Progresso Beirão nº1 11-10-1925
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a
Es
QUINSENARIO DEFENSOR DOS INTERESSES REGIONAIS
Certá, 14 de Outubro de 4926
Composto ê anne nas as Oficinas Escolas do
A
a.
” que nv
o entrar na grande liça da
Ei prensa não podemos
deixar de fazer a nossa apre-
sentação e dizer ao que vie-
mes, expondo ao publico o
programa que a nós mesmo
traçamos.
Os nossos modestos recur-
sos não permitem aspirar a
largos vôos. Procuraremos,
porem, ocupar condignamen-
te o modesto logar que nos é
destinado na imprensa do
nosso país, sem fraquezas que
deshonrem e sem arrogancias
que irritem.
O Progresso Beirão é, poli-
ticamente, um jornal republi-
cano, sem dependencias ou
compromissos, porque esse
foi o ideal-que nos animou os
primeiros alvôres da razão e
esse é o ideal que nos tem
norteado, sem desfalecimento
ou fraquesa, no já longo do-
bar de anos que nos pesam.
Será, pois, um jornal poli-
tico, e, surpreza seria que, em
um país em que o virus poli-
tico é edemico, nós podesse-
mos escapar incolumes ao seu
contagio.
Faremos, porem, politica
de ideias e de propaganda
porque entendemos que o
grande mal da Republica é o
não ter sido compreendida
ainda pela grande massa ano-
nima do povo, por falta da
necessaria propaganda repu-
blicana a contrapôr á insídio-
sa e dissolvente propaganda
dos seus inimígos.
A ela nos dedicaremos afin-
cadamente, procurando com
o nosso esfôrço, ainda que
fraco, elevar e tornar mais bé-
la e querida do povo, esta Re-
publica que, devemos confes-
‘sa-lo, não é bem aquéla que
nos ardorosos tempos da mo-
cidade e quando para muitos
Dr. Abilio (Marçal
Deputado e Director do Instituto de Missões Coloniais
Falecido a 23 de Junho de 1925
Morreu Abilio Marçal!
Estas três simples palavras que são o enunciado de um
facto real, insofismavel, palpavel mesmo, deixa-nos ainda
hoje, passados três mêses, quando as ouvimos ou quando
pela nossa mente passam, como que duvidosos desse facto
doloroso, brutal, tão real, tão insofismavel, e até tão pal-
pavel! :
Sentimos como que um grande vácuo á nossa roda, e e,
de olhos esgaseados, alma suspensa, numa esperança im-
possivel, irrealizavel, quedamo-nos saudosos do amigo, do
patriota a quem nos acostumamos a reconhecer superiori-
dade, pela sua inteligencia, pelo seu saber, pelas suas ine-
gualaveis qualidades de trabalho e pelos seus ste de co-
ração.
Abilio Marçal, apesar do seu feitio algumas resta!
do e sêco, sabia fazer amigos e o seu convivio, na intimi-
dade, encantava pela lhaneza do trato, pela despretenciosa
obsequiosidade e pelo brilho da sua conversa.
Foi um lutador. O lugar que ocupou na O con-
quistou-o pelo seu esfôrço, pela sua arca
trabalho preseverante e audaz. á
A sua terra natal, Sernache, merecen-lhe. sempre espo-
Dr. Arnaldo Chaves Ubach
onou posse do cargo de
“director do Instituto de
Missões Coloniais, para que
foi nomeado por decreto de
11 de Julho ultimo, o ex.Ӽ gr.
dr. Arnaldo Chaves Ubach,
médico distinto, com o curso.
da Escola Colonial. |
Poucas pessoas assistiram
a esse acto porque se ignora-
va a hora em que êle se rea-
lizaria.
A posse foi-lhe conferida
pelo sr. dr. Artonio de Oli-
veira Gomes, servindo de di-
rector interino, que lhe deu
as bôas vindas e lhe desejou
muitas felicidades no desem-
penho do cargo para que foi
nomeado.
Falou depois o sr. P.º João
Antonio Gaspar, pelas comis-
sões politicas do P. R, P. de
Gouveia, dondeo sr. dr.Ubach
é natural, felicitando-o pela
nomeação para tão alto car-
go, que, tinha a certeza, des-
empenharia com muito brilho
e competencia.
