A Comarca da Sertã nº199 04-07-1940

@@@ 1 @@@

 

Dr.

 

— FUNDADORES –
Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Dr. Angelo Henriques Vidigal —
—— António Barata e Silva –— :
José Barata Corrêa e Silva

Eduardo Barata da Silva Corrêa

 

Impresso
Õ DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO nro :
E Cuando Panata da Tilva Cynela TIP. PORTELLA FELÃO
O — REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —— [CASTELO
Z | : BRANCO|
Em RUA SERPA PINTO-SERTÃ E nesuma
> BITELEFONE|
« PUBLICA-SE ÁS QUINTAS FEIRAS | 112
ANO V E Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sertã: concelhos de Sertã su Eu a

Nº 199 | Oleiros, Proença -a=Nova-e-Mila-de-Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do conselho de Mação ) 1940

 

Notas o A

 

PUBLICAMOS noutro logar

o «Resumo das disposi-
ções regulamentares da Pes-
ca», para cumprimento das

quais chamamos a atenção das |

autoridudes competentes, visto
que a fauna dos nossos rios e
ribeiras, sobretudo nesta épo
ca, está inteiramente à mercê
“de muitos criminosos que pra
“ticam tôda a casta de desati-
nos, fiados sempre, em indes-
culpável benevolência ou em
absoluta impunidade.
Desde que se descobriu que
a forma mais rápida e cômoda
de apanhar peixe consiste em
“recorrer à dinamite e ao sul-
fato, não se olha para trás…
“Éstes processos são inteira-
mente ilegais, além de perigo-
Sos para quem os usa e reco .
nhecidamente prejudiciais à

 

– De maneira que não há ot-
tro remédio senão metê-la na
ordem.

 

oras

Eléctrica nada disse sôbre
a carta que há dias pu:
blicâmos.
1-0 silêncio explica-se :. é que
uma mentira, por mais voltas
que lhe dêem, nunca tem defe-
sa. Quem mente cai pela base
“ao primeiro argumento.

– Em toto ocaso, nós e tôda
a gente, desejaríamos saber
porque é que nos anos antê
riores, e também já este ano
sucedeu o mesmo depois da
hora de verão tínhamos luz
até às 2 horas e agora, talvez
há mais de um mês, só a te
mosatéà I,ousejam 4 magris-
simas horas por noite!
“À electricidade continna a
ser artigo de luxo cá na terra
e pode dizer-se que é uma das
maravilhas do burgo que faz
inveja.. ao Chão da Forca!
Que saiidades dos candeei-
ros de petróleo! Ao menos ha
via luz tôda a noitel…

«df

VOLTAM a dizer-nos para.

pedir a intervenção da
Guarda Republicana contra os
matulões que fazem exercícios
de ciclismo nas ruas que lhes
apetece,
rigo que isso representa para
tóda a genta que por elas cir-
cula, designadamente para as
crianças e pessoas de idade.
No dia da festa do Coração
de Jesus foi um desafôro: as
ruas que dão acesso ao Adro,
pelas quais passavam conti-
nuamente crianças com suas
famílias transformaram se em
pista movimentada.’
Ora, essa garotada sem eda-
cação não podiairparaa Car
valha ou para a Recta do Pi-.

nhai pedalar como lhe desse
mos e do que somos em parte, Os primeiros

na gana ?

 

indiferentes ao pe.

 

PÁGINA DA SEMANA

 

EE

Misérias da época

voracidade de algumas nações gran-
des continua infrene, sem vergonha,

com o convencimento pleno de que >

nada há que a possa deter. À ques-
tão era principiar, porque o maior

apetite có vem depois da primeira deglutição.
As p quenas nações é até as grandes são
o pato suculento digerido num abrir e fechar de
olhos, nada havendo que lhes valha porque o
Díreito é lei banida quando não há fôrça que o
faça respeitar. Nos tempos correntes, as peque-
nas nações, de reduzidos recursos económicos e
de fracos efectivos militares, não podem manter
máquina de guerra a sopesar a das grandes e,
por isso, sem apêlo nem agravo, resta lhes mor-
rer com honra ou entregarem se à cobiça alheia
de pés e mãos atados.
As grandes, que podiam evitar a rapina,

umas fazem-se surdas e mudas, encerradas her-

ente no seucgoísmo, indiferentes à tor-

 

Fe GosdE despreocupadas an-
— Inconscientes

dades sem conta. . Es

A ordem agora é comer o mais que se pu-
der, até fartar, importando só saber
mais conveniente e menos arriscado…
– “Quecisto de comer também tem a sua
ciência, não haja às vezes, um vómito violento,
perturbador da d gestão ! ao

O fes:iim vaí prosseguindo sem grande ris-
co até o momento em que os lobos se queiram
comer uns aos outros… ua

O que nós não compreendemos, com o que
não atinamos, é que haja gente a “esculpar a
voracidade de uns e a revoltar-se contra a vora-.
cidade de outros!

Pois nós temos outro pensar : ou comem
todos ou haja moralidade! Mas como não há
moralidade…

Os homens, como as nações, devoram se

uns aos outros como os peixes e, a propósito,

diz o nosso grande Padre: António Vieira:

«Não só vos comeis uns aos outros, senão
que os grandes comem os pequenos. Se fôra pelo
contrário, era menos-mal. Se os pequenos come-
ram os grandes, bastara um grande para muitos
pequenos; mas como os grandes comem os pe-
quenos, não bastam cem pequenos, nem mil.
para um só grande».

Tal e qual.
9 +
“Comemorações Centenárias

O programa das festas Centená:ias conti-
nua sendo rigorosamente cumprido, com interês
se crescente do País, que vê em tôdas as ceri-
mónias a reviviscência dos feitos gloriosos dos
portugueses de antanho, actos que têm mais do
que. simbolismo; são a expressão fiel e palpi an-
te,-a-reprodução autêntica de quadros que con-
sagram todo o nosso passado de grandeza, de
heroismo é de: sacrifício. A

A, Exposição do Mundo Português, é a
sintese perfeita da nossa actividade de povo em-
preendedor, rico de energias, obreiro de uma
bela Civilização, que rasgou ao Mundo novos
horisontes e: lhe proporcionou riquezas inexgo-
táveis e a revelação e conhecimento. exacto de
muitas ciências no campo positivo.

‘ Quedam:se embevecidos os portugueses e
estrangeiros, que nos visitam, na con:emplação
daquêle certame e os que desconhecem a Histó-
ria magnífica desta Pátria julgarão fantasia aqui –
lo que não é senão uma pálida ideia do que fo-

r ocasião propícia para |

+ incons o perigo e fiadas em po-*
der que não tinham, que estão sofrendo calami. .

qual o meio ,

 

Vs.
SEN

O

sentir-se-ão orgulhosos e os últimos talvez des-
peitados ante o espectáculo que seus olfios jamais
esperavam observar, ;

Um povo, como o nosso, que se soube im-
por pelos seus ideais cristãos, sem arrogância e
sem a fôrça, que soube conquistar o coração, o

respeito e a admiração de-tôdas as raças da Ter-
ra; tratando-as de igual para igual, é realmente,

é indubitavelmente, um grande povo, um povo
como nenhum outro, um povo de excepcionais
qualidades. isa GrONeL Ui Es
Das dk A

<> ve

Dispensário de Puericultura Dr. Al-
fredo Mota de Castelo Branco

Há tempo dissemos ter recebido o relató-
rio desta benemérita instituição, correspondente
aos anos de 1938 e 1939, destinado especialmen-
te a comemorar o seu X aniversário.

