A Comarca da Sertã nº106 03-09-1938
@@@ 1 @@@
EDITOR E PROPRIETARIO
DIRECTOR,
Eduardo Panata ola Pê tiva Creta
=”. — REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
RUA SEREA PINTO-SERTA!
PUBLICA-SE AOS sABADOS
“ANO MI!
— Hebdomadário regionalista, indo
Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei;
5
pendente, defensor dos ii
AVENÇADO
=]
—
E
—
FUNDADORES
DR. JOSÉ CARLOS EHRHARDT
DR. ANGELO HENRIQUES VIDIGAL
ANTONIO BARATA E SILVA
DR. JOSÉ BARATA CORREA E SILVA
[EDUARDO BARATA oASILVA CORREA
rêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã,
6 freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação)
FESUS
Composto .e Impresso
NA
GRAFICA DA SERTÁ
Largo do Chafariz
SERTÃ
Setembro
Eee:
“19s8
EEESES
as por mais de uma vez te-
mos ouvido fazer apre-
«Sopa dos Pobres».
Entendem alguns que ela não
tem razão de existir desde que
“ão possa sustentar todos os in-
digentes da vila; que os actuais
deneficiados — nada menos
de 45! — só têm uma refeição,
“Oque é insuficiente: que assi, co-
me está, o papel da Sopa é quási
nulo porque a mendicidade não
“desapareceu e as pedinchas, nas
ruas e ds portas das hubitações,
continuam a
Gente. «
ud erilna é
“aqueles que nada fazem, para os
omodistas, custa a apreciar devi-
lamente o trabalho e esforço dos
tros, ainda que a sua acção
eja orientada no intuito altruis-
ta de socorrer os infelizes.
As senhoras que meteram om-
ginhos, os desválidos — damas
da melhor estirpe para quem vai
todo o nosso respeito e gratidão-
— merecem todos os louvores e são
dignas de todo o auxilio na sim-
io — -pática missão; e temos de nos
convencer todos, absolutamente
todos, de que é nossa obrigação—
aqueles que se encontram nas
“condições precisas, bem entendido
=eSocorrer’os pobres, de contribuir
para a sua sustentação. Mais que
virtude teologal compreendida e
considerada pelas pessoas reli-
grosas, a Caridade impõe-se como
«um dever de solidariedade hu-
mana.
| A «Sopa dos Pobres», por ora,
não atingiu o fim para que foi
criada: alimentar os indigentes
da vila. De quemé a culpa?
Evidentemente daqueles que para
“ela não dão coisa alguma, ou
tam pouco que não: representa
mais que insignificante esmola.
É Há pessoas que, dando dez
“tostões por mês, julgam-se ao
abrigo de todos os unportunos. -=
Vá à Sopa, vi à Sopa, não ve-
nha cá pedir-me nada! Eu não
posso dar à Sopae asi; oua
uma ou outro !
Ora isto não pode ser. Cada
um deve contribuir para aquela
entidade com um donativo equi-
valente a um ponto mais do que
tudo quanto davas antes dela
existir, ainda que ésse excesso re-
represente aloum sacrifício.
E agora preguntamos : À «So-
parsó por si, por melhor que
amanhã se ache habilitada a de-
sempenhar a sua função, pode
satisfazer cabalmente tódas as
cessidades dos pobres? Não e
não.
Porque os pobres, a-pesar-de
serem pobres, têm outras necessi-
“dades: precisam, como nós outros,
“de se vestir, de comprar um be-
daço de sabão para se lavarem e
umas linhas tara se cozerem, de
– beber um copo de vinho e de fu-
marem um cigarro. Sim, preci-
sam de tudo isto e, sendo assim,
sêm de continuar a pedir, ainda
com menos insistência, Mas há
crações menos justas à acção da
unportunar tôda a
sempre facil; para:
“bros à tarefa picdosa de atenuar
“o mal que atormenta os pobre.
GON
Como a ocasião é oportuna
vamos agitar algumas defi-
ciências bastante prejudiciais
à nossa querida Festa.
E” vulgar ouvir dizer-se:
«para se efectuarem as festas
de Stº Antonio, S. João, Se-
mana Santa, etc., são necessá-
rios elementos carolas que
tomam o sacrificio de anda-
rem a pedir esmola de porta
| em porta, mas para a S.º da
Confiança não é preciso tal».
Ora êste facto prova bem
que esta festa ainda aufere
Jueros que a dispensam de
pedir esmola e na verdade
ainda é uma importante festa
na Região. Não obstante, tem
decaído na sua grandiosida-
de de outróra mercê de inú-
meros factos entre os quais
prepondera a falta de interês-
se da maioria dos elementos.
que a ela teem estado liga-
dos,
rendimento tem sido diminu-
to, mas não se compreende
que, tendo ainda hã anos esta
festa um rendimento de pelo
menos uma dezena de mil
escudos, não tenha um pecú-
lio depositado à sua ordem.
Então para onde foi tanto
dinheiro?
Em tempos que já lá vão,
do rendimento da festa saia
alguma coisa para a Miseri-
córuia local com destino aos
pobres, costume que desapa-
receu, não se sabe como nem
porquê.
Noutras terras onde há fes-
tas no género desta, nomeiam
por um certo tempo comis-
sós com o seu juiz ou pre-
sidente, tesoureiro, etc, en-
carregados de pupnar pelo
desenvolvimento da mesma
festa.
Há quem diga que o seu
[e
SID
Na nossa diz-se que existe
uma comissão, mas que é
sempre a mesma sendo os
seus elementos incertos e cuja
acção é nula, servindo quando
muito para, no dia da festa,
venderem os registos e rece-
berem as ofertas que os cren-
tes dão à Santa. É
Anos tem hivido em que a
dita comissão fica sem sa-
ber—aliãs não lhe interessa
—em quanto môntou a recei-
tae em quanto importou a
despesa. Já houve párocos
que mesmo durante o recebi-
mento das oferras levanta-
vam dinheiro num à vonta-
de a tôda a prova, sem tam-
pouco deixarem um vale da
importância levantada e re-
colhendo no fim o dinheiro
apurado seim à menor conta-
gem nem satisfação aos ele-
mentos da comissão. Estes,
por sua vez, tambem são bem
dignos de censura por em
ocasiões daquela natureza não
terem sabido impor a sua von-
tade acabando com aquele:
mau costume do sr. Pároco
reúnir em si a Comissão in-
teira.
