A Comarca da Sertã nº105 27-08-1938

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DIRECTOR, EDITOR
Eduardo Panata da Filva Correia
— = REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO — | /
RUA SERPA Fc,
PUBLICA-SE. ROS SABADOS
“ANO til
N.º 105
No
EAR ENE
ERES
Ndo se podem considerar
simplesmente brotoco-
lares as manifestações tributadas
ao venerando Chefe do Estado |
na sua viagem às Colómas de
“Angola e S. Tomé e Principe;
“antes foram a demonstração ple-
na e wrefutavel do carinho, res-
A negado que e decr
Fam jodos os portugueses, colanos
e naturais, iímanados no mesmo
ideal de engrandecimento e res:
tauração de todo o Império Por-
juguê ca
u o é ss
– a o senhor Presidente da
— República para o seu coração de
— português, para os seus sentimen-
“tos patrióticos, deve ter causado
profunda impressão a maneira
como decorreu a viagem, o em-
iustasmo das manifestações; tah
daponiqueas º tam sentidas, dos
“portugueses espalhados pelos ter-
os visitados; branços e pres
os, indistintamente, vibraram no
mesmo delirio de amor pátrio,
sentiro
“mesma alegria,
com enternecimento e orgulho a
sagrada Bandeira das Qunas, a
banideira comum, que o seu afec-
“to coloca cada ver maisalta,
“São de um altíssimo sigmfi-
cado os resultados da viagem
– do senhor General Carmona às
“Colônias, mas a todos sobrele-
va a indusipulivel o cada qez
— hais solda união entre todos
“os portugueses disseminados pe-
lo Império, Provaa o ardente
“desejo que tôdas as outras Coló-
“mias têm em receber a visita do
supremo Magistrado da Nação.
aa
a. obras de reparação da
nossa igreja matriz há
dois meses que se arrastam com
uma morosidade reparável, sen-
do já agora impossivel termind-
jas dentro do período que lhe
foi estabelecido de princípio.
“Não sabemos que razões con-
correrão para não prosseguem
com maior achvidade, mas não
deixaremos de notar, como tôda
a gente, o contraste, que se veri-
fica entro o seu andamento EO
“f aiéros reatigados néste conce-
lho soh o mesmo regime de
oc. do Estado,
“Subido que o auxilio governa»
Hvo si é efectivo apos a execução
de serviços que largamente o jus-
Hfiquem é, em mlitos casos, só
epois da suu iwteg-al fiscaliza-
ção, seria interessante conhecer-
se como agiram as entidades e.
pessoas que tevarça estus à cado
mos prazos competentes, sem pre-
fuizo, portanto, de qualquer par-
“cela da comparticipação do Es
tado,
pai
qu suportado um calor
E: verdadeiramente tropi-
cal,
ds ribeiras miínguam dia a
dia, vendo-se os lavradores em
sérios embaraços para regar as
nas culturas, | E
m pulsar o coração na |
contemblando
E PROPRIETARIO
E E
e
AVENÇADO
a-ova e Vila de Rei; e freguesias de Amê
FUNDADORES
DR. JOSÉ CARLOS EHRHARDT
DR. ANGELO HENRIQUES VIDIGAL
ANTONIO BARATA E SILVA |
DR. JOSÉ BARATA CORREA E SILVA
EDUARDO BARATA oaSILVA CORREA
Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interôsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã,
Úleiros, Prognça-
nica &
Sardigos (do concelho
de Mação)
do Composto e Impresso!
NA
SANA DA SERTÁ
| Largo do Chafariz
| SERA |
“HEROIS E SANTOS”
AO passados quatro meses que o sr.
dr. João Cajado Rodrigues, de Ma-
“ção, nos enviou, com bem amável
dedicatória, e como homenagem, (que
– não merecemos), o I tomo da sua
obra poética «Portugal», intitulado «Heróis
e Santos».
