Voz do Povo nº107 15-12-1912

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g! Ano

 

DIRECTOR

Augasto Frodrigmnes

Administrador
lar ZEPHERINO LUCAS
aa * Editor ;

; Luiz Domingues da Silva Dias

EEE

 

 

 

 

 

Assignaturas

Anno…-. Iibzoo. Semestre… 600 rs.
Para o Brazil. ……. 5booo réis (fracos)

“Pago adiantadamente

Não se restituem os originaes

 

 

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

Travessa do Serrano, 8
CERTA
Typographia Leiriense — LEIRIA

Propriedade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL

 

Annuncios

Na 3.º e 4.º paginas, cada linha… . 30 rs;
N’outro logar, preço convencional!

 

Annunciam-se publicações-de que se receba

um exemplar

 

INTERESSES LOCAIS

— ee —

No anterior numero do nosso
jornal, e ainda noutro local d’es-
te mesmo numero, fazemos des-
envolvida referencia a certa me:
dida-que, segundo referem “os
jornais, vae ser tomada, o que,
a ser assim, bastante afecta os
interesses do nosso concelho.

Este facto mais confirma a
nossa antiga opinião. desde “o
principio por nós aqui defendi-
da—de que devêmos pôr de par-
te as mesquinhas lutas politicas
que enfraquecem- as terras, ao
mesmo tempo que as envergo-
nham, para todos nós constituir-
mos um forte nucleo de acção
que tome sobre si o encargo de
defender os legitimos interesses
d’esta esquecida região, fazendo
valer os seus direitos e traba-
lhando para o seu progresso e
engrandecimento,

Para um trabalho d’esta or-
dem são indispensaveis dois fa-
ctores primordiais: a força que
só a união nos póde dar; a boa
vontade que só nos póde advir
d’um sincero desprendimento
por essa desacreditada politica
de campanario.

No concelho da Certã ha exem-
plos frisantes de quanto póde a
boa vontade posta ao serviço
d’uma persistencia honesta e in-
teligente.

A dispersão de muitas forças
causa a impotencia para resistir
aos ataques que nos sejam diri-
gidos.

Porque não nos juntamos,
pois, em volta da politica que
nos convem—a da defeza dos
interesses da nossa região?

Presentemente, a nossa situa-
ção politica não póde ser mais
lisongeira. Nos mais altos cargos
representativos da nação temos
amigos nossos, dedicados patri-
cios, cuja boa vontade tanta vez
tem sido provada.

O concelho da Certã não tem
pretensões que vão d?encontro
aos interesses gerais do paiz, an-
tes, todas elas, estão d’harmonia
com esses mesmos interesses;
d’ahi a certeza, que antecipada-
mente temos, de que nos não
faltará a cooperação lial Paque-
les nossos amigos.

– Por outro lado, o procedimen-
to de inalteravel lialdade que te-
mos mantido para com as insti-

 

“tuições, dão-nos o incontestavel

direito de fazer ouvir a nossa
voz, quando ela seja, como é,
a expressão da justiça.

Façâmos, pois, o balanço das
nossas pretensões, e sem’ que
nos tornemos exigentes— atentas
as dificeis circunstancias finan-
ceiras que o paiz atravessa-—in-
sistamos pela realísação das nos-
sas necessidades mais urgentes
e façâmos ver, com a evidencia
clara da verdade, que não me-
recemos ser prejudicados nem
esquecidos, á

Em muitos numeros do nosso
jornal temos defendido e apro-
vado esta mesma doutrina; sa-
bemos que ela tem sinceros ade-
pios, e temos esperança que ela
venha a prevalecer.

Sabe-se que no concelho ha
homens d’uma grande cultura
intelectual de não pequenas fa-
culdades de trabalho; diferentes
obras algumas de elevado al-
cance social, o teem demonstra-
do -exhuberantemente; porque
não aproveitar essas dificulda-
des, tão apreciaveis, num tra-
balho de caracter geral e per-
manente?

— eq qr

MISSÕES ULTRAMARINAS

Continua a produzir desagradavel
impressão, n’este concelho, a medi-
da, que se anuncia, da transferencia
para Carnide, do. colegio das mis-
sões, de Sernache.