O novo director agradeceu
as carinhosas palavras de in-
citamento que acabavam de
dirigir-lhe, dizendo contar
com a leal colaboração de to-
dos os funcionarios do Insti-
tuto a quem protestava a sua
melhor vontade e a quem fa-
ria a justiça devida aos seus
merecimentos, para assim po-
der prosseguir a obra patrio-
tica do seu saudoso anteces-
sor, com a mesma fé e o entu-
siasmo que êle lhe dedicou.
Em seguida foi assinado o
auto por todos os presentes.
“O Progresso: Beirão envia
as. ex. as suas saudações e
os protestos da sua; mais de-
dicada colaboração na gran-
diosa obra, que é o engran-
decimento de Portugal pela
u | valorização dassuas colonias
Muito pesada é a her;
que sobre os seus o! o!@@@ 1 @@@
ty
Besasire
Faleceu ha dias, caindo do com-
boio à linha, perto da estação de
Estarreja, o sr. Isidro da Silva
Girão, natural da Cava concelho
de Oleiros.
Era homem de haveres, mui-
to dado a viagens, e vinha agora
duma peregrinação a Roma.
Foi proprietario em Sernache
onde tem familia, a quem damos
senudos pezames. :
DD ——————
Chamamos a atenção dos srs.
camaristas dos’ pelouros de Ser-
nache para o estado de imundi-
cie em que se encontra o-talho.
Lembrámos tambem a conve-
niencia de determinarem que o
serviço de fornecimento ao públi-
– co, especialmente na secção de
gado lanigero e caprino, se faça
de forma que seja aviado quem
primeiro chega, sem preferencias
seja para quem fôr.
ela era ainda uma utopia, ar-
dentemente “visionamos.
A Republica feita pelo po-
vo tem de ser do povo e para
o povo. E” preciso defende-la’
das oligarquias que procuram
asfixia-la, explorando-o e dos
arranjistas que, sem ideal e
sem patriotismo, algumas ve-
zes se tem alcandorado nos
altos postos da governança e
a têm desacreditado perante
a alma ingênua desse mesmo
povo.
O Progresso Beirão vem
preencher uma lacuna que ha
muito se fazia sentir neste
meio: a falta de um jornal que
defendesse os interesses desta
região, muito especialmente
do concelho da Certá e pu-
gnasse pelo seu engrandeci-
mento e progresso, tornan-
do-nos lembrados dos Altos
Poderes da Nação que, tanto
no regime passado como: no
presente, só se lembram que
existimos quando procuram
saber de quantos votos dis-
pomos ou quanto podemos
render para à erario publico
Não pretendemos agradar
a toda a gente, é mesmo pos-
sivel que algumas más von-
tades se concitem, algumas
vezes, contra nós, porque a
directriz da nossa acção pos-
sa ferir algumas vaidades ou
alguns interesses menos legi-
timos. Entretanto, esperamos
que justiça se nos’faça á sin-
ceridade dos nossos proposi-
tos, á lealdade dos nossos
processos, como justos pro-
curaremos ser sempre com tu-
do e com todos.
Assim o esperamos.
*.
PROGRESSO BEIRÃO
ciais cuidados e carinhos. Em todos os actos da sua vida,
lá se vislumbrava sempre o desejo do engrandecimento e
do progresso do seu Sernache.
Esse grande interesse não se restringiu sómente à terra
que lhe foi berço; espalhou-se tambem por esta região e de
muitos melhoramentos, de que ela lhe é devedora’e que a
exiguidade do espaço nos impossibilita de enumerar, quere-
mos frizar umn-— a construção da ponte da Bouçã, sobre 0|
rio Zezere e das estradas que ligarão este concelho ao de|
Figueiró dos Vinhos. |
Era uma das suas aspirações mais acarinhadas e por,
que tanto se esforçou. Não pôde, infelizmente, vê-la inteira-
mente realizada, mas o que está feito, aí está a atestar o seu
grande esfôrço e a servir de estimulo a todos nós, para que
procuremos levar a cabo essa obra grandiosa, tão necessá-
ria ao progresso desta região.
