O Renovador nº209 09-03-1974
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Ano V — Nº 209 — AVENÇA
SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO
9 de Março de 1974
D RERDURDOR
CONCELHOS DE: SERTÃ, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5-r/c — SERTA — Telef. 131
DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSÉ ANTUNES
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas
0S PRIVILEGIADOS
Escreve:
O discurso do Presidente do
Conselho de Ministros perante
os dirigentes da Acção Nacional
Popular foi porventura o mais
extenso que até hoje lhe ouvi-
mos. Mas independentemente
disso, foi sem sombra de dú-
vida o mais importante que até
agora proferiu. E o mais cora-
joso, também, como entendeu
dever salientar o editorialista
do «Arriba» de Madrid — «dis-
curso de uma coragem rara». E
ainda aquele em que ele pôs
mais claridade, mais luz na ex-
posição do seu pensamento.
O discurso de um político, é
óbvio. O discurso de um polí-
tico habituado a enfrentar os
problemas com aquela inabalá-
vel confiança do futuro, sem as
quais mão se é político: «en
politique — dizia Charles Maur-
ras — tout désespoier est une
bêtise». Mas, ao mesmo tempo,
o discurso de um filósofo da
História, de um pensador ina-
cessível às tentações dos mitos
efémeros, seguro das suas ver-
dades, que são as verdades que
a História ensina.
Resumir este discurso num
só comentário é impossível.
O Estado moderno, à medida
que se vai tornando cada vez
mais complexo, vai-se asseme-
nhando progressivamente ao po-
der real quando os Reis eram
Ppouco mais do que os soberanos
das cidades em que viviam, en-
tre muralhas, enquanto ao seu
redor fervilhavam as ambições
e o irrequietismo das classes
privilegiadas — a nobreza feu-
dal com os seus castelos e as
suas mesnadas, as corporações
nas ricas cidades da Flandres,
os estudantes em universidades
como a de Paris, as ordens re-
ligiosas, o Papa e os seus car-
deais. Ora, «se deixarmos con-
solidar (hoje) estas classes pri-
vilegiadas, não tenhamos dúvi-
das de que regressaremos ao
que havia de pior no regime
feudal» — salienta — Marcelo
Caetano. — «Os governos mo-
ver-se-ão impotentes —no meio
dos poderosos senhorios dos
DUTRA FARIA
partidos políticos, dos potenta-
dos financeiros, dos clãs ideoló-
Bgico-literários, das forças cleri-
cais, das organizações sindica-
listas, das cidadelas universitá-
rias…»
Sobretudo três «classes privi-
legiadas» foram expressamente
definidas pelo Chefe do Gover-
no:
— «os estudantes, que aco-
bertados na sua juventude e em
certas imunidades tradicionais
— mas hoje injustificáveis —
das escolas que frequentam en-
tendem legítimo sobrepor-se às
leis gerais da Nação». (Assim é,
mas neste aspecto, e para com-
pletarmos estas palavras, temos
que recordar aquelas outras que
ele dirigiu não há muitos dias
Continua. na 2.º página
Cobrança de
Assinaturas
Prosseguimos a cobrança
de assinaturas feita por in-
termédio dos b
Na próxima semana serão
enviados os recibos respei-
tantes a todo o concelho da
Sertã, ide Proença-a-Nova,
Amadora, Queluz, Paço de
Arcos, Almada, Abranmntes,
Setúbal, Castelo Branco e
Tomar.
Não enviaremos à cobran-
çao preçoda assinatura
para as restantes terras do
País, onde contamos um nú-
mero reduzido de leitores.
Contamos que os nossos
amigos procedam esponta-
neamente à remessa por
cheque ou vale de correio da
importância em dívida.
ÀA todos o nosso sentido
reconhecimento.
Pedrógão Pequeno
É preciso conseguir terreno apto
para a construção do movo
edifício escolar
Pela Câmara Municipal da
Sertã foi oficiado ao Presidente
da Junta de Freguesia solicitan-
do os seus bons ofícios no sen-
tido de indicar terreno que pos-
Sa vir a ser aprovado para loca-
lização do novo edifício escolar.
Esta diligência seguiu-se a
uma outra da Direcção da Zona
Centro para as Construções Es-
colares solicitando da Câmara
a indicação do terreno.
Volta-se, assim, ao ponto em
que as coisas ficaram aqui há
anos quando foi levantado o
mesmo problema perante o es-
tado de conservação em que se
achava o edifício actual.
Empbora as entidades conce-
lhias e paroquiais sintam uma
certa relutância no abandono
do velho prédio, objecto de uma
doação à Infância de um grande
benemérito, a verdade é que os
serviços do Ministério da Edu-
cação Nacional continuam a in-
O Subsecretário de Estado
da Seguranca Social
VISITOU O DISTRITO DE
CASTELO BRANCO TENDO-
-SE REUNIDO COM OS DIRI-
GENTES DOS ORGANISMOS
DE ASSISTÊNCIA OFICIAL
E PARTICULAR
Na passada segunda-feira, dia
3.do corrente o Subsecretário
da Segurança Social, Dr. Duar-
te Ivo Cruz, visitou o Distrito
de Castelo Branco onde expôs
as, novas directrizes do Gover-
no no respeitante à situação
das instituições particulares de
assistência, nomeadamente as
Misericórdias.
Após uma reunião no Gover-
no Civil com os Provedores das
Misericórdias do —Distrito, os
RENOVAÇÃO É
: 6 ÁBR, 1974
Presidentes das Câmaras Muni-
cipais e outros Directores de
organismos dependentes do Mi-
nistério das Corporações e Se-
gurança Social, visitou o Posto
Clínico da Caixa de Previdên-
cia, as instalações do L. F. A.
S., o internato feminino, de Cas-
telo Branco, e, no Fundão, vá-
rias instituições dependentes do
seu departamento.
Na Covilhã percorreu tam-
bém as instalações da Caixa de
Previdência, a sede do Instituto
Nacional do Trabalho e o Jar-
dim da Infância.
Na Câmara Municipal da Co-
vilhã teve lugar uma reunião
com a Comissão de Desenvolvi-
mento Social.
VIDA
sistir na necessidade de substi-
tuição do edifício, dadas as pre-
cárias condições do mesmo, fal-
ta de instalações para recreio,
ete.
Pedrógão continua a aguardar
a comparticipação do Estado
para a obra de distribuição
domiciliária de água e sanea-
mento doméstico
Ultimamente temos conheci-
mento de haverem sido feitas
mais algumas diligênciasno
sentido de se conseguir rapi-
damente a comparticipação do
Estado para a obra de sanea-
mento e distribuição domiciliá-
ria de águas.