Não se explica porque, funcionan-
do ali, ha tantas dezenas de anos,
esse instituto, n’um vastissimo edifi-
cio, com espaçosos e apropriados
anexos agora se vae adotar outro edi-
fício para o mesmo fim.

Para que não aproveitar o já exis-
tente ?-

Crêmos, ainda, que os poderes
públicos, a quem certamente hão de
ser presentes estas e outras conside-

-rações, hão de sobrestar n’esta me-
dida, tão ofensiva dos interesses d’es-
te concelho sem que corresponda a
uma conveniencia publica.

Já foi enviada a representação da
camara municipal d’este concelho, a
que nos referimos no numero ante-
rior e que é do teôr seguintes:

Ex.Ӽ Sr. Ministro das Colonias

A Comissão Municipal Adminis-

trativa do concelho da Certã, vem
respeitosamente representar junto de
V. Ex.? contra a projectada trans-
ferencia, para Carnide, do Colegio
das Missões Ultramarinas que ha
tantos anos vem funcionando na po-
voação de Sernache de Bom Jardim,
d’este concelho.

Esta medida, que tão profunda-
mente vem. afectar os legitimos in-
teresses deste concelho, não satis-
faz, segundo o criterio d’esta Co-
missão Administrativa, a uma neces-
sidade publica nem tão pouco cor-

 

 

 

 

 

responde a um beneficio para o país.

Reconhecido está que não póde
manter-se a fórma, quasi contempla-
tiva, das nossas missões ultramari-
nas, e hoje, todos estão d’acordo em
que é preciso dotá-las com uma mais
perfeita e completa bagagem de co-
‘nhecimentos que as habilite a de-
frontar-se, em pé d’egualdade, com
as suas numerosas concorrentes es-
trangeiras.

Necessario se torna, pois, remo-
delar o colegio das Missões, trans-
formando-o n’um instituto moderno
e progressivo, onde esses vastos €
complexos conhecimentos se mínis-
trem. Não vê, porém, esta Comis-
são Administrativa razão alguma pa-
ra que o ensino, remodelado que se:
ja, não possa continuar a ser minis-
trado no mesmo edificio onde o tem
sido ha tantos anos, Antes lhe pa-
rece de boa administração aprovei-
tar-se uma instalação, já feita e apro-
príiada. Por assim dizer, em Serna-
che de Bom Jardim, existe já tudo
quanto se carece para a instalação
d’um. instituto moderno. Para que
desaproveitar tão bons elementos,
preparados e em estado de funcio-
nar, e que ha tanto tempo teem si-
do aplicados para identico fim?

Não esqueçamos ainda que o fun-
cionamento do Instituto Colonial n’a-
quela povoação e no seu antigo edifi-
cio tem ainda a apreciavel vantagem
da sua propria situação que, afastado
dos grandes centros, a par da eco-
nomia que proporciona, facilita uma
maior aplicação ao estudo.

Está esta Comissão Administra-
tiva convicta de que nenhuma razão
importante força a transferencia do
Colegio das Missões Ultramarinas
do local onde sempre tem funciona-
do; se, porém, assim não fôr julga-
do, e, por conveniencia do ensino,
essa transferencia se tornar enevi-
tavel, pede esta Comissão licença pa-
ra ponderar a conveniência de não
deixar desaproveitado um tão im-
portante edificio, com prejuizo para
o Estado e grave dano para a eco-
nomia d’esta, região, quando todas
as circunstancias aconselham a ins-

 

talação ali d’uma escola d’agricultu-

 

 

 

E

ra, artes e ofícios, o que represen-
taria não só beneficio para o Esta-
do que assim dava aplicação util a
esse edificio e seus anexos, como
superior vantagem e aproveitamen-
to para esta região, pelo desenvol-
vimento e aperfeiçoamento dos seus
processos agricolas e artísticos; O
que tanto é para desejar n’um pais
que tem na agricultura a base prin-
cipal da sua riqueza. ;
O meio é perfeitamente adequado
á natureza e fins d’uma escola n’es-
sas condições. O concelho da Certã
é um centro d’intensa faina agricola,
onde a vida é barata, os costumes
morigerados. Alguns dos-seus pro-
dutos são dos melhores e mais puros
do pais. E assim, uma escola d’agri-
cultura, artes e oficios em Sernache
de Bom Jardim, aproveitando o’seu
esplendido e apropriado edifício, com
a sua grande cerca, provida de abun-
dante agua nativa, preenchia-absolu-
tamente os fins da sua criação e daria

“resultados praticos e compensadores.