Mas, se outros serviços lhe não fossem devidos, basta-
va a transformação do antigo Colegio das Missões Ulira-
marinas no actual Instituto de Missões Coloniais; bastava
a creação das Missões Civilizadoras, instituições estas tão
pouco conhecidas e tão guerreadas, para que êle se tornas-
se credor do reconhecimento e admiração, não só dos po-
vos desta região, mas de todos os portugueses.
Muito pouca gente faz uma ideia aproximada do valôr
desta obra patriotica, da luta titanica que êle empreendeu
e sustentou para a lançar e para a erguer á altura do fim pa-
ra que foi creada.
Creou-as e aí estão de pé a atestar a sua vontade her-
culea e o seu patriotismo, e, se é certo que agora lhe falta
o seu braço forte para as amparar na obra grandiosa de té
e abnegação, para fazer desta Patria, tão batida pelos ven-
davais da sorte, um Portugal maior, por elas vela, ainda, o
seu espirito superior e elas singrarão sem maior perigo por
entre os escolhos que a inveja duns e a ignorancia de mui-
tos lhe vão creando. pelo caminho.
Abilio Marçal foi tambem um advogado brilhante e sabe-
dor, um dos melhores da provincia, segundo a opinião que
ouvimos a um seu colega muito distinto, de Lisboa.
Deixou um nome no fôro e maior sería se a sua actívida-
de não tivesse sido completamente absorvida pela política.
Tambem nela muito se distinguiu; á Patria e á Republi-
ca prestou relevantes serviços e bem mereceu delas.
Foi secretario do ministerio, deputado, presidente da
Câmara dos Deputados, e muitas vezes foi instado para so-
braçar uma pasta de ministro e sempre se escusou.
Fez parte de muitas comissões e quasi todos os anos lhe
eram distribuidos três ou quatro orçamentos para relatar,
porque todos, na Câmara, lhe reconheciam as suas facul-
dades de trabalho e inteligencia que eram penhor certo de
que os assuntos entregues ao seu estudo tinham o devido
andamento e não ficavam nas comissões a dormir o sono
dos justos.
O Progresso Beirão cometeria uma falta imperdoavel, se,
nas paginas do seu primeiro numero, não prestasse esta
sentida homenagem á grata e saudosa memoria do grande
amigo e do cidadão prestante que, pelas suas qualidades,
tanto se distinguio. : ;
am
tio
>
aca
Tivemos o prazer de cumpri-| No dia 30 do mês findo a Se-
mentar o nosso presado amigo €
importante comerciante da praça
do Pará, Brasil, sr. Artur Fer-
reira, que, com sua ex.Ӽ esposa
é filho, têm estado em Sernache,
em viligiatura.
Artur Ferreira, que tem sido
um trabalhador incansavel e um
caracter impolúto, gosa de gran-
de estima e consideração naquela
cidade onde tem exercido a sua
fecunda actividade.
nhora D. Angela Vidigal Leitão,
esposa do snr. Julio Leitão, che-
fe da estação telegrafo-postal de
Sernache, deu á luz uma crean-
ça do sexo feminino que poucos
momentos depois falecia.
Ao enterro essistiram muitas
creanças e bastantes amigos da
familia. ; va
A parturiente está em vias de
restabelecimento, pelo que, feli-
citamos o snr. Julio Leitão,
MISSÕES
CIVILIZADORAS
Embarcaram no vapôr Mocam-
bigue que saiu no dia 1 deste mês
do porto de Lisboa, com destino
ás missões da Provincia de Mo-
cambique, os. agentes Jose Fer-
nandes Cravo, José Tomás Pires
e Manuel Ramos Sequeira Riba-
ro e os agentes auxiliares Eduar-
do Alves Nogueira; Antonio Mar-
celino e sua mulher Clotilde da
Silva Teixeira.
“* Desejamos-lhes muito boa via-
gem e mil felicidades no árduo
desempenho da sua patriotica mis-
são, certos de que os acompanha,
a eles, como a todos os outros
que para as missões teem segui-
do e a alguns dos quais nos li-
ga muita amisade, a nossa sim-
patia e a nossa admiração.
