Progresso Beirão nº3 08-11-1925
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“sr, David Serra tambem enderes-
Certã, 8 de Novembro de 19%
amos 8 imprasDO nas Oficinas Escolas.
INSTITUTO DE MISSÕES COLONIAIS
Deputados
DR.
ANTONIO
BR.
QUINZENARIO DEFENSOR DOS INTERESSES REGIONAIS
DIRECTOR E EDITOR:
enc] Ro
Carlos dos Santos e Silva
do
ANTORIO PINTO BARRIGA,
AUGUSTO
PELA PÁTRIA E PELA. REPÚBLICA
Repação, E ADMINISTRAÇÃO |
Republicanos: do (Circulo n.º
Sernaçhe do do Bomjartim paineis
Propriedade da Empreza oza PROGRESSO BEIRÃO
2]
Independente
RODRIGUES, do Partido Republicano Português
PEDRO GOES PITA, do Partido Nacionalista
Posse do novo Administrador do Ins-
tituto de Missões Coloniais
o-dia 30 de Outubro findo
tomou posse do logar de ad-
ministrador, interino, do Instituto
de Missões Coloniais o nosso pre-
sado assinante e amigo sr. dr.
Joaquim Henriques de Almeida.
-A posse, que foi bastante con-
corrida pelos seus amigos, foi-lhe
conferida pelo ex.Ӽ sr. dr. Ar-
maldo Ubach, director do mesmo
estabelecimento do Estado, depois
de lido o auto de posse e o novo
administrador ter prestado o de-
vido compromisso de honra.
O sr. dr. Ubach, em breves
palavras, felicitou o novo admi-
nistrador fazendo sinceros vo-
tos para que a sua administra-
ção fosse brilhante e fecunda, pa-
ra engrandecimento do Instituto
de Missões.
Disse que tendo-lheo sr. Hermi-
mio Quintão oficiado pedindo para
ser substituido no cargo de ad-
ministrador do Iastituto, por ter
sido dado por incapaz de todo o
serviço, pela Junta Medica das
Colonias, nomeara interinamente
para esse cargo, o sr. dr. Joaquim
Henriques de Almeida a quem,
por indicação do Directorio do
P. R. P.,já tinha proposto ao sr.
Ministro das Colonias para a efe-
«ctividade desse cargo.
Falou em seguida o sr. dr. Oli-
veira Gomes felicitando o nomea-
do e dizendo que muito esperava
do sr. dr. Almeida porque, para
“haver boa administração é preci-
so haver bom administrador. O
-sou as suas felicitações ao no-
smeado a quem elogia pela sua
Healdade e qualidades de caracter
= a quem os seus amigos, mui
justificada e expontaneamente, vi-
-eram trazer, com a sua presen»
“ga, a prova de quanto.o apreciam,
“Tinha de fazer ali a declaração
«de que, quem indicou o nome do
se. dr. Almeida ao Directorio do
AS URNAS VÃO FALAR
hoje que o povo português vai dizer nas urnas qual a
orientação que deseja nos negocios publicos do País,
qual a politica que quer que se faça e se siga.
E?, como já dissemos, uma hora de grandes responsabi-
lidades. Desses quadrados dé papel branco que se deitam
na urna dependem os destinos do País.
Vão ser eleitos os deputados que hão de constituir a no-
va Câmara de Deputados e os-senadores que hão de subs-
tituir Os que, nos termos da Constituição, terminaram o seu
mandato. Nas suas mãos, durante os três anos proximos,
se entretanto não fôr dissolvido o Parlamento, ficam de-
positados os destinos da Patria; eles farão as leis, votarão
as receitas e as despesas, fiscalisarão os actos dos gover-
nos, farão a guerra e a paz, etc., e as suas decisões a to-
dos obriga e contra elas não é licito, legalmente, proceder.
Não estamos escrevendo para os letrados; esses não ne-
cessitam de tão comesinhas explicações de direito constitu-
cional. Falamos para o povinho; para esses que vão junto
das urnas levar o seu voto com uma inconsciencia deplora-
vel sem bem compreender a grandeza do acto que prati-
cam.
Devia ser um acto sagrado em que o Povo, muito cons-
cientemente, fizesse resplandecer a beleza moral do seu ci-
vismo, o amor ao torrão que lhe foi berço e a esta Patria
que é o nosso orgulho pela grandeza incomparavel da sua
historia e pela beleza do seu clima.
