Voz do Povo nº20 16-04-1911

@@@ 1 @@@
qo
1.º Anno Certã, 16 de abril de r9rr N.º 20
DIRECTOR Ea
Augusto Rodrigues é
Administrador |
ZEPHERINO LUCAS, E
Editor é
E
Luiz Domingues da Silva Dias
Assignaturas
Anno…… Tib200,. Semestre…
Para o Brazil. …..
Pago adiantadamente
o) Não se restituem os originaes
SIRURAÇÃO DI TUA)!
Dentro de poucos dias, de pou-
cas horas, talvez, será conheci-
do em-todo o: paiz o diploma
que vae tornar em facto a sepa-
ração da igreja e do estado.
Sem duvida que, de todas: as
reformas levadas a. effeito pelo
Governo Republicano, nenhuma
como esta: tem a magna impor-
tancia de interessar a todas as
classes, a todas as terras. Desde
a cidade populosa até ao misero
casal perdido nos contrafortes
da serra, ali, em toda a parte
onde à vida palpita, a separação
será discutida, numas partes lou-
vada, noutras condemnada, qua-
si sempre sem rasão scientifica
para uma ou para outra cousa.
A nosso ver, à separação, isto
é, a sua forma, interessa apenas
aos crentes, aos que hoje seguem
ou dizem seguir as doutrinas de
aquelle loiro rabbi da Galileia
que, ha’vinte seculos, pregava
aos homens da nação hebraica
palavras, de paz e de fraternida-
de:-— Vinde a mim, todos os que
andaes ‘ cançados’e opprimidos. e
eu vos alliviarei; aprendei de mim
que sou manso e humilde de co-
ração, nos, dizia elle num dos
seus-mais felizes momentos,
quando o seu espirito repousava
da lucta ardente de todos os dias
contra os sacerdotes e contra os
doutores da lei, a quem elle fla-
gellava com as. suas palavras
candentes: de verdade:-=Ai de
vós, que sois siimilhantes aos se-
pulchros caiados, que por fora pa-
recem realmente formosos, mas
interiormente contêm apenas ca-
daveres em decomposição.
E a esses, aos que crêem que
realmente esse meigo propheta
da ridente. Nazareth, é 0: Chris-
to; que nos disse:— Vós, porem,
não) sejaes chamados Rabbi, por-
que um só éo vosso Mestre—o
Christo, e todos vós sois irmãos,
a esses não pode a fé ser abala-
da por decretos dos homens,
pois que no seu coração vibra
ainda n’uma consoladora harmo-
nia, a vós cheia, de carinho, do
loiro Jesus, que lhes diz:-—-Em
verdade, vos digo: que se tiverdes
fé e não duvidardes, tudo o que
pedirdes na oração, crendo, o re-
cebereis. Pedi e dar-se-vos-ha;
buscas e encontrareis; batei e abrir-
se-vos-ha. “Porque aquelle que pe-
de, recebe, 0 que busca, encontra
boo rs.
-+ Sibooo réis (fracos)
€ ao que bale se abre.
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Travessa do Serrano, 8
CERTA.
Typographia Leiriense — LEIRIA
Proprigdade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
A esses pois, a todos aquel-
les que estão em perfeita com-
munhão com a doutrina do fun-
dador da sua religião, deve inte-
ressar mediocramente as leis que
os homens promulgam a respei-
to da crença que lhes acalenta
a alma.
A igreja separada do estado !
Mas, Paulo de Tasso, quando
na Grecia, e na Asia Menor, ao
sôpro do seu verbo inspirado,
fundava as igrejas, que depois
se tornaram celebres, de Ephe-
so, Smyrna, Pergamo, Thyatira,
Sardo, Philadelphia e Laodicea,
algumas vezes pensou em pedir
o auxilio do estado para o de-
côro e para o progresso d’esses
centros luminosos da fé nos pri-
mitivos seculos christãos?!…
Esses propagandistas austeros
que, na face da terra, seja na
Roma dos imparadores e da cra-
pula, seja em Athenas dos phi-
losophos e do culto do bello,
seja nas planices da Asia, seja
nos desertos da Arabia, seja no
mythologico Egypto, seja na
guerreira Lusitania, pregavam a
doutrina do seu sublime Mestre,
precisaram alguma vez do auxi-
lio do estado para que os solda-
dos e os cidadãos da senhora do
mundo, os philosophos do areo-
pago, as multidões famintas da
palavra da justiça, corressem
pressurosos: a ouvir relatar os
factos da vida d’esse meigo rabbi
queimado no fogo das paixões
da calida Judeia, as suas maxi-
mas, as suas parabolas.
E quando elles como João, o
seu discipulo querido, lhes re-
petia com a voz repassada de
saudade, as suas palavras do
mais alto alcance philosophico:;—
O meu reino não é deste mundo;
quando orares, não sejaes como os
hypocritas, pois se comprazem em
orar de pé nos templos e ás esqui-
nas das ruas, para serem vistos
pelos homens ; mas tu, quando ora-
res, entra no teu aposento e fechan-
do a tua porta, ora então a teu
Pae,—esses guerreiros, esses sa-
bios, essas multidões, recebiam
com ellas a certeza de que a re-
ligião que n’essa doutrina esta-
va consubstanciada era inacessi-
vel aos ataques dos homens, não
carecendo do auxilio de Cesar
nem da protecção dos extranhos,
e que a fé que n’ellas se baseia
é tão intangivel como a alma pu-
ra de Jesus o era aos sentimen-
tos do egoísmo, da vaidade e do
interesse.
Olhae para as aves do céu, que
não semeiam, nem segam, nem
juntam em celleiros ! Olhae para
os lyrios do campo, como elles
crescem !, nos dizia elle no seu
tão discutido discurso da mon-
tanha.
