Voz da Beira nº147 14-01-1917

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Ano 3.

REDATOR PRINCIPAL; –

Fructuoso Pires

— ADMINISTRADOR E EDITOR:

A. Pedro Ramalhosa

Redação e ddminisiração:

AVENÇA

Certã, 14 de Janeiro de 1917

e ; Qua Br. Santos Bulente)
Sena SEMANARIO INDEPENDENTE
É Assinaturas EE UNA Anuncios
Anno, 14200 réis; Semestre, 600 réis — MRA DOS INTERESSES Dh COMARCA mM cet Na 3.º e 4.º paginas cada linha, 50 réis

 

Propriedade da Empreza da Vox da Beira

IM GURR

Causou comoção em todos, quan-
tos sentem ainda vivido o amor pá-
trio, a notícia dada pelos: telegra-
mas de Paris de que a chegada de

E representantes do nosso exercito a
o França fôra alvo de grandes de-
monstrações festivas.

* Ainda bem! O nosso exercito
que em mais duma conjuntura tem
terçado armas com inimigos valo-
rosos e que outras tantas vezes sou-
be manter uma camaradagem hon-
rosa ao lado dos exercitos do We-
lington e de Napoleão, vê aínda
hoje apreciadas as suas qualidades
de bravura pelos heroicos soldados
do Marne.

Nem podia deixar de ser assim;
porque na história militar dessas
duas nações que se chamam a In-
glaterra e a França, por cuja cau-
sã comum agora nos interessamos,
ha mais dum capitulo iluminado

e por isso se pode dizer que os três
exercitos que agora se reunem são
irmãos conhecidos de ha muitos
anos, em quem o fragor da peleja
mais estreitará os laços de amiza-
de.

Pelo menos com a Inglaterra a
nossa camaradagem darmas vem
– dos primeiros tempos da indepen-
S6P A rAAAS O isioriadar do efe: | c
rir-nos a tomada de Lisboa.

. Quanto valeria a afeição pessoal
entre os dois paises, firmando uma
tradição de. galhardia que deixa no
olvido todos os romances da ca-
valaria, di-lo o nosso épico nês-
se adoravel episodio dos Doze de
Inglaterra, onde imortalizou a
nunca assásdecantada Ala dos Na-
morados. |

“Com a França, vai agora num
século, alcançou o nosso exercito
o maior testemunho de valor que
brazona’os seus anais. À Legião de

.« Honra e Gomes Freire de Andra-
de serão para sempre na historia
da França simbolos do valor e da
heroifiÁde, sem importar saber se
veem dum pequeno povo.

Não admira por isso que os pri-
meiros oficiais chegados a Paris
fossem tão festivamente recebidos, | d
demais quando, como na hora pre-
sente, o envio das nossas tropas
significa um auxilio valioso em que
entra muito da generosidade na-
cional,

 

Brazil, (fracos) 59000 rs. Avulso, 30 rs. |

PUBLICA-SE AOS DOMINGOS

. com o sangue dos nossos soldados.

A galantaria gaulesa, sempre
prestes a ferir a nota simpatica

mesmo apesar do denso veu dc luto |

que lhe vela a alegria, soube bem
apreciar em toda a sua extensão a
grandeza do gesto que Portugal
acaba de praticar em seu favor.

O nosso exercito em cuja com-
posição entram muitos filhos dêste
concelho e desta região, por ven-
tura a flor da mocidade, todos a-
queles em cuja mente passam so-
nhos de amor e de glória, vai pois
entrar num país já de longe habi-
tuado a admirar o seu esforço e a
confraternizar na sua amizade.

| Se o dever nacional se impõe
para que os nossos soldados sigam
a tomar lugar no grande prélio eu-
ropeu, de esperar é que todos acei-
tem essa resolução e encarem com
animo resoluto a hora da partida,

O caminho que hoje ides seguir
é o mesmo que nossos antepassa-
dos nos apontaram com suas espa-
das: Para a frente; para a glória.

Trepidar ou, sequer, tergiversar:
na hora adiantada das grandes
combinações internacionais, quan-
do a disciplina militar reclama to-
da a coesão, seria pôr o brio na-
cional em almoeda perante o es-
carneo das nações de todo o mun-
do.

Temos que cumprir o nosso de-
ver e o grande dever que o pais re-
clama do seu exerto é a sua compar-
ticipação na guerra ao lado das
pende potencias, a quem ha mui-

a Os tratados de aliança
ou os simples laços de amizade de

raça.

A todos a quem a Pátria exige
este sacrificio, principalmente aos
nossos patrícios, a «Voz da Beira»
deseja longos dias de glória e faz
votos para que no regresso ao lar,
onde agora choram as mães e as
noivas, venham emplumados com
os laureis da vitória.

Junta de Matrizes

Para compor a junta de matrizes da
contribuição: predial no corrente ano,
foram propostos “pelo Sr. Secretario
de finanças os seguintes cidadãos :

EFECTIVOS |

Dr. Antonio Vitorino da Silva Coe
lho, Emidio Sá Xavier Magalhães,
sa uim F. Guimarães Lima, Demetrio

a Silva Carvalho, José Lopes da Cu-
Ea Antonio Domingos Barata.

SUBSTITUTOS
Joaquim Afonso Junior. Jeronimo
Albino, José Vaz, João Rafael Baptis’
ta, João Leitão,

Carnes

Não apareceram concorrentes ao con-
curso aberto para o fornecimento das
carnes de chibato e de yaca nos talhos
deste concelho.

