A Comarca da Sertã nº102 06-08-1938
@@@ 1 @@@
DIRESTOR, EDITOR
Eduardo Panata oba fa tlva Greta
E PROPRIETARIO
= REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
RUA SE PAÃ PINTO-SERTA’
PUSLICA-SE AOS SABADOS
“ANO ll
Nº 102
co a oito dias têm lo-
gar as festas da Se
nhora dos Remédios, nos su-
búrbios da Sertã, que outrora
atraiam milhares de forasteiros
de todo o País. Várias causas
contribuiram para que elas de-
caissem do seu antigo esplen-
dor, e a isso não é certamente
estranho o facto de se ter
mudado o arraial para um
ponto acanhado, onde o público
só pode andar aos encontrões, res-
pirando nuvens de densa poeira.
As barracas —meia duzia de tá-
“buas e um pano ennodoado—dão
sm tom de miséria ao recinto,
completado com a sujidade de tu-
do o qne nelas se encontra.
– Quem dirige estas festas nun-
ca procurou criar-lhes atractivos,
deforma que tôda a gente ali se
sinta bem.Não hã ordem não há
esmero, não há capricho na or-
Rnaaão, Tudo aquilo nada
A Sec.
E
” dentro do próprio arraial e num
“ponto tão baixo que a maioria
das pessoas o não pode ver, es-
tando, ainda, sujeita a ser ber-
seguida por algum buscapé mais
Glrevilo…
RESEARCH
jo bela manifestação de
: solidariedade, que mar-
cou pela graça e pela alegria,
promoveram as alunas da q.º
classe da professora sr.º D. Joa-
quina Lopes, desta vila, que êste
ano fizeram o exame do 2.º grau:
no dia 24, e por deliberação uná-
nime e expontânea, reuniram-se
na Fonteda Pinta e, aproveitan-
“do a amendade da tarde, ali
lancharam, cantaram, riram e
folgaram, festejando a aprova-
ção de tódas. O lanche teve foros
de banquete: não faltaram fran-
gos assados, que rescendiam, san-
dviches, pasteis, bolos e fruta!
Mas, como meninas bem edu-
cadas, não se esqueceram de con-
vidar a sua professora, que ace-
– deu, tomando parte, muito como-
vila, na simpática digressão.
Compensou depois a amabilida-
de das discipulas, oferecendo-lhes
“Q volta, em sua casa, amêndoas e
refrescos.
Uma autêntica despedida de
curso, que as pequemtas hão de
lembrar, enternecidamente, pela
vida fora.
mae
; 3º livro «Em prol da ter-
ra e do homem», da au-
toria do sr. dr. José Ribeiro
Cardoso, ilustre Presilente da
Junta Provincial da Beira Bai-
“a, temos publicado excerptos que
são do máximo interésse para tôda
“a região e por isso mesmo devem
ser abreciados por aqueles que
dedicam a sua utenção aos pro-
“blemas agrícolas. A autoridade
sda sr. dr, Cardoso néstes assuntos,
“está plenamente reconhecida e a
critica tem dispensado, aquela
obra, as apreciações mais enco-
midsticas.
Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei;
O fogo dê artifício é deitado | senda do corporati
ae
usa 4 AMENÇAD O
e freguesias
FUNDA ORES
“DR. JOSÉ CARLOS EHRHARDT
DR. ANGELO HENRIQUES VIDIGAL:
ANTONIO BARATA E SILVA
DR. JOSÉ BARATA CORREA E SILVA
EDUARDO BARATA DaSILVA CORREA
Hetidomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca la Sertá: concelhos de Sertã,
de Amêndoa e Gardigos (do concelho de Mação)
Salário suficiente — Salário possivel — Salá
rio miséria — À fírmula aprovadapelo Gon-
sslio Provincial da Beira Baixa para regularização dos salários rurais — Sua finalidade
(Continuzçãp
GORA está à prova a doutrina na
organiza-ão da lavoira. o
Contando com o ronceiris-
mo do nosso homem do campo,
Pes pouco propenso a inovações que
mal conhece pela rama, foi-se o legislador
munindo da faculdade de obrigar, por meios
coercivos, a lavoira a organizar-se.
Não acreditamos mesmo nada numa or-
ganizacão forçada. Palpita-nos, no entanto,
que algo de útil se poderá conseguir, se uma
política inteligente do Ministério da Agricul-
tura souber, com mão doce e fi’me, guiar os
primeiros passos dos n.ssos lavradores na
zer incarnar e defender os interêsses da
TERRA. Note-se que não dizemos incarnar e
defender os in’erêsses dos lava ilo-es, mas da
TERRA querendo asim bem vinca: o pen-
samento de que, pa a além da politica do trigo
e do vinho que quási vem absorvendo tôda a
actividade do Ministério da Agiicultura, hã
uma politca mais alta a afirmar e a seguir
—a politica da terra — nas modalidades inte-
ressa; tes em qu: pode e deve ser encarada
para uma melhor valorização do património
nacional, .
A tentativa de organizaçao corporativa
da lavoira vai ter pelo menos uma vantag-n
—pôr à p’ova a eficiência da doutrina na ga-
rantia do salário suficiente e ja não diremos
nos casos de doença, invalidez, des mpr-go
involuntário e velhice, mas tam s9mente do
salário emergente de obrigação contratual,
Está-se mesmo a ver a objecção simplis
ta—o Estado pode obrigar os patrões ao pa-
gamento do salário s’ticiente. Nem sempre
do n.º 100)
se deve observar, com verdade, pois ao de
cima do Estado, inutilizando o seu poder coer-
civo, está a fôrça imanente dos imponderá-
veis reguladores da fecundidade da terra
criadora, e não poucas vezes patrões e operá-
rios ficam aflorando ao mesmo nivel da tan-
gente da miséria.
x = E
Não estã feita, ainda, entre nós, a Esta-
tistica dos salárics que o nosso trabalhacor
rural perde em cada ano, por motivo de fôr-
“ça maior e por não haver quem lhe utilize |
«mo e sobretudo, se qui-ba-energin-do-.seu-bra
nergin-do-seu-braco, Talvez.se venha a
fazer um dia, se as Casasdo Povo se radica-
rem nas nossas freguesias.
Revendo os elementos que possuimos, co-
mo pequeno proprietário, encontrámos que
em 1935 e 1936 perderam em cada ano pas-
sante de 100 jornais! O fundo de previdência
não resistiria a esta sangria formidável de
desemprêgo involuntário, mesmo sem o con-
trapêso da doença, invalidez e pensões de re-
forma.