Foi esse sem duvida o intuito do legislador, não conce-
dendo voto aos analfabetos, mas esse intuito ficou frustra-
do porque os que sabem ler, na sua maioria, não são mais
conscientes do que os analfabetos, porque não teem o cul-
to do civismo, dos ideais e da justiça; não lhes importa se
os governos são justos, honestos, maus ou delapidadores.
Era assim na monarquia é assim é ainda — doloroso é
confessa-lo — no actual regime e assim ha de ser emquanto
se não instruirem e educarem as massas populares, na ver-
dadeira compreensão dos seus deveres cívicos.
E? por isso que nem sempre os Parlamentos, em Portu-
gal, representam a opinião publica.
“E” por isso que, como da ultima legislatura ouvimos
queixarem-se de que eles não satisfazem as necessidades
instantes do; País e-que só lhes interessa a poligam de cor-
rilho e os interésses de fação.
“Como evitar isto?
IP. R. P, para este cargo, fôra a
Comissão politica desse partido,
de que: faz parte, facto que o sr.
dr. Almeida tinha ignorado até ao
Muito simplesmente. Ir votar nos dandidá des que em
consciencia nos pareçam mais capazes de defender os nos-
sos interesses e a dignidade da Patria.
As nossas Colonias
Nem sempre injustas são as
apreciações que lá fora se fazem
á nossa acção colonizadora; al-
gumas vezes tambem nos fazem
justiça, agora mesmo, pessoa
amiga nos ; chamou a atenção pa-
ra um artigo publicado no mês
findo em El Sol, de Madrid, em
que elanos é feita é que, com a de-
vida venia, transcrevemos daque-
le importante diario madrileno,
mercê do nosso colaborador Gil
Marçal que o passou a vernaculo.
As Colonias Portuguesas
«Um artigo do nosso colaborador D.
Fernando de los Rios chamou a aten-
ção hespanhola para a sistematica.
ofensiva empreendida contra a colo-
nização portuguêsa em Africa. Essa
campanha toma como pretexto o regi-
men de trabalho obrigatorio a que es-
tão submetidos os indígenas dos do-
minios africanos, deshumano e degra-
dante segundo propalam certos perio-
dicos em informações de duvidosa ori-
gem.
Na propria Sociedade das Nações se
levantou Robert Cecil a protestar con-
tra esse sistema tão mal qualificado.
O sr. De log Rios suspeita que, debai-
xo dessa mascara de humanitarismo
esteja a cobiça das grandes potencias.
Já anteriormente à guerra europeia
se fez um acordo anglo-alemão que
dividia a Africa portuguêsa em esféras
de influencia destinadas a uma é ou-
tra das contractantes, que então re-
Ê
partiam quasi por inteiro a parte sul
do contimente africano.
Após a guerra travou-se uma secre-
ta lucta diplomatica 4 volta das colo-
nias portuguêsas, acompanhada duma
ofensiva publica parecida com a ae-
tual, que justificasse o despojo emi-
nente. Tratava-se de fazer um novo
mapa-mundi, uma distribuição de ter-
ras; depois de muito esforço, Portu-
gal conseguiu conservar sem diminui-
ção o tesouro das suas colonias. Não
detalhamos outras muitas sugestões
para ceder, permutar ou vend er fachas
riquissimas de terreno. A maior sur-
preza dos portugueses é que tenha
sido um representante da Inglaterra
ue levou perante a Assembleia das
ações esse protesto. Ef bem conhe-
cida p intimidade de relações entre os
dois’paizes, desde 1661, em que Car-
“| los! prometeu «defender o reino de
Portugal e todos os seus dominios. co-
mo se fora a propria Inglaterra, com
todas as suas forças de terra e mar
contra os seus inimigos». Contra o
ataque de Lord Cecil respondem os
e
e@@@ 1 @@@
e
dia. anterior-e que muito o con-
arariou. Tinha sido uma pequena
– draição, que sem duvida, êle lhes
desculpará.
* O sr. Francisco Teixeira em
nome da Comissão politica do P.
R. P. 2! disse algumas palavras
de felicitações e fez suas as pala-
vras do orador precedente.
O sr. dr. Henriques de Almei-
da, agradeceu as referencias elo-
giosas que o director do Institu- |
to de Missões Coloniais e os ou-
tros oradores lhe dirigiram, pro-
metendo áquele a sua leal e es-
forçada cooperação no cargo pa-
ra que o nomeou, para O progres-
so é engrandecimento daquêle es-
tabecimento de educação-que à
digna direcção de s. ex.º tinha si-
do confiado pela Republica.
