Voz do Povo nº130 25-05-1913
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3.º Ano
DIRECTOR
Augusto KRodrignes
“Administrador
ZEFERINO LUCAS
Editor
Luiz Domingues da Silva Dias
Certá, 25 de maio de 1913
V
N.º 130
POVO
— BETE
“Assinaturas REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Anuncios
Ano……. I2zoo, Semestre… Goors. À Rua Candido dos Reis Na 3.º e 4.º paginas, cada linha… .. 30 rs.
Para o Brazil. ……. 5ubooo réis (fracos) RR e = N’cutro logar; preço convencional
Pago adiantadamente
Não se restituem os oriéinaes
Os interesses regionais
Folgariamos de ter ouvido o
sr, Brito Camacho discursando
no Ateneu Comercial do Porto
sobre a conveniencia de haver
um orgão que estide, advogue,
e zele os interesses de cada pro-
vincia ou região do paiz: ha
muitos anos que pugnamos pela
mesma ideia, e na Revista Na-
cional expendemos o que melhor
nos parecia sobre o assunto.
A descentralisação politica e
administrativa não consiste em
só dividir o trabalho sujeito a
um ou mais regentes, mas em
constituir a soberania da nação
de maneira que os centros poli-
ticos, os corpos locais, onde re-
side a sua vitalidade, pensem,
queiram, e obriguem os gover-
nos a obedecerem á opinião, que
se vai tornando geral ou unifor-
me nas discussões das suas as-
sembleias e se faz valer por eles,
e quando a sua representação
se reune na capital já traz com-
sigo a unidade, ao menos, meio
elaborada, a qual se aperfeiçoa
e completa depois nas novas dis-
cussões do parlamento.
O nosso paiz chega a ser ido-
latra dos que mandam—a auto-
ridade central é tão absorvente
e tão forte pelos nossos costu-
mes, que nada ha que se lhe
oponha com vantagem e lhe re-
sista a não ser uma grande des-
centralisação politica e adminis-
trativa, na qual entrem como in-
dispensaveis as eleições por clas-
ses, e as côrtes de provincia.
Emquanto ás côrtes provin-:
ciais:
1º—Elas haviam de influir
um novo espirito ao paiz.
2º—Seriam os orgãos gera-
dores da opinião publica.
3º — Despertariam a inicia-
tiva.
4º-—Tornar-se-iam o motivo
constante da união entre os ho-
mens importantes das localida-
des.
5.º-— Modificariam poderosa-
mente a influencia do poder cen-
tral, porque se devia transferir
para elas muitos dos assuntos
que são ainda hoje da compe-
tencia dos governos e das côrtes
gerais, e porque as suas mani-
festações seriam respeitadas.
6º—E dando-se-lhes, segun-
do o nosso modo de vêr, o di-
reito de nomiarem um terço dos
membros da segunda camara,
Tipografia Leiriense — LEIRIA
Propriciade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
se acrescentaria o seu poder, a
sua força de resistir, numa pa-
lavra, a sua entidade e valor po-
litico.
Se os negocios do estado se
reduzirem aos que são mera-
mente colectivos, simplifica-se o
goverro, e os ministros poderão
fazer melhor uso dos seus talen-
tos: não lhe sendo reclamado o
que já não estaria nas suas obri-
gações, a iniciativa local seria
obrigada a desenvolver-se.
Desde que uma grande parte
da administração se entregue ás
províncias, ha de crescer sem
duvida a sua atividade, sobre tu-
do por ter nos seus parlamentos
quem azele, e fiscalise.
O nosso paiz é um dos mais
homogeneos da Europa: as suas
provincias não são rivais, em na-
da divergem: portanto é possi-
vel o mais completo acordo en-
tre a nação e a provincia.
Comprehende-se que o despo-
tismo queira anular toda a acção
local; está isso na sua indole, na
sua doutrina; é para ele uma ne-
cessidade: mas se um governo
livre, um governo representativo,
tão mal se comprehenda, que sz
regule. pelas ideias autoritarias,
prepara a sua ruina.