A doutrina corporativa na suà aplicação à
realidade da vida está ainda na infância,
não menos entre nós. No entanto, quem já
lhe assimilou o espírto que a vivifica, sen-
te a virtualidade da sua capacidade de elas-
ticidade para se desentranhar em novas mo-
dulidades supletivas da previdência gizada no
Estatuto do Trabalho, a-fim-de assegurar à
boa ge te do C:impo, os melh res servidores
da Nução, o- pão nosso de cada dia,
4
(Continua) À
J. RIBEIRO CARDOSO
Dr. Rogério Marinha Lucas | os nossos presados assinantes
qu que a brôxima ses-
são de cinema, na Sertã,
Iectando,
Concluiu a sua licenceatu-
ra em Medicina, o nosso bom
amigo e patricio, sr. dr. Ro.
gério Marinha Lucas, fiiho de
outro nosso amigo e grande
bairrista, já falecido, sr. Zefe-
rino Lucas de Moura.
Ão novo médico, que du-‘|
rante o curso deu largas pro-
vas de ser um estudante ip-
teligente e trabalhador infa
tigável, auguramos um futu-
ro risocho e uma carreira
brilhantissima.
«A Comarca da Sertã» fe-
Na, .
licita-o sinceramente e faz
ardentes votos pelos seus
triunfos.
0000000/40000000000900000c00n060896506
Este número foi visado pela
“Comissão de Censura
de Castelo Branco
que mudarem de residência,
ainda que provisoriamente,
pedimos 0 favor de nos indi-
carem tôdas as alterações,
de modo a que não sofram
interrupção no reçebimento
do jornal. à
Hã mu tos assinantes para
quem o jornal se encontra.
suspenso por não conhecer-
mosas suas actuais direcções.
oimjalbiotulajojaleta judo [o [ujulniuinisfajntolsfdalstojo[n[v[alsiojajafe)
Br. Antônio Alves da Gruz
Com elevada classificação
acaba de concluir, em Lisboa,
a sua formatura em Medicina,
Veterinária, o sr. dr. Antônio
Alves da Cruz, de Sobreira.
Formosa. :
Ao novo licenceado, bem
como a seu, pai o nosso esti-
mado assinante, sr. João Al-
ves da Cruz, apresentamos
sinceras felicitações.
se efectua no dia 24 do corrente.
do0D00coUDOA 9000 00DADga CSLDonDoddoo
Exames e passagens de classe
Coneluiu o 4.º ano de Agro-
nomia o nosso amigo sr. Rei-
naldo Lima da Silva.
Transitou para o 6º ano do
Liceu a menina Maria José
Lima Alves, gentil filha do sr.
José Alves, de Lisboa.
As nossas felicitações.
DODD2oGDOS 0000000909 000090000000000000
Os amigos de “A Comarca da
Sertã”
Teve a amabilidade de nos
indicar novos ass nantes oO
nosso estimado amigo sr.
Albano Marques Nazare, de
Li boa.
Muito agradecidos.
Composto e Impresso
GRAFICA DA SERTÁ
Largo do Chafariz
SERTÃ
N AS esferas oficiais trabdas
lha-sea valer para que
as comemorações dos Centenários
da Fundação da Nacionalidade e
de Restauração — em 1640 tes
nham a maior retumbância, mos-
trando ao Mundo que Portugal
quer atingir, plena redenção àcise
| to do seu próprio esforço.
Conseguida a realização ‘ de
uma infinidade de melhoramena
tos materiais bor todo o Pais,
que ainda há poucos anos não
passavam de sonho fugaz, a Res
volução Nacional atinge o sem
auge.
Na cabital do Império obras
prodigiosas se levam a efeitos
rasgan-se avenidas, constroen-se
edificios pomposos, entre os quais
um arranha-céus com mais de 2
andares, transforma-se a esca:
do serra de Monsanto em formoso
parque, substirue-se os bairros de
choupanas miseráveis por habita.
e higiênicas, pros
uam; corigeir -se uno
Cristo-Re Je Seu
ções modestas
monumento
rá o mais grandioso monumento
de quantos até hoje se fizeram
em Portugal.
Mas não ésó por Lisboa que
vai esta febre de melhoramentos
e de progresso, a atestar uma
época de grandeza. Noutras ter.
ras do País há o mesmo entusiase
mo e em obra ião magnifica de-
vem colaborar as entidades ofi-
ciais e particulares, indistintas
mente, ainda que àquelas compita
a orientação.
Ea Sertã, sede de ‘comarca,
umu das terras mais lindas das
Beiras, permanecerá indiferente
ás iniciativas que se vêm verifi-
cando moutros bu-gos, alguns
mais ricos, mas não mais belos ?
Ficurá de braços cruzados, indi»
ferente a tudo, considerando-se
satisfeita com O pouco que lhé
deram até agora? Ou espera
que uma varinha mágica a des-
perte para a vida e para o pro-
gresso, transformando-a em for-
mosa e agradável vila, que seja
o encanto dos que a visitarem ?:
Cremos que alguma coisa se
fará. Sabemos queo sr. Presi-
dente da Câmara está sériamen-
te empenhado ma construção de
um bom edificio dos Correos,
Telégrafos e Telefones em pomto
centrale que agora procura con-
seguir de vez o plano de urbani-
gação da vila, que ha mutos
anos se impunha.
Seria interessante. c não é pe-
dir muito, que em 1940, além do
edificio dos Correios, fosse inau-
gurado o mercado público, am-
plo, de linhas modernas, cons-
truido em ponto central e aces-
sivel.
aaa
pera de gado de S. Neu-
tel, de 27 de Julho, es-
teve muito concorrida… E
Verificou-se que o gado bovino
atingiu preços muito baixos, in.
dice seguro da falta de dinheiro
“com que lutam os lavradores.
“ae
cz
&
:
“ae
cz
&
:@@@ 1 @@@
A COMARCA DA SERT’A
APRENDIZ
Precisa a GRAFICA DA
SERTÃ, sendo condição indis-
pensâvel saber ler.
dagnaocono 200002009020009500% 000000000
ANUNCIO
(2º publicação) |
“Por Este se anuncia que no dia 9 do
proximo mês de Outubro, por 12 horas,
a porta do Tribunal Judicial desta co
marca, se ba-de procedera arrematação
em hasta pública dos prédios a seguir
designa ‘os e pelo muior preço que fôr
oferecido acima dos valores respectiva-
mente indicados.
