Voz do Povo nº18 02-04-1911

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1.º Anno
DIRECTOR
Administrador
ZEPHERINO LUCAS,
Editor
Luiz Domingues da Silva Dias
Assignaturas
rpzoo, Semestre…
Para o Brazil. ,…..
Pago adiantadamente
Não se restituem os originaes
À marcha, da democraçh
Bem fecunda tem sido a acção
do Governo Provisorio. Da li-
geira resenha que vamos fazer,
ver-se-ha quanto teem sido bene-
ficas para o paiz e de grande
valor sob o ponto de vista da
economia nacional, algumas das
largas medidas ultimamente to-
madas.
Com o «modus viyendi» ha
pouco tempo assignado com a
França, obtiveram-se considera-
veis reducções nos direitos a fa-
vor dos nossos vinhos e azeites,
cortiças em prancha e em obra,
fructas, legumes e hortaliças fres-
cas ou em conservas, sardinhas,
atum em latas, pelles e couros
em bruto, aguas mineraes, etc.
Obteve-se tambem a consoli-
dação dos direitos de reexporta-
ção dos productos de S. Thomé
e Principe e Cabo Verde por in-
termedio do porto do Funchal,
isentando-as da sobre-taxa de
entreposto em França, o que é
de grande importancia para o
nosso commercio de cacau.
Conferindo as receitas do Es-
tado depois da implantação da
Republica, virifica-se comparan-
do a totalidade das receitas dos
tres ultimos mezes de 1909 com
as cobranças levadas a effeito no
ultimo trimestre do anno findo
vemos o seguinte:
No ultimo trimestre de
1909, o Estado arrecadou réis
16.891:725185, e em egual pe-
riodo de igio—18.125:701W315
réis, sendo por consequencia a
differença para mais, no ultimo
trimestre, 1.233:979%130 réis.
Nos impostos directos b au-
gmento foi de 324:452:%899 réis,
nos sellos e registos foi de réis
29:160905; nos impostos indi-
rectos 478:0529008 réis; nos
proprios nacionaes rendimento
677:5449354 réis.
Segundo nos consta o sr. mi-
nistro das finanças tem quasi
concluido o seu projecto de lei
acêrca dascontribuições directas.
Ao que parece é profunda a
remodelação effectuada, desap-
parecendo a classificação de ter-
ras para os effeitos da contribui-
ção predial a que será engloba-
da a de renda de casas.
A contribuição predial a ur-
bana e rustica serão lançadas
segundo o valôr das respectivas
propriedades tornando-se, por
consequencia, equitativo tal im-
Avgusto Eodrigues
600 rs.
+ 5ahooo réis (fracos)
posto.
Certã, 2 de abril de 1911
GR)
SECA

Os terrenos incultos passam a
ser collectados o que obriga os
seus proprietarios a cultival-os
ou aforal-os em talhões.
Assim, o Alemtejo que tem
innumeros terrenos incultos que
poderiam produzir trigos e até
mesmo o nosso districto e ainda
os restantes do paiz, passarão a
evolumar muito a producção an-
nual não só d’aquelle cereal, co-
mo tambem de outros productos
agricolas,
Os terrenos que não: servem
para qualquer outro genero de
cultura, serão isentos de tributa-
ção predial, contanto que os seus
proprietarios os mandem semear
de pinhal.
Não será porém permittido es-
te aproveitamento em terrenos
que se reconheça serem aptos
para outra qualquer cultura.
Como se vê, o Governo Provi-
sorio, não obstante os mil en-
traves e contrariedades que se
teem levantado no seu caminho,
não descura um só momento de
melhorar a situação do paiz,
creando-lhe novos mercados e
outras vantagens com os trata-
dos de commercio.
E? necessario não ter a mini-
ma noção dos sentimentos de
patriotismo para collaborar em
movimentos perturbadores da
ordem e tranquilidade publica,
movimentos que nos pódem con-
duzir a uma situação que ponha
em risco a integridade nacional.