Agradeceu tambem, penhora-
dissimo, a todos aqueles que o
honraram dignando-se vir assistir
á sua posse.
Ao acto estiveram presentes,
alem do sr. dr. Arnaldo Ubach e
Antonio Luis Ferreira, respecti-
vamente director e secretario do
Instituto de Missões Coloniais, os
professores srs. dr. Oliveira Go-
mes, dr. Eurico de Almeida, dr.
Carlos Martins, dr. Correia Nu-
nes, mr.Benjamim da Silva, Ma-
nuel dos Santos Antunes, David
Serra, Antonio Mata, Antonio Pe-
.dro da Silva, Alfredo Vitorino,
Antonio Coelho Guimarães, José
David da Silva, Carlos Santos,
Jaime Ventura, Antonio Paiva,
Francisco Laranjo de Oliveira,
“Francisco Teixeira e José Vaz
Serra Rebordão.
Dq
Recebemos do nosso presado
amigo e colaborador, Gil Marçal
a seginte carta:
Meu caro amigo e sr. Director
Honroi-me v. com uma cita-
tação especial no Progresso Bei-
rão, acérca da novela que nêle
vem sendo publicada e que é da
“minha modestissima aucioria. A-
gradeço-lha. bem sinceramente,
amas impõe-seime o dever de o.es:
clarecer n’um ponto.
Eu não sou como v. parece su;
– por, um adepto ou sequer um
admirador fervoroso da velha
rescola romantica. E” certo que
“não a condêno como tantos outros
em absoluto. Reconheco-lhe os de-
feitos, mas aprecio-lhe; tambem
as virtudes, que não são tão pou-
cas. Crêr-mé no entanto, em cul-
tos do romantismo, seria uma |
vaidade ridicula !…
– Quanto ao que escrevi é de
“resto, um producto absolutamen-
te de imaginação sem existencia
alguma rial, e que portanto na-
da tem de sentimento pessoal.
Compreende que à minha ima:
ginação é que eu não posso opor
um dique…
Seduz-me é facto, a novela co-
“mo genero hierario; mas a no-
vela com um pouco de sentimen-
to romantico. E” que a mopvela
tem que ser mesmo assim. Veja
para isso a obra do brilhante e
moderno novelista Julião Quinti-
aha, que lá encontrará bastassi-
(Sogue na 3.º pagina)
PROGRESSO BEIRÃO
“ONDE VAXSD!
Onde vais na pujança dos teus anos,
Olhos fitos no sonho?! ái, visionarios!…
O mundo é de ilusões, é mar de enganos,
A vida é Babilonia de calvarios!
==Não sei ao certo. .. deixo os patrios láres
Para fugir, assim, á morte ingloria! —
—VYou correr mundo, atravessar os mares,
Alma abraçada ao pedestal da Historia.
Como pode haver força que te leve
o teu país a terras tão distantes?!
—A. vida é sonho passageiro, breve,
Horas fugindo em galopar de instantes!
=Leva-me a febre de lutar, vencer
No fervilhar de indómita labuta,—
—A sêde insaciavel de viver…
Jamais morreu a alma de quem luta!
«Que destino te arrasta, leva e guia
A? duvidosa luz do Encoberto,
Numa atração de encanto e de magia,
Sedutora miragem num deserto?!
= meu destino é grande, austéro e forte—.
Um gigante de forças sobrehumanas,
Que me ensinou a amar a propria morte
Nas remotas paragens africanas !
O teu destino é um misterio, em suma,
Nuvem de -pó que o vento arrasta e leva…
A ideia de viver desfáz-se em bruma,—
A morte vem, tudo se envolve em treva!
==A morte é vida baptisada em pranto;
Que a memoria dos mortos nos conduza. …
Sobre nós páira o brado sacrosânto
Do valor ancestral da raça lusa! —
—Raça que foi no mundo quanto quiz,
Respeitada na páz, forte na guerra;
Pôvo que encheu de gloria o meu Pais,
Que’ soube dar valor á minha terra!
Raça que encheu de assombro o Universo
Chegando até ás Indias dos misterios
Que o imortal Camões cantou em verso;—
— Raça que sulcou mares fundando imperios!