Precisa-se de vida em todo o
organismo: não deve a cabeça
acumular toda a acção e todo o
espirito, e o resto do corpo não
passar de um automato sem fun-
ções e sem vida propria.
Não venham objetar-nos com
serem pequenas as nossas pro-
vincias; bem pequenas eram e
são as da Holanda e as da Suis-
sa, pois que, a população de al-
“gumas não excede 3:000, 20:000,
50:000 habitantes, etc., e contu-
do é à fórma administrativa e
politica, por nós aqui indicada,
que esses estados modelos de-
vem a sua prosperidade, e uma
força que não está em relação
com o seu territorio: é a ela que
devem o terem resistido a colos-
sos, como Carlos V, Luiz XIV,
etc.
E” admiravel o resultado da
boa administração na Suissa o
que não póde atribuir-se senão
aos seus governos locais.
As ideias comuns e os mesmos
interesses provocam a atividade
coletiva, mas nenhum efeito pro-
duzem emquanto o governo cen-
tral substituir a sua ação áque-
les naturais e poderosos moto-
res,
Não curam os governos seria-
mente senão do que póde servir-
lhe de apoio, aumentando a sua
influencia ou creando adesões, e
todos os mais assuntos são para
eles secundarios.
Ora, com o systema descen-
tralisador vem a necessidade pa-
ra os homens influentes de se
verem e relacionarem, de coope-
rarem na administração local.
Estará a seu cargo o estudar os
interesses da provincia e desen-
volver-lhe os recursos.
Almeida Medeiros.
=— —— MGDIGE=—— — —
Pelas Escolas
Uma jornada e uma recita
Eu não sei se a selecta assistencia
de domingo, no Teatro Taborda,
de Sernache, ficou satisfeita com a
recita dos alunos das- escolas de
Proença-a-Nova. Pareceume que
sim. Não foi iludida a espectativa
de ninguem. Foi um espectaculo
verdadeiramente infantil, iluminado
pelos sorrisos francos e pela alegria
simples das crianças, que não deixou
tedio nem cansaço.
Por mim fiquei satisfeito. Visava
apenas a fim educativo e creio que
o consegui. Como muito bem disse
o sr. dr. Abilio Marçal, que foi in-
cançavel em provas de afecto para
cam as crianças, aquela noite valeu
bem uma iição. As crianças viram-se
cercadas de atenções e respeitos que
não podem deixar de influir em seus
corações.
Aquela noite fica-lhes na memo-
ria, noite em que lhes deram sorri-
sos e flôres, em que foram cumula-
das de caricias e de mimos, E a
memoria infantil é firme, e a imagi-
nação é fertil, e no espirito dos alu-
nos das escolas de Proença-a-Nova
perdurará a recordação de Serna-
che, duma atmostera refulgente de
lumes e de flóres e de sorrisos e de
bondade. E a jornada, aquele dia
luminoso e tépido, brilhante como
uma claridade e alegre como um
passarinho, forneceu-lhes a oportu-
nidade de conhecer os campos de
umas poucas de leguas e as duas
localidades mais importantes da co-
marca —Certã, cingida entre duas ri-
beiras, muito fresca, muito mimosa,
cercada duma vegetação abundante,
e Sernache que é todo um jardim,
um bouguet de flôres. Viram lá em
cima, na praça, a estatua do dr,
Guilherme Marinha e os seus espi-
ritos foram feridos pela ideia da
gratidão de um povo para com um
seu filho ilustre e benemerito.
