Voz do Povo nº102 10-11-1912

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2.º Ano

Certã, 10 de novembro de 1912

 

DIRECTOR

| Angasto Iiodrignes

 

* Administrador
‘ZEPHERINO LUCAS

Editor

 

BPIBY

; Luiz Domingues da: Silva. Dias

 

PSU ese

 

 

 

 

 

 

OM O -Assignaturas REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Annuncios
Anno…… 19200. Semestre… 600 rs, PORTER do RR Na 3.º e 4.º paginas, cada linha.. 30 rs.
PRQ Bag «+=» “5ipooo- réis (fracos) CERTA N’outro logar, preco convencional ;

– Pago “adiantadamente

 

Não se restituem os originaes

 

Typographia Leirien Leiriense—- LEIRIA
Proprieiato da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL,

 

 

 

Annunciam-se publicações de que’se receba

um, exemplar

 

“Interesses nacionais
7 mm

Dentro: de poucos “dias tere-
mos o parlamento a funcionar,
antecipando, assim, a epoca nor- –
mal da sua abertura, como, aliás,
se esperava.

Não: obstante ‘os boatos que
em contrario teem corrido, pare-
ce certo que o governo, tal co-
mo se acha constituido, se apre-
sentará perante as camaras,

Dadas” as circunstancias em
que o país’se encontra, não po-
de presumir-se que o governo da
presidencia: do sr. Duarte Leite
abandone as-cadeiras do. poder.
Nãosó-o: país não dispõe, ‘infe-
lizmente, duma reserva d’homens
suficiente para estas constantes
mudanças ministeriais, como to-
dos: reconhecem: no: sr. Duarte
Leiteras qualidades precisas: pa-
ra presidir! á dificil situação que
atravessamos. | |

Se a nação está condenada a |
atravessar toda a legislatura, ven-
do, caír e subir governos, muitas |
vezes sem uma causa que se ve-
ja, muito mal vai para Os supe-
riores interesses da Patria.

De cada vez se’torna mais ur-
gente que a questão politica ‘ce-
da o logar á administração, e
pensar, sequer, nesta, sem garan-
tir primeiro, uma-larga. estabili-
dade ministerial, “é um sonho,
cujo despertar pode ser bem do-
loroso.

Veja se o exemplo da Turquia,
em que a política tinha invadido
tudo e todos, numa obgessão
pavorosa, que /a’ ninguem deixa-
va vêr a desorganisação que ia
atruinando lentamente todos os
serviços publicos, a indisciplina
que ia enfraquecendo dia a dia
todas as energias e todas as
fofiçab»

Ninguem ignora que as cir-
cunstancias atúais constituem um
perigo iminente para as nações
pequenas, e não só para, estas
mas: até oparavas grandes, como
o imperio Turco, que não sabem
administrar-se,

A paz da Europa, | na hora
presente, é um enigma, de cuja
decifração tudo ha a temer.

Não se’pense que é pela força
das armas que nós nos salvare-
mos dos perigos que nos amea-
Camil &

Sem duvida: que, dentro dos
nossos recursos, mas só dentro

 

dêles, devemos cuidar a sério da

nossa defêsa, habilitando-nos
principalmente a mobilisar rapi-
damente um certo numero d’ho-
mens, que honrem’as nossas ve-
lhas e nobres tradições, ede que
a nossa tradicional aliada possa
dispôr num dado momento.
Mas, é preciso. não ter ilusões.
A nossa principal defêsa consis-
te na maneira: como nos admi-

“nistrarmos e no’ bom senso de

que dermos prova em todos os
actos publicos.

E, se ha coisa que mais de-
monstre-a nossa insensatez é es-
sa” perniciosa instabilidade mi-
nisteriaP que ha longos mêses
vem entorpecendo toda a nossa
administração. .

Como patriotas; como portu-
guêses, temos uma fé ardenteno
futuro da nossa Patria. Assim,
acreditamos ainda que a politica
cederá a sua vez a uma metódi-
ca: e progressiva administração,
que-reconstitua a nossa naciona-
lídade, impulsionando fortemen-
te todas as. suas forças vivas.
Para essa grande obra confiamos
na. acção do governo a que. dis-

tintamente preside uma alta fi- |

-gura moral, de incontestavel ta-
lento e de indiscutível honesti-
dade. *

Nas, suas. mãos está o futuro
da Republica.

