O Renovador nº210 16-03-1974

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Ano V — Nº 210 — AVENÇA

16 de Março de 1974

D RERNDVADDR

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRIO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTÃ, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5-r/c — SERTA — Telef. 131

DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSÉ ANTUNES

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

NA MACIEIRA (Troviscal)
procedeu-se ao encerramento de um Gurso
de Extensão Agrícola Familiar
que ali funcionou desde Setembro
sob a orientação da CEstação Agrária
da VIIl Região Agrícola de Gastelo Branco

No passado Domingo, dia 10
do corrente procedeu-se no lu-
gar de Macieira, da freguesia de
Troviscal, ao encerramento de
um CURSO DE EXTENSÃO
AGRICOLA FAMILIAR que te-
ve a frequentá-lo 28 raparigas
não só da Macieira, como das
povoações vizinhas de Marinha
do Vale Carvalho, Cimo do Va-
le, Cor Vergadas e Currais.

A cerimónia que foi um acon-
tecimento para a povoação, ra-
ramente visitada por gente es-
tranha, atraiu inúmeras pessoas
não só pais e familiares —das
alunas, mas ainda outras pes-
soas da Sertã e da Capital,

Eram 15 horas quando ali
chegou o senhor Presidente da
Câmara Municipal, Dr. José An-
tunes, acompanhado de sua es-
posa, senhora D. Maria Filome-
na Bragança Gil Antunes. Fo-
ram recebidos pelos elementos
da Junta de Freguesia, pelas
alunas do Curso e pela regente
familiar, senhora D. Fernanda
Pinto Nabais que o orientou.
Um pouco mais tarde, chegava
o Director da Estação Agrária
da VIII Região Agrícola de Cas-
telo Branco, senhor Eng.º Lo-
pes Dias e Regente Agrícola,
senhora D. Maria de Lurdes Fa-
rinha Martins Cardoso Sequei-
rTa, orientadora dos Cursos.

Seguiu-se uma breve sessão

em que as alunas mimosearam
os presentes com algumas can-
ções acompanhadas a acordeon.
O Padre Eduardo António Ri-
beiro, pároco do “Troviscal,
agradeceu ao senhor Presidente
da Câmara, o haver solicitado
a criação do curso, e ao Direc-
tor da Brigada Agrícola a pro-
moção que o mesmo deu a tan-
tas raparigas.

Uma representante das alu-
nas manifestou iguais sentimen-
tos tanto para os directores do

Curso como para os professo-
res e Presidente da Câmara
Municipal.

O Padre António Serras, pôs
em relevo a importância dos
eursos para a promoção da fa-
mília rural, afirmando tratar-se
de um modo muito válido de
desenvolvimento da educação
familiar.

O senhor Presidente da Câ-
mara agradeceu ao Director da

Continua na 3.º página

Na Casa da Comarca

da Serta em Lisboa
FORAM ELEITOS ÚS,NÚVÚS CORPOS GERENTES
PARA O BIENIO DE 1974/1975

Presidida pelo Dr, António Al-
ves da Cruz, realizou-se no pas-
sado dia 6 de Março conforme
anunciámos a Assembleia Geral
da Casa da Comarca da Sertã.

Como Secretários da Assem-
bleia, os Senhores Eng.º Abílio
Pires Lopes e António Gaspar.

AUDACIOSO ASSALTO
A UMA RELOJOARIA

Na madrugada de 5 do cor-
rente, terça-feira, pelas 3 horas,
o senhor José Maria da Silva
que dormia sossegadamente,
ouviu um estilhaçar de vidros
em frente da sua casa, em Vila
de Rei. Veio à janela e gritou.
Um tiro de pistola cuja cápsula
foi encontrada mais tarde, pas-
sou perto da sacada. Na rua,
fumo provocado dificultava a
visão do que se passava. E um
automóvel partiu a toda a ve-
locidade com três pessoas a
bordo.

Apesar da hora calma da ma-
drugada foi um pandemónio em
Vila de Rei. AÀ G. N. R. da Ser-
tã foi imediatamente alertada
e compareceu pouco mais de
meia hora depois. *

RENOVAÇÃO É

Os gatunos haviam arromba-
do a montra do estabelecimen-
to de relojoaria do senhor José
Alves da Silva; partiram o vi-
dro com 5 mm. de espessura
e tiraram do estabelecimento
três telefonias no valor aproxi-
mado de 6 000$00 e 50 relógios
que se encontravam para con-
serto e pertenciam, portanto, a
diversos clientes. Na precipita-
ção da fuga, os gatunos deíxa-
ram caídos dois dos relógios na
via pública.

O valor dos objectos rouba-
dos ascende a aproximadamern-
te 20 000$00, a que deverão so-
mar-se os prejuízos causados
na montra.

A G. N. R. que tomou conta
da ocorrência ainda não se en-
contra na posse de qualquer pis-

Continua na 2.º página

VIDA

Tratava a Ordem dos Tra-
balhos da Eleição dos Corpos
Gerentes e da apresentação pe-
la Direcção cessante do futuro
aumento de quotas.

Aberta a sessão, o Dr. Alves
da Cruz endereçou os cumpri-
mentos de saudação a todos os
presentes, com destaque para
algumas Senhoras que compa-
receram ao acto.

Na realidade, iniciaram-se os
trabalhos com a presença de
regular número de Associados,
mas muito aquém do que, lo-
gicamente, seria de admitir.

Por proposta do sr, Reinaldo
Costa, foi dado voto de confian-
cça à Mesa da Assembleia sendo
dispensada, por unanimidade, a
leitura da Acta anterior.

Foi apreciada, então, a acção
da Direcção cessante pela or-
ganização do futuro elenco di-
rectivo, que obteve o melhor
acolhimento. Pôs-se em relevo
também a maneira como exer-
ceu o seu mandato na activi-
dade cultural.

Elogiosas palavras foram pro-
feridas também à Imprensa,
Rádio e Televisão pela colabo-
ração prestada, sempre pronta
e amiga, acompanhando as acti-
vidades realizadas no Biénio
7T2/78.