Cumprimos hoje o devêr de agradecer
ao autor a oferta, sentindo que a falta de
espaço nos tenha forçads a usar de menos
delicadeza para quem, como êle, é crédor da
nossa consideração. Penitenciamo-nos agora
do nosso êrro, dizendo alguma coisa, tam
ouco e mal que não nierece ser levado à
onta de crítica, do livro que tem merecido
elogios ou apreciações benévolas de uns e
anátemas de outros,
E’ bom o livro? E mau? Deixemos es-
sas apreciações Aqueles que têm competên-
cia e critério para o fazer e cuidemos, sim-
plesmente, de apresentar aos nossos – leitos
res a obra, fazendo destacar o que nela en-
contramos de mais belo — consoante o nos-
so modo de vêr — aquilo que melhor fala
ao nosao coração de portuguesese de patrio-
tas, :
Temós lido referências ao livro do sr.
dr. Calado Rodrigues publicadas em diver-
sos jornais; umas elogiosas e outras em que, |
fazendo-se justiça à intenção do autor, se
considera a poesia çomo trabalho pouco cui-
dado, afirmando que êle pode produzir tra-
balho muito superior. Por fim, ainda lemos
ataques violentos, contundentes, de tal gui-
sa que comparam o trabalho do autor aos
versos de pé quebrado cantados pelos cegos
ao som da guitarra… E os detractores, na
sua fúria de magoar, nada perdoam, nem ao
menos querem vêr que o livro foi escrito pa-
ra as crianças das escolas, para pequenas
representações teatrais, tendo por tema al-
guns assuntos épicos, que esmaltam a histo-
ria Pátria. –
O nosso crítico poético diz que «o assu-
to do livro é muito imietessante, valendo, contudo,
SEGUE SRA RARO OSS ATO A CT CAT EE OO STE ES
TERRAS DA
% & E Aa DE
ponco como poesia. O dr. Calado Rodrigues dá
mais cômo prosador. Como poeta falta-lhe o estro,
cadência, etc. Fez o livro muito à pressa e isso
prejudicou-o bastante. Estou certo de que éle, com
vagar, poderá fazer coisa melhor. Além disso de- |
ué-lo-ia ter sujeitado à correcção de entendidos no
assunto. No entanto a crítica sincera e amiga de-
ve ser-lhe favorável, apontando-lhe os senões, mas
louvando-lhe o muito que teve de bom e incitá-lo a
fazer coisa melhor».
Vejamos gue o dr. Calado Rodrigues de-
dica a obra «À sua Excelência o sr, dr. Oli-
veira Salazar e a todos aqueles — mesmo os
mais humildes, como eu-—- que sentem a
grandeza da sua obra de reconstrução naçio-
nal e a ânsia patriótica de colaborarem ne-
la.» : –
Certamente o autor, que não é homem
de teatro no mais rigorcso sentido da pala-.
Vra, ná
E mp p :
recursos cénicos ou representativos, fulguran-
tes e imprevistos; não ambicionou empolgar
a multidão com um poema heróico. Q autor
limitou-se a fazer um trabalho modesto e
probo, arredado de complicadas fantasias;
traçou, como português e como nacionalista,
uma obra de facil entendimento para um au-
ditório de muitos ou poucos recursos literá-
rios, pondo a pena ao serviço de uma ideia
nobilíssima e patrióticà, exaltando o herois-
mo de egrégios varões que edificaram a na-
cionalidade.
drigues tranpareçe em todo o póemeto como
ouro chispando aos raics do sol,
* No prólogo apresenta:se um diálogo en-
tre «um velho de cabeleira e jonga barba
branca de neve, envergando larga túnica de
romeiro» — o Portugal de oito séculos reju-
venescido para a luta, ufano de suas glórias
e da sua acção civilizadora e cristã — e um
rapaz, que Se mostra incrédulo ao ouvir a
(Continua na 4.º página)
COMARCA
Bs W fa ERC»
(Foto cedida amuvelmente pelo Exmº Sr. «Autônio Mendes das Neves, de Lisboa)
Ec pena do nosso reporter
desportivo publicamos,
no número próximo, o relato d
desafio de futebol realizado np
pretérito domingo entre o Sport
Club de Ferreira do Zêzere e à
Académica Sertaginense, que ter-
minou porq ar,ia favor dos
primeiros. =
4 derrota da Académica de.
te organização do «team», princix
palmente porque escolheu para
guarda-rede um jogador que
não apresenta as necessárias com-
dições fisicas e técnicas.
gs
ye 22 povoações indicadas
pelos júris brovinciais
para o concurso da aldeia mais
portuguesa de Portugal, há ape-
nas q da Beira Baixa: Monsanto,
Idanha-a-Nova, Pail e Covilhã.
Enem
«DORTUGAL>», de que se
– acha publicado o | tc-
mo-—«Eleróis e Santos»—quadros.
históricos representaveis, da aum
toria do sr. dr. João Calado Ro-
drigues, de Mação, é uma obra
imnentemente naciaualisia.