A lucta é de sua natureza bas-
tante ardua e difficil porque as
classes populares se conservam
ainda mergulhadas na mais pro-
funda ignorancia. O regimen de-
mocratico, o governo do povo
pelo povo, quer a instrucção
quer a luz, e por isso n’este con-
celho, devido á intervenção va-
liosa da commissão municipal,
foram até hoje creadas oito es-
colas officiaes, destinadas a for-
mar cidadãos que conheçam bem
os seus direitos e os seus deve-
res.
O cidadão que conheça os
seus direitos e deveres deixa de
ser um automato para ser um
soldado convicto na defeza do
regimen e da patria.
E? instruindo e proporcionan-
do facilidades ao commercio, á
industria e á agricultura, que o
verdadeiro regimen democratico
se consolidará, e pelos resultados
beneficos da sua acção adminis-
trativa se radicará mais e mais
no espirito e no coração do povo.
Vos
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Travessa do Serrano, 8
CHER ERAS ESSE
Typographia Leiriense — LEIRIA
Propriedade di EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
Caixa economica
Está já funccionando n’esta villa
a delegação da Caixa Economica
Portugueza.
Os serviços d’esta delegação cor-
rem junto da Repartição de Fazen-
da d’este concelho.
« As suas operações consistem no
deposito voluntario de qualquer
quantia desde a pequena importan-
cia de 100 réis até á de 20:000b000
réis. y
A Caixa pagará aos depositantes
o juro annual de trez e seis deci-
mos por cento.
Para qualquer pessoa fazer um
deposito não tem mais do que diri-
gir-se á Repartição de Fazenda pe-
dir uma guia impressa e preenchê-
la. Effectua a entrega da quantia
que pretende depositar, recebendo
em troca o talão d’aquella guia c
uma caderneta, que lhe servirá de
conta corrente.
Sempre que queira, pode apre-
sentar-se a receber todo ou parte
do seu deposito, accrescido dos ju-
ros vencidos, para o que basta apre-
sentar o competente recibo; cujo
impresso tambem lhe é fornecido
gratuitamente,
Como se vê o mechanismo: das
operações é tudo quanto ha de mais
facil. Dentro em pouco, estamos
certos, todos reconhecerão o gran-
de serviço que a este concelho aca-
ba de ser prestado.
O que é preciso é que as pessoas
ilustradas façam junto das classes
populares uma tenaz e persistente
propaganda desta tão util institui-
ção, pois muito confiamos da acção
moralisadora e previdente que ella
ha de exercer n’esta região.
FACTOS E BOATOS
Dr. Bernardino Machado
Passou no dia 28 de março ulti-
mo,o anniversario natalicio do illus-
tre ministro dos estrangeiros, uma
das mais venerandas figuras da de-
mocracia.
== ICOIC=-————
Pela Camara
Sessão de 26
Sob a presidencia do sr. Zeferino
Lucas de Moura e assistencia dos
srs. vereadores, Antonio Nunes de
Figueiredo e Cyriaco Santos, teve
logar a reunião d’esta collectividade,
Foi presente:
—Um officio da commissão pa-
rochial politica, lembrando a conve-
niencia da (Camara representar ao
ex.Nº ministro do fomento, para que
seja enviado um technico para le-
vantamento da planta da villa e pro-
ceder-se aos estudos da rede de esgo-
tos, resolvendo-se representar n’este
sentido.
— Oficio n.º 534 da Camara Mu-
nicipal de Lisboa, enviando um exem-
plar-do regulamento do descanço
semanal,
—O relatorio do subdelegado de
saude enviando-o em conformidade
com o pedido que lhe fôra feito,
—Um officio do Mercado Central
Annuncios
Na 3.: e 4.º paginas, cada linha… .. 30 rs.
N’outro logar, preço convencional
Annunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
de Productos Agricolas pedindo in-
formes ácerca da existencia de cen-
teto e colheita; respondido.