Sendo assim, como pensamos,
não pode a separação da igreja
e do estado vir, prejudicar a fé
no coração dos crentes.
Aonde estiverem dois ou trez
em meu nome, ahi estarei eu, no
meio delles, dizia Christo, ace-
lerando ainda mais a sua ideia
d’uma religião pura e despida
de preconceitos materiaes.
A imperfeição resulta antes da
união da igreja com o estado.
Este é, ou deve ser, o conjuncto
de forças, de aspirações e de in-
teresses que nada teem que ver
com a crença ou descrença em
Deus. A religião é um caso par-
ticular de consciencia individual
a que o estado deve considerar-
se extranho,
Continuarão, pois, os crentes,
como até aqui, adorando a Deus
e tributando-lhe o culto que a
sua consciencia lhes aconselhar,
e lendo com: attenção os escri-
ptos.de Paulo de Tasso o gran-
de apostolo das gentes, esse ho-
mem, cuja vontade de ferro, sou-
be vencer os maiores obstacu-
los, nºelles encontrarão estabele-
cida a doutrina de que, aos cren-
tes e só aos crentes, incumbe a
despesa com a sustentação do
culto, doutrina que demais se
acha em perfeito accordo com
as velhas Leis do Pentateuco.
São necessarios presbyteros é
outros ofliciaes da igreja. Os
crentes estabelecendo-lhe uma
congrua para sua sustentação
cumprem apenas uma das suas
mais insignificantes obrigações.
O que lhes não é lícito e até está
em desaccordo com toda a dou-
trina christã, é obrigarem os des-
crentes ou os que não commun-
guem na mesma fé, a contribuir
para as despesas d’um culto a
que são extranhos.
Não ha, pois, rasão para in-
justificados alarmes; aos des-
crentes é e deve ser indifferente
a forma da separação, tendo ape-
nas o direito de exigir que ella
se faça; aos crentes, estamos cer-
tos, reconhecerá a lei todos os
direitos que são inherentes á li-
vre exteriorisação dos casos de
consciencia definidos nas formu-
las religiosas. O illustre minis-
tro da justiça é um homem de
talento; como tal tem a justa no-
ção da media do licito e do illi-
Na 3.º e 4.º paginas, cada linha….
N’outro logar, preço convencional
Annuncios
ARO so
Annunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
cito, do que é conveniente e do
que não é conveniente, e, sobre-
tudo. teem os crentes, com cer-
teza, sempre presentes no espiri-
to as sublimes palavras do Apos-
tolo Thyago, na sua carta diri-
gida a todas as igrejas:
Se alguem, entre vós, cuida ser
religioso, e não refreia a sua lin-
gua, antes engana o seu coração,
areligião do tal é vã. Areligião pu-
ra e immaculada para com Deus,
é esta: Visitar os orphãos e as viu-
vas nas tribulações e guardar-se
immaculado do mundo.
= ———
ernache do Bom-Jardim
No n.º 3:750 do nosso illustre col-
lega o Mundo, lêmos com desgosto,
a seguinte correspondencia:
« Tendo a maioria dos commerciantes e
todos os empregados de Sernache do Bom
Jardim, representado á camara da Certã
para que cumpriísse o decreto do descanso
semanal, isto é, para que fosse applicado a
esta povoação o$ 4.º do art.º 2.º do cita-
do decreto (visto ser o domingo o dia de
mercado eo de maior trabalho para os
empregados) que o dia de descanso fosse
o immediato (segunda feira), entendeu a
camara demonstrar ao commercio de Ser-
nache do Bom Jardim a sua muita simpa-
thia por esta povoação, deliberando que os
estabelecimentos fossem encerrados ás 3
horas da tarde de domingo até egual hora
de segunda feira, sem attenderem a que
tal deliberação é um manifesto prejuizo
para o commercio d’esta localidade. Os
commerciantes de Sernache acatam as leis
da Republica e teem muito prazer em dar
aos seus empregados o dia de descanso á
segunda feira, como a leio determina. pa-
ra as povoações onde haja prejuizo ao do-
mingo com os encerramentos das lojas;
mas a camara da Certã é que não acata as
leis clarissimas do decreto, visto que, co-
mo ali o dia de maior trabalho é aos sabba-
dos, nenhum prejuizo soffre o commercio
d’aquella villa, e por isso não serve de ba-
se: que a deliberação é geral. O governo)
da Republica quer egualdade; mas como
a Gertã nunca viu Sernache com bons
olhos, veem agora os homens que fazem
parte da commissão municipal republicana
pretender prejudicar o commercio de Ser-
nache. Não se entende que se fizesse com
outro fim, visto que nos dois requerimen-
tos, de commerciantes e de empregados,
se pedia apenas que fosse cumprida a lei,
Em vista disso, para que foi que ella deli-
berou mandar fechar os estabelecimentos
das 3 da tarde de domingo ás 3 de segun-
da feira? Então as leis são forjadas na Ger-
tã, ou não são comprehendidas? Egualda-
de, egualdade».