Encontra-se à venda nesta Res
dacção e no estabelecimento de
Vaie & Santos, ao preço de
| S800.
A intenção honesta do dr. Calado Ro- |
Ara en
Nº dia 8 da proximo mês:
E realigarse uma grande
feira na Vita de Proença-a-Nova.
a f
sc muitas quiras, vai
o Govêrna realizar uma
obra formidavel sob o ponto de
vista social: até 1940 serão cons
económicas de dois tipos diversos,
e 100 desmontuveis, substizuindo,
os miseráveis bairros de lata que
são uma vergonha do mósso sé-
culo,
As rendas dessas casas com-
preendem amortização e seguros
de vida, contra doença e descsm-
prego. :
Em cada grupo haver as ires
talações de uso comem, iniluínio,
escola e templo. sendo as aobros,
custeadas pelo Estado e pela Cá
mera Municipal,
Alone
: a ERCA de 197 mil contos
No Joia verbo, quedte je
de Março, despede o Comissa-
riado to Desemprégo em Subi-
dios para a execução de obras no
Pris, da quiol
1º aamestre do quo torrente,
3.342:713897, tendo entitto an
distiito de É
wltiina verba, 1461/9557.
Notemos que a
função daquele organismo tem
como objectivo facutiar trabalho
aos desempregados e estimular
tôdas as iniciativas úteis ao ps o-
gresso material e moral da Na-
ção.
SE E a êmd
ve-se, a nosso ver, à impreviden-.
truidas, em Lisboa, 2000 casas.
altbucin no.
Casteio Dratuv, do
actutinde e0 casas.
altbucin no.
Casteio Dratuv, do
actutinde e@@@ 1 @@@
A COMARCA DA SERT’A
Nova Igreja de Ramalhos
Dentro em pouco deverá
ir aos Ramalhos, sede da fre-
guesia do Carvalhal, proce-
-. der ao estudo da construção
. da nova igreja paroquial, um
dos arquitectos mais compe-
tentes da capital.
a ARESDAMBRUTARER AAA EAgARA MS EEE LARA
Interêsses de Proença-a-Nova
Na área de Proença-a-Nova
prosseguem os trabalhos da
grande reparação da estrada
nacional, tendo já sido deita-
da a camada betuminosa.
Falta agora concluir as ber-
mas com calcadas.
ESEARARAA ADA VAMODHGAHAAAGAREO OM EOSLLAHAGHGAS ASODDAGELHHHSO COARI
imprudência fatal
Morreram afogados no rio
Zêzere, quando tomavam ba-
nho depois de uma refeição,
José da Silva, de 70 anos, mo-
“leiro, da Ribeira de Freire e
“ Anibal Mata, de 34 anos, da
Fonte Fria.
RBD DAGA ADORA DRDO AAA AGARRAR AGORA AAARAAHAAAAGGARAAMAO
NECROLOGIA
No mês passado faleceu na
cidade do Paráã (Brasil),
vitima dum desastre, o sr.
A’lvaro Duarte, solteiro, de
40 anos de idade, guarda-livros,
natural do Cardal Grande,
(freguesia de Palhais), irmão
do nosso amigo sr. Manuel
Duarte, comerciante em Que-
limane (Africa Oriental), pre- |.
sentemente residente naquela
povoação e cunhado do sr.
Augusto Cardoso, desta vila,
“à quem apresentamos a ex-
pressão muito sentida do nos:
So pesar.
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sa 1000 » Cartaxo 22-10
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Datas Auiuosas
=
. Antonio Ferreira Alberto |
Em 26 de Agosto de 1910 fa-
l»ceu, nesta vila, êste pres-
tante cidadão sertaginense.
“Yendo, em novo, partindo
para o Brasil, fixou residên-
cia no Pará, onde, durante
muitos anos, exerceu a sua
actividade comercial, con-
quistando um logar de des-
taque no meio em que desen»
volvel os seus negócios. |
“Nem sempre a fortuna lhe
foi propicia.
Um dia, uma grave crise
econômica por que passou a
florescente república, fez-lhe
perder quási tudo o que re-
presentava a justa recompen-
sa dô seu honrado trabalho
de muitos anos, atirando-o
pouco menos que para o pon-
to de partida da sua carrei-
ra.
Não desanimou. –
Fortalecido pelo seu amôr
próprio e vontade de vencer,
iniciou nova jornada na luta
em que se adestrara.