Não é apenas o simples desejo de
defender os interesses do seu con-
celho—intenção com que, aliás, mui-
to se honra, que leva esta Comissão
Administrativa a vir junto de V. Ex.º,
e apelando para o seu alto criterio e
espirito de justiça, fazer a singela
exposição de factos que, por si só,
justificam o seu pedido.

Não; julga ainda cumprir um de-
ver, chamando a esclarecida atenção
de V. Ex. para este assunto, com
cuja resolução menos ponderada pó-
de ser gravemente prejudicada uma
região tão digna da atenção dos po-
deres’ publicos, sem utilidade para
o Estado, antes em seu prejuizo ma-
nifesto; e n’estes termos e muito
respeitosamente, representa a V. Ex.”
no sentido de continuar em Serna-
che de Bom Jardim e no-edificio
onde ha tantos anos funciona; o ins-
tituto das Missões Ultramarinas; e,
no caso de, por conveniencia do en-
sino, ser inevitavel a sua transferen-
cia, que simultaneamente se apro-
veite aquele edificio para n’ele se es-
tabelecer uma escola Pagricultura,
artes e ofícios.

Saude e Fraternidade.

VÔONHAY
VÔONHAY

 

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VOZ DO POVO

 

«Voz do Povo»

A todos os nossos amigos que,
or ocasião do 3.º aniversario dêste

jornal, tiveram a amabilidade de
nos dirigir captivantes palavras de
incitamento e simpatia, aqui lhes dei-
xamos consignado o preito da nos-
sa rendida gratidão.

Egualmente nos sentimos penho-
rados com as expressões de favor
com que muitos dos nossos colegas
se dignaram referir-se-nos.

seis o alega ii

Organisou-se em Castelo Branco,

o partido evolucionista.

vida politica

Os boatos de crise ministerial,
que. chegaram a tornar-se insisten-
tes, desvaneceram-se completamen-
te, e hoje todos esperamos, confia-
dos em que o sr. Duarte Leite con-
tinuará com a sua presidencia, a
prestar os serviços que a nação
reclama.

Sempre temos sido contrarios á
instabilidade ministerial que, a nos-
so ver, já não poucos males tem
causado; mas presentemente, as
circunstancias, dando-nos razão,
opóem-se a que se abra uma nova
crise ministerial, de mais perníciosos
efeitos, talvez, do que as anteriores.

SUBSCRIÇÃO

para a construção dum co pa-

 

Um belo edifício

Na primeira pagina publicamos
hoje a gravura da fachada do esplen-
dido edificio que, para sua residen-
cia, o nosso colega de redacção Luiz
Domingues da Silva Dias, fez cons-
truir n esta vila.

Toda a construção constítue uma
verdadeira obra d’atte, seja pelo bom
gosto revelado no seu conjunto, seja
pela perfeição, solidez e acabamento
dos minimos detalhes.

– No dia 7 inaugurou aquele nosso
colega a sua linda habitação, com
uma festa encantadora, para que
convidou os seus amigos, que são
todos que teem o prazer de com ele
conviver.

Os seus convidados, que eram em
grande numero, passaram uma noi-
te deliciosa, e á ceia, cujo serviço
era tão variado como primoroso, fi-
zeram-se entusiasticos brindes, bem
sinceramente correspondidos, Em to-
dos eles se salientaram as qualida-
des pessoais que distinguem o dono
da casa, que, em sentidas palavras,
agradeceu as referencias que lbe
eram feitas,

No terrasse tocava distintamente
a Patriota Certaginense, que assim
quiz prestar a sua homenagem ao do-
no da casa, um amigo de ha muitos
anos da simpatica sociedade.

A encantadora festa terminou pe-
las 24 horas, saindo os numerosos
convidados confundidos pelas ama-
bilidades do dono da casa e mara-
vilhados pela beleza e aprimorado
bom gosto do edifício, que faz hon-
ra á Certá.