“Que se não deixe invadir pelo
desânimo, que desprése: a calu-
nia e passe por cima da intriga,
que caminhe sempre para a fren-
te, evo país aguardará serena-
mente a sua obra, certo’de que
se fará aquela boa administra-

ção que representará para nós a.

mais bela das esquadras, que não
podemos possuir.

— aa OE = co
GOVERNADOR CIVIL

Depois de visitar Oleiros, algu-
mas das suas freguesias, e a de Pe-
drogam Pequeno, dêste concelho, a
que faremos larga referencia no pro-

ximo numero, esteve nesta vila, na |

passada quinta-feira; com-sua espo-
sa e filhos, o ilustre governador, ci-
vil, dêste distrito, sr. capitão Fran-
cisco d’ Almeida,

S. ex.º*, que foi muito cumprimen-
tado, hospedou se em casa do nos-
so presado amigo, sr. dr. José Car-
los Ehrhardt, retirando para Caste-
lo Branco, no mesmo dia.

«ICI —

Padres pensionistas

Segundo a opinião da imprensa
de Roma o papa hão condenará os
padres pensionistas, pelo facto de
terem recebido da Republica a pen-
são.

 

 

FACTOS E BOATOS

» Esteve n’esta/vila a sr; D. Auro-
ra da Silva Rocha, sub-diretora da
A Nova Patria, em propaganda d’es-
ta revista patriotica ilustrada, que
tem como unicos fins’concorrer com
o seu esforço paraio bem da Patria,
fundação de escolas e auxilio á po-
breza. |

OQ
Aos contribuintes

Foi determinado que sejam pas-
«sadas em papel; comum as certidões
sobre transferencias de, registos de
propriedades por alteração na área
das respectivas conservatorias,,

(= ca otoes = o) |
A nova moeda

Começando em breve a circulação |
da nova moeda em todo o pais, pa- |
ra conhecimento dos nossos leitores |

publicamos, a tabela da nova, moeda

com o seu eguielente EM TÉISS 19
“Moeda nova “Moeda antiga

Ouro oi Ê

to escudos…… 1omooo réis
5 :

 

 

» : Sipooo +!
re ER Ê 2ZP000o »
I » IjDooo »
Prata —
1 escudo… “1000 réis
5o centavos, . E DO0 id;
“O. Pe ESPERADO IEA
ED LN a EAN 5 – 100 »
Bronze- nikel. é ;
4 centavos… 4oréis |
2 Done aços eco j Oo!»
1 Arda IO D/
1a » ao PrBs]

“A ‘unidale é o escudo, equivalen-
te” a: «tibooo réis; div. de-se em 100
partes iguaes denominadas centavos,
de fórma quecum centavo equivale
a 10 réis da atual moeda.

A passagem de uma para outra
moeda é extremamente facil. Se fôr
da “atual para a antiga; “tratando-se
de: centavos, basta juntar um zero
para termos orvalor em réis.

Exemplo: 57 centavos, 570 réis.

Reciprocamente: da velha moeda
para anova passa-se dividindo por
10. Exemplo: 3go réis, 39-centavos;
725 réis, 72 4/a centavos,

Tratando-se de escudos, divide-se
ou multiplica-se por mil, isto é, cor-
tam-se ou acrescentam-se tres zeros,
conforme se quer passar da moeda
velha para a nova ou vice-versa.

Exemplo: 5oojbooo réis, 5oo es-
cudos; 729’ escudos, -729:%000 réis.

Ninguem póde ‘ser/obrigado a re-
ceber em qualquer pagamento, seja
qual fôr a sua importancia e prove-
niencia, mais do que 10 escudos em
moeda de prata (toybooo. réis), .e em
bronze-nikel mais de um escudo
(1booo réis).

*

No proximo mês de janeiro come-
cam a ser recolhidas todas as moe-
das de 500, 200 € 100 réis que an-
dam em giro, em todo o país, na im-
portancia de. 32:000 contos de réis;
a fim de serem refundidas no novo
tipo de moeda.