– Muita gente de:conhece, mesmo no nosso

distrito, a importância ex raordinária daquela

 

bra de caridade e de beleza, florescência do
em, a rescender a Virtude, norteada pelo alto

ideal de amor cristão, que enconira na filantro-
| pia a sua mais bela exp essão.

Minorar os sofrimentos humanos, proteger
tanta criancinha. tornando a robusta e fazendo

“dela elemento útil à sociedade e à Pátria, dar e
“proporcionar às famílias de poucos recursos ar-

rimo seguro para que ela se uesempenhe da mis-
são marcada por Deus e se torne o melhor es-
teio de uma nação, em que se condensam todos
os princípios religiosos e morais e se-conservam,
inalteráveis.. tôdas. as. virtudes da raça, é uma
obra de tam grande envergadura que só espíri-
tos superiores podem empreender e realizar.
Que.o Dispensário de Puer:cultura Dr. Al-

‘ fredo Mota realizou já uma obra admirável, não

resta dúvida. |
Basta dizer que, nos últimos dez anos, le-
vou a cabo O seguinte programa :

Educação higiénica maternal e infantil;

Subsídios alimentares a grávidas, partu-
rientes e mãis pobres; E

Criação dum lactário para suprir a amamen-
tação materna, quando esta não fôsse p.ssível
ou conveniente;

– Distribuição de enxovais e vestuário a

crianças pobre;

Estabelecimento duma Creche;

Organização de Colónias e de Férias para
crianças de todo 0 distrito; 4

Instalação duma Escola Maternal do tipo
português dos Jardins Escolas «João de Deus»,
para a segunda infância; :

Serviço Social de Puericultura e fiscaliza
ção metódica do crescimento da infância;

Acção social destinada a promover por tô-
das as formas possíveis o desenvolvimento físico
e moral das crianças.

Durante o mesmo período admitiu 630
crianças entre menos de um mês e 52 meses de
idade oistribuiu 130.322 litros de lcite de vaca,
mais de uma cent.na e meia de crianças dos 4

aos: 7 anos, de ambos os sexos, se aproveitaram.

do Jardim-Escola de João de Deus, que «não é
uma escola:no sentido vulgar da palavra: ela
forma a passagem da família à escola; ela giar-
da a doçura efectuosa e indulgente da família…
éum conjunto das boas influências a que a crian.
ça é submetida… pelos hábitos de ordem, de
limpeza, de ;obediência, de actividade que ali
deve-contrair, por assim dizer, brincando…»

-‘ No;verão de 1931 fez-se a primeira abala
da de pequenos até ao mar, dando, assim, for
mação à Colónia Marítima da Nazaré, de que

É (Continna na 4.º pagina)

 

COM a vindo do verão, vol-
tou o flagelo das môscas,
tam incomodativas, como no-
jentas e perigosas.
O único modo de as extera
minar ou, pelo menos, de as
reduzir a quantidade diminn-
ta, é terminar com as estrt-
meiras e currais dentro da vi:
la, especialmente debaixo das
casas de habitação, evitar dei-
tar águas e porcarias para as
ruas, usar, nas vivendas e esa
tabelecimentos, diversos pro-
dutos adeguados e aconselha-
dos pela prática. e
Enquanto isto se não fizer,
a Sertã continuará a ser a
terrra do mosquedo terrível,
que não apoguenta só os bar-
ros eos carecas, mas tôda a
gente, mesmo aquela que não
tem culpa do desleixo e suji-
dade dos outros.
Nós, cá na Redacção, temos
rede nas portas, como u usa»
da em Africa contra os mos
quitos. e garantimos que dá
resultado,
Há pessoas que ficam admi-
radas com a nossa ideia !
O que é a ignorância!

CO sO

TÊM vindo para Portugal

muitos estrangeiros nos
últimos dias, depois da assi-
natura do armistício franco=
«alemão.

Há terras, como a Figueira
da Foz, e sem se falar em Lis.
boa, onde há centenas de ca-
sas arrendadas a muita gente
fugida de França. franceses,
polacos, belgas, checos, etc.

E que Portugal é um dos
raros países da Europa onde
há paz, tranquilidade de es-
pírito e verdadeira abundân-
cia em contraste com o desas-
sossêgo e miséria da maioria.

Confiemos na orientação pa.
triótica do nosso Govêrno,
apoiando-o na sua obra de
paz e progresso, não procu-
rando perturbar, com actos ou
palavras irreflectidas, a calma
e confiança de que muito pre-
cisamos nêste momento e tam

necessárias são para prosses :

guir a nossa acção em beneft=
cio da Humanidade, mantendo
aquela compostura e discerni-
mento que se impõem nos mos
mentos graves.
Evitemos o boato e as afira
mações feitas levianamente,
que só provam falta de siso,
inconsciência ou fraqueza de:
ânimo.
«ep Gb pg

S.A. R.o Dugue de Kenté o
representante da Ingla-
terra, nação amiga e aliada,
às Comemorações Centenárias.
A nomeação de tam alto res
presentante mostra o aprêço e
conceito que Portugal merece
à poderosa nação.

-<B$- 6) pub

DE CORREU bastante ani-
mada e concorrida a feira
de S Pedro concorrida a feira
de S Pedro

@@@ 1 @@@

 

“A Comarca da Sertã

 

“Vinhos engarrafados das suas propriedades (Marca Registada), grande vinho de Mesa L. V. S.
Fábrica de Moagem, Serração e Oficina de Automóveis em SERNACHE DO BOMJARDIM

 

PRODUTOS DA CASA VAZ SERRA
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Junto Nacional do Areife

Instruções sôbre com»
pras de Azeite

 

Em aditamento às instruções
anteriormente fornecidas aos oli-
vicultores e donos de exploração
de lagares sôbre a venda de azeite,
a Junta Nacional do Azeite torna
público o seguinte:

a) E’ compradora de quaisquer
quantidades, para o que dispô»
de vasilhes de capacidade de 50
litros;

b) No cas “de convir aca pos-
euidores de quantidades minimas,
é-lhes facultado agruparem-se pa-
ra propor à Junta a venda do
produto, que será envasilhad:
no mesmo bidão, dêsde que pos-
sua os indispensáveis r-quisitos
de genuinidade;

c) Além do azeite de produção
exclusiva, » Junta adquire tam
bem aos donos de exploração de
lagares o proveniente das mea-
guias, dôsde que a quentidade