— Circular n.º 33 da 2.º Circums-
cripção dos Serviços Technicos da
Industria, indicando o fornecedor dos
punções para afilamentos; inteirada.
—Um telegramma de alguns con-
terraneos residentes em Lisboa; man-
dado incluir na acta e responder
agradecendo.
—Um officio do delegado do the-
souro; mandado registar para os de-
vidos effeitos,
—Offiício n.º 264, do Hospital de
S. José, participando ter recebido a
quantia de gg$800 réis; idem.
— Ofício n.º 407, do sub-inspe-
ctor escolar; resolvendo-se officiar á
junta de parochia da freguesia de
Palhaes, pedindo-lhe se tem alguma
casa disponivel para installação da
escola. E
—Um officio do sccretario da Ca-
mara participando ter entrado no go-
so de licença. :
—Officio do Governo Civil, n.º
41, pedindo a remessa da nota das
faltas do professor de Palhaes; sa-
tisfeito.
—Um officio da commissão mu-
nicipal politica, lembrando à camara
a creação de um partido medico
com séde em Pedrogam Pequeno;
tomado em consideração, resolven-
do-se officiar á junta “de parochia e
misericordia d’aquella freguesia pa-
ra cooperarem com esta camara,
para a creação do referido partido.
º —Um requerimento do sr. Anto-
nio Pires Mendes; deferido, e uma
planta do mesmo; enviada á comis:
são de saude para informar.
— Uma representação de proprie-
tarios de tabernas e outras casas de
negocio: ficou sobre a mesa para
juntar a outras reclamações.
Resolveu:
—Não permittir a sahida de quaes-
quer publicações da secretaria, na
qual, porém, poderão ser consulta-
das, sem prejuizo do serviço muni-
cipal,
— Mandar cortar duas arvores na
Fonte da Pinta, que prejudicam o
desenvolvimento das outras.
— Efectuar a limpeza do pinhal,
matto e estrada do mesmo local,
auctorisando a venda do matto,
— Marcar uma sessão extraordi-
naria para 4 de abril, para tratar
conjunctamente com os presidentes
das juntas de parochia, do descan-
ço semanal.
—Nomear o vereador sr. Cyriaco
dos Santos para fázer parte da jun-
ta das congruas, ;
—Conceder licença ao referido
vereador, a começar no dia 6, para
se ausentar para Lisboa, chamando:
se o substituto. .
—Auctorisar o pagamento, da
vaccina fornecida e bem assimo dos
ordenados ao pessoal.
Mandar passar attestados de po-
breza a:
José Dias, de Sernache do Bom-
jardim. :
Joaquim Antunes, do Outeiro
d’Alagoa.
é Albano Lopes, da Codiceira Gran-
[an-
[@@@ 1 @@@
Francisco Martins Farinha, do
mesmo logar.
Manuel Antonio, da CGodiceira.
João Martins, do Maxial da Es-
trada. y
Antonio Miguel, da Codiceira,
Manuel Antunes, do Maxial da
Carreira, –
— — Sto c—- —
Recenseamento eleitoral
O praso para a apresentação dos
requerimentos dos cidadãos que de-
sejem ser inscriptos, termina no dia
8 do proximo mez d’abril.
———— IC 00 — —
Tomaram já posse dos cargos de
official do Registo Civil e seu aju-
dante, no concelho d’Oleiros, os srs.
dr. Francisco Rebello d’Albuquer-
que e Arthur Romão,
mea E e
Chegou a esta villa, achando-se
depositado no jazigo da familia Ne-
ves, o cadaver da filhinha do nosso
presado amigo sr. José Farinha Lei-
tão.
TE >——
Escolas Moveis
Perante a commissão auxiliar
d’este concelho, inscreveram-se co-
mo socios d’aquella prestantissima
associação, os srs. Mario da Maita
Ribeiro, com a quota annual de
188000 réis, Manuel Lourenço Bri-
sio e Luiz Cardoso Guedes com a
quota annual de 1200 réis.