I Juntas de concitiação

Vai ser .expedida-a todos os go-
vernadores civis umas circular, pe-
dindo lhes que dêem a maxima pu-
blicidade ao. decreto que creon as
juntas de-conciliação, de modo que
as vantagens que, sem duvida, d’elas
resultem, se possam reconhecerem
breve. Tais juntas são destinadas a
alargar o» papel democrático: dos
tribunais dos árbitros avindores, evi-
tando muitas contendas, que pertur-
bam bastantes vezes a vida dos que
trabalhar.

Evan no dia 2 do corrente,
n’esta’ vila, a fim de inspecionar as
dependencias dos Paços do Conce-
lho -que-se-destinam ás-repartições
de finanças, os.srs. Freire d’Andra-
de, engenheiro da. direcção | geral das
contribuições), dos; impostos e;Jiide
Vasconcelos: Dias, inspetor de:finan-
ças do nosso distrito; sola? “2909

—— 0 —

O Governador da India Seri ao
“sr. ministro das colonias, que o 2.º
tenente ‘da administração naval’sr.
Tasso de Figueiredo continue ‘ser-
vindo na’canhoneira «Sado» emquan-
to durarem-as-operações em Sata-
Ty, onde:desempenhavas: funções de
reiE dos serviços administrativos
cumulativamente com “as de comis-
-sario d’aquele navio. 0u-

« »iInvento português,

O sr. José Augusto Martins Faria,
natural de Abrantes, inventou um
curioso aparelho que, a dar resulta-
dos práticos, constituirá uma precio-
sa descoberta. | E

Trata-se de um futuador adaptá-
vel ao homem, permitindo-lhe con-
servar-se na água e caminhar com
velocidade superior a dez kilóme-
tros por hora, tendo ainda a vantá-
gem de lhe deixar as mãos livres.

E” uma espécie de colete com ca-
maras de ar do qual está adatada
uma hélice que se põe em movimen-
to “por meio de dois veios ligados
aos pés. Basta fazer movimentos
com as pernas para que o motor tra-
balhe. O peso do’aparelho é apenas
do sete kilos’e meio.

Brevemente se procederá ás ex-
periências.

——— eee mm
Trasladação

Teve logar no dia 5 do corrente,
no cemiterio publico d’esta vila, a
trasladação dos restos mortais do

vares, para jasigo-de família no ce-
miterio de Vila de Rei.

Ao acto: assistiram os; srs, José
Carlos: Ehrhardt, administrador do
concelho; Gustavo Bartolo, dr. Gual-
dino de Queiroz, sub-delegado de
saude, dr, Bernardo de Matos, ofi-
cial do Registo Civil, José da Silva
Bartolo, Fernando Bartolo, Luiz da
Silva Dias, Frutuoso: Augusto Ge-
sar Pires, João Joaquim Branco, An-
tonio: da “Costa, P.º Francisco dos
Santos e “Silva, Rogerio Ehrhardt,
Celestino Mendes, Joaquim:Mendes,

 

malogrado Dr. Francisco Pires Ta- ‘

rSarrr A <r ‘

rSarrr A <r

 

@@@ 2 @@@

 

VOZ DO POVO

 

dr. Albano Lourenço da Silva, An-
tonio Mendes, João d’Oliveira Xa-
vier, da Fundada, João Francisco
Tavares, dr. José Francisco Tava-
res, Mendes Carneiro, Pedro Cruz
e Cardoso Guedes:

e >.

Arrematação

No dia 17 do corrente, por 12 ho-
ras, no adro da igreja matriz, terá lo-
gar a arrematação em hasta publica
das azeitonas dos olivaes da junta

de paroquia da freguesia da Certã.

A base da licitação são 345000 rs.
—No mesmo dia, local e hora, te-
rá logar a arrematação da abertura
de covas para plantação de plátanos
no terreno do extínto cemiterio.
== du cana ——
Autopsia

Realisou-se no dia 4 no cemiterio
publico d’esta vila a autopsia de um
cadaver encontrado no logar da Vi-
nha Velha, freguesia da MY adeirã, e

ue se averiguou ser o de José de

ousa, negociante de gado, residen-
te no Porto dos Fuzos, freguesia de
Sernache do Bomjardim.