Importa que se insista. Pe-
drógão não poderá andar para
a frente sem essa estrutura bá-
sica de qualquer povoação que
se preze. Custa tanto, às pes-
soas que de Lisboa ou de outras
terras vêm a Pedrógão e veri-
ficam aquela falta…
A união de todos os Pedroguen-
ses é condição de desenvolvi-
mento e progresso
Há dias em conversa amena
de café veio à baila o facto de
as pessoas mais válidas natu-
rais de Pedrógão e residentes
na Capital não conseguirem en-
tender-se sobre a orientação a
dar a sugestões e iniciativas
que por vezes aparecem, no sen-
tido do desenvolvimento da ter-
ra. São pessoas bem intencio-
nadas, amigas do torrão natal,
ansiosas por o verem progre-
dir, evoluídas. Mas, por isto ou
por aquilo, não conseguem en-
tender-se. Quando algum lança
uma ideia, logo outro aparece
outro modo. Prendem-se alguns
com pequenos problemas, quiçá
muito justos noutros contextos,
mas que, naturalmente trazem
desunião.
Porque não se discutem aber-
ta e lealmente, entre todos os
Continua na 2.º página
UNIÃO
O Desenvolvimento da nossa região
Comentários acerca
da concessão do Alvará
à Fábrica de Aglomerados
de Madeira da Sertã – MAGLOSER
Por João Lopes Ferreira
Graças a Deus e aos esforços
dos homens de boa vontade, eis
que quase ao cabo de um ano
de lutas, foi concedido em 12
de Janeiro do corrente ano, o
respectivo alvará que autoriza a
implantação —de uma fábrica
transformadora da enorme ri-
queza que é floresta, factor bá-
sico da economia da nossa re-
gião, que durante tantos anos
esteve entregue à sanha de
aventureiros de toda a ordem,
manietando os pobres proprie-
tários rurais, como muito bem
lhes apetecia, sem que as au-
toridades competentes’ tomas-
sem conhecimento, Mas eis que
desde alguns anos para cá, o
panorama vem-se modificando,
graças ao trabalho objectivo de
um grupo de homens, cujos re-
sultados estão já à vista, valo-
rizando espectacularmente toda
esta zona florestal e acordando
as autoridades para a realidade
que apresenta a nossa região
no futuro da economia do país.
Através da imprensa da re-
gião foi publicado o teor da
concessão do alvará, no entanto,
embora distante do torrão na-
tal, não podia ficar indiferente
à. análise objectiva de algumas
cláusulas do mesmo, que mais
parecem ter sido elaboradas
com a finalidade de criar difi-
culdades, (do que facilidades.
Talvez que muitos me apodarão
de ver em tudo motivos- para
criticar, mas na era em que vi-
vemos onde o diálogo é funda-
mental, não vejo porque um
cidadão há-de dizer «Amen»,
mesmo quando se trata de coi-
sas que dizem respeito ao Go-
verno da Nação, que penso não
possuir o dom da omnisciência,
estando portanto os seus actos
sujeitos a erros e à crítica. Do
mesmo modo que hoje me pro-
ponho criticar um documento
elaborado com vistas ao desen-
volvimento regional, já por di-
versas vezes tenho elogiado os
nossos governantes, e a nossa
Pátria, inclusivamente na im-
prensa brasileira, onde não ra-
ras vezes é atacada no campo
da política, e isto nunca o fiz
com o intuito de agradar a A
ou B, mas sim aos elevados de-
Continua na 3.º página
PROMOÇÃO ECONÓMICA E
SOCIAL ATRAVÉES DO TU-
RISMO
Apesar de diversas tentativas
para a introdução no concelho
de indústrias, “nomeadamente
de confecções de que se falou
ainda o ano passado e que, se-
gundo consta, se gorou inteira-
mente, não podemos facilmente
enveredar pelo processo de bai-
xar os braços, desanimar, reme-
ter-nos à triste fatalidade de
NOVOS
ASSINANTES
Entraram na família de
«O’ Renovador» mais os se-
guintes assinantes:
António — Henriques, de
Bombarral, remetido pelo
nosso amigo, de Lisboa, Jai-
me Henriques; Pádre Albino
Alves Nunes, de — Gavião;
Leonel Alves, da Sertã; Ma-
ria da Luz Rodrigues; de Vi-
la de Rei.
ÀA todos.o nosso maior re-
conhecimento.
zona sem progresso económico
e social.
A agricultura é pobre. Nem
sequer no concelho há pomares
industriais que saiam da rotina
em que tudo vive .
No entanto, uma indústria
parece ter bastantes probalida-
des de desenvolvimento: — o
turismo.
Fez-se uma promoção bas-
tante razoável das condições tu-
rísticas, belezas naturais, espe-
cialidades culinárias e outras
do nosso concelho. Lançou-se
a semente à terra que já come-
çou a produzir os seus frutos.
Mas importa ampliar a ac-
ção, desenvolver o que temos
e buscar novas fontes de atrac-
ção de turistas.
Deste último ponto de vista
sugerimos que o picoto da Mil-
riça seja de facto um local onde
se possa ir, e, mais do que isso,
onde se possa estar, admirando
as incomparáveis belezas e pa-
norama que dele se desfrutam.
Feito o competente acesso
cómodo, que hoje não existe,
impõe-se a iniciativa de alguém
que ali explore, pelo meno nos
domingos de Verão um pequeno
bar com capacidade de abaste-
Continua na 2.º página
PROGRESSO
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Página 2
O RENOVADOR
9 de Março de 1974
De semana a semana
(De 25 de Fevereiro a 3 de Março)
EM PORTUGAL
25 — Cinco portugueses, re-
sidentes na África do Sul, per-
deram a vida, em virtude do
pequeno avião, de turismo, em
que viajava da Suazilândia
para Lourenço Marques, ter caí-
do perto da capital daquele país,
por causas desconhecidas.
26 — Um atlas económico
publicado pelo Banco Mundial
revela que Portugal, incluindo
Angola e Moçambique, conse-
guiu, no período de 1965 a 19738,
um crescimento anual de cinco
por cento ou mais.
28 — O general Carlos Fon-
toura é o novo embaixador do
Brasil em Portugal.
— O jornalista finlandês Ma-
riti Valkonen, numa crónica pu-
blicada no diário Uusi Suomi, de
Helsínquias diz que o P. A. L
G. C. não libertou nem controla
uma única região.
1 — Está garantido o abas-
tecimento de gasolina aos veí-
culos utilizados por turistas e
emigrantes em férias.
2 — Um decreto-lei do Mi-
nistério das Finanças eleva de
50 para 70 mil contos o limite
de emissão de moedas de um
escudo.
NO MUNDO
25 — Em conferência de im-
prensa, no final da cimeira is-
lâmica, o presidente Sadate do
Egipto, prometeu que o embar-
go do petróleo aos Estados Uni-
dos será discutido no mês de
Março.
— O secretário de Estado
norte-americano, Kissinger, ini-
ciou uma nova e importante
viagem ao Médio Oriente.
26 — O ministro japonês do
Trabalho preveniu que o Japão
enfrenta a maior crise desde a
derrota da última guerra.
Notícias
de Vila de Rei
Continuação da 1.º página
cimento do essencial para des-
sedentar e tornar mais agradá-
vel a estadia.
Aqui fica a sugestão. Quem a
levará a cabo?