FACTOS E BOATOS

 

 

ra Club e Teatro, na Certã
Transporte… 3:3308850
José Antunes Martins-—
LisboRo sede stato 1008000
Soma… 3:430$850

A Eomissão, receiando qual-
quer falta, agradece, por es-
te melo, todos os donativos
subscritos.

O Presidente,
A. Sanches Rolão.
——<HGDCE-— —————
Governador Civil

O visinho concelho de Vila de
Rei recebeu ha dias a honrosa visi-
ta do ilustre governador civil déste
distrito, sr. capitão Francisco d’Al-
meida, que ali foi alvo das mais en-
tusiasticas manifestações de simpa-
tia e respeito.

O ilustre magistrado, pela sua
atitude digna e patriotica, tem sabi-
do impôr-se á consideração e ami-
sade, mesmo, de todo o distrito.

 

AS MÃES
(Conselhos)

Propaganda a favôr das crian-

ças e do melhoramento da

raça portuguêsa pela Mise-
ricordia de Lisboa

 

O vestuario

Os cueiros, geralmente usados,
devem ser pouco apertados. As pe-
ças de vestuario que estiverem em
contacto com a pele, não devem ser
de lã.

No tempo frio nunca se deixe nús
os braços e as pernas das crianci-
nhas, Muitas teem pago com a vida
esse esquecimento.

Ao vestir as camisolas e casaqui-
nhos não torcer bruscamente os
braços.

Às criancinhas não devem usar
constantemente papagaios de borra-
cha. Quando os usem, vigiar para
que estejam sempre bem sêcos, pois
a demorada humidade irrita a pele.

A. roupa deve ser escolhida con-
venientemente, segundo a estação.

No proximo numero—O SONO.

 

No Senado, os nossos ilustres
amigos, Tasso de Figueiredo, Nu-
mes da Mata e Martins Cardoso,
foram eleitos, respectivamente, para
as comissões de Colonias, Engenha-
ria e de petições,

— PER IGE———
Junta de Paroquia da Certa

“Tomou posse de presidente desta
Junta, o nosso presado amigo, sr.
Joaguim Nunes e Silva, que, em to-
dos os cargos que tem desempenha-
do, se tem afirmado um dedicado e
inteligente trabalhador.

— PMREDIOE— —

Secretaría de Finanças

No edifício municipal, estão con-
cluidas as obras para se instalar ali
a secretaria de finanças.

— Secos —
Imprensa

Recebemos e agradecemos a visi-
ta do nosso estimado colega o «Eco
de Extremoz».

— Começa hoje a publicar-se em
Castelo Branco como titulo «União»,
um noyo colega, orgão do partido
unionista daquela cidade, sob a di-
recção do sr, dr. Barros Nobre,
Desde já lhe desejamos um longo e
prospero futuro.

—QO nosso estimado colega de
Castelo Branco, «A Patria Nova»,
passou a ser orgão do partido: evo-
lucionista daquela cidade, sob a di-
recção do general reformado, sr.
Francisco Nunes da Silva,

— Entrou no 2º ano de publica-
ção, o nosso colega «Democracia da
Beira».

Taxa militar

Foi mandada imprimir, em sepa-
rado, a parte do regulamento do re-
crutamento militar que se refere à
taxa militar, a fim de ser distribui-
da pelos secretarios de finanças é
para que’se torne efectiva a cobran-
ça daquele imposto, o que até aqui
não se tem feito.

 

Gremio Certaginense

Realisou-se no dia 8 do corrente,
a eleição dos corpos gerentes, que
nesta agremiação hão de servir du-
rante o ano de 1913, sendo eleitos:
DIRECÇÃO
Efectivos
Dr. José Carlos Ehrhardt
Dr. Bernardo Ferreira de Matos
Luiz Domingues da Silva Dias
Antonio Barata e Silva
Celestino Pires Mendes,
Substitutos
Dr. Joaquim Farinha Tavares
Padre Joaquim Tomaz
Albano Ricardo Mateus Ferreira
Henrique Pires de Moura
Zeferino Lucas de Moura.
CONSELHO FISCAL
Efectivos
João da ‘Silva Carvalho
Eduardo Barata Correia e Silva
João Martins.
Substitutos
Luiz da Silva Dias
Demetrio da Silva Carvalho
Antonio Augusto Rodrigues.
ERP
Em Sernache de Bom Jardim,
realisou-se no passado domingo uma
récita de amadores.
— -aIC00cC— -——
Fórma de assentar
a nova moeda

Meio centavo 0,005 egual

e AR e dotadas do Eus;
Um centavo 0,01 egual a 10 »
Um centavo e meio 0,015.

