Voz da Beira nº112 26-02-1916
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ANO 3.º
REDATOR PRINCIPAL:
mos Pires
– ADMIRISTRADOR E EDITOR:
RO Eudio, Fretpisihoss.
Redação e dldministração:
Buu Dr. Santos Valgnte
CERTÃ
‘ SEMANARIO INDEPENDENTE
Assinaturas E
Anno, 15200 réis; Semestre, 600 réis
Brazil, (fracos) 55000 rs. Avulso, 30 rs.
Propriedade da Empreza da Vox da Beira
A CRISE
Está-nos a bater á porta com
uma insistencia aterradora a ques-
tão das subsistencias.
O que hontem ainda poderia
parecer uma questão de estudo ou
de mera prevenção, é hoje, na tris-
“te realidade das cousas, um pro-
blema atual, cuja incognita se tem
de procurar por todos os modos €
feitios.
| Não ha negal-o, À questão che-
gou no seu auge,
A falta de carnes para consumo
“veiu pôr o seu remate de terror na
triste situação que ha tempos se
“vem desenrolando no paiz.
A nós nos parece que o mal,que
agora, se vem apresentando sob
um aspecto tão grave, já vem de
longe e deveria estar previsto pela
. administração superior do Estado.
N’um paiz, onde em anos normaes
-era necessario importar numero-
sas cabeças de gado para ocorrer
ás deficiencias do consumo, não
se deveria permitir que se matas-
sem indiferentemente bois e vacas,
e peior ainda que se estragasse a
-Muior parte da criação, durante O
periodo do leite.
As vacas deveriam ser poupa-
das á chacina, para promover a
procriação e povoar o paiz, por
partes ainda alheio a este ramo de
cpetuaria.
ú regue ilaolon ly cost dêmreséto,
posto em pratica na nossa colonia
de Moçumbique, por imitação de
processos do que se faz nas colo-
nias inglezas do Cabo, Natal é
“Pransvaal.
“Vão grande é a proteção que
ali merece a criação de gados e
“tão apertadas ordens estão dadas
n’este sentido, que só em casos es-
peciaes de epizootias destruidoras
se consente que se abatam femeas,
para o que se requer uma autor-
sação especial,
– N’este ponto, diga-se a verdade,
as colonias excedem em tato admi-
nistrativo os goveinos da metropo-
te; que, mesmo durante a erise que
se vem desenhando desde o comes,
ço da guerra, não teem impedido
a destruição cega e inconsciente
que se tem operado nas vacadas.
O resultado é o que se está ven-
do, e o que ainda se não vê…
porque, a continuar-se assim, caro
“custará depois a repovoar os nos-
sos campos, Tem-se destruido ix-
refletidamente e sem criterio as
“fontes de riqueza pecuaria nacio-
“nal, que depois levará longos unos
DEFEZA DOS INTERESSES DA COMARCA DA CERTA
PUBLICA-SE |
COMPOSTO E IMPRESSO -NA MINERVA CET)
DE GADOS
a colocar no mesmo pé em que,
a tinhamos.
Tão imprudentes fomos n foste
ponto que, sabendo não possuir
mos rezervas para as exigencias
do consumo, ainda deixamos sahir
para fóra quantiosas importancias
em gado. Hoje os vendedores po-
derão ter dinheiro, mas terão difi-
culdade em obter um dos generos
mais necessarios á vida,
N’estas condições, a situação,
que se nos antolha, não é nada
abonatoria do bem estar do paiz
e muito menos do criterio que tem
presidido aos exforços para debe-
lar a crise. . :
A fome, como um enorme cons-
tritor, lançou seus elos á roda da
arvore nacional e não ha ahi já
exforço humano que consiga de-
senlaçar as suas pelas,
Aproxima-se a epocha das gran-
des sementeiras de primavera—
do milho, feijão e batuta e então
veremos, pela grande fulta de ga-
do delavoura, a dificuldade que ha-
verá para revolver us campos flo-
ridos,
Deixar-se-hião vor semear ante
o exagero dos salarios provocados
pela procura de braços em substi-
tuição das juntas? Mas uma Bse-
gunda questão, filha da primeira
e mais grave do que ela, virá jun-
tar-sejn tantas ontras que nos afli-
potengiar cer aocabandono agricola.
Não queremos ser pessimistas
com estas considerações, mas tão
sómente apontar um mal que ha
muito devia estar remedindo pela
simples previsão dos factos.
A falta de gados, que agora co-
meça de se manifestar com uma
repercuvsão tão intensa que vae
desde o fornecimento dos talhos
até à questão dos transportes e da
lavoura, é grave sob qualquer dos
aspectos que se considere.