De realce igualmente, a ofer-
ta de valioso Album de foto-
grafias pelo Estúdio LUZFA-
MA, em que é profusamente do-
cumentado fotograficamente o

Continua na 3.º página

UNIÃO E

AGUARELAS

Um destes dias tive um sonho.
Um sonho macabro de que acordei
ofegante e a suar. Sabem os meus
leitores que aão entrar para os ci-
nemas é costume, em tempo inver-
nio, entregar no bengaleiro o guar-
da-chuva, o capotão, os abajfos, a
bengala da perna manhosa e até
alguma pasta de superrogação que
acaso nos acompanhe. ÀA emprega-
da que nos recolhe toda essa tra-
lha entrega-nos, por seu tturno, uma
chapazinha para depois nos devol-
ver, sem enganos, a mochila toda.
E não se esqueçam de a bafejar
com uma gorjeta que é 6 que ela

mais apreciará. Pois foi com esses
ingredientes que o meu sonho foi
amassado. Sonhei que um indivi-
duo bateu às portas do céu e ia a
modos muito carregado. Malas e
mais malas, sacos de todo o fei-
tio, mantas e abafos, carteiras de
pele de crocodilo., Bateu e fize-
ram-no entrar para um amplo ves-
tíbulo onde, ao longo das paredes,
ele foi depondo a tralha dispondo-
-se, como era à t
dos . cinemas, a entregar tudo e a
rTeceber a chapazinha metálica que
lhe afiançasse a reentrega.

Um sonho Macabro

Por JOÃO MAIA

O funcionário porém, não fez en-
trega nenhuma, encarowu a porta…
Mas esta não deu logo para os
reinos do céu. A modos que abriu
para um tribunal onde se viam
dois ou três réus enquanto outros
vinham chegando. O meu homem
voltou para trás, certificou-se que
a sua bagagem ainda lá estava e
lembrou-se outra vez da chapazi-
nha metálica. Estaria o funcionário
esquecido? O que dentro das malas
se escondia eram tesouros de valia,
cheques de bancos provados, um
fortunão. Assim como assim, diri-
giu-se ao empregado de bata bran-

ca: — «Oiça cá, os senhores não
avezam entregar uma chapa a fim
de levantarmos a bigagem
engano aão sair? Lá nos meus sf-
tios era esse o cotume aão entrar

sem

vara 08 cinemas e uma vez que
se esqueceram Bifarameme um
gquarda-chuva de cabo de como,
uma preciosidade com que se gau-
diu algum antiquários. O empre-
gado teve um sorriso transcenden-
te e d d

— «Não, nós aqui não temos cha-

cordioso e 7

Continua na 3.º página

EG

?uando Em_ vez’

A ALA REGIONALISTA DA
FREGUESIA DO TROVISCAL
E AE N ?38 NO TROÇO
ENTRE TROVISCAINHO E
MOSTEIRO

A Ala Regionalista da Fre-
guesia do Troviscal entendeu do
seu dever no momento em que
se iniciam ‘os trabalhos de cons-
trução do troço da E. N. n.º 238
entre Troviscainho (freguesia
do Troviscal concelho da Sertã
e Mosteiro, do concelho de Olei-
ros), conforme anunciámos no
nosso n.º 207 enviar cartas de
saudação, congratulação e agra-
decimento a diversas entidades
e pessoas que mais interferi-
ram para que se realizasse
aquele melhoramento,

Assim, distingue o Governa-
dor que por intermédio do Dr.
Manuel Augusto Ascensão Aze-
vedo, teve acção de muito rele-
vo para a consecução do me-
lhoramento, e pede ao actual
cap. Manuel Geraldes Nunes, se-
ja intérprete, junto do Senhor
Ministro das Obras Públicas do

Jubllo da população pelo início
da obra.

Ao Presidente da Câmara
Municipal da Sertã Dr. José An-
tunes afirma: «Conscientes que
estamos do valor do empreendi-
mento pela valorização sócio-
económica da região, cujos re-
flexos se hão-de repercutir mais
abundantemente nos habitantes
que se situam na imensa bacia
hidrográfica da Ribeira da Ser-
tã com incidência directa nos
dos concelhos da Sertã e Olei-
ros e, por acréscimo a toda a
zona interior do País, são im-
previsíveis as benesses que daí
advirão para satisfação dos
seus legítimos anseios, tão an-
siosamente aguardados».

Ao Director de Estradas do
Distrito — de Castelo BEraneco,
Eng.º Leite de Morais, agradece
a intervenção havida para es-
clarecimento e resolução do
problema suscitado pelo traça-
do, dizendo: «Se não fora a dou-
ta intervenção de V. Ex* na
resolução do problema da E. N.
n.º 238, pela forma rápida e

Continua na 3.º página

PROGRESSO ida e

Continua na 3.º página

 

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Página 2

De semana a semana

(De 4 a 10 de Março)

EM PORTUGAL

4 — Phillip Crane, membro da Câ-
mara dos Representantes dos Estados
Unidos, na sua passagem por Lisboa,
de regresso de Angola e Moçambique,
declarou ao «Diário de Notícias» que
muito do futuro do mundo livre de-
pende do futuro de Portugal.

— No mês de Janeixo foram pro-
cessados 645 comerciantes pela Ins-
pecção-Geral das Actividades Econó-
micas.

— O Deputado Brasileiro — Cunha
Bueno afirmou em Tete que Moçam-
bique pode ser um dos celeiros do
mundo ocidental.

— (A Espanha protestou contra a
representação da «República Guiné-
-Bissau» na assembleia geral da Con-
ferência de Direitos Humanitários.

— No último ano foram investidos,
em Angola, mais de sete milhões de
contos em empreendimentos indus-
triais.

6— O Chefe do Governo fez, pe-
rante a Assembleia Nacional, uma im-
portante exposição sobre a política ul-
tramarina, reafirmando o seu propósito
de defender intransigentemente aque-
les territórios e concede–lhes uma au-
tonomia progressiva e participada.

— Para a pesquisa e exploração de
petróleo em Angola foram estabeleci-
das novas concessões na zona Santo
António do Zaire-Ambrizete e entre
Novo Redondo e Benguela.

7 — O ‘Ministro do Interior, Dr. Mo-
reira Baptista, deu posse aos novos
goveinadores dos Distritos autónomos
do Funchal e de Ponta Delgada e dos
Distritos – continentais de Aveiro, de
Leiria e de ‘Setúbal.

— Os Estados Unidos ofereceram a
Portugal uma amostra de rocha lunar
e uma bandeira do nosso país trans-
portada pela «Apolo 17».

8 — O Xl Grande Prémio TV da
Canção foi atribuído a Paulo de Car-
valho com a canção «E Depois do
Adeus».

— Vão ser lançadas no mercado
três ml toneladas de óleo.

— Três homens e uma mulher as-
saltaram uma agência bancária em S.
Mamede de Infesta (Matosinhos) e
roubaram cerca de 600 contos

NO MUNDO

4 — Um «jacto» turco, com 345
ocupantes, que saíra de Orly, despe-
nhou-se e explodiu nos arredores de

Paris. Não houve sobreviventes. É a
maior tragédia da história da aviação.

