A Comarca da Sertã nº109 24-09-1938

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FUNDADORES
DR. JOSÉ CARLOS EHRHARDT
DR. ANGELO HENRIQUES VIDIGAL
ANTONIO BARATA E SILVA
DR. JOSÉ BARATA CORREA E SILVA
EDUARDO BARATA DASILVA CORREA
EESRTTORO
OR, EDITOR E PROPRIETARIO
Cduando Barata ola, Tilva CQrneia
—— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
SERPA PINTO-SERTA’
Gompusto & Impresso
NA
ee
FAME DA SERTÁ
| Largo do Chafariz
| SERTÃ
PUBLICA-SE AOS SABADOS
24
Setembro
19388
Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertá: concelhos de Sertã,
Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação )
CRE Fá
1d 17 do corrente publicou
a folha oficial um de-
ue ampli a faculdade
7 ovérno, por decre-
25.701, dara ds orde-
ou salários minimos e es-
normas para tornar mais
a respectiva fiscalização.
do êsse diploma, sempre
verifique a baixa sistemá-
dos ordenados ou salários
O consegilência de concorrên-
lesregrada em qualquer ra-
“actividade ou, bor outra
tância, aqueles desçam
de uma taxa razoável, é o
ecretário de Estado das Cor-
e Previdência Social
o a estabelecer ordena-
alários minimos.
Duando usar dessa faculdade
à tambén: o mesmo subse-
o de Estado regulamentar
cício das profissões abran-
m tudo que julgar neces-
| à regular fiscalização dos
dos ou salários estabeleci-
ordenados ou salários
os e as condições correlati-
ão fixados bor despacho,
pois da publicação déste no
o do Governo» e de decor-
razo nêle fixado tornam-
brigatórios para os ramos
ctividade a que disserem res-
D. Os ordenados ou salários
os não prejudicam outros
evados já adoptados á data
u estabelecimento no respecti-
de actividade.
conhece-se ser de muita im-
a ôste diploma que tem
alidade terminar com in-
ados abusos provocados
7 desenfreada concorrên-
rofissões, aproveitado
fio daqueles que consi-
o trabalho humano como
mercantil, sujeito ás leis
ta e procura como qual-
ercadoria, gerando-se a
aca revolta entre aqueles
ispõem do seu braço para
obter os meios indis-
es para se manterem.
OO
STA fixada para o dia 31
de Outubro próximo a
geral de deputados à As-
1a Nacional. À escolha re-
individualidades que se
evidenciado por relevan-
os prestados ao Estado
vo, quer venham to-
parte nos trabalhos da
ão Eeuiia, quer
“das trovoadas da
la semana, que nos
uma chuva, não
lias de calor, notando-
“seria necessário, vol: |
céu aparece tol-|
juens, sinal de
Colégio Mun’flbares de Tomar
Um dos melhores estabelecimen-
tos de
ERMITA-ME V… sr. Director de «A
Comarca da Sertã» que hoje» me
ocupe nó seu interessante jornal, do
magnifico estabelecimento de ensino,
que é o Colégio de Nun’Alvares, de
Tomar.
Sei bem que V… não me negará um
pouco de espaço para salientar o papel im-
portante que yem desempenhando no capi-
tulo da Instrução um colégio fundado e or-
ganizado à custa de mil sacrifícios e contra-
riedades, com pouquissimos recursos finan-
ceiros, sem outra coisa a impô-lo do que a
energia, e perseverança, a competência ea
honestidade dos seus directores, cujos no-
mes me abstenho de apontar para não ferir
a sua modéstia e porque não precisam de
reclame aquêles que têm a consciência de
virem cumprindo o seu devêr, honrrando a
formosa cidade do Nabão e o País, engran-
decendo e notabilizando o ensino particular
em Portugal, precisamente aquele que vive
exclusivamente dos seus próprios meios.
Tenho notado que «A Comarca da Ser-
tã» se interessa a valer por tudo quanto diz
respeito à Instrução, defendendo corajosa-
mente a abertura de mais escolas na região
que defende, apontando aos Poderes Piúbli-
cos a necessidade absoluta do funcionamen-
to de outras que, por circunstâncias ‘diver-
sas e eventualmente, se encontram encer-
radas,
Honra lhe seja,
A verdade é que o Pais só pode ser
grande, só pode atingir a meta do progres-
soe o engrandecimento a que tem direito
pelo seu passado, quando desaparecer de
vez a cifra negra do alfabetismo, tam eleva-
da que nos inferioriza perante os outros pai-
ses civilizados,
A vida moderna, com as suas múltiplas
exigências, obriga-nos hoje a procurar o
maior número possivel de conhecimentos, a
adquirir uma formidável bagagem de ins-
trução, como a melhor couraça para resistir
às tremendas dificuldades que se nos depa-
ram na vida prática, cheia de escolhos e de
visissitudes, no torvelinho de egoismos e
ambições que são a marca da scciedade de
hoje.
Nem sempre são os audaciosos que ven-
cem. Os homens honestos, probos e dignos
têm o seu logar marcado esão êstes que podem
ser úteis à sociedade e à pátria; mas tais
predicados, honestidade, probidade e dignida-
de, de alto e indiscutivel valor moral, pouco
são quando a êles não está ligada a instru-
ção ou uma grande preparação técnica que
faça do individuo uma célula intensamente
laboriosa e progressiva, apta a resistir aomeio
deletério em que actua, tornando-o, sim, um
elemento moral em que não escasseiêm todos
os bons predicados para estabelecer, com
outros, a mais sólida coesão”
Dirão alguns, aqueles que não estão de
acordo com o meu pensamento, que tudo o
que digo é muito bonito, mas aréngo no de-
serto, porque nem todos os pais podem
mandar educar os filhos e dos que estudam
nem todos podem ser doutores! j
“Muitobem. E” certo quenemtodos o!
dem mándar educar os filhos por falta
meios, infelizmente; mas hã muitos que
eferem que os filhos vivam na mais com-
eta rância, exactamente para conser-
s meios, cren:
tactos êsses mes
jado espírito,
| julga oportuno, útil e possivel confere pré-
ensino particular do País
melhor benefício deixando-lhes uma coure-
la de terra e uma morada de casas a uma
boa preparação para a vida! Que é melhor
legar-lhes um óptimo pé de meia, cujo va-
lor desconhecem, porque não o ganharam,
do que uma sólida educacão e instrução, que
os torna hábeis a readquirir, muitas e mui-
tas vezes, tudo o que se gastou com o seu en-
sino. Alguém desconhece que numerosos fi-
lhos—família, que não tiveram quem os
mandasse instruir, depois de gusta a fortu-
na herdada em depravações vêem-se obri-
gados a implorar dos seus parentes uma cô-
dea ou a sujeitar-se a ocupações deprimen-
tes para não morrerem de fome?