Mas o que está provado é
que os elementos da Comis-
são são inúteis e nada dili-
gentes, de modo que um pá-
roco que veiha para a fre-
guesiu encontra-se só e des-
conhecendo os seus usos tem
necessariamente que lutar
com dificuldades é desagra-
dar ainda que involuntaria-
mente, sucedenilo que, sendo
a sua permânência na fre-
guesia muitas vezes fugaz,
ocasiona o concomitante de-‘
sinterêsse, visto que é natu-
ral não ter pelas coisas da
freguesia tanto amor e cari-
nho como aqueles que nela
Pedrógão Pequeno
RAÇÕES
sasceram e nela vivem.
Para obviar a êstes incon-
venientes forme-se uma Co-
missão de verdade, composta
de elementos dispostos a en-
grandecer a festa, colocando-
a ao nivel que lhe compete
atenta a sua categoria,
E creiam que a festa da
S.º da Confiança é o princi-
pal elo das familias pedro-
guenses, não havendo razão
que justifique o terem acaba-
do com regalias e atraçtivos
que possuia,
Assim propaguei-se por to-
da a parte a renovação da
festa, mantendo-se as suas
primitivas regalias bem
como mais elementos pró-
prios, tantos quanto o possi-
vel, de modo a progredir e
bão retroceder como até
No dia 9 de Setembro, dia
da festa, é tambem a feira de
Pedrógão, hoje em reduzido
ponto, outróra bastante de-
senvolvida, pois compreendia
também gado muar, cavalar
e bovino.
Seria interessante que a
Junta de Freguesia—visto lhe
competir — promovesse uma
intensa propaganda em seu
favor, dando prêmios e ou-
tros atractivos de modo a dar-
lhe um forte vigor em bene-
tício desta terra que bem
precisa de auxílio, se não qui-
zermos ver desaparecer no
torvelinho do tempo o que
para Pedrogão tem mais va-
Ba
A Festaida S.* da Confiança
ea sua
“Feira Anual
Pedrogam Pequeno, Agosto
de 1938.
GUSTAVO ALVES
QUESTÕES FILOLÓGICAS
Camião e Camionsta ou Camião e Ga-
mioneta ?
Diz o nosso colega «Auto-
móvel de Lisboa»: Ser naciona-
lista, ser português, impõe de-
veres pesados a uma fiscali-
zação de tóias as horas, para
que, não se falte a êste dever
de poriuguês-— ser português.
E se a politica, a economia, a
finança deve ser vasada em
moldes nacionalistas, com seu
cunho próprio, não hã nada
tam português como alíngua
a nada há que precise mais
cuidadosamente policiada, sem
a atabafar; arejada sem a es-
trangeirar.
Rica é a nossa lingua, rica
de expressões e vocábulos; ri-
ca de sons; rica de forças pa-
ra se impor; branda para se
trabalhar», E E
Mais adiant: transcreve
da revista «Lingua portugue-
Sa», o seguinte passo: «A lin-
gua portuguesa é manifesta-
mente hostil às formas estra-
nhas que, descondizentes na
sua fonética, pretendem ter
curso sem a ela se afeiçoarem.
Têm, por exemplo, vida arti-
ficial, vagon, que a todos im-
porta pronunciar e escrever
como o povo analfabeto ar-
ticulae o que quási analfabe-
to-vagão; e camion, que esta-
ria bem aportiguesada em
camião, seo vulgo sem letras
lhe não puzesse o sêlo de
uma falsa etimologia naciona-
lizante ao maximo: camião.
E a seguir: Parece-nos pois,
que, não hã dúvida e que os:
Vocábulos que deveremos usar
são camião e camioneta, mais
consentâneos com a indole
e leis da lingua,»
Manel Lourenço Raal
|Concluiu o 2.º ano do Insti-
tuto de Ciências Econômicas e
Financeiras, êste simpático e
brioso estudante, filho do
nosso presado assinante sr,
David Lourenço Real] sócio
Ja conceituada firma da ca-
pital, David L. Real, Ld? —
A. Mercantil do Carmo. A
‘um e outro apresentamos as
nossas felicitações muito sin-
ceras.
O sr. Manuel L. Real encon-
tra-se presentemente, acom-
panhado do seu condiscipulo
sr. Cesar Lopes, filho do gr.
José Lopes, empregado da
Companhia dos Tabacos, a
passar as férias na Mata de
Alvaro, de visita a seus avós
e tios,
muita gente a quem a avareza
não deixa vêr estas coisas.
Muitos dos que fazem surdos
protestos desconhecem que os pe-
dintes que aparecem na vila, são,
na sua quás: totalidade, de fora
da freguesia da Sertã, contando-
se uma grande precentagem de
fora do concelho.
« A wmprensa é o auxilio do
“cidadão, o espantalho
do covarde e do traidor. Porque
há muitos que a odeiam devemos
nos amá-la.
Diminuem-na, insultam-na in-
juriam-na todos os inquisidores, ..
tódas as superstições e todos os
fanáticos:
O
Victor Hugo
RT
Eq re r iza sh amanhã a
“festa do Marmeleiro,
em que toma partea Filarmô-
nica União -Sertaginense.
RATE CO
«COpIcO PENAL» é o ti-
“lulo do famoso filme
que se exibe amanhã no nosso
ecran
A
a pasta da agricultura
foi publicado um de-
Creto regulamentando o abaste-
cimento de leite alimentar aos
centros urbanos mais populosos
do ae
endo o leite alimento indis-‘
densavel é insubstituível dos Joen-
tes, velhos e crianças, considerow
o Govêrno, e muilo bem, garan-
tir à população das maiores cj-
dades, por“agora, o seu forneci-
mento em boas condições de pres
ço e qualidade, providência que
é muto de louvar.
REA
sociedáde de instrução e
beneficência «A Voz do
Operário», de Lisboa, em 1937,
dispendeuw em enxovais, Esc,
10:660800; em subsidios a SÓCios,
Esc. 134: 536800; em assistência
às crianças das escolas, Esc.
mtos em serviços escolares,
Sc. 772:062$70.
