Progresso Beirão nº2 25-10-1925

@@@ 1 @@@
Po.
QUINSENARIO DEFENSOR DOS INTERESSES REGIONAIS |
Os novos Paços do Concelho
(e bastante actividade vão
prosseguindo as obras do edi-|
ficio para os novos Paços do Con-
celho. ;
Depois de feito o desaterro e
abertos os alicerces, deu-se prin-
cipio à sua construção que vae
bastante adeantada.
Estivemos a ver à planta; de-
pois de construido fica um edifi-
cio imponente é grandioso com o
que a Certã se poderá orgulhar.
De linhas arquitetonicas sina-
ples mas magestosas e correctas,
é dotado de amplos corredores
em ambos os pavimentos princi-
pais, que dão serventia a todos
os outros compartimentos é salas
mui espaçosas, claras e bem ven-
tiládas, onde podem ser instala-
das todas as repartições publicas
do concelho.
Não é, porem, nosso intuito fa-
zer a descrição do edificio, mas,
tão somente, fazer algumas opor-
tunas considerações.
Não podemos deixar de con
fessar que esta construção nos
sairá muitoó cara e que nos: trará
pesados encargos. Era, porem,
uma necessidade urgente que se
impunha,
As repartições dispersas por
varias casas, acanhadas, sem con-
fôrto para o publico e para os
funcionarios, dão uma triste ideia
de nós ao visitante, que nos jul-
gará improgressivos e retrogados.
As indecisões e os receios, fo-
“ram a causa dessa construção não
estar já feita e dos encargos não
serem, muito menores.
Então ter-se-ia feito essa obra
em muito melhores condições de
preço. ,
Mas de que serve lastimar-
mo-nos ?
As gerações impõôem-se pelos
marcos que vão deixando na sua
passagem, sejam eles de granito
ou formados pelas grandes ma-
nifestações do espirito humano.
Se o nosso espirito se enleva
nas estrofes dos Lusíadas, não
menos se enleva nas belezas ar-
«quitetonicas da Batalha. Í
Ambos esses monumentos são
marcos da passagem de duas ge-
rações vigorosas, bem distantes
uma da outra, dominadas pelo
“mesmo sentimento — a Patria.
Evoquemo-las e sob a sua égi-
“de marchemos na senda do pro-
‘gresso e do futuro, sem odios e
sem invejas ou preferencias.
e inadmissivel.,
DIRECTOR E EDITOR:
– Carlos dos Santos e Silva. |
ELEIÇÕES
OR decreto publicado no «Diario do Governo», foram
convocados os colegios eleitorais para odia 8 de Novem-
bro proximo, para eleger a nova Câmara dos Deputados e
a parte renovavel do Senado, para o dia 22 do mesmo mês,
para: eleger as Juntas Gerais dos distritos-e Cámaras Mu-
nicipais e para o dia 6 de Dezembro, para eleger as Juntas
de freguesia.
Estamos, pois, em plena fase eleitoral.
Em todo o país vae um fervet opus no lançamento -das
candidaturas, no balanço das forças eleitorais e nas com-
binações, mais ou menos hibridas, entre os partidos e entre
os caciques locais.
E? nesta ocasião que o povo mais directamente inter-
vem na governação pública, delegando os poderes precisos
em certo numero de individuos que o hão de representar,
ou nos corpos administrativos locais ou no Parlamento,
centro de toda a administração publica, porque é o Parla-
mento que elege o mais alto representante da Nação —o
Presidente da Republica —e lhe indica os homens que,
com êle, hão de governar o país, apoiando ou não os mi-
nistros que êle nomear.
E’, por isso, êste o momento em que sobre nós-impen-
de uma grande responsabilidade — a escolha dos nossos re-
presentantes. ‘
Déla depende a bôa oh má administração do Estado e
a bôa ou má administração das corporações administrati-
vas locais.