Tambem foram nomeados agen-
tes de civilização e devem seguir
em breve para as missões de An-
gola, os alunos do Intituto de M s-
sões Coloniais, que ultimamente
terminaram o curso, Albino Gas-
par Nunes da Silva, Emilio Au-
gusto Ferreira Mendes e Fran-
cisco Carolino Soares Amaro.
São três rapazes intel gentes e
que fizeram O seu curso com mui-
to brilho. Estamos certos que,
compenetrando-se | das grandes
responsabilidades que; desde já,
sobre seus ombros impendem, sa-
berão fazer, apesar do verdor dos
anos, um excelente logar nas únis-
sões, para brilho e gloria dessa
grande instituição e da casa que
para esse fim os educou.
Terminaram na madrugada do
dia 27 do mês, findo, por uma
sentença absolutoria, as audien-
cias do Tribunal Judiciario Mili-
tar, que, quasi, durante um mês,
funcionou na Sala do Risco do:
Arsenal de Marinha, para julga-
mento dos revoltosos do 18 de
Abril.
Se é que as sentenças dos tri-
bunais estabelecem doutrina juri-
dica a seguir, não é para extra-
nhar que qualquer cidadão, far-
dado, à paisana ou mesmo ves-
tido à pai Adão, se possa, agora,
julgar o messias destinado à ser
o salvador deste mal aventurado
país, com a certeza de que, se
não o salvar, nem os calos lhe
doerão.
mou; estamos, porem, certos
ques. ex, que à sua grande
modestia alia uma inteligen-
cia culta e uma decisão cal-
ma e ponderada saberá, ar-
car com as responsabilidades
do seu alto cargo e continuar
a obra eminentemente patrio-
tica e republicana do seu an-
tecessor.
Para isso pode S. Ex.’ con-
tar não só com o nosso apoio
mas com o de todos os habi-
tantes desta região, que se in-
teressam pelo: progresso mo-
ral e material da sua’terra.@@@ 1 @@@
Uma divida!
O nosso colega da capital, Dia-
rio de Noticias, abriu, ha tempos;
nas suas colunas, uma subscri-
ção a favôr da filha do grande
actor Taborda, uma velhinha a
quem os vai-vens da sorte redu-
ziram a extrema miseria.
O actor Taborda honrou, em
tempo, o palco do teatro de Ser-
mache, quando duma excursão
que aqui fez com outro artista
mao menos notavel, Alfredo Keil,
‘ Para memorar essa visita, os
homens que nesse tempo dirigiam
os destinos do Club Bomjard m,
resolveram dar o nome do gran-
de artista ao teatro de Sernache,
propriedade daquela associação.
Ha anos fundou-se em Serna-
che um grupo dramatico, que
tomou tambêm o nome do glo-
Tioso artista erque,,por sinal,
levou à scena algumas peças de
responsabilidade, muito sofrivel-!
mente desempenhadas.
Perguntamos: a memoria. do
grande actor que tão querida tem
sido aos sernachenses pelas ho-
ras de inolvidavel prazer artisti-
xo que êle lhes porpocionou, po-
derá ser agora esquecida, quando
um dos entes mais queridos ao
seu coração generoso, necessita
do seu auxílio?
Nao pode ser.
Preciso é, pois, que alguem to-
«me a iniciativa de uma récita ou
de uma subscrição em beneficio
«da filha-do’ glorioso comediante.
*
* *
– E já que vem a tálho de foice,
lembramos tambem que Serna-
che está, ainda, em divida a um
outro vulto, não menos glorioso,
da sena portuguesa-— a actriz Lu-
cinda Simões — que ha alguns
anos honrou o palco: do’ seu tea-
tro. ;
Justo era, pois, que logo que
-se façam as reparações que aque-
la casa de espetaculos urgente-
mente está reclamando. se inau-
-«gurasse no seu atrio duas lapides,
recordando a visita daqueles três
“insignes artistas e atestasse aos
vindouros a gratidão e o espirito
artistico que animava a geração
presente.
Ai fica a lembrança!
———— + pq quem
Tem estado em Sernache, no
Casal do Pinhal, com sua ex.”
esposa e fihos, o nosso presado
«amigo sr. Carlos Simões, biblio-
stecario do Insttuto Superior de
“Agronomia e escritor distintis-
-simo.