Nas cadeias d’esta vila está preso
Manuel Navalhas, socio d’aquele, re-
sidente na freguesia de Areias, con-
celho de Ferreira do Zezere, por se
suspeitar de que foi ele o autor do
assassinato.

ER GT) CRY CITE som

Correios e telegrafos

Por portaria de 23 de outubro fin-
do foi a seguinte a classificação das
estações telegrafo-postaes da Co-
marca:

2.º classe—Certã:

3,º classe—Sernache do Bomjar-
dim, Oleiros, Proença-a-Nova e Vi-
la de Rei.

4.* classe —Sobreira, Formosa.

et A O a
Escolas Moveis

Pelo sr. Antonio da Costa, bene-
merito subscritor da Comissão: Au-
xiliar das Escolas Moveis dêste con-
celho, e que generosamente cedeu
casa para o funcionamento da mis-
são do Amiozo, no corrente ano,
como já o fizera no anterior, foram
adquiridos varios paleografos para
serem oferecidos aos alunos que
maior aproveitamento manifestaram
na anterior missão.

SIGO —
Imprensa

Recebemos a visita do nosso pre-
sado colega Noticias da Beira, de
Oliveira do Hospital.

—Reapareceu, consideravelmente
melhorado, o Benavetense.

— Entrou no 2 “ano de publicação,
o eMerceanense. 4

A todos, os nossos cumprimentos.

=p ppRanIe ig. —

Registo Civil

O movimento de registos nêste
concelho de 30 de outubro findo a 6
do corrente foi:
Casamentos IS RIE 4
Nascimentos san ci aero DO
OUROS a 6

ad e OD
Pela Camara

Sessão de 6

Sob o presidencia do sr, Zeferino
Lucas e assistencia dos vereadores
ses. Luiz Domingues, Henrique Mou-
ra e Antonio-Nunes de Figueiredo,
teve logar a reunião da Comissão
Municipal.

Lida e aprovada a ata da sessão
anterior foi presente:

—Ofico n.º 895 e outro da guar-
da Republicana, acerca de uma mul-
ta Inteirada estando já paga.

—Oficio n.º 131 da Camara de
Macedo de Cavaleiros; mandado sa-

 

tisfazer. 3

— Oficio n.º 959 do Governo Ci-
vil, enviando o projeto da variante
da Estrada Municipal da Portela
dus Bezerrins a Varzea dos Cava-
leiros. Inteirada.

—Uma requesição do comandan-
te da Guarda Republicana, aquarte-
lada n’esta vila; mandada satisfazer.

— Oficio n.º 178 da Delegação da
Procuradoria Geral da Republica
n’esta comarca, acompanhando uma
requesição; mandada satisfazer.

—Idem n.º 177–idem. Inteirada.

—Um requ. rimento. do oficial de
deligencias da Camara, solicitando
mais 30 dias de licença em virtude
da sua doença; deferido.

—Qfico da junta de paroquia da
Certã, pedindo para que o muro do
extinto cemiterio seja mudado para
junto da Estrada Nacional afim’ do
logar: ser convenientemente regula-
visado e arborisado.

Concedida: a licença, ficando o
terreno pertença do municipio.

—Um telegrama do Governo Ci-
vil, participando a chegada em 2
do corrente do Engenheiro e do Ins-
petor de Finanças do distrito que vi-

nham inspecionar a parte “do edifi-

cio da Camara destinado à instala-
ção da Repartição de Finanças e
Tesouraria. Inteirada, aguardando &
Camara o relatorio do ex:Ӽ Enge-
nheiro para proceder ás obras ne-
cessarias.

—l[Jm requerimento de Maria do
Carmo, da. Pedrogueira, pedindo
um subsidio de latação —ficou sobre
a meza para colher informações.

—O sr. Presidente informou ter
feito venda de 2 eucaliptos peque-
nos, ao sr. Albano Ricardo Mateus
Ferreira, que este fôra autorisado a
substituir: por 2 platanos em Santo
Antonio.

—O sr. vereador do pelouro da
iluminação foi encarregado de estu-
dar um novo sistema de iluminação
da vila.

