Progresso Beirão nº5 06-12-1925

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ft. ANO
Certã, 6 do Dezembro de 1926
y Composto e impresso nas Oficinas Escolas do
INSTITUTO DE MISSÕES COLONIAIS.
|” DE DEZEMBRO.
Ra em Sernache não foi
esquecida esta data glorio-
sa da nossa historia patria e
até, êste ano fo! solenisada, com
certo brilhantismo. E
Logo de manhã foi dada uma
salva de vinte um morteiros e
ao ar subiram bastas girando-
las de foguetes.
A’s q horas foi içada a -ban-
«eira nacional na torre do lLas-
tituto, com as formalidades do
costume e perante todo o pes-
soal daquele estabelecimento
de ensino.
A’s 13 horas conforme es-
tava anunciado, realisou se na
sala da biblioteca do Instituto
a sessão solene e a conferencia
feita pelo sr. dr, Oliveira Go-
mes, ilustre pofessor do mes-:
mo Instituto, fazendo-se em se-
guida a distribuição de premios
aos alunos que, no ano esco-
jar findo, melhores classifica-
cões e comportamento tiveram.
Na vasta sala, que estava lin-
damente engalanada, viam-se
todo o corpo docente, discente
e mais pessoal daquele estabe-
lecimento do Estado, alêm de
muitas senhoras e cavalheiros
da melhor sociedade de Ser-
che.
Aquela hora, mais ou menos
assumiu á presidencia o ilustre
director do Instituto sr. dr. Ar-
naldo Ubach, que convidou para
o secretariar os professores srs
drs. Gualdim de Queirós e Car-
los Martins, declarando em se-
guida aberta a sessão.
S. ex.?, depois dos cumpri-
mentos ás senhoras, corpo do-
cente, convidados e mocidade
academica alí presente, disse
-«que o Instituto não: podia dei-
xar de comemorar a data de
1.º de Dezembro, tão grata a
todos os portugueses e muito
especialmente neste momento
em que sobre nós impende a
ameaça de uma violenta extor-
ção do nosso patrimonio colo-
nial que tantos sacrifícios e tan-
“tas vidas custaram: aos nossos
antepassados.
Que o sr. dr. Oliveira Go-
mes, distinto professor daque-
le Instituto, caracter austero e
trasmontano de velha tempera,
se dignara ir ali fazer uma con-
ferencia sobre a data que se
Hestejava, com o que, como di-
QUINZENARIO DEFENSOR DOS INTERESSES REGIONAIS
DIRECTOR E EDITOR:
Carlos dos Santos e Silva
AS NOSSAS COLONIAS
E alguns jornais de Lisboa levantou-se ultimamente uma
violenta campanha contra o novo Banco Angola e Me-
tropole, em que se pretende envolver o Governo e, em es-
pecial, o sr. Ministro do Comercio, por se julgar de proce-
‘dencia suspeita os capitais de que aquele banco dispõe as-
sim como suspeita parece ser a sua acção.
. Segundo se afirma e de uma entrevista que o sr. Presi-
dente do Conselho de Mistros concedeu a um jornal da ca-
pital, se depreende, a policia internacional de segurança fez
saber ao nosso Governo, por intermedio do Governo duma
potencia. amiga, que esse banco, que tem feito grandes abô-
nos de dinheiro a varias emprezas importantes de Angola
e avultadas despezas e aquisições na metropole, não é mais
do que um testa de ferro de um grupo da alta finança ale-
mã, que, por esta forma, comprando e corrompendo, pre-
tende facilitar a absorção daquela nossa provincia ultrama-
rina, que os coloniais e talvez o governo daquela nação so-
nham.
Que haverá de verdade em tudo isto? Não sabemos.
E” possivel que alguma coisa haja de grave, porque, já
ha dias, o Conselho de Ministros se reuniu longas e ameu-
dadas vezes e, segundo os melhores informes, tratava-se de
assuntos graves referentes ás colonias.
E? muito possivel que não tenha sido essa a causa das
continuas reuniões do ministerio e sim o estudo da forma
como se ha de acudir á angustiosa eríse financeira porque
Moçambique e Angola estão passando.