Prédios
“= 1º–Uma terra com oliveiras, no Va-
te das Barrocas, limite do Pucariço.
ai pela primeira vez a praça no valôr
de duzentos « vinte escudos, =220;>00.
2.º. Uma teria com cliveiras no
Vale das Barrocas, limite do Pucariço.
Vai pela primeira vez à praça no valôr
‘de cento e dez escudos.=-11000,
3a = Uma terra de cultivo, com
oliveiras, na Ponte Salgada, limite do
Pucariço Vai pela primeira vez á praça
no valôr de trezentos escudos, 300800.
4º Uma terra de cnltivo, no sít’o
“da Ribeira da Figueira, limite do Puca
riço Vai pela primeira vez a praç: no
valôr de centoe cincoe ta «scudos.
Penhorados na execução por custas
e sêlos, em que são exequente o Minis-
tério Público e executados João 1) ôgo
Júnior e mulher P;asêres Ribeiro, pro-
– prietarios do logar do Pucariço, frégue-
sia Sobreira Formoza. =
São por este citados credores incer-
tos para assistirem a arrematação nêste
anunciada
Sertã, 12 de Julho de 1938.
Verifiquei
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Chefe da 2’º Secção,
Angelo . oares Bastos
€0900000000000090900 5008000065 099000000
Flávio sei Mora
Advogado SER TÃ
ALBANO LOURENÇO DA SILV:
ADVOGADO
SENTA O
“Depois da gimnástica sabe
bem ler o jornal e tom-r uma
– chavena de café d’A MULA-
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“Gráfica da Sertã”
António Tamagnini
RAIOS X
qolefone 30 TOMAR
ANUNCIO
Q. publicação)
Por êste se anuncia que no dia 9 do
proximo mês de Outubro, por 12 horas
á porta do Tribunal Judicial desta co-
marca, se há-de proceder à arrematação
em hasta pública dos prédios a seguir
designado e pelo maior preço que fôr
oferecido acima dos valores respectiva-
mente indicados
Prédios
1º Metade de uma terra de cultu-
ra, no Lagoeiro, limite do Eirigo, fré-
guesia de Oleiros. Vai pela segunda
vez á praça no va’or de 175300.
2º= A q arita parte de uma terra
de cultura, maio e um curral, sita a
Fonte, limite do do Eirigo Vai pela se-
gunda vez à praça no valor de cento
= setenta e cinco escudos, 175800.
3º=A quarta parte e uma calçada
com castanheiros e vide ras, sit na
Ca cada do Vale da Cost:, li ite do
mesmo logar, Vai pela segunda vez a
praça nc valôr de 35800.
4º A otava parte de uma terra de
mato, castanheiros, videiras, e ma’= ar-
vores, no Vale da Roda e Corga de E-
xames, limite dito. Vai pela segunda
vez a praça no valôr de oitenta, digo,
quarenta escudo,
Penhorados na execução por custas
e sélos, em que é exequente o Ministéro
– Público e xecutado José Antunes, ou
José do Ferreiro, solieiro, maoior, traba-
lhador, do logar do Eirigo, freguesia e
concelho de Oleiros,
São porestecitados q aisquer credo-
res para assistirem á arrmatação neste
anun iada
Sertã, 18 de Julho de 168.
Verifiquei
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Chefe da 1 “Secção.
José Nunes
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Ferreira de Zêzere 9.05 0,05 9,10jTorres Novas. . . . 1435 0,05 14,40 |Povos À. Cerdeira . . 7,10 0,05 655Aito Gavalo . . 19,00 0,05 19,05
Tomar… . +. 950 0,10 1900jTumar . . . . . 15,30 0,10 15,40 | semtá 1,30 10,80 ZiSbestiiro . 19,15 0,05 19,20
Torres Novas. 10,50 0,05 10,50 |Ferreira de Lêzere . . 16,20 0,10 16,30|Pivoa R. Gerdeira. . . 18,20 0,05 18,25 Oleiros JO 9) —
Santarôm . . . . 1215 0,20 12,35!sernachedo omjardim. . 17,10 0,10 17,20/Ramalhos . + +. 18,40 0,05 18,45 AS 2.º E SEXTAS FEIRAS
ue. bo pm cl. 17,40 — — |Peirógam Pepueno . . 19,00 — — lojeiros CS amo
É esteiro a e o 10 2 s
NÃO, SE KFECTUA AOS DOMINGO Alto falo. . . . 62 00 630
NAO SE EFECTUA AO DOMINGO ljaxal . . +. . TIO 0,05 7:
CAMIONETES ENCARNADAS—4 «Companhia Viação de Sernache, L.da Ma 0 —
a a resgunsabiliaage de ivdos Os seus serviços. | A’S TERÇAS E SABADOS
Se ge
Se ge@@@ 1 @@@
em…
“de proceder à fixação
2. Sr. Director de «A co-
marca da Sertã» — Um cas:
grave de hã muito se vem pa –
sando com algumas pessoas
da freguesia do Mosteiro.
Da idade de trinta e doi-
anos, que actualmente conio,
nunca julguei que tivesse d:
me sentar no banco dos réu:-
e até hojeisso para mim, em-
bora já fosse processado por
três vezes, julgo ter sido un
sonho; sim, porque fui defen-
dido brilhantemente por trê
ilustres advogados da Sertã
que conseguiram aclarar «
verdade, tirando-me das ga –
ras do inimigo.
Há cerca de dois anos, um
indivíduo de nome Josê Luiz,
do Mosteiro, que infelizment
é meu irmão, andandoa car-
rear madeira no Mocho, cau-
Sou grandes contusões num
bci; passados dias, êsse meu irmã:
teve umas pequenas divergê»-
cias comiso, e servindo-se
de algumas testemunhas de
profissão, participou contr-
mim, exigindo-me uma inde-
mpunização; mas como no Tri-
bunal da Sertã se tem feitio
sempre Justica, ássim tam-
bém me fo; feita em 19 de Ju-
lho de 1937. Ele, não satis-
feito com a resoiação do Tri-
bunal, logo me ameaçou, di-
zendo que eu lhas havia de
pagar em Oleiros, e que não
havia de ser mais ajudante
do Posto do Registo Civil.