Megtia [Ea ira cesto ar 15 »
Dois centavos 0,02 egual

Ee otra cejaReRi o R 20 »
Quatro. centavos 0,04

egual aj… ….. Grs 49»
Cinco centavos 0,05 egual

ApenAsio o DE RR 5o »
Dez centavos 0,10 egual à I00 »
Vinte centavos 0,20 egual |

RMS qui Ear 200 »
Cincoenta centavos 0,50

egual as… orcs 500 »

Um escudo 1,00 egual a 1ijooo »
Dois escudos 2,00 eguala 2:pooo »
Cinco escudos 5,00 egual

Bjpooo »

ENA ata RGapia oRE
see
Registo Civil

O movimento de registos nêsta

Repartição de 4a 12 do corrente
foi:

109000

Casamentos: qr ec GRSA
Nascimentos? er rs
(Olbios cas sopacndopeecvosaoi

Pela Administração do Concelho,
foram mandados afxar editais, con-
vidando os donos dos cãis, de guar-
da, luxo ou caça, a registal-os, sob
pena de multa e de serem os ani-
mais abatidos, quando encontrados
na via publica.

— So Cjoc- ——
Colegio das Missões Ultrama-
Finas

O director dêste estabelecimento
de instrução, de Sernache do Bom-
jardim, pediu ao governo que, por
portaria, fossem considerados vali-
dos. para todos os liceus os exames
do curso. liceal, até ao 5.º ano, que
ali se realisam, à semelhança do
que se pratica com o Colegio Mili-
tar e se praticou com o Seminario
Liceu de Guimarães. O ministro do
interior despachou que o assunto
dependia de resolução legislativa.

 

 

Pequena correspondencia

Pagaram as suas assinaturas os srs. Ma-
nuel Antonio, do Pará, e J. Lopes dos
Santos, de Loanda,

Agradecemos.

 

 

Carteira semanal

Fazem anos:

Hoje, a sr.*? D. Maria Olimpia
Guimarães Marinha.

No dia 19,0 sr. Francisco Fari-
nha David Leitão.

No dia 21,a sr” D. Julia David
Leitão.

 

Estão nésta vila, as sr.“ D. Au-
rora S. Cordeiro, D. Maria Esteves
d’ Abreu e o sr. Antonio Namorado;
em Lisboa, o sr. Antonio Nunes de
Figueiredo.

Tem estado doente, em Viana
do Castelo, o sr. dr. Antonio Joa-
quim da Silva, juiz de direito, que
foi, nésta comarca. à

Estiveram nésta vila, o sr, Sebas-
tão Farinha Tavares e sua esposa
e filha, e o sr. Luiz Lopes Sobrei-
ro, do Alvito.

Teem estado em Abrantes o sr.
Maximo Pires Franco e sua esposa.

Tem passado incomodada de sau-
de, a sr.º D. Amelia Esteves d’A-
breu Albuquerque.

Retirou para Lisboa, o nosso as-
sinante, sr. Antonio da Costa,

 

Tem estado nésta vila, acompa-
nhado de sua esposa, o nosso assi-
nante, sr. José Antonio do Vale.

Tivemos o prazer de ver nésta
vila, o nosso presado assinante, sr,
José d’Azevedo Bartolo.

Estiveram nésta vila, os srs. José

Joaquim da Silva Neves, Joaquim

Nunes Campino e João Nunes.

Está nésta vila o nosso assignan-
de Lisboa, sr. Carmelino Pires.

Ao professorado pri-
mario

-Instrução Militar Preparatoria

Programas dos cursos da instrução
militar preparatoria
Educação civica

O que é a patria e a independen-
cia.