«farecida não exceda 10º), da cs:
pacidade de labor-ção dos seus |

lagures, calculada por um perios
do de 60 dias d= trabalho útil;

d) Para dar “us pequenos Ulis
vicultores das localidades muito
afastadas uma compensação pelo
excessivo encargo com O tranãe
porte de azeite à estação, quando
à quantidade proposta para a ven-

da não vá além de 200 litros e a

distância à estação de caminho
de ferro mais prózima ou à ca-
mionnette com serviço combinado

com o caminho de ferro não ex- |

code 15 quilómetr.s, +» Junta N –

cional do Azeite concederá, por
quilómetro além desta distância,

um sub-ídio de 920 centavos por
ouda bilha ou de 950 centavos
por cada bidão de 200 litros,

e) Quando haja carreira de ca-
mivnnette em serviço combinado
com os caminhos de ferro, o des-
prcho das vasilhas e eu retôrno
tom o azeite pode fazer-se por
conta da Junta pará quelquer los
Culidade servida pela camionnette;

f) À Junta, que tem a sua séde
na Ros Rodrigo da Fonseca, 15,

2.º em Lisboe, prestará aos ine ||

teressados todas as informações
que lhe forem pedidas, pod ndo
ainda os olivicnltores das regiões
onde funci: nem (Grémios de La-
voura ou Sindicatos Agrícolas,
solio tar dôstes organismos O es-
clareo.mento de quaisquer dú-
vidas,

9) Os olivicultores devem ainda
recorrer sos Grómios de Lavoura
cu Sindicatos Agrícolas da sus
região, quendo precisem obter a
sbálico exacta da acidez dos seus
bBeites.

À Junta Nacional do Azeite
Prestousio já a fornecer a Ôstes
organiimos, em boas condições
de preço: u me-mo gretultamente,
se ôles não dispuserem da verba
necessária, o muteri | de análise
edequado psra qua o auxílio a
prester acs clivicultores seja efi=
cien e,

Junta Nacional do Azeite, ao
de Junho de 1940. |

O Presidente = Jose Cunha da

Silveira,

|OS ESTABELECIMENTOS .

 

DES Is
António da Silva Lourenço

São os que mais barato vendem e maior sortido têm ci:

 

OS MELHORES CAFÉS
Lote «Família» “Lote n.º 1 |

 

Lote « Extra»

kilo 5$00 kilo 8400 kilo 12800

 

 

Fazendas de algodão, lá, linho e sêda — Sortido completo de
mercearias de 1,2 qualidade — Papelaria, miudezas e muitos
: outros artigos — Depósito de tabacos e fósforos :

 

Ferragens, adubos, louças de vidro e camas de ferro — Materiais de construção
a ad manilhas, etc. — Adubos «Nitrophoska» da Soc. de Anilinas, Ld.2

 

Finíssimo aroma do CHÁ LICUNGO delicioso paladar. Peso líquido em pacotes de origem, dêsde 1900
Kilo 50$00 — Desconto aos revendedores

 

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pontos de vista, não deixeis de procurar esta pensão.

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EDITAL

 

Se V. fx. esta compra-| Manuel Pereira, Chefe da

Secção de Finanças do Con.

dor de Carnes de Porco, celho de Sertã

verdes, salgadas, fumadas
e ensacadas, não deixe de
consultar os preços da

SALSICHARIA DA BEIRA

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Praça da Republica- Sertã
ER

gemeos 5 sam

“ Auto- Bomba

Compido novo ou usa.
do, Aceitam propostas Bombeiros Voluntários da Serta

Exames de Instrução Primária

Pouco falta para os exa-
mes de instrução primária.

Convém aproveitar o tempo.

o melhor possível.

Nesta Redacção indica se
um professor particular ha-
bilitado.

 

Norberto Pereira
Gardim
SOLICITADOR ENCARTADO

ABRA

Rua Aurea, 139 2.º D.º
TELEFONE 27111
LISBOA

Horário da carreira de Passageiros entre Castelo Branco (est) e Sertã
CONCESSIONARIO Companhia Viação de Sernache, Ld.’

Chegada Partida

Castelo Branco (estação) — 900 | Sertã .
Castelo Branco . . = 9,09 915 | Moínho do Cabo
Taberna Sêca. : | 935 | 935 | Vale do Pereiro
Cabeça do Infante. . | 9,55 | 9,55 || Moínho Branco

Sarzedas «| 10,00 | 10,10 || Proença a Nova
Monte Gordo : “1 10,25º | 10,25
Catraia Cimeira . . «| 10,40 | 10,40
Sobreira Formosa. . . -[ 11,00 | 11,10
Proençaa Nova . . | 11,34 | 11,45
Moinho Branco 12,05 | 12,05
Vale do Pereiro . . 1 12,10 | 12,10
Moinho do Cabo . + ei 1245 | I2s

Sem. “Sm | 12,30 —

Catraia Cimeira
Monte Gordo.
Sarzedas. s

Taberna Sêca.
Castelo Branco

Sobreira Formosa.

do | 1590
15,45 | 15,45
1550 | 15,50
15,55 | 15,55
16,15 | 16,26
“o «| 16,60) 17,00
e de 17,20: 117,20
SC AL3S | o
17,50 | 18,00

,

a ie GIO qui e olus e
o

Cabeça do Infante. +. | 1805 18.05

mese ASP [1825
18,45 | 18,55

 

Castelo Branco (estação) : 19,00 —

 

EFECTUAM-SE

DIARIAMENTE

 

Fuço saber que de harmonia com
o artigo 5.º do Decreto n,º 25 300
de 6 de Mnio de 1985 todos os
contribuintes sujeitos a contribuição
industrial, Grupo À e E e impos-
tos profissional. profissõss | berais
e empregados por conta de outrem,
devem renovar durante o mês de
Julho do corrente ano na Secção
de Finanças deste concelho as suas
declarações dos modelos aneg.s
aos decretos 16 731 de 13 de Abril
de 1929 e 24.916, de 10 de Jimets
de 1935 desde que as respectivas
actividades tenham sofrido alteru-
ções.

No mesmo mês as entidades on
pessoas, que tenham ao seu serviço
empregados sujettos a imposto pro-
frsstonal, devem renovar as rela-
ções nos termos do artigo 6% do des

| creto 16.731, desde que as, ultima-

mente entregues, tenham tambem
[sofrido qualquer alteração.
E para constar e chegue ao cos

| htinadio dos interessados se pas.
sou êstee outros de igual teor, que

vão ser afixados nos lugáres de es
tilo, &

Secção de nai do Consilho
de Sertã 24 de Junho de 1940,

O Chefe da Secção,
– Manuel Pereira

EDITAL

Manuel Pereira, Secretário
de Finanças de 3.º classe e
Chefe da Secção de Finan-
ças do Concel o de Sertã,

 

Faço saber que nos termos da
art.º 18,º do Decreto-lei n º 26.338,
de ô de Fevereiro de 1936, to
dos 08 proprietários, usufrutuários
ou possuidores por qualquer titulo,
de prédios urbanos são obrigados
a entregar durante o mes de Julho
na Secção de Finanças dêste con
celho, uma relação em Zupl cado,
por cada prédio, com 08 nomes dos
inquilinos e importancia das -ren
das anuais pagas por cada um.

Os proprietários, usufrutuários
ou possuidores, por qualquer titulo
de prédios urbanos que não apre
sentem a citada relação incorrem
na multa de dois por cento sobre a
valor locativo do prédio, a qual
não pode ser inferior a 10500 ($
2º do art.º 18.º do Decreto nº
26 338)

E para constar, se passou o pre
sente e outros de igual teor, que
se mandaram afixar nos luga es.
mais publ.cos deste concelho,

Secção de Finunças do Concelhs
de Sertã, 24 de Junho de 1940.