Os dias foram-se passando
e êle por várias vezes embri-
agou o cadastrado Manuel
Martins Zarelho, que é ho-
mem pra tudo e no da 21
de Fevereiro êste vem-m-
furtar uma chapa de ferro
esmaltado com os dizeres do
Posto do Registo Civil da fre-
guesia, por ter sido exonera-
do das funções do cargo. Fz
a minha csarticipação no Jul-
“gado Municipal em Oleiros,
onde dei como testesmunha:
“as pessoas «que presenciaram
os facio:, e de entre elas Co:-
ceicão Patrício, que viu tudo.
e foi a Oleiros faze am jura-
* mento falto de verdade, que
até repugna a consciência de
pessoas henradas e o pobr.
João Luiz cà está com todos
“Os seus prejiizos sujetos a
ser vexado e ao Zarelho ja
lhe passaram carta branci
»» porque diz que arran-
cou a chapa e que podia ar-
rencar que tinha ordens pa-
ra isso.
De V .. ven’”, etc,
JOÃO LUIZ
CNO O
Contribuições e Impostos
A Secção de Finanças dêste
“concelho mandceu afixar edi-
tais nos lugares de costume,
prevenindo os contribuintes
industriais do grupo C de que
durante a 1.º quinzena do cor-
rente mês de Agosto deverão
ser escolhidos os representan-
tes das diversas classes de co-
mércio e indústria que hão-
dos
rendimentos tributáveis, pa-
ra a contribuição industrial
do ano de 1939.
Essa escolha szrã feita nu
ma das salas da Câmara Mu
nicipal para os contribuintes
da freguesia da séde do con-
celho, e numa das «salas das
Juntas de cada freguesia pa-
“ra os das restantes fregue-
sias, lavrando-se da resp: cti-
va es.olha a competente acta
que depois de devidamente
assinada será enviada à Sec-
“* ção de Finanças, a-fim-de aí
ficar arquivada.
– Os representantes serão
três, um para a fixação e dois
para a resolução das recla-
mações, não podendo a esço-
Ifravés dá
— COMARCA DA SERTA’
cao
(NITICIARIO DOS NOSSOS GORRESPONDENTES)
Missas Novas
PESO, 20 – Cantaram a sua primeira missa DO passa-
Jo dia 13, na igreja de S. João Baptista desta aldeia do
Peso, os Rev.” Padres Francisco José de Moura e José Cae-
tano Farinha, ambos natur is desta freguesia. Dados os
seus invulgares dotes intelectuas e morais que sempre
revelaram durante o tempo que cursaram no seminário as
suas primeir s missas revestiram, como era de esperar, uma
apoteose de que não há memória nest: terra. As cerinidaias
começaram ao meio dia, tenlo ambos como presbitero ass s-
tente o Rev.º Pãroco desta freguesia, Padre Sebastião de
Olivei a Cardoso, acolitando ao primeiro os Rev.ºS Padres
José Martins Rolo e Anacleto Pires da Silva Martins; ao
sepundo os Rev. * Padre: Anibal Martins Alves e José
Martins Rolo. Subindo ao pulpito o Rev.º Padre António
Augusto Cardoso, que com grande elogiiên ia e “rilho falou
sobre a dignidade do sacerdócio. A’s lavandas do Rey *
Padre Francisco José de Moura serviram os Rev.’* Padres
Sebastião e Oliveira Braz, Artur Mendes de Moura e os
srs. Manuel Farinha Portela, Izidro de Oliveira Braz, eM –
nuel da Silva ves; e ás do Bevº Padre José Caetano
Farinha, o Rev. Padre Sebastião d. Oliveira Braz e os srs.
dr. José de Oliveira Xavier. Izidro de Oliveira Braz,
A parte coral foi executada por um grupo de semina-
“istas de seminário dos Olivais onde os dois neo-sacerdutes
cursaram os doi últimos anos do teologia.
Após as missas seguiu-se a tocante cerimónia do beija-
mão, calc: lando-se em algumas centenas o número de pes-
soas que oscularam as mãos do nuvos pre biteros. Findas
as cerimónias religiosas, tanto no dia 13 como no dia 17 foi
servido um lauto almoço a que assistiram as pessoas de
maior relêvo n nosso meio. O: dois neo-sacerdotes desti-
nam-se as missões católicas do Ultrama: para onde parti-
rão dentre em breve,
Nascimento
PESO, 21 Teve o seu feliz êxito a Ex.22 Sr à D, Emi-
ha Moura arinha, dando á luz uma creança do sexo femi-
nino, Aos pais da recemnascida as nossas -ivas felicit ções.
Exames Primários
PESO, 27 — Os resultados obtidos no corrente ano lec-
tivo pelas creanças levadas a exame pelos professores prl-
marios desta freguesia, srs Luiz Martins Correia e D. Felicia
“Dias Alves Fernanoes foram os mais alisfatórios possiveis,
ois de entre os 35 submetidos âquela prov s, não houve
uma única reprovação, Este graude êxito alcançado deve-se
ao grande esforço e dedicação que os seus professores veem
votando à causa da instrução. :
Partidas e Chegadas |
dão
De regresso do Biz
guns dias d> permanencia, o sr. Alvaro Mendes de Oliveira
acompanhado de sua Ex M= esposa, sr? D Olivia Ascenção
de Oliv ira e seus filbinhos, Os qua s seguiram em seg ida
com destino ás Ped as Sais as
— Também o sr. Áriur
Alves de Moura, aspirante de
Finanças na capital. veio 1% alguns dias dias de jicença
em companhia de seus tios, Rev Padre Artur Mendes de
Moura e osr. Joaquim de Cliveira, da povoação d s Ses-
marias desta freguesia,
Para o Troviscal, terra da sua naturalidade, prtiu a
Ex.ma Sr,º D. Gracinda do Carmo Nunes, mui distinta profes-
sora da esccla do Vale da Urra. E
GS
SOS
Y
Estrada Povoa-Castelo
CASTELO, 24 — Se inda não tiver sido deferida a
represent cão feita -uperiormente pela Juut de freguesia,
pedindo o empedramento desta strada, mais uma vez lem-
“bramos que urge que a digna junta vá acompanhando êsse
pedido com tôda a atenção devida a um melhoramento que
tendo sido sempre um» ve ha as iração desta freguezia; re-
presenta indiscuiivelmente o mais util e importante para o
seu desenvolvimento obtido nestes últimos 50 anos.
instrução
A passar as férias com seus pais retirou para Mosca-
vide, a sr* D. Palmira Silva, distinta regente escolar de
Arra hô.