Ideia sucinta da fundação de Por-
tugal e das lutas para a sua con-
quista.

Crises da independencia ou in-
vasões estrangeiras,

Ação colonial e civilisadora de
Portugal.

Necessidade da preparação para
o serviço militar.

Noção geral da organisação do
exercito.

Preceitos da lei do serviço mili-
tar e operações de recrutamento.

A disciplina, base essencial dos
exercitos e da força colectiva.

Ideia geral dos sistemas politicos
ou do governo das nações.

Garateres do regime democratico:
alargamento de liberdades, egual-
dades de direitos, aperfeiçoamento
social, justiça.

Questões sociais: suas soluções
dentro da lei e da ordem.

Condições essenciais do progres:
so: trabalho, instrução, ordem.

Direitos e deveres do cidadão.

Melhoramento economico pelo tra-
balho, economia, cooperação, asso-
ciações.

Serviços sociais da paroquia e
do municipio.

Lei constitucional da Republica,
Codigo administrativo.

Direito de voto e o seu exercicio.

Ginastica
Parte pratica :
Formação da escola em linha,linha,

 

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em uma e em duas filas.

Formação de costado, a dois, a
quatro, em coluna, por grupos ou
esquadras. o

assos grave, ordinario, acelera-
do, ginastico.

Marchas e evoluções nas diversas
formações.

Corridas defresistencia e de velo-
cidade.

Passeios e marchas, efectuando
em cada ano algunsg percursos de
dose a quinse quilometros.

Movimentos e flexões simples, da
cabeça, braços, pernas, tronco.

Movimentos combinados do tron-
co e membros.

Exercicios com aparelhos porta-
teis.

Exercicios em aparelhos fixos.

Saltos em altura e extensão.

Saltos de obstaculos.

Exercicios de equilibrio corporal.

Subir aos aparelhos,e trepar por
cordas, varas, etc,

Exercicio de volteio no cavalo.

– Natação, teoria e aplicação pra-
tica.

Jogos ginasticos ou desportivos.

Exercicios com um opositor, sis-
tema japonez.

Exercicios elementares de luta

Parte teorica:

Noção da nomenclatura do corpo
humano. É

Nervos, musculos, ossos, articu-
lações,

Aparelhos e suas funções, nutri-
ção, circulação, respiração, secre-
ção.

Noções gerais de higiene,

Perigos do alcoolismo e outros
abusos. Resfriamentos. e

Asseio corporal, banhos, ar puro.

Efeitos do trabalho muscular: ro-
bustecimento, dextresa, energia.

Efeitos da falta de trabalho : tor-
por, enfraquecimento. 5

Trabalho excessivo: fadiga, su-
focação, depressão fisica.

Trabalho habitual moderado; trei-
namento, resistencia.

Exercicios e posições que defor-
mam o corpo.

Exercicios posições corretivas.

(Extracto do decreto de 26 de
maio de 1911).

Observações — Qs cursos começam em
outubro e acabam no fim de julho.

Os cursos constituidos exclusivamente
por alunos devem compreender duas li-
ções por semana. E à

Logo que abram as escolas os professo-
res devem formular, por idades, uma rela-
ção dos alunos que deverão receber a ins-
trução preparatoria, indicando ao mesmo
tempo as condições em que podem minis-
trar o que lhes falta. Essas relações são
enviadas ao inspector de instrução militar.

As juntas de paroquia devem fazer anual-
mente, no principio de agosto, o recensea-
mento dos mancebos de 10 a 16 anos com-
pletos, indicando as residencias e as dis-
tanclas ás escolas mais proximas. 4

TEAR Cm sao

As festas comemorativas do
1, de dezembro

Com o brilhantismo dos anos an-
teri res realisaram-se em Lisboa as
festas comemorativas da gloriosa re-
volução de 1 de dezembro de 1640.

A capital apareceu de manhã em-
bandeirada, e à alvorada foram quei-
madas bastantes girandolas de fo-
guetes.