PROSSEGUEM AS PREOCU-
PAÇÕES COM O ABASTE-
CIMENTO DE AGUA ÃS PO-
VOAÇÕES DE ESTEVAIS E
FOUTO
Na reunião da Câmara Muni-
cipal celebrada em 28 de Janei-
ro tomaram-se diversas delibe-
rações relacionadas com o abas-
tecimento de água às povoações
de Estevais e Fouto. O proble-
ma é sempre o mesmo: — nem
todos estão dispostos a contri-
buir para o abastecimento pú-
blico com água nascente das
suas propriedades. A Adminis-
tração vê-se assim, obrigada a
usar os poderes que a Lei lhe
confere, para fazer face às ne-
cessidades de consumo.
NA BOAFARINHA VAI HA-
VER AGUA AO DOMICÍLIO
Segundo deliberação da Câ-
mara Municipal, a pedido de
três —proprietários daquele lu-
gar foi autorizado que os mes-
mos façam ligação para as suas
casas da água do abastecimento
público feito por – fontenários.
Naturalmente mediante o pa-
gamento da respectiva taxa.
— No Brasil, o Carnaval cau-
sou 259 mortos e quase 16 mil
feridos.
1 — Nas eleições realizadas
na Grâ-Bretanha os trabalhis-
tas obtiveram o maior número
de votos, mas não conseguiram
maioria absoluta.
— O bispo de Bilbau ficou sob
prisão domiciliária devido à di-
vulgação duma carta pastoral.
2 — As vendas americanas à
União Soviética —“suplantaram,
em 1973, as dos outros países
não comunistas.
— Julga-se que o aeronauta
americano, Thomas Gatch, se
tenha despenhado em pleno
Atlântico quando tentava atra-
vessar este oceano em balão.
Todas as operações feitas para
o encontrar foram infrutíferas.
3 — Na sua mensagem para
a Quaresma, S. S. Paulo VI
afirma que ódios e conflitos são
provocados pela injustiça dos
que recusam privar-se do supér-
fluo em favor dos que carecem
do necessário.
— Aos funcionários civis e
militares brasileiros foi conce-
dido um aumento de vinte por
cento.
— A imprensa egípcia anun-
cia que o canal de Suez reabrirá
em Outubro.
A Direcção
da Ala Regionalista
da Freguesia
do Troviscal
CUMPRIMENTA «O RENO-
VADOR»
Lásboa, 2 de Março de 1974
Ex.” Senhor
Director do jornal «O Renovador>
Rua Lopo Barriga, 5 r/c
SERTAÃ
Ex.Ӽ* Senhor Director,
A Direcção da Ala Regionalista da
Freguesia do Troviscal, tem a subi-
da honra de apresentar a V. Ex.º as
mais cordiais saudações.
Tem esta Direcção plena consciên-
cia dos benefícios trazidos às popu-
lações rurais através da Imprensa
Regional, de que V. Ex.º é legítimo
defensor. Desta forma, confiadamen-
te esperamos na valiosa colaboração
de V. Ex.º para a prossecução das
tarefas que nos propomos levar a
efeito para o engrandecimento da
nossa terra e do ideal regionalista.
Certos do vosso apoio e de quantos
nesse jornal trabalham, de que V.
Ex.º é mui diágno Director, reitera-
mos os nossos melhores cumprimen-
tos.
Aproveitamos o ensejo para reme-
ter a V. Ex.º a nova lista dos cor-
pos gerentes para o biénio de 1974/
175.
A bem do Regionalismo
Pela Direcção
O Vice-Presidente
(Alberto Farinha Rodrigues)
Profilaxia contra o Bócio
no Concelho de Oleiros
Continuação da 4 pàg.
o indispensável apoio do Minis-
tério da Saúde, para que as me-
didas adequadas entrassem em
vigor.
Tomou em seguida a palavra
o dr. Dias de Carvalho que fez
um relato circunstanciado das
condições em que efectuou o
seu trabalho, tendo fornecido
impressionantes números quan-
to à acuidade e prevalência da
endemia que atingia 50,87%
de toda a população, mas com
acentuada predominância do
sexo feminino, no qual se veri-
ficou uma incidência de 68%.
O grupo etário de maior inci-
dência no sexo feminino, é o
. compreendido entre os 31 e 40
anos, com valores de 86%, sen-
do a do sexo masculino parti-
cularmente no grupo compreen-
dido entre os 11 e 15 anos da
ordem de 49,3%.
Analisou depois com mais
pormenores a situação das
crianças na idade escolar.
A percentagem geral do bó-
cio em escolares é de 51,48%,
havendo escolas onde a percen-
tagem encontrada era de 70 e
80%.
Referiu-se ao atraso somáti-
co e mental que o bócio condi-
ciona, mostrando algumas fo-
tografias bem significativas.
Passou depois a descrever as
causas da endemia, sendo a
principal a carência generaliza-
da de iodo em todos os alimen-
tos da região, como ficou de-
monstrado no resultado das
análises efectuadas.
Apresentou * finalmente as
conclusões obtidas pela profi-
laxia com o sal iodado que há
2 anos está a ser consumido
obrigatoriamente na região.
Nesta nova prospecção tinha-
-se em conta não só saber qual
a incidência actual, para a com-
parar com a anterior mas ain-
da a observação do desenvolvi-
mento das crianças ea averi-
guação sobre se a quantidade
de iodeto de potássio adiciona-
do com o sal seria suficiente
e se havia queixas com a ad-
ministração do iodo.
A diminuição da endemia do
bócio nos escolares foi enorme,
passou de 51,48% para 20,34.
Mantém-se contudo uma per-
centagem muito grande das
crianças com desenvolvimento
somático deficiente não só de-
vido a carências de iodo a que
estas crianças estiveram subme-
tidas, mas também a carências
alimentares e educacionais.
Intervieram no debate que
se seguiu o eng. Lopes Dias, o
dr. António Salvado, o eng.
Isidro Valente, o dr. Pernes
Mota e o dr. José Pissara Lo-
pes Dias, tendo sido em segui-
da encerrada a sessão.
(De «Reconquista» )
OS PRIVILEGIADOS
Continuação da 1.º página
aos responsáveis pelo Ministé-
rio da Educação Nacional, ao
recomendar-lhes o maior cuida-
do e o máximo escrúpulo na es-
colha dos professores; com
efeito, na origem da contesta-
ção ou da rebeldia de um es-
tudante está quase sempre O
inconformismo, o azedume ou
simplesmente o «não te rales»
de um professor.
— depois, outra classe privi-
legiada — «determinados ecle-
siásticos que abusam do respei-
to votado ao lugar onde pre-
gam e ao múnus que exercem
— e que, de resto, se encarre-
gam eles próprios de dessacra-
lizar — para impunemente des-
ferirem ataques à ordem social
e às autoridades constituídas,
exercendo sobre as consciências
dos fiéis intolerável pressão,
característica das piores formas
de clericalismo». (Mas deve di-
zer-se que, apesar de tudo, o
mal, entre nós, é ainda, neste
sector, menos profundo e me-
nos inquietante do que noutros
países da Europa, como por
exemplo, a França).
— enfim, «privilegiados — se
consideram», a-par dos sindica-
tos operários politizados, «cer-
tos grandes capitalistas que
julgam poder vergar tudo à for-
ça do seu dinheiro, e ensaiam
a plutocracia, ao procurar fa-
zer frente ao poder político e às
leis do Estado, empregando as
mais variadas formas de in-
fluência, de intimidação e de
pressão».
