O Renovador nº208 02-03-1974

@@@ 1 @@@

 

Ano V — N. 208 — AVENÇA

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE:

2 de Março de 1974

SERTA, OLEIROS, PROENÇA-ANOVA E VILA DE RE

Rua Lopo Barriga, 5-

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
r/c — SERTA — Telef. 131

DIRECTOR E PROPRIETÁRIO;
JOSE ANTUNES

COMPOSIÇÃO E
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

IMPRESSÃO: l

AÀ Florestução em Portugal o

no til e no [V Plano de Fomento –

Entre os assuntos versados
na passada semana pelo repre-
sentante do Ministério da Eco-
noOMia, nAS SUAS Teuniões perió-
dicas com a Imprensa, figura o
atrazo na florestação progra-
mada para o IIl Plano de Fo-
mento e o ritmo a que se espe-
TA que a mesma se processe a
partir deste ano, dentro do pro-
grama estabelecido para o IV
Plano de Fomento.

Disse o representante do Mi-

«O Governo determinou, no
último ano, uma reestruturação
e reorientação do Fundo de
Fomento Florestal, com base no
Decreto-Lei n.º 367-73, de 20 de
Ju]hº, de molde a dotar este or-
ganismo com os meios legzsla-
tivos e operaclonals necessários
a uma actuação no âmbito da
propriedade privada. Na se-
quência desta orientação, foram
considerados e estão aprovados

programas que visam alcançar-
-se, na vigência do IV Plano de
Fomento, a taxa média de área
arborizada de 40-50 000 hecta-
res anuais,

«Tais programas prevêêm a
instalação de povoamentos flo-

restais em grandes áreas con-
centradas — nomeadamente
nas regiões do Alto Cávado,
serra de Bornes, serra de Mon-
temuro, Alto Coa, serra de Por-
talegre Sudoeste Alentejano

(Continua na 2.º página)

HOMENAGEM
à Memória do Comendador
Libânio Vaz Serra

No passado dia 16 de Feve-
reiro, aniversário do nascimento
do grande industrial e beneméri-
to Comendador Libânio Vaz Ser-
ra, na romagem que se realizou

Antecedentes históricos
da Zona Centro

de Portugal

Conferência proferida em 9/2/74
n Coso do Comarco do Sertá,

em Lisboa

Com o fim de se enquadrar
na política cultural definida no
regulamento por que se rege a
Casa da Comarca da Sertã, em
Lisboa, vem a actual direcção,

LAl o

COBRANÇA DE
ASSINATURAS

Na próxima semana
enviaremos à cobrança
o recibo da assinatura
de «O Renovador», pa-
ra os arredores de Lis-
boa, Sertã, Oleiros e Vi-
la de Rei.

Mais uma vez agra-
decemos aos nossos es-
timados assinantes, o
obséquio de não devol-
verem o recibo, pois tal
facto acarreta-nos des-
pesas inúteis e difíceis
de suportar.

Bem hajam.

RENOVAÇÃO É

com uma regularidade jamais
igualada, no campo desta acti-
vidade, promovendo, na sua se-
de, conferências que, tanto pe-
la actualização dos temas apre-
sentados como pela craveira in-
telectual dos seus arguentes, se
podem classificar, sem modés-
tia, de nível fora do comum.

À úÚltima, ali realizada, teve
como orador o distinto paleó-
grafo, Reverendo Padre Henri-
que da Silva Louro, natural de
Cardigos, que subordinou o seu
trabalho ao tema:

«Antecedentes históricos da Zo-
na do Centro de Portugal»

Fez a apresentação do ora-
dor à numerosa assistência, em
que predominava a gente jovem
— o que é grato registar, —
o Dr. Manuel Faárinha da Silva,
actual presidente da direcção
que, em apontamento, muito
sucinto, traçou o perfil do ora-
dor, como pedagogo, historia-
dor e paleograío de assinalada
projecção nacional, havendo a
destacar, entre as muitas obras
de que é autor, pelo interesse
que mereceu aos povos que ha-
bitam a zona do centro de Por-

Continua na 2.º página

VIDA

ao seu túmulo no cemitério de
Cernache do Bonjardim, o Sr.
António de Olwveira Guerra pro-
nunciou as seguintes palavras:

Bem merece da sociedade todo
aquele que, arriscando o seu capiítal,

produto de um labor árduo e hones-
to, numa empresa consegue do seu
arrojo, da sua iniciativa, a todos os
títulos de elevado valor e sabor bair-
rista, o resultado prático mais com-
pleto. Foi este o caso do saudoso
Comendador Libânio Vaz Serra. Ini-

Continua na 2.º págins

Casa da
Comarca
da Sertãê

ASSEMBLEIA GERAL

A Assembleia Geral da Casa
da Comarca da Sertá tem uma
reunião ordinária no dia 6 de
Março : corrente, pelas 21 horas,
com a seguinte ordem de tra-
balhos:

1.º — Eeleição dos novos Cor-

pos Gerentes para o biénio
1974-75.
2,.º — Sancionar o aumento

das. quotas proposto pela Di-
recção.

Não havendo número suficien-
te de sócios, a Assembleia reu-
nirá uma hora depois, com qual-
quer número.

UNIÃO E

9uar.o]o

ss to

Na Assembleia Geral da Ala
Regionalista da Freguesia do
Troviscal foi exposto e apro-
vado o Relatório a Contas da
Direcção e eleitos os novos
corpos gerentes

Realizou-se, como fora anunciado,
a Assembleia Geral da Ala Regiona-
lista. Por ser a primeira e não só,
animou-a desde o início um grande
entusiasmo e calor. Era manifesto o
interesse- que todos tomavam no que
se expunha e com as suas interven-
ções demonstraram que não estavam
ali simplesmente presentes de corpo.
Vivem — efectivamente os problemas
da sua freguesia, da sua terra natal.

Todos os assuntos insertos na or-
dem do dia foram aprovados por
unanimidade.