Por esta razão é livre o seu forne-
cimento.

Milho

Tem se vendido a dez tostões o al-
queire o milho tendo havido relativa
abundancia deste genero nos merca-
dos desta vila.

Correio

Queixam-se-nos alguns dos nossos
assinantes que são servidos por cartei-
ros rurais, de que recebem o nosso
jornal com bastante atrazo na maior
parte das vezes. Nós expedimol-o inva-
riavelmente ao domingo e só por um
caso de força maior, o que poucas ve-
zes tem sucedido, o mandamos para o
correio à segunda-feira. Ha pois falta
de cumprimento das suas obripações,
da parte dos srs. carteiros e por isso
lhes recomendamos o davido cuidado
para que não tenhamos mais queixas
desta natureza.

Gazeta da Figueira

Entrou no seu 26º ano de publica
ção este nosso presado e bem redigi-
ARRlEa Bheita RRAASZ Bisemanal,

Cumprimentamos todo o corpo re
dactorial e desejamos lhe longa vida.

Azeitona

Vão bastante adeantados nesta re:
gião os trabalhos da apanha da azei-
tona,

O azeite continua a apresentar se fi-
nissimo, razão porque o seu preço
continua a subir dia a dia.

Dizem nos que já se pagou azeite de
cinco decimos a 3300 réis o decalitro.

Geadas

Tem ultimamente caido-sobre esta
vila umas fortes camadas de geada.

Médicos mais caros…

Os médicos de Setubal publicaram
um aviso nos Jornais daquela cidade,
declarando que, «em razão do encare-
cimento consideravel e sempre cres-
cemte dos veneros e artigos de primci
ra necessidade», resolveram alterar a
tabela de preços dos seus serviços cli-
nicos, a partir do dia 1 de janeiro.

Nessa tabela estabelecem os medi-
cos de Setubal estes preços:—«Nos
domicilos, visitas qb7o. Visitas com pe-
quenos curativos i9%00, Vacinações

 

Noutro logar, preço convencional
Annunciam-se publicações de que se
receba um exemplar
Não se reslituem os originaes

 

250. Atestados médicos 70. Estes
serviços sendo prestados de noite são
pagos pelo dôbro daqueles preços».

Felizmente os da nossa região ain-
da não acordaram em levantar o pre-
ço dos seus serviços, senão teremos
que desejar aos habitantes da comar-
ca, muito mais saude do que a que
lhes temos desejado.

4 Comarca de Arganil –

Completou mais um ano de existen
cia este nosso colega.
As nossas felicitações.

Direitos duplicados :

Consta que, a fim de evitar a saída
do ouro do país, vão ser duplicados
os direitos de importação dos seguin-
tes artigos, até seis meses depois da
guerra: joias, ouro, prata, fantazias,
metal, objectos de arte, sedas, tecidos
caros, veludos, galões e chapeus para
homem e senhora; fantazias de choco
late, doçaria, cristais, porcelanas, ta-
petes, perfumarias, brinquedos, penas,
plumas, peles, excepto coiros, etc.

Ora aqui está uma medida que o
governo val tomar sem que nos pre-
judique grandemente A dos chapeus;
vá lá, vá lá, que nos são precisos, se
bem que farão mais falta ao dr. Tava-
res, ao Demétrio, ao Andrade e.
pouco mais.

MNE « ac cobre

Continua a haver, em vários pontos
da raia, quem faça negocio com todas
as moedas de cobre que apareçam,
vendendo-as a peso aos espanhois,
com “uma boa percentagem, —para fa-
bricação de cartuchame e outros uten-
silios, diz-se.

Bom será que o governo, ponha co-
bro a este genero de negócio, que nos
vem prejudicar consideravelmente.

Quartel da guarda

Parece posta de parte a ideia da
transferencia do Quartel da Guarda
Nacional Republicana, do Convento de
Santo Antonio para o Bairro Liberda-
de, pelo menos por agora,

Feira de Santo Amaro

Como de costume realisa-se amanhã
nesta vila, a feira anual conhecida pe-
la de S. Marcos.

Se o tempo se mantiver bom, é de
esperar que os negociantes tenham
uma. boa feira, porque não obstante a
crise que estamos atravessando, este
ano, por aqui o nosso lavrador teve
uma produção de azeite e milho muito
razoavel, alem de que o seu preço, é
bastante convidativo.vo.

 

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RECITA INFANTIL

 

Foi Innge de toda a espectativa a
cécita que estava anunciada com este
titulo.

Do primeiro ao ultimo numero do
espectaculo, a Boa Sorte incarnada na
competencia os ensaiadores, srs. dr.
Corte Real e Carlos Ascensão, soube
fazer das criancinhas uns amadores in-
teligentes, por vezes a roçarem com os
seus vôos pelo templo da Arte.

Como início de preparação para no-
vos actores, onde o nosso tealro ve-
nha a fazer a sua escolha de elemen
tos para a scena. pode-se dizer que o
espectaculo foi completo, pois não só
se representou bem mas fez-se boa
musica com vozes afinadas e de belo
timbre. s

Abriu o espectaculo com a poesia
Viva a Certã, de Carlos Ascensão,
cantada por um grupo de meninos €
meninas, com musica da canção napo-
litana Funiculi Funiculá, que deveras
agradou. Na comedia Os Fantasmas
notabilizaram-se as meninas Constan-
ca Lopes e Ofelia Pires e os meninos
Antonio Andrade e Jorge Ascensão
que a seguir representou, com boa de-
clamação, o monologo O Guloso. .