Povo cujo valôr’ a todo o mundo
Chegou, em halos rútilos de luz; E
— Que, revolvendo o seio ao mar profundo,
A’s terras arribou de Santa Cruz!
e
Portugal não morreu, não morre nunca,
Surjam, embora, pedregosos trilhos!
Se estranhas ambições têm garra adunca
Portugal inda tem valentes filhos!
Teu filho sou tambem, País amado! —
Deixar o lar, os meus… que importa isso?!
Olhos fitos na gloria do Passado
Sigo p’ro Ultramar em teu serviço.
Manuel Correia da Silva
Agente de Civilização
A Republica, como regime democratico queé, poderá
ter deficiencias, faltas e temr-nas, sem duvida, mas dentro
desse regime tudo se pode remodelar e aperfeiçoar porque
é o regime do povo pelo povo. 2 OL 4
Devemos, pois, levar hoje os nossos votos aos candida-
tos republicanos, aos que em nossa consciencia melhor o
mereçam e melhor nos possam representar na legislatura
que principia no dia 2 de Dezembro proximo. ]
A’s urnas. <- !
Viva a Republica.
a
portugueses assinalando por sua vez:
as condições de trabalho dos indíge--
nas da Uganda, obrigados a cultivar o-
algodão. : F
E mostram em seu favor o Regula--
mento Geral do Trabalho dos Indige-
nas das Colonias Portuguesas, o qual
foi classificado de «modelar para qual-
quer pais colonial». Ainda podiam os
portugueses apresentar em som de re-
plica o «imposto de sangue», que pa-
gam algumas colonias africanas a.
grandes potencias europeias. Salien-—
tava o sr. De los Rios o facto de Por-
tugal ter concedido representação par-
lamentar às gentes de côr, é ainda po-
dia acrescentar que já em meiados do
seculo XVIII permitia que fizessem.
arte do exercito e estudassem na.
niversidade de Coimbra, outorgan-
do-lhes em seguida o direito de cida-
dãos. De certo não existe nenhuma-
nação em que os coloniais tenham
tanta e tão antiga participação na vi-
da da metropole como em Portugal.
Não precisavam os portugueses ale-
gar, como lemos nos seus jornais, que
o trabalho obrigatorio—em certas con—
dições estabelecidas no citado regula-
mento — é menos repugnante que a
ociosidade barbara em que viveriam
os indígenas, e que sem trabalho não:
pode existir riquesa, nem tam pouco-
cultura nas colonias. Bastariam os da-
dos anteriores e a suspeita do verda-
deiro movel da campanha, para a jus-
tificação dos nossos visinhos, sem fa-
lar na creação do Brasil, que acredita.
a sua capacidade colonizadora.
Esta tentativa contra as colonias
portuguesas desperta o nosso interes—
se talvez porque nela vemos a forma-
ção de um ambiente semelhante ao-
que se creou à volta da obra coloni-
zadora da Espanha.
As colonias portuguesas são para.
Portugal — como diz um jornal de Lis—
boa— a sua razão de existencia como-
nacionalidade, base do seu lugar no
concerto internacional. E alêm disso,
são — depois de perdidas as nossas —
o unico resto, a unica sobrevivencia,
da grande obra do descobrimento e
civilização realizada ao mesmo tempo
pelas nações ibéricas. No fim de con-.
tas, nós tivemos ainda a sorte de,.
n'uma maneira geral, as nossas colo-
nias, perdendo-se para nós, sé ganha-
rem para si mesmas. Não passaram a..
outras mãos, sem que das nossas sais—
sem convertidas em nações e Estados.
que pertencem e continuarão perten-
cendo pela sua lingua á orbita da nos-
sa cultura. Da mesma forma Portugal
formou o Brasil e está modelandos
muitas das suas colonias, mercê da-
quele cruzamento de vida de que fala-
mos a principio. O que levará a cubi-
“ça de outros [paizes às celonias que
ep
Portugal cria à seu modo com «traba-
lho largo e dificultoso? ;Poderá ser
util à obra civilizadora a mudança de:
umas para outras mãos, e o que isto
encerra de mudança no modo de vi-
ver geral?
Desejamos ao país visinho que quan-.
do as suas colonias se apartem seja.
para viver independentes, como filhos:
de maior idade, e não para cair debai—
xo: dum dominio desconhecido, como»
escravos».