Surpreenderam-nos os elegantes
edificios e chalets de Sernache e a
sua alma recebeu a impressão de
que tudo deriva dum trabalho ho-
nesto e improbo. Aprenderam, em
suma, alguma coisa da vida, enri-
queceramr o seu vocabulario com
muitas palavras que desconheciam,
perderam um pouco da sua natural
– timidês em contacto com um am-
Anunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
biente a que não estavam habitua-
dos e levaram um conjunto de im-
pressões propicias ao desenvolvi
mento da sua personalidade. E, co-
mo a escola é apenas uma prepara-
ção para a vida, as impressões que
receberam naquela excursão e na-
quela noite, compensam bem os mi-
nutos em que deixaram de poisar os
seus olhares sobre os livros.
FACTOS E BOATO
Exposição de gados
Confirmou se a noticia que, sobre
o assunto démos no numero ante-
fior, e assim a exposição: de gados,
nésta vila, realisa-se no proximo
dia 29 de junho (feira de S. Pedro).
Para organisação dos respectivos
trabalhos foi, pela comissão munici-
pal, escolhida uma comissão compos-
ta dos srs. Antonio Nunes de Fi-
gueiredo (representando a Camara)
Padre Francisco dos Santos e-Sil-
va, José Dias Bernardo Junior, Joa-
quim Nunes e Silva e José Nunes
e Silva.
E e OD
Pelo tribunal
Kealisou-se no dia 17 do corrente,
o julgamento de Joaquim. Carvalho,
autor do crime do Tojal, que de-
senvolvidamente relatâmos.
Em virtude das respostas do juri,
proferiu o digno juiz sentença, con-
denando-o na pena de 25 anos de
degredo.
“oi defensor, o sr, dr, Albano
Lourenço.
Com este julgamento, terminaram
as audiencias geraes do 2.º trimes-
tre,
-—— Seo —
Esteve nésta vila, em serviço, o
“sr. director dos correios, no distri-
to de Castelo Branco.
—— oc —
No logar da Herdade, e na eda-
de de 108 anos, faleceu José Cala-
do Franco, que estava ainda no go-
so das suas faculdades.
RS
– Festa infantil
Como haviamos noticiado, teve
logar no passado domingo, em Ser-
nache do Bomjardim, a recita das
crianças das escolas de Proenga a-
Nova. A interessante festa-decorreu
com o maior brilhantismo e entusias-
mo, Noutros locaes deste jornal, en-
contrarão os nossos leitores referen-
cias ao belo festival, por cuja reali-
sação felicitamos vivamente todos:
os que para ele cooperaram,
Os dignos administrador do
concelho, dr. Abilio Marçal, e ins-
pector escolar, Joaquim Tomaz, pro-
feriram brilhantes discursos, viva-
mente aplaudidos.
A concorrencia, tanto de Serna-
che, como de Proença, Pedrogam,
Cabeçudo, etc., era grande e distin-
ta.
ER A
Foi nomeado provedor da miseri-
cordia de Pedrogam Pequeno, o sr,
José Gomes da Costa,
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Camara de Proença-a-Nova
Por decreto de 10 do corrente
foi remodelada da seguinte fórma a
Comissão Municipal Administrativa
do concelho de Proença-a Nova:
Vogais efectivos
Alfredo Lopes Tavares.
Manuel José Alves.
Francisco Farinha Tavares.
Alberto Lopes Pires Itibeiro.
João Ribeiro da Cruz.
Flamiano Ferreira de Matos.
Lino Ferreira de Matos.
Substitutos
João Manuel Pires Magro.
José da Silva Cavalheiro.
Antonio Fernandes Caseiro.
José Delgado Ferreira Junior.
Francisco Roque Laia,
Antonio Ribeiro Quintino.
João Laia Franco.
— — oco
Defeso da caça
Pelo ministerio do interior foi en-
viada aos governadores civis, a fim
de recomendarem a todas as auto-
ridades administrativas, uma circu-
lar em que se recomenda com todo
o interesse que se tomem providen-
cias rigorosas para serem observa-
das e cumpridas as posturas tanto
distritais como municipais, que proí-.
bem a caça nos mezes defesos,
apreendendo a caça que fôr expos-
ta á venda ou encontrada na posse
dos contraventores.