Seja como fôr, não: devemos desprezar o caso e deixar
correr o marfim. Ninguem ignora que a Alemanha quere co-
lonias e, não podendo obter as qué perdeu com a guerra,
procurará ver se obtem outras á custa seja de quem fôr e
as nossas tem sido sempre o seu sonho doirado.
Entretanto, devemos tambem confessar, que a campa-
nha, que se vem fazendo, nos parece bastante tendenciosa o
que nos pode ser bastante prejudicial.
O que mais falta nas nossas colonias, como na metro-
pole, são capitais e iniciativas e se o capital português emi-
gra, como é publico e notorio, porque não havemos de aco-
lher o capital estrangeiro que se nos oferece para desenvol-
vimento do nosso patrimonio colonial?
Ele só poderá ser um perigo para a nossa integridade,
se não houver as necessarias reservas e cautelas que na
nossa legislação estão previstas e só as não haverá se aque-
les que estão á frente dos-destinos da nação o não quizerem.
Nesse caso serão traidores e vendidos e nós não cremos
que nenhum dos nossos homens publicos o seja. Mas se al-
gum o fôr, ainda ha candieiros nas esquinas das ruas para
“o pendurar e patas de cavalos para nelas o arrastar. A
indignação popular seria tremenda e a sua vingança seria
“terrivel! ,
Mas, não: Tal não se dará, porque nenhum português
será capaz de vender a sua Patria, que o mesmo é que
vender a sua propria mãe! Nenhum !
PELA PÁTRIA E PELA REPÚBLICA
REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Sernache do Bomjardim
Propriedade da Empreza PROGRESSO BEIRÃO
rector daquela casa de educa-
ção, muito se congratulava, por-‘
que da sua preleção muito te-
ria a aprender a mocidade
academica ali presente a quem
aconselhava a prestar a sua
melhor atenção aos ensinamen-
tos que do seu professor iam
ouvir.
Dando em seguida a palavra
ao sr. dr. Oliveira Gomes, este
agradeceu as palavras elogio-
sas do sr. director dizendo que,
como o mesmo senhor afirmá-
ra, era trasmontano e nisso ti-
nha grande orgulho porque foi
lá nos serros dessa linda região,
que ele formou a sua alma de
antes quebrar que torcer no
cumprimento dos seus deveres.
Que não era precisamente
uma conferencia que ia fazer,
mas uma simples preleção aos
estudantes seus discípulos, que
era como que a sua familia e
no meio da qual se achava sem-
pre bem.
Que, contra a praxe estabele-
cida, pedia para falar sentado,
porque os seus padecimentos
lhe não permitiam estar muito
“tempo de pé.
Entrando propriamente no
assunto da conferencia, que re-
sumidamente anotamos, fez
uma resenha dos factos histo-
ricos. daquela epoca, desde a
batalha de Toro até á morte
do caguetico cardeal D. Hen-
rique a quem chamou o covel-
ro da nacionalidade portuguesa,
analisando detidamente esses fa-
ctos, a influencia que Carlos V
exerceu no espirito e na politi-
ca de D. João IJ, a luta empre-
endida é sustentada por este rei
com a Curia Romana para o es-
tabelecimento, em Portugal, da
odiosa instituição do Santo Qf-
cio, e a deleteria influencia dos
jesuitas na córte e nas escolas,
causas primaciais do abastar-
damento do caracter da raça
portuguesa e consequentemente
da perda da nacionalidade.
Comparou Filipe M de Es-
panha a Filipe da Macedonia,
quando êste, para facilitar a con-
quista’da Grecia, procurou cor-
romper tudo e todos, processo
empregado tambem por aquele
monarca para facilitar a: con-
quista de Portugal. EA
* Estigmatisou ‘o procedimento
egoista e antipatríotico da no-.
breza e do alto clero, que sem
pejo venderam a Patria ao es-@@@ 1 @@@
e.
arangeiro que acolheram com
carinho e a quem se subme-
teram indignamente como já
vinham feito com D. João 1 de:
Castela e mais tarde voltaram
a fazer com Napoleão, sim-
plesmente para não perderem:
os seus haveres e os sens. pre-
vilegios, deixando o pobre povo
jazer na miséria.