Na verdade, os grandes capi-
tais tendem geralmente a inter-
nacionalizar-se em toda a so-
ciedade ma fase de expansão
capitalista. A internacionar-se e,
portanto, a desnacionalizar-se
— e, consequentemente, a so-
brepor ao interesse nacional os
seus próprios interesses e os do
grupo ou grupos a que estão
ligados, quando — mesmo deles
não dependem.
Se o partido político é mau,
os tais «certos capitalistas» são,
temos de confessá-lo, piores ain-
da, na medida que o partido
tem sempre um programa, ao
qual todos conhecem ou podem
conhecer, ao passo que só o plu-
tocrata ou candidato a pluto-
crata é que conhece exactamen-
te o que no seu íntimo ele quer.
O plutocrata desempenha as-
sim, na nova sociedade feudal
em que Marcelo Caetano não
quer deixar mergulhar Portu-
gal, o mesmo papel que o barão
na antiga sociedade feudal — e
a sua acção será tanto mais
forte e decisiva, quanto mais
O RENOVADOR É O SEU JORNAL
ASSINE-O
E ENVIE-NOS NOVAS ASSINATURAS
Manuel Mendes Murtinho
Júnior & lIrmão
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Fornecedores de materiais de construção e outros
Encarregam-se de todos os trabalhos de calcetamento de
granito, calcário, vidraço a branco ou incluindo qualquer dese-
nho, xisto, etc. com caixa, mão de obra e transporte.
ANSIÃO — Telefone 78
fraco for um Governo; por is-
so é que o campo de cultura
ideal para as experiências labo-
ratoriais do plutocrata é a de-
mocracia. Mas Marcelo Caetano
mostrou a largueza e a elegân-
cia do seu espírito ao citar
aquela máxima de Salazar —
«não há Estado forte onde o
Governo o não é». Efectivamen-
te, os Governos fracos levam
à dispersão da autoridade ou ao
seu desprestígio — e não há Es-
tados fortes onde a autoridade
se dispersa ou se desprestigia.
«As palavras que Marcelo Cae-
tano proferiu são dignas de
serem meditadas —por quantos
as leram ou as escutaram» —
escreveu, em Madrid, o edito-
rialista do «Arriba», Gomes Te-
lo. Devem meditá-las, em pri-
meiro lugar, os portugueses. Ou
estamos no limiar de uma nova
fase ma vida e na evolução do
regime.
(De jornal do Oeste) *
De Moçambique onde prestou
serviço militar, regressou à Ser-
tã o nosso conterrâneo José
António Fernandes da Costa,
filho de José dos Reis Teixeira
da Costa, fiscal do Desemprego,
na Sertã e de Lídia Fernandes,
já falecida. Foi galardoado com
a medalha de prata de 1.º clas-
se ,de bom comportamento, pe-
los serviços prestados.
Desejamos-l-he as maiores fe-
licidades para o prosseguimen-
to da vida na profissão que es-
colher.
Pedrógao
Pequeno
Continuação da 1.º página
problemas? E cremos que o or-
ganismo mais apetrechado para
esse efeito, será a União dos
Amigos de Pedrógão Pequeno.
Quem arranca com iniciativas
válidas e prometedoras? (E.).
Eleitos os novos Corpos Geren-
tes da União dos Amigos de
Pedrógão Pequeno
Realizou-se no passado dia 14
de Fevereiro a assembleia geral
da aprovação de contas e elei-
ções dos corpos gerentes do
grupo regionalista União dos
Amigos de Pedrógão Pequeno
que funciona na Casa da Comar-
ca da Sertã em Lisboa.
As contas foram aprovadas
por unanimidade e delas cons-
tava a importância líquida de
28 235$70 que passam à ordem
da nova gerência.
Os corpos gerentes ficaram
assim constituídos:
Assembleia Geral — Alberto
Pessoa dos Santos — Salgueiro,
Ângelo Fernandes e Norberto
Leitão.
Direcção — Presidente, Ân-
gelo Pereira; Vice-Presidente,
António Antunes Alface; Te-
soureiro, Custódio Perfeito Se-
queira Alves; Secretários, Fran-
cisco Ramos e Vítor Norberto
F. Leitão; Vogais, Joaquim Fer-
nandes, Adelino — Inácio Lopes
Leitão, José Pereira Antunes,
Adelino Barata Verdelho e An-
tónio Costa Arnauth,
Conselho Fiscal — José Ja-
cinto Afonso, Luís Martins e
João da Silva Barata.
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9 de Março de 1974
9 RENOVADOR
0 Desenvolvimento du nossa região
Continuação da 1.º página
sígnios da Pátria que é imor-
redoura,
Eis a seguir a transcrição das
cláusulas, que originaram este
pequeno reparo:
— «2º — Dispor a sociedade
que concretizar esta autoriza-
ção de um capital social não
inferior a 50000 contos, que
deverá. estar integralmente rea-
lizado antes do arranque da
Fábrica».
— «7,º — Prestar no prazo
de sessenta dias, nos termos do
artigo 10.º do Decreto-Lei n.º
46666 de 24 de Novembro de
1965 uma caução de 2500 con-
tos».
— +«9º — Executar esta au-
torização no prazo de dezoito
meses». :
— <«10,º — Envolver o não
cumprimento de qualquer das
condições deste despacho a ca-
ducidade automática desta au-
torização».
Desconheço qual seja a siste-
mática governamental com res-
peito ao tão almejado e pro-
palado DESENVOLVIMENTO
REGIONAL, o qual vem mere-
cendo a melhor atenção de S.
Excelência o Senhor Presidente
do Conselho. Várias vezes o
governo se tem pronunciado la-
mentando a falta da iniciativa
privada no que diz respeito ao
desenvolvimento do interior de
Portugal. Lamento que a nossa
região não seja conhecida de
perto pelas autoridades, pelo
menos a nível ministerial, por-
que assim poderiam melhor
observar o despovoamento das
nossas aldeias, os campos se-
mi-abandonados, famílias e mais
famílias fragmentadas, cada
qual vivendo.o seu drama, pais
que à míingua de indústrias e
melhores condições de vida ti-
veram que abandonar os seus
lares, e galgar fronteiras, en-
frentando odisseias que um dia
serão perpetuadas novamente
em prosa e verso, e tudo porque
as terras onde nasceram conti-
nuam muito esquecidas sob to-
dos os pontos de vista quer de
desenvolvimento, quer da era
em que vivemos. Do jeito que
as coisas vão o futuro sócio-
-económico das nossas aldeias
será algo catastrófico, imprevi-
sível a curto prazo, mas o es-
vaziamento já é um mau pre-
núncio.