— MEDIO
As flôres das batatas
Um conselho do sr, Adolfo Fre-
derico Moler :
«Daqui a pouco as plantas das
batatas começarão a dar flôres. Não
ercam um instante e cortem-n’as
ogo que apareçam.
Por este sistema verão que os tu-
berculos (batatas) aumentarão muito
de volume. j
Tenho observado isto, e é um
facto que não admite duvidas».
—— SCyoc>—..
Contribuições em divida
O «Diario do Governo» publicou
a seguinte lei: .
Artigo 1.º E’ permitido o paga
mento, em prestações mensais e tri-
mestrais, € nos mesmos termos da
lei de 12 de janeiro de 1912, das
contribuições de rendas de casas
que estiverem em divida, á data da
promulgação desta lei, e que se ha-
jam vencido desde 1 de janeiro de
IgHL:
Art. 2.º A liquidação e o paga-
mento destas prestações serão inde-
pendentes das que, em relação aos
mesmos contribuintes, porventura
se hajam feito em exetução do dis-
posto na dita lei de 12 de janeiro
de 1912.
— soco»
Pela Instrução
Foi criada uma escola do sexo
masculino na freguesia do Carvalhal,
deste concelho, ficando o seu provi-
mento dependente da existencia de
casa, mobilia e material escolar.
Consta-nos que o digno inspector
escolar. deste circulo, sr, Joaquim
Tomaz, procurou remover esta di-
ficuldade.
—Está a concurso a escola do
sexo masculino da Varzea dos Ca-
valeiros.
aa dies
Previsão do tempo
No dia 25, o minimo barometri-
co da baía de Cadiz avançará até
ao Estreito de Gibraltar, ocasionan-
do chuvas e trovoadas no sul de
Portugal e na Andaluzia, propagan-
do-se até ao Centro e Levante com
ventos de entre N e E,
VOZ DO POVO
Continuará o mesmo tempo no
dia 26 e nas mesmas regiões. Em
27, haverá chuvas em S O e N O
de Hespanha; em 28 e 29 chuvas e
trovoadas na peninsula, particular-
mente em Andaluzia e Levante.
No dia 30 melhorará o estado at-
mosferico da Peninsula, havendo
ainda algumas chuvas no Cantabri-
co e Mediterraneo.
No sabado 31 será mais tranqui-
la a situação, sentindo-se apenas no
Cantabrico e em NE. de Hespanha
as baixas pressões do Mar do Nor-
te e do Mediterranco superior.
— soco c-——
Entrou no 6.º ano de publicação
o nosso colega «O Beirão»; os nos-
sos cumprimentos.
Pta me
Registo Civil
O movimento de registos de 14 a
21 do corrente foi:
Nascimentos esses is o cri esti NADO,
Casandentos FR a
E brosRa o
— — prapide——
Moeda de 5 réis
A opinião geral manifesta se con-
tra a morte a que estã condenada a
moeda de 5 réis ou o seu equivalen-
te, meio centavo..
Dos inconvenientes que resultam
dessa supressão sofre, principalmen-
te, a gente necessitada, que deixa
muitas vezes de comprar qualquer
genero de consumo por diferença de
DETeIS Tac
Quem se der ao incomodo de ir
ao mercado, ha de assistir a-muitos
casos em que a moeda de 5 réis fi-
gura nos preços dos generos, dei-
xando uns de comprar porque não
abatem 5 réis e outros de vender
porque não podem abatê-los
Ha muita coisa que se compra
com esta moeda e que depois pas-
sará a aumentar de preço na razão
do dobro.
Compra se um pão por 5 réis, uma
sardinha: frita por 5 réis e tambem
se bebe ás vezes um copo de vinho
por 5 réis e assim se entretem o es-
tomego dum pobre durante algumas
horas. Para o futuro terá de se gas-
tar o dôbro.