Hlistoriou os prodromos da
revolução, a revolta popular de
Evora, as perseguições que se
lhe seguiram, a insisténcia jun-
to do cobarde duque de Bra-
gança, mais tarde D. João IV,
para que aceitasse o trono e
a sua recusa e, finalmente, a glo-
riosa revolução de 1.º de De-
zembro de 1640 e a morte do
traidor Miguel de Vasconcelos.
Disse que agora, como nesse
tempo, alguns portugueses ha-
via que punham os seus inte-
resses acima dos interesses da
Patria e não tinham escrupulo
em nos pretender vender ao es-
trangeiro facilitando-lhe a en-
trega das nossas colonias e que
outra esses maus portugueses
precisamos estar álerta.
Aconselhou os alunos pre-
sentes, que um dia terão de ir
para as colonias cumprir o seu
dever de missionarios, à hon-
rar a Pairiae a trabalhar sem-
pre pelo seu engrandecimento
e nunca esquecerem a memo-
ria do grande cidadão e deno-
dado português que loí refor-
mador daquela casa e fundador
das missões civilizadoras, Dr.
Abilio Marçal.
O conferente for muito ova-
cionado e a assembleia, por
roposta de um aluno daquele
nstituto, conservou-se de pé e
em silencio durante um minuto
em homenagem à memoria do
saudoso director.
O presidente; na qualidade
de director do Instituto, felici-
tou o conferente pela sua bri-
lhante oração, agradecendo lhe
o ter acedido ao seu convite
para vir abrilhantar esta festa
patriotica com a sua palavra.
Que sendo a primeira vez
que ali presidia a uma sessão,
êle não podia deixar de, mais
uma vez, prestar a sua mais res-
peitosa homensgem ao inclito
português e devotado republi-
cano que foi o seu antecessor.
Que nesse logar, com que a
República o honrou, êle .pro-
curará seguir-lhe as passadas
e ser um continuador da sua
grande obra.
Disse que ia seguir-se a dis-
tribuicão dos premios aos alu-
nos que mais se distinguiram
no ano escolar findo, que já de-
via ter sido feita no dia 5 de
Qutubro, que motivos de força
maior impediram que se fizesse.
Feita a chamada dos alunos
premiados que são: D. Alice
Mendes Nunes, João Albuquer-
que d’Oliveira, José Esteves e
Francisco Augusto Neves, fo-
rm estes á mêsa da presiden-
cia receber os respectivos pre-
mios, que lhe foram entregues
pelo ex.Ӽ director daquela ca-
sa de educação.
PROGRESSO BEIRÃO |
“ Grave desastre
Quando seguia em um auito-
movel: para o Campo Pequeno,
em Lisboa, acompanhado: “de al-
guns amigos, O tenente de aeros-
teiros sr. Carlos Ascenção, foi
colhido pelo guarda-lamas de um
camião-automovel, que lhe esma-
gou uma perna que teve de: ser
amputada.
Profundamente impressionados
com o lamentavel desastre de que
foi vitma o brioso oficial, que
agui tem muitos amigos e no nu-
mero dos quais nos contamos,
simplesmente nos resta enviar-lhe
os protestos do nosso sentimento
e aconselhar-lhe resignação.
Cinema Bomjardim
Esta empreza que está explo-
rando o Teatro Taborda, em Ser-
nache, propriedade do Club Bom-
jardim, em cumprimento das obri-,
gações que tomou, deu no do-
mingo passado uma sessão em
favor daquele Club, que teve uma
casa cheia.
Esta empreza que é constitui-
da pelos srs. dr. Gualdim. de
Queirós, dr. Henriques dºAlmei-
da, David Serra, Antonio Mata,
Libanio Serra e Francisco Tei-
xeira, principiou em junho ulti-
mo, dando as suas sessões na-
| quele teatro, quasi todos os do-
mingos e segundas feiras. »
Juntas de Freguesia
Realizam-se hoje as eleições
para estes corpos administrativos.