Para que lhes serviu o dinheiro ? Para
nada. Valia mais que o não tivessem porque
então procurariam pelo trabalho honrado, e
logo no principio da vida, os meios de pro-
verem á sua manutenção.
Que a instrução e a preparação técnica
em Portugal são hoje altamente dispendiosas
todos os sabem. Mas, mesmo assim, convem
fazer todos os sacrifícios para as adquirir.
O Colégio de Nun’Alvares, de Tomar, mar-
ca uma posição de destaque entre todos os
similares, porque reiine as condições preci-
sas para se impor, porque é, sem favor, um
instituto de instrução e educação dos melho-
res, tendo atingido, logo de principio, a fina-
lidade a que se propôs.
Nos minguados sete anos da sua existên-
cia a acção dêste Colégio é de brilhantissimo
relêvo, e de ano para ano vem-se firmando a
fama que conquistou logo de início.
Estàã instalado em dois amplos edifícios,
dispondo de amplase arejadas salas de aula,
de laboratórios completos de Fisica e de Qui-
mica, Museu de Ciências Naturais (Biológi-
cas e Geológicas), de material didáctico mo-
derno e perfeito, de confortáveis salas de es-
tudo, de esplêndidos dormitórios, de higié-
nicos balnearios, enfermarias, grande salão
de jantar, gimnásio, campo de jogos, etc, cons-
tituindo tudo isto um conjunto indispensa-
vel de condições de ordem material que, alia-
das a uma rígida mas racional disciplina
moral e intelectual, formam, com a excelên-
cia comprovada dos seus métodos de ensi-
no, a chave úniça dos sucessos de cada dia
e o triunfo final em cada ano escolar,
Nem de outro modo seria possivel rea-
lizar-se —como o tem conseguido—essa alta
expressão pedagógica que os românos tam
conhecidamente traduziram pela velha fór-
mula «Mens Sana In Corpore Sano» que
o Colégio vai concretizando, insofismavel-
mente, de ano para ano, mantendo e melho-
rando até a sua invulgar média de 96%, de
aprovações nos sete anos de vida,
Explendido récord a atestar uma grande
capacidade de trabalho e compência de quem
o dirige.
O Colégio Nun’Alvares abrange os cur-
sos primário, elementar, de admissão ao li-
ceu, completo dos liceus (1.º, 2.º e 8.º ciclos) e
admissão as Universidades.
Realiza amiúdadas: excursões de estudo
no decorrer do ano lectivo e sempre que o
mios anuais aos dois alunos que obtenham me-
lhor aproveitamento. –
Não descura a Direcção do Colégio a edu-
cação religiosa dos seus alunos sempre que
os pais o desejem.
que lhes prestam |
..à lápis
do ser levados a efeito
trabalhos de construção
e grande reparação de estradas
nacionais, esperando-se que a
parte da estrada entre a Sertã e
Tomar seja incluída entre as
abrangidas na grande reparação.
SEARA AAA
eae CARAM as zindimas
na região, esperando-se
uma regular produção.
Produz-se aqui magnifico e ca-
bitoso vinho, tipo clarete, mas em
tam pequena quantidade que não
dá para o consumo da quarta
parte do ano.
Com a aszáfama das vindimas
reveste-se o cambo de uma vida
de movimento agradável e as ra-
parigas lançam no ar as suas
quadras alegres e ingênuas, numa
despreocupação que bem con-
diz com o seu viver simples e
jovial.
aan
Eros a GUEMagora, actis
vamente, as obras da
reparação da Igreja Matriz,
brevendo-se que as do exterior
fiquem concluídas nos meados de
utubro.
ADA
EVA MAÇO que no Cimo
da Vila, existe um ma-
tadouro clandestino, onde se aba-
tem clubatos e carneiros em lar-
ga abundância. Nestas condições
a carne não é inspeccionada e es-
tá-se a ver o perigo grande que
dai pode resultar para a saúde
publica.
Por outro lado estabelece-se
uma desleal concorrência aos
marchantes que fazem legalmen-
teo seu negócio e que éles, por
força dos elevados encargos que
os oneram, não podem suportar.
Chamamos a atenção das auto-
ridades competentes para o abuso
apontado, que merece ser severa-
mente reprimido,
RCA
PA que os dias decres-
cem continuamente, por-
que será que a Electrica não co-
meça a fornecer a energia parti-
culur mais cedo, a uma hora con-
veniente e se cinge, talvez, à um
horário que nada tem de útil?
Obrigar tôda a gente a inter-
romper as suas ocupações ou a
acender cotos parece-nos pouco
bróprio, prejudicial aos interes-
ses dos habitantes da vila e aos
da é ide Emprêsa,
á agora pedimos à Câmara
para mandar snbstituir algumas
lâmpadas” fundidas que existem
nessas ruas.
= OA
* transcrito da «Ilustração»
o interessante artigo
«Vila de Rei—-a Esquecida», do
nosso distinto colaborador e esti-
mado assinante sr. Isidro Anto-
(Continua na 3º página).