———— adia ED E——————
ENTONIO AUGUSTO RODRIGUES
Tem estado entre nós este nos-
so presado amigo tratando da
sua eleição para deputado, como»
candidato do Partido Republica-
no Português. Estamos certos:
que a sua eleição muito poderá
beneficiar esta região não só pe-
lo conhecimento que tem das suas
necessidades, adquirido no largo-
tempo que entre nós: viveu, mas
tambem pelas relações de amisa-;
de e de familia que aqui o pren-
dem. É
Bom republicano e bom amigo-
de recomendar é a sua candida-
tura e assim o fazemos com-mui--
to prazer.@@@ 1 @@@
&
“mas produções no genero em
questão. -
De resto, quanto, ao seu consê-
lho, obrigado por ele, que sei ser:
sincero e de amigo. Mas não me
creia desiludido da vida...
De v: amigo, etc.
Sernache, 20 de outubro 925
Gu MarçaL
As nossas palavras, no ultimo
mumero, não tiveram a pretenção
de uma crítica.
A literatura como as artes:
teem as suas escolas e as suas
- epocas, e todas mais ou menos,
teem apreciaveis qualidades e a
escola romantica não é, sem. du-
vida a que menos tem.
“Tambem não tivemos a pre-
tenção de lhe dar conselhos e ain-
da bem que, nas nossas desata-
viadas palavras, viu o verdadeiro
sentimento que as ditou— a sin-
cera estima e muita consideração
«que por si temos.
—————— nro
Por absoluta falta de espaço ti-
vemos de retirar à ultima hora a
secção de «Se assim não é pare-
ce» e alguns anuncios, pelo que
pedimos desculpa.
PROGRESSO BEIRÃO
CARTEIRA MUNDANA
Casamentos
Realisou-se no dia 27 de Outu-
bro, na Certã o enlace matrimo-
nial 0- sr. Joaquim Pires Mendes
com a ex.”º sr.º D. Maria da En-,
carnação Pinto Antunes.
Os noivos, pelos primores da
sua educação e pelas suas boas
qualidades de caracter, são dignos
das maiores venturas. |
O acto civil foi em casa do pai
da noiva, o sr. Manuel Antunes €
a cerimonia religiosa na igreja ma-
triz. Foram testemunhas os srs.
João Pinto de Albuquerque e es-
posa e José Pires e esposa.
Aos noivos, à quem desejamos
uma prolongada lua de mel, en-
viamos 'as nossas felicitações.
*
No dia 29 do mês findo realisou-
-se em Sernache o enlace matrimo-
nial da Ex? sr.* D. Maria das Do-
res Mata Alcobia, filha da sr.?
D. Olimpia da Mata Alcobia, já fa-
lecida e do sr. José Maria Alcobia,
proprietario em Sernache, com o
sr. Silvino Marques Gomes, filho
da Ex." sr.* D. Deolinda da Con-
ceição e do sr. Joaquim Narciso Go-
mes, comerciante em Alcobaça.
Foram padrinhos por parte da
noiva, o sr. dr. Joaquim Henriques
de Almeida e sua espôsa a Ex.” sr.º
D. Laura da Silva Almeida e por
parte do noivoo sr. Francisco Trin-
dade Rodrigues ea Ex.”"*sr.º D.Lau-
ra da Silva Abreu Rodrigues.
A noiva que é dotada de apre-
ciaveis dotes de bondade, de um
temperamento que 'o sofrimento
moldou, saberá fazer uma espósa
modelar, um verdadeiro anjo do
Jar, emquanto que o noivo, por sua
vez, com as apreciaveis qualidades
de caracter que o exornam será
um espôso carinhoso e dedicado,
desfazendo assim o injusto ambien-
te creado à sua volta.
São estes Os nossos sinceros vo-
tos. g
Os noivos seguiram, após ao ca-
samento para sua viagem-de nup-
cias.
*
Esteve em Sernache no dia 28
do mez findo em casa do Monsenhor
Benjamim da Silva o Ex.Pº e R.”º
Snr. D. José Alves Martins, Bispo
ide Cabo Verde.
*
Esteve entre nós o nosso presa-
do assinante, o sr. Alberto Carnei-
ro, viajante da casa Sociedade de
Vinhos Borges & Irmão, do Porto.
"8
*
Esteve em Sernache no dia 30
do mês findo o sr. dr. Pedro Pita
ilustre deputádo e leader naciona-
lista e candidato por este ciréulo.