——& St ADA TT

SUBSCRIÇÃO

para a construção dum edificio pa-
ra Club e Teatro, na Certã

Transporte… 3:2108350
João!Rodrigues–Loanda 28000
Eduardo da Silva Girão

—oanda.. «css. 18000
Eduardo Silva— Loanda 28000
Henrique Alexandre Pe-

reira—Loanda,.. .. I8o00
Soma… 3:2228350

Foi incunbido do fornecimento
das cantarias para o novo edifício o
canteiro: Terêso, de Tomar.

A Comissão, receiando qual-
quer falta, agradece, por es-
te meio, todos os donativos

subscritos:
O Presidente,
A. Sanches Rolão.

 

 

Carteira semanal

Faz anos, no dia 13, 0 sr. Anto-
nio Barata e Silva.

Estão em Alvaro, a sr.* D’ Maria
Madalena das Neves Barata e sua
irmã a gentil Maria José.

Regressou a esta vila, o comer-
ciante desta praça e nosso assinan-
te, sr. Luís da Silya Dias.’

Retiraram para Lisboa, O sr. Al-
fredo Cordeiro e’sua familia; e pa-
ra Coimbra, o ‘sr. José» Maria” Mo-
reira.

Tem passado ligeiramente inco-
modada de saude, a sr.* D. Zulmira
Carneiro.

Estiveram, nesta vila, o sr. Au-

 

gusto Cesar Barbosa, representan-
te da Companhia de Seguros a Equi-
tativa; sr, dr. José Pinto da Silva
Faia; e no Sabugal, o sr. João Pin-
to d’Albuquerque e sua esposa.

Esteve nesta vila, fazendo as suas
despedidas, o nosso estimado patri-
cio, sr. Joaquim Ricardo Mateus
Ferreira, que no dia 25 do corrente
sái para o Rio de Janeiro, onde é
um dos mais considerados farma-
ceuticos. Desejamos-lhe uma viagem
feliz, fazendo votos pelas suas pros-
peridades.

Está em Coimbra o sr. dr. Er-
nesto Marinha.

AS MÃES ‘

(Conselhos)

 

Propaganda a favôr das crianças
e do melhoramento da raça portu-
tuguesa pela Mesericordia de Lisboa.

A quem lêr

“Fazer propaganda dos conse hos
que aqui se dão é obra meritória.
Assim; se concorre, para:o robuste-
cimento. da raça portuguesa, e por-
tanto para o engrandecimento da
Patria. j

Pois se de tudo se cuida com tan-
to disvelo, aplicando-se as regras que
a sciencia | indica, porque se deixa
então. a criança —flor de carne, de
tamanha fragilidade—crescer ao aca-
so da fantasia da mãe?

Vós que sabendo lêr, lêdes estes
concelhos, ensinai ás mães pobres,
ignorantes, analfabetas; como de-
vem criar os seus filhos.

Que cada leitora seja uma propa-
gandista entusiasta! é

 

A criança tem o

DIREITO.

Os pais teem o

DEVER

a. ser criada pelos|de tratar os filhos .

pais de maneira que | com os cuidados ne-

no futuro se torne|cessaris, a fim de |

um individuo valido, | evitar tudo, que ‘os
robusto, com alegria | possa enfraquecer, e
de viver propria dôs | proporcionar-lhes to-

fories e saudaveis, | dos os meios de ro- |

bustecimento.
OS FILHOS ROBUSTOS SÃO, NO: FU-
TURO, O ORGULHO DOS PAIS

 

 

O que se segue são preceitos es-
tudados pela sciencia: Sabemos bem
que infelizmente muitas mães, pela
sua extrema pobreza, não podem
pôr completamente em pratica o
que n’estes artigos se aconselha. Que
todas, porém se aproximem o’ mais
possivel d’estas regras, e consegui-
rão com, pequeno, esforço, ter a
alegria, de ver seus filhinhos fortes.

Aquelas que :ssim procederem
serão credoóras do respeto e home-
nagem de todos, e desempenharão
intelegentemente, auxiliadas com os
conselhos da sciencia e com o im-
pulso de seus corações, o sublime
papel de MÃES; «o TO!

—No proximo numero: O que
são microbios, o que é infecção.