Todos sabem que a maioria dos
presidentes das juntas de parochia
tomando aquella deliberação, a que
a camara se associou, teve em vis-
ta um principio muito justo que nós
suppunhamos fosse por todos com-
prehendido e defendido,
Assim não é, porem, e visto que
ha quem com elle se não conforme,
facilmente o fallado inconveniente
pode ser removido, attento à porta-
ria ha dias publicada. i
O que lamentamos, mas isto mui
to sinceramente, é que se pretenda,
não podemos agora saber com que
fins, filiar a discutida deliberação
em más vontades da Certã para
com Sernache, Não sabemos se n’ou-
tro tempo entre as duas povoações
visinhas houve quaesquer mal en-
tendidos, O que sabemos e isto po- isto po-@@@ 1 @@@
VOZ DO POVO
sitivamente, é que ao presejfte e de
ha muitos annos, não ha na Certã
qualquer má vontade contra Ser-
nache. Pelo contrario, todas as clas-
se encontram sempre aqui o melhor
acolhimento, as maiores attenções,
o que, aliaz, não é favor, porque
em Sernache gentilmente se proce-
de da mesma forma. E” esta a ver-
dade; para a confirmar appellamos
para o testemunho dos principaes
homens de Sernache, em todos os
quaesques sem distincção, confiamos
absolutamente. Folgamos ter occa-
sião de falar esta linguagem de ver-
dade, prestando a merecida home-
nagem a Sernache que, temos a
certeza, não está de accordo. com
esta parte da correspondencia. No
resto, se Sernache entende que es-
“ tá prejudicado com a deliberação,
tem-nos ás suas ordens para advo-
gar os seus interesses.
FACTOS E BOATOS
Vae reger interinamente a esco”
la do sexo feminino, na Barquinha,
a’sr.! D. Maria de Jesus Baptista.
—— 600€c>—— -—
Foi nomeado official do registo
civil do concelho de | Proença-a-No:
vaso sr. dr. Joaquim, Farinha Ta-
vares, inteligente advogado n’esta
comarca.
Ra pra
Martins Cardoso
A proposito da recente inaugura-
ção da nova séde do Centro Elias
Garcia, em Lisboa, recebeu aquel
le nosso querido amigo mais uma
merecida consagração pelos’seus do-
tes de caracter e innegualaveis ser-
viços prestados á causa da Republi-
ca.
PARE Ray
O sr. Marinha de Campos que
foi destituído do cargo de governa-
dor de Cabo Verde, foi entregue
aos tribunaes a fim de serem apre-
ciadas as graves imputações que
lhe são feitas e que elle nega.
feto O din ce O e
Consta-nos que muito: brevemen-
te será publicada a divisão dos cir-
culos eleitoraes e suas assembleias.
Nada temos que alterar, da infor-
mação que demos ha dias sobre o
nosso districto.
ER
Falleceu no dia 11 do corrente,
no logar do Picôto, d’esta fregue-
sia, Joaquina de Jesus, com a bo:
nita edade de 111 annos, e no uso
das suas faculdades. Poucos terão,
presentemente, a ventura de attin-
gir tal edade. Nós, com certeza,
nem ao fim da primeira metade…
ema ati EO -damse 0
Registo Civil
O movimento do periodo decor-
rido desde 6 a 12 do corrente foi
o seguinte:
Nascimentos ……
(ObitosPRREEa Ê
Legitimação…..
——— SQOOC>—… —
José Farinha Leitão
Este nosso/ presado amigo, en-
contra-se com sua esposa, na sua
casa da Codiceira. Muito folgamos
com a estada entre nós d’este nos:
so patrício e. dedicadissimo demo-
crata que desde sempre vem pu-
gnando pelos principios liberaes e
que na cidade de Loanda, onde é
um dos mais considerados commer-
ciante; honra sobremaneira o nosso
concelho.
rapa ano ali rea
“Pequena correspondencia
Dignaram’se pagar as suas assignaturas,
os srs. Manuel Farinha Ferreira, João An-
tonio Nunes, Victor Antonio Nunes.
Agradecemos.
:
Pelo mundo litterario
Ilusões Perdidas
O horrido inverno de 18… ha-
via sido de um rigor extremo, muito
superior ao dos annos anteriores;
as torrentes caudalosas arrastavam
impetuosamente em seu seio n’um
louco turvelino, sementeiras comple-
tas, alfaias, gados e casas.
Mais de um opulento lavrador se
vira forçado a contrahir empresti-
mos para as safras do anno e al-
guns que viviam em mediana abas-
tança se viram. coagidos a implorar
soccorros por se verem na indigen-
cia,
Lá em baixo junto ao rio, de pla-
cidas aguas onde os choupos e sal-
gueiros se retratam era a azenha
do tio zé—um velho de rosto per-
gaminhado e de cans alvinitentes,
que com o auxilio de seu filho moi-
rejavam dia e noute para auferir os
parcos recursos com que prover ao
sustento dos seus.
O inverno rigoroso d’aquelle an-
no destruíra a já aluida repreza é
arruinára o vetusto casebre do moi-
nho.
A quem pedir o dinheiro com
que restaurar o seu ganha pão?
O filho robusto mocetão de vin-
te e seis annos acalentava de ha
muito no seu cerebro o projecto de
uma viagem ás terras do Brazil; es-
se sorvedouro dos braços mais vi-
gorosos do nosso paiz; sorvedouro
de fauces hiautes onde se vão pre-
cipitar deixando lá a saude e vol-
tando de lá mais pobres do que par:
tiram e com a saude arruinada cen-
tenares de homens robustos e váli-
dos.
Manuel; assim se chamava o fi-
lho do’ tio zé da azenha; resolveu
ir ás terras de Santa Cruz angariar
os recursos que a seu pae escasseia-
vam para a restauração do seu lar
e do seu ganha pão.
Engajado por um dos muitos en-
gajadores que em diferentes epocas
do anno percorrem; o paiz de norte
a sul, arrebanhando homens, como
os regatões açambarcam os generos
do seu negocio; era ponto assente
a sua ida ao Brazil.