Como de costume, nas fregue-
sjas deste concelho não haverá
eleicões. Estes humildes organis-
mos não merecem d interesse de
uma luta, segundo a opinião, de
uns por conveniencia propria e
de outros por ignorancia das atri-
buições devidas aqueles organis-
mos e da influencia moral que
deviem ter e não tecm na educa-
ção civica do povo. É
Findo este acto o sr. presiden-
te agradeceu a todos os convida-
dos a sua presença nequela festa
é declarou encerrada a sessão.
Abrilhantou esta festa a banda
dos alunos do Instituto, sob a re-
gencia do sr. Domingos Alvari-
nhas.
Pouco depois realizou-se o de-
safio de afoot-ball» a qne mais
desenvolvidamente nos referimos
noutro logar.
A noite, a convite de uma co-
missão de rapazes, houve um
baile nos salões do Club Bom-
jardim, gentilmente cedidos pela
direcção daquela associação, que
se prolongou até de madrugada,
Tambem na Certá, a data glo-
riosa da Restauração Nacional
foi comemorada com salvas de
morteiros, alvorada pela Filarmo-
nica União: Certaginense e mar-
cha «au flambeaux».
“UM PERIGO!”
* Dosnr. €. Xavier de Carvalho,
de Proença a Nova, emprezario.
da carreiraíde camionetes de Ser-
nache a Castelo-Branco, recebe-
mos uma carta que; muito embo-
ra não prime pela sua correcção,
não queremos, por um dever de
lealdade, deixar sem resposta.
Quer o snr. Carvalho que lhe
indiquemos o informadôr ou
eserevinhador que teve a ousadia
ou inreflexão de dar ou escrever
anoncia que, sob a epigrafe aci-
ma, demos no nosso ultimo nu-
mero, porque crê que, na referi-
da notícia, ha o proposito de o
prejudicar,. desacreditando-lhe a
carreira, com a qual tem feito
muitos sacrificios, só para a fa-
cilidade de comunicações nesta
região.
Devemos, em primeiro lugar,
dizer-lhe que neste jornal, como
em todos os outros, as publica-
ções nele incertas, que não são
assinadas, são da exclusiva res-
ponsabilidade do seu director.
Em segundo lugar devemos
declarar-lhe que achamos muito
louvavel o procedimento do snr.
Carvalho, de manter, ainda que,
com sacrificios, essa carreira de
camionetes, só para a facilidade
de comunicações. E mais um lou-
vor a juntar aos muitos que diz
ter já.
O que o sr. Carvalho deveria
ter feito, antes de se nos dirigir
pela forma insolita como o tez,
era informar-se se o caso noticia-
do se tinha dado, se a nossa re-
clamação era justa e providen-
ciar devidamente. Para isso não
precisava ir muito loúge: era in-
formar-se com os seus emprega-
dos que iam na camionete.
Um caso como este, passado
perante uma dezenas de pessoas,
pode-se procurar desculpar, mas
não-se contesta nem se justifica,
simplesmente por se supôr que
o noticiarista não tenha compe-
tencia tecnica ou por ainda não
ter havido victimas.
Para se constatar o mau esta-
do em que andava o jogo da di-
recção daquele carro, não era
preciso ser engenheiro nem
mecanico abalisado, assim como,
pelo facto de ainda não ter ha-
vido vitimas, devemos deixar
desleixar’os serviços, até que as
haja, para depo’s providenciar.
Do que o sr. Xavier de Car-
valho pode ter a certeza, é que
não nos anima nenhuma má von-
tade contra a sua carreiras de
camionetes. Pelo contrario, dese-
jariamos que: ela se mantivesse
com um serviço bem feito e que
lhe désse fartos lucros, porem
sobre nós, a imprensa, é que im-
pende o dever de apontar as fa-
lhas’e os defeitos que em qual-
quer serviço publico possa haver.
E esse dever cumpriremos, dôa
a quem dôer.
= ——
Foi transferido da comarca de
Qurem para a de Figueiró dos Vi-
nhos o nosso presado amigo dr.
José Bravo Serra, Delegado do Pro-
curador da Republica.
CARTEIRA MUNDANA
Casamento –
No dia 28 do mês findo realizou-
se em Sernache o consorcio da sr.*
D. Maria Aurora Silva Santos, fi-
lha da sr.º D. Alice Silva Santos
e do sr. José dos Santos, digno
Juiz de Paz deste distrito, com o
sr. Adelino Lopes da Silva, comer-
reiante em Angola, sendo padri-
nhos, por parte da noiva, seus
pais, e por parte do noivo, seu ir-
mão João Lopes da Silva e sua es-
posa.