Fernanda Seabra e Antonio Andra-
de cantaram com correcção o dueto
Os Patos.

Na “segunda, parte, com a comedia
DVelhacarias Infantis, Fernanda Sea-
bra e Antonio Andrade conseguem pôr
em despeito alguns amadores velhos,
com a sta pericia de dizer e de repre-
sentar, pelo que o salão os envolveu
do principio ao fim numa atenciosa
admiração pela graça e encanto que
transbordavam de todos os seus movi-
mentos. É

Admiravel de perfeição foi o mono
logo Vou “Recitar, pela menina Mimi
Pires, como o foi noutro tambem, Nos
Anos da Mamã, não sabendo nós qual
admirar mais, se a presença de espiri
to da novel actriz (6 anos!) «e a sua

– compreensão em interpretar e frizar o
sentido humoristico.

Maria Constança Lopes fez com vi-
veza o monologo Com dor de dentes e
soube tirar partido do Gato, Diz bem,
encara de fito”a plateia sem acanha-
mento é corta firme o palco sem hesi-.
tações. Está à vontade,

Fernanda Seabra deu nos uma can-
coneta a primor, cantando com mimo
Ai! Ai! Tili, onde fez sobresair por
vezes uma certa intenção maliciosa que
o autor muito desejara ver assim com-
preendida. ;

Na terceira parte, Às Ideias de Bé-
bé, Fernanda Seabra e Jorge Ascensão
continuam a firmar se uns amadores
intel gentes que já teem ganho a sim-

— REHS ua ADDAS henoiBgn decaeahoR:
to da Boneca, conquista aplausos pelo
seu bom desempenho, j

Terminou o espectaculo com o. ter-
ceto c mco Babá! Bébé! Bibi! que
veio pôr em destaque as faculdades
musicais da menina Fernanda Se bra
e dos meninos Jorge Ascensão e An-
tonio Andrade, Cantaram com agrado
e mimo, e se não fôra um quasi nada
de rouquidão provocada pela frialdade
do palco e camarins com certeza o re-
sultado teria, sido muito mais perfeito,

Durante o espectaculo os juvenis ac-
tores foram muito aplaudidos e no, fi-
nal de cada pesa choviam no palco os
bouqueis e bonbons com que o salão
recompensava a sua habilidate.

Chegados a esta altura seja nos lici-
to felicitar os ensaiadores e promoto-
res de tão encantadora festa pelo bom
termo dos seus trabalhos, a que supe-
rintendeu uma acertida escolha das
peças a representar, ra

Aos meninos, e mais di ectimente
aos pais, as nossas felicitações pela
bula estreia que nos deram. proporcia-
nando? à empresa um viveiro de apt-
dões decididas para quando aos ama-
dores da velha guarda agiade dar a al-
ternativa, eb gu pr

Wa

Está definitivamente assente que es»

VOZ DA BEIRA

ta récita se repetirá. com alteração de
alguns numeros, no próximo dia 25,
dia do aniversár.o do Grémio, abrindo
este o seu salão depois da récita aon-
de se podera dançar até á hora que a
autoridade administrativa permitir. O
seu produto será aplicado á compra
de um piano para o teatro.

 

De fora da Certã, lembra nos ter
visto no Teatro:

De Sernache: Sr.º* D. Maria do Céu
Queiroz, D. Ana Coelho de Brito e
filha, srs “dr. “Gualdim de Queiroz e
seu-fiho Hino, Alberto Girão, dr.
Antonio Vitorino, Joaquim Pedro, R:-
beiro Gomes eo prestidigitador Albi-
no Silva.

—DoCabeçudo: Sr.” D. Virginia,
D. Laura e D. Maria Baptista e o sr,
Francisco da Costa Mouga.

—De Pedrogam: As sr“ D. Eugé-

nia Vidigal, D. Inácia Vidigal, D. An-|
gela Ferreira, D. Clotilde Lopes eosr. |

dr. Domingos Lopes.
—Da Cumeada, os srs. padre Isidro
Farinha e Manuel Nunes.
—Do Outeiro da Lagoa, os srs. Joa-
aim Ciriaco Santos € esposa e o sr.
edro Fernandes, esposa e cunhada.
—bDe Proença-a-Nova, o sr, dr. Sil

va Faia,
SUBSISTENCIAS

o ao . e o i
Principia a Administração do Con-,

celho. a agir, de forma a que os nos-
sos mercados sejam abastecidos de e
reais. Do arrolamento; último. se evi
denceia que temos cereais bastantes,
mas evidenceja-se tambêm que nem
todos os lavradores compreendem bem
o resultado das estatísticas, única fon-
tesde base para o cálculo da produção
e consumo. Ora esta anomalia é pre-
ciso que desapareça. Que lucro tem o
lavrador em não declarar a sua pro-
dução exacta quanto possível ?

Quem impede que vendajo-sew ce:
ceal, apesar de relacionado ou arrola-
do ?:Ninguêm. Ora se ao invez de dar
ao arrolamento, como devem, as quan-
tidades colhidas, se nada) dessem, que
fariam os poderes publicos? Fariam
aquisição de cereais para abastecer os
mercados e prejudicariam assim opró-
prio layrador,

Desde que o abastecimento se faça
de forma a não haver reclamação, a
importação. não se fará, mas em caso
contrário, ela far-se há e a autoridade
procederá de forma a atingir com o
rigor. da lei os que a tiverem infrin-

ido.