Por informações sabemos que a ilustre professora,
mercê do seu es ôrço e trabalho, obieve os m 1s lisongeiros
resultados levando a exam – de passagem grande número
dos seus alunos é um a exame de primeiro grau,
Tratando-se de crianças ainda hã pouco mais de 5
meses completamente a alfabetas, bem merecidos louvores
são devidos a quem com tanta dedicação e zêlo, brilho e
ca-inho sabe compenetrar-se e procura desempenhar-se das
suas funções de professora e educadora. .
* A’ilustro professora as nossas melhores homenagens,
Alberto Peixoto |
Acompanhado de sua esposa e interessante filha, saiu
para Lisboa êste nosso amigo, distinto funcionário adiminis-
trativo de Moçambique.
Diversos
Acompanhado de sua esposa regressou das aguas o sr.
Jorge aixão E
— Para as termas do Luso saiu o Rev. Piroco João
Ma tins ficando substituido pelo Rey. Paroco do Carvalhal,
Pe Alfred Lima,
— Na manhã do dia 14 p irou sobre esta freguesia uma
forte trovoada tendo-se ,roduzido uma desca ga em um
Carvalha, no | gar do Casal da Cruz, juato da residência e
propriedade do pai o nosso amigo Alberto Nunes, habil
ofic al de barbearia em Sernache.
Por debaixo da referida arvore havia umas 20 barricas
de re-ína, tendo-se incend.ado e ardido algumas.
— As vinhas que se apresentavam com o mais prome-
-metedor specto estão sendo muito atacadas pelo mildio e
oidio :
– A produção de trigo e centeio, que estão sendo debulha-
dos, parece ser muito regular, «sim como a da batata d-
sequeiro. ç
eso
AMIEIRA, 26 — Realizou-se aqui, no dia 24, a festa do.
Sagrado Coração de Jesus, em que comungaram perio de.
“1109 crianças, que nos dois meses procedentes frequen aram: se
Seca É = | a catequese Jjaria com bastante regularidade,
“vimos enice dos, apenas com al= |
= No mesmo dia houvena esco’a oficial desta localis .-.
de uma interesante festa de ca ácter educativo e acentua
dameute nacionalista pondo-sea ev dência a obra alta
mente uia ficadora para a Patria que o ilusire President-
do Conselho vem talhando em todos us seclores da vida pú-
blica. Da mapn’ficência dessa obra resuiton a co solidação
das finanças e consequentemente umia larga soma de ne-
lhoramenios materiais em beneficio de todo o P isa reor-
ganiz ção do exérci’o e da mar nha e, mais que tudo, a 1 –
tegração da nac on-lidade nas suas antigas tradições mo-
rais e cristãs. Tudo isto foi largamente proclamado nos
discursos proferidos, perante selecta assistência, pelo paroco
desta freguesia e pela ilustre professora ofic al sr,2 D. Ana
de Carvalho Ribeiro: tôda a gente que assistiu a esta ma
nife tação ficou agradavelmente impressionada, aplaudinde
com grande entusi smo os ora ores.
Algumas criancas recitaram lindas poesias, excedendo
tôda a expectativa a reci ada pela men-na Maria de Jesus
Martins, a una da 5.º classe. Cantaram-se mais alguns ver-
sos e o hino na.ional, terminando a simpática e encanta-
dora festa com alguns vivas ao sr, Presidente da Repubêica.
sr. dr. « liveira Salaz re sr. ministro da Educação Nucio-
nal, que lo:am entusiasticamente correspondidos,
Camionete Citroén
Com menos de um ano, de uso,
NECROLOGIA
José Maria da Silva
Pires Mendes, que foi comes-
ciante na Sertã.
Era mai do nosso amigo sr.
Joaquim Pires Mendes, sócio
da firma comercial Antunes
& Mendes
E
VENDE-SE, Documentação
-m ordem,
Trata-se com
José Antunes — Macieira —
Troviscal
VENDE-SE
BOM olival na Aveleira
(Couto da Sertã), em boas
condições. Trata: António
Barata e Silva — Serta.
Encadernações simples e de luxo
Executam-se na
Gráfica da Sertã
orrTEareprar porra
lha recan: na mesma pessoa
por mais de 3 anos sucessivos.
Os gréêmios, se os houver,
farão essa indicação também
no mês de Agosto, o mesmo
acontecendo com a escolha
dos representantes das pro»
fissões Liberais.
“Eus Lisboa, onde residia hã
muitos anos, faleceu, no pas-
ado dia 20, o nusso estimado
a-sinante sr. Jo:é Maria da
Silva, de 63 anos de idade,
natural do Outeiro da Lagoa
(Sertã), e tabelecido com uro-
gaia na iua das Amorciias,
53.
Pelas suas qualidades de
carácter e coraço, gosava da
estima geral, tendo o seu
passamento causado grande
consternação.
O funeral realizou-se, no
dias-guinte para o cemité-
rio do Alto de S. João.
A sua viúva, sr? D. Piedade
de Jesus Silva, endereçamos
o nosso cartão de sentidas
“condolências.
D. Maria Farinha Nunes
Faleceu no dia 29, nesta
vis, onde resiciu, a s:,2 D, Ma-
riu Farinha N.nes de 77 aros
vt idade, viúva do sr. A.tónio
desta praça, irmã
das sr? D. Mar,arida Fa-
rinha, da Sertã, Luiza Fa:
vinha, da Mideirã, e dos s ».
José Alves e Antônio Alves.
do Cimo da Ribeira e Joaquin:
Alves, do Val: Bon e cunha-
da das sr º* D. Luiza de Jesus
Mendes, da Sertã e D. Lidi
da Conceição Mendes, de Lis-
boa.
O seu iusera! teve logar nº
dia seguinte, e foi muito con-
corrido, nêe tomando parte
a Fila: ónica União Sertag:-
nense.
A tôia a família enlutasu
apresentamos a expres-ão mul-
to entica do nosso pesar
Francisco Mateus
Solicitador Judicial
SERTA
hos nossos presa-
dos assinantes da
Colónia de Angola
informamo-10s que à
Administração dêste.
jornal, résolveu,.
nesta data, retirar.
ao sr. Aníbal Alves
Branco, residente no
Lobito, os poderes
que lhe tinha confe-
rido para o recebi-
mento de tôdas as im-.
portancias respei-
tantes a assinaturas
de »A Comarca da Ser-
tã», pagas pelos nos-
sos assinantes da
Colônia de Angola,
poderes por mais de
uma- vez declarados
públicamente por in-
termédio do próprio
jornal, designada –
mente non.º 15, de 2L
de Outubro de 1956, e
ainda particularmen-
te a alguns assinan-
tes, perdendo tôda a
validade quaiquer
recibos passados pe- .
lo referido senhor a
partir de 25 do cor-
rente mês de Agosto:
Mais se declara que
as importancias res-
peitantes a assina-
turasS deverão passar
la ser emviadas direc-
tamente a esta Admi-
nistração. =
sertã,
de 10958.