Aos noivos, que seguiram para
a sua viagem de nupcias desejamos.
uma longa lua de mel.
%*
Saiu para o Porto, onde tenci-
ona demorar.se algum tempo, a-
companhado de sua Esposa, O sr.
dr. José G. Ehrhardt, facultativo
municipal aposentado.
%*
Tambem sairam para: Lisboa as.
srs.* D. Maria Eugenia de Mendon-
ca David, D. Maria Madalena Ba-
ratae D. Madalena Barata e Silya..
x
Está completamente restabele-
cido, com o que mnito folgamos,.
o sr. dr. Salvador Ribeiro, Juiz de
direito da comarca.
*
Embarcaram no dia 45 do mês
findo para Loanda o sr. dr. Eurico:
Carlos de Almeida com sua ex.”
esposa D. Maria José Antunes Al-
meida.
Boa viagem.
Saiu para Lisboa com sua gen-
til filha D. Vanda, o sr. José Ma-
ria Alcobia.
*
Tambem estão em Lisboa os srs
Dr. Joaquim Henriques de Almei-
da, administrador do 1. M. G. e
Dr. Antonio Correia, Nunes pro-
fessor do mesmo estabelecimento.
x
Esteve na Certã e em Sernache,.
com sua esposa, o sr. Tenente-co-
ronel de Infantaria 15, Tasso Fi–
gueiredo:
*
Está na Barca da Amieira, com:
suas filhas a sr.” D. Inacia Tava-
res de Moura.
%
Consta-nos que vai ser colocada:
na escola primaria do Cabeçudo a
professora sr.º D. Laura Henriques.
Curado.
*
Reliraram ja de Sernache, o juiz:
sr. Raul de Freilas Cardoso Araujo
e o sr. José Holbech Castelo Bran-
to, que estiveram fazendo uma sin-
dicancia ao Instiluto de Missões.
Coloniais.
*
Aniversarios
Fazem anos:
No dia 7,
O sr. Izidoro de Paula Antunes.
No dia 9,
O sr. David Mendes Leitão Serra.
No dia 14,
A menina Julieta dos Silva.
E no dia 15, 0 sr. dr. Joaquim Hen-
riques de Almeida. )@@@ 1 @@@
PROGRESSO BEIRÃO s
VIDA DESPORTIVA : “e “” Eleições EXPEDIENTE |
FOOT-BALL
EALIZOU-SE no dia 1.º de
– À Dezembro uma interes-
sante festa no Instituto de Mis-
sões Coloniais, em’ que teve lo-
ger um «match» de «foot-ball»
entre as «équipes» do Atletico
Club de Sernache do Bomjar-
dim e o Grupo Sportivo Insti-
tutó Colonial.
O encontro que de ha muito
“vinha sendo esperado entre as
duas «équipes» amigas, foi dis-
putado com o mais vivo inte-
rêsse.
Ao encontro assistiram O sr.
director do [. M. €., todo-o
corpo docente c muitas sgnho-
ras e cavalheiros de Sernache.
Antes de iniciar o jogo foram
os dois «teams» saudar o sr.
direcior do 1. M. C. dr. Arnal-
do Ubach:
Em seguida iniciou-se o jogo.
Fez-se no geral máu foot-ball,
só desculpavel se atendermos
à actual má forma, por falta
de treino, do Colonial, e ao for-
te «handicap» com que o Atle-
tico se apresentou em campo,
com a falta-de quatro dos seus
melhores jogadores: Jorge Mar-
çal, José Girão, Victor Santos
e Antonio de Queiróz e Mello.
Salvou-se apenas a linha avan-
çada do Colonial e principal-
mente a defeza do Atletico, que
algumas fazes correctas e bem
interessantes | proporcionaram.
A defeza do Atletico teve um
trabalho extenuante durante
grande parte do encontro, ten-
do os seus «backs» desenvolvi-
do um jogo que por vezes foi
sem duvida brilhante.