Conselhos aos lavradores

Tratamento dos olivais

Uma das causas mais importantes,
para não dizer de todas a mais im-
portante, da grande escassês de azei-
te nos olivais portuguêses, é, sem
duvida alguma, o abandono a que
no nosso pais são votados os oli-
vais; geralmente são mal lavrados,
quando o são; mal podados, vareja
dos brutalmente com varas grossis-
simas, quando: dão alguns frutos, e
nunca, ou quasi nunca, adubados

Nestas condições, não é possivel
ex’gir duma arvore que dê fruto,
porque é o mesmo que tendo um
cavalo e não lhe dando de comer,
exigir-lhe trabalho

“onhecemos lavradores que todos

 

os anos nos seus olivais teem azei-
tona, pouco diferindo uns anos dos
outros. Estes lavradores de ha mui-
to que teem adoptado como norma
na exploração dos: seus olivais:—
primeiro, o não consentir apanhar a
azeitona senão à mão, varejando só-
mente, com delgadas varas, as par-
tes mais altas das arvores onde é
impossivel chegar; segundo, o podar
convenientemente, dando-lhe a fór-
ma de taça, de fórma a ficar bem
aberta para dentro para que a acção
das geadas ‘e das chuvas, ar, sol e
luz circu’e livremente por ela; ter-
ceiro o lavá-la; quarto o adubá-las
canvenientemente.

Em Portugal os olivedos’ existen-
tes são suficientes para produzirem
o azeite necesserio para o nosso
consumo e até mesmo para expor-
tarmos.

Despresando-se os olivaes como se
tem feito na grande maioria dos nos-
sos olivedos, a decadencia ha de ser
cada vez maior, decadencia que traz
consigo a morte das oliveiras,

Com a adubação das oliveiras fer-
ta conscienciosamente de harmonia
com “as qualidades do terreno, não
só.-se consegue. robustecer. de um
modo notavel as oliveiras como a
arvore se encontrará em condições
melhores para poder resistir ás di-
versas’ doenças que’a atacam, au-
mentando as: produções de azeitona
durante, dois anos seguidos e sen-
do por consequencia o dispendio re-
lativamente pequeno. :

Para que o resultado correspon-
da ao que é licito esperar-se do em-
prego dos adubos é necessario que
se empreguem adubações comple-
tas, organisadas de modo que o azei-
te, o acido fosforico e a potassa se
encontrem nas devidas proporções
devendo-se notar que a oliveira é
muito: exigente-em potassa, por-ter
a maxima influencia na frutificação.

A fórma completa póde ser substi-
tuida pela seguinte adubação:

Cal azotada. …….:. 200 quilog.
Fosfato Tomaz…… 400 »
‘Sulfato de potassa…. 200 »

Kainite na dóse de 5oo quilogra-
mas para cada cem pés d oliveira.

O adubo completo d’esta mistura
póde ser espalhado no terreno onde
estejam os 100 pés das oliveiras ou
então espalhado junto de cada oli-
veira, no terreno coberto pela copa
da arvore e enterrada por um cava-
ledo muito ligeiro ou por uma lavra
pouco profunda.

Cardoso Guedes.

= PED 4 =.

Teatro Apenida dehisboa

A CELEBRE OPERETA
A Familia Polaca

Todos quantos visitem Lisboa, e
queiram passar uma noite alegre e
divertida, não devem deixar de visi-
tar o teatro Avenida, onde, atual-
mente, se representa a opereta 4
Familia Polaca, que é a principal
atração que as casas de espectaculos
ali oferecem ao publico,

Depois de ter alcançado um exito
enorme, e verdadeiramente exce-
peional, na Alemanha, onde está
prestes a atingir 2:000 represen-
tações; 4 Familia Polaca mani-
festa disposições de obtêr, no, Ave
nida, de Lisboa, um sucesso igual,
senão superior, ao que no mesmo
teatro conquistou a celebre opereta
Casta Suzana, dos mesmos autores,
que, como foi notorio, não teve ri-
val, nos ultimos tempos, em teatros
portugueses. Para que tal se dê tu-
do concorre n’A Fainilia Polaca: a
graça da peça, em que os ditos de
espirito saltam a todos os momen-
tos, o imprevisto das suas situações,
d’um- comico. irresistivel,.a sua lin-
dissima musica, facil e original,–l e original,–

 

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VOZ DO POVO

 