Nenhum cidadão pode. sem cometer uma grave falta,
um verdadeiro crime, abster-se de ir levar ás urnas o seu
voto, isto é, a expressão da sua vontade, das suas aspira-
ções. Não o fazer equivale a um suicidio moral proprio e da
coletividade. E? entregar aos profissionais da politica, nem
sempre os mais competentes ou os mais limpos, os destinos
e a honra da Patria, que são os nossos mesmos destinos e
a nossa mesma honra:
E
* *
Muitas vezes os eleitores veem-se perplexos sem saber
em quem hão de votar, porque não conhecem os candida-
tos que se propõem, as suas ideias, o seu programa politi-
co administrativo ou mesmo a viabilidade desse programa,
porque esses candidatos não veem junto dos eleitores expôr-
lh’os e simplesmente confiam a sua eleição à boa vontade do
directorio do seu partido e à influencia dos caciques locais.
E? um grande erro.
– Admitia-se que assim fosse no tempo da monarquia, de
quem herdamos êste e outros maus costumes, porque sendo,
como éra, um regime de previlegio, não éra de admirar que
ao povo fossem negados, cerceados ou postergados os seus
mais sagrados direitos, mas numa Republica é intoleravel
Reação E ADMINISTRAÇÃO
Sernache do Bomjardim –
Propriedade da Empreza PROGRESSO BEIRÃO
AS ESTRADAS
“O eterno tema!
Tambem nós não podemos dei-
xar de a êle nos Feia,
E? um assunto que se impõe &
consideração do todos os portu-
gueses, por patriotismo ou mes-
mo por interesse, seja de que
natureza fôr.
Sem bôas vias de comunicação
não pode haver turismo, não se
podem desenvolver as transac-
ções comerciais, finalmente, não
pode haver progresso!
E” um logar comum, mas é
uma verdade!
A grita clamorosa que por to-
do o país se ouve. e muito justi-
ficadamente, é uma prova do
imenso mal a que é preciso dar
remedio urgentemente.
“As estradas dêste concelho es-
tão, na sua maior parte, uma las-
tima e as que nos ligam aos con-
celhós limitrofes, sobretudo a es-
trada n.º 56, que nos liga com
Ferreira do Zezere e Thomar,
estão na mesma. senão peiores!
Que fazer ?
Não julgou, infelizmente, o Par-
lamento o assunto de transcen-
dente urgencia e, por isso, de-
pois de muita paróla e de muito
dize tu direi eu… foi-se!
Que o novo Parlamento, que
lhe ha de suceder, não enverede
pelo mesmo caminho, são os nos-
sos melhores desejos e os de to-
dos os portugueses a quem o pro-
gresso deste lindo rincão, que é
Portugal, não é indiferente.
* Parece que o sr. Ministro do
Comercio pretende resolver o as-
sunto deniro das possibilidades
orçamentais e das verbas espe-
cialmente destinadas a esse fim.
Já foram até distribuídas verbas
para a reparação de algumas es-
tradas do pais, que, salvo. opi-
nião mais competente, não pas-
sará do costumado paliativo de
contraproducente resultado, co-
mo. em ouiro numoro demons.
traremos.
> age
Dr. Arnaldo Chaves Ubach .
Saiu para Lisboa o ex.Ӽ snr.
dr. Arnaldo Chaves Ubach, ilus-
tre director do Instituto de Mis-
sões Coloniais a tratar de assun-
tos que dizem respeito aquele
estabelecimento de educação.
a
a@@@ 1 @@@
2)
> ———O———
Como o primeiro ministro inglês,
sr. Baldwim, tivesse, no dia 8 do
corrente, pronunciado um discurso
em Brighion, que não agradou ao
ditador italiano, êste enviou-lhe o
seguinte telegrama:
«Os telegramas da Agencia Havas,
publicados pelos jornais, atribuema V.
ex. palavras extraordinarias. V, ex.º
teria declarado, ao concluir o discurso
de Brighton :
«Diz-se que o país precisa de um
Mussolini : estou certo, porem, de que
um povo inglês nunca toleraria uma,
ditadura,»
«Se v. ex.” disse isto, protesto com
toda a minha energia contra tais pala-
xras, contrarias a todas as convenien-
“tias internacionais, indignas do chefe
do Gevêrno britanico e indignas tam-
bem, dum verdadeiro «gentiman», dum
homem bem educado. Cada um por si
e em sua casa. Há horas em que a di-
tadura se impõe. O Imperio mundial
da Gran-Bretanha é uma ditadura de
Jacto continuo, exterior, senão sempre
interior; Cromwell e outros ditadores
inglêses não foram ainda esquecidos.