Não mais o cadenciado tie-tac da ‘
azenha, nem o chiar agudo e pene:
trante dos carros subindo as longas
encostas sob um sol ardente, car-
regando as louras messes, cujo grão
seria mais tarde transformado em
farinha na azenha do tio Zé; lá lon-
ge sim, onde o paiz é grande, onde
se ganha muito ouro, ande ha mi-
nas de brilhantes e ouro, lá sim,
elle faria rapidamente fortuna que
lhe dispensaria o trabalhar e a seu
velho pae.
Uma manhã triste e nevoenta em
que o astro rei não mostrara ainda
a sua fulva cabelleira, chegou Ma-
nuel ao ponto do embarque.
Algumas horas depois, empilha-
dos n’um recinto limitado, como
lanigeros em estreito redil; lá vae
sob o impulso veloz de potente he-
lice soffrer os horrores da miseria,
com todo o seu hediondo cortejo.
As agruras d’esse exilio volunta-
rio principiou-as eli: sentindo quan-
do ainda o paquete não tinha per-
dido de vista as costas da patria
querida.
Accossado por um violento tem-
poral esteve durante horas ameaça-
do de sossobrar no seio das ondas o
paquete que conduzia os miseros
emigrantes, os quaes sofreram toda
a casta de privações e maus tratos
que a esta classe de passageiros
costumam dispensar os caridosos
commandantes dos navios de emi-
grantes, semelhantes aos antigos
navios negreiros, i
Alojados em recintos onde são
empilhados ás duzias, a comida for-
necida era pouca é de pessima qua:
lidade—principiaram os horrores da
fome,
x
* *
Chegados ás terras brazjleiras ia
iniciar se para Manuel a serie inc
terrupta de infortunios e desillusões,
como a tantos outros succede que
vivendo descuidosos na sua terra
natal erguem mão da enxada enle-
vados na fugitiva visão de alguns
compatrícios que nas terras do Bra-
zil conseguiram auferir alguns meios
ganhos sabe Deus como, e á custa
de quantas dificuldades ou de quan-
tas transações pouco escrupolosas;
mas quantos dos que vão jamais
conseguem ver a patria adorada; e
os seus miseros restos mortaes re-
pousam em terra estranha e ingra-
ta. ,
O commerciante a quem Manuel
ia recommendado fallecera pouco
antes da sua: chegada, e elle viu-se
por isso forçado a mendigar traba-
lho de porta em porta durante dias
consecutivos, ou a’ vagueiar pelo
caes offerecendo-se para lhe útilisa-
rem os braços musculosos; quantos
dias de doloroso soffrer e de priva-
ções passando fome e frio.
Experimentou como tantos ou
tros os mais rudes mistéres, as pri
vações e inclemencias, arremessa-
ram-no parao catre do hospital on-
de entre ‘a vida e a morte se con:
servou durante bastante tempo.
x
4
São volvidos annos; a azenha do
tio Zé derruira por completo, vota
da ao abandono após o fallecimento
do seu proprietario e a hera ‘vice-
jante cobria agora as ruinas.
O desgosto da separação e os da
miseria a que se vira reduzido, con-
tribuiram para a sua morte mais
rapida, ;
No seu leito mortuario, não sof-
froria’ com as ‘desditas que o seu: fi-
lho estremecido lá longe em, terra
madrasta, passava na derrocada dos
seus sonhos de fortuna.
x
* x
Que dolorosa impressão assistir
ao desembarque dos emigrantes re-
patriados;—róstos esqualidos,’ rou-
pas esfarrap idas, depois a: partida
para as suas terras onde muitas ve-
zes vão mendigar.
Que tristes surprezas os aguar-
dam algumas vezes no regresso ás
suas aldeias.
Repatriado a expensas do consul
portuguez no Rio desembarcou Ma-
nuel com rumo á sua aldeia natal
na esperança de abraçar seu velho
pae e acolher se sob as humildes te-
lhas que o haviam visto nascer é
mais tarde partir com o coração
cheio de ridentissimas esperanças
da feliz realisação do seu almo so-
nho de felecidade.
* *
Approxima-se do logar onde ou-
trora se erguia a azenha do tio Zé;
— que encontra de tudo isso? Ruinasl
Que resta tambem do seu sonho
de ventura? Ruinas! E então exhaus-
to por tanto soffrer, pelo cansaço e
pela fome, deixa-se cahir sobre as
ruínas do seu lar desfeito como as
suas illusões e chora então as suas
ilusões perdidas.
Luiz Antonio Cardoso Guedes.
Carteira semanal
Fazem annos:
No dia 15, o sr. Carlos dos San-
tos.
No dia 17, a sr? D. Cacilda da
Silva Mendes.
No dia 22, o sr. Eduardo Barata
C. e Silva.
Encontram-se n’esta villa, em go-
so de ferias, os srs. Hermano Mari-
nha, alumno do 2.º anno de direito,
e os srs. João José de Magalhães e
Joaquim Barata e Silva, alumnos do
Iyceu de Santarem,
Teem experimentado algumas me-
lhoras os srs, Francisco Farinha
David Leitão e José d’Almeida Fer-
reira Maio.
Estão na Madeirã e-Proença;, de
visita a-suas familias, os nossos as-
signantes srs, drs. Albano Lourenço
da Silva e Joaquim Farinha Tava-
res. ae so
Teem passado incommodadas de
saude as sr.” ‘D. Carlota” Tasso de
Figueiredo, D. Beatriz da Silva Ne-
ves, D. Emilia Bartholo, D. Marga-
rida. Franco, D. Bernarda Carrasco
Ferreira e D. Heluiss Guedes, e os
Ossos assignantes srs. Antonio Fi:
gueiredo Torres Carneiro, dr, Er-
nesto Marinha, Antonio Rosa Mella
e José Queiroz.
Regressou a’ esta villa, assumindo
as funcções de encarregada da esta-
ção telegrapho postal, a sr.“ D. Ame-
lia Esteves d’Abreu.