Damos a seguir alguns excertos do
Relatório da Direcção:

Actividades Sociais e Culturais

Neste campo procurou a Direcção
realizar diversas actividades tenden-
tes a proporcionar a maior solidarie-
dade entre todos os Troviscalenses.
O que se realizou não traduz o es-
forço dispendido para a sua concre-
tização. Desde a prospecção de lo-
cais convenientes até à sua efectiva-
ção levaram muito tempo por não
dispormos de espaços livres previa-
mente determinados e por termos pro-
curado que os encontros se realizas-
sem sobretudo ao ar livre. Por isso,

E aaiaiEa um

não conseguimos concretizar tudo &
que idealizámos. Algo se fez.

Em 1972 levou-se a efeito um
magusto no Cacém. Foi do conheci-

Continue na 3.º página

0S PREÇOS
DAS MADEIRAS

Em Novembro escrevemos
neste periódico que os preços
das madeiras, quer de faxina
para celulose, quer de madeira
de serração, havia subido cerca
de 50% em relação a igual pe-
riodo do ano transacto.

Hoje devemos acrescentar que
os mesmos preços continuam a
subir e que se encontram já cer-
ca de 80% mais altos que os
de igual períado do ano tran-
sacto.

E, embora se possá admitir a
hipótese de virem a baixar, já
que as cotações internacionais
estão bastante inseguras, parece
que a tendência altista continua-
rá ainda por algum tempo, já que
tem saído para Espanha muita
madeira a preços mais elevados
do que os acima referidos.

Começa a sentir-se mais união
e progresso
entre os Vila-regenses

Não é segredo para ninguém
que, por isto e por aquilo, se
sentiu durante alguns anos no
nosso concelho uma certa de-
sunião entre pessoas de pensar
e de agir. Fazia-se um melhora-
mento, e logo a crítica vinha
apontar defeitos, ora de concep-
ção, ora de execução. Essas
críticas feitas com acrimónia,
por vezes até agrestes, trouxe-
ram uma certa desunião e al-
gum desânimo a alguns que pre-
tendiam trabalhar pelo Bem
Comum.

Não pomos em dúvida a boa
intenção de alguns dos reparos.
Por outro lado, é possivel que
por escassez de informação não
fossem inteiramente fundamen-
tados.

Deste modo, porém, Vila de
Rei perdeu bom ambiente.

Hoje: começa, felizmente, a
notar-se modificação. Os melho-

ramentos públicos fazem-se sen-
tir com certa animação e o es-
pírito de suspeita e desunião
está a desaparecer.

Críticas construtivas, suges-

Continua na 2.º página

Abriu na Sertã
mais um

Cufé-Snuck Bar

Conforme prevíamos no nosso
número 205, abriu no passado
sábado ao público o ZINGA-
“SNACK-BAR, sito na Rua de
Proença-a-Nova, na Recta. do Pi-
nhal na vila da Sertã.

Pudemos verificar que as ins-
talações são muito boas e que
o serviço promete ser eficiente:

Que progrida, são os nossos
votos.

PROGRESSO

 

@@@ 1 @@@

 

Página 2

O RENOVADOR

2 de Março de 1974

Intecedentes históricos

Continuação da 1.º página

tugal, a monografia de Cardi-
gos, donde constam, além de
valiosos elementos — informati-
vos, a linhagem das famílias
ali existentes com raízes nos
primórdios do século XVII.

Dada a palavra ao convidado
de honra da noite, de 9 de Fe-
vereiro de 1974, que, como tan-
tas outras, ficará registada no
historial da vida cultural da
Casa da Comarca da Sertã, o
Reverendo —Padre Silva Lou-
ro começou por atacar de for-
ma superior e bem documenta-
da o tema que se propôs de-
senvolver.

Principiou Sua Reverência
por apresentar uma panorâmica
da zona do Centro de Portugal,
— enquadrada entre os rios:
Ocreza, Zêzere e Tejo, — nos
temos recuados do Neolítico,
em que, na ausência da escrita,
tal como sucedia no resto do
mundo, falavam os monumen-
tos deixados aos investigadores
do nosso século, isto é, os dól-
mens ou antas, túmulos levan-
tados para perpetuar os mor-
tos, — testemunho seguro de
que já, nesses temos recuados,
havia crença de que a morte
não era o fim mas uma passa-
gem: Havia o culto dos mortos.

Mais afirmou, como paleó-
grafo, ter sido, nas proximida-
des de Cardigos, que encontrou
esses dolmens ou antas, visto

A Florestação

em Portugal

nolIlll e no IV
Plano
de Fomento

Continuação da 1.º página

e .Barlavento Algarvio —
num total, já para o ano de
1974, de 24 000 hectares e em
áreas dispersas por todas as
regiões-planos do País num
montante de 15000 hectares.
Estas acções concretizar-se-ão
através do apoio técnico e do
apoio financeiro — concessão
de subsídios e empréstimos —
do Fundo de Fomento Florestal,
para o que se prevê um inves-
timento global que ultrapassa
os 15 000 contos, em 1974>,

Na : ência do desenvolvi-
mento deste tema, foi reveiado
que «no intuito de reforçar as
acções do Fundo de Fomento
Florestal, está em estudo a re-
visão dos esquemas dos em-
préstimos sem juro».

Foram, depois, citados os di-
versos problemas surgidos du-
Tante a vigência do III Plano
de Fomento, e que impediram
a realização integral do progra-
ma de florestação previsto, em
relação aos terrenos baldios sob
a administração dos Serviços
Florestais. Para ilustrar a si
tuação foi referido que, «em
1968, foram arborizados cerca
de 10 000 hectares, área que foi
progressivamente — diminuindo
atê se situar, no último ano do
HI Plano de Fomento, em apro-
ximadamente 5000 hectares».

Para o IV Plano de Fomento
“foi programada a arborização
de 60 000 hectares de terrenos
baldios submetidos a regime
Fflorestal. Por outro lado, no
sentido de proteger o arvoredo
existente, encontra-se em exe-
cução um programa de combate
a incêndios, estando a cons-
truir-se uma pista, para a detec-
ção, prevenção e combate aéreo
aos fogos.

ali predominar o granito de di-
fícil corrosão, Outro tanto não
acontece com o xisto, razão de,
nas zonas a norte e poente da-
quela freguesia, já se não en-
contrarem vestígios daqueles
monumentos.

