A Comarca da Sertã nº318 05-11-1942

@@@ 1 @@@

 

DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO

Eduardo Parata da Silva Coreia

cmi. REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ——
RUA SERPA PINTO-SERTÃ

AVENÇADO

PUBLICA-SE ÀS

QUINTAS FEIRAS

Sn gd erga comme
– FUNDADORES e
— Dr, José Carlos Ehrhardt —
— Dr. Angelo Henriques Vidigal =

| — »António Barata e Silva | “=.
Dr.-José- Barata. Corrêa e Silva
Eduardo Barata’dã Silva” Corrêa

ANO VII |
N.º 318

Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sextã: concelhos de Sertã
| Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho de Mação) |

ertã

Composto e Impresso!
NA :

TIP, PORTELLA FEIJÃO

CASTELO
BRANCO!

DSauRa’ ;
TELEFONE!
112
|. NOVEMBRO |.
1942 .

Notas Eus

KW agora a época em gre des-
abrocham e vicejam os cri-
sântemos, de que há varieda-

des lindíssimas e as côres.

mais variegadas.

O Adro, onde êles existem,
tem também os seus encantos
nesta época, pois houve o cui-
dado de os plantar ali em lar»
ga profusão e de dispensar, a
cada planta, o cuidado e cari-
nho no tempo próprio, que não
só na trimavera, o período
mais propício, no nosso clima,
ao desenvolvimento da flori-
cultura. .

E não sabemos porquê, tal-
vez porque são raras, dispen
sumus às flores, durante o
Outono e Inverno, maior aten
ção e mais cuidado, embeve-
cendo-nos a contemplá-las…

Us japoneses, que têm um
culto especial por tudo quani-
to a Natureza lhes oferece de
mais belo, fino e delicado, de-
dicam aos crisântemos espe-
cial afeição, havendo regiões
onde são cnliivados em larga
escala e com esmêro inexce-

dível,
a

? de iamentar que, em maix
tos pontos aa nossa co-
marca, ainda hoje se dirimam
questões à navalhada, mesmo
as mais fúteis, usando-se e
abusando-se dêsse instrumen-
to repelente de agressão sem
olhar às suas consegiiências,
geralmente nefastas. Basta
que a navalha atinja, levemen-
te sequer, uma região melin-
drosa, para que se produza a
morte; e esta origina, infali-
velmente, uma série de danos
morais e materiais irrepará-
veis, que um momento de irre-
flexão não media:

O uso da navalha evidencia
péssimos instintos e uma co-
bardia a tóda a prova.

Às causas imediatas do uso
da navalha baseiam se no al-
coolismo, porque, na maior
parte dos casos, só o homem
com o cérebro toldado, come»
tea frio, a façanha de vibrar
am golpe no seu semelhante
para vingar uma afronta, Nos
meios pequenos, então, o jors
naleiro sente-se atraído para
a taberna e tôda a sua ânsia
é beber, beber até cair, uns
após outros, copos e copos de
vinho! Perdendoo uso da ra-
Zão, julga-se encorajado a pra-
ticar os actos mais rains e tor-
-peseapôremexecução as amea-
ças sinistras que o dominam,

A tabernal Eis o inimigo do
povol

Só a Instrução, a Catequese
e as Casas do Povo se pode-
rão opor à sua nefasta e cri-
minosa acção. Ela é a origem
da maior parte das desditas de
queenferma a sociedade, o can:
cro que a corroe e vilipendial

Esto número foi visado pela
Comissão de Censura
de Gasielo Branco

Função da

III ea Naga AS

mentos para a notícia do julgamen-

to dos desordeiros do Estreito,
deparámos, na sentença, com a leitura das
seguintes considerações :

É ae há dias, fomos procurar ele-.

«Pela prova produzida durante a audiên-
cia da discussão e julgamento, averiguou-se que
existiu uma grande desordem no arraial da fes-
ta da Senhora das Candeias entre os morado-
res do logar do Rogueiro e da freguesia do Es-
treito. Formaram-se dois partidos, completa-
mente distintos e antagónicos, cujas repercussões
se sentiram ainda nos depoimentos das testemus
nhas inguiridas, pois tôdas elas não podiam
esconder a sua simpatia pelos dois grupos em
luta, O apuramento da verdade tornou-se difi-
cil, a-pesar-das muitas acareações feitas,»

k’ de lamentar, principalmente nas cir-
cunstâncias actuais, que os vizinhos, numa fes-.
ta, em vez de apertarem as mãos com amizade,
se anavalharem cruelmente, substituindo, crimia
mosamente, o luto pela alegrias»

Habituados a ouvir e ler, principal-
mente em processos crimes, sentenças frias,
rígidas e inexoráveis, aquelas considera-
ções do meritíssimo Juiz de Direito desta
comarca, se bem que não alterem, num
ápice sequer, a aplicação rigorosa e infle-
xível da Justiça, provam que, por detrás
do Magistrado austero e íntegro, está O
homem de coração e sentimentos, uma al-

sem dúvida, salvar da lama aquêles que
nela cairam úm dia mercê dum estado psí-
quico mórbido ou porque são vítimas do
meio deletério onde foram nados e criados.

Individuos que nasceram eivados de
taras, que o próprio leite das mãis mais re-
finóu, sem preparação moral, que os pro-
genitores não lhes deram porque a não
possuíam e nem sequer foram encaminha-
dos para a Escola e para a Catequese, on-
de o professor e o, padre lhes ensinariam o
caminho da Honra e da Virtude, abando-
nados a si próprios, vão crescendo e com o
desenvolvimento físico aumentam os defei-
tos innatos e os vícios, sem que nada im-
peça a sua tendência para o Mal! Certo
dia cometem um crime e vôem-se arrasta-
dos à barra dos tribunais.

Mas, qual é a sua surpreza, ao ver na
sua frente, em vez do Juiz terrível, amea-
‘cador, colérico, intolerante e intolerável,
que se exaspera por tudo e por nada e não
admite a mais ligeira observação, o Juiz
calmo, reflectido, bondoso, que exige todo
o respeito e a observância rigorosa da Lei,
mas disposto a ouvir o réu na sua defesa e
a considerar tôdas as atenuantes que o po-
dem favorecer. E, por cima de tudo isto, O
delinquente ouve do Magistrado austero,
quo está ali para julgar em conformidade
com a Lei e a sua recta consciência, pala-
vras de bondade e concórdia, a,incitá-lo ao
cumprimento dos seus deveres de cidadão,

ma bondosissima, que lamenta e sente q

infortúnio dos criminosos na prática duma
acção que reveste muita maldade e cobar-
dia, sim, mas, também, uma inegável falta
de cultura e de educação moral, reflexos
do meio ambiente em que nasceram, se
criaram e têm vivido, onde a Civilização
é, por assim dizer, totalmente desconhecida.

Para nós é ponto de fé que aquêles
conselhos, na sua sinceridade e eloqiiência,
valem mais, para regeneração dos réus, do
que o castigo rigoroso. Por via dêste, ôles
podem não repetir o crime, mas só o medo
os faz arripiar caminho; no fundo da sua
alma subsiste tôda a ideia do mal, a ânsia
da vindicta, que o momento propício con-
sumará, numa atracção irresistível, numa,
talvez, tremenda fatalidade. O -conselho
amigo dado pelo Magistrado, que busca na
perfeição da sociedade um dos seus mais
nobilíssimos objectivos, com todo O seu po-
der de argumentos de ordem moral e agin-
do na defesa dos direitos legítimos e in=
contestáveis, consegue, em muitos casos,

à regeneração completa, a renegar todo
um passado de miséria moral, para que êle,
|O criminoso, venha a ser um homem de bem
e cidadão prestante.