Voltando à análise das cláu-
sulas transcritas do citado al-
vará, não será difícil compreen-
der que o que diz respeito a
facilidades e concessões foi ol-
vidado, só o não foram as exi-
gências contundentes à conere-
tização do desenvolvimento re-
gional, deixando margem para
dúvidas, e tirando o estímulo
àqueles que se propõem fazer
algo neste sentido. É como se
diz ma gíria popular, é uma
«rasteirada»… Será caso para
se perguntar, onde estão as fa-
cilidades concedidas pelo gover-
no ao desenvolvimento regio-
nal? Quais os incentivos ofere-
cidos? Porque tantos condicio-
nalismos? Onde está a objecti-
vidade do Governo? Responda
quem souber!…
Recentemente numa reunião
do Conselho de — Ministros, foi
aprovado um conjunto de im-
portantes — diplomas que, no
quadro das medidas previstas
na Lei n.º 3/70 cria o FUNDO
DE FOMENTO INDUSTRIAL,
e regula o seu funcionamento
para concessão dos benefícios e
outros estímulos, para a orien-
tação e apoio à iniciativa priva-
da no lançamento e renovação
de empreendimentos indus-
triais».
Ora levando-se em conta o
reconhecido atraso industrial
da nossa região, levando-se em
conta que a pretendida fábrica
de aglomerados de madeira, se-
rá mais uma célula de desenvol-
vimento para o país, gerando
novos empregos, e criando divi-
sas, seria de bom senso admi-
tir que o governo não fosse tão
rígido e indiferente aos nossos
problemas. de desenvolvimento
regional, mesmo levando-se em
conta que os interesses são mú-
tuos, e se a uns cabe a inicia-
tiva, a outros deverá caber o
amparo. Os pioneiros da in-
dustrialização — regional — bem
mereciam melhores —estímulos,
já que acreditamos que a MA-
GLOSER será o embrião de um
futuro complexo industrial.
Este meu pronunciamento
não é que veja impossibilidade
do cumprimento das exigências
constantes nas cláusulas do ci-
tado alvará, mas de qualquer
modo provoca sempre um pou-
co de apreensão, quanto à rea-
lização da obra no prazo conce-
dido, e à integralização do ca-
pital social não inferior a 50 000
contos antes do arranque da
fábrica, numa região reconhe-
cidamente pobre. Numa outra
cláusula o Estado exige um de-
pósito de 2500 contos, ao invés
de conceder qualquer incentivo.
Será que agora com a recente
criação do FUNDO DE FO-
MENTO INDUSTRIAL, o pano-
rama vai ser modificado? Se o
governo quer realmente promo-
ver o desenvolvimento regional,
terá que criar outra mentalida-
de, e inverter as regras do jo-
£go, porque não é a simples
concessão de um alvará (que
nem é assim tão fácil e simples
que irá acelerar o desenvolvi-
mento, mas sim a concessão de
incentivos fiscais e emprésti-
mos, desde que — as sociedades
mereçam esse apoio e ofereçam
idoneidade suficiente ao não
comprometimento da rentabili-
dade do dinheiro da Nação. Por
fim a cláusula mais chocante
do alvará concedido à Socieda-
de Industrial de Madeira Aglo-
merada, S. A. R. L., é a 10º e
última, que é tão taxativa qual
cheque-mate, não deixando mar-
gem para dúvidas, no que diz
respeito a facilidades e incenti-
vos; «Envolver o não cumpri-
mento de qualquer das condi-
ções deste despacho a caduci-
dade automática desta autoriza-
ção»!?… (sem comentários).
Para terminar, desejo para-
benizar todo o grupo de Serta-
nenses e amigos da Sertã, que
se propuseram levar a cabo es-
ta iniciativa de tão relevante
interesse social. Desejo que con-
GABINETE DE TRABALHOS TOPOGRÁFICOS E AGRIMENSURA
José Almeida Saraiva
TOPOÓGRAFO – AGRIMENSOR
Encarrega-se de delimitação de propriedades rurais — Forneci-
mento de marcos com as características legais e sua colocação.
Rua de Sertório, 1 a 3 — Telefone 188
SERTÃ
sigam transpor todas as difi-
culdades à concretização desta
obra. Sugiro ao dono do ter-
reno que for escolhido e apro-
vado para a construção da fá-
brica, que se associe e com-
preenda o significado desta
obra, recebendo. integralmente
ou parte em acções da MAGLO-
SER, contribuindo deste modo
em grande parte para a mais
rápida concretização de um ve-
lho sonho.
Recentemente também a CE-
LINDA — Sociedade de Fo-
mento e Iniciativas, S. A. R. L.,
convocou uma assembleia para
o próximo dia 16 de Março, on-
de consta na pauta o seguinte:
— «Autorizar o Conselho de
Administração a proceder à
venda dos imóveis da mesma
Sociedade ao Estado». Eis mais
uma medida acertada, uma vez
que CELINDA já cumpriu co
mo seu papel fomentador do
desenvolvimento do ensino se-
cundário na nossa terra, cujo
ónus total vai passar para a
alçada do Estado, podendo des-
te modo o dinheiro da venda
dos imóveis, ser —aplicado em
acções da MAGLOSER, ou
qualquer outro empreendimento
embrionário que se faça neces-
sário ao desenvolvimento da
nossa região tão esquecida e
injustificada,.
Aos senhores “Ministros do
Estado rogo que quando se des-
locarem à Beira Baixa, não se
esqueçam de visitar o Conce-
lho da Sertã, talvez que o ve-
lho traçado das estradas não
seja muito convidativo, mas o
conhecimento das realidades e
o contacto com o povo da nos-
sa região deverão ser-lhes bem
proveitoso, para que possam fa-
zer um outro juízo das nossas
reais necessidades, como povo
ordeiro e trabalhador. Já lá vai
o tempo em que os homens pú-
blicos viviam trancados nos
seus gabinetes de trabalho, e
era por isso que ainda hoje te-
mos projectos que dormitam há
dezenas de anos sem que te-
nham sido aprovados, estando
totalmente ultrapassados. O po-
vo do interior de Portugal fica
envergonhado ao ter notícias
dos grandes empreendimentos
que se processam no litoral e
na parte Sul do País, enquanto
eles continuam sem fábricas,
sem vias de acesso, sem ener-
gia, sem assistência à saúde,
enfim sem aquilo que é indis-
pensável à existência de qual-
quer ser humano condignamen-
te, muito embora todos estes
itens comecem actualmente a
preocupar o governo, que aos
pouquinhos «está-se inferiori-
zando.
Recife, Fevereiro – 1974,
CRSAMENTT
Na Igreja da Misericórdia da
Sertã teve lugar no passado dia
3 de Março a cerimónia de ca-
samento de Raul Américo Silva
Simões, funcionário do “Tribu-
nal da Sertã e nosso colabora-
dor, com Aida da Silva Firmino
funcionária do Centro de Saúde
da Sertã, ambos naturais desta
vila, onde residem.
Foram padrinhos por parte
da noiva a senhora D. Encar-
nação Cardoso Costa e o Dr.
Manuel Marques dos Santos, e,
por parte do noivo a senhora
D. Filomena Bragança Antunes
e seu marido, Dr. José Antunes.
Aos convidados, em número
de quase duas centenas, foi ser-
vido um abundante copo-de-
-água no edifício do quartel dos
B. V.S.
Aos noivos deseja o Director
e todos os colaboradores deste
jornal, as maiores felicidades.
h é l f
O conflito israelo-árabe ser-
viu de pretexto à União Sovié-
tica para concentrar no Médio
Oriente uma poderosíssima es-
quadra que ultrapassa a que os
Estados Unidos mantêm naque-
las paragens.