O arrolamento para o serviço esta-
tístico de-tudo- o. que produzimos, é
um serviço que hoje se pode conside-
rar bem feito e é sôbre estes dados
que se fazem, todos os cálculos de con-
PNADe CRRAPES; den nf ERP QUASÃOs
reais, não haverá cálculo” possível’e
continuaremos. às aranhas como até
aqui, Precisamos de difundir entre o
povo as ideias do progresso, -fazendo-
lhe vêr quão erróneo é o pensar que
os arrolamentos são para servir de ba-
se à tributação; só espíritos mesqui-
nhos e raivosos, que alguma coisa com-
preendem é que consentem em deixar
sem correcção, tal;modo de pensar.

A vida das nações depende da sua
lavoura, comércio e indústria, mas tu-
do precisa ser regulado de forma que
não tenhamos em excesso, falta ou
abundância, Qual o meio de as evitar?
Pelas estatísticas. Ora vêem os-srs;
lavradores, que no seu próprio inte-
resse devem. ser o mais verdadeiros
possível ao darem as suas notas para
os arrolamentos, base essencial da mes;
ma-regulamentação. À

Já no findo mercado o vimos bem
abastecido de milho, senão barato, ao
menos em quantidade, chegando para
todos; é de crer que assim continue-
mos, aproveitando o lavrador os bons
preços oferecidos e o comprador a fa-
cilidade em encontrar o género de que
tanto necessita. Estamos certos de que
o, sr, Administrador seguirá de perto
as manobras dos infractores agindo de
modo a inutilizar-lhes os seus efeitos.

 

SECÇÃO LITERÁRIA
UM ENCONTRO

Muito cedo, de manhã (estava a des-
maiar no azul uma palida e linda es-
trêla)*empurrei o portão do jardim, e
saí para a quinta em passo lento, triste e
melancolica como sempre, tendo, como
companheiro o meu inseparavel livro.

| Subi, desci, bebi haustos de ar puris-

simo, ouvi o chilrear alegre dos passa-
ritos, vi sair o gado. nascer o sol, prin-
cipiarem os trabalhos no campo, e por
fim sentei-me a d scançar num banco de
pedra, todo coberto de musgo, debai-

xo dum castanheiro, perto dum poço
‘onde o andar vagaroso dum impassi
| vel jumento fazia tristemente chiar
!uma nora.
[Bons dias, minha senhora!
Fui assim saudada por um garoti-
| to roto; descalço, queimado do sol,os
‘olhos brilhando de inteligencia e ao
| mesmo tempo velados por infinita tris-
| teza.
| Mendigo, nomada, não sei!… Bur-
nal no ombro, pau na mão, e como
| companheiro e unico amigo, compar-
‘tilhando os mil revezes da vida, um
| esqueletico. cão, em cujo olhar se lia
‘uma bondade imensa.
Como te chamas, e quem és! per-
iguntei; Não sou ninguem, é o meu
nome é Inforrnio. Não tens ninguem,
‘e o que fazes?
! Nada, senhora, sou só, e albergo em
| meu, peito um ódio profundo pelos ho
mens,

ue te fizeram, para assim estares
tão contra o mundo ? A esta pergunta,
pobre criança acerca-se de mim, e num
impulso do seusincero coraçãosito. con-
ta-me toda a sua triste historia, Eu
tambem fui feliz, me diz êle; e como
vô», tive mimos e flóres; filho dum
grande amôr mis culpado, em breve
fui lançado ao mundo, e pelos meus
despresado. Lembra-me tão bem! con-
tinua o pobresito :—Era numa formosa
noite de luar, percorri um caminho
imenso acompanhado por homens, pa-
gos por meu implacavel evô, quando
subitamente duma encruzilhada, apa-
rece palida e desgrenhada, uma joven
mulher, tendo no rosto profundos sul-
cos de recentes lagrimas ; afasta os ho-
mens que me cercavam, é tomando-me
nos braços, beija me louca e frenetica
mente. De repente, fui. brutalmente
arrancado ‘dos braços que me enlaça-
vam, e numa explosão de dôr, ouvi di
zer à santa mulher, á martir sublime,
que era eu o filho por quem tanto (ti-
nha sofrido; nada tenho que te dar, me
diz ela, guarda esta rosa, e relembra
olhando-a, o tempo em que foste di-
toso.
Pelos me Dos homens fui levado a

tumbéim, JUBdO Sen:
de fugir, trazendo comigo este dedi
cado amigo, como eu abandonado | E
apontou para o cão, Ao ouvir esta tão
triste historia, quanto singela, sent’ os
olhos marejados de lagrimas, e esque-
céndo os abjectos farrapos que lhe co
briam o corpito quasi nú, para só me
lembrar, daquela alma que sofria, pu
cheio junto a mim, beijeio com
ternura. | o pobre abandonado as sen-
tir o calor dos meus beijos dizime->
Quereria ser homem para pôr ao vosso
dispôr a minha vida, para vos poder
pagar o bem que me fizesteis com os
vossos ‘beijós, pais fosteis vós depois
da minha mãe, a unica pessoa que me
beijou. E para recordação do pobre
vagabundo, aqui nqndes Senhora, e
mui lentamente deixou cair no meu
regaço uma palida e já desfolhada ro-
sa, que tirou do peito da sua camista
rota, t

“Ao afastar se, vi que nos seus olhos
brilhantes de inteligencia, e ao mesmo
tempo velados por infinita tristeza, bri
lhavam lagrimas de sentida dôr.