Todos êstes conselhos, tôdas estas pas
lavras não podem deixar de ter uma in-
fluência benéfica no espirito do criminoso,
que as escuta contrito.

E” assim mesmo que entendemos a
Justiça.

A calma, a bondade, a tolerância e o
perdão só elevam e engradecem o Magis-
trado e prestigiam a Justiça. Com Juizes
assim, à sociedade tem, evidentemente, de
ser melhor e há-de, sem dúvida alguma, a
pouco e pouco, ficar expurgada de elemen-
tos nocivos, do mesmo passo que, no seu
seio, será refreada a tendência para os de-
litos.

Contribuir para a perfeição moral da
sociedade de hoje é, sem dúvida alguma, a
augusta missão da Justiça.

Eduardo Barata

Eleições de Deputados

para cumprirem o seu dever. As-! A” hora a que escrevemos ain-

Às eleições de Deputados à
Assembleia Nacional, na fregue-
sia da Sertã, decorreram, como
se previa, num ambiente de gran-
de entusiasmo patriótico.

O mau tempo não impediu que
os eleitores comparecessem às

sim é que, dos 754 recenseados,
votaram 716, ou seja 95%. A
mesa era presidida pelo st. Ma-

noet Milheiro Duarte, secretarias |

do pelossrs. Joaquim Crisóstomo
e Armando António; escrutina-
dores, os sts. José António Fari-

nha e Manoel António dos San

urnas, na sua quási totalidade, | tos,

da não são conhecidos os resul-
tados das eleições nas restantes

assembleias do concelho. Tudo
leva a supor que o concelho da
Sertã mais uma vez tenha marca-
do pela sua atitude de indefectí-

vel apoio à política do Estado
Novo.

-«. ad lápis

HA dias, disse-nos um ami-

go:— Venho da cadeia,
horrorizado! Falei com aguês,
le pobre rapazito argentino,
que lá permanece por ter fur=
tado uns chouriços para os
lados de Vila de Rei, conse-
giiência da fome que o minava,
e vio a tiritar de frio! Admi-
rei me de 0 ver sem camisa e,
preguntando-lhe a razão, ex-
plicon-me que só tinha uma,
que reservava para o dia do
julgamento! Pode calcalar a
minha dolorosa impressão se
lhe disser, também, que, há
duas semanas, a doida de
Amioso, querendo falar comis
£0, para se aproximar das:
grades teve de se embrulhar
num cobertor ! Não tem roúpa
para cobrir a nudez, quanto:
mais: para se agasalhar, ela;
que foi atirada para aquela
ensovia lóbrega, enregelados

ra… E passam fome, amigo,

passam fome de raparl

com 4850 por dia?!

Quem se condoe dêstes ins
felizes ? :

Sonbemos depois que aguês
le amigo tinha enviado uma
camisa ao árgentino, assim
como outras pessoas, contriss
tadas pela sua sorte e porque
tiveram conhecimento daquêle
quadro de miséria, se aprese
saram a enviar-lhe diversas
peças de roupa.

LrSIO—

EU à luz uma criança, na
cadeia, na 3.º feira pasa
sada, Maria José Farinha, de
30 anos, casada com Carmo
Luiz Leitão, do Cabeçudo, que,
no dia imediato, terminou a
pena de 20 dias de prisão a
que fóra condenada por difas-
mação, caso a que nos refe.

rimos.

epopeia

CONTINLA a notar-se, na

Sertã, uma acentuada fal-
ta de leite para alimentação
de crianças e tratamento de
doentes. .

«EB

« QUE homens e crianças se

descubram quando no
jardim da Estrêla passarem
junto do monumento a João de
Deas»!

Assim se exprimin o sr. dr.
Jaime Lopes Dias na cerimós»
nia inaugural daquêéle mona-
mento erígido à memória do
grande poeta e pedagogo, hons
ra de toda uma geração.

O seu amor às crianças de
Portugal era tão terno e tão
veemente que o levou a proda-
zir a «Cartilha Maternal»,
obra tão sublime e elevada
que, por si só, bastaria para
consagrar o autor do «Campo
das Flores».

E não seria justo prestar
uma simpleshomenagema João
de Deus, colocando, em tôdas
as escolas, o sen busto ou Q
sua fotografia ?a fotografia ?

 

@@@ 1 @@@

 

A comarca da Serta

Lenhas e Carvões Vegetais

– Vai entrar em execução o de-
creto n.º 32.270, de 19 de Seteme
bro findo, que foi promulgado
para assegurar o abastecimento
de lenhas e carvões vegetais aos
caminhos de ferro, indústrias vi-
tais e à população do país.

Um despacho ministerial de 30

– do mesmo mês, determinou já as
– primeiras entidades grandes con-

* Sumidoras de lenhas que obriga-
tôriamente têm de ser abasteci-
das por intermédio do Grémio
de Exportadores de Madeiras,
devendo sujeitar-se ao mesmo
regime tôdas as outras cujas
compras se julgue conveniente re=
tirar do mercado livre, para o
não agravamento de preços.

Às zonas abastecedoras e res=

pectiva tabela de preços, que a
TEMPO DE CORTE

Em pé ou pesadas imediatamente
após o coíte:

ê Rin acer da e…
Eucalipo, azinho e sôbro…….

Pesadas no prazo de trinta dias
após o corte:

Pinho, eucalipto, azinho e sôbro

seguir inserimos,
mesmo despacho :

1º Zona — constituída pelas
matas situadas .nas regiões cir-
cunjacentes das cidades de Lis-
boa e Pôrto, a distância não su-
perior a 60 quilómetros da pri-
meira e 25 da segunda, contados
por estrada, caminho de ferro ou
via navegável.

2.º Zona — constituída pelas
matas não compreendidas na 1.º
Zona e situadas ao longo das
vias férreas e cursos de água na-
vegáveis ou fluviais, a distância
não superior a 10 quilómetros,
contados por estrada até aos lu-
gares de carregamento mais pró-
ximos.

3.º Zona — constituída pelas
matas situadas fora da 1.º e da
2.º Zonas,

constam do

1* Zona 2.º Zona 3.º Zona
50800 36$00 30$00
55800 41800 35$00
66$00 48800 40800

NOTA — os preços são por tonelada (ienhas e toros nas matas).

“Portugal está em marcha |

Os bons governantes não se
limitam a pensar osiproblemas

de várias índoles, cuja resolução

lhes foi confiada. Sabem que
convem às vezes, vivé-los.

real a esta necessidade. A sua
acção na Africa portuguesa—em
assuntos de carácter interno — e
na Africa estranjeira — no pros-
seguimento daquela política de
bôa vizinhança preconizada por
Salazar — tem sido digna do Im
pério. Além de ter presidido, em
Angola e Moçambique, à inaus
guração de importantes melhora-
mentos, o sr. dr. Vieira Macha-
do visitou a Rodésia, a A’frica
do Sul e o Côngo Belga, onde
foi recebido com particulares
provas de admiração e estima.
Como retribuição da última des-
tas visitas, estiveram recentes
mente em Luanda, o ministro das
Colónias da Bélgica e o Gover-
nador Geral do Congo. Em de-
clarações feitas à Imprensa, am-
bos os visitantes salientaram que
a sua estada em Angola consti-
tuíra uma verdadeira revelação,
de tal forma nítidos progressos
daquela Colónia, haviam modifi-
cado e melhorado o seu aspecto
exterior e as suas condições de
vida.

Nas províncias ultramarinas] —
como no Continente — Portugal
está em marcha.