Antonio Guimarães, «cap-
tain» e «back» direito do Atle-
tico teve uma grande tarde de
gloria, que decerto com sauda-
de lhe teria feito recordar as
suas tardes de victoria como
jogador do Colegio Moderno
de Coimbra. Foi o homem da
tarde, o melhor muitos «fúros»
acima, de todos os jogadores
em campo.
Do Colonial o ataque: bem,
como já disse. A” defeza ape-
nas Cabral se salvou.
O desafio terminou com o
resultado 2-1 a favor do Colo-
nial, mas o empate 1-1, melhor
traduziria o jogo, se atender-
mos mesmo a que o Colonial
só nos ultimos segundos do jo-
go conseguiu o desempate que
se mantinha desde o inicio do
jogo. A bola do Atletico foi
marcada pelo seu avançado-
centro Armando Antunes a pou-
cos minutos do inicio do jogo.
Pouco depois marca o Colonial
com um «tiro» de Araujo a 3
metros: das rêdes. A 2.º bola
do Colonial foi ainda marcada
por Araujo, quasi no final do
jogo, e resultante duma má saí-
da do «keeper» do Atletico.
Pelo Atletico jogaram:
– Gil Marçal; Antonio Guima-
rães, csp., Ernesto Augusto;
Ruy Biscaia, José Augusto, Fe-
DESPEDIDA
Sendo coagido, pela sua adian-
tada miopia, a aposentar-se, e,
resolvendo ir para Lisboa afim
de continuar a educação de seus
filhos, vem por este meio, em-
quanto o não faz pessoalmente,
despedir-se de todas as pessoas
com quem, durante anos, convi-
veu neste concelho.
Entre essas pessoas justo é sa-
lientar as ilustres direcção do
Instituto e professorado do seu
liceu anexo, e todo o demais pes-
soal que trabalha no dito Insti-
tuto. A todos agradece reconhe-
cido as deferencias e provas de
estima que fizeram o favor de
dispensar-lhe, desejando-lhes e a
suas ex.”** familias, todas as ven-
turas que bem merecem e pondo
à sua disposição em Lisboa o seu
fraco prestimo.
Sernache do Bomjardim,
20-X1-925
Hermínio J. Quintão
lix; Artur Serra, José Marques,
A. Antunes, José Soares.
Pelo Colonial:
Artur Pereira: Corrêa, Fer-
nando Cabral; Moura, José da
Silva, Santos Almeida; David
Corrêa, J Esteves, C: Serra, J.
Albuquerque, cap., A. Araujo.
Do Atletico:
Guarda-rêdes: Deslocado e des-
conhecedor do lugar. Gil Marçal,
cumpriu. As duas bolas que so-
freu, só da 2.º foi um pouco cul-
pado. À 1.º não tinha defeza.
Os Defezas: Optmos os dois,
especialmente (Guimarães, de
quem já falamos. Foi incansavel
e brilhante.
Ernesto Augusto : uma bela co-
locação, muita serenidade, ex-
plendido «shoot». Esteve á altu-
ra do seu companheiro e foram
decerto os melhores homens em
campo.
Os meias-defezas: Muito fracos
todos. Salvou-se um esforço ou
outro de José Augusto.
Os avançados . Muito mál. Ape-
nas José Marques e Armando
Antunes procuraram cumprir.
Do Colonial:
Guanda-rêdes: Salvou-o a fal-
ta de ataque do Atletico. Um
«furo» completo. Muitos nêrvos,
pouca sciencia, nenhum treino.
Defezas: Correia muito abaixo
dos seus creditos. Muito destrei-
nado. Cabral fráco a principio,
reabilitou-se depois.
Meias-dejézas: Frácos todos.
José da Silva numa má tarde,
jogou mal. Esteve muito abaixo
tambem dos seus créditos.
Avançados; (Os melhores do
«ouze». Entenderam-se razoavel-
mente. Só- foram prejudicados
por um pouco de pessoalismo de
Araujo.
%*
* *
A arbitragem de Santos Mo-
reira do Colonial : imparcial, mas
| pouco energica. Serviu.