 

que, rapidamente, se tem tornado
popular — a movimentada enscena-
cão de Armando de Vasconcelos, o
deslumbramento do scenario, o ri-
quis guarda-roupa, tudo realça-
o por um esplendido desempenho,

no qual muito se distinguem, alem. :

do artista acima mencionado, Leo-
poldo Froes, Carlos Leal, Caetano
Reis, Carlos Viana, Martins dos
Santos, Duarte Silva, Adriana de
Noronha, Flora Dyson, Laura Silva,
Salomé Guerrini, Maria Emilia, Mar-
garida Veloso, Beatriz Ferrei’a, An-
gelita Gonzalez e restantes, pois 4
Familia Polaca apresenta um con-
junto de interpretação inexcedivel-
mente correcto.

Os espectaculos do Avenida estão
sendo concorridissimos, sendo esse
o teatro predilecto do publico e o
melhor frequentado. Não surpreen-
de ninguem o facto: indo-se ali, go-
sa-se um espectaculo que não tem ri-
vel, assistindo ao desenrolar das in
teressantes scenas d’A Familia Po-
laca, peça para todos os paladares,
pois tanto agrada, aos adultos pelas
suas pitorescas situações, como ás
crianças, que, ouvindo-a e admiran-
do-a, não encontram nela a mais le-
ve escabrosidade.

Daí a predilecção do publico pela
Familia Polaca, e a causa das en-
chentes-que o teatro Avenida, de
Lisboa tem, todas as noites.
CO pr

Cranicas tripeiras

a rua dos CGaldeireiros
(Recordações)
(Ão dr, Ehrhardt

Desde longes tempos medievais
que a estreita e tortuosa rua dos
Caldeireiros sulca o burgo portuca-
lense,

Foi uma das primeiras, desorde-
nada e vermicularmente traçadas,
quando o desenvolvimento da popu-
lação não permitia á cidade o con-
terse já a dentro dos primitivos
muros, obrigando D. Fernando, as-
sim como alguns dos seus anteces-
sores, a alargar o perímetro forti-
ficado das muralhas.

Chamava-se, então rua do Souto,
e tinha, como limite, pelo poente,
a Porta da Judiaria, que, como o
proprio nome indica, dava ingresso
ao bairro hebreu. Pelo nascente,
esbarrava-se nos -Pelames, bairro
sobranceiro uo rio da Vila por cu-
jas veredas. e encostas uma multi-
dão trabalhadora de surradores pre-
parava peles cabrias.

Com o decorrer do tempo—epo-
cas de. D. Manuel,—a abertura da
rua das Flores scindia perpendicu-
larmente a rua do Souto em dois
segmentos. O mais oriental d’eles
monopolisava a antiga denominacão
de rua do Souto. E, o que da rua
das Flores trepava até ao Olival,
era: batisado com o nome de Fer-
raria de Cima. Mas ha longos anos
que esta ultima denominação foi su-
bstituida pela que atualmente tem:
Rua dos Caldeireiros.

Que mundo de recordações nos
prende á velha rual…

*

A rua dos Caldeireiros, onde pu-
lula um verdadeiro viveiro huma-
no, tem um aspecto seu, uma: psi-
cologia propria e uma historia que a
não desmerece.

Nela se levantou, noutras eras e
mui perto da extinta travessa de
Mem Afonso, a primitiva Alberga-
ria de Roque Amador —assim cha-
mada do nome do seu fundador —e
que foi instituída por D. Tareja, em
maio de 1158.

Esta albergaria, por alvará de D.
Manoel, de 14 de março de 1498,
era mandada reunir a outras e a
varios hospitais disseminados pela
cidade, surgindo de tal fusão a Mi-

 

|

sericordia, instituição das de mais
largo folego, nos dominios da cari-
dade, que hoje existem pela Europa.

E? tambem uma das de mais co-
lossal rendimento, mercê da gene-
rosidade de benemeritos, que lhe
teem engrossado os capitais, mere-
cendo citar-se, entre os legados mais
antigos, aquele que, quando simples
Albergaria de Roc’ Amador, lhe foi
feito por Afonso II, que, em testa-
mento, lhe deixava 200 morabitinos,
assim como a quantia de 300 libras
que, por igual processo, lhe legava
a rainha Santa Izabel.