DEDO

Subscrição para à consfru=
“Cão da estrada Madei-
— ta-Alto da Cava

Tiansportedalista n.º7,7.877850;

» D. Maria de Jesus Barata, Lis-
boa, 10$00; Virgílio Diniz da Sil-
vã, (Cava), Lisboa, 10400; Teó-
filo Cortez Dias, (Vilar), Lisboa,
5800; D. Aurora Lopes, Lisboa,
5800; Francisco Antunes, Amaro,
(Várzea), Lisboa, 10$00; João
Lopes Leal, Lisboa, 10800; Lú-
cio Macieira, Lisboa, ‘7$50; D.
Maria da Conceição, Lisboa,
Cao: D. Adélia da Conceição,
Lisboa, 5800 e José Barata, Lis-
boa, 5800.

À transportar. … 7 954850.
Pela Comissão,

José da Silva
Bate

BENEFICÊNCIA

Antes de sair para Lisboa, en-
tregou 20800, à Sopa dos Pobres,
ger. Ição Bento,

Na Sertã vai instalar se uma
fábrica de serração
Nos subúrbios desta vila, pro=

ximidades da Abegoaria, está a
construir-se uma grande fábrica

Eee :de serração pertencente ao srt.
-O sr. ministro efectivo das e

Colónias tem dado expressão

Abílio José Passarinho, proprie-
tário duma outra, no Moinho do
Cabo, há pouco destruída total
mente por um incêndio. |

A nova fábrica virá a ser de
grande capacidade de produção,
ficando dotada com as máquinas
mais modernas e representará,
incontestívelmente, um impcr-
tante melhoramento para a Sertã
e tôda a região.

Esperamos encontrar-nos, den

tro em breve, com aquêle indus-

trial, que, por certo, não terá
dúvida em confiar-nos os seus
planos futuros quanto à sua ini-
ciativa e que, depois, em seu pró-

prio interêsse e no dos habitan-

tes do meio, transmitiremos aos
nossos leitores.

Bag
Atingido por um coice

No passado dia 26 foi atingido
por um coice dum cavalo, de
que felizmente, não resultaram

consegiiências de maior, o nosso”

bom amigo sr. dr. Angelo Hen-
riques Vidigal, Delegado de Saú-
de do contelho.

Joaquim Antônio da Silva

Vindo de Lisala — Businga
(Congo Belga), encontra-se em
Sernache do Bomjardim, há cêr-
ca dum mês, o nosso prezado
amigo e conceituado comercian-
te naquela colónia, sr. Joaquim
António da Silva, que, no sába-
do, teve a amabilidade de nos
apresentar os seus cumprimentos.

Agradecemos a sua gentileza
e muito fólgâmos por o ver de
saúde.

Conta demorar-se um ano na
Metrópole.

DOENTES
Passou bastante incomodada
de saúde, encontrando-se, feliz-

mente, melhor, a sr.? D. Laura j

Morais Carneiro de Moura.

—Tem obtido apreciáveis me-
lhoras a sr? D. Rosalina da Con-
ceição Sousa, vítima duma que-
da, de que resultou um grave fe-
rimento na cabeça, como noti-
ciámos.

O restabelecimento das doen-
tes, É o que sinceramente deses
jamos,

MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Direcção Geral dos Serviços Pecuários

Intendência de Pecuária de Castelo Branco

Vacinação anti-rábica dos Cáis |

Doutor Simplício Barreto Magro, médico veterinário e Intendente de Pecuária do distrito

de Castelo Branco:

Usando da faculdade que me é concedida por Decreto lei n.º 29.441,
de 11 de Fevereiro de 1939, hei por bem determinar o seguinte :

1.º—E? obrigatória a vacinação
anti-rábica dos caninos no con-
celho da Sertã.

2º-— Os dorios cu responsáveis
pelos cãis com a idade superior
a 4 meses devem apresenta-los
no local, dia e hora abaixo men-
cionados, a fim-de serem vaci-
nados.

3.º–Eº encarregado do servi-
ço da vacinação o Veterinário
Municipal.

4.º—Só poderão ser emprega-

das as vacinas preparadas no

Laboratório Central de Patologia

Veterinária ou as que estejam.

oficialmente aprovadas e contras-
tadas nos termos do decreto n.º
20.884, de 27 de Janeiro de 1932.

5.º—As licenças municipais de
posse e circulação de caninos não
podem, no próximo ano, ser con-

tado a que se refere o n.º 7.º,

6.º—No acto da vacinação e
contra o pagamento da taxa de
6800, será entregue ao dono ou
apresentante do animal vacinado
um: boletim de vacinação, que
habilitará o seu possuídor à con-
cessão da licença camarária de
câis e a provar que cumpriu as
disposições legais relativas aque-
la medida profilática.

7.º— No caso da vacinação ter
sido feita por médico veterinário
escolhido pelo interessado, é ne-
‘cessário a apresentação do res-
pectivo atestado devidamente vi-
sado pelo Veterinário Municipal
respectivo, ou na falta deste, pe-
lo Intendente de Pecuária, para
os fins expostos na última parte
-do n.º 6.º.
8.º—De futuro, todo o canino

boletim de vacinação ou do ates-,
‘prazo de 10 dias, salvo se pro-

Sertã deverá ser vacinado no

vier de concelho onde também a
vacinação tenha sido feita no.
mesmo ano ficando então o dono
obrigado a comprova-lo pela
apresentação do documento com-
petente.

9.º—As transgressões ao dis-
posto nêste Edital serão punidas
com a multa de 30300 a

1100$00, acrescida do adicio

nal de 25 º/, nos termos do de-
creto n.º 31.173.

10.º— Os agentes que levanta-
rem os autos participarão em
25 “/, do valor das multas cons-
tituindo a restante receita do Es-
tado.

11.º—Os autos de transgres-
são serão enviados ao Intendente,
de Pecuária, a quem compete

cedidas sem a apresentação do | que der entrada no concelho da | fixar a importância da multa.

FREGUESIAS LOCAIS DE VACINAÇÃO DIAS MÊS HORAS |

Sertã, . +. +. +. “À Matadouro Municipal de Sertã 21 Novembro ldas 13 às 16
lroviscara 1. > » e o 21 > > > a
Sernache do Bomjardim » > Sernache 22 » » 9» »
Nesperal. sis ico » » > 22 » >» 5525
Gastéllo. = = 1… » >» » 22 » » >» » 5
Cabeçudo. . º e E: » » E » 22 » » » » »
Varzea dos Cavaleiros. Varzea dos Cavaleiros 24 » » 10 » »
Ermida . – eco » » > 24 » » 2» >»
Figueirêdo . . . o » » Bio o 24 » > >» 2»
Garvalhato ss sd demo o] cRAmalhos 2d 26 » » >» » Ti
Pedrógam Pequen ca o. Pedrógão Pequeno. 26 > » 13 > 15
Cumeada cs Cmeda Cica Ss 29 » » 10 >» »
Marmeleito: . . +. -. >» pasa 29 > » 5» >»
Maligs co o » 29 » >» »»
is ao ea CS

Castelo Branco e Intendêencia de Pecuária, 16′

de Ontubro de 1942.
“O Intendente de Pecuária,

(as) Simplício Barreto Magro

e» EM SEARA ALHEIA
Ô respeito

Vistes o que cada dia acontece
nos povos e nas cidades princi-
palmente grandes levantar-se en-
tre os homens sediciosos uma
briga ou arruido súbito, que na
campanha se poderá chamar ba-
talha ?

Todos puxam pelas armas, e
são armas tudo o que de mais
perto se oferece às mãos; chovem
os golpes, voam as pedras; uns
ferem, outros caem; todos correm
e acodem sem saber a quem ou
contra quem, nem a causa; uns
incitados do ódio e da ira; outros
sem ira nem ódio; tudo é grita,
tudo desordem, tudo confusão.