Negal-a ou desprezal-a, depois
da imprevideneia com que por tão
maus caminhos se conduziu até es-
te ponto agudo, será crime de Jeza
patria,
er
NAVIOS ALEMÃES
O governo resolveu tomar à sua con-
ta’os navios alemães ancorados no nos-
so porto, por efeito da guerra, aplican-
do-os ao lransporte comercial entre as
colonias é a metropole.
Em boa hora o laça, mas ha quem
diga que ao paiz custará caro este ges-
to, tanto mais que os fretes agora estão
caros e as companhias proprielarias Le-
rão tempo alé à paz & «ui de ir soman-
do O aluguel diaio.
OS SABADOS
DA DB RAMALHOSA & VALENTE — CBRTÃ
Deposito das aguas
Chamamos a atenção de quem com-
petir para o estado imundo em que se
encontra a entrada do deposito das
aguas,
Se providencias não forem tomadas,
não nos havemos de admirar que a
epidemia dos typhos se gereralise entre
nós.
E’ ver e providenciar, sob pena de
estarmos a consumir diariamente agua
impropria.
A estrada, que ali é mais alta, deixa
escorrer para aquele lado inferior a la-
ma e enchurro das chuvas, e junto à
porta, aproveitando a rinterancia do
córle, alastrasse i e
que com certeza
debaixo da porta e atravez do terreno,
pondo-se em contacto com aptas
Julgamos que aquele bairro ar fai
parte da vila e como lal estã sujeito ão
regimen da vassoura municipal, mas se
assim não fôr. apontamos O caso ao
Delegado de saude para que exija o
paros que a gravidade do caso recla-
ma.
A plantação da vinha
O deputado sr. João Gonçalves vas
apresentar ao parlamento um projecto
de Jei restringindo a plantaça vinha
no paiz. Esse. projecto ‘é ciaborado so-
bre os parceres que solicitou à cerca do
Ran dos syri is e das
Pai “post bes
Sana Portugal e Brazil
O congresso Drazilelro, por solicita-
ções da camara portugueza de comercio,
decreton a elevação do limite de peso
a cinco kilos para as encomendas pos-
taes originarias ou em lransito por Por-
lWwgal, equiparando assim esse serviço
ao de outros paises.
Ixames especines de
instrução primaria
Foi aprovado na Camara dos Depnta-
dos um projesto de lei permitindo exa-
mes de intrucção primaria elementar é
complementar (1.º e 2.º grau) num só
acto fóra da epcea regulamentar, aos
individuos que possuam idoneidade pa-
ra concorrer a empregos publicos e
lhes falte apenas a referida habilitação
Carnes verdes
Desde sabado passado, inclusivé, que
o nosso talho se não tornou a alyir pa-
ra o fornecimento de carne de vaca é
chibato.
Gado caro, dificuldade em o olter e
fraco consumo laes são as razões que
os fornecedores alegam para esta abs-
tenção.
Se assim é. temos todos que nos pre-
veniv, pela melhor fórma f ivel, para
UCOlrel da vAigUnCias Uu cza.
Anuncios
Na 3.º e 4.º paginas cada linha, 30 réis
Noutro logar, preço convencional
Annunciám-=se publicações de que se
receba um exemplar
Nac se restiluem os originaes.
Cabritos
Vimos e aplaudimos as providencias
tomadas pelo sr. administrador do con-
celho coutra os agambarcadores de Uu-
britos.
E” de jnstiça que assim se proceda
em defeza do abastecimento do publico
que apenas compra por necessidade é
não por negocio.
Ainda outra medida que convem lo-
mar e para que aqui chamamos a
ulenção, é a prohibição da venda Je
femeas no periodo da lactação, como
prevenção contra o despovoamento de
gados da região.
&” preciso não atender apenas às
grandes cousas; porque às vezes nas
pequenas, como mm acessiveis e do
“untato do poxo, se esconde a incoghita
do grandes problemas que afetam 0 sei
bem estar.
Prohibindo «a Ê
exportação
O ministro das finanças determinou
que os objectos, mercadorias e sucatas
de ferro, aço, estanho, zinco, latão, e
cobre, bem como o bronze, chumbo,
antimonio, qualquer que seja o seu es:
tado, em barra, em liga, em obra ou
em sucata, não devem ser exportados,
salvo especial consentimento do gover-
no:
Voluntarios vportugucas
Segundo uma nola, é a seguinte a
lista dos portugueses mortos:
Batalha de Arras, 9a ff de maio de
1915—”Vederico Augusto Castelo Branco,
Manoel de Sousa(w), Angusto Ferreira da
Fonseca, Manoel de Lima, Manuel Si
mões de Carvalho, José Fernandes de
Oliveira, e Anastacio Peixoto,
Batalha de -Champangne, 25 a 20 de
ae) de Carvalho
eira, Galvão (w),
José
setembro de 1915.