%*
Tem experimentado algumas me-
lhoras o sr. dr. Salvador Ribeiro,
juiz de direito desta comarca. De
visita a s. ex.” encontra-se 'na
vila a-sr.º D: Maria 'dos Anjos Ri-
beiro. Bi
*
Saiu para Lisboa, para consul-
tar a medicina, o sr. tenente Fer-
reira Pinto, comandante da secção
G. N. Republicana, deste concelho.
a
Teem estado. doentes os srs. A.
F. Torres Carneiro e Carlos dos
Santos, da Certa.
*
Regressados de ferias estão en-
tre nós, os srs. dr. Antonio de Oli-
veira Gomes notario em Sernache
e professor do I. M. OG. eo dr.
Hermano de Sande Marinha, pro-
fessor do mesmo Instituto.
E
Gom passagem pelos Carvalhos
regressou de Figueiró dos Vinhos,
o nosso assinante sr. Antonio Dias
de Paiva sub-prefeito do Institut
de Missões Coloniais. a
Ilusão Perdida...
(Do livro em preparação ALEM DA VIDA... E aquin DA MORTE...
de Gil Marçal)
cá éMiss éMisterio
(CONTINUAÇÃO)
sua alma bem sincera e fundamente vencida por aquela
= paixão subita, gotejava agora sangue em fôgo, gotas tão
grandes e tão vivas como os lindos crávos rubros que
à enchiam o regaço de Maria n'aquela encantada manhã
19 de flores...
q E é que não compreendia a rapida transformação
que Maria de Castro operara na sua personalidade. Ele
que fora um «blagueur» impenitente d'aquelas paixões
doentias de colegas e amigos que julgava sempre a curto
YZ prazo, sentia-se agora a enfermar do mesmo mal. E é
Nque em boa verdade não sabia bem o que o prendera as-
sim, n'uma escravidão absoluta de coração « cerebro: se
e os cabelos d'Ela negros como azeviche, cabelos enfeiti-
“ çados de cigana, com uma ondulação suavemente dôce
e desesperadamente tentadora, onde ele sonhava um
À oceano infindo e misterioso d'amor; se os olhos muito
pretos e muito lânguidos, com uma maceração profunda de triste-
za e com uma expressão vága de misterio, a denunciarem bem
claramente o roubo feito a alguma encantada fada mourisca; ou se
fora mesmo aquela boca ardente toda feita de beijos, semelhando
um botão de rosa muito vermêlho a abrir-se n'um sorriso ingenuo
e dôce, deixando ver n'uma fiada muito unida e muito igual o mais
precioso colar de perolas da famosa Gaby!...
Emfim' o que fora não 'sabia, mas que amava era certo. E
como um estranho preságio que lhe passasse pela mente, lembrou-
se então do que léra uma vez n'um livro interessante, Dizia assim
Anthero de Figueiredo:
«Alegrias do Amor! Para onde se vai? Que viagem é essa que
alvoroça o homem e lhe põe o coração em festa? E' a romaria á
Senhora da Alegria e à Senhopa da Doór, pela estrada da Vida e
da Morte!» YA NA hds) ps
Mal cuidou Marcelo, que aqueles amores esperançados que tão
expontanea e sinceramente nasciam na sua alma apaixonada a en-
che-la duma aparente e falsissima felicidade, teriam a sina des-
graçada de trilhar sem uma revolta até, que seria tão legitima, o
mêgro caminho da morté. Porque Maria de Castro, ou porque não
quisesse ou porque não gostasse de facto de Marcelo, não o com-
preendeu nunca, não o atendeu nunca, e ás suas cartas d'amor,
do» +
quentes, febris, loucas, apaixonadas, respondia sempre ou com um
silencio profundo, tumular, inexplicavel, ou com cartas em que
mostrava a posse não dum coração sensivel e delicado de mulher,
mas d'um sarcófago de marmore múdo e frio!
Mulher extraordinaria esta, no entanto: a sua frieza glacial quei-
ma, abraza, destroi e mata!...
E toda aquela indiferença injusta e degradante excitava em Mar-
celo uma paixão mais viva ainda que o aniquilava. Esquecê-la era
impossivel porque aquela mulher, para êle fantastica, tomara-lhe
o cerebro como uma fobia, já agora bendita, de todos os mo-
mentos; resignar:se, ainda menos: era morrer para a ivida, era su-
pliciar-se atrózmente! E por isso não desistia da Felicidade, embo-
ra a soubesse baldadamente tentada! E já sina velha da louca bor-
boleta, . queimar-se alfim, por mais que adeje, na luz forte que a
cegou!...