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|
CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS
OBRIGAÇÕES DURANTE O
MEZ DE SETEMBRO:
Pagamento de contribuições
Pagam-se até 29 do cor-
rente, relaxando em 30, as se-
gundas prestações de várias
contribuições e impostos quan-
do a respectiva colecta tenha
sido dividida em 2 presta-
ções.
Pagamento trimestral
Para que o pagamento da
contribuição predial, indus-
trial, imposto profissional
(profissões liberais) e impos-
to complementar do ano pro-
ximo possa fazer-se em
prestaçoes trimestrais venci-
veis em Janeiro, Abril, Julho
e Outubro, ê necessário que
os interessados o requeiram
ao chefe da Secção de Finan-
cas até 30 do corrente.
Só podem requerer o paga-
mento em 4 prestações os
contribuintes cujas colectas
de contribuição predial se-
. jam iguais ou superiores a
00400 anuais, e as du con-
tribuição industrial, imposto
complementar e profissões 1i-
berais sejam iguais ou supe-
riores a 400$00.
A colecta do imposto sôbre
aplicação de Capitais secção
A é paga por uma sô vez
durante o mês de Janeiro, e
a dos empregados por conta
de outrem (imposto profissio-
nal) pode apenas ser paga em
duas prestações e quando
iguais ou superiores a 200800.
Colocação de selos em anun-
j oios e cartazes
Segundo o determinado no
decreto n.º 28.222, de 24 de
Novembro último, já não é
par do colàr estampilhas
iscais em anúncios ou car-
tazes colocados ou afixados
nos estabelecimentos comer-
ciais ou industriais, em casas
ara alugar ou vender, em
armácias, referentes a con-
sultas dadas pelos médicos,
e em muitos outro casos.
Os contribuintes que tive-
rem expostos anúncios ou
cartazes nestas condicões de-
vem retirá-los quanto antes,
pára evitar a multa, e solici-
tar guias na secção de finan-
ças respectiva, a-fim-de paga-
rem O respectivo imposto de
sêlo na tesouraria da Fazen-
da Pública. Os anúncios ou
cartazes, antes de expostos,
têm de ser apresentados na
secção de finanças para serem
visados,
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Poa dediliro . . 905 0,05 910)Treshoas. . . . 1435 0,05 1440 )Póvoa R Cerdeira . . TÃO 0,05 BR 0 os 106
ela O PR RETO DR EAR Pr 1900 o 1090
Memo O OO soMO Dos UndalNoea da li > 1630 DIO SOBERBA, |: indolor paro
A RR TORA a RT OR LA RR O Ta RIAA o O
Mm, 16,90 Cm e o, o o DO O DS 10,000 e ines DS 2 E SEXTAS FEIRAS 48
NÃO, SE RFECTUA AOS DOMINGO ds E RO om
logbavalo. . . . 625 O
CAMIONETES ENCARNADAS—A «Companhia Viação de Sernache, Lda NÃO SE EFECTUA, AO DOMINGO [ug 11] 710 0)
a a responsabilidade d, jodos os Seus serviços, AU eg srs DO
A’S TERÇAS E SABADOS 1,
a a A@@@ 1 @@@
grande mágua que
mos à noticia dó passa-
| do nosso presado pa-
istinto colaborador
ônio Damas de Oli-
corrido em Lisboa no
o corrente.
vimos Damas de Olivei-
ma vez, mas jà antes dis-
través dos seus artigos,
gos constatado O seu
de bairrismo, o seu amor
olatrado a esta terra, à sua
rtã, que êle estremecia co-
» poucos.
afastamento daqui
ia vida inteira não de-
ju, antes intensificou,
| dia, a dedicação profun-
ja sentida pelo torrão natal.
Revelou com extraordiná-
pujança, em formosos es-
tos, verdadeiros hinos teci-
s glórias do seu berço,
de fragrância, resu-
ouma fé ardente nos
“destinos, ambicionan
uma era de engrande-
, Um porvir deencan-
do o que escrevia era de
te oportunidade; reve-
uma clara visão das coi-
, vivendo afastado, sabia
gerir, com acerto e refle-
ão, o que mais convinha à
menos de um mês an-
da sua morte enviou-
um interessante artigo
ntilulado — «À Nova Ser-
| — Mercado novo em no-
arruamentos» — que, in-
ente, é o único que te-
a publicar. Juntamente
aquele artigo, manda-
uma epistola, bem
nificativa de que era scu
ejo tornar inexgotável a
rie de considerações sôbre
problemas de mais valor
aa Sertã Moderna; reza
«Os Milagres de Santo
o» ficam adiados sinc-
para os sertaginenses e
ra a nossa terra. Até à
ima oportunidade».
assim Damas de Oli-
uma alma cândida, tô-
| Sertã, em 22 de Dezembro
816, contando, portanto 61
e bem cedo começou a re-
extraordinarias qualida-
trabalho e inteligência,
-de uma conduta que se-
sempre, inalteravelmen-
caminho da honra e do
» Qualidadesque o impu-
n consideração geral
ra estudar, lançou-se,
o criança ainda, na vida
ercial e mais tarde, e du-
bastante tempo, foi re-
da Companhia Portu-
dos Caminhos de Ferro;
anos que exercia à sua
dade na casa bancária
es & Irmão, onde era
Ito considerado.
“tm um exemplar chefe de
hlia.
Vitimado por uma conges-
jo cerebral, o sr. Damas de
veira deixa viúva a sr? D.
na de Jesus Oliveira
quatro filhos: as sr.’* D.
cia de Oliveira Carvalho,
Liliana Damas de Olivei-
os srs, João e Antônio
Jesus Damas de Oliveira,
residentes na Rua Pon:
elgada, 38, r/c, em Lisboa.
da a familia enlutada
enta «A Comarca da Ser-
8inceras condolências.