José Fernandes d’Olivi
mel Simões de Carvalho (x),
Pires de Figueiredo, Eleuterio Ghr
mo dos Santos, Telmo do Nascimento
Correia,
Servia, 25 à 28 de dezembro de 1915
— Joaquim d’Oliveira Palina (x), Theo-
doro du Cunha Prazeres (4), Francisco
da Silva Mano (x), Hipolito Augusto do
Nascimento (+),
Os nomes que (eem asterisco (x) são
aqueles que receberam condecorações
pelos seus feilos em combate.
Milho
Segundo as ultimas noticias vindas de
Lishoa, já o a caminho do Tejo al-
guns vapores carregados de milho, pros
veniente das nossas colónias, onde, se-
gundo se diz, houve grande abundancia
deste cereal na ultima colheita.
Oxalá que essas notícias se confirmem
paia benulicio das clusses pobres.es.
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Capela de Santo Amaro
Para tratar da testauração e
“conservação deste vetusto templo,
pensa-se em corganisir ama co-
amissão-que angarie donativos e dê
«começo-ás obras.
Havendo já uma oferta impor-
“tante-para este fim, é possivel que
moxasemolas surjam e que se jun-
te a importancia precisa para que
-a capela fique digna da ideia que
“xepresenta e da vila.
* Não fultarão entre os catliolicos
pessoas de generosidade e de de-
voção para prote gerem tuma obra
«que la tanto tempo se impõe e que
até agora tem sido à pedra de es-
-«candalo pelo despreso a que foi
alegada.
De pequenas esmolas se faz
grande meulheiro, e é com as es-
molas &e todos, grandes ou peque-
nas, que a comissão espera renhi-
zur os melhoramentos que a cape-
Ja precisa, e sem os quaes em bre-
we serúum montão de minas.
Incuria imperdoavel seria que
por falta de iniciativa se deixasse
anutilizar um velho templo, de ar-
-chitetura simples é verdade, mas
grande na tradição piedosa de
muitas gerações que por ali des-
fiaram a sua epopeia de dôr e so-
filjmento.
Nos retabulos que ali estão pen-
«lentes e nos utensilios de fractu-
zas e paralizias de membros, que
«a piedade christã ali deixou em
testemunho do alivio encontrado,
«se vê quanto a capela é concorrida
ma invocação de Santo Amaro.
Injnstiça seria pois que se fizes-
se vexame no espirito religioso do
povo, privando-o por abandono ou
por violencia duma invocação tan-.
to da sua fé.
A par disto, a vila, que para ali
se começa a expandir na construc-
«ção dam bairro novo, não está tão
furta de construcções que possa
«lesprezar as existentes. À capela
«que ali está isolada, e que tão jus-
“tamente lhe dá nome, deverá ser
considerada como centro de novas
construeções que ali se venham a
fuzer, rezervando-lhe’ em volta
uma pequena area de terreno para
‘desafogo das cerimonias de Bgre-
ja Dlorvado wo pablicas traballio
estamos a ver a transformação
que por aquele lado passaria a vi-
Ja na sua entrada principal, Aca-
baria o velho muro do cemiterio,
da estrada nacional salúiria uma li-
gação para a estrada de cjnia, o
terreno adjncente seria vendido.
em lotes para casas com pequenos
qurdins nas trageiras e um novo
bairro surgiria em poucos anos
ulegre e msonho a dar o grito de
bemvindos a todos que nos visi-
tam.
A Voz da Beira que, querendo
muito no progresso da sum regiio,
não esquece o que deve á sua ter-
va para a tornar bela e digna da sun
categoria, de bom grado põe as
suas paginas ao dispôr da comis-
são que se organisar para este
efeito. –
ADUBOS organ!-
Susas de TD k,
Cos puros “e 2310
A” venda nús casas:
EM. Antunes & Cº e DURA João
cia diva carvalho-Oers à
STEo
Mria de Lourdes
Faleceu na segunda feira a me-
nina Maria de Lourdes Pires, ex-
tremoza filia da sr.* D. Amalia Pi-
rese do sr. Fructuoso Pires, nos-
so companheiro de redacção.
A dofeliz menimn que apenas
contava dez avos de idude, e que
com suas meiguices era o enlevo
dos pais e dos irmãos, deixa no
ambiente familiar daquela casa um
vacuo imenso, taes eram os seus
encantos e fantos eram as suas
boas qualidades de filha.