Agora, mais do que nunca, é ne-
cessario que todos os sinceros libe-
raes e todos os que verdadeiramen-
te se interessam pelo futuro da Pa-
tria, se compenetrem do sagrado de-
ver de diffundir a instrucção popu-
lar, base de toda a democracia.
A requerimento da commissão
municipal d’este concelho, foi crea-
da uma escola mixta na séde da fre-
guesia do Marmelleiro.
:——IC00C-—— —
Parece que ha ideia de dividir o
districto: de Castello Branco em 2
circulos eleitoraes: um ficará forma-
do com os concelhos da Covilhã,
Fundão e Belmonte; o outro com
todos os restantes concelhos.
—— oyo
Realisou-se hontem a costumada
feira dos Passos,
——— om
REGISTO CIVI
Começou hontem a produzir os
seus effeitos a nova lei do Registo
Civil.
Em virtude das suas disposições
os actos de baptismo e de casamen-
to só podem ser celebrados relig’o-
samente, depois de previamente se
ter feito o respectivo registo peran-
te o competente funccionario civil,
Egualmente é obrigatorio o regis-
to civil dos obitos.
Como se vê a nova lei não põe
entraves alguns a que cada um ce-
lebre aquelies actos segundo o rito
da sua religião ou segundo os dicta-
mes da sua consciencia. Simples-
mente, antes de tudo, deverá effe-
ctuar Os registos essenciaes perante
os funccionarios do estado.
N’este concelho foram estabeleci-
dos; por decreto, os seguintes pos-
tos:
Pedrogam Pequeno; Cábeçudo;
Santanna da Cumeada; Figueiredo,
comprehendendo Ermida; Varzea
dos Cavalleiros, comprehendendo
Marmelleiro; Troviscal; Palhaes;
Castello, comprehendendo Carva-
lhal e Sernache de Bom Jardim,
comprehendendo Nesperal,
Para estes postos foram respecti-
vamente nomeados os srs. José Ro-
drigues Correia, José Alves Cardo-
so Lopes da Cruz, Manuel Luiz da
Silva, José Maria Fernandes de Je-
sus, Alberto Carlos Martins, Adeli-
no Barata de Figueiredo, Manuel
Antunes, Joaquim Ribeiro d’Andra-
de e dr. Virgilio Nunes da Silva.
O sr. dr, Bernardo Ferreira de
Mattos que, como já dissemos, foi
nomeado official do Registo Civil
n’este concelho, tomou no dia 28
de março ultimo posse d’este cargo,
assistindo a esse acto muitos dos
seus amigos.
Pelo mundo litterario
As rosas
Quando em maio, perfumadas,
Odorosas,
São prendas de namoradas,
Quantas vezes desejadas
* Sãoasrosas…
Sendo brancas, côr de luz
Significam
Que o amor que se traduz
E as penas a que induz
Mortificam.
Quanto olhar lindo quizera
N’um momento ;
Que a rosa que alguem lhe dera
Ohl d’esse alguem lhe trouxera
Sentimento !
Lembram do ceu o anceio
E formosas
Como de virgens receios
Que prendem em mil enleios
São as rosas. p
Proverbi os “de Salomão
O impio, a propria sombra o amedronta ;
O justo é um leão, que tudo affronta.
Antes a chaga feita
Por amor,
Que a desfeita
D’um osculo traidor.
Um dia o soberbo cáe,
E o humilde sobresae.
—— GENS NC
” Escolas Moveis
Como haviamos noticiado no-nos-
so numero de 19 passado realisa-
ram-se no dia 26 as provas finaes
dos alumnos da missão das Esco-
las Moveis pelo Methodo João de
Deus installada no Outeiro d’Ala-
gõa.