No meio, porém, dêste tumulto
popular, se aparece uma perso-
nagem de grande autoridade e
respeito, no mesmo ponto aba-
tem tôdas as armas, embainham
as espadas aparta-se sem outra
violência a briga e não há quem
se mova.

P. ANTÓNIO VIEIRA,
RR

Igreja do Troviscal

O Ministério das Obras Pú-
blicas determinou que o prazo
fixado à Comissão Fabriqueira
do Troviscal, para início dos
trabalhos da obra de reparação
da igreja matriz da mesma fre-
guesia, seja contado a partir de
1 de Maio do ano corrente.

Papel para embrulho
Vende se nesta Redacção,

O uso das meias

Malherbe calçava 12 pares
uns. por cima dos outros

O poeta francês Malherbe (sé-
[culo XVD, o autor dos célebres
versos onde se diz que as rosas
vivem apenas o espaço duma ma-
nhã, usava, por causa do frio,
uma quantidade de pares de meias
calçados uns por cima dos outros.
De resto, muitos dos seus contem-
porâneos tinham o mesmo costu
me. Para não se enganar, e calçar
mais meies numa perna do que
na outra, Malherbe deitava uma
moeda num prato por cada par
que calçava. Um amigo aconce-
lhou-o a pôr uma letra em cada
par e depois enfiá las por ordem
alfabética. O poeta, seguindo o
conselho, foi enfiando até à letra
L, o que significa que usava uma
dúzia de pares de meias de cada
VEZ.

À propósito de meias, recor-
demos que as primeiras meias de
sêda que se usaram em França
foram as que calçou Henrique II
no dia do casamento de sua irmã
Margarida com o Duque de Sa-
boia. A história não diz onde as
adquiriu. O que se sabe é que,
hoje, quem usa bôas meias, só as

Largo da Abegoaria, 32
em Lishoas

Postais com vistas da Sertã
(EDIÇÃO PRIMOROSA)

Vendem-se nesta Redacção
Colecção de 7 postais = 7800

compra no Rei das Meias.

RR SST AS RS SR E E

Joaquim André.
PROFESSOR DIPLOMADO

Instrução Primária – Admissão aos liceus
Postos de Ensino – 4.º Ciclo dos liceus

TELEFONE 5 8074

Avenida Grão Vasco, 56 — Benfica .
LISBOA

ear me ie me o ce creme 7

Colégio Vaz Serra

(PARA AMBOS OS SEXOS)
Gurso dos liceus.
Admissão aos liceus

“e Instituto Comercial

e Industrial.

SERNACHE DO BOMJARDIM
ses resmas concerne

CRE

Companhia de Viação de Ser-
Macho, Limitada

Oleiros — Sertã. Tita carreira
efectun-se às 2,98 feiras — Liga
com Castelo Branco e Lisboa. –

5.º feiras — Liga com Casteló
Branco e Lisboa.

Sábados — Liga com Coimbra
e Lisboa,

Sertã — Oleiros. Esta carreira
efectua-se às 4,ºº feiras — Recea
ba ligação de Lisboa,

6.º feiras — Recebe ligação de
Lisboa e de Coimbra.

Sábados — Recebe ligação de
Castelo Branco,

Tomar (Estação)— Sertã e Vice
Versa (Serviço Combinado e dos

correios) efectua-se diariamente,

 

@@@ 1 @@@

 

E

“ = qua q Da

EM
cm mn,

Ra aa popu 4“

us

A Qomaroa da Sertã

REG 0 R DAND O his da Goma

Err

Sim, su lembro-me bem daquêle dia
em que fomos alegres passear

à capelinha humilde, a branquojar
Bo longa, quando foi a romaria,,,

Hã tanto tempo |,.. A multidão aurgia
de tôda a parte, Enós, noivos, a par

e gorridentes, fomos ajoelhar
peranta O BSantó qua nog atraía…

E razámos, padindo paz a amor,,.
Estamos velhos. graças Ao Senhor

em smor e paz nóg fomos

vivendo…

“E ao recordar 0 tampo da rôúmeagem
vejo ainda O amoroso olhar da Imagem
e 0nogas antigo idilio renascando..

Cardigos, 1842
Julho.

OLIVEIRA TAVARES JUNIOR

JULGAMENTO

Acusados pelo Ministério Público,
respodderam no Tribunal Judicial desta
Comarca, no passado dia 29: Francisco
Mendes É seu irmão António Mendes,
casados, trabalhadores, do Roqueiro,
lreguesia do Estreito, de, DO dia 2 de
Fevereiro do ano corrente, no logar da
Ameixoeica, da mesma frepuesla, di-
rante o arraial da festa da Senhora das
Candeias, terem agredido, com nava-
lhadas, João Dias dos Santos é Eduardo
Alves, solte rosy trabalhadores, da mes=
ma freguesia, causendo-lhes lesões que
produziram, respectivamente, Z2 e 20
dlas de dovnça, com impossibilidade de
trabalho nos primelros 12 e 3, São ain-=
da acusados de agredicem à navalhada,
na mesma ocasião e juntamente com o
arguido José Domingues, solteira,
actualmênte prêso nas cadeias desta
comarca, João Gonçalves Rente, soltei-
ro, trabalhador, da dita freguesia do
Estreito, de que Jhe restltow um ferl-
mento que devia ter prodozido 18 dias
de doença, Com jiniposslhilidade de tra-
balho nos 10 primeiros, O Francisco
Mendes é também acusado de, na mês-
ma ocasião, haver agredido, com uma
navalha, Francisco Lionçalves, solteiro,
trabalhador, da citada freguesia, cau-
sando-lhe ferimentos que ziram
2o dias de doença, com impossibilidade
de trabalho nos & primeiros ; José Fili-
pe, casado, trabalhador, do Roqueiro,
seu irmão foão Filips, casado, da Amej-
xvelra & seu filho Mandel Filipe, soltei-
teiro, trabalhador, do Roqueiro, de, no
tmesmo momento, haverem tomado par-
te directa na agressão do queixoso josé
Luiz Fernandes, casado, trabalhador,
do Estreito, ofendendo-o à sbCos, póm-
tapés é à paulada, dela resultando um
lerimento que produziu 9 dias de dorn-

, com impossibilidade de trabalho nos 5

peimbelros; por úllimo é acusado w
quéixgão arguido João Dias dos Santos
de agredir 0 também queixoso-arguido
Francisco Mendes, com uma paulada
na cabeça, causando-Jhé uma lesão que
produziu 20 dias de doença com impos=
gibilidade de trabalho nos 4 primeiros.

O Francisco Mendes foi condenado
em 1% meses de prisão correcciomal e
seis Mages de multa, à razão de 2400
E dia, Com os acréscimos legais,

“GODFUO de imposto de justiça é HMFOO
de indemnização a cada um dos quatro
queixosos. O António Mendes foi com-
denado na péna de seis meses de pri-
são correccional, lévando-se-lhe EM
conta à tempo de prisão preventiça já
soirida, um mês de multa a 2500 por
dia, nO mínimo de imposto de justiça e
SUMO0 de indemoização a cada um dos
3 quelegaos. O [osé Domingues foi con-
denado em 30 dias de prisão correctos
nal; 15 dias de multa à razão de 2600
por dia, com os acréscimos legais, nó
midi de imposto de justiça e MIgOD
de-indemiilzação ao queixoso, Arhitra-
dade emolumentos, ao se. advogado
oficioso, a quantia de SOGRA, que gera

dga por aquêles Irês réus, A” multa

imposta ão réu António Mendes têm de:

se alimentar 0a acréscimos legais,

Cada un dos réus José Fili
noel Filipe e Jopo Filipe foi condenado
na pena de 15 dias de prisão cortecelo-
nale 5 dias de multa a 2400 por dia,
Cóm Os acréscimos legais, prisão su-
batitulda por malta a | por dia, no
total de 160800, Condenados aihda no
minimo de imposto de justiça, 300400
de indemnização ao quelxoso € IL$U0
de emolumentos ao sr. advogado
DHicinao,

O João Dias dos Santós foi condena-
do na pena de 20 dias de prisão córres-
ciofale 5 dias de multa a Zg00 por dia,
com us acréscimos legais, prisão su-
bstituída por multa à razão de 1000
por dia, dinimo de imposto de justiça
E 200840 de indemnização ao queixosa,

ap dao

INSTRUÇÃO.