Flor em botão sacudida pela
aragem da morte quando o mundo
lhe começava a sorrir de esperan-
ças e iluzões, leva ainda arrecada-
das no seu seio infantil todus as
fragrancias da vivtude e do amor.
Nem uma só petala se lhe per-
deu no vicejar da vida que para |
l
ela era ainda o misterio eo des-
conhecido.
Anjo vindo ao mundo, como an-
jo parte aos cens, levada nas azas
candidas da inocencia propria e
das orações dos que a conheciam.
— Eu via pobre Lourdes no seu
leito mortuario; levou-me ali um
piedoso dever de parentesco espi-
ritual, e achei-a linda na sua mor-
talha branca de seda, a que as
flores na sua maior variedade de
lírios, rozas e martyrios davam
uma alvura desusada e impressio-
nante.
Oh! Quão bom é morrer assim
cercado de saudades e bafijado das
bençãos dos que nos conhecem!
No cortejo funebre incorpora-
ram-se individuos de todas as clas-
ses além dum erescido grupo de
senhoras que fazia sequiro ao cai-
XÃo, coisa raras vezes vista em atos
desta natureza,
Tomou tambem parte no acom
panlumento a sr! Conceição
Baptista, distinta professora do
sexo feminino, com todas as meni-
nas da escola de que a falecida era
aluna, conduzindo bouquets de flo-
res naturaes,
Inpossivel se nos “torna; pelo
pessohs que assim souberam: mins
nifestar a sua simpatia pelos pues.
O fevetro foi conduzido no carro
do Monte-Pio e às fitas pegavam
alunas da escola, companheiras da
falecida.
Subre o caixão foram depestos:
um mimoso ramo de flores artifi-
ciais com a seguinte dedicatoria:
Eterna saudade da sua professora
e discipulas, e duas coroas, uma,
da menina Ruth Valente com a se-
guinte dedicatoria: C7 nossa boa
condiscipula, e a outra da nsenima
Georgina Albino, com a mesma
dedientora.
Durante o tenjecto tosaram al-
ternadamente us dus plularmoni-
cas locaes.
A casa dos paes foi durante todo
o dia muito concorrida de enva-
Jheiros e senhoras que ali foram ás
condolencias de familia,
Anionio Nunes e dilva
— Faleceu na sexta feira, dis 18,
sendo enterrado no sabado, o se.
Antonio. Nunes e Silva, casado
com a sr” D Benvdicta Nunes e)
| Bilva, do
sta ya.
oa anos E data fá aos
E Straiçõe d’um ataque, motivo por-
que esteve pocos dias doente, e
deixa na osphandade dois filhos,
um meninoe numa menina,
O funeral foi bastante concor-
vido por pessoas de todas as cate-
gortas e no acompanhaniento ma –
corporou-se a philarmonica Patrio-
ta, de que o finado era socio pro-
SArAIn-se vindos tuimos.
A toda a familia enlntada na
pessoa da sr.” D. Benedicta Nunes
e Silva e dos srs. José Nunes e
Silva, João Nunes e Silva e José
Mivumda, enviamos 0 nossv cartão
de pezames.
E CIEBANILO
“POR UM OCULO…’
Bm consequencia do desgosto
que feriu recentemente o nosso co-
| lega sr.Proctuoso Pires, teve a
vista— Por um oculo—que se
gordo, no nosso Teatro, como te-
mos noticiado, de sofrer algumas
modificações, sobretudo no papel
que ia ser por ellé desempenhado.
Entretanto não perdeu o brilho
que a reveste e o novo interprete
st. Henrique Moura, a quem foi
confiada a substituição, hade fazer
salientar, pelas suas muitas apti-
dões, o seu papel de” compére.
Os ensaios teem continuado com
bastante regularidade e por isso
é de supôr que a revista seja posta
em cena com geral agrado da pla-
teta,
A «Tournée Lisbchense,» que
realizou no passado domingo a re-
cito. anunciada. deu-nos uma non-
te agradavel com o bom desem-
penho do seu programa.
Todos os numeros agradaram
ao publico não só pela interpre-
tação das cenas, u que D. Alexan-
drima Lencastre dava un. alto ve-
pressiva do seu jogo phisionomico,
mas/ainda pela leveza dos assum-
etquaçh pórscunpletos calheios de
cenas ou phrases escabrosas.
A casa que não estava nos dias
de maior frequencia soube prodi-
galisar bustos uplausos aos inter-
pretes entre os quaes se contavam
«alguns filhos de Serache.
AUDIENCIA GERAL
Teve logar no dia 23 do corrente,
no Tribunal Judicial desta comarca, à
audiencia para julgamento do rem Joao
Parinha, solteiro. da vila de Proença a
Nova, acusulo do crime de fogo posto
com o fun de renbar, facto que teve lo-
gar na mesma vila noídia 8 de Setemm-
bro ultimo.