A sua acção social e filantro-
pica é de um valor incalculavel
como se vê:
=
[no publicado um decreto
determinando que nos.çon-
celhos de freguesias aonde se ve-
rifiquem crises periódicas de de-
semprêgo rural, e durante os
anos de 1938-39, as Câmaras
municipais possam, mediante au-
torização do sr. ministro do Inte-
rior, lançar derramas especiais
sôbre os proprietários rústicos do
concelho da freguesia destinadas
a obras de: interêsse local a per-
lizarem épocas de falta de tra-
balho.
O mesmo diploma proibe os pro-
prietários de terras arrendadas
de cobrar dos arrendatarios a
importância da derrama que
lhes estavam a pagar, sob pena
de restituir em dobro o que inde-
vidamente tinham recebido,recebido,@@@ 1 @@@
a
INCÊNDIO
Vila de Rei, 15-—- No mon-
te denominado «Cabeço da
Senhora do Pranto», durante
uma romaria à Santa que lhe
dã o nome manifestou-se um
violento incêndio, que causou
avultados prejuizos. Ontem
realizou-se uma festa na po-
voação do Vale do Grou, si-
“tuada 2o fundo e nas faldas
do monte, onde tambem fica
a Quinta do Pranto, per-
: tencente aos srs. Américo e
Tobias da Silva Prior. O pa-
roço da freguesia não permi-
tiu conçertos musicais e bai-
les no arraial junto da cape-
Ta, pelo que foi instalado o
coreto na beira da estrada de
Chões, no meio de mato, a
mais de duzentos metros de
distância do templo.
Depois de se haver queima-
“do algum fogo, caiu um fo-
guete próximo do coreto, em
mato seco, do que resultou
êste incendiar-se, não poden-
do ser extinto, a-pesar-de lo-
, go terem acudido muitos po-
pulares. O incremento que o
‘ fogo tomou foi extraordioná-
rio, devido à forte ventania,
pelo que, em poucos minutos,
a parte Norte e nascente do
monte estava em chamas al-
‘terosas, que se transmitiram
a um grande pinhal, mató,
‘ tenhas e algumas colmeias.
O povo acorreu de todos
os lados e princiou o ataque
ao fogo em vários pontos,
principalmente junto das ha-
bitações do Vale do Grou e|
da Quinta do Pranto, tanto
mais que chegou a comuni-
car-se a algumas da povoação,
em conseguência das faúlhas
que caiam, impelidas pelo
vento. À própria capela este-
ve em perigo, valendo-lhe o
o facto do mato ali ser pequeno:
A imagem da Santa, como me-
dida de precaução, ainda foi
transferida para igreja matriz,
sendo retirados os demais va-
lores.
Após enormes esforços, O
povo conseguiu dominar as
chamas não sem que sofres-
sem enormes prejuizos os
srs, Américo e Tobias da Sil-
va Prior e Matos Silva e a
srº D. Emilia Tavares Came-
jo. (De «OSéculo»)
ANUNCIO
(1.º publicação)
Por êste meio são notificados os réus
CASIMIROFERREIBA, de vinte e nove
anos, natural do logar da Muna fregue-
sia de S. Tiago de Besteiros, concelho de
Tondela, filho de António Ferreira e de
Maria Leonarda, já falecida. solteiro,
sem profissão, acusado do crime pre-
visto pelo artº 426 n.º 2.5 e 7 punivel
pelo n.º 4 do artº 428, com referência
ao art.º 421 n.º 4, tôdos do Código Pe-
nal, e ainda do crime de dano, previsto
e punido pelo artº 473, n.º I, referido
ao artº 472,n. 3, também do Código
Penal, e no processo apenso é acusado
do crime previsto e punido pelo artº
413, nº I, com referencia ao artº 472, nº
4,e artº 426 nº 2,5 e 4, punido pelo artº
428 nº 1, todos do Cód:ge Penal; JOSE
DA SILVA MATOS, «O Selavisa» de 19
anos, solteiro, natural de Arcos de Se-
ver, comarca de Moimenta da Beira, fi-
lho de Joaquimda Silva Matos e de Ana
Pinto, acusado do crime previsto pelo
“artigo 426 nº2, 3, e7e punivel pe-
lo n.º 4, do artigo 428 com re
ferência ao artº 421 nº 4, tôdos
do Código Penal, e ainda do cri-
me de dano previsto, e punido pelo
artº 473, nº 1, referido ao artº 472 nº 3,
do mêsmo Código; e LUIZ LOURENÇO,
de trinta e dois anos, solteiro, ajudan-
tu de calceteiro, natuzal da cidade de
Portalegre, filho de José Lourenço e de
Ana de Jesus Bento, ambos falecidos,
acusado do crime previsto e punido pe-
to artº 473 nº 1, com referência ao art”
472 nº 4, e artigo 426 n.2,3e 4, puni-
do de harmoria com a terceira parte
do $ 1.º do art, 421, etendo em atenção
e dispôsto no artigo 428 n. 1, tôdos do
Codigo Penal ausentes em parte incerta
para se apresentarem nêste Tribunal
“no prazo de trinta dias, a contar da se-
gunda e ultima publicação dêste anun-
cio, digo, a contar da publicação do
ultimo anuncio, sob pena de se prosse-.
guir no processo à revelia ede poderem,
scorrido que seja o prazo dos éditos,
serem prêsos por qualquer pessõa do
pôvo, e o deverão ser por qualquer ofi-
cial de justiça ou agente de autorida-
de, para serem entregues em Juizo.
ertã, 20 de Agôsto de 1938,
Verifiquei
O Juiz, 1.º Substituto
Carlos Martins
O Chefe de Secção,
José Nunes
Companhia Viação do Sornacho, Limitada
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Chegada a Santarem 9-154 Chegada ao Cesteiro 15-50
Saida 9-20 » Sertã 16-55
Saida 17-30
» Pernes 10-00 » Sernache , 17-50
» Torres Novas 10-35 Sa:da 18-00
» Tomar 11901 Ferreira do Zezere 18-55
» Ferreira do Zezere 11-00 : Toni a aaa o
» ‘ Sernache 13-00 » Torres Novas 20-25
» Sertã 13-20 » Pernes a
: » Santarem –
na so » Cartaxo 22-10
» — Cesteiro 15-05 » Vila Franca 23-10
» Alvaro 15-15 » Lisboa 0-10
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aum
Ega da a
Apanha da Azeitona
Na Sertã, os ranchos que
se empregam na apanha da
azeitona, sempre que se lhe
oferece ocasião, penhoram as
pessoas da família do pro-
“prietário ou estranhas que
apareçam no local em que
trabalham e estejam em con-
dições econômicas de ser pe-
nhoradas.