De visita a seu pae estiveram n’es-
ta villa os nossos patrícios srs, Al-
berto e Eugenio Leitão e suas espo-
sas.
Retirou para Castello Branco,
com sua esposa, o sr. Manuel ‘dos
Santos Barata, que durante: algum
tempo exerceu, com todo o criterio,
o logar de encarregado da estação
telegrapho-postal d’esta villa.
Sahiu para” Montemór-o Novo, ‘0
nosso assignante sr. Antonio Baptis-
ta Ribeiro. ,
Sahiu para Lisboa a esposa do
nosso assignunte sr. Joaquim Nunes
e Silva. É
Está em Castelo-Branco o sr. dr.
Francisco Rebello d’Albuguerque,
oficial do registo civil de Oleiros.
Regressaram de Lisboa os’ nossos
assignantos srs. João d’ Albuquerque
e Antonio Eugenio de Carvalho Lei-
ça
tão.
Retirou desta villa onde veio pas-
sar alguns dias com’ sua familia, pa-
raio Valle de Santarem, o nosso as
signante sr. padre Antonio Nunes e
Silva.
Partiu, no dia 7, para a India, o
sr. Carlos Pinto de Figueiredo, te-
nente da administração naval) que
n’esta villa conta as maiores: sym-
pathias, e cujo regresso tão. breve
quanto possivel, desejamos.
Tambem sahiu, no diao, para:a
Allemanha, onde vae frequentar um
curso de mechanica, o sr, Carlos
Caldeira Ribeiro, nosso presadissi-
mo patricin. Temos a certeza de
que fará um curso brilhante, intelli-
gente como É e com uma accentua-
da disposição, como tem, para aquel-
la especialidade.
Retirou para sua casa da Praia
do Ribatejo, o nosso assignante sr,
Luiz da Cruz.
Está em Paris, fazendo parte do
Orpheon de Coimbra, o nosso assi-
gnante sr. José da Silva Bartholo.
Sahiu para Pedrogam Grande, o
nosso assignante st, Antonio, Joa-
quim Simões David,
Está completamente restabeleci-
do o nosso assignante sr. José da
Gloria Lopes Barata.
Encontra-se em Lisboa, de regres-
so da sua casa commercial em Afri- em Afri-@@@ 1 @@@
ca, o nosso assignante sr. Pedro
Fernandes.
O nosso assignante, sr. Albano
Ricardo Matheus Ferreira que, por
lapso, dissemos ter estado ausente
quando “deviamos ter dito que se
achava ligeiramente encommodado
de saude, já se encontra. restabele-
cido, sua esposa é que se encontra
ainda doente, tendo sido obrigada
a guardar o leito,
Conselhos aos lavradores
E’ dos cereaes panificaveis um dos
mais cultivados no paiz, depois do
trigo.
ão é facil historiar’a sua origem
eisobre ella passaremos por alto.
Os milhos (qea mais) dividem se
em duas especies: rijos e mollares;
os primeiros são em; geral amarel-
los ou vermelhos, teem uma quebra-
dura vitrea ou resinosa; os mollares
são ordinariamente brancos é teem
a quebradura menos dura e semi-fa-
rinacea,
A região dos milhos duros ou ri-
jos coincide com a dos trigos duros ;
e a dos milhos mollares com a dos
trigos molles.
Os: milhos mollares ou rijos dis-
tinguem-se principalmente pela di.
mensão das palhas em:
Milhos de palha alta;
Milhos de palha curta;
Cada um d’estes grupos ainda se
subdivide em’ duas:
Milhos de palha grossa;
Milhos de palha delgada ;
Assim temos:
Milho gigante
Milho grosso
Milho temporão
Milho quarteiro
Delgada Verdeal
Gallego
“9 Grossa
Milhos de palha alta
Serraceno
Cedovem
Gameiro
Mão de toupeira
Grossa
Milhos de palha
curta
Dolgada debito
Milho de Vianna
O milho dá-se bem em terras bas-
tante diversas, contanto que este-
jam bem mobilisadas e muito bem
estrumadas.
Nºuma cultura de milho, que dés-
se uma colheita de vinte e cinco he-
ctolitros por hectar, tendo cada um
o peso medio de 7o kilogrammas te-
riamos 1:750 kilogrammas de grãos;
2:000 kilogrammas de palha e 600
kilogrammas de barbas; o que tra
ria do sólo a seguinte quantidade de
elementos nobres: ‘
A ZOTONco ofe cio
Acido fosforico.
Potassa …… . oi
Grão. ….
Palha….
Bandeiras.
: Acido fosforico.
Barbas …fPorassa e
Ghia a ao 0,1
Numeros que representam um to-
tal de
Os amanhos. culturaes de prepa-
ração do sólo são lavouras bastante
fundas, pois todas as plantas care-
cem de, para bem se desenvolve-
rem, terem á sua disposição um gran-
de cubo de terra; pois, quanto maior
elle fôr maior será a quantidade de
elementos nobres á disposição das
raizes.
As adubações devem ser feitas,
tendo-se em attenção a exportação
de elementos nobres que esta cultu
ra faz; e por tsso nós aconselha-
mos a seguinte formula como uma
das melhores para os terrenos do
concelho:
Fosfato Tomaz……. 225 kilos
Carszotada et 5o »
Kainite …… DRA 5
para 4 alqueires de semente.
Durante a vegetação, o milho
carece de alguns cuidados que são:
a sacha, amontoa, é arrenda ou re-
dra, Muitas vezes, por economia,
faz-se a sacha conjunctamente com
a amontoa e supprime-se a arren-
da.