O nosso amigo que, como de
costume, vinha repousar uns dias
« retemperar o corpo e o espirito
«com os belos ares da nossa ter-
ira, não foi feliz este ano porque
vtem tido o seu’filho, Benvindo, gra-
-vemente doente, o que, para um
pai extremoso, como o Simões,
“é sempre um grande desgosto e
«uma grande arrelia. E
Com os nossos cumprimentos
“Os sinceros votos pelo completo
irestábélecimento do enfermo.
PROGRESSO BEIRÃO
Cinco de Outubro
Pes na segunda feira mais um aniversario da Republica.
Não podemos. deixar de lembrar com enternecida saudade e
confiada esperança, a mesma de ha quinze anos, esta data, que
gratissima deve ser para todos os portugueses amigos da sua terra.
Bem sabemos que a Republica sofre, ainda, muito dos males de
que enfermou a monarquia, e, talvez, de certa forma, agravados
pelas circunstancias do tempo, porque confiadamente pretendeu,
no dia em que se proclamou, envolver todos num fraternal abraço
e sempre que os seus inimigos a teem guerreado, magaanimamen-
te lhes tem perdoado.
Mas esses inimigos declarados que a atacam por todos os meios
ao seu alcance, não são os que mais mal lhe tem feito; os peiores,
os que profundamente a teem ferido são os falsos amigos* que à
toda a hora a envêrgonham, fingindo que a defendem !
Mas confiemos. Ela livrar-se-ha desses amigos e, depurada des-
ses maus elementos, brilhará rutilante para felicidade nossa e glo-
ria do nosso querido Portugal.
MISERICORDIA DA CERTÃ
A NOSSA FESTA DA CARIDADE
[KO referir-me às festas duma
ss sinstituição, a Santa Casa da
Misericordia, em que o amor é es-
timulante e a caridade emblema,
devia detalhadamente analizar e
esmiuçar a sua origem e os seus
fundadores, visto que, nem o edi-
ficio é mais solido do que o funda-
mento, nem o fenomeno ligado ao
ser mais real do que o proprio
ser; mas deixarei esses pormeno-
res, para não tornar fastidiosa a
reportagem precisa e amena, que
me proponho fazer.
Antes de propriamente entrar
na reportagem, dispensarei alguns
momentos, com o fim de fazer uma
descrição é vol d’oiseaw do local
onde decorreram as festas, porque
tem alguma coisa de belo é encan-
tador em parte adquirido pelo tra-
balho de alguns certaginenses, que
a ele teem dedicado grande parte
da sua actividade. E
Agora: caríssimos. leitores, abs-
trai dele por completo; suponde
mesmo, que fosteis afectados por
uma amnesia e deixai-vos conduzir
a um vasto e amplo portão, onde
ba um certo gosto arquitectonico.
Penetrai e alongai a vista por
essa vasta alameda, onde o verde-
jar das arvores esparge a sua som-
bra agradavel, impedindo assim
que os dardejantes raios solares
transformem a-amenidade. em ru-
deza. Agora continuando no traje-
cto, serpenteai essa pequena ele-
vação, que dá acesso ao hospital.
Oh!” Como é belo chegar ao cimo
e dar aos olhos esse horisonte ma-
gestoso, essa vista agradavel, que
é constituida: alem por uma cor-
dilheira de serras, que apezar de
agreste é pitoresca e encantadora;
no vale por uma ribeira, que vai
serpenteando os rochedos e despe-
nhando-se de açude em açude, até
que por fim o horizonte é curto em
frente da sua imensidade e ela de-
saparece.
Apoz a contemplação do hori-
zonte, encontrando-nos em frente
desse vasto e amplo edificio, o
Hospital, onde o elemento tecnico
predomina desde a situação até ao
interior, é natural que o visitemos
e que, depóis dessa visita, tenha-
mos a mais profunda simpatia, pe-
la comissão construtora, que traba-
lhou afadigadamente, para: a sua
edificação e por aqueles que da
mesma forma trabalham para a
sua manutenencia. E a estes ulti-
mos, que devemos o festival, rea-
lizado no dia 20 de Setembro, no
local acima mencionailo, que decor:
reu com bastante brilhantismo, de-
vido à boa vontade de todos os
certaginenses em cooperar para a
sua imponencia e principalmente
devido à actividade dispensada pe-
lo provedor sr. Eduardo Barata
Correia e Silva e por um grupo
constituido pelas. gentilissimas se-
úhoras: D. Maria Madalena Correia
e Silva, D. Maria Manuela Guima-
rães, D. Lucia Magalhães, D. Maria
do Ceu Garvalho, D. Maria Luiza
Tavares de Carvalho, D, Maria José
Serrano e D. Maria Bela Tavares
de Moura.