A penhora consiste na en-
trega de um ramo de olivei-
ra com azeitona por uma das
mais formosas raparigas do
rancho.
A pessoa penhorada rece-
be o ramo e oferece por sua
vez vinho ou dinheiro para
comprarem na relatividade
das suas possibilidades e do
número dos componentes do
rancho.
A penhora (ramo de olivei-
ra) é por vezes, enfeitado
com fitas, bolos, frutas, flores
e outros adornos curiosos.
No ultimo dia da apanha
da azeitona, os ranchos, ter-
minados os seus trabalhos
mais cedo, organizam um
cortejo que se dirige a casa
des patrões, que lhes dão as
filhôs, autêntica ceia que cons-
ta, em regra, de3 ou 4 varie-
dades culináriase das verda-
deiras filhôs é vinho, tanto
quanto o rancho queira be-
ber.
O cortejo leva à frente uma
bandeira de tecido vistoso do
qual pendem objectos de ou-
“To e prata: relógios, cordões,
brincos, etc, à mistura com
Trutas do tempo, como laran-
jas. azeitonas etc.,
À bandeira vai à frente
-. tranportada por uma rapari-
“ga, seguindo-se imediatamen-
“teas demais companheiras do
rancho e finalmente os ho-
mens.
'As mulheres fazem-se acom-.
panhar das cestas da apanha
e os homens das escadas,
mantas e varas, cantando.
todos, n'um conjunto orfeó-
“nico agradável, a miudo en-
-trecortado ruidosamente pe-
los buzinos (especie de fúnil
de lata estreito e comprido)
Após as filhós,o rancho
dança alegremente,
Castanhas
Em Louriçal do Campo, on-
de os castanheiros e as cas-
tanhas constituiram grande
riqueza, os proprietários da-
vam no dia 1.º de Maio cas-
tanhas aos que as não ti-
nham e todos neste dia, co-
miam caldudo (1) Com a
malina que tem inutilisado
os soutos, o costume vai cain-
do em desuso.
Costumes diversos
Nos povos rurais do conce-
lho da Sertã, para queo gado
não seja atacado por doença
ou outro mal, é retirado dos
currais na manhã de São
João, antes de nascer o sol,
e levado para o campo pas-
sado sob um arco formado
por uma vara de silva macha
e ógado (espargido com água
com um aguador).
Também, para o mesmo
efeito, os proprietarios e cria-
dores colocam, nos próprios
currais, sinos, saimôis, cruzes e
chavelhos.
Folar
Em grande número de po-
voações da Beira Baixa, ainda
hoje os párocos percorrem
em domingo ou 2.º feira de
Páscoa, tôdas as casas dos
seus freguezes à dar as «boas
festas». :
Os paroquianos, que pre-
param as suas casas para re-
ceber o Senhor limpando-as,
a ag
A E
(NOTISIARIO D
AMIEIRA, 23 — No dia 21 do corrente mez de Agos
to faleceu no logar da Abitureira, desta freguesia o sr. José
Domingos Antunes, do 80 anos de idade, E
O seu funeral com oficio de corpo presente realisou-se
no dia 22, achando-se representadas todas as [amilias da
freguesia e muitas das freguesias visinhas.
falecido era um dos mais abastados proprietarios da
freguesia e foi presidente da Câmara Municipal dêsts con-
celho de “eiros por muitos anos onde deixou bem vincada
-a sua acção de cidadão honesto e p i'triota.
Que descance em paz,
C€.
x
ES
CUMEADA, 20 — Terra rica de bons ares, donde se
avistam horisontes dilatados e maravilhosos, é frequente-
mente visitadi pelos seus filhos, quea amam estremeci-
damente e por todos aqueles que desejam gozar as excelen-
cias do seu ar puro, o pitoresco dos seus rústicos costumes
ea beleza das serranías, cujos dorsos se arqueiam em vol-
ta. É
Pena é que o acesso aqui seja tão dificil.
Com um nouco de boa vontade da dianissima Câmara
da Sertã e da Junta da Freguesia, utilizando o serviço bra-
çal não seria muito dificil a reparação da estrada que nos
conduz à Sertã, estrada construída exclusivamente pelo
esfôrço dos cumeadenses, embora a iniciativa tivesse par-
OS NOSSOS SORRESPONDENTES)
Actos dêstes honram e dignificam êste bom filho da
terra e a sua família,
cs:
0RSS20D
AS
V
Calcetamento de ruas
PESO. 14-Recomeçaram na passada semana os traba-
lhos de calcetamento nas ruas desta localidade que há dois
anos foram encetados e que só agora vão ser con.luidos
com nova verb? concedida pelo Estado.
Agrada-nos a maneira como estes decorrem, dando-se
ás ruas a largura e o alinhamento de que careciam, embo-
ra que para isso se torne necessário entrar um pouco na
propriedade alheia; porém, os prôprios preju licados são os
primeiros a compreender que o interesse individual não
pode nem deve sobrepôr-se ao bem comum, razão porque to-
dos têm condescend do de boa vontade em ceder umas pe-
quenas parcelas de terreno de forma a dar a tão grande
melhoramento a maior perfeição possivel. Aquele vai
abranger tôdas as ruas dest: povoação a qual dentro de
algumas semanas ficará completamente liberta das imun-
das estrumeiras que a atapetavam, tornando-se uma terra
condigna e asseada o que é para todos motivo de granle
jubiio.
C.
easgar :
tido do sempre amigo va Sertã sr, João Pinto de Albu-
querque, então administrador dêste concelho Se tal me-
lhoramento se conseguisse, a Cumeada ficaria a gozar nm
grande beneficio, =
dignissimo arcipreste da Sertã, sr. P.º Francisco dos San-
tos e Sílva, que se fazia acompanhar dos venerandos páro
cos das freguesias de Várzea dos Cavaleiros, Palhais e Mar-
meleiro.