Quando se tem dado a fecunda-
ção, o que se reconhece pela mu-
dança para escuro que fazem as bar-
bas, Corta-se a bandeira ou pendão
e dá-se aos animaes, o que consti-
tue um excellente alimento,
O milho está sujeito ao ataque
de varias doenças, das quaes a mais
grave é o carvão e a bicha, ou alfi-
nete, que ataca os milharaes das
terras humidas.
Contra o primeiro aconselha se
o arranque immediíato dos pés ata-
cados e como meio preventivo o
sulfatar-se a semente; com relação
ao segundo, o remedio consiste em
sangrar a terra convenientemente,
não semeiar milho no mesmo ter-
reno senão uns tres ou quatro an-
nos depois do ataque da doença, em-
pregando-se então a adubação que
apontamos e que tem dado os me-
lhores resultados em terrenos iden-
ticos.
Isto quando se não fassa a adu-
bação completa em harmonia com
as indicações fornecidas pela analy-
se chimica do terreno, que é a for-
mula de melhor adubar.
Pelo exposto fica demonstrado aos
lavradores que adubos de baixas
percentagens nunca poderão dar
grandes rendimentos culturaes.
A colheita e a debulha é bem co-
nhecida, para que della nos occu-
pemos; todavia a debulha faz-se já
hoje muito mais rapida e economi-
camente, com os escaroladores de
milho, completando o seu serviço
com o emprego das tararas, que
pelo seu baixo custo e rapidez de
trabalho são muito para recommen-
dar.
Cardoso Guedes.
Rss
CORRESPONDENCIAS
Villa de Rei, 10—Correu hon-
tem com muita insistencia que pelo
circulo a que este concelho perten-
ce se propõe deputado o ex.” sr.
Domingos Tasso de Figueiredo.
Os individuos que o conhecem
receberam muito bem esta notícia
por saberem que sua ex.“allia á sua
vasta intelligencia e bondade uma
inexcedivel honradez, lhaneza e boa
vontade que põe ao dispôr de todos
os amigos que são sem numero e
causas justas. E” por isso muito de
esperar que faça alguma coisa a
favor d’este desprotegido concelho.
–“Ao contrario do que se tem
feita por todos os concelhos não
fôram ouvidas as commissõss poli
ticas locaes sobre o provimento do
pessoal do registo civil.
—Chegou ha dias a esta villa o
nosso presado amigo, sr. Vicente
José Gomes.
C.
— ANNUNCIOS
“OVOS
Compram-se a 140 réis a duzia.
Para tratar A D. Oliveira; Rua
Gomes Freire n.º 150 A, Lisboa.
– VOZ DO Povo
ÂAnnuncio
Pelo Juizo de Direito da Comar-
ca da Certã e cartorio do escrivão
David, vae á praça para ser vendido,
em hasta publica no dia 30 do cor-
rente mez de Abril, por 11 horas da
manhã, à porta do Tribunal Judi-
cial, d’esta Comarca, pelo maior
lanço offerecido acima da avaliação,
o predio seguinte:
A quarta parte d’uma casa d’ha-
bitação, sita no Rogueiro; avaliada
em doze mil reis.
Este predio foi penhorado na exe:
cução movidá pelo Ministerio Publi-
co, contra Manoel Ramos, solteiro,
carpinteiro, do logar do Rogueiro,
freguzia do Estreito, pela quantia de
cincoenta e tres mil quatro centos
e onse reis.
Pelo presente são citados quaes
quer credores, incertos, nos termos
da lei:
Certa, 7 de abril de rgir,
O Escrivão,
Adriano Moraes David
Verifiquei a exatidão
O Juiz de Direito,
2 Sanches Rollão 1
ÂAnnuncio
Pelo Juizo de Paz do Districto de
Oleiros e cartorio do escrivão res-
pectivo, nos autos civeis de acção
nos termos do Decreto de 29 de
maio de 1907 que João Martins, ca-
sado, negociante, da vila d’Oleiros,
move contra José Jorge e mulher
Rosaria Joaquina, do logar das Sar-
deiras de Baixo, freguesia de Olei-
ros, se hão de arrematar em hasta
publica no dia 30 do corrente, pelas
onze horas da manhã, à porta da
casa que serve de Tribunal neste
juizo de Paz, sita na rua da Praça,
o predio abaixo relacionado, penho-
rado na mesma execução, pelo maior
preço, offerecido acima do volor da
avaliação: — Uma terra com casta-
nheiros, pinheiros e matto, sita no
Charrim, limite das Sardeiras de
Baixo, avaliada em trinta e oito mil
réis.
Pelo presente são citados os cre-
dores incertos para deduzirem os
seus direitos, no prazo legal, que-
rendo.
Oleiros, 5 de abril de 1911.
O escrivão
Antonio éMartins Salgueiro
Verifiquei :
O Juiz de Paz, 1.º substituto,
2 João Antunes. 1
Annuncio
No dia 3o do corrente, por onze
horas da manhã á porta do Tribu-
nal Judicial, em virtude da execu-
ção movida n’este Juizo por José
Lopes da Silva, casado, proprieta-
rio, da Certã, contra Manuel Nunes
Calvario e mulher Maria de Jesus,
da Serra do Pinheiro, d’esta comar-
ca, se ha de proceder á venda e ar-
rematação em hasta publica pelo
maior preço que fôr offerecido sô-
bre os respectivos valores dos pre-
dios seguintes:
Uma propriedade que consta de
terra de cultura, agua nativa, oli-
veiras, sobreiros, outras arvores €
matto na Horta da Nuna ou Carva-
lhos, no valor de quatrocentos e
vinte e quatro mil réis. 4248000
Uma courella de terra com oli-
veiras, sobreiros, castanheiros e mat-
to, sita à Cavada, limite da Serra
do Pinheiro no valor de setenta e
dois mil réis. 728000
Uma terra de culturas com oli-
veiras sobreiros e matto sita ao Val-
le, limite da Serra do Pinheiro no
Z
valor de cento e dez mil réis rIog000
O dominio util d’um praso forei-
ro a Libanio Girão, de Sernache do
Bom Jardim em 50! dazeite e
54! 176 de pão meado, trigo, centeio
e uma gallinha, que consta dos se-
guintes predios: Uma casa de ha-
bitação, quintal. com oliveiras, ou-
tras arvores na Serra do Pinheiro.