Foi nomeada regente do pos-
to escolar de Salavisa, ireguesia
de Vila de Rei, a sr.” D, Silvina

da Conceição Ferreira.

Pe, Na-

fNecrologia

D. Júlia de Moura e Gosta

Fslaceu na sexta-feira, nesta
vila, depois de intenso sofrimen-
to, a se” D, fúlia de Moura e
Costa, de 64 anos, espõsa do sr
Antônio da Costa, capitalista É
gerente da Eléctrica Sertaginen
se, irmã da sr.” D, Maria do
Carmo Moura e do er. Francisco
Pires de Moura, escrivão- notário,
aposentado, cunhada das ar.” D,
inácia Maria Tavares de Moura
e D. Laura Morais Carneiro de
Moura, da Sertã e da sr.* D. Ma-
tia de [esus Costa, da Marinha
do Vale Carvalho (Troviscal) é
tia, por afinidade, do sr, dr.
Carlos Martina, advogado e Pre-
sidente da Câmara Municipal da
Sertã,

A extinta pertencia a uma das
mails distintas famílias do nosso
meio, sendo muito respeitada e
considerada pela sua primorosa
educação, a que aliava uma gran-
de bondade, Praliçava a carida-
de e ocultas; todo o seu desejo
era minorar os solrimentos dos
pobrezinhos.

O luneral realizou-se na tarde
do dia seguinte com grande a
companhamento, que traduziu
uma sincera manifestação de pe-

ar.
A’ lamília enlutada apresentas
mos sentidos pêsames.

e ção
« Os Carlos »

Êste simpático grupo de be-
neficência, com sede em Lisboa,
celebrou ontem—dia do seu Pa-
trono—o 13.º aniversário da sua
fundação com um largo progra-
ma, do qual constava missa na
Igreja dos Mártires por alma dos
Carlos falecidos, distribuição de
um bodo a 300 pobres, exposl-
ção de enxovais dlerecidos por
sócios e suas [amílias, além de
peças soltas de vestuário também
oferecidas para Carlos pobres e
grande banquete de confraterni=
zação no Café «Chave de Ouro».

Para entregar, ontem, a um
Carlos pobre ou sua família, teve
a bondade de nos remeter 10900,
o que muito agradecemos.

fp
Inquérito Linghístico

O sr. dr. Manuel Paiva Boleo,
resolveu ampliar até 30 de No-
vembro o prazo para a enfrega
das respostas ao Inquérito Lin-
gisco a que se encontra pro-
cedendo, atendendo a que os pro-
fessores primários só, práticas
mente, no meado déste mês se

puderam qcupar do assunto. Os.

prolessores que se dispuseram
também a fazer o Inquérito, fi-
cam assim com a possibilidade
de preencher o questionário com
mais cuidado para o que farão
bem em aguardar 05 novos Es
clarecimentos que serão publica-
dos no big daquele mês
num diário da Capital

mer”
(eticiário dos ossos Cormaspandentast

MESPERAL, 25-=Já estã a luncionar
desde o intelo do ano lectiva a nosga
escola. E professora a 59,2 D. Maria
Freire Ribeito, dóquadrodos ol AdeIs.
Sabiamys já da hoas qualidades da sr.”
Li, Maria Freire E dá-nos prazer ver o
agrado coi que as crianças vão à es-
cola. 3e bem que é de princípio ainda,
mas notamos com prazer o interésse é
entusiasmo com que a sr.” professora
ae esforça pelo bom funcionamento da
escola que dirige.

Desejamos que O povo não esqueça
que É na cecola que se faz a formação
do espirito [nfantil e que o anallabetis=
mo é inadmissível, pórguê nos temos
tdo até hoje sempre professoras, O-que
não acontece nalgumas aldeias como a
nogãa. Esperamos, pois, que à sr.” pro=
fessora sejam dispensadas túdas às
atenções que mercoe, não só pelo seu
valor pessoal, mas que tenhamos na
maxima consideração o logar que está
desempenhando na nossa modesta
aldeia

E da nossa parte cumprimentamos a
Exm.* professora E sua Exm.? Mái,

a acompanha, desejando-lhes az maio-
res prosperidades,

-— Faleceu, repentinamente, no Vale
Junqueiro, logar próximo e pertencente
a esta freguesia, nó dia 24, pelas & ho
ras, O Gr. Francisco Nunes, 2,” gargen=

consta, fol vitima duma congestão ce-
rebral, Era casado & dejxóu doa filhos

nesia
da, impressionou tôda a população, Nó
dia seguinte realizou-se O funeral, sen-
do o cadáver conduzido, em uma, pa
o jazigo dé familia, no cemitério local.
Apresentamos nossos pêsames à fami-
lia enlutada.

—Na igreja matriz, no passado dia
25, baptlzou-se a filhinha do sr. alferes
António Mendes Numts 4 de sua espó-
sa, ar* D. Lucilia Dias Mendes Nunes,
professora oficial no Eito Fundeiro, Da

foram padrinhós à avó patria, ar D,

Maria Amélia Mendes Luyarte é o tió

paterno sr, Abilio Mendes Dunes,

ng Es
gi

Tribunal Judicial

Morimento da Outubro

Distribuição: 1p Carta precatória
para Juramento a tutor e pro-tutor e
citações, extralda do inventario prfa-
nolúgico por óbito de Artur Caldeira
Ribeiro, vinda de Chemba (comarca da
Bira); Db) Inyentários orfanológicos por
óbitos de: Luciano Nunês dê Sousa,
ii Vila de Rei; [0sé Martins No-
vo, Fortela, Vila de Rei; José Gregório
Cardoso, Casal de Ordem, Proença-a-
-Mova; Antônio Joaquim Fernandes,
Froençã-a-Nova: Maria Rosa da Cruz,
Alvito da Belra; Adelaide Henriques
dos Santos, Sobreira Formosa; António
Dias, Ripanso, Sobtzira Formosa; Car-
los da Silva Firminy Sertã; João Joa-

ulm, Azinheira, Marmeleiro; Albano
Mateu, Bravo, Pedrógão Pequeno; Mar-
garida de Jesus Ferreira, Calvos, Ser-
tã; Luíza de Jésus, Agua Formosa, Vila
de Rei; Maria da Conceição, Vilar do
Ruivo, Fundada ; Natividade Rosa Pe-
reira, Sódina, Sobreira Formosa; Maria
de jesus, Chão da Forca, Sertã; Joa-
quina de jezus, Aldeia Fundeira da Ri-
beira, Sertã; Carolina Rosa, Casallnho,
Palhais; Augusto Casimiro, Mata Velha,
Sertã; júlia de Jesus, Macieira, Trovis=
cal; 15) José Francisco Mendes, Vila
de Rei; José Luiz Ferrelra, Lagos Fum-
deira, Fundado; Maria Ribeiro, Sobrei-
ta Formosa; Antônio Nunes da Silva,
Santinha, Figueiredo; Florinda da Coa-
ta, Verdelhos, Serlã; José Ferreira Mi-
guel, Arrifana, Cabeçudo; RA Fa-
cioha, D. Maria, Erúlda ; José Gomes,
Ventoso Fundeiry, Sermache co Bom-
jardim; Adelino joaguim, Lameira do
Pampilhal, Sernache dó Bomjardim;
Marla de Jesus Araújo, Cabeçudo; Rosa
Eulália Xavier Nunes Tavares da Mata,
Relva, Vila de Rel; 10) João Rodrigues
das patas Súita Neves, Alvaro 23
Execução Hacal em que é exeqliente a
E. NM, é executado Manoel Murgndo,
Foz do Cobrão, Vila Vela de Ródão,
Inventário orianolúgico por óbito de
José Garcia, Sobral de Baixo, Sobral,