No dia 19, visitaram o st. P.º ILidro Farinha o sr. Eu-
rico Lopes proprietário da firma Lopes & Filipe, de Lisboa,
pedro Dias, funcionário público da colónia de Moçambique.
Cumprimentâmos também aqui o sr. P.º Patrício Men-
des de Sernache do Bomjardim, ilustre missionário da coló-
nia de Macau e o sr. dr, Matias Farinha, da Varzea dos Ca-
valeiros.
Junio de sua familia encontra-se o sr. Isidro António,
conceituado comerciante da praça de Lisboa.
Consta-nos que o sr. Eugénio Nunes Farinha «o rei das
meias» vai á semelhança do que fez há trez anos, vestir.as
crianças pobres desta freguesia,
Exemplo belo e nobre ! |
— No dia 17 do corrente, veio aqui em visita oficial o |
: 5 ES
o qual se fazia acompanhar da sua família eosr, António |
PEDROGÃO PEQUENO, 26 Festa á Senhora da Con-
fiança na mais álta montanha do Cabril, em Pedrogão Pe-
queno.
— Como nos anos anteriores realiza-se nos dias 7e8
de Setembro, a feira anual à Senhora da Confiança, na ca-
pela situada na mais alta montanha do Cabril, donde se
distrutam os melhores panoramas da região.
À festa constara de missa solene. sermão, procissão,
arrial, co n fogo de artificio, luminações na capela e local
da festa, com o concurso da filarmónica local.
Espera-se uma enorme concorrencia, encontrando-se já
nesta vil: e va freguesia, muitas familias residentes em
Lisboa, aguardando-se a vinda de outras,
A capela da Santa foi dotada com a verba de mil es-
cudos por um filho dilecto desta terra que no anominato
deixou vincado o duplo sentido da sua alma generosa, pa-
| ra com essa importância se fazer umas portas novas de
casquinha, que estão a ser colocadas e serão inauguradas
na próxima festa,
Com a festa realiza-se também a feira anual que cos-
tuma ser muito c ncorrida, operando-se muitas transacções.
Movimento demográfico no con-
celho da Sertã
Juiho de 1938
NASCIMENTO, CASAMEN-
TOS E O'BITOS:-— Cabecudo,
2.1, 1; Carvalhal, 4, 0, 0; Cas-
telo, 1, 1, 2; Cumeada, 1, 0, 0;
Ermida, 1,0, 1; Figueiredo,
2, 0, 1; Marmeleiro, 3, 0, 1, Pa-
lhais, 2, 1, 3; Pedrógão, 2,2,6;
Sernache, 6, 1, 8; Sertã, 13, 3,
16; Troviscal, 3, 13; Varzea,
21,3. Totais, 42; 11, 45.
CASEIRO
Homem e- mulher com 5 fi-
hos dos 12 aos 25 anos, todos
com prática dos trabalhos
agricolas, oferece-se para ca-
seiro de casal, ou quinta
grande. Trata-se com o prôó-
prio. Nesta redácção se diz.
Dá abonações,
caiando-as ou ornamentando-
as, colocam sôbre a mesa on-
de será entronizado o Cruci-
ficado que acompanha o pa-
roco, o seu afolar (íolar), ge-
ralmente dinheiro envolto em
pétalas de flôres, e ovos,
queijos e os melhores mimos
das suas colheitas.
i— Os padrinhos dão nesta
data o folar aos seus afilha-
dos.
Santoruim
Em dia de todos os Santos,
o rapazio e os mendigos pre-
correm as casas a pedirem
um santorinho.
“Também nesta data é de
uso os padrinhos darem o
santoro aos seus afilhados.
— Na Sertã os pobres e os
rapazes pedem no dia ime-
diato ao de todos os Santos,
de porta em porta os «bolinhos»
em regra dados em pequenas
moedas de cobre.
(1) Caldudo. caldo de castanhas. .
— JAIME LOPES DIAS
PÃO
Pela pasta da Agricultura
foi publicado um decreto re-
gulando os preços do pão e
do trigo.
Haverá três tipos de pão des-
tinados ao consumo publico;
pão fino ou de primeira; de
segunda; e de «tipo unico»
No seu art” 12.º o decreto
estabelece que os preços má-
ximos do pão por quilograma,
são seguintes: 1.º, de 3820 pa-
ra o pão fino, de pequeno for-
mato e peso correspondente a
1800, $45, $20 e $15; 2.º 1880
para o pão de 2.º nos distritos
de Viana do Castelo, Braga,
Vila Real, Bragança, Porto,
Aveiro, Coimbra, Viseu, Guar-
da e concelhos em que for au-
torizado o seu fabrico; 3º, de
1470 para o de 2? na cidade de
Lisboa e concelhos limitrofes
em que fôr autorizado o seu
fabrico; 4º de 2800 para o pão
de «tipo único» na cidade de
Lisboa e concelhos de Oeiras
e de Cascais, de 1890 nos rss-
tantes concelhos do distrito
de Lisboa e nos outros distri-
tos.
O decreto estabelecea obri-
gação de incorporar 12,º de
milho ou de centeio nas fa-
rinhas em rama destinadas ão
consumo pullico. Mantem-se
o «bonus» de adubos que. se-
rá pago pela F. N.P. T.aos
| produtores de trigo na cam-
panha de 1938-39, estabelecen-
do-se importantes medidas de
mterêsse publico.
A tabela reguladora dos pre-
ços do trigo é à seguinte.
Pêso por | E :
si | Pro por qulhgrana
Xpresso om
quilogramas
91... ...1852 (05)198417 (05)
80.,...../19$50 (45)1845 (45)
Trigo mole | Trigo rijo
79... ...|1848 (85)/1843 (85)
78... À.1841 (25)/1842 (25)
17...... [1845 (65)|1$40 (65)
76...0.. 1944 (05)1839 (05)
75.0: | 1842 (45) 1887 (45)
7h, ...... [1840 (95) 1895 (85)
13...0.. 1899 (25/1934 (25)
NHoTesgos = Passaria
Na povoação da Passaria cons-
ituiu-se uma comissão, que aca-
ba de levar a efeito a construção
de um coreto em cimento armado.