Uma courella de terra com oliveiras,
sobreiros e mattos do Cimo do Val-
le d’Armuinha ou Poço do Cartaxo,
no valor de eento e cinco mil e
quarenta réis. 1058040
Pelo presente são citados quaes-
quer credores incertos, 4
Certã, 5 de abril de 1git.
O escrivão do 2,º officio
Francisco Pires de Moura
Verifiquei
O Juiz de Direito
2 Sanches Rollão I
Comarca da Certã
2 1.º officio I
Pelo Juiso de Direito da comar-
ca da Certã, cartorio do escrivão
abaixo assignado, nos autos civeis
de acção de divorcio em que é au-
ctora Emilia de Jesus, residente no
logar da Fonte da Matta, freguesia
do Cabeçudo, d’esta Comarca, e
reo Possidonio Nunes, residente no
mesmo logar, foi proferida em 28
de março ultimo, sentença pela qual
foi decretado o requerido divorcio,
sentença que transitou em julgado.
E para os devidos effeitos se pu-
blica o preschte.
Certã, 13 de Abril de 1911.
O Escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei:
O Juiz de Direito,
Sanches Rollão
Annuncio
(2.º publicação)
Pelo Juizo de Direito da Comarca
da Certã e cartorio do escrivão Da-
vid, vão á praça, para serem vendi-
dos em hasta publica, no dia 30 do
corrente mez de abril, por 11 horas
da manhã, à porta do Tribunal Ju-
dicial, da comarca, pelo maior lanço
offerecido acima da avaliação, os
bens seguintes: Metade do dominio
util d’um praso foreiro a Libanio da
Silva Girão, de Sernache do Bom
Jardim, em cincoenta litros de azei-
te, cincoenta e quatro litros cento
setenta e seis mililitros de pão mea-
do, de trigo e centeio, e uma galli-
nha, imposto nas seguintes glebas:
1.!—Uma terra de semeadura com
oliveiras e outras arvores, e casa de
habitação no logar da Serra do Pi-
nheiro.
2.*—Uma courella de terra com
oliveiras e sobreiros, no sitio do Val-
le da Cereninha ou Pouço Cartaxo;
avaliada a respectiva metade em
cincoenta e dois mil quinhentos e
vinte réis.
Foram penhorados nos autos ci-
veis de execução que nos termos
do Decreto de vinte e nove de maio
de mil novecentos e sete Antonio
Hypolito, casado, proprietario, do
logar da Passaria, d’esta freguesia e
Comarca da Certã, move contra
Manoel Nunes Calvario e mulher
Maria de Jesus, proprietarios, do
logar da Serra do Pinheiro, da mes-
ma: freguesia e Comarca, pela quan-
tia de quarenta e oito mil quatro
centos e oitenta réis.
Pelo presente são citados quaes-
quer credores incertos, nos termos
da lei.
Certã, 5 de Abril de 1gr1.
‘O Escrivão,
Adrião Moraes David
Verifiquei a exactidão
O Juiz de Direito,
Sanches Rollão. Rollão.@@@ 1 @@@
“VÔZ DO “POVO
—— Dee
Rua da Victoria, 82 a 88 e Rua do Ouro, 166 a 170
LISBOA |
-.» Installações completas de gaz e agua; gazometros para ace:
| “tylene desde 5 a 100 luzes; variado sortimento de candieiros, lus-
«três E lampadas para gaz; candieiros de petroleo; lanternas de
diversos typos em folha e em cobre; fogões para sala é cosinhas
tinas, lavatorios e retretes; tubos de borracha, latão e ferro; tu-
bo de chumbo de todas as dimensões, torneiras/de metal de di-
versos typos e dimensões; grande sortimento dé tulipas, bacias
para gaz, mangas de incândescencia, bicos simples e deincandes-
cencia ; esquentadores para gaz e petroleo; pára-raios;’artigos de
electricidade, etc. :
É JULIO GOMES FERREIRA & C,! Lº 4
UMA AGINCIA
ARMAZENS. GRANDELLA
“Cada terra do paiz onde hajam estações postaes
A partir do dia 4 de janeiro de 49H
Nestas agencias deverão ser entregues os pedidos, escriptos em bilhe-
tes; postaes ou cartas devidamente selladas com estampilhãs de 25 € so-
brescriptadas para GRANDELLA & C.*Rua do Ouro, 215—LISBOA.