O programa foi pela comissão
cumprido com todo o rigôr, tendo
assim, logo ao romper da aurora
soado os morteiros, anunciando a:
festa à semelhança do ribombar do
canhão, em tempo de guerra, que
vomita metralha sôbre o inimigo.
Às 40 horas foi celebrada, pelo
rev.º Padre Francisco dos Santos
Silva, uma missa campal, a que
assistiram algumas centenas de
pessoas; ao evangelho subiu ao
pulpito o rev. Padre José Baptista,
tendo. tomado-como- tema, «a ca-
ridade,» que desenvolveu com bas-
tante brilhantismo.
Em seguida à missa campal hou-
ve uma sessão solene, destinada a
prestar homenagem à comissão
construtora do hospital, que se
compunha dos snrs.: dr. Guilher-
me Nunes Marinha, dr. Romão de
Marcarenhas, dr. Albano Frazão,
dr. José Garlos Ebrhardt, e Padre
Francisco dos Santos Silva e foi aí,
que depois do sr. provedor ter ex-
plicado a razão de tal homenagem
só agora ser rendida à esses ver-
dadeiros paladinos da causa certa-
«pelo ilustre
a terem sido
s retratos, que
d ou.
usaram da palavra os srs. dr. An-
tonio Nunes e Silva, dr. José Car-
53 €
EXPEDIENTE
Rogamos ás pessoas a quem
enviamos o Progresso Beirao à
favór de se considerarem seus as-
sinantes.
E’ tão diminuta a importancia
que, estamos certos ninguem se
negará a auxiliar-nos.
Entretanto ás pessoas que, em
absoluto, não possain ou itão quei-
ram dar-nos o seu auxilio, pedi-
unos a fineça de devolver este nu-
mero. Não o fazendo considera-
-los-hemios nossos assinantes.
ASSINATURAS — Para o Gonti-
nente e Ilhas, série de 42 nume-
ros, 4580. Para as Colonias, série
de 24 num., 15800. Estrangeiro,
sério de 24 núm., 20800. (Paga-
mento adiantado). Núm. avulso 940.
————— sm Sep E ur
No dia 6 do corrente deu á luz
duas.crianças do sexo masculino
a ex.mM srê D. Adelia Maria da
Silva, esposa: do sr. dr. Albano
Lourenço da Silva, oficial do Re-
gisto Civil e distinto advogado
do nosso. fôro. Cases
Mãe e filhos passam bem pelo
que félicitamos este nosso am ga.
INSTITUTO DE MISSÕES COLONIAIS
EDITAL
Faz-se público que, até ao dia
20 do corrente, se recebem pro-
postas em carta fechada e lasra-
da’para o fornecimento de gene-
ros, cereais e carvão, durante o
mês de Novembro proxim), nas
condições expostas no edital afi-
xado na portaria deste Instituto
e patentes nesta secretaria.
As propostas serdo abertas no;
dia 21 do corrente. ás 14 horas
perante o Concelho Administra-
tivo e os interessados.
Secretaria do Iastituto de Missõese
Coloniais, 8 de Outubro de
1925.
O Secretario, Antonio Luis Ferreira
los Ebrhardt, e dr. Angelo Vidigal.
Depois de prestada esta homena-
gem a Filarmonica União Gertagi-
nense deu principio à execução do
seu vasto reportorio debaixo da re–.
gencia do sr. Carlos Santos.
Ás 13 horas procede-se á aber-
tura da kermesse e das diversas
barracas onde gentilissimas damas,
arrastadas por um allissimo e no-
bre sentimento. de humanidades
surgem á semelhança de fadas bem-
fasejas.