A minha ditadura salvou ainda a Ita-
lia da anarquia e do bolchevismo: res-
tabeleceu a ordem, as finanças, a se-
gurança, restabelecendo a autoridade
e poupou à Europa’um maior cãos. V.
ex.* esqueceu depressa o auxilio italia-
no durante a guerra, sem qual Berlim
ditaria a lei à Gran-Bretanha. E’ esta.
uma singular maneira de manter boas
relações entre os allados. Esta afronta
gratuita será sentida por toda a Ita-
kia, reie povo. Ramsay Macdonald ha-
via já lançado uma declaração analoga;
reeditando-a, v. ex,’ agravou-a infini-
tamente. — (a) Mussolini,»
Devemos concordar que se êste
telegrama pouco diplomatico po-
de lisongear o patriotismo italia-
no, é tambem uma amostra da psi-
cologia. despotica de Mussolini,
que não quer deixar os seus cre-
ditos por mãos alheias, nem espe-
ra que os outros lhe apreciem a
obra.
A maioria dos representantes da
imprensa mundial, que foram fa-
zer a reportagem na conferencia
internacional de Locarno, é que
parece não estar de acordo com
a opinião do ditador, porque se
absteve de comparecer a uma reu-
nião, para que êle os convidou,
afim de lhe fazer certas declara-
ções, com protesto contra a su-
pressão da liberdade de imprensa
em Kalia.
Dan DS E a
À embaixada academica
ao Brasil
EPOIS de uma viagem triun-
fal ás terras de Santa Cruz,
onde tiveram carinhoso acolhi-
mento, voltaram a Portugal, atuna
academica de Coimbra e o orfeon
academico de Lisboa. |
– Não se pode negar a grande
importancia que, para as relações
entre os dois paizes irmãos, teve
esta embaixada da mocidade.
Ela foi o complemento de ou-
tras embaixadas não menos felizes
como foram a travessia oceanica
de Gago Coutinho e Sacadura
Cabral e a viagem presidencial
do Sr. Dr. Antonio José d’Al-
meida.
O estreitamento das relações
politicas, intelectuais e | afectivas
trarão aos dois povos, que falam
a lingua de Camões, um melhor
conhecimento de si mesmo e uma,
FROGRESSO BEIRÃO
%
te circulo.
mente?
Oxalá nos enganemos.
E? preciso acabar com êsse mau costume porque, de ou-
tra forma, os parlamentares continuarão a ser, não os de-
legados do ministerio do reino, como no tempo da defunta
monarquia, o que era mau e imoral, mas os representantes
do caciquismo nacional, que é muito peor, porque êste fa-
rá sempre pagar com usura, em tranquiberneas, negociatas
ou situações indevidas, os seus serviços e a sua influencia.
Não; não pode ser. Nem os eleitores são nenhum reba-
nho de carneiros, nem os povos são propriedade seja de
quem fôr, que os pretenda tocar a seu talante.
*
*
Estamos a quinze dias das eleições e ainda são desco-
nhecidos os nomes dos candidatos que se propõem por ês-
E? inacreditavel, mas é verdade!
Como podem os eleitores dar o seu voto consciente-
E” um grande êrro não interessar a grande massa, o po-
vo, nos actos eleitorais e isso,
grandes e desagradaveis surprezas.
quando menos, pode dar-nos
maior confiança nos seus desti-
nos futuros.
O Brazil é para os portugueses
um prolongamento de Portugal
como Portugal é para os brazi-
leiros o prolongamento da sua
terra maravilhosa.
Só uma doentia obsecação po-
dia pretender empanar as bôas
relações de amizade que hoje li-
gam os dois povos, mas temos a
absoluta certeza que não o con-
siguirá.
A cimentar essa boa amisade
ha mais, agora, os lindos olhos
das brasileiras, as capas negras
e as guitarradas dos academicos
lusos.
— age
As informações quenos tinham
chegado, ao entrar na maquina o
nosso primeiro numero, eram que
asr.* D. Adélia, esposa do sr. dr.