*
aleceu em Lisboa, R. de
uel, 13-4º, no passado
3
Através da Comarca
estividade em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus,
que decorrcu brilhante e na melhor ordem. No templo
houve missa cantada
acompanhada a orgão. Foi orador o rev. P.º Augusto
os seus primorosos dotes de orador sagrado. Houve comu-
nhão geral em que alguns centenares, ou talvez milhares
por raparigas do povo, davam um tom de pitoresco, de vivo
colorido, ao quadro,
Muitos meninos e meninas da Cruzada, elas com os seus
vestidos e veos candidos de inocencia, eles com as insignias
a liracolo, ou fitas, emocionavam com os seus cantares e
vivas vibrantes a Cristo á religião e à moral, Eram edifi-
cantes tambem as congregações das Filhas de Maria, Apos-
tolado, irmandades, etc, Na frente os estandartes do Cora-
ção de Jesus a chamar os fieis num grito de Amor, «Vinde
o Mim!», a seguir o estandarte verde e ouro com as rrmas
gloriosas de Cardigos. No couce a reliquia do Santo Lenho
nas mãos do Sacerdote, á sombra do palio, Às vibrações
dos acordes da filarmónica Vilaregense, o estridular do fo-
gu-torio, e o respeito impressionante de uma grande mul-
tidão, era um conjunto admiravel que não esquece, e nos
eleva um pouco acima da materia humana, fazendo-nos
prever outras regiões mais puras…
==A’ noite um grupo de raparigas (digamos assim,
pois que a passagem do tempo vai mudando, por assim
dizer tudo—Antigamente dizia-se meninas…) A” noite
um grupo de raparigas, finas, algumas diplomadas, educa-
das, deliciaram um escolhido auditório, com uma révita,
cujo produto reverteu em beneficio dos pobres. Abençoada
diversão que proporcionando-lhes um honestissimo passa-
tempo de ferias, deu aos felizes espectadores uma noite
de bem-estar, de alegria « de inexcedivel prazer espiritual,
contribuiu para que em bastantes “lares escu-ecidos pela
falta de luz e de pão, brotem a alegria nos fulzores da
candeia, e na abundancia da mesa onde decerto não falta-
ram os sorrisos das mães e o chalrear satisfeito das crean-
cinhas, -Na interpretação geral dos personagens, todo o
grupo é digno de louvor,
Uma das peças que levaram à cena, foi a alegoria—
«Milagre dàs Rosas». Episodio lindo da histório patria, que
elas foram reproduzir nas casas dos humildes. Bem hajam !
Não podemos deixar de destacar na interpretação geral
e muito principalmen’e nesta peça, a menina Georgia
Azevedo e irmão,
Levaram mais á cena as comédias Mario Damaso e
Mulhar em ferro frio.
Logo na abertura o grupo impressionou-nos bem com
córos afinados e interessantes. Houve monologos e canções
nos intervalos; dansas regionais e um arraial Minhoto com
os trajos caracteristicos, bailes e desenvoltura nos volteios
e cantares.
—Um interessante grupo de rapazes e alguns leiceistas,
estão ensaiando algumas peças teatrais que brevemente
tencionam representar. E assim vai entretendo os seus ocios
Ribeiro, Vigario de Sernache, que mais uma vez confirmou |
(NOTISIARIO DOS NOSSOS CORRESPONDENTES)
CARDIGOS, 10–No passado domingo, 8, realizou-se a | de ferias em distracçõe: e passa-tempos uteis muito para
louvar. Tambem nos consta que o produto das recitas re-
xverterá em beneficio dos pobrezinhos.—Que Deus os aben-
por um grupo de raparigas, e| çõe, são os votos de um velho que muito os estima,
sasqaano
VILA DE REI, 17—Por mais que es’orce a memoria
de fieis tomaram parte. A procissão edificante, grande nu- | nunca ertcontraria termos com que pudesse descrever, viri-
mero de taboleiros, vistosamente engalanados, e con ‘uzidos | cicamente, a imponência da «Grande festa do povo reali-
zada nêste cantinho beirão por iniciativa da sociedade fi-
larmónica, em beneticio da mesma colectividade, nos pas-
sados dias 3, 4 e 5, que tiveram uma animação e uma gra-
ça que dificilmente podiam ser excedidas,
Durante o periodo da festa, viviam-s:, nas ruas destã
vila, horas de fremente entusiasmo; a iluminação e as or-
namentações estavam óptimas, as barracas de chã, de pesca
milagrosa, de cordelinho, de tômbola, foram extraordina-
riamente concorridas. As salvas de morteiros anunciaram
ás terras vizinhas que em Vila de Rei ainda existe bairris-
mo e que ficaram extintas, para sempre, as nuvens da so-
lidão e ben assim quaisquer obstacules que se possam im-
por á liberdade do nosso povo,
A filarmónica local estreou o seu novo fardamento que
Foi confeccionado na alfaiataria Pardal do Sardo’l. e junta-
mente com um grupo Jazz do Rossio do Sul do Tejo, muito
contribuiu para o grande luzimento da festa.
Mais uma vez o dr, Antonio Ponces de Carvalho = sua
esposa deram prova de quanto amam a terra aonde resi-
dem, êle como incansável Presidente da comissão da festa e
ela como dirigente dum grupo de senhoras e meninas que
prestou á comissão o seu prestimoso e valioso auxilio, tra-
balhando dias e noites consecutivos,
Gracas ao bairrismo dos nossos estimados conterrã-
neo, fomos visitados no passado dia 12, por um grupo de
excursionistas de Cascais, que anualmente costumam fazer
uma viagem por terras do nosso lindo Portugal. Lastimamos
imenso que a sua chegada fôsse de noite, pois que, por tal
motivo, muitas pessoas não puderam comparecer à sua
recepção.
A filarmónica local, acompanhada de grande popula-
ção, esperou os visitantes ao cimo da vila, no lugar chama-
do Outeiro, onde se lhe fez uma modesta recepção. Debai-
xo de grandes ovações tudo se dirigiu para a sede da socie-
dade filarmónica, aoude lhe foram apr-sentadas as boas
vindas pelo sr. Herminio Batista dos Santos e lhes foi ser-
vido por um grupo de meninas um simples “copo de agua”.