No entanto, declarou poder-
-se afirmar que, três mil anos
antes de Cristo, já a zona com-
preendida entre os rios: Ocre-
za, Zêzere e Tejo, era habitada
por povos que ali nasceram, ali
sofreram- e ali morreram.

Possivelmente — os Iberos e
Celtas que, mais tarde, se fun-
diram num só povo: os celtibe-
ros. Viviam numa economia fe-
chada, sem contacto algum com
os povos estranhos, até ao apa-
recimento dos Fenícios e, ipos-
sivelmente, os Cretenses. Estes,
chegando por mar e, embora,
dados à pirataria, tiveram os
primeiros contactos com os in-
dígenas da zona costeira mais

“ ocidental da península, aos
quais, por certo, não deixaram
de transmitir os seus rudimen-
tares conhecimentos de escrita.
Mais tarde seriam os mesmos
ampliados com a chegada dos
Gregos e Cartagineses que, se-
guindo a rota dos primeiros,
igualmente, aportaram à penín-
sula, tendo os últimos feito a
sua ocupação.

Dado a ausência de estradas,
os contactos com aquelêes pri-
meiros povos que nos visitaram
deveriam ter sido bem restrl
tos. Assim, até ao aparecimen-
to e ocupação da península pe-
los Romanos, os povos que ha-
bitaram a zona em causa con-
tinuaram arrastando uma vida
cheia de privações e misérias
já que os instrumentos de que
se serviam para obter os ali-
mentos eram ainda os da era
da pedra polida, embora a exis-
tência do estanho, cobre e bron-
ze fosse já do conhecimento dos
primeiros povos que aportaram
às costas da Lusitânia.

Deu relevo especial à Roma-
nização da península e os seus
reflexos na zona do centro —
havendo a destaéar uma foto-
cópia do mais antigo escrito em
latim esculpido numa pedra en-
contrada na freguesia de Mos-
teiro de Oleiros. L

Referiu-se, em seguida, à in-
vasão da península pelos bár-
baros e a sua. conversão ao cris-
tianismo para, de seguida, abor-
dar, mais desenvolvidamente, a
conquista e ocupação da penín-
sula feita pelos Arabes, porta-
dores duma cultura superior à
gótica e mais tolerante, sob o
ponto de vista religioso, que os
cristãos, a quem os vencedores
permitiram seguir a fé que pro-
fessavam:

Diz-nos, a seguir, como se
processou .a reconquista aos
Mouros pelos Visigodos que se
haviam refugiado nas Astúrias,
após a batalha de Poítiers, pon-
do em relevo a acção preponde-
rante que tiveram, nesse em-
preendimento, as ordens religio-
sas militares: Malta, Ávis, Tem-
plários e Ordem de Cristo, bem
como no que concerne à coloni-
zação e repovoamento do rei-
no. Referiu-se à maneira como
a mesma se foi processando,
tendo, neste particular, acen-
tuado o contributo que à refe-
rida reconquista emprestaram
os castros ou castelos que fo-
ram erigidos em quase todos os
aglomerados populacionais mais
numerosos e dentre os quais
mencionou: os de Evendos,
Zimbreira, Peral, Alvaro, Amên-
doa, Cardigos, Vila de Rei, Ser-
tã, Oleiros, Pedrógão, etce. fa-
zendo uma especial referência
ao de Belver.

Como remate da sua valiosa
e interessante exposição pôs em
foco a plêiade de homens ilus-
tres que tiveram por berço a
região que serviu de tema ao
seu trabalho e que nas letras,
artes, ciência e pelo denodo com
que souberam defender a pá-
tria, se tornaram célebres.

Notícias de

Continuação da 1.º página

tões de que se faça este e aque-
le melhoramento são sempre
aceitáveis. Mas malsinação de
intenções sem fundamento, fal-
ta de respeito pela opinião’ ou
critério alheio, só causam de-
sunião e descontentamento, afi-
nal de contas, sempre em detri-
mento da terra.

E, quando há recta intenção,
todos queremos o bem da ter-
ra, acima dos interesses indivi-
duais.

Abastecimento de água
a Estevais

A Câmara Municipal de Vila
de Rei deliberou recentemente
proceder ao estudo do aumento
do caudal abastecedor da povoa-
ção ce Estevais. Embora esteja-
mos no Inverno, é na paz que
se prepára a guerra…

Abastec’imento de água
à povoação de Macieira

Entendem os moradores des-
ta povoação que a melhor so-
lução para o abastecimento de
água a Macieira seria a cons-
trução de um depósito com àa
capacidade de cerca de 30 000
litros. Assim o requereram à
Câmara Municipal. Infelizmente
porém, em 14 de Janeiro últ
mo a entidade Municipal lamen-
tou não ter verba para o efe’to,
de modo que o melhoramento
terá de aguardar melhor opor-
tunidade.

Aveleira pretende
a sua electrificação

Aveleira é uma das povoa-
ções mais populosas da fregue-
sia de Vila de Rei. Dista da sede
de freguesia cerca de 4 quiló-
metros.

Nesta hora em que todos pen-
sam na electrificação, Aveleira
não quer ficar para trás e pede
para que a electrifiquem tam-
bém. Nesse intuito se deslocou
uma representação à sede do
concelho a fim de ser ouvida
pelo Presidente da Câmara, se-
nhor Manuel Laranjeira.

Esperamos que a pretensão,
por demais justa, seja atendida
e satisfeita. — (E.)

O Grupo
dos Amigos
do Concelho
de Oleiros

Continuação ds 4º’ pág.