À Administração de «À Gomarça da Sertão
6de Agosto
apnacHonacao sa LanEDaDoo aoovoDaDbsaa
e
» So
e DO)
E “ j =09-O:
a Co Su 0) Ou o
AGENDA |
E» db» dO vs ua
“Co do nu to CM
Eu
Vo
VIGUUL Ss
Ee
Esteve na Castanheira Cimei-
a, de visita a sua família, o
Tevº Padre Eduardo Antômo
Ribeiro, digno pároco em Alca-
fozes da Beira. a
um Zycontram-se: em S. Pedro
lo Estoril, com sua esposa, o sr.
João Antônio de Aguiar, distin-
to arquitecto na capital; na Vinha
Velha, o sr. dr. José da Silva,
distinto professor de ensino ses
cundário particular em Lisboa
ua Valada, com sua esposa e fi-
lhas, o sr. Joaquim Nunes, de
Lisboa; no Nesperal, a srº D.
Albertina da Silva, de Lisboa;
no Casal do Calvo, os”. João
Nunes Costa, de Lisboa; na Sertâg.
José Francisco Paulino, empre
gado do comércio, António Frans
isco Paulino e José Marques,
alunos do Colégio-Oficinas de S.
fosé, de Lisboa; e os srs. Raul,
Reinaldo e Emanoel Lima da Sile
sa;no Cabeçudo, o sr. José Al-
ves, esposa o filhos, de Lisbon,
mm Da Rolã (Palhais) retirou
sara Lisboa o sr. Mano Antoó-
no. o
mm De Monfortinho regressou
a sr. dr. Carlos Martins. E
mim Zm goso de férias parti
-am para: Castelo Branco, a sp.º
D. Maria do Rosário Carronda;
“Atalaia (Sobreira Formosa), o
ss. Mário Cardoso Sequeira e
Malpica (Castelo Branco), o sr.
Manoel Vicente Beato, respectiwa-
mente, professores em Pedrógão,
“abeçudo e Sernáche.
mun Saiu para Gouveia o sr.
Joaquim Rodrigues Manta.
uni Com sua filha regressou de
Lisboa o sr. Alfredo de Mendon-
ça David, de Alvaro. .
mm Zomos na Sertão sr. dr.
António Álves da Crus, distinto
medico-veterinário eo sr. dp.
António de Mendonça David, de
Alvaro. E
mu Das Caldas da Rainha re
sressou à Maleirão st. Atgtísio
Has Lourenço.ourenço.@@@ 1 @@@
SERT’A
ogia da Bei!
As Maranhas
ÃO vai longe o tempo
Rá em que, todos, ricos
e pobres, em Idaiha-
2-Nova, vestiam de lã e linho
e apenas as senhoras, para
actos de cerimônia, confecio-
navam vestidos de seda.
Por isso, todos, urdiam as
suas maranhas e suas teias,
comprando os- que não ti-
nham gado ou terras de se
menteira, a lã aos criadores e
o linho aos queo cultivavam.
As inaranhas, como as teias
em relação ao linho, consis-
tiam na tecelagem de certas
porções de lã com as quais
se faziam os fatos, os capu-
chos, os cobertores, etc.
A sua confecção fazia-se
como segue.
Tosquiada ou áadquírida alã,
seguia-se como primeira ope-
ração a lavagem.
Para êsse efeito transpor-
tavam a lã ao rio Ponsul e
ali, a pouco e pouco, ulaga-
vam-na num cesto que sub-
mergiam na água corrente.
Voltçada, revolteada e tor-
nada a voltear, só depois de
se ter desprendido a maior
das impurezas, a lã era leva-
da ao lavadouro de onde, ba-
tida e ensaboada, saia limpa
ara o estendedouro que se
azia sôbre mantas, no areal
ou pelas paredes dos prédios
mais próximos.
Enxuta e transportada pa-
ra casa, a lã era aberta elim-
pa de cardos, silvas e demais
aderências que adquirira na
secagem ou ainda lhe ficaram
da lavagem.
Seguia-se depois a carda ou
cardação que começava pelo
enzeitar, operação pela qual o
cardador untava alã com
azeite.
“Empilhada, para o azeite
exercer a sua acção, o carda-
dor, passados alguns dias,
cardava a lã, fazendo-a pas-
sar por entre duas cardas
manuais que êle, por larga
experiência, manobrava com
pericia e desenvoltura.
– A là, cardada, sobrepósta
em pastas c assente aos arva-
“tes, em cestos, ficava uns di-
as a assentar, passudos os
quais era fiada, em roda es-
* pecialmenie destinada a êste
8
fim, ou em rocas, estas pro-
vidas de carapuço de pap:-
lão ou de pano, do cizo, de
sola, (para segurar o fuso) e
. de fuso.
e
A lã para a confecção das
“tmeias, porque devia ser mais
fina, era sempre fiada nas
– focas, e o fuso, em vez Je gi-
rar para a direta, andava
para a esquerda,
Vinha depois a urdidura,
() que em Idinha-a-Nova
“era feita, nos ultimos tempos,
pelo velho Gonçalo (:) que
também tecia.
Para a urdidura era pre-
ciso pedir vez ao urdidor vis-
to que as encomendas eram
muitas e tôdas se acumula-
vam pela mesma época.
O urdidor, acompanhado
de uma caixa, de aproxima-
damente três metros de com-
primento, com diversos com.
partimentos, metia em cada
um dêstes uma massaroca
com seu eixo.
As vurdiduras faziam-se,
“maiores ou menores, seguin-
do a quantidade de pano a
tecer. :
Vinha aepois a tecelagem,
feita nos ultimos tempos,
como se disse, pelo Gonçalo e
também pelo Portas, seguin-
do-se lhe a iavagem e final-
mente a tinta e a prensagem,
estas últimas executadas no
Pisão, ein Castelo Novo.
As tintas empregadas eram:
a verde, a amurela e a encar-
nada. E i
Os cobertores de dados, bem
Pedido de Casamento –
Para o sr. dr, Amilcar da
Silva Tavares, natural de
Vales de Cardigos e residen-
te em. Lisboa, foi, pelo sr. dr.