Vacinação obrigatória das
crianças

Foi prorrogado o prazo, até 17
do corrente, para a vacinação das
crianças da freguesia da Sertã
“que tenham nascido no abo de
1041 e bem assim para es que,
nascidas DOS anos anteriores,
não tenham sido vacinadas em

devido tempo,

À vacinação eleciua-se nos
dias 3, 10 e 17 na Delegação de
Saúde,

Os pais das crianças que não
| Se apresentem serão multados &
remetidos a Juízo,

to da G. N, R., reformado. Segundo | P

Peniii Bastante considerado nes-
ta freg A Sua morte, por inesperas ‘

ra | Algarve falou o sr, capitão Ma-

neohta, com o nome de Maria Natércia, |

Engenheiro Joaquim
Barata Corrêa

O nosso estimado paírigio sr.
Engenheiro Joaquim Barata Cor-
ria, que há bastantes anos exer-
ce, com notável competência, O
cargo de direcior das Estradas
dao Distrito de Paro, foi homena-
geado pelas Câmaras Municipais
do Algarve.

Reproduzimos, com muita sa-
tislação, a noticia publicada na
«A Voz> de 30 do mês lindo :

Faro, 28-—-Realizou-se hoje n0
salão nobre do Govêrno Civil a
sessão de homenagem ao ilustre
director das Estradas do Distrito,
sr. Engenheiro Joaquim Barata
Corrêa, promovida pelas Câma-
ras Municipais do Algarve, pot
feliz iniciativa do Município de
Loulé.

O vasto salão encontrava-se
repleto de individualidades de
tôda a Província, entre as quais
se viam o venerando Prelado da
Diocese E as espósas do sr. go-
vernador civil e do homenageado.
Presidiu o chefe do distrito, sr,
major Monteiro Leite, ladeado
elos srs. comandante militar,
presidentes da Junta de Provin-
cia e da Câmara Municipal de
Faro je sr. Engenheiro Joaquim
Barata Corrêa.

Em nome dos Municipios do

tias de Preitas Guimaráis, presi-
dente da Câmara desta cidade,
que explicou o motivo da homes
nagem, tecendo o elogio do sr.
Engenheiro Barata Corrêa como
funcionário modêlo, terminando
por lhe oferecer uma rica e artis-
tica salva de prata, tendo grava-
do o promontório sacro, rodeado
pelos brazões de todas os muni-
cípios algarvios. Seguidamente
falou o sr, governador civil, que
pôs em destaque a obra do ho-
menagesdo e a dedicação e de-
sinterésse sempre manifestados
em tôdas as realizações de qual-
quer natureza, salientando a sua
acção no Lactário-Creche, O au-
xilio dispensado à restauração
dos templos e de outros edificios,
etc. O chefe do distrib disse
ainda que os homens como o ho-
menageado deveriam servir de
exemplo à sociedade de hoje,

Finalmente o sr. Eng. Joaquim
Barata Corrêa, visivelmente cos
movido, alirmou que pela sual
estadia de dez anos no Algarve |
se considera já como algarvio e |
que jamais do seu espírito se
apagarã a manifestação de que |
estava sendo alvo, nada mais
tendo Teito do que cumprir o seu
dever. É É

O orador prestou justiça à Jut
ta Autónoma das Estradas pelas
facilidades que lhe tem conçedi-
do para o desempenho da sua
missão e terminou por agradecer
às Câmaras ca todos os presentes,

Renovamos ao sr. Eng, Joaquim
Barata Corrêa as nossas felicita

«A Comarca da Sertã» 2550
cla-se iubilosa e sinceramente à
significativa homenagem prestas
da ao distinto funcionário, que,
em terras do Algarve, honta, não
só a sua profissão, mas também
a Sertã, sua terra natal, que 0
conta, com muito orgulho, entre
os seus filhos mais dilectos.

Daqui lhe enviamos um grad-
de abraço de parabens, Com os
melhores votos pelas suas felicis
dades.

E mf
PA ad a ad ad a

à AGENDA £
a ad ai a a a?

Regressou da Praia do Ri-
batejo o sr. Francisco N, Cor
rêa,

— Encontra-se em Lishoa,
com sua espósa e filha, o sr.
dr. Domingos A, Lopes, de
Pedrógido Pegueio.

— be Vila de Rei retiron
para Fafe, com sua familia, 0

dr, foaguim Aanes Campírio.

Caridade, sublime Virtude

Apélo às Senhoras da
Sertã, em benciíçio das
criancinhas pobres

O rio já sc faz anunciar € 05
uguzalhos que estavam [guarda-
dos já começani a set precistã..

Mas as criancinhas pobres ?

Essas vão tiritando de Erio por
essas tuas |

Algumas já pensáram Com cera
tesa na doce quadra do Natil, e
vão alimentando a esperança de
que talvez o Menino [Jesus aé
lembre delas e que por intermés
dio de corações gênerosos, lhes
envis o presente duma camizinha
ou de um vestido novo, pata
substituir a sua roupa tão esiar=
rapadinha,

Que pena seria se lhes não
satisiizessemos, tão justa aspira-
cão, e tão instante necescidade.

Tudo está mais caro, mas é
por isso mesmo que as mães po-
brezinhas mais carecem de so-
córro,

A verdadeira caridade. não
hesita em lazer sacrilícios para
repartir das suas próprias migas
lhinhas, pelos humildes e pelos
pequeninos…

O Netal de quem recebe à es-
mola, vae ser consolador, mas à
consolação, é ainda mais profub-
da para aquéle que dá!

Desde já um ieliz Natal, e as
melhores bênçãos do céu para 03
COraçÕES generosos, são 08 VO-
tos muito sinceros e de muita
gratidão da

Juventade, e da Liga de
Acção Calólica

cartga
NOVO DELEGADO DA COMAR

Tomou posse, na 5º feira, do
cargo de Delegado do Procuras
dor da República desta comarca,
para que ira noméado dias ab-
tes, o sr. dr. Bernardino Rodri-
gues de Sousa. – pgige

O acto foi muito concorrido.

Ao novo Magistrado apresen»
tamos os 08505 respeiiosos cum-=
paimentos e fazemos votos por
que encontre as maiores prospes
ridades na sua carreira,

io jin

PARÓQUIA DE A’LVARO

Em substituição do Rev.* E,
Bernardo Prata, transterido para
as freguesias de Cebolals de Ci-
ma É Retaxo, do nosso distrito,
toi nomeado páróco de Alvaro
o Rev.” P, José Corrêa, de Mons
santo (Beira Baixa),

rei
IMPOSTO DE TRABALHO

Terminou no dia 31 de Outu=
bro O prazo para o pagamento
voluntário do imposto de traba-
lho, Durante os 60 dias imedias
tos pode, ainda, efectuar-se O
pagamento, acrescido dos juros
de mora, findos os quais se pro-
cede ao relaxe,

apo
Interêsses regionais

Pelos Fundos de pe
e dos Melhoramentos Rurais jo-
ram concedidas as seguintes com-
participações : à Câmara Muni=
cipal da Sertã, para calçetamento
da sede do conçelho e esgóios
de águas pluviais na rua Câadi-
do dos Reis, 1.º fase, 83.081800;
à Câmara Municipal de Vila
Rei, para construção da estrada
municipal de Vila de Reia Amên-
doa, pavimentação do primeiro
trôço entre Portela e Palhota,
41. 490400; à Junta de Freguesia
de Isna, concelho de Oleiros, pas
ra construção da estrada de liga-
cão com a estrada nacional 14-1,*,
lanço da Selada da Cava à Lom=
ba dos Conqueiros, terraplana-
gens e obras de arte, 33, 466500;
e à comissão de melhoramentos
da Amieira, concelho de Oleiros,
para abastecimento de água à
povoação de Sendinhg da Ses
nhora, 1,7829400,

 

@@@ 1 @@@

 

“A comarca da serta

A loreja Maris de Oleiros beneficiou

de uma grande obra devido à
iniciafipa do indusírial sr.
Augusto Sernandes

– Não é sem justificado motivo que Oleiros se orgulha da sua
Igreja Matriz, pois ela guarda obra; magnífica de talha, de riqueza
Rea e que um benemérito local agora mais veio pôr em evi-

Cia.