ção: além de uma bem escolhi-
da ementa, proporcionará aos
presentes uma sessão de fados
e guitarradas e muitos outros
motivos de interesse. Os preços
são os seguintes: sócios, esc.
100$00 por pessoa; familiares e
outros, esc. 130$00. Para quem
o desejar, haverá lugar num
autocarro especialmente freta-
do, ao preço de esc. 20$800 por
pessoa, ida e volta. Às inscri-
ções ou quaisquer pedidos de
informações, poderão —obter-se
através do telefone nº 847448.

O G. A. C. O. vai entrar em
contacto com 05 seus sócios,
para lhes dar conhecimento di-
recto deste encontro e vai tam-
bém dirigir convites especiais a
entidades de Oleiros e de Lis-
boa, a outros Grupos regionalis-
tas e à imprensa da Sertã e de
Lisboa.

Espera poder anunciar nessa
ocasião o seu plano de acção
futura, cobrindo vários secto-
res, e lancar as bases de um
regionalismo novo.

22-2-74,

Homenagem
Vila de Reji à Memória do Comendador

Libânio Vaz Serra

Continuação da 1.º página
ciou e desenvolveu uma obra que
honra uma região, o nosso concelho
e esta laboriosa e pacata vila de
Cernache do Bonjardim, à qual tão
acendrado amor dedicou. Trouxe o
emprego nas actividades industriais
de instrução de muitos braços, o que
constitui sempre um benefício para
a sociedade, e revela um sentimen-
talimo humana digno do maior
apreço e admiração.

Fundou uma aobra, trabalhou para
ela e por ela, engrandecendo-a e
transmitindo-a não só aos seus fami-
liares, mas também a todos quantos
nela trabalharam e actualmente ope-
ram, dado que a todos lhes garantiu
o pão de cada dia e o seu bem-es-
tar, beneficiando deste modo os res-
pectivos agregados familiares.

Benemérito — o Ex”º Sr. Comen-
dador Vaz Serra — foi, como todos
os beneméritos, o protótipo daqueles
que na vida se dedicam ao trabalho,
fonte de todas as prosperidades e de
todas as vírtudes.

É bem oportuna, portanto, esta ro-
magem ao cemitério local com o fim
de prestar homenagem ao Homem que
foi um industrial honesto, activo, ar-
rojadissimo nas suas iniciativas e nos
seus empreendimentos.

Como fundador da sua obra que,
presentemente, — .e para honra do
nosso concelho — constitui um va-
lor válito e de enorme dimensão,
continuada e impulsionada pelos seus
Ex.me Filhos, o Sr. Comendador Vaz
Serra afirmou as suas poderosas fa-
culdades de trabalho, elevadas qua-
lidades de carácter e coração, exem-
plo vivo e perdurável de tudo quan-
to representa a sua alma, alma de
verdadeiro amigo — e repito — à
garantir uma distribuição dos seus
meios de fortuna por aqueles que
trabalharam a seu lado.

Não os esqueceu e contribuiu, con-
sequentemente, para o progresso de
Cernache do Bonjardim, o que nun-
ca é de mais afirmá-lo.

Um homem como o Ex.mº Sr. Co-
mendador Vaz Serra, homem de ver-
dadeiro coração, lega uma obra gran-
diosa, devido à sua força de vonta-
de, aliada à sua competência e inte-
ligência.

Na prosperidade e na dimensão
que hoje atinge aquela, e no bom
nome que ela tem no nosso país,
está o testemunho mais evidente,
mais palpável e indiscutível da sua
inteireza e nobreza de alma.

Consagrando, hoje, portanto, no
Dia da Empresa — Viação de Cerna-
che e suas associadas — mnesta sin-
gela cerimónia, mas grande, viva e
expressiva de saudade, o seu nome
e a sua memória é um dever que
todos nós cumprimos, em especial
os seus amigos, os seus admiradores
e os seus mais íntimos colaboradores
— e posso mesmo dizer — é uma
obrigação a que não podiamos faltar,
fazendo-lhe toda a justiça.

Bendita, pois, a sua memória, e ao
recordá-la, tenhamos sempre presen-
tes os seus conselhos, as suas pala-
vras amigas, os seus exemplos de
sublime fraternidade, e as suas be-
nemerências da mais excelsa filan-
tropia.

A sua vida exemplaríissima de aus-
teridade, o seu carácter primoroso de
honradez granjearam-lhe a aura de
prestigio, amor e veneração que todo
o povo de Cernache e de outras par-
tes lhe consagra.

Profundamente dedicado à piedade,
à compaixão, ao amparo dos que
sofriam, dos que a desgraça empol-
gava com rudeza, à sua missão, à&
sua obra de benfeitor
sempre pela prática de inúmeros be-
nefícios. Distinguiu-se por atitudes e
feitos da mais pura caridade.

Bem hajam os que assim se apar-
tam deste mundo, deixando de si a
lembrança perpétua das mais brilhan-
tes virtudes, dos mais notórios come-
timentos.

A sua morte foi a perda de um
cidadão bom e inesquecível, orgulho
desta terra. Que descanse, pois, em
paz a figura .incon undivel do Sr. Co-
mendador Vaz Serra, tfígura plena de
riquezas — espirituais e personalidade
forte e generosa. Glória a quem aàas-
sim procedeu e honra a quem lhe
souber seguir o exemplo.

Madeirã!
presénte .

Continuação da 4.º pãg.

assinalou-se

Capela fazer um século, motivo
este que já seriaá o suficiente
para a sua realização como até
que ela este ano fosse a maior
de senpre.

Tados deveriamos fazer um
exame de consciência e acabar-
-se de vez com as discórdias
existentes, porque repare-se que
as festas ficem e os homens
vão-se,

Não obstante se ter já perdi-
do algum temmpo, talvez ainda o
puu!êssz;;rrm recuperar se todos
nos unissemos com uma única
finalidade: o acelerar mpelas
suas necessidades, pois que elas
são as necessidades de todos.