Stéline.

: *
Certos pensamentos são orações. Ha
momentos em que o corpo, qualquer
ue seja a sua atitude, está de joelhos.

tor Hugo.

— Esteve em Tomar o sr. Antonio
Barata de Almeida, de Vilarejo.

—Em serviço de inspecção aos car-
torios e repartições publicas esteve na
Certã o sr. Bessa, inspector do sêlo
neste distrito.

— Esteve em Pedrogam Gzande, em
serviço das reinspecções. o sr, dr. Do-
mingos Lopes, medico, do partido mu-
nicipal de Pedrog-m Pequeno.

—Regressou de Lisboa o sr.
José Farinha Martins.

— Esteve em Vila de Rei osr. Fran-
cisco Pires de Moura, escrivão nota-
rio nesta comarca.

—Está em via de completo restabe-
lecimento da grave doença que a de-
teve algum tempo sujeita ao leito, “a
sr* D. Camila de Assunção Oliveira,
esposa do nosso assinante sr. Fernan-
des de Oliveira, 2.º sargento em Afri-
ca.

—Retirou para Lisboa o sr. Angelo
Henr ques Vidigal.

— Tem estado em Lisboa em: trata-
mento de uma grave doença adquirida
em Africa, o nosso patrício-sr. P.º Jo-
sé Martins, da Povoa da Varzea.

—Regressou de Lisboa, ao Bailão
aonde veio passar alguns dias-com sua
familia o’sr. José Pestana dos Santos.

— Esteve na Certã, o sr. José, Cus-
todio Martins Vidigal.

— Saiu para Lisboa, o sr. Raul Fer-
reira Vidigal,

— Esteve nesta “vila o sr. Joaquim
Ribeiro Gomes, professor do: Liceu
Colonial,

—Vai a Tomar ser novamente re-
inspeccionado o sr. Carlos David, no-
tario nesta comarca.

Durante “a semana vimos na: Certa
os nossos presados assinantes srs.
Antonio Alves da Piedade, Joaquim
Nunes, João Afonso, Manoel Farinha
Martins, Manel José Álves, Sebas
tão Farinha Tavares, Joaquim Fer-
nandes da Silva, Francisco Martins) da
dilva Roda, Joaquim Vicente Farinha,
Manoel Fernandes Junior.

Aniversarios

Fizeram anos :

No dia 13,0 sr. Almirante Domin-
gos Tasso, de Figueiredo e a sr.” D.
Alice Cesar Pires cosr, P.ºJosé Fran-
cisco.

Amanhã:

O sr. dr. Fernando Matoso, inte:
genrimo, Juiz de Dire to nesta comar-
ca, e o sr. P.º Antonio Pedro Rama-
lhosa, nosso presado colega de redac-
ção. f,

Pis

 

Justa. pretenção
Em virtude da carestia da vida; o funcionalis-

mo pede a suspensão
temporária dos direitos de encarte

Al
bei.

Em face da constante carestia da vi-
da e da exiguidade dos vencimentos
da maior parte dos funcionarios publi
cos, estes estão organisando uma co-
missão afim de solicitar do chefe do
governo a suspensão do desconto pa-
ra direitos de encarte até seis meses
depois de terminada a guerra, benefi-
cio: já concedido aos empregados da
Exploração. do porto. de Lisboa, cujos
serviços estão sob a alçada do ministe-
rio do trabalho. ‘

E” uma justa pretenção qua o go-
verno deve atender. E ,

Para a classe dos empregados admi-
nistrativos, já o governo estendeu as
suas vistas, porque foram, pelo ultimo
codigo, beneficiados com a elevação
dos ordenados ao dobro dos que per-
cebiam, Resta, porêm, que o governo
tenha em atenção os demais funciona-
rios-que lutam, na presente conjuntura,
com sérias dificuldades para a sua
manutenção,nção,

 

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VIVA A CERTÃ.

(Musica do Funiculi-funicolá)

I

Como bando d’alegres passarinhos,
Nósaqui vimos,
A saltitar!

Saudar-vos e pedir vossos carinhos,
Que já sentimos,
Nos ides dar!

Nós somos bem pequenos, bem petizes,
Sem ter cuidados,
Sempre a brincar!
Porém, todos nos sentimos felizes,
Endrabrados,
4 traquinar!

Lestos, prontos sempre p’ra reinata !
Lestos, prontos a fazer berrata,
Cabriolas, piruetas,
Cá ‘stamos à fiveleta !
denre lestos, prontos,
Todos ‘stão aqui à preta!

IH

Se à terra muito qu’rida em que nasce-
; mos,
Nós todos temos
“Dedicação,
Aquela em que carinhos recebemos,
Tambem devemos
Nossa afeição.

«Assim a peguenada, prazenteira,
Desta maneira,
; Nesta romagem,
À terra sem igual, hospitaleira,
Sem ter parceira,
Presta homenagem.

Salvé, terra linda entre ribeiras!
Salvé, salvé, flor das duas Beiras!
“Recebe de todos nós,
Mocidade folgasá,
Um viva sincero :
Viva a Certã! Viva a Certã!

Carlos Ascenção,
x rd por um grupo de meninos na récita
1m

antil).