Deixa-se de comprar 5 réis de
pimenta, de sal, de salsa, de sala-
da, de folhas de couves, de nabos,
de cerejas, de nesperas, um bôlo e
mil outras coisas que se compram
hoje por esse preço tão favoravel a
queni é pobre. Depois tudo custará
o dobro e portanto reduzir-se-ão as
compras.
Não ha duvida de que a falta dos
5 réis vem agravar a situação da
gente necessitada.
Parece que algumas associações
comerciais vão representar para que
a moeda de 5 réis seja substituida
por ouira de meio centavo, visto
que esta moeda minima faz muita
falta nas transações comerciais e
doutra especie.
Não falta quem afirme que seria
mesmo impossivel, sem grandes di-
ficuldades na pratica eliminar essa
moeda,
Codigo eleitoral
Foi enviado para a meza da ca-
mara dos deputados o parecer da
comissão especial do Codigo Eleito-
ral, aprovado totalmente no Senado
e só na generalidade naquela casa
do parlamento.
Entre as alterações mais impor-
tantes notam-se as que recusam o
voto ás mulheres e aos analfabetos.
Alem disso, aos militares que sejam
eleitos não será permitido exerce-
rem ao mesmo tempo as funções
parlamentares e as inherentes aos
seus cargos. Quer dizer, de futuro,
segundo o parecer da comissão, to-
do o militar que fizer parte do Con-
gresso terá de conservar-se na dis-
ponibilidade enquanto o mesmo Con-
gresso estiver aberto.
A restrição de voto aos cidadãos
que saibam lêr, medida com que,
ao que parece, 0 sr. presidente do
ministerio concorda, concorrerá, na
opinião da comissão, para a ruina
das influencias locaes e para o de-
senvolvimento da instrução.
= AMaDIgE=—— ——— —
Pela camara
Sessão de 21
Presidencia, Zeferino Lucas—ve-
readores assistentes, Luiz Domin-
gues, Filipe Leonor, Ciriaco Santos
e Nunes de Figueiredo.
Lida e aprovada a acta da sessão
anterior.
Compareceu o cidadão Filipe da
Silya Leonor que, em harmonia com
o recente ofício do governador civil,
foi chamado a exercicio, para se com-
pletar o quadro da comissão.
EXPEDIENTE
— Oficio n.º 270, da Administra-
ção do Concelho, comunicando que
entrou em exercício o administrador
efectivo no passado dia 13.
—bDito n.º 265, da mesma proce-
dencia, participando a aplicação de
multas por infrações, impostas pela
Guarda Republicana. Inteirada.
—bDito n.º 246, da mesma proce-
dencia, requisitando 30 bolas de stri-
quinina para a extinção de cães va
dios. Mandado satisfazer.
—Dito n.º 99, da Camara de Co-
ruche, enviando um exemplar do
Codigo de Posturas Municipais. Man-
dado arquivar.
= Circular n,º 152, da Camara da
Barquinha, pedindo afixação de-edi-
taes. Satisfeito.
— Oficio n.º 15 e telegrama de 19
do corrente, do Intendente de Pe-
cuaria do Distrito, sobre a realisação
do concurso de gado caprino, com
premios pecuniarios, em 29 de ju-
nho. A Camara resolveu fazer cons-
tituir a comissão pelos srs. Antonio
Nunes de Figueiredo, P.º Francisco
dos Santos e Silva, José Dias Ber-
nardo Junior, José Nunes e Silva e
Joaquim Nunes e Silva, devendo dar-
se conhecimento desta resolução ao
intendente de pecuaria é aos cida-
dãos escolhidos.
— Circular nºº 54, do Engenheiro
Director das Obras Publicas deste
Distrito para que até 15 de junho
lhe seja enviada uma nota do esta-
do das estradas. Mandado satisfazer.
—Requerimento de D. Maria Cris-
tina de Figueiredo Caldeira Ribeiro,
pedindo para conduzir pedra pelo
Adro para a construção dum muro
no quintal da sua casa, tendo de de-
positar alguma pedra junto á ser-
ventia do mesmo Adro. Deferido
nos termos do art.º 27,º do Codigo
de Posturas Municipais.