Ao mesmo tempo, o número
de navios de guerra russos au-
menta sem cessar no Báltico.
Esta estratégia levou os peri-
tos do Almirantado Britânico a
chamar a atenção da N. A. T.
O. para a impediosa tenaz com
que os moscovitas tentam es-
trangular a Europa Ocidental.
O objectivo é concludente, tão
claro que até os mais leigos de-
le logo se apercebem. Isclar o
Velho Continente de todos os
outros e causar-lhe, assim, uma
asfixia mortal. Não se cuida
apenas de o cindir dos Esta-
dos Unidos, de toda a América
e, não menos principalmente, da
África. E é aqui que reside a
verdadeira e oculta razão do
auxilio aos —“chamados «movi-
mentos de independência». Os
recursos, as riquezas do Conti-
nente negro excedem, em mui-
to, tudo o que se possa calcu-
lar.
Muito ao de leve, pois não é
possível na súmula despreten-
siosa destas —“notas, enumerar
todo o manancial africano, bas-
tará enumerar, passando por ci-
ma das conhecidas reservas de
ouro, os importantiíssimos mi-
nérios do — Catanga, nomeada-
mente os de cobre, os diamantes
da África do Sul e de Angola,
os infindáveis e ubérrimos ter-
ritórios que tudo produzem e
são ainda, não obstante o mui-
to que se tem feito, na sua maio-
ria, uma auspiciosa promessa
do que podem dar. Também é
ET 1“]”! H’
ee
por Daniel Gouveia
forçoso não olvidar a posição
chave do arquipélago de Cabo
Verde, dominando todo o Atlãn-
tico Sul.
Quem, há quase quarenta
anos, subjuga, com bota férrea,
a Estónia, a Letónia e a Lituâã-
nia, não se move —”por meros
conceitos ideológicos.
O imperialismo dos czares é o
mesmo. Apenas mudou de cor.
‘O professor de Química ame-
ricana, Floyd Wallace, fabrica
em casa gasolina pura, com al-
ta percentagem .de octanas,
obtendo 40 litros do precioso
combustível a partir de 300 qui-
los de lixo.
Este é constituído por restos
de comida, carvão, plásticos ve-
lhos, folhas secas e relva cor-
tada.
Com tal matéria prima, uti-
lizando um alambique, um depó-
sito e uma fornalha, ele faz o
mesmo em pouco tempo, se-
gundo as suas próprias declara-
cções, que a Natureza tem fei-
to durante milhões de anos.
O seu laboratório, montado
no quintal da residência, data
de 1961, bastantes anos antes
da actual crise de energia, e
fornece-lhe a gasolina de que
carece para o automóvel e para
uma motocicleta,
Inicialmente ninguém prestou
atenção a esta mini-refinaria,
mas, agora, recebe dezenas de
visitas e constantes telefone-
mas. Outros cientistas têm tra-
tado do processo caseiro já re-
ferido e o prof. David Chy-
naweth disse que há ainda ou-
tro sistema que utiliza bactérias
para transformar o lixo em pe-
tróleo.
Preços da Gasolina
nos Países Europeus
A crise do petróleo determinou o
aumento do preço da gasolina em to-
dos os países, bem como a imposi-
ção de limites de velocidade nas es-
tradas. O custo por litro em vários
países europeus passou a ser o se-
guinte:
ALEMANHA — Velocidade limita-
da: 100 Km/h nas auto-estradas, 80
Km/h nas restantes estradas; gaso-
lina super, 1 marco (9$70), normal
0,90 (8873), gasóleo 0,90 (8$73).
AUSTRIA — Velocidade limitada a
100 Km/h nas estradas e auto-estra-
das; preço dos carburantes: super,
5,60 «shilings» (7$61)., ordinária, 4,90
(6$66), gasóleo (5$98).
HOLANDA — Suprimidas recente-
mente as restrições de circulação e
distribuição de gasolina; velocidades
limitadas a 100 Km/h nas auto-estra-
das, 80 Km/h nas estradas, pieço da
gasolina super, 0,83 florins (7$71),
ordinária 0,80 (7$44).
ITÁLIA — Circulação proibida ào
domingo. Bombas de gasolina encer-
radas de sábados (às 12 horas) a se-
gunda-feira, de manhã. Velocidade 1i-
mitada de 120 Km/h nas auto-estra-
das e à 100 Km/h nas estradas. Pre-
ços do carburante ordinário, 240 |i-
ras (7$10), super, (7$71)
BÉLGICA — Velocidade limitada:
100 Km/h mnas auto-estradas, 90
Km/h nas estradas, preço do carbu-
Tante super, 135 francos (8$47).
DINAMARCA — Circulação proibi-
da ao domingo. Preço dos carburan-
tes: super, 2.05 coroas (8$61), ordi-
nário, 1,99 (8$28).
ESPANHA — Velocidada máxima
aconselhada 90 Km/h; poeço dos car-
burantes: extra, 18 pesetas (8946),
super 17 (8$28), ordinária, 13,50
(6$20), gasóleo, 7,40 (3$48).
FRANÇA — Velocidade limitada
90 Km/h nas estradas, 120 nas auto-
“estradas; preço dos carburantes: su-
per, 1,75 francos (9818), normal, 1,60
(B$50); gasóleo 1,04 (5$46).
PORTUGAL — Bombas de gasoli-
na encerradas aos sábado e domingo.
Velocidade limitada a 109 Km/h nas
auto-estradas e a 80 Km/h nas estra-
das. Preço dos carburantes: super
11$00, normal 9$50, gasóleo 3$40.
SUÉCIA — ‘Suprimidas as restri-
ções de circulação e venda de gaso-
lina no passado dia 30. Preço dos
carbuantes: super 1,53 (8$79).
SUIÇA — Velocidade limitada a
80 Km/h em toda a rede rodoviária.
Preço do carburante: super 9,85 fran-
cos (7$05), ordinário 0,81 (6$72).
José dos Suntos
Pedro
Tivemos o prazer de cumprimentar
nesta Redacção o nosso prezado ami-
go, senhor José dos Santos Pedro,
natural da Sertá e residente no Ca-
cém onde se dedica à construção
“civil.
Agradecemos a visita e desejamos-lhe muitas prosperidades.
@@@ 1 @@@
Página 4
O RENOVADUR
9 de Março de 1974
Resultados
da Profilaxia contra o Bócio
no Concelho de Oleiros
— no Rotary Club
Realizou-se no passado dia 15
mais uma sessão do Rotary Clu-
be de Castelo Branco, om a
presença de senhoras e convida-
dos, sob a presidência do dr. Al-
bano Proença.
TIniciada a sessão procedeu-se
à habitual cerimónia da sauda-
ção às bandeiras pelos compa-
nheiros dr. Dias de Carvalho e
dr. Albano Pina e pelo ex-com-
panheiro do nosso Clube, Ins-
pector Superior de Saúde, dr.
José Piçarra Lopes Dias.
Retomando a palavra, anun-
ciou o dr. Albano Proença o
tema do colóquio da noite, cons-
tituído por uma palestra efec-
tuada pelo companheiro dr.