Eis, porém, que os nossos conterrâneos não quizeram
que Cascaise o seu grupo de excurcionisias fosse lembrado,
apenas, nos momentos da sua visita; tiveram a amabi/ida-
de e delicadeza de oferecer um quadro ricamente ornado
com o bra-ão de Cascais e o distintivo do grupo, oferta que
foi para nós uma surpreza e que será estimada com todas
as veras da nossa alma.
—A filarmónica de Vila de Rei foi abrilhantar, no
passado dia 11, a festa do Sagrado Coração de Jesus que
se realizou na vizinha vila de Cárdigos.
==Choveu aqui, torrencialmente, a semana passada,
veira Gomes, de 3 anos de
idade, filha estremecida do
nosso estimado assinante sr.
Antônio Farinha Gomes, em-
pregado da Companhia Na-
cional de Navegação e de sua
esposa, sr.* D. Maria de Oli-
diversos
Passaria,
Pela Passaria
a comissão promotóra de
melhoramentos na
agradece a
sonho He um prognçense
Proença-a-Nova é, sem dúvida, uma das
mais antigas vilas do distritoo de Castelo
Branco e para mim uma das mais lindas
da Beira Baixa. Proença foi ultimamen-
te dotada de alguns melhoramentos,
tais como iluminação eléctrica, abaste-
tô-
veira Mendes Gomes.
O funeral realizou-se no
dia imediato para o cemité-
rio do do alto de S. João.
Ao nosso amigo e a sua es-
posa apresentamos a expres-
são muito sentida do nosso
pesar.
Marco Postal
Pede-se à pessoa que nos
enviou uma fotografia dos
muros situados em frente da
porta principal da Igreja Ma-
triz de Cardigos, o favor de
nos revelar o seu nome por-
que precisamos de lhe pedir
uns esclarecimentos.
das as pessoas que ofereceram
donativos para a construção
do coreto, informando que,
por falta de tempo, não foi
possivel, antes da festa ulti-
mamente ali realizada, insta-
lar a grade e a cobertura, o
que espera fazer dentro do
mais curto prazo, assim co-
mo a terraplanagem da estra-
da que serve a povoação.
A festa, cuja realização
anunciâmos com a devida
antecedência, foi muito con-
corrida e decorreu com todo
o explendor e na mais perfei-
ta ordem.
Da comissão organizadora
para a festa do ano próximo,
foi escolhido, como juiz, o
sr. Manuel Antônio Ferreira,
do Venestal.
cimento de agua potável, estando ali
prestes a concluir-se um dos melhores
edificios escolares da Beira Baixa,
Mas, para eu ver realizado o meu so-
nho dourado, era necessário ver em bre-
ve substituido o hospital da Misericór-
dia por um edifício próprio, construido,
para êsse efeito, no local já projectado
por alguém que não me recordo de
momento, assunto ventilado nas colunas
dêste jornal; além dêste importante me-
lhoramento, para melhor embelezar a
vila, eu veria com bom agrado transfor-
mado o local denominado a praça, en-
tre a igreja Matriz e os paços do Con-
celho, em um jardim e ao centro um
coreto, para que em dias de festa, nos
pudéssemos deliciar com um bom con-
certo, tanto mais que ali é o ponto cen-
tral da vila.
Sarzedinha, 19-9-938
A.C,
DOONONaa pop LDaDaoDnaDos puoponanacao
Ler e propapar êste jornal
(Continução da r.º pagina)
COLÉGIO NUN’ALVARES DE TOMAR
‘| escadas da sua residência,
Vejamos agora qual foi o resultado es-
colar dos seis primeiros anos de existência
dêste belo estabelecimento de ensino, indice
de uma elevadissima frequência e de um la-
bor aturado e produtivo,
Ficaram aprovados: durante o anó lecti-
vo de 1931-2, em instrução primária, 1 aluno»
1.º classe liceal, 6;2.º, 773.º, 354, 4.978, 1
havendo 2 alunos que fizeram respectiva-
mente, 4º e 5.ºe 6.º 7,º anos num só ano; du-
rante o uno lectivo de 1932-33, em instrução
primária, 4; 2.º, 20;3.º, 2; 5.º, 12e 7 1; na 3º
e 7º classes, alguns obtiveram 13 valores, as
classificaçoes mais altas e únicas obtidas en-
tre todos os que se apresentaram a exame
no liceu de Santarem; 1933-4 em instrução
à menina Rosa de Oli-
tras), 2; 7.º (ciências), 3; 1934-5, em instrução
Rd 1y ddmissão ao liceu, 51. 2º3 8,
primária, 5; 1.º, 1:28, 37; 3.º, 1; 6º, 10; 7º (le-|
35º, 21; exames singulares, 4 7.º classe de
letras, 1; 7.º de ciências, 2; 1935-6, instrução
primária, 4 admissão ao liceu, 12; 1,2 1; 24,
1;3.º, 1;5.2, 8; 7.º de letras, 2; 7.* de ciências.
7; singulares, 1, havendo 4que fizeram 6,*e 7,*
classes num só ano; 1936-7. instrução primá-
ria (Lgrau), 16; 2.º grau. 6; admissão ao li-
ceu. 23; 3º classe do liceu, 41; singulares, 3;
34º, 1;6., 14; singulares, 2:7.º de letras, 3 e
7. de ciências, 9, havendo alunos que fizeram
1.º, 2ºe 3º anose 6.º e 7.º, respectivamente,
num só ano.
Estes resultados confirmam plenamente o
que expus sôbre a notável orientação do
Colégio de Nun”Alvares, o melhor da Provin-
cia e certamente un! dos mais importantes do
Pais, cuja função altamente honrosa muito
me apraz registar.
Es AG
CARVALHAL
Nova igrejaa N.º S.*do Amparo
Como já a «Comarca da Ser-
tá» noticiou, pensa-se na cons-
trução de uma nova igreja
nesta freguesia.