Compo de CGiprestes

Faleceu em Lisboa, onde se achava
em tratamento de uma grave doença,
o sr. Antonio Farinha Martins, soltei
ro, comerciante na cidade do Pará
(Brazil) e natural do lugar do Mosteiro
de S. Tiago, deste concelho.

O finado era irmão do Sr, P.º José
Farinha Martins, a quem enviamos o
nosso cartão de sentidos pezames.
Pauta dos jurados que hão-de

servir nas causas crimes

no 1.º semestre do corrente ano:
asemiro Antonio Prior, José Maria

de Alcobia, Ernesto de Sande Mari.
nha, ia Pina, Francisco da Costa
Mouga, Casemiro Farinha, João Lou-
renço Tavares, João Antonio Martins
Zuzimas Nunes Correia, Dr. Joaquim
Farinha Tavares, Nuno da Conceição
e Siva, Celestino Pires Mendes, Luís
Martins, João Lopes da Silva, Fran-
cisco Nunes Teixeira Junior, Francis.
co Martins Correia, Joaquim Martins
Pereira, Manuel dos Santos Antunes,
Alfredo Victorino da Silva Coelho, Jo
sé Marques, Antonio Farinha, Emídio
de Sá Xavier de Magalhães. José An-
tonio, José Martins, dr. Virgilio Nunes
Silva, Alfredo da Siva Leitão, Abi-
lio Augusto Correia, José Guilherme,
Alfredo Lopes Tavares, José Maria
Martins, Antonio Lopes, João Antunes,
José David da Silva, Antonio Pedro
da Silva Junior e Antonio da Costa

Mouga. War >

Rua do Vale

Está em pessimo estado a calça, da
Rua do Vale ou Rua Candido Reis
como ora se denomina na estrada dis-
trital, :

» E’ uma rua de muito transito e que
por isso exige reparos amiudados.

Chamamos a atenção do sr. Director

DRRESPONDÊNCIAS

Oleiros, 8-1-917

Completamente restabelecido dos
seus incomodos, retirou no dia 4 do
corrente para Castelo Branco, acom-
panhado de sua ex.m? familia, o nosso
prea amigo sr. dr. Rebelo de Al-

uquerque.

Bastante deviam ter penhorado a s.
ex.º as provas de simpatia que rece-
beu dos seus amigos, o interesse e an-
ciedade com que todos se informavam
da sua saude, a alegria com que rece-
biam a noticia das suas melhoras.

Não publicaremos a lista dos habi-
tantes do concelho que a Oleiros vie-
ram apresentar ao ilustré enfermo os
seus cumprimentos e manifestar-lhe os
votos que faziam pelo seu restabeleci-
mento, porque ela encheria as colunas
dêste jornal, mas não devemos calar
os nomes daqueles, que de longe vie-
ram, arrastados unicamente pela ami-
sade, abraçar o amigo, arrancado às
garras da morte tanto pela sciencia,
que não podia ser mais dedicada, co-
mo pela mão omnipotente de Deus,
que quis poupar seu ex.”o paí a um
desgosto, certamente o maior da sua
longa vida.

Lembra-nos ter visto em Oleiros os
srs. João: Carlos de Almeida e Silva,
Libanio da Silva Girão, Antonio Coe-
lho Guimarães, Antonio Martins dos
Santos e Olimpio Amaral, de Serna-
che do Bonjardim; dr. Bernardo Fer-
reira de Matos, P.º Francisco dos San-
tos e Silva, Adrião Morais: David,
Eduardo Correia e Silva e Frutuoso
Pires, da Certã. =

— Estão bastante adiantados os tra-
balhos da apanha da azeitona. A co-
lheita apresenta-se mais que regular, e
o preço de 3 escudos oferecido por
cada decalitro de azeite parece-nos re-
munerador.

—Já se encontra instalada numa de-
pendencia dos Paços do Concelho a
Tesouraria da Fazenda.

—Foi sepultado no dia 4 do corren-
te o sr. Francisco Martins, do Vale
das Ovelhinhas, irmão do nosso ami-
go José Martins, de Sendinho da Se-
nhora, a quem apresentamos as nossas
condolencias,

—Consta-nos ter sido chamado tele-
graficamente e mandado apresentar no
Porto, para prestar serviço no exerci-
to, o sr. dr. Francisco Peixoto, distin-
to medico municipal neste concelho.

Sociedade por quotas entre

Manoel Martins Cardoso e
outros, na di da Caria,

Por escritura publica lavrada nas
notas do notario da Certã, Eduardo
Barata Corrêa e Silva, em 30 de De.
zembro de 1916, foi constituí ta na vila
da Certã e nos termos da Lei de 11
de Abril de 1901, uma sociedade co-
mercial por quotas. entre Manoel Mar-
tins Cardoso, Ernesto Martins Cardo
so, casados e José Ventura, solteiro,
maior, todos comerciantes, a qual se
regerá pelas condições dos artigos se-
guintes:; ‘

1.º—Esta nova sociedade adopta a.
firma de «M, Martins Cardos, & Com-.
panhia, Limitada», etem a sua sede na!
Certã, rua Candido dos Reis, nume:
ros trinta e sete a quarenta e nove,
onde tem o seu estabelecimento co-
mercial. – E
2º—O objecto social é o comercio
e venda de fazendas, generos alimenti-
cios, ferragens, quinquilharias, drogas,
vidros, artigos para brindes, chapeus
e ainda qualquer outro negocio não
bancario em que os socios concorda
rem.

