasse de incluír uns tantos alqueires de

 

castanha sêca, a saborosissima e doce
castanha pilada, que os garotos trin-

cam com prazer e de que ainda hoje se.

faz nalgumas casas, um caldo, de mis-
tura com umas gotas de leite, consti-
tuindo um magnífico e excelente pitéu |

A castanha hoje é pouca e a que apa-
rece é disputada com calor das mãos
das vendedeiras !

Por aquela pediam 18400 0 alqueire.
Não era cara.

O castanheiro, só por si, emprestava.

grande beleza aos vales e p ndores da
nossa região; o tronco carcomído dava
guarida e refúgio ao pobre pegureiro,
livrando-o das nortadas e dos sois in
clementes. Com o seu desaparecimen-

Ato, a flora regional perdeu muito do

seu valor, além de que a sua madeira,
bonita, rija e duradoura, tinha um sem-
número de aplicações e usos práticos,
desde os tonéis às mais ricas e precio-
sas mobílias, que duravam uma eterni=
dade. Um pau de castanho vale hoje
uma fortuna |! é
«dad dedo

Novo Delegado da Com rca

Foi nomeado Delegado do Pros
curador da República desta co-

marca o sr. dr. Bernardino Ro- .

drigues de Sousa.
ra

DIA DA AGÇÃO GATÓLICA

O dia da Acção Católica, es-
pecialmente consagrado a Cristo-
«Rei, teve, na Sertã, condigna
comemoração Além das cerimó-
nias na Igreja Matriz —-missa su

lene, comunhão geral e sermão—

houve, n: Escola Cond – de Per-
reira, uma interessante festa pro
movida pelas senhoras da À. €.,
a que assistiu muita gente.
Começou por uma sessão so=
lene, presidida pelo Rev.” Vigá
rio Eduardo Filipe -Pernandes,
usando da palavra as sr.* D. D.

| Maria José Corrêa e Silva. Maria

José Serrano, Gabriela Ventura,
Maria do Carmo Farinha e Maria
Ramalhosa, que aludiram à so-
lenidade do dia, como dos mais
belos nos fastos da Igreja Cató
lica e descreveram a actividade
espiritual e caritativa da A. €.,
no nosso meio durante o ano; o
sr. Eduardo A. de Caires, pro-
fessor do Outeiro da Lagoa, pôs
em relêvo o grandioso papel de
sempenhado pelo mesmo orga-
nismo. Depois, algumas meninas
e cijanças re-itaram lindas poe-
sias e monólogos e entoaram, em
côro, diversos cânticos religiosos,
que a assistência sublinhou com
calorosas palmas.

No final, foi leiloado um pato,

que rendeu cêrca de 100 escudos”