No próximo dia 11. realiza-se,
ali a festa a N. S. da Penha
de França, na linda ermidinha
que tem o Seu nome, que deverá
ser muito concorrida e animada
por virtude do programa que foi
elaborado com a maior minucio-
sidade; esperam-se muitos visi-
tantes, especialmente naturais da
área da capelania que residam
na capital e que nesta época cos-|
tumam visitar os seus parentes,
matando saúdades e descançando
um pouco do seu lubor habitual. |
Antes do dia da festa, a refe-
rida comissão promotora de me-
lhoramentos, tenciona concluir a
terraplanagem da estrada que
vai da Tapada ao terreiro da
capela; muito zeloza dos interês-
ses materiais e morais da povoa-
ção da Passaria, não lhe escas-
seando boa vontade para a do-
tar de tulo quanto, por agora,
| considera de mais necessário, mas
fraca de recursos financeiros,
conta com o auxílio de todo o
povo para conseguir os objecti-
vos comuns, auxílio que pode ser
prestado em dinheiro bor uns e
em fornecimento de materiais e
mão de obra por outros.
Concluindo-se a terreplana gem
da estrada a que acima se alude,
já depois todos os veículos pode-
rão ir à povoação e ao arraial,
registando-se êste facto como um
melhoramento da mais alta im-
portáncia, que muito honra aque-
tes que a êle meteram ombros.
Os preços da tabela respei-
tam aos meses de Ágosto e
Setembro e serão ecrescidos
de 801 (3) em cadã um dos.
meses seguintes até Junho
do ano imediato; os preços
relativos a Julho serão iguai.
|aosdo mês anterior,
Filármonica . União
Serlaginense
Subscrição para a compra de instrumental
reparação e nigualagem do existente E
aquisição dum fardamento:
Transporte do n.º 103 5:022800
Dr. Rogério Marinha
Lucas, Seitã. 50400
Augusto Nunes, de
Bisboa di. 29800
A Transportar... 5:092800
E x
Considerações “Oportunas
A nossa filarmóônica, que
dia a dia vem registando no-
vos progressos, por uma or-
ganização mais perfeita e
completa do seu programa
musical e pela entrada de
novos executantes, o que re-
gistamos com prazer, fazen-
do se notar que o prestígio,
cada vez maior,
adquirindo, se deve aos atu-
rados esforços do seu director
e nosso amigo sr. Anibal Nu-
nes Corrêa, que não conheçe
conceiras nem embaraços e à
cooperação leal e dedicada do
seu abalisado regente sr. An-
tonio Teixeira, necessita do
auxilio de todos os sertagi-
nenses, que não lho deverão
regatear especialmente por-
que ela, representa um meio
eficaz de propaganda da nos-
sa terra e constitue uma ot-
ganização de alto valor artis-
tico e cultural. Reconhecido
êste facto, parece-nos um acto
de bairrismo que todos: para
ela contribuem na medida
do possivel, criando-lhe uma
vida relativamente próspera,
de maneira a desaparecerem
de vez as dificuldades finan-
ceiras com que vem lutando;
não se compreende que as
cotas actuais dos sócios
não dêem para pagar ao re-
gente o pequeno e quaási insi-
gnificante ordenado, que lhe
é devido. É So
Mal de nós se não tomar-
môs em considerão as condi-
ções de vida das, melhores
agremiações da Sertã. Com o
nosso desleixo, com a nossa
indiferença e com o nosso
egoismo deixaremos morrer o
que de mais belo existe no
meio, aquilo que, preçisame, -
te, marca à Sertã uma situa-
ção de prodominio e de des-
taque.
Concerto
Na decorrente época o pú-
blico da Sertã não tem razão
para se queixar da falta de
concertos públicos. À reorga-
nizacão da Filarmónica levou
os seusdirigentes a propores
cionar frequentes audições,
que são sempre apreciadas a
valer.
O concerto no noite de 21, -
no Adro, causou agrado geral,
sobretudo a rapsódia de can-
tos populares da Bei a Biixa,
ouvida pela primeira vez.
Damos o extracto do pro-
grama.
1,º PARTE
Legionário, marcha militar. . TEIEIRA
interrompida, valsa ...... O METRÁ
Suzete, sinfonia ........ MINEIRO
Impenetravel, cne-step..... RODHA
2: PARTE
Cantares Beiries, rapsódia de cantos ppu-
lares da Beira Baixa, extraídos to 2.º
volume da «cinografia da Beira»,
do sr. dr. Jaime Lopes Dias TEIXEIRA
Bagdai, marcha oriental. ... SENELVKER
Cardo, passa dobrado ...... TEMEIRA
VENDE-SE
Brékem perfsito estado mui-
to leve, :
Informa esta redacção
que vem |
e
e@@@ 1 @@@
COMARCA DA SERT'A
Futebol
Realizou-se no passado dia
21, no campo de jogos, nesta
vila, um amistoso encontro de
futebol entre o Sport Club de
Ferreira do Zêzere e a Acadé-
mica Sertaginense, na presen-
ça duma numerosa assistên-
cia, a mais numerosa até ho-
je registada, tendo a orna-
mentá-la a graciosidade de
olicromas toiletes das «aima-
les mademoiselles» que vie-
ram animar esta competição
desportiva, especialmente os
jovens estudantes de que se
co spõe a Académica; êles, po-
rém, não souberam corres-
ponder aos seus sorrisos de
incitamento, suficientes para
incutir coragem a um santo...
Portaram-se com ingratidão.
Os teáms deram entrada no
Campo às 6,45 por entre pro-
longadas ovações. Alinhando,
pelo Sport Club —: David,
Mota e Inácio J; Inácio II, Da-
xidII e Gilhermino; Rumos,
Leonel, Oliveira, Marçal e
Luiz Gouveia. Pela Académi-
ca:—Correia, Jorge e Rogério,
Tavares, Jaime. “ Egas, Ani-
bal, Monteiro, Henrique, Silva
€ Jastino. E
A bola foi posta em jôgo e,
logo de inicio, há uma avan-
çada perigosa, conduzida pela
asa esque da da Acacêmica,
mas a bola saiu foia por cima
da trave. Nos primeiros minu-
tos os académicos jogaram
com nítida superioridade, mas
em breve iransitaram da si-
tração de dominantes para
a de domina os.