3.º—A sua duração é por tempo in-
determinado e, para todos os efeitos,
O seu começo se contará desde um de
Setembro de mil novecentos e dezassis.

VOZ DA BEIRA

mente realizado é de cinco mil escu-
dos, em três quotas subscritas pela
forma seguinte: Manoel Martins Car-
doso, três mil escudos; Ernesto Mar-
tins Cardoso, mil e quinhentos escu-
dos; José Ventura, quinhentos escu-
dos, À quota do socio Manoel Martins
Cardoso acha-se representada em fa-
zendas, dinheiro, dividas activas e ou
tros valores mobiliarios, segundo o
respectivo balanço, fechado em 31 de
Agosto de 1916. As quotas dos socios
Ernesto Martins Cardoso e José Ven-
tura, são em dinheiro com que já en
traram, como expressamente se decla-
ra para todos os efeitos de direito.

5.º—Os suprimentos de que a caixa
careça, poderão ser feitos por todos
os socios ou por qualquer deles, me-
diante o juro de seis por cento ao ano.

6.º—E’ dispensado o consentimento
especial da sociedade para a cessão de
parte de uma quota a favor de um as-
sociado, ou para a divisão de quotas
por herdeiros de socios. |

7:— Qualquer outra cessão de quo-
tas tambem não depende do consen-
timento da sociedade, mas esta reser
va-se, em todo o caso, o direito de
preferencia para si ou para qualquer
socio, em igualdad: de circunstancias.

8.º-São nomeados gerentes com
dispensa de caução os socios Manocl
Martins Cardoso e Ernesto Martins
Cardoso, cada um dos quais represen-
tará a sociedade em Juizo e fóra dele,
activa e passivamente.

$ 1.º-—Cada um dos socios gerentes
fica com o uso da firma, a qual, toda-
via, sómente s:rá empregada nos actos
e operações da sociedade e nunca em
letras de favor, fianças, abonações ou
semelhantes responsabilidades, que são
absolutamente proíbidas em qualquer
‘caso.

9.º—A sociedade não é responsavel
pelas dividas particulares de nenhum
dos socios e só pode ser coagida a pa-
gá-las judicialmente da parte a que es
se socio tiver direito na sociedade.

10.º— (Cada um dos socios terá a re
tribuição especial que em assembleia
dos mesmos fôr determinada, tendo-se
em atenção os serviços prestados por
cada um deles à sociedade, —devendo
constar estas resoluções do respectivo
livro das actas.
11.º—Os serviços de administração
ou gerencia serão executados pelos so-
cios com teda a assiduidade e zelo,
nos termos da distribuição que entre
si combinarem em reunião de que se
lavrará acta, E

12.º—Independentemente dessa dis-
tribuição, a compra de fazendas será
sempre feita com conhecimento e acôr-
do dos socios, assim como a admissão
e demissão dos empregados.
13º–E’ proibido a qualquer dos
socios, como expressamente se decla-
Sõa, TorrercioNdEntico! dB tl Preserite
sociedade,
f4.º— Os balanços serão dados anual-
mente e fechados no ultimo dia do
mês de Agosto.
154—0Os lucros liquidos de todas
as despesas e encargos, separada a
percentagem de cinco por cento para
o fundo de reserva legal, emquanto
este não estiver realizado, ou sempre

ue fôr preciso reintegrã lo, e separa-
da tambem qualquer percentagem des
tinada a outro fim, quando assim seja
resolvido em assembleia dos socios,
serão divididos pelos mesmos socios
na proporção das suas quotas.
16.º—Para seus gastos particulares
e por conta dos seus lucros anuais,
cada socio poderá receber da caixa so-
cial, mensalmente, até uma quantia
maxima equivalente a meio por cento
da sua quota de capital, j
17.º— Esta sociedade não se dissol-
verá por falecimento ou interdição de
qualquer socio nem por mera vontade
ou renuncia de um deles, continuando,
portanto, a sua existencia jurídica sob a
mesma firma, desde que a maioria dos
socios assim o entenda.
18.º–Os herdeiros ou representan-
tes do socio falecido ou interdito, exer-
cerão em comum os direitos daquele,
que não forem meramente pessoais,.

de Obras Publicas para este caso,

4:’—0O capital social já completa-

indivisa.

19.º—0 falecimento, interdição ou
retirada de qualquer socio, não sbri-
gará a dar balanço i nediato, desde
que se estabeleça acôrdo entre os so
cios restantes e os herdeiros do socio
falecido, representante do socio inter-
dito ou socio que se retirar da socie-
dade; determinando-se neste caso a
parte dos lucros do socio falecido, in-
terdito ou saído, pela quantia equiva-
lente aos lucros do ultimo balanço so-
cial, e proporcionalmente ao tempo
decorrido desde o mesmo balanço. Não
sendo possivel chegar-se a acôrdo,
dar-se há imediatamente balanço com
a presença de um representante dos
herdeiros do socio falecido, do socio
interdito ou do socio saído ou quem
legalmente o represente. Dado qual-
quer outro caso, a respectiva quota
poderá ser amortizada pela sociedade,
se assim lhe convier e estiver nas con-
dições legais de efectuar a amortiza-
ção, ou, não querendo ou não poden-
de a sociedade usar deste direito de
amortização, poderá ser adquirido por
qualquer dos socios.

20′”—Alêm dos casos do artigo an
terior, fica permitida a amortização de
quotas nos termos legais, quando os
socios o julgarem conveniente.