A” entrada achava-se erguido um
arco triumphal em que estava dese- –
nhada a flores natures a palavra
Perseverança, achando-se a escola
vistosamente enfeitada com flores e
verdura,
Entre a numerosa assistencia viam-
se algumas senhoras.
Ao acto presidiu o sr. dr. José
Carlos Ehrhardt, tendo como “vo-
gaes as sr.“ D. Guilhermina Baptis-
ta, distincta professora official da
Escola do Carvalhal e D, Henri-
ueta Pinto Bastos, profissiente pro-
essora da missão installada na Pas.
saria.
Prestaram provas 20 alumnos de
ambos os sexos que mais uma vez
provaram a competencia e zelo com
que a professora da missão sr* D,
Florinda Anjinho os leccionou,
Seguidamente prestaram provas
tambem 23 alumnos de ambos os
sexos que frequentaram o curso an-
nexo creado a expensas do grande
benemerito e desvellado apostolo da
instrucção sr, Cyrisco Santos.
Depois de concluido o acto: fize-
ram uso da palavra os srs. dr. José
Carlos Ebrhardt, que fez n’um fluen-.
te discurso a apologia da instrucção,
enaltecendo os serviços prestados à
esta causa pelo benemerito cidadão
Cyriaco Santos, pelo subsidio forne-
cido; ao sr. João Lopes pela ama-
vel cedencia da cesa-para a instal-
lação da Escola; ao sr. José Anto-
nio Anjinho que leccionou o curso
annexo pela proficiencia e cuidado
com que o fez.
Termina saudando a professora e
todos os que têm coadjuvado a com-
missão auxiliar na sua ardua tarefa,
Em seguida fez uso da palavra o
sr, Cyriaco Santos agradecendo as
palavras do sr. presidente e num
breve discurso em que põe em des-
taque os serviços prestados á causa
da instrucção pela sr.* Florinda An-
jinho e seu pae o sr. José Antonio
Anjinho, termina promettendo que
“no novo anno escolar a localidade
“será dotada com uma escola.
Egualmente fez uso da palavra o
nosso colega sr, Cardoso Guedes
que fez a apologia da instrucção
expondo aos assistentes quanto é
valioso para o individuo o não ser
analfabeto.
Em seguida procedeu-se á distri-
buição dos premios aos alumnos que
frequentaram a missão e que cons-
tavam de objectos de vestuario ad-
quiridos com o valioso donativo do
nosso patrício o sr. Francisco da
Silva Gonçalves.
Aos alumnos que frequentaram o
curso annexo foram tambem. offe-
recidos premios por uma commis-
são para esse fim organisada.
Finda a distribuição os alumnos
entoaram a Sementeira e uma poe-
sia que em seguida transcrevemos.
A Perseverança
Seguindo sempre ávante
Este caminho é seguro ‘
Nós somos a ideia nova
Somos a esperança do futuro.
A Escola faz progressos
Toda agente o apregoa
O exemplo bem frizante
No Outeiro da Alagõa.
Perseverança é a divisa
Encobre grande segredo
A mentira emigrou
A verdade não tem medo.
Uma gentil creança: Emilia Nu-
nes, recitou uma poesia allegorica,
saudando a memoria do que em vii
da se chamou João de Deus.
Em nome dos alumnos da missão
da Passaria, saudou os d’esta mis-
são a pequena Belmira Viola: sen-
do ambas muito ovacionadas.
Os assistentes retiraram satisfei-
tissimos pela forma deveras. bri-
lhante como decorreu esta festa de
instrucção,
E DIGDICE=-—
Revista bibliographica
“Relatorio da Direcção da Liga da
Defesa dos Interesses Publicos.
Recebemos este notavel documen-
to, interessante sob’o ponto de; vis-
ta patriotico, que vae de 1 de janei-
ro até 31 de dezembro de Ig1o e oc-
cupando 56 paginas, referente a ques
tões da vida social, que nos foi en-
viado pelo seu vogal Antonio Ferrei-
ra de Serpa.