Nesta terra hospitaleira, em-
briaga-me a sua vida, calma €
linda, mas entristece-me a sua
moleza é a falta de interesse
que lhe é dedicáklo. Como já te-
mos dito algumas vezes e fazê-
mo-lo sem prejuízo de conser-
vação, seria necessário ver o
seu mundo com uma perspecti-
va sobre as suas concepções
materialistas na sociedade hu-
mMana,

Mas, para tal, muito lhe fal-
ta e nada se lhe tem feito. Ago-
ra, até a festa do Senhor do
Vale Terreiro…

António de Matos
(Alverca)

» AA EA EE d ll

MANUEL MENDES
MOUTINHO JUNIOR
& IBMÃO

ANSIAÃAO

Extracção de

Britas de Calcário

Pedreiras no Alto da Serra a 2 quilóm. de Pontão — à

beira da E. N. 237.
Preços de concorrência.

Escritório-Sede — Ansião — Telefone 78

 

@@@ 1 @@@

 

2 de Março de 1974

9 EENOVADOR

Página 3

O Troviscal de quando em vez…

Continuação da 1.º página

mento de todos o interesse desper-
tado. Em 1973 proporcionámos novo
magusto na quinta dos Salesianos no
Estoril, dando continuidade à inicia-
tiva em tão boa hora encetada. Dei-
xámos as coisas facilitadas para no
futuro nos podermos ali reunir, não
só para novo magusto, mas para ou-
tras iniciativas.

Entraves legais, porquanto a data
que tíinhamos previsto era já no de-
feso, impediram-nos de levar uma
tarde de convívio no Porto do Tro-
viscal em que seriam apreciados os
peixes da região. Contudo, a ideia
fica. Oxalá possa a nova Direcção
factuar oportunamente esta iniciativa.

Organizou-se a excursão ao Trovis-
val aquando da visita do Sr. Governa-
dor Civil. O preço foi acessivel. Em-
bora não desse lucros, também não
deu prejuízos. O nosso intuito foi le-
var o maior número de pessoas a
participar nos acontecimentos que a
nossa freguesia viveu.

Participámos activamente na pre-
paração da visita do Sr. Governador
Civil.

Teve a Ala através da sua Direc-
ção um trabalho, não pequeno, de
esclarecimento junto dos proprietá-
rios, cujos terrenos confinavam com
as ruas a alinhar e a calcetar. Gra-
ças à boa vontade e esforço de to-
dos os átingidos pelo alargamento
das ruas, foi possível levar a bom
termo este empreendimento.

Com a visita do Sr. Governador
Civil gastaram-se cerca de quarenta
contos. Dos fundos da Ala não saiu
um centavo. As receitas com as ins-
crições e peditório” somaram vinte e
poucos contos, o restante foi custea-
do por um grupo de conterrâneos e
por alguns elementos dos Corpos
Gerentes.

Realizou-se ainda na Casa da Co-
marca da Sertá a passagem do ano
1972-73. Houve muita alegria, cama-
radagem num ambiente verdadeira-
mente familiar. Não foi muito con-
corrida. Este ano a Casa esteve ocu-
pada- pelo que não-foi possível o en-
contro

Sócios

Foi talvez um dos pontos que esta
Direcção mais descurou. Foi tam-
bém daqueles em que os Associa-
dos menos colaboraram apesar dos
vários pedidos que fizemos nos jor-
nais regionais e em circulares, Só um
pequeníssimo número correspondeu
ao nosso apelo. É este um assunto
muito importante. Não lhe dedicáâmos
uma total atenção por nestes anos
do nosso mandato nos termos em-
brenhado, por força das cireunstân-
Cias, em . assuntos administrativos.
Foi todo um problema de criação de
impressos, fichas, cartões e outros
trabalhos-de-base que eram indispen-
sáveis para o bom funcionamento da
Ala. Julgamos, neste aspecto, deixar
faciltada a actividade da nova Di-
recção,

Durante estes dois anos inscreve-
ram-se 150 sócios. O ritmo não nos
satisfez e por isso pedimos que os
estimados associados colaborem com
a nova Direcção nesta campanha que
nos parece ser de suma importância.

Estandarte

Com a colaboração dum especia-
lista em história e piníura foi possi-
vel apresentarmos um estandarte que
muito honra a nossa ‘Associação.
Tanto o emblema como as cores fo-
ram escolhidos com gosto. Custou
cinco mil escudos ainda não totalmen-
te pagos, pois a Direcção faz ques-
tão como desejo em tempo manifes-
tado que esta importância seja sal-
dada por subscrição entre as esposas
dos nossos associados.

Apelamos para a vossa generosi-
dade, visto que não queríamos que
dos fundos da Ala se pagasse o es-
tandarte.

Donativos

Por extrema generosidade do nos-
so sócio, Sr. Daniel Dinis Nogueira,
foi oferecido à Ala um lote de ter-
reno situado no largo da Nogueira do
Troviscal.

Os fins do ofertante visam a cria-
ção dum centro polivalente. É uma
mnecessidade premente da nossa fre-
quesia.

Não foi possível a sua concretiza-
ção nestes dois anos. Oxalá a nova
Direcção consiga levar a bom ter-
mo este desejo do nosso sócio que
para nós foi um dos sonhos que fi-
caram pelo caminho.

Queremos deixar aqui expressa,
além de outras de menos signficado,
a atitude do Sr. Armando Ferreira
Lourenço que participou, a convite
dum sócio nosso, na festa da inau-
guração dos melhoramentos à que
presidiu o Sr. Governador Civil. Não
sendo sócio, nem filho da nossa fre-
guesia, marcou à Sua presença com
um gesto de atltruísmo, entregando
para os fundos da Ala mil escudos.

Este gesto calou fundo na Direc-
ção, não só por ser dum elemento
não natural da nossa freguesia, mas
também por ser desusado entre nós,
sobretudo de comterrâneos e sócios
de quem a Ala esperaria atitudes se-
melhantes.