Eram 12 horas quando
o Tribunal sob a presiqencia do intege
vimo Juiz sr, dr. Pernaúdo Maltozo,
presentando o Ministerio Publico o sr.
de. Luiz Leveno e estando a deleza con-
fiada ao donto advogado sr. dr. Albano
da Silva, Inqueridas É esouiihas da
acusação e deleza, tiveram logar os de-
bate ando da palavra a acusação e
a defeza que brilhantemente se honve-
vam no desemmpaiho da sua ardua mis-
são. J
O Juiy den o crime como provado
“pelo que lor condenado em 4
se constato
+ unos de
prisão celular seguidos de 8 de dogre-
| do car dílica, –
tectar. Para pegar às fitas organi-
levo de verdade com a mimica ex- |
Retivou já para Proença a Nova.
| depois de alguns dias de demora
na Certã, o sr. dr. Silva Faia.
—E esperado brevemente na
Certã, o st. Antonio da Costa e
sua familia.
— Regressou ao Pará o sr. J.C.
Martins Leitão.
— Estiveram na Certã os srs.
dr, Joaquim Alves Martins e Al-
bano Bareto, de Proença a Nova.
—Suiram para a capital os sis
Celestino Mendes e Demetrio da.
Silva Carvalho,
— Vem estado em Vilar os
Condes, o sr. Gustavo Bartholo,
digno secretario da Administração
d’este concelho.
— Esteve na Certã, o sr. Cone-
go Benjamim da. Silva, Vigario
Pro-capitular de S. Tomé e Prin-
cipe.
— Durante a semana vimos na
| Certã os nossos assignantes ses.
| project a ley ar á cena no domingo |
Antonio Pedro da Silva, David
Bernardo de Brito, Antonio Mar-
tins Cardoso, padre João Martins,
Abilio de Paz Medeiros, Maximo
Pires Franco, José Alves Correia,
Inacio Fernandes, José Ventura
dos Santos, João Carlos d’Almeida
e Silva, Antonio Barata d’Almei-
da, Antonio Valente e José Fiel.
Doentes *
Tem passado incomodado de
saude o sr. Joaquim Pedroso Ba-
rata dos Reis.
Tem sentido bastantes melho-
vas o menino Rogerio Marinha Lu-
cas.
Aniversarios
Fez anos:
No dia 22’a sr* D. Maria Mag-
dalena Correia e Silva e o sr. Edu-
avdo dos Santos Campino.
Faz anos:
No dia 1 demarço a st.* D. Izau=
ra Nunes da Silva.
Parabens.
— eme
OS ANTIGOS CAPELÃES
Estando o governona disposição
deligorilad dade alediepasição são
a situação material dos capelães
e outros ministros da religião cato-
lica que estavam adstrictos a esta-
belecimentos ou a serviço de esta-
do, tais como criadas, regimentos,
hospitais, asilos espensões, cuja sal-
vação será regulada em um diplo-
ma especihl pelo governo, que pro-
cutará dar destino a esses indivi-
duos nos proprios estabelecimentos
e serviços, como empregados de
secretaria ou como professores de-
vidamente fiscalizados; pela comis-
são central de execução da lei de
separação do. Estado das igrejas
foi enviada uma circular a todos
os ministerios pedindo seja enviada,
á mesma comissão central uma
nota dos capelães ou ministros de
religião catolica que no regimem
antexior áquela lei estavam ades-
tritos à quaisquer estabelecimen-
tos dependentes dos mesmos mi-
uisterios, devendo indicar-se o no=
me e idade dos mesmos, a data do
despacho ou decreto da sua no-
meação, sua actual situação, ser-
viços que estão desempenhando
e outros cargos publicos que ocu-
pau.s que ocu-
pau.
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25-2-D1G
Es
TON DA BEISA
Cartas abertas
O que se está passando na Ca-
mara Municipal d’este concelho, é
extrordimario.
Extraordinario sob todos os as-
pectos.
Ultrapassa. muito alem já, os li-
mites-da paciencia de todos nós
que com sacrificio pagamos as
contribuições, e vae alem dos limi-
tes da tolerancia, da rasouvel trim-
sigencia, emfim, da complacencia
dos que conhecendo os homens é
os vícios da sociedade, são no en-
tanto, quer queiram quer não, mais
ou menos influenciados pelo meio
em que vivem, sem contudo abdi-
carem dos sens direitos de cida-
dão e sem esquecerem os seus de-
veres: o que devem a si e aos ou-
tros.