Ao fazermos alusão à Igreja Matriz de Oleiros, não nos mos
ve óutro desejo senão o de dar a conhecer que Augusto Fernandes,
o importante industrial oleirense, to-
mou o encargo, já satisfeito, de à sua
custa mandar proceder ao douramento
e mais reparos de seu rico e elegante
altar-mór.

Obra dispendiosa e de grande vul-
to, encontrou em Augusto Fernandes
um alicerce firme, que com a sua von
tade de ser útil, e a sua generosidade
conhecida, não hesitou em dispender
em benefício da Igreja da sua terra
uma quantia que, para muitos, se’a pos-
suissem, representaria uma fortuna.

Sem egoísmo, sem vaidade, e alheio
a todos os agradecimentos, Augusto
Fernandes deu um exemplo do quanto
pode a generosidade o obediência ao

RA amor á sua terra natal. Integrado den-
— AUGUSTO FERNANDES ro dos sãos princípios due deve re-
ger a sociedade, esse industrial, por todos conhecido e admirado
— pois o seu carácter e nobreza de sentimentos impõem-no à con-

sideração unânime — mostrou ser um bairrista sincero e devotado,

que só deseja ver o engrandecimento de Oleiros.
Augusto Fernandes é dotado de notável iniciativa, e Oleiros
sente-se agradecida!por o possuir no seu seio, pois da sua genero

INTERIOR DA IGREJA MATRIZ

sidade e do seu bairrismo só há que esperar novos melhoramentos.
Conhecendo à sua índole, é de crer que a sua obra não pare.
E Oleiros precisa de facto do seu interêsse.
Conhecemos exemplos — é certo que raros — que algumas
vezes são apontados como motivo de orgulho. E êste, deve juntar:
se a êsses outros. Augusto Fernandes aprecia a vida de fazer bem,
não com a preocupação de deixar nome, mas sim por temperamento.
= E com obras destas que um ncme se torna respeitado, e
até Imorredoiro. Augusto Fernandes ganhará com a sua iniciativa
de melhoramentos para Oleiros um ncme que ninguém até hoje ali
conquistou: O de benemérito !
À sua obra perdurará vinçâdamente através dos tempos, mes-
mo no coração menos sensível,
«o Ela ficará sempre viva a acompanhar-nos através & vida, que
servirá para alimentar o élan vital para todos os fortes empreen
mentos.

Que o seu exemplo nobre e generoso seja aproveitado como

estímulo para uma nova era de melhoramentos que faça pulsar os
nossos corações, como vem a ser o engrandecimento de Oleiros.

– E a Augusto Fernandes, por esta Obra e por outras que a
sua iniciativa venha a lev r a efeito, certamente Oleiros lhe votará
inesquecível reconhecimento e a mais sentida e comovida gratidão.

Não é descabido fazer aqui referência a outro nome que fi-

cará ligado à obra de douramento do altar mór da Igreja Matriz.

de Oleiros. Sem intuitos de progaganda, não devemos de ocultar
o nome do dourador Pedro de Oliveira, da Sertã, pois se os seus
méritos fossem desconhecidos, bastaria esta obra, por êle executa=
da, para o consagrar como um verdadeiro artista e um motivo de
orgulho para a sua classe,

E.

das brazeiras e das botijas,

nefícios à agricultura.

dVolasa lápis A”: margem da guerra

Í

(Continuação):

No dia 27 0 termómetro deu |

um salto brusco!
Vieram chuvadas copiosas,
quási sem intermitência, e bas=
tante frio, que levou a uma quá-
si completa mobilização de aga-
salhos! Logo as. donas de ca
sa; pressurosas, se-socorreram

esquecidas nas águas:farta-
das. Preparação intensiva con-
tra o rigoroso frio que se
aprozima»..

A chuva tronxe grandes be-

S jornais informaram, re-
centemente, que mais de
3.000 contos de multas foram
pagos por comerciantes e in-
dustriais condenados pelo Tri-
bunal de Gêneros Alimentícios
de Janeiro a Setembro!

Isto parece indicar que, du-
rante aquêle período, a activi-
dade críminosa dos açambar-
cadores, especuladores e en-
venenadores recrudesceu de
mês para mês, o que tradnz
as imensas dificuldades que o
Zé Povinho encontra para se
abastecer dos géneros indis-
pensáveis à sua alimentação,
sem excepção dos essenciais.

drroz, açúcar, bacalhau,
massas e manteiga não se en-
contram no mercado da Sertã
vai para dois meses, on, quan-
do muito, só se têm obtido em
quantidades mínimas e por
muito favor…

Ão ercesso de especulação
criminosa respondeu-se com
novas e mais graves medidas
repressivas, que compreendem,
além de pesadíssimas multas,
penas de prisão não remíveis.
Entretanto vai o pobre consu-
midor gemendo, tão pesado é
o fardo da vida, sem saber co-
mo há-de equilibrar o orça
mento caseiro, falido ou à bei=
ra da falência! )

Entre as referidas multas de
3.009 contos, figura a de
191.540800—a maior — ablica-
da a António de [Jesas Valen-
te, abastado proprietário de
Vila Verde de Ficalho, Serpa,
por empregar, no pão dado
aos seus criados de lavonra,
farinha de trigo corrupta, pro-
veniente de trigo completamen-
te furado e com teias! Aqui
está um benemérito que merece
uma estátua e que todos os
jornais, em normando. descre-
vam o feito, como dos mais
ilustres dos últimos tempos !

Eº o cúmulo da maldade!

Além da pena em dinheiro
devia dar-se-lhe, sômente, para
comer, durante uma boa tem-
porada, pão feito da tal fari-
nha que distribnia pelos infes
lizes servos… Talvez não fi-
casse com vontade de tornar a
repetir a proeza!

| Racionamento de Açúcar
e Arroz

Recomeçou a venda de açúcar
e arroz, na freguesia da Sertã,
em regime de racionamento. As
senhas principiaram a ser distri-
buídas na Câmara Municipal, em
troca das anteriores, no,dia 2, às
9 horas.