— Foi inaugurada, entre o Rio de
Janeiro e Niterói, uma ponte com 11
quilómetros de comprimento. É uma
das maiores do Mundo e importou em
oito milhões e cem mil contos.

— Em Marrocos foram descobertos
jazigos de petróleo suficientes para
alimentar o país durante alguns sé-
culos.

5 — Isabel H de Inglaterra aceitou a
demissão de Heath e nomeou Wilson
primeiro-ministro.

7—A União Soviética e os Es-
tados Unidos têm o mesmo número
de submarinos nucleares

10 — Etíopes invadiram a embaixa-
da do seu país em Moscovo e exi-
giram à deposição de Hailé Selassié,

O RENOVADOR

MOMENTO DE POESIA

A DESGRAÇA!

Bateram! — abri por dó! —

— Era a desgraça, — entrou; —
Fez-lhe pena ver-me só

E nunca mais me deixou!» —

— Surdos rumores no caminho; —
Pelos ares — nuvens de pól!…
Senti passos, de cmansinhos

— Bateram, — abri por dó! —

— Envolta em negra roupagem
Que muito me impressionou,

Vi singular personagem! —

— Era a desgraça, — entrou; —

— Fitou-me por um momento,
Num olhar cheio de dóé! —
Depois, soltou um lamento; —
— Fez-lhe pena ver-me só!

Seu olhar triste e magoado
Bais uma vez me fitou; —
Por mim, sentou-se a meu lado
É nunca mais me deicou!..

Manuel Correia da Silva

Escrevem os nossos lelfores

da 4º pág.

há mais de 15 ànos, sinto o calor
pelas moticias transmítidas no vosso
€ meu Renovador.

Senhor Director, não sei a impor-
tâáncia centaáa que devo pagaf, mas
envio 250$00. Se for mais, agradeço
que me diga através do nosso Re-
novador à respectiva importância.

Termino, desejando os melhores
êxitos ao senhor Director e seus co-
laboradores.

Continuação

a) Rafael Fernandes

Nota da Redacção: Bem haja, se-
nhor Rafael Fernandes. O preço da
assinatura anual, por via aérea para
as nossas províncias ultramarinas,
é de 200$00, como poderá ver noutro
local deste mesmo jornal.

AINDA A FESTA
DA MADEIRÃ

Ex.”” Senhor
Director do jornal «O Renovador»

No n.º 205 do nosso jornal, pode
ler-se a minha notícia: «A Madeirã
deseja a celebração das Festas do
Senhor Jesus do Vale Terreiro». Per-
guntava eu aos responsáveis, se as
Festas senpre se fazem ou não.

Até agora mão houve qualquer res-
posta que satisfizesse a nossa legi-
tima curiosidade, Todo o povo está

Manuel Mendes Murtinho
Júnior & Irmão

EMPREITEIROS

Fornecedores de materiais de construção e outros

Encarregam-se de todos os trabalhos de calcetamento de
granito, calcário, vidraço a branco ou incluindo qualquer dese-
nho, xisto, etc. com caixa, mão de obra e transporte.

ANSIÃO — Telefone 78

. GABINETE DE TRABALHOS TOPOGRÁFICOS E AGRIMENSURA

José Almeida Saraiva

TOPÓGRAFO – AGRIMENSOR

Encarrega-se de delimitação de propriedades rurais — Forneci-
mento de marcos com as características legais e sua colocação.

Rua de Sertório, 1 a 3 — Telefone 188

SERTÃ

à espera dos acontecimentos. Este
ano não é como os outros. Havia fes-
ta, havia mesmo. Mas os tempos mu-
daram, ou há quem os queira mudar.
Nessa ordem de ideias, todos estamos
à espera que nos dêem uma resposta
concreta.

Ainda há dias fui abordado por um
amigo que me desfecha esta per-
gqunta: «Há festa ou não há?> KRKes-
pondi-lhe: — «Essa agora. Então é
a mim que me perguntas? Isso é
com os festeiros». — Mas tu fizes-
te a pergunta há dias no FRenova-

Nolícias de

Continuação da 1.º página

ta segura, para a descoberta
dos malandrins,

DELIBERAÇÕES
CAMARÁRIAS

Na sua reunião de 16 de Fe-
vereiro, a Câmara Municipal de
Vila de Rei, tomou entre outras,
as seguintes deliberações:

— Que sejam pagos os trans-
portes dos doentes, aos que se
verifique a absoluta carência de
meios, devendo para cada caso
apurar-se, em inquérito admi-
nistrativo, a posição financeira
do interessado ou responsáveis.

— Que os cantoneiros muni-
cipais procedam ao arranjo do
caminho de Monte Novo, alvi-
trando-se que as crianças das
escolas utilizem na época inver-
nosa o caminho existente, sem
qualquer perigo mna transposi-
ção de regatos (embora um pou-
co mais longo).

— Que a partir de 1 de Marco
a leitura e cobrança dos con-
sumos de água na Vila, passe a
ser feita simultaneamente, en-
tre os dias 1 e 10 de cada mês,
evitando-se assim perda de tem-
po do funcionário encarregado
do serviço.

— Adquirir 20 carteiras para
as escolas do concelho, sendo as
primeiras destinadas à escola de
Casal Novo.

— Mandar proceder à aber-
tura de uma vala por cima do
cemitério de Vila de Rei, desti-
nada ao escoamento das águas
pluviais que se infiltram no ter-

16 de Março de 1974

Vila de Rei

reno e podem
muros.

— Proceder à escolha do ter-
reno onde possa ser implan-
tado o edifício novo dos Paços
do Concelho, o qual posterior-
mente será submetido à apro-
vação dos Serviços competen-
tes. Esta deliberação é motiva-
da pelo precário estado de con-
servação em que se encontra o
edifício existente, dado que nem
uma remodelação nem a repa-
ção viriam a satisfazer as con-
dições de funcionamento de to-
dos os serviços públicos.

— Autorizar — proprietários,
de Estevais, Boafarinha e Sil-
veira a ligarem à rede de abas-
tecimento público de águas as
suas casas que ficarão a rece-
bê-la ao domicílio nas condições
estipuladas pela Câmara.

fazer aluir os

AINDA O ABASTECIMENTO
DE AGUA A ESTEVAIS

ÀA povoação de Estevais tem
abastecimento público de água
há cerca de 7 anos. Sucede que
dois particulares pretenderam
agora exigir da Câmara o di-
reito a sobras da mina de abas-
tecimento público, alegando que
quando das obras de abasteci-
mento sofreram prejuízos,

A Câmara naturalmente não
poderá atender a sua pretensão,
não só porque não podem ser
atendidos os seus pretensos di-
reitos passados 7 anos, mas
também porque os sobejos são
de muita gente que, como aliás
já fez, revindicaria o que julga
pertencer-lhe.

dor, ainda não te resy Fd

É preciso estarmos prevenidos. Não
temos em casa quem nos trate dos
arranjos, temos que contratar al-
guém para isso. E, como há falta de
pessoal arriscamo-nos a não ter às
coisas em ordem para recebermos os
nossos hóspeides.