* Porque me julgo no numero
d’aqueles eu venho como vereador
da camara, lavrar publicamente.o
meu protesto contra o que de imo-
ral, atrabiliario e eriminoso se vem
de ha tempos practicando n’aque-
la enrporação administrativa, que
mais parece um azilo, uma casa
bancaria, uma agencia de comis-
sões e consignações de certa poli-
tica que se propde apropriar-se do
concelho como se fosse res nullins,
quando é certo que o concelho é
constituido pelos municipes, que
teem direitos, que pagam e que exi=
gem dos seus mandatarios a maior |
honestidade na administração dos
dinheiros e interesses o lhes con-
fiaram. y
Eu não exagero!
Quem conhece o meu tempera-
mento que nem parece vivificado
pelo: sol de Portugal, sabs que
não sou um impuisivo. :
Mas, nem por isso, eu devo dei-
xar de cumprir o dever de dizer
aos meus concidadãos a verdade,
com toda.a frieza e consciencia;
sem paixões de especie alguma,
porque nasci no coração d’esta
boa terra portugueza, tão digna de
sorte melhor, que à louca insania
e a ambição criminosa de alguns
homens porfiam em perder.
Eu não exagero!
Os actos da actual camara, que,
vae para tres anos se arrasta na
feniiica de onlemasidprcendova sei
nobre e elevado mandato, esque
cendo a honrada missão que acei-
tou de zelar os interesses gernes
do municipio, demonstram á evi-
dencia o que afirmo.
Ali impera o arbitrio doentio ao
serviço duma coterie politica, que
antepõe os interesses puramente
pessoaes, aos mteresses sagrados
do publico. S
O codigo administrativo é o ca-
pacho daquela casa, onde tudo
anda pelo chão, emquanto se não
ultimam gabinetes luxuosos e retre-
tes commodas ul uso pessoal,
emquanto o povo ignaro, cá fóra,
– Se coça em dando gastricos, x
“Ah, a unica preocupação é faci-
itar a montagem da futura machi-
na eleitoral, da coterig amphibia,
dos donos de tudo isto, aproveitan-
do todas as peças, até as de dias
caras. Do vesto, das coisas. peque-
nas non curat Pretor. Não cura
“nem deixa tractar, a ellas aos cu-
“tros! DE So
de
k indo que,
não me negará a publicação dies-
tana Voz da Beira e d’outras
amigo redactor,
em que direi o que se tem feito na
camara, O que se podia e devia fa-
er:
À presidencia da camara enten-
de que não la assumptos a tratar:
eu entendo que ha, e muitos.
Ella encerrou os trabalhos, e
eu, ainda que com sacrificio, de-
sejo contiunal-os pelo que agra-
decido lhe fica o
Ernesto Marinha
Ao publicarmos esta carta cum-
pre-nos dizer que deglinamos toda
a responsabilidade que o seu con-
teudo possa acarretar, e que o fa-
zemos tão sómente emquanto não)
involver nota pessoal.
Esta tem sido a nossa norma e
d’ela nos não afastaremos.”
“Festa da arvore”
Está determinado que a festa
da arvore da nossa escola se faça
este ano no sitio da Fonte Branca,
junto 4 estrada nacional, pelas
duas horas da tarde.
Mais uma vez ainda ospitores-
ca sitio de S. João do Conto per-
deu no concelto a dar 4 festa e a
que aqui já nos referimos.
Carne barata
Infelizmente, uma das consequencias
da horrorosa guerra europeia é O pro-
gressivo e aterrador augmento de pre-
ços das substancias alimentícias, que
inquieta seriamente toda a gente.
Se era possivel evilar esse. augmen-
to para muilos generos de primeira ne-
cessidade, desde que se encarasse a
questão com energia e pelo lado prá
co, não vejo maneira derleler a alta
de preços da carne, porque o gado, que
nas condições normais não chegava pa
ra consumo, ba-de altingir preços, que
impedirão a muior parte da gente de
adquivir carne de talho.
N’estes Lermos, que infelizmente não
exageero, deve O nosso povo secorrer
sem d à produeção rapida de cur-
‘
ne barata, com o fim de se allenuar a
medonha crise, na medida do possivel.
Esse recurso, a que va me
tenho referido, consiste na de
coelhos e palos marrecos, a que em
varias regiões se chama erradamente
ivamente, tanto os coelhos como
cos se desenvolvem depréssa
; trna LEO Epi idlitiroado
tros animaes não aproveitam. à creaçã
é das mais faceis e uns e outros
animaes extremamente rosticos,
Com os corlhos é preciso evitar aq
humidade, tendo-os em silio secco e
abrigado, mas oule haja abundancia de
av e luz. Os marrecos, pelo contrario,
devem ser criados na proximidade de
agua, vibeiros, regatos, presas, Llerrenos
“bumidos, embora possa havel-os n’ou-
tras conilições, mas nº’este Caso não se
desenvolvem, nem vivem tão bem. Gon-
vém, lodavia, dav-lhes abrigos sêcios,
onde passem à noite.