O Chefe da Secção.
Manu-l Pero à

 

Postais com vistas da Sertã

(EDIÇÃO PRIMOROSA)
Vendem se nesta Redacção.
Colecção de 7 postais — 5860

@@@ 1 @@@

 

A Comarca da Sertã

pentes! 4 meire

 

«Domina a mentira, a traição, a
indignidade, a sêde das riquezas colos-
sais, as vaidades no meia da desgra-
ca da tome, da injasi;i. Como que
gradualmente a sagrada doutrina de
Cristo vai abandonando a terra,»

«Educação Nacional»

Longe, embora, o canhão, a metralha inceadiando,
que importa se aí vem repercatir tão perto ?
Não há longes no mando a tanta angústia, quando
extravasa do mar, cobre o imenso Deserto 1

Longe ? Não..: Quem não vê os flancos da mantanha
donde já corre o sangue enegrecento à terra 2
Quem não ouve o ulular das fúárias e da sanha
ao sinistro rumor dos tu-bilhões da guerra ?

Estamos perto… Agora é tão pegueno o Vundo
que nos podemos ver e ouvir de banda a binda !
Sómente o abismo da almu é cada vez mais fundo,
a ambição mais odiosa, a dôr mais miseranda!

E vê-mo-nos ! Lá vão os monstros sendo guias

das enormes legiões -rumos de encrusilhadas! .

Em vez do pão de Deus semeiam se agonias !
“Às crianças ao nascer são logo amortalhadas !

Ó-mães de amor, ó mães—as noivas ainda -agora
vendo partir o filho, o pai, o noivo, —quantos
envoltos ontem ainda em sorrisos de aurora,
hoje envoltos em luto, em negrumes, em prantos !

“Partem. .. Se voltarão ? Mortos ou mutilados ?

Só a pergunta fica a macerar a vida !
E ver, meu Deus, e ver que milhões de soldados
se defrontam na gaerra atroz e fatricida !

Eu sei que ua inta fêz a alma eterna e sublime, —

do animal da Caverna o Ser que a Deus se enlaça !
Mas hoje a luta é a dôr,—o saque, o incêndio, o crime!
a vaidade, a ambição peste, fome, desgraça !

“A persistir a guerra, a mentira se estende
“Sóbre tado o que fêz o sonho, a glória, —a er-nça!
E jámais outro ideal outra luz na alma acende

“dentro da escuridão da nossa noite imensa!

“Fica tudo mentira —a Justiça, o Direi to,

“a Morál, tudo quanto iluminon a

“o Ju

 

—De que valeu, Jesus, tua dontrina, tua

ferrat o

 

morte de redenção no cimo do Calvário, — Fo
– seo homem, redemido, inda hoje continua
“sendo o cafre da Selva, e do Oceano o corsário!

De «Moçambique», de Lourenço Marques

 

Comemorações | REPAROS

Cenfenárias

 

PROGRAMA

 

Êpoca Imperial

Julho, 4— Partida do elemento
oficial para o Pôrto. Abertura da
exposição da obra de Soares dos
Reis, no palác’o dos Carrancas.
Inaugu ação do pôrto de Leixô s.
A* noite, sessão solene na Uni-
versidade: início dos trabalhos do
I Congresso «Pre e proto-histó
ria». 5—Cortejo do Trabalho, no
Pôrto. Baile no Palácio da As-
sociação Comercial. 6 — Partida
para Coimbra. Inauguração da
Exposição de Ourivesaria. Aber-
tura solene dos trabalhos do II
Congresso, «Portugal medieval»,
na sala dos Capelos. 7 — Comes

mor ção da Raínha Santa. Festa

provincial da Beira Litoral. Pars

tida do elemento oficial para o

Buçaco : visita aos monumentos
da guerra peninsular 8 e 9— De
regres:o a Lisboa, romagem aos
logares históricos do centro do
País: Leiria Batalha, Tomar,
Alcobaça, Caldas da Raínha,
Ubiios, Santarém. Durante O
percurso, realização de vários
actos e solenidades: em Tomar,
inauguração do monumento a
Gualdim Pais; em Leiria, come-
moração das côrtes de 1254, em
que pela primeira vez teve voz 0
povo; visitas ao mosteiro de Al-
cobaça e ao campo da Aljubar-
rota (1385). 10 — Prosseguem,
em Lisboa, os trabalhos dos con-
gressos do Mundo Português,

 

Houve quem reparasse e até
censurasse com aspereza os cle-
mentos da Tuna que se juntaram
na Praça da República, na noite
de S. Pedro, por tocarem ao mes-
mo tempo que a Filarmónica
executava alguns números do seu
programa.

Estamos convencidos que os
rapazes não pretenderam magoar
quem quere que fôsse ou melin-

drar a Filarmónica, tanto mais

que se encontravam afastados do

ponto onde ela estava; não davam

êles concêrto, eram poucos para
isso, e limitaram-se apenas a to-
car enquanto alguns pares dan-
gavam. No fim, o que êles que-
riam era divertir se.

Mas de futuro é bom ter cui-
dado e evitar estas coisas para
não haver susceptibilidades,

Pediram-nos para falar no caso,

o que fazemos com a maior in

dependência, comentando-o como

nos parece justo,
%

Há pessoas na Sertã que têm
reparado no facto de, vindo o
correio de Tomar às 10,15 horas,
ser somente distribuído por cerca
das 13 ho’as, isto é, depois de
chegar e ser apartada a corres-
pondência de Castelo Brarico,
que vem às 12,30 horas,

Ao sr. Chefe da Estação, se
assim o entender, compete infor-
mar O que tiver por convenien’e.

 

Este número foi visado pela
Comissão de Censura
“Me Castelo Branco

 

‘ “Resumo das disposições rega-
E bi) M O FR lamentares da pesca

Por José Augusto de Castro

Ningaem poderá pescar nas águas
fluviais sem estar munido da respectiva
licença, sob pena de incorrer na multa
de 100800.

Esta licença é anual e individual e

, Será confiscada quando seja aptesenta-

da por uma pessoa estranha.

E’ proibido empregar na pesca ma»
terias explosivas ou venenosas sob pe-
na de 90%00 de multa e 90 dias de ca-
deia.

E* proibida a pesca nas águas inte-
riores do país sob pena de 20800 a
200300 de multa 1.º desde 20 de Outu-
bro a 31 de Janeiro de cada ano para
os salmões ; 2.º desde 1 de Novembto
a 15 de Fevereiro para as trutas; 3.º

Рdesde 1 de Mar̤o a 30 de Junho para

todas as espécies de peixes, à excepção
dos salmões, trutas, saveis, lampreias,
e dos outros peixes que vivem alterna-
damente na água doce e na salgada.

Eº proibida a pesca nos rios, rias,
esteiros, canais, valas e laooas, desde
o pôr até ao nascer do sol. A perma-
nência dentro da água das redes e apa-
relhos de pesca com as dimensões re-

gulamentares, é permitida tanto de dia

como de noite, com tanto que sejam
lançadas ou levantadas desde o nascer
até ao pôr do sol.