Esperamos realmente a Tesposta
dos nossos amigos nomeados para es-
se efeito. Não demorem a resposta
e dêêm-na, pedimos, sem demora, e
pela mesma via da pergunta.

Subscrevemo-me muito atenciosa-
mente.

a) Venâncio Fernandes Mendes

Madeirã, 15-2-74.

Abastecimento e
subida de preços

Continuação da 4’ pàág

mos anormais de consumo —
que se lhe têm vindo a deparar
— adquiriu 3000 toneladas de
óleo no mercado internacional,
que serão lançadas também no
consumo no final do corrente
mês.»

E acrescentou:

«Pode concluir-se, portanto,
que não haverá problemas quan-
to ao abastecimento do País, em
óleos vegetais alimentares. Não
parece, porém, correcto relacio-
nar-se este problema com a su-
bida dos preços dos produtos.
Como se tem referido, por vá-
rias vezes, nestas reuniões de
Imprensa, dependemos da im-
portação do estrangeiro em mui-
tas matérias-primas, e conse-
quentemente temos de acompa-
nhar a evolução dos seus pre-
ços internacionais. Todavia, tem-
-se dito também que o Governo
procurará transferir para o con-
sumidor apenas a parte incom-
portável, para o industrial, dos
acréscimos que venham a veri-
ficar-se.

De qualguer modo, porém,
tratando-se de preços sujeitos a
homologação, a Administração
só autorizará os aumentos que
porventura venham a ser devi-
damente justificados, mediante
a comprovação do custo das
mMmatérias-primas adquiridas e na-
da garante que o mercado se
mantenha indefinidamente em
alta de cotações.»

s

Ã

atenção dos CTT

Novamente a distribuição

domiliciária

de correspondência

Na passada semana referimos
que grande parte da freguesia
do Marmeleiro deste concelho
da Sertã não tinha distribuição
domiciliária de correspondência,
facto que causava inúmeros
prejuízos aos seus habitantes e
que se não compreende em ple-
na segunda metade do século
KX

Longe estávamos de pensar
que há muitos outros lugares no
concelho nas mesmas condições.
Ainda há dias nos falavam no
lugar de Cimo da Ribeira, da
freguesia da Sertã, cujos habi-
tantes, com numerosos fami-
liares a residirem fora da po-
voação, têm de percorrer dois
quilómetros para averiguar se
na aldeia de Herdade, o encar-
regado do posto tem correspon-
dência para eles. Na freguesia
de Cernache do Bonjardim, a
povoação de Várzea de Pedro
Mouro, por exemplo, com 42 fo-

gos, tem que enviar todos os
dias uma criança da escola, a
cerca de 3 km de distância a
averiguar se há correspondên-
cia para os seus habitantes, no
lugar de Mendeira.

E, tratando-se de correspon-
dência registada, o caso é ain-
da mais grave pois, para a po-
voação de Cimo da Ribeira por
exemplo, têm de vir buscá-la
à sede da freguesia e concelho,
a 8 km distância.

Parece claro que este estado
de coisas não pode continuar. Ou
não são os habitantes daqueles
lugares, Portugueses como os
demais?

Qualquer progresso técnico
dos CTT na melhoria dos seus
serviços tem de ter em conta
que os utentes das pequenas
povoações do interior, não po-
dem continuar a viver como no
século passado.

CONTRIBUTO

Muita gente não entende o que
isto é. Mas é muito simples. O
espírito de penitência e sacrifí-
cio é essencial na vida do cris-
tão para o preparar para vencer
as dificuldades da vida e saber
gozar equilibradamente dos va-
lores que à mesma vida tem.

Para os ajudar neste sentido, a
Igreja convida todos os cristãos
a fazer das sextas-feiras essa
união com a Paixão de Cristo,
dias de penitência, abstendo-se
de comer carne.

Nas sextas-feiras da Quaresma
para manter o espírito comunitá-
rio, esta penitência é a mesma
para todos. Só por doença ou por
idade se está dispensado.

Nas outras sextas-feiras do ano
este espírito de penitência pode
ser mantido de vários modos:

Fazendo a Via-Sacra, não co-

PENITENCIAL

mendo carne, indo à missa, lendo
a Bíblia, rezando o Rosário, dan-
do um contributo em dinheiro
cujo quantitativo os nossos Bis-
pos marcaram a nível nacional.
Dantes chamavam-se as Bulas.

Cada qual escolherá o processo
que melhor o ajude a manter o
espírito de penitência que todo o
cristão deve ter na vida. Mas, pe-
lo que representa de prático e da-
da a necessidade que a Igreja tem
de meios materiais para manter
as suas obras, os cristãos devem
cumprir este modo de penitência,
sem esquecer os outros,

O dinheiro adquirido por este
processo não fica na paróquia.
Destina-se às despesas da lgreja
a nível diocesano e nacional, co-
mo por exemplo, a manter a uni-
versidade católica,

De Ecos do Sory

 

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16 de Março de 1974

Casa da Comarca
da Sertã em Lisboa

Continuação da 1.º página

25.º Aniversário da Casa da
Comarca da Sertã.

Sensibilizado, o Dr. Alves da
Cruz em seu nome, e em nome
da Direcção, referiu-se à valiosa
oferta, retribuindo, merecida-
mente, com a oferta da Meda-
lha comemorativa da nossa Ca-
sa Regional, facto premiado
com prolongada salva de pal-
mas pela assistência.

Procedeu-se, então, à eleição
dos Corpos Gerentes —“para o
Biénio 74/75.

Como escrutinadores, os mem-
bros da Mesa, com a colabora-
ção do sr. José Barata do Alto.

Quase todos eleitos por maio-
ria de votos. Diferenças míni-
mas.

Apareceram ainda os nomes
do Prof. António Dias Fouto,
Mário Florim e Olívio Marques.

Durante a votação, os Asso-
ciados premiaram com palmas
o momento de voto dos srs. Dr.
Vaz Serra, Durval Marcelino e
Reinaldo Costa.

Findo o acto, num brilhante
improviso, o Dr. Alves da Cruz
mais uma vez enalteceu a Di-
recção cessante, louvando os
componentes da futura Direc-
ção, desejando as maiores feli-
cidades na orientação directiva
que iriam encetar.