Albano Lourenço, após a sua de?
liprance, passava bem. Não, era
assim. A espõsa daqule nosso as-
‘sinante tem estado gravemente
doente, se bem que, ás ultimas
notícias, com algumas melhoras.
Fazemos sinceros votos pelo
seu completo restabelecimento.
—————— aee
Saiu no dia 20 do corrente pa-
ra Barcelona afim de embarcar
para Fernando Pó, o nosso pre-
sado assinante e abastado capita-
lista o snr. Libanio Vaz Serra.
O snr. Vaz Serra que se tem|
imposto à estima de todos que o
o conhecem pelás suas qualida-
des de homem de iniciativa e
acção, aliada a uma modestia e a
uma bondade pouco vulgar, dei-
xa aqui muitos amigos e admira-
dores, no numero. dos quais nos
contamos, que lhe anceiam uma
feliz viagem, felizes negocios e
um breve regresso à terra que
lhe foi berço e ao seio da sua
extremosa familia.
— dem
nador por este circulo.
O nosso jornal
Temos recebido bastantes feli-
citações pela aparição do nosso
jornal, pessoais, em cartas e te-
legramas, o que muito nos tem
penhorado e que rendidamente
agradecemos. Não queremos, en-
tretanto, deixar de salientar as
que nos foram dirigidas pelo nos-
so presado assinante e conterra-
nio, snr. Alfredo José Martins,
que em hora bem dorida da sua
vida pela perda de seu Pai, se
não esqueceu de nós com as suas
felicitações e incitamentos.
A todos os nossos agradeci-
mentos.
*
%* *
Tambem o nosso presado co-
lega O Zezere de Ferreira do
Zezere, se referç ao nosso jornal
nos amistosos e cativantes termos
quê se seguem, que penhorada-
mente agradecemos:
«PROGRESSO BEIRÃO
Recebemos e agradecemos a visita
do primeiro numero deste novo cole-
ga, que no dia 11 do corrente encetou
a sua publicação, em Sernache do
Bomjardim.
O novo periodico que se apresenta
com um otimo aspecto grafico, insere
alem do artigo de apresentação, uma
sentida homenagem ao falecido dire-
etor do I. M. C., sr. Dr. Abilio Marçal,
de quem publica o retrato, e muita ou-
tra cuidada colaboração.
Com os nossos cumprimentos de
boas vindas, desejamos ao Progresso
Beirão uma longa existencia.»
=———— a o —o—
Instituto de Missões Coloniais
No proximo dia 2 de novem-
bro abrem as aulas deste estabe-
lecimento de ensino. Os alunos
internos deverão entrar nos dias
30 e 31 do corrente mês.
No dia 26 do corrente princi-
piam os exames da 2.º epoca.
0.
No ultimo domingo, na festa de
Estiveram ha dias em Sernache/ de N. S. das Preces, na freguesia
os snrs. Drs. Pinto Barriga, Fran- do Castelo, envolveram-se em de-
cisco Paula ilustres deputado e se- |sordem alguns romeiros, havendo
‘algumas cabeças partidas.
SE ASSIM NÃO É, PARECE:
Que o nosso jornal foi muito
bem recebido;
Que está causando engulhos:
a alguns que julgavam impossivel
o seu aparecimento;
Que outros andam amedron-
tados com o receio de que lhe pon-.
hamos as calvas à mostra;
Que podem estar descancados:
porque o nosso fim é o bem da
colectividade e não a acção indi-:
vidual seja a quem for;
Que ainda assim… tudo ten
limites;
Que não se sabe para que en-
cheram de terra algumas ruas:
de Sernache;
Que se diz já, que foi para
prejudicar com o pó e a lama os
comerciantes e os moradores des-‘
sas ruas;
Que se não foi esse o intuito
deveriam deitar terra em todas:
as outras calcadas, a principiar
no adro, porque todas elas pre–
cisam de conservação;
Que se estão fazendo algumas
transformações no Club Bomjar-
dim sem auctorizacão da Assem-:
bleia Geral.