Não resta, pois, duvida nenhuma
de que os membros da Liga são me-
recedores de todos os elogios pelo
manifesto interesse que teem toma-
do nas questões importantes da eco-
nomia nacional, mostrando uma de-
dicação extraordinaria na resolução
de problemas importantes para a yi-
da do paiz.
Agradecemos ao nosso amigo An-
tonio Ferreira de Serpa o seu favor,
Relatorio sobre o extincto Collegio
de S. Fiel
Oferecido pclo seu illustre auctor
o distincto jurisconsultó dr. Ramos
Preto. Recebemos este notavel do-
cumento pela leitura do qual se pó-
de fazer uma ideia da acção da Com-
panhia de Jesus no districto de Cas-
tello Branco.
Brevemente faremos mais iarga
referencia a este importante traba-
lho, agradecendo, entretanto, ao seu
illustre auctor, a géntilesa da sua of-
ferta.
India —Conferencia pelo distincto
official do exercito, Faure da Rosa.
A. todos os que amam com enterne-
cimento a patria portugueza, a to-
dos os que sentem vibrar a sua al-
ma ao recordar as nossas glorias do
passado, essa epopeia brilhante da
India, aconselhamos a leitura d’este
folheto, cuja edição da editora «A
Nacional» está muito cuidada.
O Economista Portuguez-—Revis-
ta de Politica, Economica e Finan-
ceira,—Recebemos o n.º 248, inte-
ressante a todos os respeitos.
Ruy
REA aros sao
“Subscripção para as viuvas e
filhos das victimas da pes-
te na Madeira,
Transporte… 38400
Manuel Jacintho Nunes, de
Pedrogam Pequeno,.,., 500
Segue… 38900
x
A administração d’este jornal re-
ceberá todas as quantias com que
os nossos leitores se digaem con-
tribuir para a obra humanitaria de
protecção e amparo aos orphãos e
ás victimas da peste na Madeira.
Osjornaes teem-se feito echo das
desgraçadas condições em que fi-
caram as infelizes familias, às quaes
é necessario accudir pelo mais ele-
mentar dever de solidariedade: so-
cial.
O producto da subscripção será
entregue à camara municipal d’este
concelho, que o fará chegar ae seu
destino.
amem E
Conselhos aos lavradores
Insecticidas
Dá-se geralmente o nome depul:
gões a uns insectos hensipteros do
genero Aphis entre os quaes existem
muitas especies que atacam as arvo-
res e os arbustos fructiferos, princi-
palmente as macicirás, aphis-male,
a pereira, aphis-piri, a cereigeira;
aphis-cerosi, a videira, aphis-petis,
ctc., etc.
Os pulgões variam principalmente
pela sua côr: uns são de côr esverde-
nhada, outros ‘amareélados, outros
pretos, castanhos, cinzentos, etc. etc.
Achamos desnecessario estar a
descrever agora em separado cada
especie de pulgão, pois se trata de
animaes que todos os lavradores co-
nhecem demasiadamente, pelo seu
aspecto caracteristico,
Pelo que respeita à sua biologia
pouco diremos pois todos elles nas-
cem, vivem e desenvolvem se e mul-
tiplicam-se de um modo egual.
Apparecem em geral na primave-
ra ou nos principiosido verão, for-
mamdo colonias tão numerosas, que
algumas vezes chegam a cobrir por
completo os ramos e folhas atacadas.
Cada especie de pulgão apresen-
ta tres fórmas distinctas: uma aptera
(sem azas)que se reproduz por parte-
nogenese (sem fecundação). durante
a primavera e verão, (outra alada,
porém tambem partenogenesica ou
asexuada, que se propaga principal-
mente na primavera, e uma terceira
fórma alada, que nasce no outomno
tendo sexos perfeitamente distinctos.