O Rev.º P,* Lima conseguiu
irmanar no mesmo desejo o
povo desta freguesia, que mui-
to O cstima, e levá-lo a uma
reúnião preparatória e ao
mesmo tempo de início aós
trabalhos. Essa reiúnião pre-
paratória teve lugar no dia
um do mês corrente, onde
compsreceram, não sõo Rev.
pároco e principais elemen-
tos da freguesia, mas tam-
bêm o Ex.” arquicteto sr.
João António Aguiar, que ali
foi examinar o local, trocar
impressões e colher elemen-
tos necessários para dar prin-
cipio à planta para a nova
construcão e respectivo or-
çamento.
Esta primeira reiúinião de-
correu na melhor ordem o
bom entendimento, mostran-
do-se todos os presentes ani-
mados das melhores disposi-
ções para se levar a cabo tam
importante e necessário me-
lhoramento, e depondo nas
mãos do seu querido pároco
o dificil encargo de orientar
todos os trabalhos tendentes
ao fim em vista, ]
Parabens ao nosso brioso
povo do CarvalhalT
Para a frente e não haja
desânimos nem a «mà póliti-
ca» que tantas vezes destroe
as melhores intenções. À união
faz a força. Avante, pois, com
Deus e Nossa Senhora do
Amparo.
X.
GOGoDoDOn coa Donos do caonaBRaDacnecaDo
Do, o, 00,
do E % PM,
Soo on” Sai
Do,
o,
o
do SE % E % PS EP SR
as a Peas e” Pa Pe
=== A bordo do «Angola» parte “hoje
para Leopoldville (CongoBelga), onde
se vai dedicar à vida comercial, o sr,
Jaime Pires Alves, filho do sr. Vecgilio
J, Alves, comerciante naquela cidade.
=== Encontram-se: na Estradinha,
com sua família, o sr. dr, Bernardo de
Matos; na Sertã, com sua esposa e filhos,
e osr, Henrique Peyssoneau Nunes € o
sr, Brigadeiro Couceiro de Albuquerque,
de Lisboa: a sr.* D, Maria Madalena P,
Dias Ferreira, de E’vora: em Pedras
Salgadas, o sr. dr. Martins Moreira, de
Lisboa.
=== Retiraram: para Miranda do
Douro, com sua esposa o sr. dr. Antó-
uio J, Ruano Pera: para Lisboa, o sr,
João Nunes da Costa e para o Montijo,
o sr, João Martius, proprietario da Grá-
tica da Sertã.
== Estiveram: na Sertã, o sr. Sérgio
da Conceição, dos Olivais ana eo
sr, Edmundo A, Pires de Oliveira e fa-
mília, de Linda-a-Pastora: em Pedrógão
Pequeno, o sr. Autónio dos Anjos Alves,
aoaio da firma Alves & Lopes, de Lisa
0a,
==> Com sua familia encontraise na
Tapada, o sr, Manuel Braz, de Lisboa,
==== Com curta demora esteve na Por=
tela dos Bezerrins, osr. Amaro Martins,
de Lisboa,
ANIVERSÁRIOS NATALI’CIOS;
26, D. Maria do Carmo Magalhãis
Miranda e D. Maria Constância Bran-
dão Lopes, de Pedrogão Pequeno: 30,
João Pinto de Albuquerque, de Lisboa,
– Parabens
BpOpOnDoonGoDoaDacnocoonnsc concaanoa
QUEDA
Na passada 2º feira, ao descer umas
c no Tojal,
caiu, fraturando um braço, asr* D.
Laura da Silva Baptsta,
Fazemos votos pelo seu rápido restas
belecimento,
9SE0DGoDDDao GOspoaDonpoaanapeLonaDes
Nascimentos
Tiveram os seus bons sucessos, na
d2e 5º feira, respectivamente, as es-
posas dos nossos estimados assinantes,
srs Manoel Milheiro Duarte e Manoel
Antunes, da Sertã,
Mais e filhos encontram-se bem,
GaanaasoGnoo 30000 saocona nave coDnaga
Este número foi visado
Comissão de Censura
Bl Castelo Branco
E DPS
a
é
ú
k
artes
teeã,
Mais e filhos encontram-se bem,
GaanaasoGnoo 30000 saocona nave coDnaga
Este número foi visado
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:
E
dE a da pI “e
REA
tamo ma a mi 0 pi
— 235—0 pão amassado leveda
Elnografia da Deira
(Continuação)
Vária
| 233— Quando uma visita se
torna importuna ameaçando não
mais sair, colocam detrás da por-
ta da cozinha um banco (de pre-
ferência de três pernas) com as
pernas para o ar e sóbre éle uma
vassoura (1)
(Concelho da Sertã)
234— Se alguém deita sangue
pelo nariz colocam-lhe uma cruz
mas costas sem que êle o saiba; o
sangue estanca rapidamente. (2)
(Concelho da Sertã)
melhor e cresce mais colocando
sôbre o pano que cobre a massa
umas calças de homem. (3)
(Concelho da Sertã)
236— Para que haja felicida-
de no lar, os noivos devem levar
no dia do casamento uma moeda
de ouro num bolso ou num sapa-
to. (4)
(Teixoso)
2372— Para que os alfobres
ou canteiros cresçam e tenham
maior e melhor desenvolvimento
devem ógar-se (regar-se com um
aguador) na manhã de São João,
“antes do nascer do sol!
(Concelho da Sertã)
23 — Os vatos não entram
em cortiço cosido ou ligado com
raiz de carqueja.
(Malpica)
239— O aparecimento da al-
luia, molivo de alegria, termo da
quaresma, é solenizado e festeja-
do por diversas formas em diver-
sas localidades da Beira Baixa.
Em Idanha-a-Nova e Louriçal
do Campo as pessoas amigas que
se encontram após o aparecimen-
to procuram ter a primazia em
dizer: «belamente se passou a qua-
resma» porque o retardatário fi-
ca obrigado a dar as amêndoas
ao que primeiro disse a frase.