E? proibida a pesca, comércio e
transporte de peixes de dimensões in-
feriores às abaixo designadas sob pena
de 50800 a 500800 de multa 1.º, para
as lampreias e enguias de 0,m25 de
comprimento; 2.º, para as curvinas,
salmões, sôlhos-rei (sturjões) de 0,m30e
de comprimento; 3.º, para as espécies
menores, como trutas, barbos, carpas,
bojas, escalos, etc.: 0,m1i2 de compri-
mento. Estes comprimentos serão me-
didos desde o ôlho até à raiz da bar-
batana da cauda, e os peixes pescados
com dimensões inferiores às acima de-
signadas serão imediatamente lançados
vivos à água.

-A malhas das redes terão as seguin-
tes dimensões mínimas 40mm para os
salmões, corvinas, solhos-reí (estur-
jões), e sáveis; 27mm para as espécies
menores, excepto burgados, morcas,
piardas, linguarões, bulideiras e outros.

Estas dimensões serão tomadas ao
lado da malha, depois de bem molhada,

Nenhuma rede poderá exceder em
comprimento a 2/4 de largura do rio,
devendo deixar livre a terça parte des-
sa largura, na qual se deverá compre-
ender o thalweg, isto é a linha de maior
profundade sob pena de 10800 a 100400

– | ese. de multa,

Quando forem lançadas simultanea-

| mente muitas redes apoiadas sob a

mesma margem, ou nas margens opos=

| tas, deverão intercalar-se a uma dis.
tância nunca inferior ao triplo do com-|

* À primento de cada rede.

– As redes fixas quando sejam empre-
gadas serão suspensas pela sua parte

média e numa extensão pelo menos de

um décimo do seu comprimento desde as
5 horas da tarde de sábado até ás 7 da
manhã de segunda feira, Esta suspen-
são será feita pelo menos até à altura
de 0,m50, acima do fundo, sob pena de
togoo a 100800 de multa.

São proibidos para a pesca os apa-
relhos fixos de fundo, conhecidos por
botirões fixos, alates e armadilhas de
tapa esteiros

E” proibido pescar em qualquer é-
poca do ano nas zonas aquáticas desi-
gnadas e assinaladas pelas Divisões
Hidraulicas para abrigos, desovadeiras
e viveiros de produção.

As reincidências das contravenções
serão punidas com o duplo da multa

As contravenções quando pratica-
das de noite, ser-lhes-ão aplicadas o
dóbro das multas respectivas.

Os pais, amos e mandantes são ci-
vilmente responsáveis pelas infracções
sobre a pesca previstas na legislação ;

Os aparelhos proibidos na pesca se-
rão apreendidos pelos guardas e mais
agentes das Divisões Hidráulicas e des-
truidos sem indemnização.

O peixe pescado em contravenção

“será apreendido e terá o destino que a

autoridade competente designar.
«Ba

NOITE DE 8. PEDRO

S. Pedro, orago da nossa fre-
guesia, não foi esquecido pela
população da Sertã, na noite de
6.º feira,

A Filarmónica União Sertagi-
nense deu um concêrto na Praça
da República, ouvido, com mui-
to agrado, por bastante gente
que ali se juntou, entre ela ale
guma de fora que veio à f.ira do
dia se uinte,

Em tôda a volta da Praça da
República foram colocados bo-
nitos balões, cujo conjunto dava
um aspecto interessante; deita-
ram-se muitos morteiros e fogue
tes de côres luminosas.

Uuw grupo de rapazes e rapa-
rigas, acompanhados de diversos
elementos da Tuna, percorreram
algumas ru-s, cantando a «Mat.
cha da Sertã»; empunhavam bo-
nitos balões. E

Na Praça houve vários baila-
ricos,

 

Nuno A’lvares Pereira,
Gonçalo Rodrigues
Caldeira e as Come-
morações Centená-
rias no concelho da
Sertã

Em 11 de Agosto de 1385 tra-
vou-se a batalha de Aljubarrota
contra o castelhano invasor, em
que os portugueses, zelosos da
sua independência e confiados na
protecção da Virgem, obraram
façanhas de extraordinário e quási
lendário heroísmo, bitendo-se
como liões, na proporção de 1
contra 6, sob o comando do
Condestável Nuno A’vares Pe-
reira, gig-ntesca figura da His-
tória da Nacionalidade, que Ser-
nache do Bomjardim tem a honra
de contar como seu glorioso
filho.

Julgamos nós um dever prestar
homenagem, no ano áureo das
Comemorações Centenárias, a
tam sublime varão e por isso
vimos lembrar à Câmara Munici-
pal da Sertã que, nos dias 14 e

15 de Agosto, se podiam promo-:

ver romagens ao local onde exis-
tiram os Paços do Bomjardim,
na cerca do Seminário das Mis-
sões, onde nasceu o herói, e Ã
capela de Nossa Senhora dos Re-
médios; era nesta capéla, então
chamada de Nossa Senhora do
Meio, por ficar no centro de Por-
tugal, que Nuno Alvares ia,
muitas vezes orar, pedindo a

protecção da Virgem para a nos- |.

sa gloriosa Pátria. Depois do
cortejo seria cantada missa so-
lene, com acompanhamento a ór-
gão e ao Evangelho um prêga-
dor descreveria a vida e obra do
grande guerreiro e santo.

Num dos mesmos dias seriam
também prestadas outras home-
nagens na Sertã: nas ruas a que

foram dados os nomes de D.

Nuno A’lvares Pereira e Gonçalo
Rodrigues Caldeira— êste, nosso
patrício, que praticou feitos de va-

lor na batalha de Aljubarrota —

seriam descerradas lápidas de
mármore com inscrições apro-
priadas. .

Em tôdas estas solenidades,
além do povo que se quisesse as-
sociar, tomariam parte, tôdas as
autoridades, funcionalismo pú-
blico, «Legião», «Mocidade» e
crianças de tôdas as escolas do
concelho da Sertã, Bombeiros
Voluntários da Sertã e as Filar-
mónicas da Sertã e Pedrógão
Pequeno com os seus estandartes.

Ainda que mudesta:, não dei
xariam de ter valor as homena-
gens que sugerimos.

À ideia aqui fica,

gpa

Notícias diversas

Os círculos competentes norte-
“americanos afirmam que, aten-
dendo a que Lisboa, terminus
das carreiras aéreas transat’ân-
ticas, está fora da zona interdita
à marinha mercante norte ameri-
cana, é muito p ssível que num
futuro próximo passe a ser o
principal porto de escala para os
navios americanos que vêm Ã
Europa. E

-— Foi inaugurada a «Casa do
Concelho de Mação» em Lisboa,
que ficou instalada na travessa
das Mercês 23.

— À Companhia Colonial de
Navegação inaugurou, com o pa-
quete «Colonial», a carreira para
o Brasil.

— No Brejo Fundeiro, Vila de
Rei, há poucos dias depois de
sa’rem da escola, vários rapazes
ficaram brincando e pescando na
ríbeira. Entre êles encontrava-se
António José da Silva. de 8 anos,
filho do sr. Manoel Vicente da
Silva, de Aveleiras, que, ao sal-
tar sôbre um pôço, mofreu afo-

gado.
ot Gp

Quere fazer melhor venda dos

artigos do sei comércio
e produtos da sua indústria ?