-—Mandou pagar ao semanario a
«Voz do Povo» a importancia dos
anuncios publicados nos n.º* 118,
Lag Aereas,
—Idem à tipografia «Minerva Ci-
linder» o fornecimento de impressos,
—ldem á policia civica, a gratifi-
cação até ao dia da saida dos prê-
sos jujgados ultimamente em audien-
cia de juri. Dispensando O seu ser-
viço.
Carteira semanal
Estiveram nesta vila, os srs. dr
José Pinto da Silva Faia, dr. Eduar-
do de Castro, João Geirinhas, João
Ribeiro, Joaquim S. Raposo e Al-
fredo Tavares.
Em viagem de recreio, estiveram
na cidade da Guarda, os srs. dr.
Antonio Vitorino da Silva Coelho,
dr. Albano Lourenço, João Carlos
d’Almeida e Silva, Antonio Guima-
rães Lima e- Luiz da Cruz..
Estão em Lisboa, os srs. dr. Joa-
quim Farinha Tavares e José Anto-
nio do Vale; na sua casa da Codi-
ceira, os srs José Antunes Farinha
Leitão, sua esposa e filhos; e em
Oleiros, o sr. tenente José Farinha
das Neves. É ;
Teem passado incomodados de
saude, a sr.* D. Maria Olimpia Gui-
marães, sr Joaquim Afonso Junior
e a menina Armenia Magalhães Ma-
cedo.
Pelo distinto advogado e notario
desta comarca, sr. dr. Antonio Nu-
nes de Figueiredo Guimarães, foi
pedida em casamento para o seu
amigo e nosso colega de redacção,
Luiz Domingues da Silva, a.sr.? D.
Albertina Correia Lima, gentilissima
filha do sr. Joaquim Ferreira Gui-
marães Lima, importante proprieta-
rio neste concelho e antigo vereador.
Consta-nos que em breve se rea-
lisa o casamento.
Pelo Mundo Literario
A DOR
Que é um diamante? Carbone pu-
ro. Que é um rubim? Aluminio, bo-
rax, cromato de potassa. Mas que
temperaturas prodigiosas, que com-
binações desconhecidas, que electri-
cidades geradoras são indispensaveis
para transformar essas materias qui-
micas na estrela limpida de um dia-
mante ou na lagrima sanguinolenta
de um rubim?!
Ora, na psycologia, como na geo-
logia, a creação requer incendios,
combustões, correntes galvanicas e
nervosas de uma intensidade ilimi-
tada, Um sentimento existe que, le-
vado ao rubro, póde como nenhum
outro fundir em um minuto todas as
moleculas de uma alma, crystalisan-
do-as para sempre em obras primas
geniaes. Foi ele quem inspirou Dan-
te, Camões, Shakspeare, Beethoven,
Miguel Angelo.
m grande poeta que não sofres-
se, é um absurdo. Não existe. São
lagrimas as mais belas poesias de
Musset, gritos de martyrio os mais
belos versos de Henri Heine. A dôr
– purífica, liberta, espiritualisa. De um
justo, atribulando-o, faz um santo,
crucificando-o, chega a fazer um
Deus. Não admira que produza o
genio, porque produz a divindade.
E, que são no tim de contas todas
as fórmas evolutivas da materia, se
não sucessivas e infinitas passagens
“da alma atravez do sofrimento, do
espirito atravez da angustia, da cons-
ciencia atravez da dôr?!
E” pelo sacrificio que as nature
zas se eleyam, ascencionando do
verme á divindade, Em milhões de
anos, pelo amor e pela dôr, póde
a alma vege:al da cruz atingir em
perfeição a alma celeste do crucif-
cado.
Guerra Junqueiro.
Esteve nesta vila, o nosso ilustre
amigo, sr. dr. Antonio Augusto de
Mendonça David,
Saiu de Castelo Branco, para Fa-
ro; em tirocinio para major, o sr.