Foi então concedida a pala-
vra ao sr. Dr. Manuel Farinha

aa — ——

Na Macieira procedeu-se
ao encerramento de um
Curso de Extensão

Agrícola Familiar
Continuação da 1.º página

Brigada Agrícola a aquiescên-
cia que fizera ao —seu pedido
para que viesse a funcionar um
curso de extensão familiar no
lugar da Macieira e outro no
Troviscal, e pôs em relevo a
importância dos mesmos na pro-
moção social das nossas aldeias.
Anunciou ter solicitado o fun-
cionamento de um curso seme-
lhante para a povoação de Car-
valhal da mesma freguesia de
Troviscal.

Distribuiram-se em seguida
os diplomas que atestam o apro-
veitamento das 28 alunas do
Curso que, segundo ali se afir-
mou, foi um dos mais produti-
vos no nosso meio.

Concluiu a sessão, o senhor
Eng.º Lopes Dias que enalte-
ceu o papel da mulher na vida
do lar e sobretudo na educação,
razão pela qual se justificava
amplamente este programa da
Direcção Geral dos Serviços
Agrícolas pela acção que tem
exercido nas nossas aldeias
através dos Cursos de Extensão
Familiar.

Seguiu-se a visita aos traba-
Ihos das alunas, expostos, onde
se notava uma acção de muito
mérito e deveras significativa
do seu aproveitamento.

Por último na casa do senhor
João Alves Figueiredo teve lu-
gar um magnífico lanche con-
feccionado e oferecido pelas
alunas do Curso.

Macieira, uma povoação que
aspira a uma estrada alcatroa-
da e ao melhoramento da elec-
tricidade, mas que já é servida
por uma carreira de camiona-
gem e tem as suas ruas calce-
tadas e água abundante em
fontenários, viu agora muitas
das suas raparigas socialmente
mais aptas para a prática das
tarefas do lar e mais evoluídas
socialmente de acordo com um
esquema essencialmente adapta-
do às nossas aldeias.

E deu um excelente exemplo
de bem receber os seus hóspe-
des e de desejar progredir no
campo social. (P.).

da Silva que, saudando todos os
Associados, se referiu com ele-
mentos justificativos, ao pro-
jectado aumento de quotização.

Exposta com clareza a situa-
ção actual, que se mantém há
27 anos, equilibrando os suces-
sivos encargos, a acção de al-
guns beneméritos Consócios,
que elevaram voluntariamente
a sua quotização e alguns do-
nativos, dos quais foi destacado
o valioso auxílio do sr. Virgílio
Costa e Silva que durante o
Biénio findo contribuiu com a
valiosa oferta de 30 000$00.

A assistência — premiou esta
referência com calorosos aplau-
Ssos.

O relato do sr. Dr. Farinha
da Silva foi bem recebido. Não
houve nota alguma discordante.

ÃAo encerrar a sessão, o sr.
Dr. Alves da Cruz propôs voto
de pesar pelo falecimento da
sogra do sr. Eng.º António Car-
doso, novo elemento Directivo
do Conselho Regional por
Proença-a-Nova.

Terminou por louvar os seus
directos colaboradores da Mesa
da Assembleia, srs. Eng.º Abí-
lio Pires Lopes e António Gas-
par pela valiosa colaboração du-
rante o seu já longo exercício,
o que a assistência aplaudiu.

Finalmente, proferiu algumas
palavras o sr. Dr. Vaz Serra.

Primeiramente de agradeci-
mento, afirmando não trazer
programa definido, mas o de-
sejo apenas muito sincero e de-
cidido de fazer mais e melhor.

Para isso contava com os ele-
mentos escolhidos, valiosos, que
sabia, para colaborarem na sua
tarefa, realce que a assistência

O RENOVADOR

aplaudiu com entusiasmo na sua
fé regionalista.

O Acto de posse está marcado
para o próximo dia 29 de Março.
Pelo entusiasmo com que de-
correu a Assembleia, espera-se
que seja concorrida.

Novos Corpos Gerentes

Assembleia . Geral — Presi-
dente, Dr. António —Alves da
Cruz; Vice-Presidente, Marti-
nho Mendes de Oliveira; 1.º Se-
cretário, Eng.º Abílio Pires Lo-
pes; 2.º Secretário, António
Gaspar; Vicelº Secretário,
Joaquim Alves Filipe; Vice-2.º
Secretário, João Martins da Sil-
Vva.

Conselho Regional — Presi-
dente da Direcção; Oleiros, Dr.
António da Silva; Proença-a-
Nova, Eng.º António Cardoso;
Sertã, Dr. Manuel Farinha da
Silva; Vila de Rei, Dr. João Ger-
mano Neves da Silva.

ireeção — Presidente, Dr.
José da Mata Vaz Serra; Vice-
-Preêsidente, Durval do Rosário
Marcelino; 1.º Secretário, Fer-
nando Marques; 2.º, Adalberto
Ferreira Barreto; “Tesoureiro,
Francisco Martins “ Fernandes;
1.º Vogal Janwário José de
Moura; 2.º, Jaime Amaro Men-
des Barata; Vogais Suplentes, An-
tónio Nunes dos Santos, Floria-
no Manso de Brito, António Fer-
nandes Gomes, Aníbal da Cruz
Barata, José da Conceição Cos-
ta e Silva; Relações Públicas,
Aníbal Ribeiro da Silva.

Conselho Fiscal — Presiden-
te, Reinaldo de Jesus Costa; 1.º
Secretário, Virgílio da Costa e
Silva; 2.º Secretário, . Homero
de Deus Garcia; 1.º Vogal, Ar-
mindo Rufino da Silva ; 2.º, José
da Costa; Vogal-Suplente, Dia-
mantino Albino da Silva, José
Dias da Silva e António Mendes.

Página 3

0 Troviscal de quando em vez

Continuação da 1.º página

eficiente como o Departamento
que dirige actuou, não teriamos
neste momento o grato prazer
de ver em vias de concretização
uma das maiores aspirações das
gentes desta região».

Ao senhor João Delgado, en-
tão Presidente da Junta de Fre-
guesia de Troviscal, escreve: —
«Sabendo nós quanto lutou para
o facto ora vivido, causa que
tanto o ocupou e também tan-
tas vezes o angustiou, aquando
presidia aos destinos da Junta
de Freguesia do Troviscal, e, se
não fora a forte persistência,
em defesa, aliás de encontrar
uma solução justa para o tra-
çado dessa estrada, conseguindo
por benéfica teimosia, galvani-
zar vontades e forças para que
fosse ouvida a voz da razão,
não teria hoje a consciência
tranquila do dever —cumprido
que culminou, graças a Deus,
com a suprema decisão que as-
sentou na mais bela, nobre e
legítima justiça».