PASSADAS 48 HORAS, nas mesmas agências serão entregues os
catalogos, as collecções dé amostras bu a resposta a qualquer informação
que tenham pedido, ISTO SEM DESPEZA ALGUMA. na
Os pedidos de” quaesquer artigos que hajam, pelo inesmo, processo,
entregue na agencia, serão tambem entregues na mesma agencia 48 HO-
RAS depois do pedido feito c em troca do pagamento da respectiva fa-
ctura, ;
Não é Dri mandar úinhejro cantado, Só 56 pápa mo ago ia entrega
SE
por acaso, o que rarissimas vezes acontece, os artigos ou fazendas rece:
bidas não fórem fornecidos perfeitamente em harmonia com o pedido ou
não corresponderem ao que esperavam pela simples leitura do cata-
logo, não serão obrigados a ficar com esses artigos, immediatamente
DEVDRÃO
tornar a empacotar o que não lhes agradar exactamente como vinha
acondicionado e! sobrescriptado para GRANDELLA & C.*
f BE Rua do Ouro, 215 LISBOA.
levalio novamente á agencia e shispagar os sellos que indicarem serem pre-
cisos pôr no:volume, PASSADAS 48 HORAS de assim haverem proce-
dido, receberão a importancia dos artigos que devolveram bem como a im-
portancia das despszas feitas para os devolverem, caso tenha havido erro
no fornecimento. ;
Estas agencias são das que offerecem mais garantias de seriedade,
porque não só estão debaixo da fiscalisação do Estado, conio tambem teem
a garantir as transações ali effectuadas, a probidade commercial dos AR-
MAZENS GRANDELLA importante casa commercial do paiz que, d’esta
fórma, põe á disposição de todos os habitantes do paiz OS. COLLOSSAES
SORTIMENTOS DA SUA SÉDE EM LISBOA, pelos mesmos preços
que vende em Lisboa, ao balcão. o ; À
Estas AGENCIAS são as ESTAÇÕES POSTAES em cada terra
do paiz,
5 “Aos Armazens Grandella
pd O
& LEITÃO & ALBUQUERQUE É
EM COMMANDITA
Tá do Ouro, 170, 2.º=ESCRIPTORIO FORENSE-Taleg,*—LEQUE=LISBOA
Soespses—
Commissões e consignações, despachos gas alfandegas.
informações, remessas de encommendas para as pro-
“vincias, ilhas é colonias. Acceita representações de
Fquacsquer casas productaras tanto nacionaes como estranjei-
ras. Trata de liquidações de heranças e de processos commer-
ciaes de toda a natureza, estando estes assumptos “A cargo do
socio gerente: Armando de Albuquerque, solicitador
encartado.
(as E, e, AR A RT E, a a a
o
CNC
Productos chimicos e especiali-
dades pharmaceuticas:
nacionaes e estranôeiras
AGOAS MINO-MEDICINAES ||
fabricantes estrangeiros.
MOS E ESSECIAS MODERNAS dos melhores
a tando de Crane + ADAlySS COmplETAS dê Utinas Caneiles
PEIES NENE NEEM RS
ER SR Rad
j ca Sosesibesniira neepinaas CERA mena ce rã
Automoveis “de. aluguer
qa Prata da-Republica-— CER TÁ
Os preços desta garage são 220
reis por Kilometro até 3 pessoas é
81] 320 réis até 5; cada pessoa, além
Bjdas 5, pagará 5o réis por kilometro.
Os Kilômetros contain se desde’a sa-
hida ao termo da viagem.. Serviços
de ida é volta preços conventionaes,
Reparações. oleos tgazólina
Endereço telegraphico:= GARAGE
O proprietário, João Pinto d’Albuquerque
CEEE
“QUINARRHENINA —
“Aos nossos leitores recomendamos este especifico sempre que preci-
sem fortalecer o organismo. 0, 0 TERA
Experiencias feitas por ‘inhumeros Clínicos, nos hospitaes do paiz e co-
lonias, confirmam ser o-tonico é febrifugo que mais sérias garantias oífere-
ce no tratamento das febres palustres ou -Sezões, «anemia, tuber-
culose & outras doenças provenientes ou acompanhadas de fraqueza
goral, augmentando a nutrição, excita fortemens
te o appetitee facilita a digestão.
Intrucções em, portuguez, francez e inêglez
À venda nas boas pharmacias:
Deposito na Certã-— -PHARMACIA Z: LUCAS. |
» geral PHARMACIA GAMA —C; da Estrella — LISBOA
BIBLIOTHECA DE EDUCAÇÃO MODENA il ] sta il |
iistoria das Religiões” | “co ais de gormacho do
PEA (clichés-de JM: Al
Ro E Tal CobDia). Eri tia eta “a
Collecção de 21. «11, 500 rs,
Preço do livro: brochado, 200 EEE de
rêis; maguificimente encadernado tãPharmacia Z; Lucas) 00
em percalina, 900 réis, Vende-se | Di a DD
em todas as principues. livrarias de Q Wi: Bd ;
Portugal, Brazil « colonias. SULA DA FORENSE )
Remeitte-se tambem pelo correio
DA
À Compilação de Ribeiro de Carvalho
GRANDE VARIEDADE DE SABONETES FINISSI-
e
para todas as terras a quem remet-
ter a respectiva importancia em es-
tampilhas ou qualgucr “outro valor ‘
de fácil cobrança. Pedidos 4 Lipra-
ria Internacional, Calçada do Sa-
cramento, ao Chiado, 44-—Lisboa,
“Augusto Justino, Rossi
CERTÃ
“Trata por preços modicos de to-
dos os negocios judiciaes-e cobran
cade dividas. . ]
PEER ERR CREDO SD |
e
Dogs
GEEr
AYIZoS: DIAS,
E
li =
E CERTA
o
| | CORUP MR
RERES Taipas
Es
E
(RSPENDAS Po MIIDEZA, >
A dai)
Gravatas —Fabricam se em todos os generos por preços sem. [&
Peçam-so tabellas de preços € amostras…
CEEE ES SS E |
sas estranjeiras para ven:
da por atacado de artigos de
modas, fitas, rendas, galões,
sedas, etc. etc. Machinas de |
costura, acordeons «e bijou-
terias. E Í
: Representação: de ca- É
|
|
Enviam-se catalogos féresentação: de ca- É
|
|
Enviam-se catalogos fé