Alfredo Pequito, digno reitor
do Liceu da Guarda e Gover-
nador Civil, substituto, peci-
da a mão ca sr? D. Laura
Duarte, distinta professora
oficial na freguesia de Cava-
donde, concelho da Guarda,
prendada filha do sr. dr.
Afonso Duarte, distinto mé-
dico e de sua esposa, tam-
bém residentes no concelho
va Guarda,
O noivo, que é formado em
Direito, dedica tôla a sua
actividade ao comércio de
máquinas e automóveis e é
muito justamente considera-
do pela sua extraordinária
actividade e qualidades de
carácter e coração.
8828000900 890000000009p99008 000000000
E amo da sua ferra!
Assine «A Comarca
da Sertã» e faça a in-
dicação de outros no-
vos assinantes.
conhecidos pelos pequenos
quadrados de duas cores dife-
rentes, eram urdidos em lã
branca e lã preta. Com as.
maranhes fabricavam-se cin-
co espécies de tecidos:
Baeta, de côr azul claro, te-
cido de lã branca;
Pinhão, granado escuro
(sangue de boi);
Baetão, azul ferrete (azeito-
na) igualmente de lã branca;
Saragoça, na côr natural
da lã preta; e ;
Pardilho, cardado e tecido
“e lã branca e preta, mistu-
radas. o –
A baeta e o baetão eram
aplicados na confecção de
saias, de capuchos e na de
cobertores;
O pinhão nas capinhas, e
a suragoça e o pardilio nos
capotes e fatos dos hemens.
As costas dos colet s, dês-
tes, eram feitas (e ainda ho-
je imprimem carácter ao tra-
jo de Idanha) das tiras que
cresciam dos cobertores ou
das saias.
As criadas faziam dos fe-
ções (3) ou peçoladas das mara-
nhas, qne pediam aos pa-
trões, manteos ( aiotes de bai-
xo) para trazerem na cozi-
nha.
“Havia quem urdisse os 2e-
coladas com a estopa para o
pano dos sacas da lavoura.
Os colhereiros (homens que
vendiam colheres e pimento)
procuravam muito os feçoes.
De tudo o que aqui se co –
si na já hojese fala com saii-
dade.
Os novos desconhecem q::á-
si inteiramente quanto vai
narrado, e, não obstante, há
40 anos, ha 30 anus, tudo era
usual e corrente.
Que se não reviva esta in«
teressante indústria com a
intensidade daque:es tempos
se a economia o aconselha,
lumento, mas que ela se não
perca no esquecimento!
“* Porque assim o entendo
registei as presentes notas,
capitulo int: re-sante do viver
do nosso povo que, nos pro-
dutos da fértile abençoaca
terra de Portugal, encontrcu
sempre maneira de satisfazer
as suas mais instantes neçes-
sidades. .
“JAIME LOPES DIAS.
(1) Dizem me (não pude averiguar) que
em Oledo ainda há urdidor.
i2] Tornou-se bem conhecido e foi tals
vez o ultimo, o Pedro das Maranhas.
I3] Peoçois—ultimos fios que prendiam a
maranha ao tear. Nelos se marcava o nome
ou sinal do proprietario quando a maranha
la para o pisão. :
L, D.
Coimbra de Carnaz
Uma coisa que abunda por
Coimbra são os. intelectuais de
café. vêlos ao meio dia,
à ta:de, à noite na Central, na
Brasileira, ou no Montanha em
acaloradas ciscussões, a tra-
tarem os problemus, aínia
os mais tran-cendentes, com
tôsa a proficiência e autori-
d.del O mais curioso é que
ê tes profissionais do «não
fazer nada» são os mesmos
que se mostram ineptos para
tudo!
«.. É isto acontece na cida-
de dos doutores, alcunha por:
que é conhecida Coimbra! E
bem certo o adágio que reza:
«ganha fama e deita-te a dor-
mir»… ‘
a
E *4
O semanário O fico de Ex-
tremoz publica um artigo do
chete da Secção de Intercam-
bio da Fal nge E panhola
Nacional-Sindic.lis a em que
se afirma que «as aspirações
renascentes (ia Espanha) 7a-
mais .chucurão com as aspirações
do nosso visinho (dêls) penin-
sular» Estamos plenament
de acôrdo; Franco já fez a
mesma afirmação ao jorna-
lista português dr. Rolão
Preto. Porém, é bom não es-
quecer que a Espanha, qual-
quer que seja ou tenha sido a
sua côr politica, está de pos-
se, ilegalmente, hã 137 anos
da n:ssa comarca de Oliven-
ça.
Por mais duma vez os es-
panhois se com prometeram a
eutrogar-no: aquela terra que
quere ser nossa, mantendo a
nossa lingua e o desejo de
regressar ao domi-io da nos-
sa Bandeira, sem que o te-
nham feito. «Amigos, amigos,
mas negócios à parte» — diz
com justiça o nossu povol
a
– É * *
Diz O Século de 14-1-38 em
noticia de Olhão: Em 23 de
Agóôsto do ano passado, Valeria
no Gonçalves roubou o seu fa-
trão, dr, Francisco de Seusa |
Arcanjo Jumor desta vila, a
quantia de 3.580800. Foi ugora
preso em Santo Aleixo (Porta-
legre). Enviado a juizo decla-
rou ali que, quaido roubou
aquela quantia, ainda deixou na
gaveta oito contos, que não levou
por achar demasiado.»
– Este era dos bons! Nartu-
ralmente foi por o patrão ser
arcanjo… Se tivesse rouba-
do, em vez de 3.580300, não
os oito contos, mas sim cem
ou duzentos talvez os jor-
nais jhe chamassem mais
modestamente «desvio»…
Os ladrões de hoje já assim
não são! Naturalmente tam-
bêm os patrõe: já não são ar-
canjos, serão antes satunazes..
x
+ x
O Diário de Noticias publica
o seguinte anúncio em 5-1-38;
SENHORA
Nova, instruda, precisa-se pa-
ra companhia de pessoa de posi-
ção. Bom ordenado. Curta a
B. Z. 60 Havas, Rua do Ouro,
242».
Claro que a pessoa de posi-
ção é cavalheiro… O bom
ordenado é que já rebaixa um
pouco a mercadoria As vezes
atê acontece que êstes bons
ordenados se transformam em
cargas de cavalo marinhoe…
corpo posto à venda a retalho
para regalo da pes.oa de pos-
sição que, geralmnenie, tem a
posição de nada fazer…
Quando deixarão os baluar-
tes da impena de publicar
estas sujeiras?!