Gastando uma insignificância,
pode anunciá-los na «Comarca
pa Sertã»,

 

3.

Alravês da Comaro

E
(Noticiário dos nossos Correspondentes)

Emigos da Instrução

CASTELO, 28 — Informam-
-Nos que o nosso amigo sr. Joa-
quim Pestana dos Santos, que há
dias, acompanhado de sua espô:a,
esteve na Selada, de visita à sua
família, mandara entregar à Ex.”*
professora da Escola do Mouris-
co, a quantia de 50300 com des.
tino aos alunos mais necessita-
dos.

Ainda que fira a sua modestia
não podemos deixar de render-
“lhe os nossos louvores tanto
mais que não é a primeira vez
que aquêle nosso amigo lhe tem
prestado o seu valio o auxílio.

— De visita, igualmente a sua
família, esteve na mesma povoa-.
ção o sr. João da Cruz Fernandes.

Vida agrícola

No geral, as vinhas, nesta fre..
guesia, encontram-se muito atas
cadas de míldio e oídio, não
obstante os persistentes tratamens
tos feitos.

À batata de sequeiro, trigo e
centeio muito se ressentiram do
tempo irregular, ora de Írio, ora
de calor, que tem feito A azei-
tona, a pouca que havia. também
deve ter sofrido.

Os milhos de sequeiro apre-
sentam r.gular aspecto.

LES GP

ANEDOTA

— O que é o amor ?—pregun-
tou uma rapariga, numa sala, a
um solteirão impenitente, para
ver o que êste lhe respondia.

— O amor, definiu êle é uma
espécie de insânia que faz com
que um homem chame sua pom-
binha, a uma mulher que pese
perto de cem quilos.

OA

“Pequena Monografia
“da frevegsia da Cu-.
meada” a

Editada pela «Comissão de
Melhoramentos da Cumeada» em
Lisboa, que, não obstante a sua
recente fundação, marcou já um
logar de destaque no meio re-
gionalista, recebemos 2 exem-
plares da «Pequena monografia
da freguesia da Cumeada», que
tem muito valor, não só pelo
contexto mas ainda pelas magní-
ficas gravuras que apresenta,

E” uma obra de «lucidação, um
breviário que os naturais da fre=
guesia da Cumeada devem pose
suir e guardar como tesouro de
alta valia,

Eº um modesto trabalho que
representa muito esfôrço e O so=
matório de boas-vontades, a que
se sobrepõe o desejo de ser útil
à terra mãi.

Por falta de espaço só no pró-
ximo número podemos fazer re-
ferência detalhada à interessante
monografia.

Entretanto agradecemos os
exemplares enviados e felicitamos
a ilustre Comissão, nossos ami-
gos srs. Manoel Luiz Rosa, Eu-
génio Nunes Farinha, Antônio
Joaquim Marques, José Pedro
Pires, Jacinto Pedro, António
Nunes e Manoel Nunes, pela in »
ciativa e cá estamos sempre ao
seu dispor para colaborar estrei-
tamente na sua obra de propa-
ganda e engrandecimento em
prol da freguesio da Cumeada.

Cro

“Casa da Sertã” em kisboa

A Emissora Nacional, numa
das suas emissões diurnas de 29
de junho, referiu-se citcunstan-
ciadamente ao nosso editorial de
25 de Abril sôbre a criação da
«Casa da Sertã» em Lisboa, elo-
giou a ideia e terminou por leme
brar que era da maior utilidade
que ela não ficasse em palavras.

E” também ê-te o nosso desejo
e o de todos os patrícios que se
presam e amam a sua terra.

Agradecemos as amáveis re»
ferências.»
ferências.

@@@ 1 @@@

 

À Comarca da Sertã

Impressões de viagem de lisboa a luanda

 

Por João Farinha Freire Júnior

VII
(CONTINUAÇÃO DO NÚMERO 198)

[DELA manhã cedo, do dia
29, ainda de noite, acer-
cot-se de nós um vapor

misterioso, com luzes apagadas,

que fez inc dir sobre o «Niassa»
os seus potentés projectores. Era
um navio ingles, armado em

vaso de guerra, que andava a

patrulhar a entrada do porto de

Dakar e depois de nos reconhe-

cer fez algumas evoluções e en-

trou -à nossa frente no porto.

Quando passou por nós houve

manifestações de simpatia de

parte a parie.

Pelas oito horas da. manhã,
estavamos a demandar o porto
de Dakar, seguindo à nossa fren-
te o vapor «Leopoldvilleo. O
porto é em forma de ferradura e
ao centro tem uma peguena-ilha
que demanda a entrada. Dum
lado e do outro veem-se nitida-
mente grandes obras de fortifi-
cação e formidaveis canhões fis
xos de costa viígiam a entrada.
Antes de entrar na baia o navio
recebe o piioto que aos zig-za-
gues conduz o navio para o por-
to onde lança ferro. A baia e en-
trada do porto está tôda minada
sendo o navio conduzido com
as maiores cautelas.

 

Permanecemos na baia quasi:

todo o resto do dia onde o na-
vio belga fundeou também. No
porto estão muitos navios, quasi
todos de países neutros, Dinamar-
quezes, Suecos, Gregos, etc. As
autoridades visitam primeiro o
vapor belga e depois dirigem-se
ao nosso. Vistos os papeis da
carga e passageiros, fazem de-
sembarcar um subdito alemão
que viajava conosco e passa a
ser prisioneiro de guerra. Por
sinal este alemão é judeu e an-

“dava a tratar de se naturalisar

portuguez e pouco lhe faltava
para isso. Foi um precalço de-
sagradável com que ninguem
contava e muito menos o pas-
sageiro pois se soubesse que o
vapor tocaria em Dakar, teria
ficado na Madeira.

De nada valem argumentos-e
justificcções pois são leis de

“guerra e nada se consegue para
que o alemão siga viagem. A

mãe que o acompanha desfaz-se
em lágrimas mas as autoridades
militares são infl-xiveis e a na-
da se comovem. Esta senhora
que também é alemã, é aquela

“Que ao declarar-se a guerra vi-

nha em viagem num vapor ale-
mão e teve de desembarcar em

“Vigo viajando por terra até Lis-
“boa e aqui tomou o Niassa.

“As autoridades não permitem

o desembarque dos passageiros ,

para visitarem a cidade, como

também não permitem visitas a

bordo e aqui temos de permane-

«cer encurralados e com um calor

abrasador, verdadeiramente tro-
pical.

Quasi à noite demandamos.o

porto interior de Dakar, seguin-
do a vapor belga à frente, ma-
nobrado pelos pilotos. A entra-
da é muito estreita e de cada la-
do estão sentinelas militares com
metralhadoras disfarçadas. O
Porto é bastante amplo é com
numerosos. cais acostaveis, bem
apetrechados. Dentro do porto
estão os navios de guerra, dois
modernos cruzadores e potentes
hidroaviões. O navio «Leopol-
dvill=» vai acostar ao cais e nós
ficamos ao larzo, talvez pot me-
dida económica da Companhia
para não pagar acostagem, mas
ao passo que o vapor belga co-

balho de abastecimento, no nos
so não se vê qualquer movimen-
to nem: para ele se dirigem quais-

carvão, e o nosso belga, logo
pela manhã, iça o sinal de saída
adiantando-se muitas horas de
nós.