Agradecimento

Não podíamos terminar estes nos-
sos considerandos sem expressarmos
o nosso bem haja, em primeiro lugar,
a todas as entidades Distritais, no-
meadamente o Sr. Governador Civil,
que sempre acarinharam as nossas
iniciativas; em segundo lugar, ao Sr.
Presidente da Câmara que nunca nos
faltou com o seu apoio, colaboração
e saber nos momentos em que os
solicitámos, assim como às entidades
concelhias; em terceiro lugar à im-
prensa regional, nomeadamente «Co-
marca da Sertá» e «O Renovador»
pelo relevo que dispensaram aos no-
ticiários referentes à Ala ou à nos-
sa freguesia.

Queremos tornar extensivos os nos-
sos agradecimentos à Casa da Comar-
ca da Sertã através do seu elenco
directivo, pela maneira amiga e sim-
pática com que sempre nos acari-
nharam.

Por fim, cabe uma palavra de es-
tímulo e agradecimento a algumas
senhorãs esposas dos nossos sócios
pelo esprito de colaboração que dis-
pensaram às nossas solicitações.

A Direcção — Presidente, José
Barata do Alto; Vice-Presidente, Dr.
Manuel Luís Farinha; 1.º Secretário,
Alberto Farinha Rodrigues; 2.º Secre-
tário, Miguel Dias Antunes; Tesou-
reiro, Manuel Dinis Nogueira; 1.º Vo-
gal Substituto, António Figueiredo
Morgado; 2.º Vogal Substituto, João
Dinis Nogueira.

Balancete do Razão em 31.1273

Caixa: débito, 63 363$40; crédito,
46 396$70; saldo devedor, 16 966870.

Quotizações: crédito, 14490$: s.
credor, 14 490$00.
Donativos: crédito, 38499870: s.

credor, 38 499870.

Activ, C. Rec.: débito, 42 597$50;
crédito, 7 150$80; s. dev., 35 446870

Desp. Gerais: débito, 1315$20: s.
devedor, 1315$20.

Cobrador: débito, 24848: s. deve-
dor, 2 484$06.

Cont. de Gerência: créd., 3 222$90;
s. credor, 3 22890

Soma: débito, 1097608$10; crédito,
109 760$10; saldo devedor, 56 212$60;
s. credor, 56 212$60,

Mapa do Balanço de 1973

Activo — Disponível: Caixa,
16 966$70.

Passivo — Exigível: Contas de Ge-
rência: Saldo anterior, 3 222$90; Lu-
cro de 1973 13743880 — Soma:

16 966$70.

Contas da Gerência
(Desenvolvimento )

Lucro bruto da gerência de 1973:
52 989870.

Actividades — Culturais e Recreati-
vas, 35446$70: Despesas Gerais,
1315$20; ICobrador, 2484$00 —
39 345$90.

Luero líquido da Gerência de 1973:
13 743$80.

Lisboa, 31 de Janeiro de 1974.

O Tesoureiro, Manuel Dinis No-
gueira; o 1.º Secretário, Alberto F.
Rodrigues; o Presidente, José Bara-
ta do Álto.

Lista dos Corpos Gerentes
para o biénio 1974-75

Assembleia Geral — Presidente, Dr.

Manuel Farinha da Silva; Vice-Presi-
dente, Virgílio Nunes Coxo; 1.º Se-
cretário, Prof. José Diogo da Con-
ceição; 2.º Secretário, Américo San-
tos.

Direcção — Presidente, José Ba-
rata do Alto; Vice-Presidente, Alber-
to Farinha Rodrigues; 1,.º Secretário,
IMiguel Dias Antunes; 2.º Secretário,
Albino Joaquim; Tesoureiro, Manuel
Dinis Nogueira; 1.º Vogal, António
Figueiredo Morgado; 2.º Vogal, João
Dinis Nogueira.

Conselho Fiscal — Presidente, Rei-
naldo de Jesus Costa; Secretário, An-
tónio Dias; Relator, José da Costa.

Conselho Regional — Presiden-
te, Presidente da Direcção; Zona Nas-
cente: Américo dos Santos, José Ri-
beiro Martins e João Farinha Dias;
Zona Centro: D. Palmira da Silva Fer-
reira, José António da Silva, Amtónio
Barata/ e Custódio Farinha; Zona
Poente: Manuel Francisco, António
Nunes e João Martins da Silva.

Estandarte
Alvitrou-se, no intervalo da As-
sembleia, iniciarse uma campanha

entre as esposas dos sócios, tendo
como fim o pagamento do estandarte.

As Senhoras presentes correspon-
deram generosamente ao convite. Es-
peramos que as ausentes queiram
Marcar a sua presença com àa sua
oferta. Gostariamos que a actuação
das Senhoras na Ala se perpetuaásse
através deste gesto, no Estandarte.

Damos a relação das Senhoras que
aderiram a esta iniciativa e, estamos
certos, muitas mais virão fazer parte
desta lista ora iniciada:

Gracinda Nunes Branco, 300$00;
Maria Luísa Nunes P. Almeida Rodri-
qgues, 100$; llida Caetano Pinto de
Almeida, 100$; Idalina Antunes Ribei-
ro Farinha, 100$; IMargarida Jesus An-

drade, 50$; Maria Manuela Gago Nu-
nes Coxo, 1 000$; Maria Cristina Cos-
ta Farinha Silva, 300$; Fernanda da
Silva Santos Antunes, 100$00; Elvira
Barata do Alto, 100$; Olinda Noqgueira
Nunes, 1008; Maria de Souseles C,.
Figueiredo, 100%$; Alice Antunes Ba-
rata Dias, 100$; Grupo Amigos Con-
celho Oleiros, 150$; J. S., 60$; Lu-
cinda Torres Correia Serra, 200$00;
Manuel dos Santos Lopes, 100$; Ma-
ria do Carmo F. F. de Matas, 1008;
Alexandre Figueiredo, 100$; Delfina
Alves, 108; Celeste Simões, 110$00;
Maria do Carmo Nogueira Matias,
100$; Adelaide Silva Pedro, 20$00;
Maria do Céu Antunes Nogueira,
300$. Soma: 3 720$00.

No tfim da Assembleia ofereceu a
Direcção cessante uma taça de cham-
panhe que foi pretexto para se pro-
longar o agradável convívio de to-
dos e para uma franca e leal troca
de impressões de carácter regiona-
lista.