Dias de Carvalho sobre «À ava-
liação dos resultados da profi-
laxia da endemia do bócio mo
concelho de Oleiros».
Referiu o presidente o altís-
simo interesse da iniciativa to-
mada em 1965 pelo então De-
legado de Saúde, dr. José Lopes
Dias que, consciente da gravi-
dade de um problema social que
afectava mais de 20000 pes-
soas que coabitam connosco o
Distrito de Castelo Branco, con-
seguiu alertar as autoridades
sanitárias do País, para que se
procedesse — profundamente à
sua prospecção para depois se
tomarem as medidas considera-
das indispensáveis, para o ate-
nuar ou resolver. Evidenciou
que terá sido provavelmente es-
ta, a mais importante iniciativa
efectuada em FPortugal no sec-
tor da Saúde Pública, para ter-
minar, afirmando, que é certo,
sem dúvida, o caminho da mo-
derna —medicina, preocupada
mais com a profilazxia das po-
ações do que com a cura in-
dividual do doente.
de Castelo Branco
Tomou em seguida àa pala-
vra o companheiro dr. José Lo-
pes Dias que, em vibrantes pa-
lavras e com sugestivas ima-
gens, traçou a panorâmica da
endemia que afectava mais de
20 000 pessoas nas quais se in-
cluiam vastas centenas de creti-
nos e cretinóides, de insuficien-
tes físicos e mentais, cuja. recu-
peração seria ainda possível
obter.
Tendo sido nesta fase desta-
cado para proceder à prospec-
ção do bócio, o dr. Dias de Car-
valho, chefiando uma Equipa
que em trabalho de campo, ob-
servou milhares de doentes,
procedeu a muitas centenas de
análises e permitiu a colabora-
ção de extenso relatório, apre-
ciado na Sociedade de Ciências
Médicas, se atingiu finalmente
(Continua na 2.º página)
Pomares
de Macieiras
na nossa região
A região da Sertã, embora
predominantemente . florestal,
tem também boas aptidões po-
mareiras principalmente para
as maçãs,
As freguesias de Cernache do
Bonjardim, Nesperal, Cabeçudo,
Sertã e Oleiros têm já hoje
uma Área razoável coberta de
macieiras.
Nos três concelhos de Sertã,
Oleiros e Proença-a-Nova há 43
proprietários de pomares indus-
triais com 72 hectares e 35084
árvores, assim distribuídos: Ser-
tã: — 26 784 árvores, 52,3 hec-
tares e 19 proprietários; Olei-
ros: — 7 850 árvores, 18,9 hec-
tares e 23 proprietários; Proen-
ca-a-Nova: — 450 árvores, &
hectares e 1 proprietário.
No concelho de Vila de Rei
não há pomares industriais, ofi-
cialmente registados.
As espécies cultivadas são as
seguintes :
Golden delicious — 70%;
Starking — 15%;
Reineta, Rome Beauty, Stay-
man — 15%.
A trajédia de 1915 pode voltar a dar-se
Uma ponte em Cambas
Ex.nº Sr. Director
do. Jornal «O Renovadom»
Com os meus respeitosos cumpri-
mentos, venho pedir o favor de pôr
no Seu jornal o seguínte artigo: uma
tragédia de há 59 anos neste porto
de Cambas.
Tinha eu 7 anos. Mas tenho bem
presente na minha memória o que
então aconteceu e vou relatar: Foi a
4 de Março de 1915. Era dia de Car-
naval, mais conhecido cá na Beira
pelo dia de Entrudo, dia em que esta
humilde gente procura melhorar as
Caça às raposas
na nossa região
Como nos anos anteriores
têm-se organizado nesta região
várias caçadas às raposas. E a
colheita tem sido abundante.
Temos — conhecimento das
seguintes: — no concelho da
Sertã: 3 caçadas, 18 animais
mortos; no concelho de Proen-
ca-a-Nova, freguesias de Sobrei-
ra. Formosa e Montes da Se-
nhora, duas caçadas com 8 ani-
mais mortos; em Vila de Rei,
duas caçadas com 7 animais
mortos.
Como se vê, o desporto da
caça está em plena actividade
e as pontarias afinadas.
Assim, talvez as capoeiras
descansem mais um pouco.
ESTREITO
(Oleiros)
Incêndio numa Sapataria
Verificou-se um grande in-
cêndio no passado dia 22 de Fe-
vereiro na sapataria pertencen-
te à Senhora Maria da Trinda-
de, viúva.
Os prejuízos estão avaliados
em mais de 150 contos.
A senhora Maria Trindade é
viúva desde 1968 e tem 3 fi-
lhos menores.’
Por virtude da situação em
que ficou a sinistrada desen-
volveu-se um acampanha de so-
lidariedade a seu favor. Bem o
merece. — (E.).
feições. Para. esse dia guarda os
melhores bocados da carne do por
co. Os homens que se dedicavam à
caça tinham o cuidado de caçar pa-
ra o dia de entrudo, coelhos, per-
dizes e tordos para se fazer aquele
bom e saboroso arroz dos passari-
nhos, como então diziam.
Na parte da manhã, os chefes da
casa com seus famiíiliares iam às pro-
priedades a fim de tratarem os ani-
mais. Da parte da tarde, com estô-
mago bem tratado, entregavam-se ao
folguedo.
As donas de casa, ficavam a arran-
jar os bons petiscos para, quando os
F o o E
Oferta da amabilidade de
João Joaquim Nogueira, seu di-
rector, recebemos o n.º 5 da Re-
vista UMGE, propriedade do
Rádio Clube do Uige de que é
director igualmente aquele nos-
so conterrâneo e amigo.
Depositório ilustrado e de ex-
celente apresentação da vida
do Distrito do UIGE e da sua
capital, Carmona, durante o ano
de 1973, é uma. prova do por-
tuguesismo inquebrantável e do
dinamismo entusiasta das gen-
tes do Norte de Angola.
Foi ali que homens como Fer-
reira. Lima, um dos pioneiros,
ainda na brecha e na.primeira
linha.do progresso angolano, ra-
dicaram uma das. mais. operosas
parcelas do Portugal africano,
onde os homens da Sertã. têm
mostrado o muito de que são
capazes.
‘Obrigado, João Nogueira, por
nos ter enviado uma. prova irre-
futável do portuguesismo e do
progresso tanto dos pioneiros,
como dos seus continuadores.
famíiliares voltassem, todos comerem
em paz e harmonia.
Mas tal não aconteceu, pois quan-
do a população regressava a seus la-
res, ouviram-se grandes e aflitosos
gritos! Tudo acorreu ao sítio donde
vinham. E que se viu? Um pequeno
barco que transportava 7 pessoas
voltou-se. Perderam a vida três jo-
vens, uma rapariga, Maria Deltfina Al-
ves, de 15 anos, filha de António Al-
ves e de Delfina Henriques, já fale-
cidos; e dois irmãozinhos, —António
Mendes, de 12 anos e Manuel Men-
des, de 8 anos, filhos de José Men-
des e de Maria Martinha, também já
falecidos.