O conselho aqui fica, mais nma vez.
Oxalá que elle alguna coisa valha. Um
dos maiores males é a imprevidentia,
no meio do qual vivem lódos os portu-
guezes, desde os mais haixos alé aos
mais altos. Se a gravidade das civenns-
tancias nos desse ao menos un” lampr-
jo de quizo, bom era Essa gravidade
não pesa apegas sobre 0 nosso querido
Portugal: esmaga tambem as outras na-
ções. Lá reagem como pódem; aqui de-
vemos lazer o mesmo. Na adversidade
é que se conhecem os homens de ver-
dadeiro valor.
são
– João Salema
Phaeton, patalha de
Vende-se ms Sri
indo Ena
Dá informações
à Danicl B. de Buito –
“vegetando na imuniicie das vielas
“Na Certãs: — Maximo
BREJO
Cartas intimas
Snr. Gideon.
Disse-lhe numa das minhas ultirras
cartas ne Lencionava retirar |
de, onde esparava encontrar «
que a vida simples m:
aldeia não proporcionava ao meu tem
peramento, um pouco amigo do bulício
e sequioso da observação da vida nos
grandes meios,
Eis-me finalmente num. centro que
a minha imaginação idealisava dam mo-
do bem diverso do que realmente é.
Desejava ardentemente poder Lradu-
zir-lhe por palavras a opinião que for-
mul-o em meu espirito ácerca da socie-
dade em cujo seio, ha oito dias me en-
contro,
Porem, a minha fraca inteligencia de
mulher inibe-me de. tal cometimento,
proprio de espiritos ilustrados e pos-
suidores de vastos conhecimentos.
Todavia, ainda que em frases singe-
las e desatavíádas, dar-lhe-hei a minha
fraca opinião, e, estou Certa, ficará sa-
tisfeito, com ela, pois que von, até cer
to ponto, fornecer ciomentos dapoio
às suas —Meprias de que me abslerci
de falar, Pará não avivar mués a cha-
ma. porque—roimo disse alguem, e é
hem certo—o fógo, quanto anais se lhe
mexe, mais se aleia,
— Aqui, sr. Gideon, encontra-se de
tulo—desde o mais rico que, sixendo
em seus palacetes luxuosos &,
Deus quautas vezes, no meio: da mai
desbargada orgia, até a essa classe mi-
seranda a que chamam proletarios.
Creia que, se tenho encontrado col-
sas inleiramente novas e az interes-
suntes que, pela sua beleza e encantos,
me teem deslumbrado, outras ha que
me teem causado horror!
— Confesso que iguorava que a esca-
la social, no mesmo meio, atingisse 0
apogeu da riqueza e o cumulo da mi-
seria!
E sabe porque lhe falo assim?!
—B’ que ainda hontem, indo tar
um passeio em companhia «di
meninas com quem travel rolagões 3 E –
pois que” aqui ane encontro, deparei
nmmn jardim, com uma dessas de
das que taúto abundam no mundo
Movida, não sei porque extranha
silnpalio, comecei à falar-lhe,
— Logo às primeiras palavras que
lhe dirigi, nolei que grossas lagrimas
lhe deslisavam pelas faces enmag «cidas,
e que profiundo desgoso qu domin
fo die ata Lentava o falar, mz
se-lhe na garganta! 03.50-
vam-na!… Até que por
imo SR pelas minhas palavras
consoladoras, começou à Narrar-me à
sua lyiste historial
— Disse-me ela que, no momento em
que na a. ja não linha pai, e que
Henri Re IRES ro tr suit ide, Dlitaht=
Us.
Sem os desvelos malornos que a
acalentassem e De divigissem os pri-
meiros passos, ficou só no mundo, en-
volta nuns miseros farrapos!
Criada entre a miseria e a fome
res
bustecen-se ao calor dum sensimalismo
torpel—Infelia!. . «como isto faz dó e
como enbristec: ,
Sob a influencia de tais agentes, co-
meçou a desgraçada, logo nos primeiros
“dias da sua mocidade, a trilhar a csen-
dado crime e da lama, cobrindo-se,
porfim. com os andrajos dos bordeis!
wn dia, porém, sentin que ia ser mãe!
E, vendo que em breve ia estreitar
em seus braços o fruclo das. suas en-
tranhas,—a vida da sua vida, julgou
vêr, por momentos, raiar, no tristonho
horizonte da sua vida, um débil raio
de luz! O almejado instante chegon!