A’s 13 horas, no palacio dos con-
des de Almada organisou-se um cor-
tejo cívico que seguiu até á Praça
dos Restauradores onde se dissol-
veu,

No cortejo incorporaram-se além
do sr. presidente da Republica, mi-
nistro da guerra, os srs, general da
divisão, vice-almirante da esquadra,
membros da Comissão Central Pri-
meiro de Dezembro de 1640, verea-
dores, representantes da imprensa e
doutras colectividades, os alunos do
colegio militar e do Asilo Maria Pia
com a respectiva banda.

Durante o trajecto o povo acla-

 

 

VOZ DO POVO

mou entusiasticamente o sr. presi-
dente da Republica.

Junto ao monumento dos Restau-
radores uma banda marcial tocou o
hino da Restauração, A Portuguêsa
e outras peças de musica.

Em diferentes freguesias foram
distribuidos bôdos aos pobres.

A” noite iluminaram os edificios
publicos, o palacio dos condes de
Almada e algumas casas particula-
res. A iluminação no monumento
dos Restauradores produzia belissi-
mo efeito.

Em diferentes colectividades rea-
lisaram-se sessões solénes e no Club
Borges Carneiro foi inaugurado, em
sessão soléne, o retrato do sr. dr.
Manuel de Arriaga.

Os jornaes inseriram artigos co-
memorativos sendo alguns ilustra-
dos.

Assim foi comemorado o 272.º ani-
versario da restauração de Portugal,

= ss

AOS LAVRADORES!

As estrumações verdes nas
vinhas e olivais

 

“Ainda é muito boa ocasião para
se semearem tremoços para serem
enterrados em verde, quando esti-
verem em flôr, nas vinhas e nos oli-
vais, e como as estrumações verdes
são bastante economicas, aconselha-
mos os lavradores a que não dei-
xem de as usar, porque lhes acha-
rão grandes vantagens. Os tremo-
ços devem, porém, ser conveniente-
mente adubados na ocasião da se-
menteira com adubos apropriados
POTASSICO-FOSFATADOS, ou
então com uma mistura em partes
iguais de FOSFATO. TOMAZ e
KAINITE.

O adubo mais proprio para se-
mear tremoços para enterrar em
verde é o adubo da formula n.º
495, que deve ser empregado na
dóse de 2zo sacos por cada hectare
de terra, ou sejam 100 gramas por
cada metro quadrado. Aqueles, po-
rém, que não queiram empregar es-
te adubo já preparado, podem em-
pregar uma mistura de

400 a 500 kgs de FOSFATO
TOMAZ e

400 a 500 kgs de Kainite
por cada hectare de terra, porque o
resultado que se obtém é surpreen-
dente, desenvolvendo-se o tremoço
considerayelmente, o que tem a gran-
de vantagem de ser importante a
quantidade de azote fornecido ao
terreno pelo enterramento do tre-
moço.

Adubando assim o tremoço como
aconselhamos, faz-se uma explendi-
da adubação que fica muito barata
e que dá belos resultados, tanto
culturais como economicos.

Aconselhamos, portanto, os la-
vradores que teem vinhas e olivei-
ras, a que semeiem tremoços para
enterrarem em verde, quando esti-
verem em plena floração, aduban-
do-os com os adubos que indicamos,
pois não terão que se arrepender.

A casa O. Herold & G.:, com es-
critorios e armazens em Lisboa, Por-
to, Pampilhosa, Regoa e Faro, tem
todos estes é muitos outros adubos.

Exigir sempre a marca registada
«Trevo de 4 Folhas».

— ANNUNCIOS
ANUNCIO

Pelo Juizo da quinta vara de Lis-
boa e cartorio do quarto oficio, cor-
rem editos de trinta dias a contar
do ultimo anuncio que se publicar
duas vezes no «Diario do Governo»
e noutro jornal, citando os interes-
sados incertos para na segunda au-
diencia posterior ao prazo dos edi-
tos verem acusar a sua citação e ahi

 

 