Ao jornal «A Comarca da
Sertã» agradece a colaboração
prestada e recorda a acção de-
senvolvida pelo saudoso Eduar-
do Barata, seu fundador, que,
há trinta anos, pugnou pelo me-
lhoramento —“cuja construção
agora se iniciou.

Ao nosso jornal, «O Renova-
dor», diz a Ala Regionalista da
Freguesia do Troviscal: — «Ão
iniciar-se a construção da E, N.
n.º . 238, entre Cruz do Fundão-
-Oleiros, no troço compreendido
entre Troviscainho e Mosteiro
de Oleiros, não pode a Direcção
da Ala Regionalista da Fregue-
sia do Troviscal olvidar o con-
tributo dado pelo jornal que V.

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Ex.* dirige, para que o facto ora
verificado fosse uma realidade.

Deste modo, cumpre-nos su-
blinhar essa destacada acção e
reconhecê-la como relevante e
muito válida em defesa dos in-
teresses da região que, comu-
mente, nos propomos defender».

A Ala Regionalista da Fre-
guesia do Troviscal agradeceu
às entidades acima referidas, a
relevante acção que tiveram
para que se concretizasse o an-
seio já antigo de muitas povoa-
cções e dois concelhos princi-
palmente, Sertã e Oleiros.

E, porque o Presidente da Di-
recção da Ala é o grande re-
gionalista, José Barata do Alto,
não refere aquela agremiação
a prestimosa acção havida por
ele para o mesmo fim. Mas en-
tendemos que a não deveríamos
calar, pois cometeríamos uma
injustiça.

Embora involuntariamente,
talvez a Direcção da Ala haja
dado menor relevo a certas ac-
tuações ou por as não conhecer
ou por lhes atribuir menor inte-
resse. Mas a História é feita de
pequenas ou grandes injustiças,
que só a satisfação da consciên-
cia e do trabalhar para o Bem
Comum pode compensar.

Sublinhemos, no entanto, com
aplauso e muito justamente o
gesto da Ala, vincando para a
posteridade os homens e enti-
dades que julgou dignos de ficar
na pequena história do troço
da E. N. 238 entre Cruz do
Fundão e Mosteiro.

Esclarecemos que o referido
troço se designa por E. N. n.º
238, sendo a E, N. n.º 238-1 a
que liga Cruz do Fundão à E.
N. n.º 350, no Alto da Cava.

AGUARELAS

Continuação da 1.º página
pa nenhuma, porque não é preciso,
— eNão é preciso? Fiam-se então
na boa memória?!»> — «Nem isso.
Essas bagagens entregues, são-no
de uma vez para sempre. O que o
senhor leva lá para dentro, com
isso fica para toda a eternidade e
echega-lhe para ela. O que aqui dei-
vna, cai novamente para a terra
ou para as mãos dos seus herdei-
TOS Ou para o fisco ou até para as
mãos de ratoneiros, Mal o senhor
entre essa porta para dentro nós
varremos isso tudo lá para baixo.
Algumas dessas malas que o se-
nhor ai traz já aqui passaram vá-
Tias vezges e voltaram pelo mesmo
caminho. O senhor é que já não
volta!s O meu homem arfava e
suava imitando-me. Por fim sem-
pre conseguiu alentos para pengun-
tar: — «Mas então eu não posso
ao menos levar nada, nada? E cer-
to que lá nos cinemas, de todo em
todo, só não deixavam levar as
bengalas com medo talvez a desor-
dens e à alevantes contestativos,.»
— O senhor leva consigo mais do
que julga, disse o homem da bata
branca que afinal, ia eu perceben-
do, era um anjo. O homem ficou
a modos embaçado a olhar sem
compreender. — «Tudo aquilo que,
em longos anos, o senhor fez na
terra com recta intenção e em nome
de Jesus Cristo — tudo isso o leva
consigo e ninguém lho pode furtar.
Até o que aá dentro dessas malas,
fechado com boa chave, se encon-
tra, o senhor o leva.

O que estiver, porém, maculado
pela baba da avareza, da ambição,
do orgulho, da vaidade, da intriga
e da inveja — isso é varrido á
para baixo e nem sawdades mere-
ces. O meu homem pestanejou ma-
neiras e ao ouvir-se citado lá den-
tro entrou na sala fechando &
porta. E então aquelas malas &
pastas e rouparia, com grande es-
tardalhaço, cairam pelo espaço &
eu acordei estremunhado e um na-
dita angustiado. Deixo-vos aqui o
meu sonho, queridos leitores do Re-
novador, e se encontrardes as ma-
Tlas do homem podeis ficar com elas
se não aparecer legítimo herdeiro…

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

O RENOVADOR

16 de Março de 1974

ABASTECIMENTO ESCREVEM OS NOSSOS LEITORES
E SUBIDA DE PREÇOS

Como habitualmente, na pas-
sada semana, a conferência de
Imprensa realizada no Ministério
da Economia, sobre problemas
relacionados com o abastecimen-
to de produtos essenciais e o au-
mento do custo de vida, procu-
rou esclarecer o público sobre o
que se passa nestes campos. Os
dois temas de interesse mais ge-
ral foram a falta de óleos alimen-
tares e a criação de bovinos pa-
ra abate.

Sobre este último tema, disse
o informador oficial do Ministé-
rio da Economia:

«Não há desinteresse dos pro-
dutores pela criação de gado bor
vino para abate. A prova é que
em 1973 se registou um aumen-
to de oferta de 7 300 toneladas,
correspondente a cerca de 10
por cento. Este facto permitiu sa-
tisfazer um aumento de 7 por
cento no consumo com uma li-
geira redução na importação de
carne congelada.

«A instalação de unidades de
acabamento e de engorda, em
número aproximado de 250 é um
indicativo de interesse da lavou-
ra pela produção intencional de
carne. Por outro lado o efectivo
bovino leiteiro registou, em 1973,
um acréscimo aproximado de
20 000 cabeças, relativamente a
1972. O gado bovino de carne
comercializa-se em regime de
mercado livre a preços conside-
rados compensadores não che-
gando mesmo a funcionar o me-
canismo de «garantia de preços
mínimos.»

ÓLEOS ALIMENTARES

Interrogado sobre se o quase
desaparecimento de óleos vege-
tais no mercado se liga à carên-
cia de produção ou anuncia uma
subida dos respectivos preços, o
Dr. Herlander Duarte respondeu
ter-se verificado um alargamento
da venda de óleo no mercado,
do período de Outubro a Janei-
ro, que excede os 17 por cento
do acréscimo em relação a pe-
ríodo homólogo do ano anterior.