Entretanto Marcelo, desiludido e vilmente torturado por aque-
les desastrosos amores, vai procurar no turbilhão enorme e escal-
dante da gafáda vida parisiense o remedio que o seu espirito ven-
cido suplicava para aquela malsinada paixão: o esquecimento!
Em Paris onde a vida tem por vezes efeitos de uma hécatombe
ruinósa de miseria, foi tudo e fez tudo: queimou-se! :
Esbanjou a saude como um louco mergulhando em orgias co-
lossais! :
Em cada beijo fremente que dava ás suas amantes, sonhando-a
a Ela sempre, n'uma alucinação pasmósa e embriagante de amor,
deixava escapar-se-lhe generoso, um pedaço mais de vida!
Quando; regressou ás terras benditas da sua velha e querida
Patria, ás serranias amigas da Beira, vinha magro e palido, quei-
mado e gásto: velho aos 20 anos!!!
Viram-no medicos, cercaram-no anceosos- carinhos disvelados
de Mãe, mas tudo em vão» À doença marchava já triunfante e vo-
ráz, e nada houve que fazer-lhe ! :
E depois era vê-lo que metia dó como uma sombra, como um
espectro, tão diferente já d'aquilo que d'antes fôra, não pelas. plani-
cies, que odiava agora as flores como sêres de mau agoiro, mas per-
dido pelos pinhais, pelo cimo dos montes a cuspir a vida em gol-
fadas de sangue rubro e a rir, a rir sempre com desdêm e sarcás-
mo dos que sabia felizes em amores! ê 4
E um dia, em pleno outono, com a ultima revoada de folhas mor-
tas que o vento norte soprando forte levou com arrebatamento pe-
los áres, das arvores do quintal, foi-se mansamenté sem um sus-
piro nem um lamento a alma apaixonada de Marcelo, a rezar bai-
xinho, em segrêdo, n'um murmúrio silencioso e triste de fonte a ex-
tinguir-se.... : «Alegrias do Amor! Para onde se vai? Que viagem
é essa que alvoroca o homem e lhe-põe o'coração em festa? Ea
romaria à Senhora da Alegria e à Senhora da Dor, pela estrada
da Vida e da Mortel!!...» '
Em 27 de Agosto de 925.
Sernache FIMFIM@@@ 1 @@@
amanhã.
4
me
" Foi nomeado professor inférino
do I:M. G.:0 .sr. dr. Sergio dos|'
Reis que deverá tomar posse
%*
Voltaram para Sernache do Bom-
jardim à menina Emilia Rossi alu-
na do 4.º ano do Instituto de: Mis-
sões Coloniais e o menino: Joa-
quim Ferreira Pinto aluno do 2.º
ano,
%
No dia 2 deu á luz uma criança
do sexo feminino a espôsa do nos-
so assinante Leonel da Fonseca.
*
Fizeram anos:
no dia 1 do corrente,
vas.r* D. Emilia Matos, viuva do
sr. dr. Antonio Rodrigues Matos e
Silva,
Aníonio Martins dos Santos,
no dia 2,
asr.* D. Clotilde Judith dos 'San-
tos Serra.
Falecimento
Faleceu no: dia 2 em Lisboa o
sr. dr. José Antunes Pinto, medi-
co veterinario c antigo director e
professor da Escola Superior de
Medicina Veterinaria, que nesta
vila era muito estimado.
A? familia enlutada apresenta-
mos os nossos pesames.
Eleições
Realisam-se hoje em tedo o pais
as eleições para deputados. São
candidatos por este circulo os srs.
dr. A. Pinto Barriga, independen-
te; dr. Angelo Tavares, catolico;
dr. Pedro Pita, nacionalista; dr.
Ernesto Marinha, regionalista; A,
Augusto Rodrigues, democratico e
J. Pereira da Rosa, pela U. I. E.
— Estiveram na Certã para tra-
tar de assuntos eleitorais os srs.
dr. Bernardo de Matos, dr. Almei-
da Garrett, dr. J. Ribeiro Cardoso,
Antonio A. Rodrigues e J. Pereira
da Rosa; e em Castelo Branco O
sr. dr. Ernesto Marinha.