Até aos 42 minutos o jôgo
desenvolve-se a meio campo,
sem entusiasmo de parte a
parte, raras vezes sendo ne-
cessária a intervenção das de-
fesas. Faltavam 2 minutos
para terminar a primeira
parte quando foi marcado o
primeiro goal por Ferreira,
- que se aproveitou duma con-
fusão erorinissima em frente
das balisas. E assim findou a:
primeira parte.
Recomeçou o encontro e
nos primeiros segundos, im-
perada e rápidamente, as ba-
lisas dos académicos sofrem
nova introdução do esférico.
Os ferreirenses trabalham
com mais precisão e energia.
“O esférico agora percorre o
rectângulo com rapidez. Hã
mais entusiasmo. As defesas
da Acadêmica estão sendo os
' homens da tarde, interceptan-
| do com seguranca e aliviando
o seu campo coin serenidade,
mas a sua linha de ataque não
ajuda, é fraquissima. Não hã
quem remate à balisa, O de-
sanimo começa a apoderar-se
dos académicos mas... a as-
sistência aplaude delirante-
mente. Foi marcado um pon
to contra Ferreira. Temos,
portanto, 2-1.
O entusiasmo recriudesce,
Os académicos trabalham com
denodo em busca do enipate,
mas os ferreirenses não cedem,
continuam a trabalhar com
acérto, obrigando a deesa
adversária a intervir cons-
tantemente.
Há novo goal contra os aca- |.
démicos, o que os acabou de
desorientar. Já não podem es-
-perar uma vitória, ou pelo
menos um empate, salvo que
a sorte lhes comece a sorrir...
Mas vs ferreirenses não dei-
xam albergar por muito teme
po esta ideia, porque marcam
outro goal, e foi êste o resul-
tado do desafio—4-1. à
* x
Embora o team de Ferreira
jogasse com superioridade,
já nos têm visitado teams su-
periores, apesar-daquele se
achar enriquecilo com ele-
mentos estranhos, entre eles
o guarda-rêdes e médio cen-
RR)
O resultado ajustou-se per-
Feitamente à mnarchu do jôgo,
Respeitando e seguindo e
secular tradição, realizam-se
nos dias 7 e 8 Setembro as
festas à milagrosa protectora
dos infelizes, com arraial, fo-
go de artifício, missa solene,
sermão, procissão e mais fes-
tejos,a que concorrem milha-
res de pessoas, a maior parte
por devoção e outras para
gozarem o extraordinário pa-
noiama que sz: desfruta da
alta montanha aonde :sta edi-
| ficada a ermida.
* D'ali se avistam muitas vi-
las e aldeias eaté Serra da
Estrela em dias claros. Em
baixo correo Zêzere entre
altivas penedias; a célebre
ponte do Cabril é obra de se
vêr e admirar.
Este sitio, muito concorrido
de turistas, é denominado a
SINTRA DA BEIRA BAIXA
tal c seu conjunto de bele-
zas!
“O egrégio autor do hino na-
cional, «A PORTUGUESA», no
seu livro «Tojo: e Rosmauni-
nhos», Fis, 13a 18, ocupa-se
PEDROGÃO PEQUENO
Romaria da Senhora da Confiança
de PEDROGAO PEQUENO e
publica um belo desenho de
sua autoria, mostrando a pi-
toresca entrada da Vila do
lado do Cabril.
E' pois dever de tôdos os
bons pedroguenses, residentes
noutras localidades, visitarem
nesta ocasião a sua terra na-
tal e concorrerem com a sua
propaganda e valimente para
o engrandecimento da mes-
ma.
JOÃO DO CACAL
Pedrógão Pequeno — Formosa vista do Cabril e ponte sôbre o Zêzere
E
* *
0 programa é o seguinte:
De véspera: arraial com fo-
go prêso, fornecido pelo - ha-
bil pirotécnico da Sertã, pres-
tando valioso concurso a Filar-
mónica «Aurora Pedroguense»,
de Pedrógão Pequeno.
No dia da festa: — Alvorada
pela mesma Filarmonica; ao
meio-dia, missa solene, can-
tada a: vozes e sermão; à tar-
de, sermão e procissão.
Se;iã prégador da festa o
Revº P.º Augusto Antônio Ri-
beiro, digno pároco da fregue-
sia de Sernache do Bomjar-
dim.
x
a x
Um devoto, que não deseja
revelado oseunome, ofereceu pa-
raa capela uma porta (a princi-
pal) pora antiga se encontrar
em péssimo estado de conser-
vação, acto que é digno 'de
todo o louvor.
Os amigos do nosso jornal
Tiveram a amabilidade de
nos indicar novos assinantes,
o que muito agradecemos, os
srs. Jacintó Barata, de Pedro-
gão Pequeno, Anibal Farinha
e Joaquim Nunes, de Lisboa.
EEE SR
e aos dirigentes do grupo lo
cal cabe parte da responsabi-
lidade desta derrota, pois é
sabido, que podiam ter for-
mado um team melhor, sem
recorrer a jogadores estra-
nhos.
Jorge, Rogério, Henrique e
Justino jogaram bem, outros
havia que a interceptar o es-
férico eram uma . ..cesta rota.
Estas organizações devem
merecer os maiores cuidados,
“pois é necessário que a Sertã,
desportivamente, ocupe o seu
lugar.
a x
A arbitragem foi regular,
apesar-de não ter reparado no
of-side descarado que invali
dara o terceiro goal de Fer-
reira, e alguns penaltys, mas
|se fôsse a marcar tôdas as
penalidades o tempo talvez
não chegasse.
K E
€
No final foi servido um lan-
che no Sertanense Foot-Ball
Club, tendo-se trocado brin-
des. .