A morteé destes três jovens foi cho-
rada por longos anos e hoje mesmo
essa. tremenda tragédia está bem
presente. no coração das pessoas que
ainda restam desse tempo que recor-
dam sempre com saudade.
Desde então para cá, quantas tra-
gédias semelhantes têm acontecido e
que se poderiam ter evitado se tivés-
semos a tão dessjada e necessitada
ponte que, tantas vezes se tem pedi-
do. Não perdemos a esperança de um
dia vermos realizado este nosso de-
sejo. Deus o permita.
Aqui fica mais uma vez o meu
apelo. Que ele não vá para o rol dos
especidos.
Maria. Adelaide da Graça Barata
Os jornais Distritais, Beira
Baixa e Reconquista, têm vin-
do a fazer uma campanha su-
bordinada so título GRUPO
DE TRABALHO CAMPO –
– CHARNECA na qual se pre-
coniza a criação de um Gru-
po específico para estudo dos
problemas e apresentação de
soluções para o desenvolvi-
mento económico das zonas do
Distrito de Castelo Branco
classificadas como CAMPO e
FLORESTA, de paralelo com
o que sucede já desde há anos
e com excelentes resultados,
ao GRUPO DE TRABALHO
DA COVA DA BEIRA.
Daqui damos à campanha,
o nosso apoio.
Não há dúvida que todas as
achegas que se ofereçam, da-
qui e dali para um estudo
consciencioso — dos ciclópicos
problemas que afligem esta
região interior do Distrito de
Castelo Branco, são benvin-
das. Para planear, é preciso
conhecer. E não nos parece
que os problemas desta sub-re-
gião interior hajam tido sufi-
ciente expressão no IV PLA-
NO DE FOMENTO.
Grupo de Trabalho
Campo-Floresta
Quanto à parte que nos to-
ca, desta Zona Florestal, cere-
mos não ser bastante a refe-
rência que nele se faz ao apoio
a dar pelo Estado à Coopera-
tiva Florestal dos concelhos
de Sertã, Proença-a-Nova, Vi-
la de Rei e Oleiros.
Estamos —bem crentes de
que uma zona que cobre qua-
tro concelhos aos quais se
deveriam agregar outros limi-
trofes da Bacia do Zêzere, de-
veria ter, no planeamento ge-
ral, um tratamento específi-
co, com iniciativas arrojadas
de reestruturação e reordena-
mento habitacional e agrário.
Iniciativas com carácter prio-
ritário e intuito de estancar a
hemorragia contínua do des-
povoamento e desertificação
que está a verificar-se e que
acentuam em vez de diminuir
as assimetrias regionais que,
por outro lado, o Governo de-
clara propor-se evitar.
Iremos, pois, dando, com a
nossa modéstia, mas também
com a nossa tenacidade de
beirões, o apoio e achegas que
esta campanha merece.
FALECOIMENTOS
No dia 14 de Fevereiro, fale-
ceu em Lisboa, no hospital Júlio
de Matos, o sr. Jaime Domingos
Farinha, solteiro, com cerca de
60 anos de idade. Encontrava-
-se há cerca de 20 anos inter-
nado naquele — estabelecimento
hospitalar. Tinha sido acometi-
do de doença mental com cerca
de 40 anos. Mas até àquela ida-
de era exemplar trabalhador.
Era irmão da sr.º Alzira de
Jesus, casada com o sr. José
Cristóvão, do Ribeiro.
Foi sepultado no dia imediato
no cemitério desta freguesia, a
pedido de sua irmã.
— Também na sua residência
no dia 17, faleceu com 89 anos
de idade a sr.* Maria de Jesus,
À atenção dos €. T. T.
À Freguesia do Marmeleiro. continua
em grande parte sem distribuição
[I » .I. 4 . d
Já – no ano transacto aqui fi-
zemos referência ao facto de
algumas povoações da freguesia
do Marmeleiro do concelho da
Sertã não possuirem distribui-
ção domiciliária de correspon-
dência.
São elas: — Pisões, Vales da
Longra, Cachorreira, Naves,
Lameira de Ordem e Marme-
leiro.
Tsto significa que, na prática
dois terços da freguesia. conti-
nua, como há cem anos, quanto
à. possibilidade de receber dia-
Tiamente as cartas que lhe vêm
dos seus. Ou então têm de man-
dar à povoação de Roque, uma
pessoa. a. averiguar se veio ou
correspondência
não alguma carta para aquelas
povoações.
E são mais de cem famílias,
muitas com filhos no Ultramar,
com pessoas na França ema
Alemanha emigrados que, natu-
ralmente se correspondem fre-
quentemente com os seus fami-
liares.
De facto, não nos parece so-
frível que as coisas continuem
deste modo em pleno Século XX,
quando os homens vão à Lua
e quando as comunicações rá-
dio e por telex estão tão faci-
litadas.
Ou não será ali também Por-
tugal?…
viúva de David Gonçalves, de
Vale Grande — Figueiredo. À
sr.º Maria de Jesus estava fi-
sicamente cega há mais de 20
anos, mas sofria a doença com
a maior res’gnação. Até que
pôde, ainda fazia parte da vi-
da doméstica. A sua morte, se-
gundo nos foi informado, foi
um exemplo de resignação.
No dia antes de falecer, le-
vou-o cantando versos e rezan-
do nos intervalos, sempre com
grande lucidez espontânea nas
suas conversas. Era mãe da sr.º
Maria da Luz Rodrigues, viúva
de Aníbal Rodrigues, de Vale
Grande,
ÀAs nossas. condolências às fa-
mílias enlutadas. — (C.).
TiA baaed tt
alam os Corvos
de Gambas (eiaos)
Queixam-se de que não têm
luz nas suas tocas.
Comem há já vários dias à
luz do petróleo, agora —muito
caro. E é quando o apanham,
pois até essse às vezes falta.
QOutras vezes, vão ter com as
vizinhas, como naquele jogo in-
fantil: «Vizinha, dá-me do seu
lume?» Esta, se está de bom
humor, responde: — «Suba, vi-
zinha e venha buscar».
Isto não está certo. Têm as
despesas. Pagam no fim do mês,
E têm as casas às escuras, ou
são obrigados a pedir luz aos vi-
zinhos.
Quando se reclama para que
a Câmara tome providências,
ainda respondem, com mau hu-
mor: — «Era o que faltava.
Eu ter de fazer chamadas para
Oleiros, à minha custa…»
Então não haverá quem or-
ganize as coisas de modo que
se possam fazer chamadas te-
lefónicas para que venham ar-
ranjar o que se estragou?
Alguns corvos, mais acirra-
dos, chegam a proclamar: «Va-
mos partir estas lâmpadas, pois
às escuras fazemos melhor vi-
da. Poderemos praticar todas
as patifarias, entrarmos nos ga-
linheiros sem sermos vistos,
ete.»
E há inda uns terceiros cor-
vos que dizem: — «Pois eu cá
tanto me arranjo com luz como
sem ela. Basta-me espreitar a
saída da coruja da sua toca
para eu lá poder entrar e tra-
zer cá para fora umas mnotas
de banco, e também alguns co-
brezinhos: Tudo faz jeito»…