 

assinar-lhes trez audiencias para de- |
duzirem o que tiverem a opôr na
habilitação requerida por D. Maria
José da Costa França, D. Alice da
Costa França Martins, Vitor Hugo
da Costa França, D. Delfina da Cos-
ta França e Mario da Costa França,
a fim de serem julgados unicos e
universaes herdeiros do falecido To-
maz Augusto da Costa França, na-
tural da Certã e falecido na cidade
de Lisboa, em vinte e seis de maio
de mil nove centos e nove, na casa
numero cento e oitenta da Calçada
de Sant’Ana, freguesia da Pena, sem
ascendentes e sem testamento, dei-
xando viuva que é a primeira justifi-
cantee quatro filhosque sãoosrestan-
tes justificantes. Declara-se queasau-
diencias nêste juizo se fazem ás
terças e sextas feiras, por dez horas
no tribunal judicial da rua Nova do
Almada. E para constar se passou
o presente nêste Juizo de Direito,
em cumprimento da respectiva car-
ta precatoria, enviada do Juizo de
Direito da quinta vara da referida
Comarca de Lisboa. Certã, 7 de
dezembro de 1912.

O Escrivão do 2.º ofício
Francisco Pires de Moura

Verifiquei—O Juiz de Direito subs-
tituto,
Zeferino Lucas. I

EDITAL

A Camara Municipal do Con-
celho da Certã

* Faz saber, que em sua sessão de
27 de Novembro ultimo, resolveu:

1:º—Estabelecer a creação de dois
mercados semanais na séde do Con-
celho que terão lugar aos domingos
e quintas feiras, de cada mez, fican-
do suprimido o mercado semanal que
se realisava aos sabados:

2.º—Que o mercado mensal de .
gado que se realisavano 1.º sabado
de cada mez, passa a realisar-se no
1.º domingo de cada mez continu-
ando a realisar-se, como até aqui,
os mercados de gados nos dias 25
de Abril e 29 de Julho, nos mesmos
locais.

3.º—(Que estas resoluções princi-

iam a vigorar no proximo mez de
aneiro.

Para conhecimento geral se pas-
sou este e outos d’igual tedr para
serem-afixados nos logares publicos.

Secretaría da Camara Municipal
da Certã, 4 de Dezembro de 1912.

O Presidente da Cama a

4 Zeferino Lucas 2

COMARCA DA CERTA
1.º oficio

No dia 22 do corrente mez de de-
zembro, pelas 12 horas, á porta do
tribunal judicial deste juizo e em
virtude do deliberado pelo conselho
de familia nos autos d’inventario or-
fanologico por obito de Maria Mar-
ques Pires, que residiu nesta vila,
em que é inventariante o seu viuvo
José Rôxo, são postos em praça, pa-
ra serem arrematados a quem maio-
res lanços oferecer acima dos valo-
res que lhes vão designados, os se-
guintes bens, a saber;

1º—Um predio rustico que se
compõe duma terra de cultura, no
sitio aa Azenha, limite desta vila,
alodial, no valor de 354000 réis.

2:º–U dominio util d’um prazo
foreiro a José d’Azevedo da Silva
Bartolo, desta vila, em 2800 réis,
constituido nas seguintes glébas;
uma terra de cultura, sita ao Vale
das Covas; uma terra de cultura
com oliveiras e pinheiros, arvores
de fruto e mato, no sitio da Ribeira

 

da Ferreira; uma terra de cultura,

 

no sitio da Ferreira; e uma peque-
na courela de mato com três pinhei-
ros, no sitio da Cova da Malpica,

no valor liquido de 147000 réis.
Pelo presente são citados os cre-
dores incertos para deduzirem os
seus direitos, querendo, no prazo le-
gal. :
Certã, 3 de dezembro de 1912,

O Escrivão
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei a exatidão
O Juiz de Direito

2 Sanches Rolão 2
COMARCA DA CERTA
1.º oficio,

Por este Juizo de Direito e car-
torio nos autos d’inventario orfano-
logico por obito de Josefa Farinha,
que resídia no logar do Consido,
freguesia de Figueiredo, d’esta co-
marca correm editos de 30 dias, a
contar da segunda e ultima publica-
ção do anuncio, citando o herdeiro
Adelino Farinha, solteiro, maior au-
sente em parte incerta no Pará.
Brazil, para assistir a todos os ter-
mos, até final, do mesmo inventa-
rio, deduzindo nele todos os seus di-
reitos, querendo,

Certã, 3 de dezembro de 1912.

O Escrivão k
Antonio Augusto Rodrigues

Verifiquei
O Juiz de Direito
Sanches Rolão I

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