Só pela manhã e já não era
muito cedo, se dirigem para O
Niassa duas barcas carvoeiras
com guindastes modernos e me-
canicos que imediatamente ini
ciam o transbordo do carvão,
mas por infelicida ie as bocas do
deposito de carvão, do Niassa
não dão vasão e os guindastes
das carvoeiras teem de parar
constantemente. De noite a ci
dade fica mergulhada na escuri
dão e só o farol fixo indica que
ali ha um porto e uma cidade.
Nós tivemos de jantar com as
vigias completamente fechadas e
as cortinas corridas e depois das
10 horas não era permitido a
bordo qualquer luz. A bordo, a
temperatura era sufocante e a

roupa dos beliches que estendia
no chão.

Todos amaldiçoavam a nossa
sorte que nos obrigava a passar
por tais martírios e estavam an-
ciosos por deixarem Dakar e a
prisão forçada a que nos sugei-
tavam. Ainda se ao menos permi-
tissem o desembarque, o tempo
passar-se-ia melhor em terra, vi-
sitando a cidade e arredores,
mas tivemos de nos limitar a
contempla-la de bordo, que as-
sim mesmo se nos afigura uma
grande. cidade de edificios mo-
dernos, bastante arborisada. A
principal exportação é constitui»
da por amendoim e goma, mas
a importancia de Dakar provem-
lhe sobretudo de ser um porto
moderno, bem apétrechado, gran-
| de centro carvoeiro e por isso
; procurado pela navegação, mari-
tima e area das rotas da Africa
e America. Tem também grande
import:ncia milit r por estar co-
locado num ponto estr. tegico en-
tre a Africa, America e: Europa
oque lhe dá um valor maior.

(Continua).

 

Página da Semana

 

(Coniinnação da 1,2 pagina)

têm aproveitado crianças de to-
do o distrito. Naquêle ano par-
tiram 59 colonos, em 1932, 112;
em 1933 150; em 1934, 302; em
1935, 260; em 1936, 360; em
1937, 424; em 1938 536 e em
1939, 617, o que dá o total ‘de
2.820 crianças.

Damos um ligeiríssimo esbô-
ço do que é a notável instituí-
ção, que deve merecer o cari-
nho e socôrro oficial e particu-

“lar, não só da cidade de Caste-
lo Branco, mas de tôda a popu-

“em condições de o fazer.

lação da Província que esteja

Eduardo Barata

CINE -. TEATRO TASSO

Hoje, quinta-feira, 4
a Pátria Filmes, Ld., de Lis.
boa, apresenta o notável drama

O PROCESSO LAFARGE

com: Marcelle . Chantal, Pierre
Renoir, Reymond Rouleau e Erc
Von Stroheim.

Um filme excepcional, que te-
lata a tragédia: que tanto apaíxo-
nou a França e o mundo inteiro.

Um acontecimento verídico. O
célebre «Caso Lafarge».

Uma mulher condenada injus-
tamente.

Ordem do espectáculo: As-
pectos de Lisboa, 1 parte; Cam-
peões Infantis, 1 parte; Desportos

 

| do Inverno, 1 parte; O. Processo

 

Lafarge, 11 partes,

meça imediatamente o seu tras.

quer barcaças com o almejado | No coração e…

maioria dos passageiros veio dor- |
mit; para O convez trazendo a.

 

EA Pas
= : —

Frei-Paulino tem olho…

 

NTRE os muitos axiomas,
que os filósofos da anti-
guidade deixaram dispersos pelo
Mundo, poucos enfermam por
não tracduzirem a expressão duma
verdade. Assim, é bem verídico
êste de Bocce:
«Não há maior dôr que recot-,
dar na miséria o tempo: feliz».
A mim serve-me muito bem a
carapuça, tão bem, como sempre
me serviram as orelhas de bur=

ro com que a minha mestra tes-

temunhava o prazer que lhe cau-
savam as minhas lições.

Não me encontrando, graças a
Deus, com a bôla reduzida ao
minimo, no entanto, a máxima

adequa-se, muito bem, quanto ás

saúdades que tenho do passado,
época mais feliz da minha vida,
que recordo com uma certa dôr
nas costas. Esta
última, devida ao reumatismo
que, também, é bem triste, pois
é o primeiro sinal de… alarme
a avisar-nos que em breve da-
remos ingresso nas fileiras dos
varões. .. assinalados. ,

Foram as reiiniões de família e
os serões na província, não os de
Júlio Deniz, mas os de Sernache
de Bomjardim, que me deixaram
gratas recordações.

Como sempre, acontecia, vi-
nham as velhotas amigas da casa
e de contar a vida das vizinhas
que, a pedido dos miúdos, se’re-
solviam, muitas vezes, a narrar
antigas histórias, sabendo, é claro
que, nofinal da festa, lá vinha
uma chícara de bom café e um
cálice de angélica que elas sabo-

reavam com um estalinho de lín-.

gua acompanhado va indipen-
sável carêta de carinha de…
velha: »

contos de fadas e coelhinhos de
oiro, comidos à caçadora por
horrendos papões ou asquerosas
bruxas assando meninos em enor-
mes fogueiras que nos… gela-

vam de terror. Outras tinham por.

protagonistas um. frade ou um
velho cura de aldeia, quási sem-
pre sem pés nem’cabeça e outras
sem cura possível… de André
Brun.

Como não peco por egoísmo,
não gosto de guardar para mim
tudo o que sei e, portanto, vcu

contar uma das tais histórias, que

não é má para miudos e b-a para
taludos.

Certo dia, saiu do seu convento,
um frade encarregado de fazer o
habitual peditório para as almi-
nhas. Ora, nê ses tempos, havia,
como hoje, bom e mau, e o nos-
so fradinho,. por mais de uma
vêz, tinha caído .. na asneira de
pecar por mandrião e como tal,
voltava sempre ao seu mosteiro
com o alforje vazio e cheio ..
de copinhos que os compadres
lhe ofereciam. Já bastante sacri=
ficado com as penitências impos=
tas aos que incorrem no sétimo
pecado mortal. resolveu que nês-
se dia havia de trazer boa co-
lheita que deixasse o Superior de
cara à banda, que portal sinal
era um cara direita, amigo de
tolos os seus irmãos, Se bem o
pensou, melhor o fez, e assim,
altas horas da noite, regressava
o pobrezinho curvado ao pêso
dos anos e das patacas, quando
de súbito lhe salta à frente um
sujeito que apontando-lhe um res-
peitável pistolão,. daquêles do
tempo da guerra pehinsular, o
intimou a entregar a bólsa’ou
a vida! O nosso herói, como é
natural; ficou sem pinga-de San-
gue e, senão fôra uma: pinga
que tinha bebido em casa do seu
compadre Zacarias,teria sucum-
bido a tamanho-susto, Sem nada
dizer passou às mãos do facinora
os seus a’forjes. :

Passada, porém, a:crise ner-
vosa. dir giuse ao ban iido da

“Seguinte forma:

Olhe lá! Você podia fazer o

 

JANEIRAS:

CARNAVAL — Nos concelhos
de Oleiros e Sertã procede se du-
rante o ciclo do Carnaval á di-

| visão do burro.