A femea, uma vez fecundada, põe
os ovos nos intersticios da casca da
arvore atacada, cobrindo-os com uma
substancia cirosa, ao abrigo da qual
passam o inverno, para dar origem
na primavera seguinte a novos inse-
ctos apteros e assim successivamente
n’uma especie de rotação,
Os tratamentos preventivos de in-
verna são de excellente efeito na des-
truição dos ovos; sendo: praticados
com escrupulo e rigor atenuam mui-
to O ataque no anno seguinte,
Quando. existe a infecção na pri-
mayera torna-se necessario atacar oscessario atacar os@@@ 1 @@@
Voz DO Povo.
insectos perfeitos, os pulgões, tão ra-
pidamente como o seu apparecimen-
to pulverisando-os com um liquido
insecticida a que se dá o nome de
fluido.
Para se conseguir”a sua total des-
truição é necessaria pulverisar o tron-
co,osramos cas folhas, cuidando-se
em fazer as asperções da folhagem
de baixo até acima para que o liqui-
do insecticida impregne a pagina in-
ferior das folhos, onde vulgarmente
se encontram as colonias dos pul-
gões.
Se o insecticida á encrgico e se
emprega na forma devida, basta, em
geral, um só tratamento para exter-
midar por completo o parasita; po-
rém se a invasão é muito forte po
– de sncceder que não morram todos
os pulgões, e n’esse caso deve repe-
tir-se a aspersão passados alguns
dias.
Entre os insecticidas de maior e
mais facil applicação e que até hoje
teem dado melhores resultados figu-
ram os Fluidos de Cooper; para os
tratamentos durante o inverno em-
prega-se o Fluido S. F. de Cooper.
Não é venenoso nem. irritante e é
completamente inofensivo |quando
usado durante o periodo de repouso
da vegetação.
Nos tratamentos de primavera e
verão emprega-se o Fluido C. V. de
Cooper, sendo por assim dizer um
complemento do Fludo S, F.
Convém fazer as aspersões tão
rapidamente quanto se faz a mani-
festacão, podendo egualmente ser
empregado no combate do pulgão
das favas que tantos estragos causa.
No geral, basta uma só applicação
para produzir os. efleitos desejados
e quando tal não succeda repete-se
dias depois.
Costúmamos empregar qualquer
dos dois fluidos á razão de 1 litro
de Fluído para 100 litros de agua.
Aconselhamos ainda o completar
estes tratamentos com adubações
completas adequadas ao terreno e
essencia fructifera cultivada,
Cardoso Guedes.
Carteira semanal
Fizeram annos:
No dia 28, a menina Maria Hele-
na de Carvalho Tasso de Figueiredo.
No dia 29, a sr.” D. Amelia Ca-
simira dos Reis,
Tem passado encommodada de
saude a esposa do sr, José Rodrigues
Correia, de Pedrogam Pequeno.
“Passou nesta villa, em direcção
a Castello Branco, o digno Superior
do Collegio das Missões Ultramari-
nas, sr. dr. Manuel Anaquim.
Estiveram em Oleiros os srs,
Eduardo Barata e Fructuoso Pires.
Regressou a esta villa, com sua
esposa e filhos, o sr. Antonio Au:
gusto Rosa Mello.
Na passada semana estiveram
n’esta vilia, os srs. dr. Francisco
Rebello d’Albuquerque c Arthur
Romão, d’Oleiros.
Estiveram em Lisboa os srs. João
da Silva Carvalho e Joaquim Nunes
e Silva.
Por haver terminado a sua missão
no Outeiro da Lagôa retirou para
sua casa na Quinta da Laranjeira,
acompanhada de seu pae, a sr.º D.
* Florinda d’Almeida Apjinho, distin-
cta professora des Escolas Moveis,
que, como da outra vez que aqui
esteve no exercicio das suas fun-
cções, deixou em todos a melhor
impressão acêrca das distinctas qua-
lidades moraes e profissionaes que |
a distinguem. Professores como es-
ta honram a sua classe e a institui
ção que tem a felicidade de os ter
como empregados.