REPÓRTER DESPORTIVO
Carta de Lisboa
ba liistoria da Literatura Portuguesa, de
Mendes dos Remedios, respinguei -—
sobre o dr, Santos Valeata:
«(1896)—Foi poeta e humanista, fi-
«lósofo e critico,
«Ao mesm tempo que se entregava
«á elaboração fadigosa do DICIONA-
«RIO CONTEMPORANEO DA LINGUA
«PORTUGUESA, que Caldas Aulete
«deixara openas esboçado, ia vertendo
»para latim e greg», belissimas com
posições portuguesa. : e
“ Os seus versos latinos sairam no
“volume—CARMINDA,
“Quando estudante na Universidade,
“publicou o poema — ERMELINDA,
Em 1861, também em Coimbra, foi pu-
“blicado o volume PRIMICIAS, enc:r-
“rando poesias liricas, latinas e portu-
“ouesas,
SANTOS VALENTE redigiua RE-
VISTA POPULAR DE CONHECI-
“MENTOS UTEIS e dirigiu a edição
“dos LUSIADAS manuscritos,
Ora o DR.SANTOS VALENTE, era
nosso patricio; creio que nasceu na fre-
guesia de Palhais, e, tanto nesta fre-
guesia, como na da Sertã tem ainda
hoje parentes que, certamente poderão
auxiliar alguem que queira meter om-
bros á empresa de coligir os seus escri-
tos e adquirir tôdas as suas obras pu-
blicadas para tudo engrossar a nossa
ESTANTE PATRICIA, e dar-lhe mais
realce
A' Direcção do Gremio Sertaginen-
se, det-ntora da estante em referência,
compete muito especialmente, recolher
esta minha lembrança e fazê-la vingar,
E é mais uma do velho,
JOÃO SERTÃ
fadada ia
Este número foi visado pela
Comissão de Censura
de Castelo Branco
Sopa dos Pobres
Movimento de Julho de 1938
RECEITA: Cotas da Adminis-
tração do Concelho e Câmara
Municipal, 120$00; cotas diver-
sas, 254800; cota da sr? D.
Guilhermina Durão, 30800;
idem de sr, Manoel dos San-
tos, de Tomar, de Janeiro a
Maio, 25800; donativos do sr.
Manoel Lopes, S. Domingos de
Carmões, 25800; da G. N. R,,
25800 e da sr.* D. Albertina
Silva, de Lisboa, 10800; soma,
489800. Géneros: 1 canastra
e uma cesta de fruta, de 2
anónimos; 1 cesto de hortali-
ça e uma quarta de batatas, de
D. Conceição Gaspar; 1 cesto
de batatas, de D. Agueda Lei-
tão; 1 dito, de D. Lúcia Del-
gado; 1 alqueire de batata,
do sr. Demétrio Carvalho;
hortaliças de vários anoni-
mos.
DESPESA: — Distribuição
de sopa a 45 indigentes, 401820.
A Direcção agradece muito
reconhecida em nome dós po:
brezinhos.
9090600000000 0000cav20095004000900000
“À COMARCA DA SERTÁ”
a principiar no presente nú-
| mero, vende-se na casa do
Ex.ȼ Sr. Manuel Alves da
Silva Neves, Rua da Assun-
ção, 84 a 86 -- LISBOA
99006000000059000000000900900000000000
O ensino da lingua pote
guesa foi admitido nas
escolas superiores de França e
da Argentina,
À
INSTITUTO NACIONAL DO
“TRABALHO E PREVIDENÇIA
Deiegação de Castelo Branco (Covilhã)
Nota Oficiosa
HORARIO DE TRABALHO
NOS SERVIÇOS DE
TRANPORTE ÁUTOMO:
VEL.
Tendo a Fiscalização do
Trabalho verificado que as
disposições reguladoras do.
Horário de Trabalho nos ser-
viços de transporte automô-
vel não estão a ser cumpri-
das como convém, chama-se
a atenção dos interessados
para o que a seguir se deter-
mina sem prejuizo do esta-
belecido nos Decretos 24.402
de 24 de Agosto de 1934 e
22.500 de 10 de Maio de 1933:
a) SERVIÇOS DE TRANS-
PORTE PRIVATIVO DOS
ESTABELECIMENTOS
COMERCIAIS E INDUS-
TRIAIS,
O pessoal está sujeito ao
regimem geral de 8 horas de
trabalho, em correlação com
o periodo de abertura do es-
tabelecimento ou de labora-
ção normal dos estabeleçcimen-
tos em que prestam serviço,
b) SERVIÇOS DE TRANS-
PORTE DE ALUGUER E
LONGO CURSO,
Horário de 56 horas sema-
nais, sem prejuizo do dia de
descarso, as horas suplemen-
tares que tenham de ser fei-
tas, por exigência do serviço,
serão pagas nos termos legais.
O motorista deverá possuir
o cartão de trabalho, cedido
pelo respectivo Sindicato Na-
cional, onde será registado o
seu trabalho diário, e às en-
tidades patronais serã forne-
cido um mapa correlutivo. O.
ajuste de contas será feito
até à terça feira da semana
seguinte áquela a que os
salários disserem respeito, sob.
o contróle de F. T. e desta De-
legação. É
e) AUTOMOVRIS DE PRA-
O pessoal empregado neste
serviço, tem um dia de des-
canso semanal, estabelecido
de acôrdo com os respectivos
Patrões. Estes deverão partici-
par a esta Delegação o dia ou
dias escolhidos para ó des-
cansó do seu pessoal.
d) CARREIRAS DE TRANS-
PORTES DE PASSAGEI.
ROS E MERCADORIAS.
Estas carreiras terão de
possuir os seus horarios ela-
borados com rigorosa obser-
vância das disposições legais
e das determinações dos orga-
nismos que superintendem
nos serviços desta naturêza.
As entidades patronais da
parte sul do distrito, de-
vem até 30 do corrente regu-
larizar os seus horários e fa-
zê-los aprovar por esta De-
legacão, tomando as provi-
dências necessárias para a exa-
ta observância do que fica
determinado.
A Fiscalização do Trabalho
fornecerá a todos os interes-
sados os esclarecimentos que
lhe forem pedidos. A partir
daquela data a Fiscalização
exer-se-há com o mâximo figor,
de forma a ficar estabeleci-
da, num tão importante sec-
tor profissional, uma neces-
sária disciplina social,
Covilhã, 13 de Agosto de
1938. Ano XIII da Revolu-
ção Nacional:—
O Delegado;
ANTÃO SANTOS DA CUNHA