Brief tg

INFORMAÇÕES MILITARES

Por terem faltado à revista de
inspecção no corrente ano, dos
respectivos Regimentos foi soli-
citada a remessa das cadernetas
militares respeitantes aos soldas
dos n.º 322/41, Manoel Martins,
filho de José Martins e de Amé-
lia Maria, da Roda Estrada, fre-
guesia de Sernache do Bomjar-
dim e 96/39, António da Silva,
filho de José da Silva e de Emí-
lia de Jesus, de Casais da Fonte,

freguesia do Castelo, ‘que se en- |
contram na situação de ausentes,
sem domicílios conhecidos, |

ajunda-se

Após-o ataque dum bombardeiro alemão, um cargueiro-ingiês

lentamente

Secção Literária
O FARRAPO

(CONCLUSÃO)

— A” minha malher ? interrompea
o Joaquim Tanoeiro, à que foi minha
malher, quere o tio João dizer. :

— Não a condenes, Joaquim, pois
bem sabes que a desgraçada tinha;
dois filhinhos a criar, não tinha quem
lho ganhasse, e além disso era nova.
Que queres, homem, é a lei do man»
doll…

— E” certo isso, mas bem apressan

| da foi. E depois há uma coisa que ea

lhe não perdôo, foi ter-se ligado àque-
la alma danada do Chico Ruivo. Se
tinha necessidade de amparo, se sen=
tia o ardor da mocidade a abrazar-lhe:
o sangue, ligasse-se a qualquer um,
mas nunca ao Chico Ruivo, o mea an-
tigo rival. Antes a um preto da Costa
de Africa !

“ Não admira. Provavelmente já se
havia entendido. com êle antes de car
sar comigo…

— Não blasiemes, Joaquim…

— Ora, tio João, Deus que tado vê e
tudo sabe está: calado |

—Basta de heresias, homem, a Mar»
garida sempre te foi fiel. Além disso
o principal culpado de tudo o que
aconteceu foste ta. Purque não man»
daste dizer que estavas vivo ?

— Ah! tio João, se soubesse o que
se passou ? Quando foi esse maliada-
do Nove de Abril quási todos os ho-
mens da minha Companhia desaparer
ceram naquêle inferno, uns mortos,
outros feridos, outros prisioneiros.
Ea fiquei ferido com am tiro no pal»
mão direito, e ainda por cima atacar
do pelos gazes, de tal maneira que os
meus camaradas me julgaram morto.
Salvaram-me afinal os alemáis. Vi
ram que eu dava sinais de vida, to=
maram conta de mim, atiraram-me
para uma maca e leparam-me para a
rectaguarda, para um hospital. Esti=
pe múito tempo entre a vida e a mor»
te e ainda por cima com as idéas per
didas. Quando, finalmente, voltei a
mim soabe que a guerra já tinha aca»
bado havia muito. Tinham-me entrex
tanto transferido para am hospital
portaguês da França, e daí para Lis»
boa, sem que eu houvesse dado por
coisa: algama…

— Pobre rapaz que grande desgraça
te havia de estar guardada, interrom-=
peu o tio joão.

— Tam depressa o pude fazer, con»
tinuou o Joaquim Tanoeiro, meti per»
nas ao caminho, como se costuma
dizer, em direcção à nossa aldeia.
Parecia que levava azas nos pés, tal
era o meu desejo de voltar a ver a
minha malher e os meas filhos, de res»
pirar de novo os ares da nossa terra.
Cheguei à estação do caminho de fer
ro às quatro da manhã. Em menos
de duas horas de caminho, a pé, por
montes e vales, estava à vista da al-
deia. Ninguém me havia visto. Sen=
tia«me, no entanto, fatigado da jorna-
da. Sentei=sme no chão à beira do pi-
nheiro manso: que fica ao pé do cra-
zeiro com a idéa de descansar um
pouco. Como o tio João sabe, o local
é muito pitoresco. Dali se avista tôda
a aldeia e mesmo à beira passa a es=
trada que segue para a vila. Perto, à
sombra dos castanheiros, fica a fonte
onde o povo vai buscar a água para
os seus gastos e também onde se ajus=
tam quási todos os namoros e casa=
mentos das cachopas e rapazes da
terra… á Í
– — Sei tudo isso, disse o tio João já
no meu tempo de rapaz assim era e
assim continaa a ser. Continda, por
rém, pois estou desejoso de que aca»
bes de contar a taa história.

— Está a acabar, tio João, como vai
ver. Era dia de mercado na vila, que
ainda fica afastada boas daas léguas.
Do sítio onde estava via tudo e todos
e ninguém me via a mim. De repente
ouvi vozes. Céus] Pois seria possi-
vel? Não seria ilusão ? Uma das vo
zes era a da Margarida, a minha max
lher; mas a outra, a outra era a do
Chico Ruivo!… Conduziam ambos
um barrico carregado de leijão e grão.

Não havia dúvida que iam para a
feira.

Como sapunham que ningaém os
via segaiam mato juntinhos falando
em voz baixa. Senti então dentro de
mim uma raiva sarda, um ódio pro»
fundo, um desejo ardente de os matar,
primeiro a êle… depois a ela. .., sem
pressa. Acariciei a pistola… sere-
namente. ., tranquilamente. .., como
se me: estivesse preparando para um
exercício de tiro ao alvo. Soa atira=:
dor especial… Nenhum poder do”
mundo: poderia impedir a minha vin=
gança! Destravei a pistola, puz=me
em posição junto à árvore, apontei de
dedo no gatilho… pronto a fazer fo=:
Oia

— Naturalmente erraste a pontaria
porque nenham deles morrea, disse o
tio João, e melhor assim foi…

— Não, tio João, não errei a ponta=
ria. E” que no momento próprio vi
uma coisa que até então não tinha no»:
tado, o que não era de admirar por=
que ainda fazia escuro: é que a Mar-
garida levava ao colo uma criancinha
de tenra idade, fruto evidente dos seus:
amores com o Chico Ruivo

A” vista dêste espectáculo senii-me
acobardado, vencido… Voltei a tram
var a pistola e a gaardá-la… Depois:
caí no chão, pesadamente, redonda-:
mente, como se uma maça: monstruo-‘
sa me houvesse sido descarregada na”
cabeça. Depois chorei .. chorei. . e
acabei por pedir a Deus, de joelhos,
que-me matasse ou me tirasse novas:
mente a idéa das coisas.

Deus; porém, não me atendeu; nem’
me matou… nem metiroa o juízo… ,
nem sequer me deu fôrças para que
apontasse.a pistola a aum oavido. In
conscientemente voltei para trás, ocal=
tando-=me o mais possível das pessoas:
que passavam na estrada.

Tomei nôvamente .o combóio e vim
para Lisboa. O Joaquim 7 anoeiro ham
via morrido para sempre .. Em sea
lagar. aparecera o Farrapo, moço de
fretes da estação do Rossio, uma som»=
bra do que fôra quando as cachaopas
da sua aldeia se: agadanhavam por.

sua causa ..
E. V. Reimão
Gino

Porte clandestino de cor
respondências e
encomendas

Foi proibido o transporte de
correspondências postais e enco-
mendas feito por particulares en.
tre o Continente, Açores, Mas
deira e Colónias Portuguesas,
embora essas correspondências e
encomendas hajam sido prévia-
mente franquiadas e carimbadas
nas. estações postais do logar da
procedência.

Os transgressores ficam sujei-
tos não só a pesadas multas, mas,
também, a prisão e apreensão
das correspondências e encomen-

das.
Dad

Em benefício do Estudante
pobre

Para aquisição de livros e ou:
tros apetrechos escolares e dum
fato destinados ao pequeno estu- |
dante Ernesto Lourenço, da Ser-‘
tã, recebemos mais os seguintes
donativos dos srs. : Manoel Mar-
tinho de Campos, Sertã, 2850;
D Laura M. Carneiro de Moura,
Sertã, 1080); Tenente José A.
Pereira, Castanheira, 5800; Ma-

! noel Francisco da Silva, Fojo-Vi-

lar da Carga, 5300; e X, 5800. |
A Companhia de Viação de
Sernache, acedendo ao nosso pe-
dido, concedeu ao rapazito um
‘ passe gratuito para a sua desio-
| cação de Sertã a Sernanhe.
| À todos, os nossos sinceros
| agradecimentos, 5, 5