«Todavia — acrescentou —
deverá referir-se, em Janeiro, a
paralização de uma unidade fa-
bril do Norte do País (por cau-
Sas internas) e uma avaria no

E

departamento de engarrafamen-
to de uma unidade da zona de
Lisboa, que influenciou as ven-
das efectuadas naquele mês, e
que não permitiram manter o
elevado ritmo de acréscimo ve-
rificado no último trimestre do
ano findo (21 por cento).

A retomada de laboração des-
ta última unidade permitiu refor-
çar-se o abastecimento no mês
de Fevereiro, embora a procura
excepcional do produto tenha
continuado a provocar a sua es-
cassez junto do público consu-
midor. Procurar-se-á reforçar ain-
da mais, no corrente mês, esse
abastecimento, uma vez que se
dispõe de matérias-primas. Com
efeito, as existências de semen-
tes oleaginosas e óleos no País,
e as importações de sementes
já contratadas pela indústria per-
mitem assegurar o abastecimen-
to até final do 1.º semestre do
corrente ano, com larga margem
em relação aos consumos habi-
tuais. E, no próximo mês, far-se-á
o plano de aquisições para o 2.º
semestre.

«O próprio Instituto do Azeite
e Produtos Oleaginosos, dentro
da sua função supletiva que lhe
compete, no abastecimento, e
com vista a assegurar acrésci-

(Continua na 2.º página)

Suíça, 14-2-7h.

QUEM É O CULPADO?
Senhor Director de «O Renovador»

Não sou assinante deste jornal mas
leio-o todas as semanas; gosto imen-
so de o ler, aliás qualquer jornal,
sobretudo quando se trata de notícias
relativas aão desenvolvimento do nos-
so poís.

Entretanto, «O Renovador»> n.º 205

Nascimento
na Holanda

No dia 3 do corrente, na Ma-
ternidade do Hospital Juliana, ci-
dade de Amesterdão, deu à luz
uma menina a Sr.º D. Francília
Trigueiro Alves Lopes, esposa do
Sr. José Augusto Lopes. Os fe-
lizes pais são naturais de Esto-
rãos (Ponte de Lima) e Madeirã
e residem nesta cidade de Ames-
terdão.

A recém-nascida é neta pater-
na do Sr. Augusto Lopes Barata
e da Sr.º D. Emília dos Santos
Lopes, da Madeirã, e materna do
Sr. José Alves (falecido) e da
Sr.º D. Matilde Trigueiro (Esto-
rãos, Ponte de Lima).

Felicidades para o bebé e para-
béns aos pais e avós.

ENSINO LICEAL

Dispensa

de exame

do Curso Geral

«O ministro da Educação Na-
cional determinou a promulgação
de algumas medidas experimen-
tais sobre dispensa de exame do
curso geral do ensino secundá-
rio liceal que, em síntese, são as
seguintes:

1 — São dispensados de exa-
me do curso geral dos liceus os
alunos internos dos liceus, sec-
ções liceais e escolas oficiais ou
oficializadas que tenham obtido
média geral do ciclo igual ou su-
perior a 12 valores e média não
inferior a 10 valores no último
ano do ciclo a todas as discipli-
nas.

Vai ser pavimentada brevemente
a Estrada Municipal

de Várzea dos Cavaleiros a Ermida
na extensão de 9 lm

Por comunicação particular
recebida pelo senhor Presidente
da Câmara Municipal da Sertã
e datada de 4 do corrente o
Senhor Ministro das Obras Pú-
blicas exarou o seguinte des-
pacho: «Peço que se el
proposta de comparticipação, de
acordo com a Câmara Maunici-
pal, para a pavimentação da Es-
trada Municipal n.º 538-1 e do
Caminho Municipal 1166. 2?26-
-2-74. Rui Sanches».

A E. M. 538-1 é a que segue
do Vale do Pereiro para Cruz

do Seixo. E a E.. M. 538-1 a que .

vai do Alto das Fontainhas, à
Ermida. O C. M. 1166, é o que
liga Várzea dos Cavaleiros até
à E. M. 538, no Alto das Fon-
tainhas.

As vias a pavimentar, são,
portanto, os dois troços, desde
a Várzea dos Cavaleiros ao Alto
das Fontainhas e daqui até à
sede de freguesia da Ermida.

O Caminho Municipal n.º
1172 entre Ermida e Casta-
nheira, na extensão de 2 km
será também pavimentado, mais
tarde. O respectivo projecto que
se encontra em remodelação,

por virtude de estar desactuali-
zado incluirá uma ponte. Espe-
ra-se que o engenheiro encar-
regado da tarefa o tenha pronto
quanto antes, e, para isso, se
têm desenvolvido várias dili-
gências da parte da Câmara
Municipal.

Cumpre-nos destacar a im-
portância deste despacho que
vem abrir perspectivas muito
próximas de melhoria nítida de
comunicações, na extensão de
9 km para uma zona onde os
aguaceiros de inverno tornavam
difícil o trânsito pela estrada
apenas terraplanada que se de-
senvolve naquela distância.

Ao darmos esta.agradável
notícia que tanto irá alegrar a
população de toda a freguesia
da Ermida, do concelho da Ser-
tã, não podemos esquecer as
entidades e pessoas que, de vá-
rios modos interferiram para
que se obtivesse tão importan-
te melhoramento: — A Câmara
Municipal, a Junta de Freguesia
da Ermida, e alguns particula-
res entre os quais salientamos
a Ex” Senhora D. Isabel.

2 — São dispensados de exa-
me de uma das secções do cur-
so geral dos liceus os alunos in-
ternos dos liceus, secções liceais
ou escolas oficiais ou oficializa-
das que, no conjunto das disci-
plinas que constituem a respecti-
va secção, tenham obtido no ci-
clo média geral igual ou superior
a 12 valores e no último ano mé-
dia não inferior a 10 valores em
todas as disciplinas dessa sec-
ção.

3 — Em qualquer dos casos
podem os alunos dispensados
requerer prestação de provas de
exame, se o desejarem.

4 — Gozam ainda da regalia
de isenção de exame os alunos
que não tenham reprovado em
alguns anos do ciclo.

5 — Não poderão beneficiar do
disposto em 1 e 2 os alunos que,
pelo seu comportamento no úl-
timo ano do ciclo, tenham sofri-
do, mais que uma vez, sanções
disciplinares superiores à pena
3.º referida no artigo n.º 375 do
Estatuto do Ensino Liceal (De-
creto-Lei n.º 35 508).