—Foram sorteados no Governo
Civil do distrito para presidirem
ás mesas das assembleas eleitorais
da Gertã os srs. dr. Hermano Ma-
rinha, efetivo e Elias Paula, subs-
tituto; de Sernache do Bomjardim
os ses. J. Gomes da Costa, efetivo
e padre Manuel Martins, substitu-
to; de Pedrógão Pequeno os srs.
Isidoro de Paula! Antunes, efetivo,
e J. Rodrigues Correia, substituto.
Vende-se
Ou arrenda-se uma propriedade
“sita à Salgada, na freguesia de
Sernache, que se compõe de casas,
vinha, oliveiras, terras de cultu-
ra etc. a b
A tratar com Antonio Pedro da
Silva. = BREJO — SERNACHE
Explicações
De francês e algumas outras dis-
ciplinas liciais, a meninas dá senho-
ra Diz-se nesta redação.
"PROGRESSO BEIRÃO
«Progresso Beirão»
EXPEDIENTE
Gonfirmando as esperanças que nos
animaram quando pensamos em lan-
car a publicidade o Progresso Beirio
tevê ele uma aceitação bastante ani-
madora que muito nos penhora e
alegra.
E! possivel que faltas tenha havido
na distribuição dos nossos primeiros
dois numeros e que nos tenhamos es-
quecido de os enviar a alguns amigos
ou' pessoas que desejariam ser seus
assinantes.
Por essas faltas involuntarias pedi-
mos mil aeScu DAS) pedindo ao mes-
mo tempo, a todas as pessoas com
quem elas se tenham dado a fine-
za de se dirigirem ao nosso Di-
reetor para que ele possa previdenciar.
Entretanto, pessoas tem havido que
nos teem devolvido o jornal, depois de
o lá terem um mês e mais e alguns de
tal forma sujos e até untados que não
sabemos como poderam transitar pe-
lo correio,
Melhor fôra que nos dissessem, em
um simples bilhete postal, que não
queriam assinar o jornal.
Era mais bonito. E pelomenos mais
limpo. ç
Vamos em breve, principiar a fazer
a cobrança, pelo correio e por isso pe-
dimos aos nossos presados assinantes
que não deixem devolver os recibos
porque isso nos tausa grande prejuiso.
E? tão pouco !..
Uma empreza desta natureza que
vive do favôr publico que é uma tribn-
na onde todos podem dizer da sua
justiça em termos corretos e dignos,
não é uma empreza para tirar lucros,
porque os seus encargos são sempre
grandes, mas tambem para poder vi-
ver não deve ter graves prejuizos.
José Mannel Martins
Agradecimento
Maria do Sacramento Martins,
seus filhos, nóra, neto, irmãs,
cunhados, sobrinhos e mais fami-
lia agradecem profundamente a to-
das as pessoas que acompanharam
à ultima morada seu chorado ma-
rido; pai, sogro, avô, cunhado e
tio e bem assim a todas as pessoas
que lhes enviaram condolencias. e
os acompanharam na sua grande
dôr.
A todos o seu eterno reconheci-
mento.
ANTIGUIDADES
FAMILIAS E VARÕES ILUSTRES
DE SERNACHE DO BOMJARDIM
E SEUS CONTORNOS
POR
Candido Teixeira
Acaba de ser publicado o 1.º volume
desta obra que muito interessa não
só ao concelho da Sertã mas tambem
aos de Vila de Rei, Proença a Nova,
Oleiros, Pedrógão Grande e Figueiró
dos Vinhos. Neste 1.º volume são des-
critas as genealogias das principais
familias desta região, todas documen-
tadas e recheadas de varias notas é
antiguidades devéras interessantes.
Chama-se a atenção não só dos mo-
radores desta região mas tambem de
suas Camaras Municipais para que
adquiram a obra. Mal se compreende
que todos ignorem a historia de suas
terras natais.
tabelecimente de Francisco Nunes
Teixeira de Sernache do Bomjardim, é
na Drogaria Oriental, n.º 236 da Rua
dos Fanqueiros, Lisboa, ao preço de
Esc. 30500, e tem 1038 paginas de im-
pressão em formato 8.º
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3 SERNACHE DO BOMJARDIN <<
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Enviado da Redacção
PROGRESSO BEIRÃO
QUINSENARIO DEFENSOR DOS INTERESSES REGIONAIS
Redação e Administração — SERNAGHE DO BOMJARDIM
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Ex" Sar.
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