– capitão Sande Lemos,
Proença-a-Nova, 20
Como disse na minha ultima no-
ticia, as crianças das escolas d’aquiqui
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VOZ DO POVO
foram em digressão á pitoresca e be-
la Sernache, dár um espectaculo.
Logo de manhã cêdo as ruas da
vila apresentavam um movimento fó-
ra do vulgar, vendo-se correr, como
bandos de gazélas, as crianças que
n’uma alegria doida corriam para o
ponto de partida, onde uma galera
vistosamente ornamentada com ver-
dura e flores, esperava aquele bando
alegre de avesinhas.
À” hora da partida, a alegria, o
jubilo, emfim, aquele contentamento
que é facil de prever, tocou as raias
do delirio.
Pelo caminho, sempre aquela ale-
gria doidejante, que é muito peculiar
nas crianças.
Logo que chegámos á Certã, en-
caminhámo nos para o soberbo par-
que da Carvalha, onde, sob a som-
bra amena e agradavel das belas
arvores foi servido um ligeiro lunch,
terminado o qual fômos percorrer a
bela e historica Certã.
As. crianças visitaram as escolas,
sendo na do sexo feminino amavel-
mente recebidas pela ilustre profes-
sora D. Conceição Batista.
Terminada a rapida visita toma-
mos novamente os carros que nos
conduziram a Sernache, onde fomos
galhardamente recebidos.
O resto do dia passou-se em agra-
davel passeio pela encantadora Ser-
nache, a que, com justiça, chama-
mos Cintra da Beira,
A” noite, no elegante Teatro Ta-
borda, realisou-se o espectaculo, que
abriu com a Sementeira, cantada por
30 crianças e acompanhada pela or-
questra.
Seguidamente toma a palavra o
inteligente inspector escolar Padre
Thomaz, que fez uma brilhante alo-
cução á qual respondeu proficiente-
mente o notavel jurisconsulto sr, dr.
Abilio Marçal, sendo ambos os dis-
cursos vivamente aplaudidos.
Começou então a ordem do espe-
ctaculo pela bela poesia do nosso
querido dr. Faia, recitada pela me-
dina Maria do Ceu Cavalheiro.
Como somos suspeito, não nos
alargaremos em considerações so-
bre a fórma como as crianças des-
empenharam os papeis a seu cargo;
esse direito cab: aos inumeros espe-
ctadores que enchiam o teatro.
O que queremos aqui especialisar
é a maneira e a fórma gentil como as
damas Sernachenses prodigalisaram
ás crianças carinhos e afectos, já co-
brindo-as de flores frescas e viçosas,
já aplaudindo-as com franco entusias-
mo.
Não queremos tambem deixar no
olvido a maneira galharda como fo-
mos tratados pelo sr. dr. Abílio Mar-
cal, que tanto êle como a professora
da Madeirã e mano, a professora e
professor Silva, de Sernaçhe, nos
rodearam das mais francas atenções.
Estamos certos que aquela bela
noite deixou no espirito de todos a
mais agradavel impressão.
Acompanharam as crianças na sua
agradavel excursão, a professora sr.º
D. Sarah Cavalheiro, dr. Silva Faia,
professores Almeida e Barreto, Al-
fredo Tavares, João Ribeiro, José
Cavalheiro, João Crisostomo, An-
tonio Rarata e Joaquim S. Raposo.
—Está entre nós o nosso patrício
e amigo Padre José Barata, prior de
Pedrogam Pequeno.
j Joim,
OS ULTIMOS DIAS
Jerusalem
Notavel e emocionante narrativa
historica.