À noite chegou o rancho de tri-
canas, «1.º de Janeiro,» que foi,
acolhido com geral agrado, tendo
mais uma vez deleitado o. publico:
com o seu mimoso reportorio.
Ás 23 horas comecou o leilão
de prendas, após o qual a assis-
tencia começa em debandada dei-
xando assim que a densa escuri-
dão se sobrepônha ao explendor
anterior.
‘O produto da festa que atingiu
perto de 5.000500 destina-se à ma-
nutenção do Hospital da Misericor-
dia que, com grandes sacrifícios e
uma escrupolosa administração, se.
tem mantido através de grandes:
dificuldades e falta de recursos.
À )
À )@@@ 1 @@@
r
Camionettes de Sernache
— SS = —
CARREIRAS ENTRE SERNACHE E E ESTAÇÃO DE PAYALVO
Aº’S SEGUNDAS, QUINTAS E SABADOS
Toda a correspondencia deve ser dirigida a
Tullio Victorino
Sernache do Bomjarôdim
‘ Estabelecimento: Comercial
CASINIRO GASPAR
Grande e variado sortido de fazendas, mindezas, quinquilharias, mercearias
o retsho ec NO ADAPOJARIAS e
(Casa em frente do Correio)
-g SERNACHE DO BOMJARDIM <3-
PAVILHÃO CENTRAL
SA DO ci
MERCADO BITTENCOURT
pe
Eduardo da Silva Soares
Casa Comercial especialista em
Chás, cafés, assucar, sabão, louças, petroleo, massas. alimentícias
semeas, arroz, cereais, bolachas, azeites, vinhos e licores
Tabacos nacionaes o estrangeiros = Artigos de Capelista e ferragens
PRECOS SEM GOMPETENCIA
BE
SE SERNACHE DO BOMJARDIM
ALCINO MARTINS BARATA
(ASA MIXTA |
FAZENDAS, MERCEARIAS, CEREAES, FERRAGENS, VIDROS, MIUDEZAS,
PAPELARIA, TABACOS E MUITOS OUTROS ARTIGOS
Rua Candido dos Reis — (RUA DO VALE)
—=S= CERTAS —
MK. MARTINS CARDOSO & 0. DL.
era DR e é
Fazendas, Ferragens, Mercearias, Artigos de Retroseiro, Louças,
E Vidros e Tabacos
ARTIGOS DE NOVIDADE
—— SS — ——
ALPAIAS AGRICOLAS, SULFATO DE COBRE Ê ENXOPRE
CORRESPONDENTES DOS q!
BANCOS DE PORTUGAL, LISBOA & AÇORES:
COMERCIAL DE MOÇAMBIQUE ETG.
PROGRESSO BEIRÃO
OURIVESARIA E RELOJOARIA
— DE —
João Eourenço (Gomes dos Santos
Sucessor de José Maria dºAlcobia.
——+——
Sernache do Bomjardim
Comunica ao público que continúa a ter os mesmos ar-
tigos e a manter os mesmos costumes de seriedade para
bem servir o público como fazia o Sr. José Maria d'Alcobia.
Compra e troca ouro velho e prata
Todos os concertos feitos nesta
casa são garantidos por um ano,
brindes. Relogios de bolso, mesa. [assim como todos os relogios nela
parede e historicos. comprados.
PREÇOS CONVIDATIVOS
HÓTCI CENTRAL
CERTA.
Recomenda-se aos Sr.* Viajantes e Turistas
Grande sortido de objectos em
ouro e prata de lei proprios para
Para quem pretenda demorar-se, fazemos preços especiaes-
“O PROPRIETARIO,
Bemjamim dos Santos Pires
CONFEITARIA BRASEL, be”
FABRICO ESPECIAL PARA GONSUMO E EXPORTAÇA
- Amendoa, marmelada, brôas, frutas cobertas e cristalizadas.
Rebuçados de fruta, musgo e alteia
Especialidade em pastelaria, doce de ovos, pudings é bolos finos:
CAPILÉ, GROZEILHES, E SALSAPARRILHA
Fabricantes dos afamados rebuçados de “BS. Roque”
Fornecem-se lunchs para casamentos e baptisados dé todas ae qualidades de-docerias
FABRICA MOVIDA A ELECTRICIDADE — Telefone NTE 1748
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