21º—0O pagamento pela sociedade
ou pelo socio nos casos do artigo 19.º,
será efectuado pela forma c no prazo
que os interessados entre si combina-
rem,

22.º—Fica marcado o prazo de 30
dias, a contar da comunicação escrita
do ajuste de qualquer cessão, ou do
falecimento, sentença de interdição ou
retirada de socio, para o uso dos
direitos de preferencia e adquisição de
que tratam os artigos sexto e setimo.

23.º— Dissolvida a sociedade, os so-
cios procederão á liquidação e parti-
lha; nos termos que então forem re-
solvidos ou como fôr de direito.

24º—Em tudo o que fica omisso re-
gularão as disposições da Lei de 11 de
Abril de 1901 e mais legislação apli-
cavel.

Certã, 30 de Dezembro de 1916.

O notario,
Eduardo Barata Corrêa e Silva

ANUNCIO –

Tendo, por motivo de doença, de
retirar da Certã Albano Ricardo Ma-
teus Ferreira, vende os prédios se-
guintes : ;
Uma morada de casas com quintal,
na rua do Vale de S. Pedro—Certã.
Uma morada de casas e estabeleci-
mento, na rua do Vale, e Serpa Pin-
to—Certã.
Uma morada de casas e quintal, na
Passaria.

ps naa E SR da
em ESSO ci Bepivado! ARERam Se
papeis de crédito em pagamento, ao
cambio do dia.

ANUNCIO

1.º publicação
No gdia 21 do proximo Janeiro, às
IL horas, á porta do tribunal deste
juizo, em viriude dos autos civeis de
execução que o Ministerio Publico mo-
ve contra Antonio Mendes, viuvo, do
Casal da Madalena, freguesia de Ser-
nache do Bom jardim, são postos em
praça, para serem arrematados a quem
maiores lanços oferecer acima dos va-
lores que lhes vão designados, os se-
guintes bens:
1.º—Uma casa de habitação, situada
no Casal da Madalena, alodial, no valor
de 240ih00, o
2º—Um bocado de terra-de cultu-
ra em mau estado, no sitio do Porto
do Carro, limite do Casal da Madale-
na, no valor de 3ijpoo
Pelo presente, são citados os cre-
dores incertos para deduzirem os seus
direitos, querendo, no praso legel.
Certã, 23 de Dezembro de 1916.
O Escrivão ajudante
José du Glória Lopes “Barata
Verifiquei,
O Juiz de Direito

emquanto a quota respectiva se achar

Matosoanto a quota respectiva se achar

 

@@@ 1 @@@

 

Agua DA Foz DA CERTA

A Água minero-medicinal da Fox
da Certã apresenta uma composição
quimica que a distingue de todas as
outras até hoje usadas na terapeutica.

E’ empregada com segura vantagem
na: Diabeles—Dyspepsias —Catarros
gastricos, pulridos ou parasitários;—
nas. preversões digestivas derivadas
das doenças infecciosas ;—na convales
censa das febres graves;—nas atonias
gastricas dos diabeticos, tuberculosos,
brighticos, etc.,—no gastr icinismo dos
exgotados pelos excessos ou pr ivações
etc., etc.

Mostra a analise batereologica quea
Agua da Foz da Certã, tal como se
encontra nas garrafas, deve ser consi-
derada como microbicamente pu-
ra não contendo “golibacitlo, nem
nenhuma das espeçies pathogencas
que podem existir Em águas. Alem
disso, gosa de uma certa acção micro-
bicida. O B. Thyphico, Diphterico
e Vibrão cholerico, em pouco tem-
po nela perdem todos a’sua vitalidade,
outros microbios apresentam porem
resistencia maior.

A Agua da Foz da Certã não tem
gazes’ livres, É límpida, de sabor leve-
mente acido, muito agradavel quer be-
bida pura, quer misturada com vinho.

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conhecimentos: humanos, acaba de to-
mar uma explendida iniciativa, publi.
cando uma série de Manuais Desporti-
vos e de Recreio, destinados a desen-
volver entre nós o gosto pela cultura
fisica, o culto da beleza plastica, o
amor pelo exercicio ginastico.

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15: centavos cada manual, condensan-

do em poucas páginas toda a materia p

referente ao desporto, em volumes de
64 paginas é destinado à descrição de
uma especialidade, separadamente, co-
mo: -Defeza Individual, — Foot-Ball, —
Box francês e inglês. —Lucta. Greco-

| -romana.— Atletismo, — Esgrima e va

rapau, — Ciclismo, — Bilhar, — Despor-
tos pedestres.— Automobilismo. — Etc,

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escritos para-todas as camadas sociais,
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mato portatil como que o vademecum
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que se interessam pela cultura fisica, À
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E” realmente digna de ser recomen-
dada esta publicação, não só por estsr
habilmente elaborada mas tambem pe-
lo relativo luxo da edição. O tomo que
temos presente, insere o Diário da Guer-
ra, de 1 a 31 de Março de 1916 e as
seguintes gravuras:

ista panoramica da cidade de Bag-
dad; Orfãos servios chegados a Mer-|
selha e dirigindo-se do cais do desem- |
barque para o local do seu alojamento
provisorio, Destroços causados pelas
bombas dos zeppelins em Londres;
Uma casa que ao derruir fez 10 vitimas.

Não se pode exigir mais, e é muito
de louvar a iniciativa desta casa edito-
ra, pondo assim ao alcance de todas
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REDATOR PRINCIPAL: :
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ADUSTRADOR:
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