Raul da Graça

Encontra-se em tratamento
numa clínica de Coimbra o nos-
so amigo e estimado colabora-
dor, ar. Raul da Graça, que re-
centemente foi transferido de
Oleiros para a Sertã.

Temos conhecimento que tem
sentido algumas melhoras, pelo
que muito nos congratulamos.

Fazemos votos por que bre-
vemente regresse a0 nosso con-
vívio completamente restabele-
cido da sua abalada saúde.

Por uma
Instituição
centenária

Continuação da 4º pàág.

vência familiar todos possam
reunir e viver horas de solida-
riedade e mútuo apoio.

Ao calor da convivência aque-
cer-se-á o entusiasmo pelo pro-
gresso da instituição, pela for-
mação de novos executantes
que substituam os que a lei ine-
xorável da vida vai roubando
ao nosso convívio, pelo aperfei-
coamento da execução indispen-
sável ao agrado geral.

Vai o nosso jornal abrir uma
campanha destinada à angaria-
ção de fundos para a constru-
ção da sede da Filarmónica U.
Sertaginense. E desde já apela-
mos para todos os nossos con-
terrâneos, para que não deixem
sem resposta este apelo à sua
generosidade e bairrismo.

Para principiar, assinalamos
desde já as seguintes subscri-
ções:

António Domingos

Barata 5 000$00
Manuel António Martins

da Silva 5 000$00
Américo do Carmo Ba-

rata Serrano 5 000$00

João Lopes Ferreira
(Brasil) 5 000$00
Anónimo 10 000$00
Soma 30 000$00

PROPRIEDADES

COMPRAS-VENDAS-HIPOTECAS

E

PROPRIEDADE – HORIZONTAL

Para bom rendimento dos seus caritais…
.. Consulte os nossos serviços

MEDIADORA AUTORIZADA
F. FERNANDES & COSTA, LDA.

‘ Avenida Almirante Reis, 104-2.º — Telefones 823231/2/8 — LISBOA-1

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

O RENOVADOR

2 de Março de 1974

EXEMPLOS A

IMITAR

O LICEU NACIONAL
DE CASTELO BRANCO

passou a fornecer almoços
aos seus alunos

*Por iniciativa do Reitor do Li-
Ceu, e por analogia com o que
já se verificava nos outros es-
tabelecimentos de ensino local,
passou também, no Liceu Nacio-
nal de Castelo Branco, a funcio-
nar um serviço de cozinha, o
qual se destina a proporcionar
almoços à população discente e

docente que frequenta aquele.

complexo educacional.

Escusado será encarecer o al-
cance de tão prestimosa iniciati-
va, na medida em que grande
parte dos alunos do nosso Liceu
reside numa área limítrofe da
nossa cidade, para onde se des-
tloca diariamente, tendo, por con-
seguinte, que ingerir as suas re-
feições fora do ambiente famiíliar,
quantas e quantas vezes, sabe
Deus, em que acdlersas circuns-
tâncias de ambiente, sem já nos
referirmos à pouco cuidada e

. por vezes nada racional culiná-

ria que, salvo raras excepções,
não tem em vista uma adequada
e equilibrada dietética.

Para fazermos uma ideia apro-
xXimada da aceitação que esta
iniciativa teve, no meio acadé
mico liceal, basta referir que es-
tão frequentando o refeitório
privativo. do Liceu (que funcio-
na desde há dias) cerca de oi-
tenta crianças de ambos os se-
xos, as quais, pagando a mó-
dica quantia de 10$00 (dez es-

cudos) obtém, num esmerado
serviço de «sell-service», os seus
almoços que se compõem de
sopa, um segundo-prato, pão e
fruta ou doce, sem para isso te
rem necessidade de sair do
edifício educacional que ao lado
do alimento espiritual passou
também a fornecer ftonificante
energia física, pois é certo e sa-
bido que só se poderá esperar
frutuoso rendimento intelectual,
quando se está racionalmente
alimentado, numa explícita con-
cordância com aquele carismáti-
co conceito grego, mais tarde
tão utilizado pelos romanos de
«alma sane in corpore Sano».

Temos pois de nos regozijar
com tão acertada medida . do
Ministério da Educação Nacional,
o qual tudo tem feito para que
à instrução possa ser general:-
zada a todos os meios demográ-
ficos e a todas as classes so-
ciais, e ao mesmo tempo felici-
tar não só os alunos do nosso
liceu (os primeiros a serem be-
neficiados), como ainda todos
quantos de algum modo contri-
buiram para a consecução de
tão prestimoso benefício em prol
do ensino e da elevação cultural
da nossa cidade.

Fabião Baptista

(De «Beira Baixa»)

VA REGONSTRUIR-SE A CAPELA

de São Miguel nos Calvos

(Freguesia

Temos o grato prazer de in-
formar todos os nossos conter-
râneos que a reconstrução da
Capela de S. Miguel, nos Cal-
vos, vai finalmente ser uma
realidade.

Como é do conhecimento ge-
ral, encontra-se já há alguns
anos em ruína, pelo que a sua
reconstrução se torna urgente.

Beneficência

Do nosso estimado assinante

‘sr. José de Jesus Martins, de

Lisboa, recebemos a importân-
cia de 100$00 destinada à aju-
da da construção da casa do

— João Gonçalves, de Roda, Olei-

ros.
Para o mesmo fim nos reme-
teu a importância de 200$ o
nosso assinante nos Estados
Unidos, Manuel D. Maia.

da Sertã)

Para o efeito, constituiu-se
uma comissão que se encarre-
gou do projecto, conseguindo da
parte das Entidades competen-
tes a devida autorização. Foi
dado já início aos trabalhos,
estando assim de parabéns to-
da a boa gente dos Calvos e
Casais Unidos.