Um volume de perto de 5oo pa-
ginas, 600 réis. Pedidos a esta re-
dação,
Preços dos generos, no mer-
cado de 10 e 13 do corrente
Feijão branco, alqueire. 960 réis
» encarnado » 860 »
»- frade » 7oo »
Grão, » 1$200 »
Milho, PRSGITAEES ÃO yr
Trigo, » « 800 »
Centeio, DE EO OB)
Batata, » 300 »
Fava nm OO)
(Ovos, duziasica co ss rDOr
Galinhas, cada……… 450 »
ErangOs E eo e De MEO
Coelho manso, cada… 200 »
(Cabrito cada 5o0
Queijos E ovelha, cada 220 »
> a serra quilo… o »
Sardinha, cento. . É à Ses »
Vinho, almude…….. 18000 »
Vinho do Ribatejo…… goo ;»
A Zeltes NETO coa nen Egas =p
Carne | Toucinho..,… 320 »
de (Lombo ssa e AQ»
porco [Chouriço…… 600 »
Pescada, kilo. ….. E LOOREO)
Saljealqueine sia 300 »
ConfejiCadaf- fas 20 »
» para despôrcento 200 »
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ANUNCIOS
Anuncio
Pelo Juiso de direito da comarca
da Certã e cartorio do escrivão do
terceiro ofício nos autos de execu
ção por dividas ao Estado, em que
é exequente, por sobrogação dos
respectivos direitos, Frutuoso Au-
gusto Cesar Pires, d’esta vila e exe-
cutado José Dias, da Portela da La-
meira, freguezia do Troviscal, d’es-
ta comarca, vão á praça, na porta
do tribunal judicial d’esta vila, no
dia primeiro do proximo mez de
junho, pelas onze horas, para serem
vendidos pelo maior preço ofereci-
do, os predios abaixo mencionados,
penhorados: ao mesmo executado:
Uma terra de cultura com terre-
no de mato, castanheiros e um
poço, no sitio da Portela da Lamei-
raida
Uma propriedade que se compõe
de terra de semeadura e casa de
habitação sita na Portela da Lamei-
Fa,
Pelo presente ficam citados quais-
quer credores incertos que se jul-
guem com aireito aos mesmos bens.
Certa, 9 de maio de 1913.
O escrivão
Eduardo “Barata Correia e Silva
Verifiquei
O Juíz de Direito,
2 Sanches Rolão. – I
INTERNATO AGADENICO
Colegio Conimbricense
COIMBRA
Este colegio, instalado em magni-
fico edifício e situado vo higienico
bairro de Santa Cruz, recebe alunos
internos para o proximo ano lectivo
de 1913-1914.
Os alunos podem matricular-se no
liceu, frequentandoo sob a vigilan-
cia do colegio.
“O Internato Academico é o uni-
co estabelecimento deste genero que
existe em Coimbra.
Os estudos diarios dos alunos são
presididos por dois professores em
cada classe, sendo um de letras e
outro de sciencias. Cada um d’es-
tes, no final do estudo, por meio de
interrogatorios, inteira-se do apro-
veitamento dos alunos e não permi-
te a qualquer o abandono da sala
de estudo sem ter ficado com as li-
ções devidamente sabidas, embora
já tenha sido dada a hora de saída,
As 5.º feiras e dias feriados des
tinam-se, as primeiras a aulas prati-
cas e os segundos a passeios esco-
lares dirigidos por um professor.
Recebem-se alunos para as 7 clas-
ses do liceu, classe infantil e instru
ção primaria. –
Pedir todas as informações para
a séde do Internato Academico, Rua
Castro Matoso—Coimbra,
Directores: Conego Dias d’An-
drade e Jorge Capinha.
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dieiros; camas de ferro, vinhos fi-
nos e licôres, folha de Flandres, tin-
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Marquês de Pombal expondo os
seus planos para a reedificação da
cidade de Lisboa, depois do terra-
moto de 1755.
Brindes aos srs, angariadores dassinaturas
Envia-se a 1.ºcaderneta specimen
a quem a requisitar.
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recebem-se assinaturas tanto para
este romance, como para os que
abaixo se indicam :
A Filha maldita—de Emite Richebourg
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mado, encarrega-se do tratamento
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