240 — De um antepassado da
Casa da Vela, sovina e miserá-
vel, chamado Mendo, canta o po-
vo:
Com Mendo fui à Vela
Com Mendo fui e vim
Com Mendo sempre andei
+ Com Mendo não comi
(Louriçal do Campo)
agr— Para que as pragas
eniam devem ser rogadas à hora
da missa entre a elevação da
hóstia e do cális (1) e a pessoa
que roga não deve vestir camisa
no momento de rogar.
(Concelho da Sertã)
ag2 — Será feliz o que colher
feto real na noite de São João.
ai
(Povos da Sertã)
243–Para que as árvores
infrutíferas frutifiquem, o seu
dono vai junto delas na noite de
São João e com um machado ou
outro ferro cortante, descarrega-
lhe alguns ao emquanto diz:
—« Aqui dEl-Rei contra esta
(macieira, pereira, etc.) que não
– dá maçãs, peras, etc.
(Povos da Sertã)
JAIME LOPES DIAS
(Continua)
O mea
; (1) Etnografia da Beira — vol, III
pa
ft) Etnogratia da Beira — vol. I —
a) Rtrogratiaica Belra = rol Li
Pag,
(4) Etnografia da Beira — vol Il —
— pag 97
(1) VidelEtnogratia da Beira — vol:
A monografia de Vila de
Rei, infelizmente, estã ainda
por fazer.
Nenhum dos seus filhos,
até hoje, se abalançou a to-
mar a seu cargo tam espi-
nhoso empreendimento. E
não será porque dentre êles
não tenha havido alguns que
pelo seu grau de cultura, in-
teligência e dotes de trabalho,
se não houvesse de desempe-
nhar cabalmente dessa mis-
são.
Só a uma indiferença in-
compreensivel de certas en-
tidades e, sobretudo, dos po-
deres administrativos do mu-
nicípio se pode atribuir tam
imperdoável falta.
Ao compulsarmos na Biblio-
teca Nacional os Subsídios pa-
ra a Biblografia da História lo-
cal notamos que a maioria
das povoações portuguesas,
algumas de somenos impor-
tância, teve o seu cronista.
E se desejamos, como é óbvio,
tomar conhecimento de al-
guns episódios históricos,
passados no referido conce-
lho, temos de nos reportar às
monografias dos concelhos
limitrofes, tais como à da Ser-
tã, do Padre António Louren-
ço Farinha; à de Oleiros, do
bispo de Angra, Amaral Pi-
mentel; à de Ferreira do Zê-
zere, de António Baião, etc,
as quais, no decorrer de al-
gumas narrações de factos, se
referem a pessoas e assuntos
passados em Vila de Rei nos
tempos idos.
Bem sabemos que a elabo-
ração de uma tál obra exige
um enorme dispêndio de tra-
balho na investigação de do-
cumentos, em grande parte
manuscritos, na sua inter-
pretação e correlação, mas
com um pouco de boa vonta-
de e carinho pela terra natal
tudo se pode conseguir uma
vez quea gerência munici-
pal concorra também com a
sua protecção.
Mas não é apenas a série
de episódios históricos, que
nêsse concelho se desenrola-
ram, através de séculos, que
hoje interessa a seus naturais
conhecer pormenorisadamen-
te e divulgar. A descrição to-
pográfica do terreno ondula-
do recoberto, na maior par-
te, do verde escuro dos pi-
nhais com a sua constelação
de quási uma centena de al-
deias, as ravinas abruptas,
donde brotam, murmurando,
fios de àgua finissima que
semelham cristais, os costu-
mes tradicionais do seu povo,
as suas vestes, as suas canções,
a sua crença imutável, etc,
tudo isso daria substância
suficiente para a composição
de uma obra deveras interes-
sante, que serviria para dar
a conhecer Vila de Rei, ainda
tam ignorada no nosso pais.
Esta, com efeito, fica locali-
zada, sensivelmente, no cen-
tro do torrão nacional, por-
quanto as diagonais do para-
lelogramo que o representa
se cortam apenas a cerca de
3 quilômetros ao norte, na
serra de Melriça, definindo
o ponto central ali existente
o qual ainda modernamente
serviu de basea um sistema
de coordenadas empregues
na construção de cartas geo-
Vista Geral de Vila de Rei
gráficas.
Muito próximo dêsse pon-
to, no cume da referida ele-
vação, encontra-se uma pirâ-
mide geodésica tetragonal com
perto de 8 metros de altura,
construida no ano de 1803 pa-
ra os estudos de triangulação
do pais. O panorama que jun-
to dela se disfruta é magnifi-
cente.
Vila de Rei é, portanto, a
vila mais central do país; pe-
na é que viva ainda num la-
mentâável estado de atraso de
progresso, devido à falta de
vias de comunicação com o
exterior.
E” sede de concelho e per-
tence à comarca da Sertã e
ao distrito de Castelo Branco,
Nada se sabe de positivo a
respeito da época da sua fun-
dação, mas é natural supor
que jà existisse quando da do-
minação dos Césares na Pe.
ninsula, atendendo ao apare-
cimento de algumas moedas
romanas nás suas proximi-
VILA DE REI — A ESQUECIDA
e
Oque foi, oqueé, e o que o poderá ser
dades e à existência de uma
faixa de estrada calçada, e
saida da Vila, em direcção
ao Oeste, à qual, pelas suas
características, em tudo indi-
ca ter sido construida pelos
soldados de Pompeu. Mas se
os vestigios da permanência
dos romanos são escassos, e
por vezes duvidosos, os da do-
minação àrabe são evidentes e
abundam em muitas partes
da àrea concelhia, em galerias
subterrâneas, amontoados de
seixos roliçose escava ções des-
tinadas à pesquisa aurifera.