Desde tempos antigos, ainda ho: 4
je, nessa mesma rua, tem assento a,
capela de Nossa Senhora da Silva, )

orago dos ferreiros, capela onde, ou- 4,

trora, se entaipavam, a pedra e cal,
as emparedadas, penitencia horro-
rosa a que inconcebiveis sugestões
fanaticas arrastavam certas mulhe-
res.

– N’um dos mais lindos romances
historicos portuguêses — 4 ultima
don: de S. Nicolau, de Arnaldo Ga-
ma-— encontrará o leitor curioso far-
ta referencia a tão medonha forma
de punição voluntaria.

(Continua)

— SD
Assuntos agricolas

Os adubos verdes

Não resta a mais pequena duvida
de que os adubos verdes são dos
melhores adubos que se conhecem
quer para vinhas e olivaes, quer ain-
da para todas as outras culturas.

Como se s«be, a adubação verde
consiste em semear plantas legu-
minosas, para o que melhor se pres-
ta o tremoço e em o enterrar quan-
do ele está na epoca da floração, is-
to é, na primavera, porque é então
que ele tem adquirido o seu maxi
mo desenvolvimento e tem absorvi-

“do a maior quantidade de azote do

ar, O que O torna recomendavel.

Pode dizer se que estamos na
epoca em que mais convem semear
os tremoços para enterrar em verde,
principalmente nara enterrar em vi-
nhedos e em olivaes, e por isso da
mos a todos os lavradores o conse-
lho, -que devem. aproveitar imedia-
tamente, de semearem tremoços,
adubando-os, porém, conveniente-
mente, com uma adubação potossi-
co fosfatada, porque são estes dois
elementos: POTASSA e ACIDO
FOSFORICO, os elementos de que
o tremoço precisa em grande quan-
tidade para se desenvolver bem e
dar portanto uma grande massa pa-
ra enterrar e portanto uma boa es-
trumação. O que, pois, os lavrado-
res devem fazer é semear tremoços
e adubal-os na sementeira com uma
mistura de: –

300 a 400 kilogramas de FOSFA-
TO TOMAZ, e

400 a 600 kilogramas de RAINI-
TE, por cada hectare de terreno,
ou «cêrca de 250 a 300 litros de se-
mente, fazendo-se a sementeira mui-
o basta.

Com esta adubação o termoçal

“desenvolve-se extraordivariamente €

quando chega a epoca da floração
enterra se, constituindo uma exce-
lente adubação, cujo efeito se ma:
nifesta pelo menos durante dois a –
tres anos sendo esta adubação em
extremo barata. ;

Pelo seu enterramento, o tremo-
çal fornece ao terreno o que dele ti-
rou e ainda O azote que aproveitou
do ar, sendo esta a principal razão
porque é aconselhavel a adubação
verde, com a condição, porém, de
ser o tremoçal préviamente aduba-
do.

Pedir estes adubos, assim como
todos os outros, taes como: Cal
Azotada, Guano-do Perú, Cloreto
de Potassio, Sulfato de Potassio,

 

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lhe vendemos areia e outras materias
sem valor, os adubos são preparados
diante do comprador, tendo as sa-
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Pelo Juizo de direito da comarca
da Certã, cartorio do segundo ofi-
cio, correm editos de trinta-dias, a
contar da segunda e ultima publica-
ção do anuncio no «Diario do Go-
verno», citando o reservista Domin-
gos Mateus filho de Francisco Ma-
teus e de Luiza Mendonça, natural
do logar do Alvito, freguezia de So-
breira Formosa d’esta comarca, e
atualmente residente em parte incer-
ta, para comparecer no Tribunal Ju
dicial desta comarca no dia g de
dezembro proximo por 10 horas da
manhã, a fim de responder em au-
diencia de policia correcional que o
ministerio publico lhe move, por ter
faltado á revista d’inspeção que teve
logar em trinta de abril de mil ho-
vecentos e onze, no concelho de
Proença-a-Nova.

Certã, 23 de outubro de 1gr2.

O Escrivão
Francisco Pires de Moura
Verifiquei a exatidão
O Juiz de Direito
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ras, os melhores em qualquer caso
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