Que éilegal iniciarem-se obras
de tal vulto sem a sua aprovação:
Que por isso se ignora a uti-
lidade e a urgencia, dessas obras;
Que ha a fazer outras obras:
de maior urgencia para as quais:
a direcção passada deixou já um
saldo de, aproximadamente, três:
mail escudos;
Que, se preciso fôr, diremos:
o que por aí se diz sobre o caso:
Que estamos a quinze dias das
eleições e ainda não sabemos quem
são os candidatos que se propõem.
pelo circulo; .
Que isso podcaré trazer sur-
prezas desagradaveis..
Dr. Bravo Serra
Foi promovido a delegado dor
Procurador da República de 2.º
classe e colocado na comarca de
Vila Nova de Ourem, este nosso-
amigo e conterreaneo.
Ao dr. Bravo Serra, que é un»,
espirito culto é desempoeirado é
já um elemento que muito honra
a sua classe, apresentamos as nos-
sas felicitações e os votos sinceros:
pelas suas felicidades.
————
Retificação
Por um deploravel equivoco, dis–
semos, no nosso passado numero.
que o sr. dr. Arnaldo Chaves Ubach,
ilustre director do Instituto de Mis-
sões Coloniais, era diplomado com
o curso da Escola Colonial.
Não é assim. E
S. ex.” é diplomado com o cur-
so de Medicina Tropical.
Pedimos desculpa pelo engano..
E
Comecarim em Sernache os ser-
viços de desaterro da rua que li-
ga a estrada nacional, em frente
do Club Bomjardim, com Bairros
República.
Ora ainda bem!@@@ 1 @@@
CARTEIRA MUNDANA
Saíram para Lisboa os nossos
presados assinantes srs. dr. Joa-
quim Henriques de Almeida e
Antonio Nunes da Silva Mata.
*
Esteve na capital, de onde vol-
tou ha dias, o sr. dr. Antonio M.
Correia Nunes, nosso presado
assinante e conterraneo.
%
Encontra-se gravemente enfer-
mo o sr. dr. Salvador Ribeiro,
juiz de direito desta comarca.
*
Tem experimentado algumas
melhoras a sr.* D. Maria Mada-
lena Barata e Silva.
x
Retirou para Lisboa, com sua
esposa, o sr. Manuel Martins
Cardoso.
*
Sairam: para Lisboa, para fre-
quentar o 1.º ano de Direito, o
sr. José Nunes e Silva e para a
Figueira da Foz, para frequentar
o 6.º ano do liceu, o sr. José Ba-
rata e Silva.
Fez exame do 2.º ano do Li-
ceu Camões, ficando aprovado,
o menino Rogerio Marinha Lu-
cas. À seu pai o nosso amigo sr.
Zeferino Lucas apresentamos as
nossas felicitações.
*
Já tivemos o prazer de abraçar o
nosso querido amigo Gil Marçal
Antunes, esperançoso estudante de
direito, há longo tempo retido em
casa por uma pertinaz enfermida-
de. Como amigos, felicitamo-lo e
ao mesmo tempo recomendamos-
“lhe muito cuidado por causa das
recaidas. . .
PROGRESSO BEIRÃO
*
Saiu na quinta feira ultima pa-
ra Espinho o nosso presado assi-
nante snr. Bernardino Moreira, que
foi levar ao colegio as suas interes-
santes filhas, Ondina e Gertrudes e
a menina Lourdes Mata, filha da
snra. D. Amelia Mata Rodrigues.
*
Tem estado em Sernache com
Ss. ex.Ӽ esposa e filhos, o nosso
presado amigo sr. Olimpio do Ama-
ral, comerciante em Lisboa.
Cumprimentamos.
*
Fizeram anos:
no dia 17:
O snr. José Dionisio dos Santos
Silva nosso presado assinante;
no dia 22:
O snr. dr. Gualdim Queirós,
ilustre professor do Instituto de
Missões Coloniais e digno sub-
-delegado de suade;
no dia 24;
A snrê. D.. Emilia Lopes dos
Santos Silva, espôsa do nosso
director ;
hoje;
O snr. Domingos da Cruz Alva-
rinhas, regente da banda do Ins-
tuto de Missões Coloniais;
faz anos no dia 27:
O snr. dr. José Correia da Silva
Marçal, nosso presado assinante
e ilustre sub-delegado de saude
em Ferreira do dee
Parabens
[]D]]DD——— de
Realisou-se, no dia 15, a feira
de Santo Amaro, que esteve bas-
tante concorrida fazendo-se mui-
tas transações.