‘ Gasto pelo prolongado e
exaustivo dispêndio das suas
energias no tórrido clima, veio
a Portugal em fins de 1908
com à ideia de retemperar a
“. saúde e tornar ao Pará, mas
já não voltou. O mal que, de
“” longe, o vinha espreitando,
andára demasiadamente, ma-
tando-o 2 anos depois. |
Várias vezes patenteou o
carinho que a sua terra lhe-
merecia. Nunca foi em vão
sue para ela se solicitou o
“seu apoio.
O seu testamento documen-
ta, bem, os sentimentos que
o animaram, A-par-de outras
disposições humanitárias e
de interêsse colectivo, legou
à Misericórdia desta vila,|
com a respectiva mobília, a
sua casa de residência que é
um dos melhores edificios da
Sertã, para nela ser instala-
do um asílo de mendicidade
após o falecimento da actual.
usufrutuária sua irmã, dei-|
xando também 15 contos em:
moeda brasileira para au-
xílio das despesas com a sua
manutenção. De acentuada
medéstia, declarou desejar
que o seu cadáver fosse ian-
gado em sepultura rasa no

blá 4, BONINGO
sa e filha, o sr. dr. José Antônio |
ai ária
EEE
Meditando
Quando me reclino absorta
a contemplar o mar imenso
ou o campo em flor, sinto um
entorpecimento moral e físi-
co, como que um abandono à
vida material, uma langui-
dez indizivel, um dôce pras
zer de silêncio e recolhimen-
to, E” então que passam pela
minha mente as imagens do
passado, do presente e do
futuro.
E em antitese com a amál-
gama de pensamentos fixos
ou instáveis, com o revolver
de ideias que se me vão na
alma, a contrastar, quietude,
dôce paz e harmonia,..,
Como és belo à mar, quan»
do sereno e calmo Sia os
braços às praias longínquas,
quando com estertor de ago:
nisante, te desfazes em tili-
granas de imaculada alvyral
jComo eu te olho à mar ins
tindo/e a minha aima pare:
ce segredar-te;—-«leva-me em
teus braços»—uo sabôr da
corrente, sôbre as águas que
me servirão de ataúde, e de-
pois quando cançado do meu
pêso, me atires, para o recôn-
dito duma rocha, onde o meu
pobre corpo repouse enfim,
longe, muito lohige, dos mur
múrios das civilizações.
E tu, campo ameno que tãg
belag poesiás tens inspirado!
como êu gosto de te cântem:
plar nas tardes frescas de
Abri! sedutor, no mês em
que tudo floresce, te cobres
do-te ao longo do Continente,
fe u o virente cortina
eita de pâmpanos;- de espi
de trigo é de cachos doirados
de néctar preciôso -e sob q
mais garrido e encantador ho:
culismo.
1E’s bem como a Primavera
indizivel, como a seara in-
contável! É
: E
feras dese q
É
te geo Poo gs
Na estrada poeirenta e re-
queimada pelo sol, distingue-
se uma nuvem de pó. Rebôa
ao longe o galope dum cava-
lo; à lá vem, é um campino |
de barrête yerde, cinta verme-
lha, pampilho alçado; vêri’à
frente duma manada de tois
ros. Ei-lo na magestosa alti-
vez do homem que sem te-
mor, se arrosta contra o pe-
rigo, êle é bem o simbolo,
tão imponente, quão gracio-
so, do meu lindo e querido
Ribatejol Ca
Ao fundo no horizonte uma
ermidinha pequenina e bran-
ca com seu cruzeiro no Adro.
jE’ à tardinha!
Recolhem a casa os lavra-
dores que do passar pela Eã-
pelinha, tiram os chapeus na
mais piedosa reverência.
Os gados e seus pastores
procuram as cabanas a onde
repousar.
“Às aves nos ninhos pipilam
à volta dos filhinhos.
Ouço agora um baialar…
que será? Sim já sei, é o fim
da’ tarde, é a última oração
dp dial
Silêncio!-vamos rezar,
;Avé Maria, cheia de graça…
“Almeirim, 17 |7| 988
Maria Guilhermina Ramos Reguinga
Maria dg Satidade
SC:
DDD DO ECO OA
Dr. Jaime Lopes Dias
Nos primeiros dias de Se-
tembro deve visitar a Sertã,
onde vem colher elementos
para a sua obra «Etnografia
da Beira», o nosso | presado
amigo e colaborador, sr. dr,
Jaime Lopes Dias, ilustre di-
rector dos Serviços Cnterais
da Câmara Municipal de Lisboa,
de galas e matizes estenden. -en. –