Um grupo de rapazes sobem a
um cabeço ou elevação dos arre-
dores ou a balcão de quinta pró-
xima e, falando atravez de um

tes do burro, ou todo o burro,
por pessoas suas conhecidas a
quem desejam surriar ou irritar.
E em quadras improvisadas de
que a seguir damos algumas re
colhidas no Nesperal, vão citando
as pessoas:

Ahi vai a cabeça

P’ro senhor Zé Monteiro

A que ele tem não presta

A do burro vale mais dinheiro,

Um pedaço do burro

Eº para a Maria Padeira
O que ela precisa é a pele
Pra fazer uma peneira !

Lá vai o burro inteiro

Pra casa do Sr. Lopes

Quando os dois se encontrarem
Começam ambos aos pinotes

Olha, olha, olha!
Lá está o Zé Branco!
Comeu tanto do barro

Algumas quadras atingem a
indecencia e a pornografia,

RAMALHOS — Em domingo de
Ramos, na Madeirã, o rapazio
das escolas e os pastores, vão ao
desafio, buscar grandes pernadas

 

consegue os aplausos do povo

Ê S dO povo,
Maio — Na madruczada do dia

que saem mais tarde-com os-re-
b nho» € tesminam:

-se 0 Maio dcixando nos telha-
dos,na ‘vespera do dia 1.º, uma
garrafa cheia de vinho ou de
aguardente a “serenar e bebendo
o conteudo.na manhã seguinte,
antes de nascero sol.

Ho Para que o Maio não entre,
penduram “nas’portas: e janelas,
nas capúeiras « nus currais, ra-
mos de flores. E:

Santa Cruz — No dia’de’Sanita
Cruz, col-cam “no concelho ‘de
Oleiros, cruzes feitas de cana; ou
de niadeira nas Cearas, nas hor-
tas, nas vinhas, etc.

Santo: António — Teve:noutro
tempo festa rija em Oleiros – Era
a maior festa co: ano.: Ainda-ho-
leracodem à: sua capela, no-dia
da: romaria, chousiços,- cabeça-
das (a cabeça e:a | papeiia): pre
suntos, etc. ofertas: por: promes-
sas feitas e que-são vendidas em
leilão.

“São: João:—Na noite de: São
João ardem em: todas as povoa
ções do concelho de Oleiros. gran-
des fogueiras alimentadas : por
mato e rosmaninho,

Na MADEIRÁ — Empregam as

cabaço partido (alto falante rs |
tico), destribuem as diversas par-.

Que já:se não levanta do banco.

e às vezes loureiros completos
para servirem de “amos-na pro-.
“* tcissão. O que apresenta o maior
O repertório «as santas avó. do. povc
zinhas, era lá, como em tôda a |.
parte, um conjuto de: Lendas, | 1º de Maio, os pastores de Olei-
ros surriam ‘ (fazem surriada) aos

Ailou, ai lousaidoul Ss
No NESPERAL (Sertã)-engana-:

Apontamentos etnográficos da
comarca da Sertã

 

RES TO Ass
Pedem-nas do Natal aos Reis na

Amieira (Oleiros) e em quási todas
as povoações do concelho de Sertã

pinhas dos pinheiros bravos em
vez de mato. Paia que a f. guei
ra se não extinga, trasportam
dias antes, carradas e carradas

“delas que vão sendo atiridas pa-

ta o fogo na medida das neces-
sidades.

No. Sobral espetam um pinhei-
ra no centro da Pr ça ou Largo
da povuação e forram-no até ao
cimo com mato.

A? meia noite deitam. lhe o fogo!

Em Oleiros — Os rapazes cor-
fam e transportam | para o adro
da Igreja, grandes troncos de ar-
vores secas Ou decrepitas a quê

deitam o fogo para arderem du.

rante três noites seguidas.
Nalgumas povoações as fogueis

lras repetem se na noite de São

Pedro.

Quem antes da meia nvite, se
tran:p rte ao cimo das serras ou

cada um dos povos do c ncelho
pelas chamas que se erguem nus

| largos ou praças públicas.

Ao dar a meia noite, as foguei-

Jras ficam desertas porque todos

vão beber a olha e agua cu de.
sorvalhar as hortas.

No Nesperai (Sertã) o que pri-
meiro vai á fonte na manhã de

[São ] ão tira a olha à fonte e

não morrerá durante o ano,
Também ali é costume tirarem

| agua para uma bºcia e remirarem-

-Se nela.
Os que conseguirem ver a sua
figura no-espelho da agua não

| morrem durante o ano. .
| Santo-Margarida: Advogadae
protectora dos lavradores e dos

campos, que preserva e defende
da bicharada, merece especial
“devcçãoeosm rajores de Oleiros.

– Os festeiros nomeiam todos os
anos ém cada povo da freguesia
duas ou três raparigas que devem
fazer as fogaças.

Esta reunem, no dia da festa,
com taboleiros, cereais, frutas,
doces, etc que os devotos oferes
cem>a’Nossa-Senhera e são-ven
didos em leilão.

Santos — Todos os padrinhos
vferccem, nos concelhos de Olei-
ros e Sertã -merendas (doce de
farinha e ovos) aos seus afilhados.

Malha, pisa e grama,

Os dias da malha dos cereais,
da pisa da castanha e da grama
do linho, são de festa nas fami.
lias do concelho: da Sertã,

No dia’da malha come se: o
bucho do porco n» diaida pisa
a bexiga e no dia da grama
grande jantar de carne.

Tanto o buchb como a bexiga
são cheios pela matança com
miudezas do pcrco. Ri

Na pisa, por cada saco de cas:
tanha; bebem os pisadores uma
pinga e. por cada tres comem
uma bucha. E

Dez. 1939 Jaime L. Dias

 

f.vor dava aqui uns tirinhos no
meu habito, pra mostrar lá no
convento que fui assalt:do e rou-
bado à mão arm:da, pois’se eu
«pareço com as’mãos vazias, ese
tou perdido, com” uma carga de
castigos: Juntando o’ gesto à pa
lavra’ia: para’ despir ‘o habito.
“Quando o ladrão lhe-respondeu:

Não se dispa que não rem graça
nenhuma! Você não vê que a
pistola é a fingir. E .desatou. à
gergalhada,

Mas você, tornou o frade, traz,
com certeza, uma faca ou nava-

| lh, que isso: pra: o caso tanto

faz, em. vez de. tiros seriam gol-
Pe ando à
Nada ! Não trago armas de…

 

EE

fogo, respondeu ainda a rir O

valentão. per
O nosso amigo não quis ouvir

m iis,atira-se ao homem e depois

de rehaver a sua rica’sacola, deu«

lhe uma t-reia de criar D cho é
bicha-de curiosos, que. ao som
daquêle tambor, acorreram | de

-uma aldeia próxima.

D. quela sova mestra não ficou
amostra de ladrão que se sumiu,
como. um foguete, pa a jamais
ap-recer.

Sibdo oc so,h uve festa tija
para tôda a comunidade e à Frei-

P ulino, herói daquela peripécia,
que: po teria ter sido um comb te
sangrento; foi dada- uma coroa

de loiros e algumes… loir:s.

 

“Carlos Simões (Filho)

dos montes, fácilmente localizará