>
Em outro lugar principiamos
a publicar uma novela, produção
do nosso amigo Gil Marçal e ex-
traida do um livro que êle tem
em preparação. –
A alma moça do Gil libra-se
em sonhos alados de amor e de
esperanças para tombar depois
em presagas e negras conclusões,
como os cultores da doentia es-
cola romantica.
Não, amigo Gil, a vida é vi-
ver, é rir, é gosar; não com o
septicismo alyar e cínico que vem
corroendo a sociedade de hoje ou
com o sorriso siloquiano, mas o
rir são e claro do bom português,
sempre forte e couraçado contra
todos os embates da sorte.
Falecimento
Faleceu em Sernache, no dia 12
do corrente, O sr. José Manuel Mar-
tins, pai dos nossos presados assi-
nantes, srs. Alipio José Martins e
Alíredo José Martins e cunhado do
sr. Antonio Martins dos Santos, co-
merciante em Sernache.
O falecido, que era um modesto
artista, muito estimado nesta po-
voação, era natural de Maljoga, con-
celho de Proença a Nova e deixa
viuva a sr.º Maria do Sacramento.
A” familia enlutada os nossos
pesames.
MOTO B. S. À.
Com a força de 4 !h HH. P. e
3 mudanças de velocidade. VEN-
DE-SE. Trata-se com Antonio
Alberto Craveiro — Certã.
3
DD
Depois de uma temporada de
ferias, voltou à sua casa, em Ser-
nache, o sr. dr. Jaime Agostinho
da Silva Pereira, ilustre professor
do Instituto de Missões Coloniais.
Segundo nos informam a demo-
ra do sr. dr. Jaime Pereira em Ser-
nache, é pequena, por ter sido re-
quisitado para o gabinete do sr. Mi-
nistro das Colonias, pelo que reti-
rar-se-ha em breve para Lisboa.
Com os nossos cumprimentos as
nossas melhores felicitações.
Ne.
Tem estado em Sernache, onde
veio refazer-se da sua saude aba-
lada por alguns anos de Moçam-
bique, o sr. Luis dos Reis. digno
agente de civilização, chefe da
Missão Civilizadora «Camões», em
Fernão Velóso e oficial do exerci-
to português.
Com os nossos cumprimentos de
boas vindas os nossos melhores vo-
tos pelo seu completo restabeleci-
mento, para poder proseguir na
sua abnegada e patriotica obra e
trabalhar no engrandecimento das
missões civilizadoras, de que é já
um dos seus melhores ornamentos.
— eme item
EX PEDEENTE
Por falta de espaço deixamos
de inserir alguns anuncios e ori-
ginal pelo que pedimos desculpa.
*
ASSINATURAS — Para o Conti-
nente e Ilhas, sério de 12 nume-
ros, 4580. Para as Colonias, série
de 24 num., 15500. Estrangeiro*
sério de 24 múm., 20800. (Paga-
mento adiantado). Núm. avulso 840.
Ilusão Perdida…
Depois a lúz: a vida!
Extraordinario espectaculo este, sem duvida! | a
E a mente de Marcelo despreocupada e por ventura acreançar
(Do livro em preparação ALEM DA VIDA. .. E AQUÊM DA MORTE…
de Gil Marçal)
ci éMiss Misterio
Bra ARCELO levantára-se mais cêdo n’êsse dia, porque o
tempo duma calidez suave e plenamente primaveril, tor-
nara os campos d’uma amenidade aprazivel, pondo nas
paisagens belezas misteriosas que lhe enchiam a alma
adoentada duma vida mais sã, ao mesmo tempo que o
ensinayam a idealizar melhor e lhe punham no espírito,
sonhos d’uma fantazia mais caprichosa.
E foi-se assim pelos campos a beijar com doentia
», sensibilidade, as boninas, as papoilas rúbras e mais os
“Nalegres mal-me-queres, fresquinhos ainda do orvalho da
à À madrugada que o Sol menos madrugador que Marcelo,
am não viera ainda sorver com a sua boca enorme, escal-
N dante, sôfrega de louco.