No dia 29 do corrente realisou-se
o baptisado d’um filhinho do nosso
presado amigo Eduardo Barata, sen-
«do lhe dado o nome de José. Foram
padrinhos seus irmãos Antonio, e a
interessante Josésinha.
A sr* D. Maria do Sacramento
Lemos Nunes tem passado um
pouco encommodada de saude.
Pequena correspondencia
Dignaram-se pagar as suas assignaturas,
os srs. Francisco Antunes Branco, Francis-
co Domingos Antunes, Adelino Barata de
Figueiredo Nogueira Junior, Manuel Hen-
riques (Trafaria), Antonio Martins Cardo-
so, José Antonio da Silva Serra, José A.
Serra Junior e Demetrio Carvalho.
Agradecemos.
— Manuel Henriques—Trafaria — Rece-
bemos a sua estimada carta, e muito nos
penhora a maneira como se nos dirige. Po-
demos affirmar-lhs que da nossa parte
ha sempre a mais sincera boa vontade
posta ao serviço dos legitimos interesses
d’esta comarca.
Agradecimento e despedida
Tendo de saír novamente da mi-
nha patria, de regresso ao Brazil,
venho agradecer aos meus amigos e
patrícios os favores e attenções, que
tão carinhosamente me dispensa-
ram, affirmando:lhes a minha since
ra gratidão. :
De todos me despeço com a mais
viva saudade e a todos offereço no
Mujú a minha dedicação e bôa von-
tade,especialisando n’esta minha des-
pedida os amigos que tiveram a
gentileza de me visitar por occasião
da minha chegada a Portugal e dos
quaes por omissão involuntaria me
não despeço pessoalmente,
Sernache do Bomjardim, 16 de
março de I9II.
Manoel Bernardo da Silva.
— ANNUÚNCIOS |
POVOS
Compram-se a 140 réis a duzia,
Para tratar A D, Oliveira; Rua
Gomes Freire n.º 150 A, Lisboa,
ANNUNCIO
Jepherino Lucas de Moura, Presidente da
Comissão Recenseadora Eleitoral do
concelho da Certa.
Faz publico que no praso de
10 dias a contar do dia 30 do
corrente mez, serão recebidos to-
dos os requerimentos para a ins-
cripção no recenseamento eleito-
ral, a organisar no corrente anno.
Para maior conhecimento se
faz publicar este e se vão affixar
os editaes competentes nos loga-
res mais publicos do concelho. –
Certã, 25 de março de rgr1.
O Presidente,
Zepherino Lucas de Moura
Comarca da Certã
2 1.º officio o)
No dia 9 do proximo mez-d’abril,
pelas 11 horas da manhã, á porta do
tribunal judicial d’este Juizo, em vir-
tude dos autos d’execução por divi-
da de selos e custas judiciaes que o
Ministerio Publico move contra Ma-
ria Alves e seu marido Antonio Men-
des, residentes no logar do Moga-
douro, freguezia d’Oleiros, d’esta
comarca, é posta em praça, para ser
arrematada a quem maior lanço of-
ferecer acima da avaliação, uma ter-
ra de cultura, videiras e mattos, no
sítio do Valle do Moinho, ao Lamei-
ro do Castanheiro, limite do Moga-
douro, alodial, no valor de 53:%000
réis. ;
Pelo presente são citados os cre:
dores incertos para deduzires seus
direitos, querendo, no prazo legal.
Certã, 16 de março de igii.
O Escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues,
Verifiquei:
O Juiz de Direito,
Sanches Rollão.
AOS LAVRADORES
Cardoso Guedes, agricultor diplo-
mado, encarrega-se do tratamento
de arvores e plantas doentes, com-
pras de adubos adequados ás cultu.,
Tas, os melhores em qualquer caso
pelos bons resultados, não correndo
O lavrador o perigo de perder o di-
nheiro e as sementes pela acquisi
ção de formulas feitas sem criterio.
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