Swing
Pelo apuramento a que se proce-
deu, no dia 29, nos Paços do Gon-
celho, a nova vereação municipal
ficou composta pelos srs: dr. Albano
Lourenço da Silva, Alfredo Victo-
rino da Silva, Antonio da Costa,
Antonio Farinha, Leitão, Antonio
Nunes da Silva Mata, Carlos Fer-
reira David, Daniel Bernardo de
Brito, Demetrio da Silva Carvalho,
padre Francisco dos Santos e Silva,
Izidoro de Paula-Antunes, Joaquim
Lopes Cardoso, padre João Martins,
José. Goncalves Rei, José Tavares
WMouta e padre Manuel Martins.
ESSE RS ia
Missões Civilizadoras
Teem estado em Sernache os srs.
Eduardo José Fernandes Pêgo, a-
gente de civilização na missão Ca-
mões em Moçambique e José Sal-
vado de Barros, chefe da Missão
Capelo e Ivens, na Calunda,; Moxi-
co, Angola.
Os nossos afectuosos cumprimen-
tos.
=
«LG
[Carreira de camionetes
As carreiras de camionetes da
Empreza Viação Pedroguense Li-
mitada, desde o dia 3 que são a-
penas, ás 2.º 3.º e sabados, sain-
do; desta vila ás 8 horas.
ERIPA SÊCA
Antinio Martins da Silva
| TH ALFERRAREDE —
Depositario duma das mais im-
portantes casas do paiz importado-
ra do genero, vende pelo mesmo
preço de Lisboa e Porto, mercado-
rta posta nesta estação.
Os revendedores não devem fe-
char seus fornecimentos Sem con-
tar novos preços…
ANTONIO AGOSTINHO
– FIGUEIRÓ DOS VINHOS
o CRIMBECES
Negociante ambnlante de
fazendas de la.
Grande sortimento de fazendas
para fatos, sobretudos de homens
e senhoras. |,
Borel especial para capas
alentejanas
Compra ou troca
lã por fio ou por fa-
zendas.
Encontra-se todos os domingos
no Mercado Bittencourt em Serna-
che do Bomjardim.
Explicador
Explica todas as cadeiras atê ao
>.º ano excepto Latim.
Aulas em curso ou por aluno.
Diz-se na redacção.
Principiamos já a fazer a co-
brança das assinaturas e vamos
mandar para o correio a cobrança
que, por essa via, temos de fazer.
Chamamos a atenção dos nossos
estimados assinantes para este fa-
cto, afim de não deixarem devol-
ver os recibos que importa sem-
pre em grave prejuizo.
ASSINATURAS — Para o Conti”
nente e Ilhas, série de 12 nume-
ros, 4880. Para as Colonias, série
de 24 num., 15500. Estrangeiro”
série de 24 núm., 20800. (Paga-
mento adiantado). Núm. avulso 840.
ANUNCEO
(2.º publicação)
ELO Juizo de Direito
da comarca da Certã
se acha aberta a correição
por trinta dias, que começa
em trinta do corrente mês e
termina emtrinta do proximo,
dos serviços Judiciais, desta
comarca e respectivos julga-
dos; podendo no mesmo pra-
zo serem feitas quaisquer quei-
xas ao Juiz da Comarca dos
funcionarios sujeitos á mes-
ma.
Certã, 19 de Novembro
de 1925.
O Escrivão, — José Nunes
Verifiquei.
O Juiz Substituto, — Anto-
nio Ildefonso Victorino da
Silva Coelho.
ANTIGUIDADES
FAMILIAS E VARÕES ILUSTRES
DE SERNAGHE DO BOMJARDIM
E SEUS CONTORNOS
POR
Candido Teixeira
Acaba de ser publicado o 1.º volume
desta obra que muito interessa não
só ao concelho da Sertã mas tambem
aos de Vila de Rei, Proença a Nova,
Oleiros, Pedrógão Grande e Figueiró
dos Vinhos. Neste 1.º volume são des-
critas as genealogias das principais
familias desta região, todas documen-
tadas e recheadas de varias notas e
antiguidades devéras interessantes,
Chama-se a atenção não só dos mo-
radores desta região mas tambem de
suas Camaras Municipais para que
adquiram a obra. Mal se compreende
que todos ignorem a historia de suas
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pressão em formato 8.º |
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