N/ vinamente bela!… Tantas e tão lindas a porem nos
4 SN campos tonalidades variadissimas de côres alácres, fa-
zendo das planícies matizádos delicádos e engenhosos, capázes de
baterem n’um «recórd» fulminante os mais caprichosOs tapêtes da
Ponte-da. Pedra! ) E God
E a alma naturalmente triste de Marcelo, vivia’com todos aqueles
encantos ideais de sonho que a natúra lhe ostentava vaidósa, mo
mentos indiziveis dk viva felicidade intima. e
E o nascer do Sol que lindo que fôra tambem n’aquela encanta-
da manhã!… Um manto de púrpura em fogo a que tivessem pos-
to uma mancha de-sanguê mais viva no meio, a envolver num bei-
jo incendiado e louco à magestosidade austéra da Serra de Mu-
radál!
Que de flôres êle não vira nessa manhã de Maio, di-
da ainda, encontrava em todos estes espectaculos do campo um
misterioso encanto soberbamente lindo, que o faziam naturalmente
bom e por demais ingénuo. E era de facto assim: homem já na
idade mas criança no sentir e pensar!
E n’essa manhã-—oh! diabolica manhã aquela !…— de regres-
so a casa, Marcelo não quiz vir pelo caminho do costume e dei-
xou-o para vir passar pelo Adro da Aldeia. Lembrança infeliz es-
sa, que havia de tornar;se depois na preocupação torturada e laten-
te da sua vida a desabrochar!…
E emquanto, num remanso’profundo de-cérebro, comparava o
alvorecer radioso d’um dia de primavera com o iniciar bonançoso
d’uma vida de rapaz, povoada de mil esperanças, volvendo os olhos
distraído, descobre no jardim da casa proxima, entre cravos, rosas
e goivos— a perseguição das flores! —a filha mais nóva de João de
Castro que êle conhecendo embora pequenina, não via ha muito
tempo já. Como um arrepio febril sentiu na alma adormecida um
vibrar forte, que o acordou n’um sobresalto agradavel de sonho
amoroso. E n’um momento o seu cerebro, embriagado pela beleza
de Virgem que contemplava estactico, concebeu um romance fan-
tastico de amor !… E” que o fascinara sem duvida, a ultima flor
que vira: aquela Rosa Négra de encantamento divino!… à
E mal recuperada ainda a serenidade perdida, Marcelo queima-
do de interesse, não poude que não dirigisse a palavra aquela lin-
da Rosa Nêgra…:
— Como está v. Maria? Então, em férias?! Ha quanto tempo
a não via!… a
E n’um cumprimento delicado a resposta veio, leve, airosa:
—Mas vai vêr-me agora mais vezes. Já não volto para o co-
legio… “ ; :
E a noticia foi o rastilho acêso para incendiar a alma já agora
apaixonada de Marcelo, que n’um dialogo tímido, febril e rapido,
‘mal soube dizer-lhe que sim, que lhe era agradavel a novidade e
sem detenças despediu-se e partiu.
(Continúa)@@@ 1 @@@
|| PROGRESSO BEIRÃO .
— Camionehs de Sernache
SS == —
CARREIRAS ENTRE SERNACHE E A-ESTAÇÃO DE PAYALVO
A’S SEGUNDAS, QUINTAS E SABADOS
Toda a correspondencia: dexe ser dirigida à
Eullio Victorino
Sernache do Bomjardim
Estabelecimento Comercial
— DE—
CESINIRO GASPAR
Grande e variado sortido de fazendas, miudezas, duinquilharias, mercearias
– é papelaria .
(Casa em frente do Correio)
SERNACHE DO BOMJARDIM &-
PAVILHÃO CENTRAL –
=” Do —
MERCADO BITTENGOUR y
DE
Eduardo da Silva Soares
Casã Comercial especialista em
Chás, cafés, assucar, sabão, louças, petroleo, massas alimenticiast,
semeas, arroz, cereais, bolachas, azeites, vinhos e licores
Tabacos nacionaes e estrangeiros = Artigos de Capelista é ferragens
PREÇOS SEM. COMPETENCIA
UE
i E SERNACHE DO BOMJARDIM 3»
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