D. Deniz concedeu-lhe a
carta de foral, com data de 19
de Setembro de 1285, regista-
da a folhas 147 no 1.º Livro
de Doações de D. Deniz, existen-
te nos arquivos da Torre do
Tombo, pela qual se verifica
que a àrea do termo de Vila
de Rei, naquele tempo, era
muito superior à actual, pois
tinha os seguintes limites:
Ribeira do Codes, Cimo da
Bairrada, Cabeça do Carva-
lho, Carvalhal, Escusa (Quin-
ta Escondida?) de Pedro Fer-
reira, Carril, Cume entre
Aguas Belas e Ferreira, Ribei-
ra da Cabreira até à sua foz,
rio Zêzere, Tamalha, ou Ta-
molha, Ribeira da Isna,
ponte do caminho da Amên-
doa para a Sertã; Cimo do Va-
le de Vacas e novamente da
Ribeira do Codes até á sua foz.
A área actual abrange só-
mente os terrenós compreen-
didos, dentro dos referidos li-
mites na margem esquerda do
Zêzere, pertencendo os da
murgem direita ao concelho
de Ferreira do Zêzere.
D. Deniz determinou também
em documento, datado de 11
de Junho de 1321 e registado
a folha 138 no III livro de
Doações, que Vila de Rei con-
juntamente com Ferreira do
Zêzere, constituissem uma Co-
menda. De facto essa Comen-
da organizou-se e chegou a
adquirir notável importância.
(Continua)
ISIDRO ANTONIO GAYO
Professor Reinaldo dos Santos
Encontrã-se presentemen-
te em Bruxelas o sr. dr, Rei-
naldo dos Santos, que ali foi
representantar Portugal no
Congresso Internacional de
Cirurgia.
S. Ex, que é ilustre Presi-
dente da Academia das Be-
las Artes, visitou há pouco
a nossa Igreja Matriz, como
noticiâmos, o que, para nós,
Tide Etnogratia da Beira — vol. 1
da,
E
constituiu uma grande honra.
Agressão fatal
Informam de Oleiros ter
sido morto um individuo de
nome Antonio Rodrigues, em
consegiiência de dois violen-
tos pontapés com que foi
agredido por José Domingos,
de 58 anos, casado, sapatei-
ro, natural do Roqueiro.
Consta que não houve in-
raio mi Hera 1
criminoso foi entre
ao Poder Judicial, Ro
Os amigos de “A Comarca da
Sertã”
Indicaram-nos novos assi-
nantes os nossos amigos srs,
Aurélio Antunes Barata, de
Lisboa, Edmundo Augusto
Pires de Oliveira, de Linda-á-
Pastora e Carlos dos Santos,
da Sertã.
Reconhecidos pel ie
lidade, Ena
sit
Saiidade — gosto am:
de infelizes—disse o
significado é,
mas e soirssos à mistura,,, .
Cardigos está em festa, Eg.
tralejam foguetes nos ares.
remorejam em notas vibran- :
tes os acordes da filarmóni. |
ca; vôam, crusam-se no am-
ambiente mil ruidos de sinos |
que repicam, de cânticos que
se alastram e reboam, Hãso- |
risos que transparecem nos |
olhares de uma multidão
à vida de prazer.
Mas a felicidade não é com-
pleta.
Passa agora a proeissão, eg.
plendorosa com os tradicionais
taboleiros de fogaças morênas,
que procuram esconder-se ny.
ma profusão de flores, condy-
zidas à cabeca por raparigas |
exuberantes de frescura e
mocidade, nos seus vestidos |
brancos, como fadas que vies
sem de regiões encantadas
dar brilho e folgor ao qua.
dro,.. sime lávão tambémas .
crianças a sobressairem nassuas
vestes de inocência, e os an.
ios de azitas, como que a pre.
pararem o vôo para subirem .
e perpassarem numa revoada
de sonho, onde há beijos, sore
risos, perfumes… E
Tudo parece respirar ale.
gria…No entretanto, se pro. .
fundarmos em nossos seios em |
nossas almas, là encontrare-
mos um não sei quê, qualquer |
cousa que não sabemos expli- |
CRE sá
beta
E” que, nos ruídos de hoje, |
nôs vemos os écos de um |
passado que, numa tradição |
de séculos veio até nos, que
se renova e não se extin-
gue…
E nestes vultos que pasiám |
festivos e risonhos, nós evo:
comos as «sombras», os vultos,
as imagens de outros entes
que, no dia de hoje também
riram, cantaram e expandi-
ram a sua alegria numa sole-
nidade em que tomava parte
a sua alma o seu coração…
E, ao continuo voar dos
anos e dos séculos, as gera
ções passam, substituem-se,
renovam-se e sucedem-se nt:
ma ilusão que nunca se des |
faz, porque o dia de hojefoi |
o dia de ontem e serão de |
amanhã, numa correria inex: |
plicâvel pór uma estrada |
misteriosa, onde há sorrisos |
e lágrimas; oásis de verdura |
e desertos esbrazeados, cân- Í
ticós de amor e gritos de de
sespero, jardins floridos € |
abismos insondáveis, aver
nhas chilreantes e monstros |
sem alma, hinos de paz é |
gritos de revolta e de guerra
alegrias e tristezas, ceus e tm:
fernos, almas angélicas e pie: —
dosas e corações ferinos, ]
demónio, de tudo, meu Deus!»
e tudo isto — quem sabe?= |
por uma eternidade ., |
E no fundo das almas acor |
da a saiidade… E nós cons
tatamos que os anos, na Sua
sucessão só nos trazem recor
dações… à
E ao crepúculos que se Aa
bate lá ao longe, dêste di.
de festa, vemos suceder & |
noite, percursora da aum |
rae do sol resplandecente
maravilhoso… Lcd
E assim sempre!… sem.
BrGEt É
Cardigos—Festa do Espiri Í
to Santo de 1937. o
ooauogense :
SD8090009000 pococannanaa no!
José 6. Marti
Tivemos 6 prazer de abrá
na Sertã êste nosso prépré