6 — Aos alunos prov’ndos do
ensino particular e que frequen-
tarem o ensino oficial, pelo me-
nos no último ano será aplicável
o disposto em 1 e 2, consideran-
do as notas obtidas pelos mes-
mos em todos os anos do ciclo,
desde que os obtidos no ensino
particular tenham sido devida-
mente registados nos liceus cor-
respondentes.

7 — Nas classificações e mé-
dias referidas conta-se sempre
como uma unidade a fracção não
inferior a 5/10.»

Amigos de
O Renovador

Pagaram 150$00 pela sua as-
sinatura do nosso jornal os nos-
sos amigos naturais de Pedró-
gão Pequeno, senhores António
Dias Barata Salgueiro e Antó-
nio da Cruz Barata, residentes
em Lisboa.

Os nossos agradecimentos.

do 9-2-74 faz-me pensar que os cro-
nistas de certos jornais ainda se de-
dicam a escrever para os homens de
letras esquecendo a maioria que ape-
nas teve possibilidades de frequentar
a escola primária.

Neste número apareceu uma notí-
cia que tinha sido pwblicada no jor-
nal inglês «Surrey Comet> em que a
palavra «marxistas> a caracteriza.

Esta notícia foi lida com bastante
entusiasmo por um grupo de dez
amigos que passaram uwuma tarde co-
migo. Apercebendo-me do interesse
que reinava, senti curiosidade de sa-
ber se todas estas pessoas sabiam o
significado desta palavra: mas de tal,
ninguém ttinha a mínima ideia.

Com os meus respeitosos cumpri-
mentos

Manuel Pereira

APESAR DE JÁ NÃO IR A
ESSAS LINDAS TERRAS
HÃ 15 ANOS SINTO O CA-
LOR TRANSMITIDO PELAS
NOTÍCIAS NO VOSSO E
MEU RENOVADOR

Lobito, 15-2-74
Ex.Ӽ* Senhor
Director do jornal «O Renovador»>

Venho por esta agradecer-lhe e
pedir-lhe desculpa do meu atraso no
pagamento da assinatura, pois aqui
em Angola os escudos metropolitanos
são escassos e de muita percentagem.

Mas, custe o que custar, estow sa-
tisfeito com as vossas notícias. Ape-
sar de já não ir a essas lindas terras

(Continua na 2.º página)

CASAMENTO

Com luzido brilhantismo, rea-
lizou-se no passado dia 2 o ca-
samento da Ex.Ӽ Senhora D.
Isabel Pinto de Campos com o
sr. Armindo Nunes Luís.

A noiva, filha da senhora D.
Alice Pinto de Campos e do sr.
Casimiro Martins Pinto de Cam-
pos, é natural de Lisboa.

O noivo é filho da senhora
D. Maria Rosa Nunes, natural
de Palhais, e do sr. Manuel Luís,
natural de Vila de Rei.

A cerimónia religiosa foi ce-
lebrada na Igreja de N.º S.º de
Fátima, em Lisboa, presidida
pelo Rev.º Padre Elias Manso,
que na altura própria, proferiu
breve alocução aos noivos sobre
o significado litúrgico do acto.

Muitos convidados. Parte de
localidades da nossa Comarca,
nomeadamente de Vila de Rei,
onde o noivo é natural.

Muitos familiares e amigos,
cujo convívio breve se estabele-
ceu por largas horas durante o
abundante e bem confeccionado
copo-de-água, que lhes foi servi-
do por conceituada Firma da
especialidade da nossa Capita.

Agência
do Banco
Nacional
Ultramarino
na Sertã

‘O Administrador do Banco Na-
cional Ultramarino, Dr. Camilo Si-
mourdain de Oliveira, acompa-
nhado do Director do mesmo
Banco, Dr. Fernando Pinto Me-
rino, estiveram, na passada se-
mana, de visita à Agência do
B. N. U. na Sertã.

Novos
Assinantes

Honraram-nos com a sua en-
trada para a família de «O Re-
novador», como assinantes, mais
os seguintes amigos:

Serafim da Conceição Martins,
de Charneca do Lumiar, Lisboa;
Alberto Gomes Sequeira, de Lis-
boa, ambos remetidos pelo nos-
so estimado assinante, José Al-
berto da Silva; António Martins
Bento, de Luso, Angola, enviado
pelo nosso amigo, Manuel Fari-
nha da Silva, de Cuemba, An-
gola; António Alves Cardoso, de
Lisboa; Vasco António da Silva
Costa, da Amadora; Mário dos
Reis, de Cimo da Ribeira, Ser-
tã; Dr. Amaro Farinha Ribeiras,
de Luanda; Amaro Farinha ,de
Vila Pery, Moçambique; Vítor
Manuel Nunes Carvalho, de Lis-
boa.

Pela noiva, foram padrinhos
seu Pai sr. Casimiro Martins
Pinto de Campos e a sr. D. Ma-
ria Amélia Macieira.

Pelo noivo, o sr. José António
Caetano Pinto e a sr.º D. Be-
nilde Tavares de Figueiredo.

Presente também a simpática
avozinha do noivo, a sr.º D. Ma-
ria Rosa.

Houve animadas citações às
nossas terras, recordando sau-
dades dos tempos passados, num
ambiente alegre e festivo que
perdurou até ao final, que mui-
tas horas foram.

Muito felizes, sempre sorri-
dentes às partidas da praxe que
lhes fizeram, os noivos segui-
ram em viagem de núpcias para
o norte do País.

Desejamos-lhes
felicidades. (E.).

O jubileu
do Ano Santo

na Freguesia
da Sertã

Sua Excelência Reverendíssi-
ma o senhor Bispo de Portale-
gre e Castelo Branco conside-
rou o Santuário de Nossa Se-
nhora dos Remédios com os
mesmos privilégios de Sé Cate-
dral para efeitos de recebimen-
to das graças do Ano Santo Ju-
bilar.

Por este facto, na passada
semana, celebrou-se em toda a
freguesia, dividida por zonas, a
preparação para o jubileu que
se verificará amanhã, dia 17 de
Março, naquele Santuário com
a presença episcopal.

Houve pregação e confissões
nas capelas de São Facundo,
São Domingos, Outeiro e Cal-
vos, Nossa Senhora dos Remé-
dios e Igreja Matriz da Vila.

Várzea
dos Gavaleiros

O LUGAR DE OUTEIRO
ELECTRIFICADO

De colaboração com os pró-
prios habitantes, que contribuí-
ram com 30 contos para o efei-
to, acaba a Câmara Municipal da
Sertã de proceder à electrifica-
ção do lugar do Outeiro, a 500
metros da sede de freguesia.

Cumpre pôr em relevo a cola-
boração prestimosa dos particu-
lares com o Município, no senti-
do de acelerar o progresso das povoações.