E numa alnvião de delirantes beijos,
escõa, nos labios do filhinho, a ventura
que. lhe inandava a alma!
Porém, dias depois, começa a reflec-
tir na sua miséravel siluação! O passa-
do era horrivel, e o fulnro apresenta-
va-se-lhe envolto nas mais densas tre-
vast…
Alucinada, lóra-de :si, convencendo-
se de que lhe era impossivel manter o
filbinho, foge de casa e abandôna-o no
meio d’uma rua!
A jusliça começa a perseguila;—e
reconhecendo nela a mãe da criança
enjeitada, encérra-a numa lugobre mas-
mo
Foi condenada por alguns anosh…e
quando, depois de cumprida a s.ha,
abandonou a p vin-se obrig
estender a mão à caridade public
Oh! mas aínda agora. veparo que es-
tou divagando de +
Perdõe-me, Gideou!, e se lhe mereço
castigo, aplique-me a mesma pena, es-
crevendo ne tambem muito.
Creia-me muilo sua amiguinha.
Fanny
ADUBO CATALY-
ff da fabrica de Ay-
TICO res de sá, de Rio
Maior.
Vende o seu agente em Sernache d
Bomjardim, Antonio da Silva Serra.
Cada saca de 50 kilos. … 1920
ANUNCIO
2º publicação
elo Juizo de Direito da comar-
ca da Certã e cartorio do quir-
to officio a cxrgo do escrivão Da-
vid, corvem seus termos uns avtos
dé inventario orphanologico: por
falecimento de Muamoel Esteves,
morador que foi no logar do Fejo,
freguezia do Troviseul, desta c0-
marca, «em que, é ao
cabeça de casal Manoel Esteves,
xesidente no mesmo logar; e nos
mesmos autos correm, éditos de
trinta dias a contar da segunda e
ultima publicação. deste anuncio
no «Diario do Governo», citando
o inter ado José Esteves, soltei-
vo, maior, angzente em parte incerta,
tesmbos até fara dejnresmoro avena
tario,
Certã, 14 de Fevereiro de 1916
O escrivão,
Adrião Moraes David
Verifiquei a exactidão
O Juiz de Direito—Matozo:
PAPEL DE EMBRULHO
VENDE-SE uma grande quan-
tidade de jornaes Vos para em-
brulhos.
N’esta redacção se diz.
RIO DE JANEIRO PROGURATÓRIO
Ernesto Gomes de Castro, rua Visconde de Inhauma n.º 52, Rio de
Janeiro, encarrega-se—com todo o zelo e
mediante comissões módi-
ouso receber e fazer prompta remessa de vendas de casas, juros, divi-
dendos e amortisações de quaisquer titulos, pagaveis n’aquela capital.
Tambem se encarrega de mandar fazer nos predios os concertos ne-
cessarios, fiscalisal-os, pagar impostos, etc.
– Informações no Rio de Janeiro: com qnalquer banco da praça ou
com as importantes casas Gomes de Castro & Ce João Reynaldo,
Continho &
.* e em Portugal:
ires Eranco
Zm Sernacthe do Bomjardims — Olimpio do amaral
te Togppidei
ar Sa Vis
@@@ 1 @@@
dágua da Foz da Certã
A Agua minero-medicinal da Foz
«da Certã apresenta. uma composição
– “ehímica que a distingue de todas as ou-
ftas até hoje usadas na lherapeutica.
E empregada com segura vantagem
ma — Diabetes—Dyspepsias—Catarros
paniicõos sputridos eu parasitarios;—
mas ;preversões digestivas derivadas
«das doencas infecciosas;-—na convales-
ecensa atas febres praves;—nas atonias
«gastricas dos diabeticos, tuberculosos,
brighticos, etc: —no gastricismo dos
“xgotados pelos excessos on priva ções,
setc., etc.
Mostra-a analyse batereclogica “que a
| Agua da Foz da Gertã, tal como se
encontra nas garrafas, deve ser consi-
«lerada-como microbicamente
pura não contendo -colibaci-
tJo, nem nenhuma das especies patho-
geneas que “podem existir em aguas.
Alem d’isso, gosa-de uma certa -accão
microbicida. ‘O B. Thyphico,
Diphterico, e Vibrão
cholerico, em pouco tempo n’ella
perdem todos’a sua vitalitlade, outros
microbios apresentam porém resistencia
maior.
A Agua da Foy-da Certã não tem ga-
zes livres, é limpida, de sabor levemen-
te acido, muito agradavel -quer bebida
pura, quer misturada com vinho.
DEPOSITO GRRAL
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