A moral, o bom-senso e os
superiores interêsses da Nação
revoltam-se contra estas mi-
sérias |
x
ae x
Em Coimbra, terra de tan-
ta fama, terra da Universida-
Je e das I nd»s paisagens, sa-
crário de arte antiga e sar-
cofago de modernas aspira-
ções, experi ventc amarga-
mente a nostalgia das coisas
terrenas. Revolto-me contra
5 Fgoismo e contra a Hipo-
crisial Sinto que os peque-
nos são cada vez mais | eque-
nos; espero, todavia, que 7i/t-
mos sejam os primeiros.
L que em tempos de inquie-
tação, que são também de
ambição, os mais pequenos
são os maiores!
Coimbra, 17-6-38.
JORGE VERNEX
–
Casa das Bolas gr
|
Na linda capital da Colônia
de Moçambique está em or-.
ganização a «Casa das B iras»,
des inada a desempenh rum
importa:tissimo papel regio-
nalista entre os natura:s de
ambos os sexos dos distritos
de Castelo Branco, Aveiro
coimbra, Guarda e Vieu,
que nela se filiem, como é de
esperar. Assim no-lo comuni:
ca a Comissão O g nizadora,
E’ de crer que no seu pensa-
mento esteja delineada uma
ampla acção de assis ência
moral e material tam in-
disp-nável em terras de
Africa, àqueles a quem,
por vezes, a sorte não sor-
ri; o novo organismo po-
deráã vir exercer ainda uma
função preponderante no ca-
pitulo da instrução, tanto
mais que muitos colonos
vêem-se em embaraços para
conseguir colocações remu-
neradoras por falta de prepa-
ração iniel ctucl, ainda que
sofrível. Pode facilitar a re-
patriação dos filiados viti-.
mas do desemprego ou da
doença. O ponto é que todos
os Beirões se compenetrem;
do que pode valer um orga-
nismo desta natureza e do
e nceit: e alta influência que
êe poderá vir à ter.
áindu não-recebemos os es
DUTnÇO Marques
tatutos, já aprovados em reii-
nião de sócios; aguardâmo-los
com empenho, para depois fa-
zermos larga propaganda dos
seus objectivos fundamen-
tais,
Na circular que recebemos,
diz a Comi são Organizadora:
«Estamos certos de que V….
acolherã com simpatia a nos:
sa iniciativa, pois ficarão
assim mais apertados os elos
de solidariedade que devem
ligar todos os beirões, quer
residam na Metrópole ou no
Estranjeiro; contamos que V.
através do seu jornal, nos da-
rá o seu apoio, auxiliando-nos
também em: tudo que lhes
seja possivel para o desem-
penho do nosso interessante,
mas árduo programa.»
«A Comarca da Sertã», pu-
gnando sempre pela defesa e
prosperidade das Beiras, em
geral, e das terras da Comar-
ca, em particular, oferece à
Casa das Beiras em Louren-
go Marques o seu pequeno va-
limento, fazendo votos por
que a nova organização en-
tre, dentro em breve, em ple-
na prosperidade, pondo à pro-
va as grandes e inegiveis qua-
lidades de devoção pátria e
regionalismo e filantropia,
que são timbre dos Beirões,
q0eir
Do» nosso amigo e represen-
tante do nosso journal em Lis-
boa, sr. João Antunes Gaspar,
r-cebemo: a seguinte carta,
cuja publicação nos é solici-
tada.
Lisboa, 26 de Julho de 1938.
Meu caro Eduardo Barata.
No numero 98 da nossa «Co
marca» vem publicado um
artigo sob o titulo «Madeirã»,
no qual o seu arti.ulita faz
algumas considerações ino-
portunas e sobretudo menos
verdadeiras. Convêm acentu-
ar antes, de mais nada, que
repudio qualquer motivo que
pudesse originar uma polémica
no nosso jornal. Porém, não
só como amigo da minha ter-
ra, que muito prêso, mas
também porque tenho acom-
panhado sempre, pormenori-
sadamente, tudo que se tem
dito e feito no capitulo me-
ihoramentos, ficarei de bem
com a minha cossciência es-
clarecendo apenas uma pas-
s-gem do aludido artigo.
Repito: uma passagem, por-
que não pretenso «enfurecerp
o autor do ariigo, nem tão
pouco fazer vênias aos outros.
Tão sómentz a verdade dos
factose nada mais. Eis a pas-
sagem,
-.. Sendo uma das fregue-
sias ivportantes do concelho
de Oleiros, do qual pouco ou
nada tem beneficiado, em vir-
tude da INCURIA dos seus di-
rigentes ci
Todos os madeiranenses sa-
bem, estejam êles onde esti-
verem, que esses «dirigentes»
e não di igentes têm procu-
rado há muitos anos, obter os
melhoramentos que a sua
terra carece; mas pelo visto
só o autor do artigo tudo pa-
rece ignorar,
À verdade que é algima coia
mais se tem feito além do que
se observa no citado artigo,
e se não obtivemos ainda to-
dos os melhoramentos, isso
se deve na sua maior parte,
e principaimente, à condição
da nossa terra, cuja categoria
fignra no terceiro plano nos
mapas de subsídios do Es
tado.
Assim é que está certo, e
quanto ao mais é «malhar»
sem razão.
Incúria é coisa que “ não
tem havido, e se na ve dade
não trava hamos «denodada-
mente» temos pelo menos
feito mais nesta década de
anos; do que os nossos pre-
cedentes não fizeram em cin-
quenta anos; e a razão dé
não vermos chegada a nossa
«hora» estará em tudo menos
na nossa inaccão. Isto mesmo
me foi confirmado recente-
| mente por um funcionário que
na respectiva repartição, tem,
entre mãos o processo da es.
trada — Alto da Cava — Ma-
deira.
Um abraço do seu amigo
João Antunes Gaspar:
DDDODARREEE MERDA CESSA OVAR OA
Casamento
No mês passado realizou-
se, nesta vila, o casamento
da sr. D. Maria Antunes, de
Amioso, com o sr. Mário Pi-
res, da Foz; foram padri-
nhos, a sr? D. Albertiha-
da Silva Barata, da Ser-
tã e seu irmão o sr. José
Antunes.
Em casa dos pais da noiva
houve um almoço antes das
cerimonias nupciais e após
estas, um jantar em casa dos
pais do noivo, na Foz.
Aos nubentes desejamos.
inúmeras prosperidades,
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