Dado o grande volume da
obra, é necessária a colabora-
ção e compreensão de todos os
naturais da Capelania residen-
tes ou ausentes, só assim sendo
possível levar a bom termo tal
empreendimento. Para o efeito,
a Comissão de Lisboa oportu-
namente contactará pessoal-
mente os naturais da Capelania
dos Calvos residentes em Lis-
boa e seus arredores, a fim de
dar uma ideia cabal da obra e
recolher donativos.
Oportunamente daremos mais
pormenores do andamento da
obra.

Pela Comissão
António Mendes

Carvalhos

(Cernache do Bonjardim)

Passámos há dias por esta
povoação que se situa a 2 quil.
de Cernache do Bonjardim, jun-
to à E. N. n.º 2387.

Como surpresa agradável,
foi-nos dado verificar que nela
se encontram em construção,
nada menos de quatro moradias
bastante interessantes e moder-
nas.

Isto significa não só que o
dinheiro da emigração começa
a produzir aqui os seus frutos,
mas também que outros que
por cá ficaram começam a imi-
tar os que foram ao estrangei-
ro, uma vez que nem todas
aquelas moradias são de emi-
grantes.

Será assim que começa a ve-
rificar-se a renovação das nos-
sas aldeias?

Em qualquer dos casos, é in-
teressante constátar factos co-
mo este, que está longe de ser
único.

O GRUPO DOS AMIGOS

do Concelho de Oleiros
vai comemorar

o seu 1.º ano

No dia 2 de . Fevereiro, como
estava previsto e havia sido lar-
gamente divulgado, teve lugar
nas instalações da Casa da Co-
marca da Sertã, em Lisboa,
uma festa de convívio orgamni-
zada pelo Grupo dos Amigos do
Concelho de Oleiros.

Como vem sendo hábito (o
que nos é muito grato salien-
tar), essa reunião resultou nou-
tro completo êxito. As amplas
instalações onde a mesma se
realizou encheram-se totalmen-
te com os sócios da G. A. C..O-
e seus familiares, bem como
naturais do concelho de Oleiros
e amigos, os quais confraterni-
zaram alegremente, assistiram
a um excelente acto de varieda-
des e dançaram até às 5 da
manhã.

Entretanto, este Grupo regio-
nalista vai comemorar o 1.º ano

Por ma instituição (entenária

IMPORTA CONSTRUIR UMA SEDE
para a Filarmónica União Sertaginense

No passado dia 1 de De
zembro, conforme então assina-
lámos, celebrou 143 anos de
existência a Filarmónica União
Sertaginense.

Instituída em 1830, deve ser
uma das mais antigas do País.

Mas, como é sabido, institui-
ções deste género, se não têm
vida efémera, pelo menos têm
uma existência difícil, rechea-
da de dedicações sem dúvida,
mas entrecortada de sobressal-
tos e de sacrifícios que alguns
dos seus servidores houveram
de suportar para que a sua vi-
da fosse sempre mais longa.

Os dias que correm, pela pro-
liferação de aparelhagens so-
noras, pela multiplicação de
discos de todo o género, pelo
egoíismo que norteia a nossa
sociedade cada vez menos preo-
cupada com instituições cultu-
rais de cunho popular, são tem-
pos difíceis em que, se não for
o apoio de organismos esta-
duais ou fundações protectoras
da cultura, elas tendem a defi-
nhar.

Não basta, porém, o apoio fi-
nanceiro. É necessária a dedi-
cação, o sacerdócio, o carinho,
a união de todos os praticantes,
suficientemente apoiados pelos
directores.

É neste sentido que a Direc-

ção da Filarmónica União Ser-
taginense se propõe trabaihar
pela construção de uma sede
própria, um lar, onde em con-

Continua na 3.º página

o A A

Mudeirá!

Estou com mãdio. O que que-
ro? Nada.

Acho que o mundo está a
entrar em decadência.

Sinto um ar de metamorfose.
Quantos anos se viverá? Quem
morrerá? Estou com medo des-
te mundo que nos vai atirando
para a morte com tanta polui-
ção.

Mas não estarei já a falar de-
masiado quando o que importa
é falar de nós próprios?

Seja somo for, é ainda da
Madeirã que hoje me vou ocu-
par. Os altos lugares tão inti-
mamente ligados aãos próprios
vultos dos homens são também
«altos lugares» que exigiriam
que se estudassem as necessi-
dades sobre todas as suas rea-
lidades.

de actividades

de actividade. Assim, organiza
e leva a efeito no dia 10 de
Março próximo um almoço no
Restaurante “Típico «Cozinha
Saloia», na Venda do Pinheiro
(a cerca de 20 kms de Lisboa).

O G. A. C. O. está a pôr o
máxzimo cuidado nesta realiza-

Continua na 2.º página

Gernache
do Bonjardim

Foi posta a concurso,
a Empreitada de Elec-
trificação de Pampi-
lhal e lugares anexos

Por deliberação da Federa-
ção dos Municípios de Castelo
Branco, de 30 de Janeiro, san-
cionada pela Câmara Munici-
pal da Sertã, em sua reunião
na passada semana, foi posta a
concurso a obra de electrifica-
ção de Pampilhal, Carqueijal,
Carvalhos e outros lugares das
freguesias de Cernache de
Bonjardim e Castelo. A Pbase
de licitação é de 1200 contos.

Esperemos que as coisas se
acelerem, pois já há demasiado
tempo as populações esperam
por este melhoramento.

LA

Dresente..

Nestas palavras, se sintetiza
o tempo perdido em que se tem
vivido entre um exaltante con-
ceito de vida e o depressivo co-
nhecimento dos factos mpelos
quais deveria existir um en-
tendimento perfeito. Acabo ne
ler uma notícia no «Renova-
dor», sobre a qual não podemos
ficar indiferentes: — Ela refe-
re-se às divergências sobre a
realização da festa do Senhor
Jesus do Vale Terreiro.

Em minha opinião a festa é
já uma tradição e, ainda moais,
é a festa do povo e por tal, te-
remos de lutar contra ideias de
oposição a uma prática que os
séculos sedimentaram. Em últi-
ma análise, pretendemos que ela
seja efectuada, não só por a sua

(Continua na 2.º página)