Progresso Beirão nº16 05-09-1926

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QUINZENARIO DEFENSOR DOS: INTERESSES REGIONAIS:
PELA PATRIA E PELA REPÚBLICA
Cerfã. 5 de Setembro de 1926
Composto e impresso na Tip. de O ZEZERE
FERREIRA DO ZEZERE
s
pl

DIRECTOR E EDITOR: , |
Carlos dos Santos e Silva
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO –
“ Sernache do Bomjardim
| Propriedade da Empreza PROGRESSO BEIRÃ
JUNTA “DE FREGUESIA
No dia 28 do mês findo tomou
posse a Comissão Administrativa
nomeada para gerir a Junta de
Freguesia de Sernache que é com-
posta pelos srs. M.” Benjamim
da Silva, Bernardino da Costa e
José Dionisio dos Santos Silva.
————— a DA a
– Falecimento
Quando no nosso ultimo nt
mero noticiamos a doença da in
teressante filhinha do nosso pre-
– sado assinante o tenente sr. Pe-
dro Pinto Ferreira, Ofelia, bem
longe estavamos que tivesse O
desenlace fatal que teve, Foi pa-
ra nós uma surpreza. À infeliz
criança não resistiu aos estragos
da doença e finou-se.
O seu enterro foi uma grande
“demonstração “de saudade e de
quanto é estimado aquele nosso
assinante.
“Aos desolados pais e a toda a fa-
milia enviamos os nossos since-
ros pesames,
Festa da Misericordia
No proximo domingo 12 realisa-se
na Certã, na cerca do Hospital a fes-
ta da Misericordia, com o seguinte
programa:
Ão romper da alva: Abertitra das
festas com girandolas de foguetes e
morteiros.
A’s Il horas: Missa campal por
S. Ex? Revri o sr. Bispo de Cabo
Verde e sermão por um brilhante ora-
dor sagrado.
A?s I& horas: Abertura da Ker-
messe, barracas de chá, café e outras
bebidas, tombolas, descantes popu-
lares e outras diversões.
Distribuição da estampilha come-
morativa da festa da Misericordia,
da iniciativa do “Diario de Noticiasn,
A” noite: Grandes iluntinações por
electricidade e à moda do Minho, fo-
gos de artifício fornecidos pelo habil
pirotecuico desta vilas sr. José Nu-
nes e Silva, leilão de prendas e des-
cantes popularess
Estes festejos serão abrilhantados
pela Filarmonica Certaginense.
Espera-se a visita a esta vila de
um avião.
ASSINATURAS: ,
Continente e Ilhas, série de 12 n.ºS 4580
Colonias portuguesas, s. > 24 » 15800
Extrangeiro; série de 24 na, 20800:
CONTNDA A CAMPANHA! +
Em certa imprensa de Lisboa continua ainda a feroz e impla-
cavel campanha de extermínio contra as Missões Civilisadoras Lai-
cas, muito embora contra elas não tenham podido editar mais, que
os já estafados argumentos, já tantas vezes contestados e rebati-
dos, da sua falta de preparação, de abnegação e de espirito de sa-
crificio. F
Essas qualidades são, no entender dos detratôres daqueles po-
bres Organismos, monopolio dos padres catolicos |
Estas afirmações vimos, mais uma vez, estampadas nas colu-
nas do «Diario de Notícias», no resumo de uma, sem duvida, ex-
tirada carta do sr. José Luiz Rebelo da Silva e, tambem; nas cor
lunas do «Seculo», em uma entrevista com M.º” Pera, que nos di-
zem ser um missionario. distinto, mas que tem feito toda a sua
missão no Padroado do Oriente, agora tão falado, e que apenas
conhece de outiva as missões laicas, os seus serviços e a sua acção:
na grande obra da civilisação do indigena e nacionalisação “dos
nossos domínios africanos, :
Devemos concordar que já é vontade”de ser desagradavel |
O sr. Rebelo da Silva, na sua carta, testemunha mais uma
vez a influencia desnacionalisadora e irritante das missões estran-
geiras, mas absolve desses: pecados as missões estrangeiras catoli-
cas, tecendo-lhes até grandes elogios, simplesmente porque são, .-
catolicas | A á
– Todavia ha muitos-testemunhos insuspeitos e os factos..o tem
demonstrado, que essa absolvição é imerecida. k
– Não fomos’ nós que o afirmamos; são coloniais distintos, go-
vernadores. e, até, prelados catolicos |
Já aqui temos citado alguns e, por isso, nos escusamos de O
fazer agora. –
Refere-se o sr, Rebelo ao espirito de sacrificio e à abnegação
dos missionarios de S. Salvador e compára a sua acção com a dos
missionarios laicos da missão «Candido dos Reis» na Ompanda’
no extremo de Angola. . E
Para termo de comparação, não achou o sr. Rebelo outra
missão laica mais perto da missão catolica de S. Salvador do Con-
go. quasi no extremo norte daquela provincia; sô conseguiu des-
cortinar a da Ompanda que, não sendo. precisamente uma, missão
modelar, é, todavia, uma missão, que-se não tem o desenvolvimen-
to que era para desejar, é isso devido ao meio em que está esta-
belecida e ao abandono, para não lhe chamar perseguição, a que,
como as outras, foi votada desde o seu principio.
Não: negamos aos missionarios de -S, Salvador, como, ainda
não negamos a nenhuma missão catolica, mas portugueza — utili-
dade, abnegação e espirito de sacrificio, mas não podemos tambem
negar às laicas essas qualidades, de que muitas teem dado subejas
provas. ;
Seria uma flagrante injustiça.
-Não longe da missão de S. Salvador ha uma missão laica; a
«Duarte Pacheco», instalada na Damba, perto da Maquela. do
Zombo.. 4
Essa não enxergou o sr. Rebelo. Não a enxergou; ou não a
quizéênxergar, o :
Pois essa missão, apesar de ter sido instalada ha pouco mais
de dois anos e das miseraveis dotações que teem distribuido, tem
já no seu activo uma bem apreciavel obra civilisadora que ninguem
de boa té poderá contestar, E :
(Concle.na 2.º pagina)
Tentativa DE agrassã:
No dia 25 do mez findo, pelas
17 «horas, quando o pessoal do
Instituto: de Missões Coloniais
estava nos refeitorios a. jantar,
estava no seu gabinete, a escre-
ver á- machina, o director d’a-
quele estabelecimento, o sr. Dr.
Ubach, quando. foi surpreendido
pela. entada. inopinada de. Joa-
quim Henriques de Almeida, que
ali ia exigir para que o sr. Dr.
Ubach informasse imediata e fa-
voravelmente um requerimento
que ele ha dias. fez ao sr. Minis-
tro das Colonias para ser no=
meado. Administrador d’aquela
casa e que tinha vindo para ser
informado pelo Director.
O: sr. Dr. Ubach ante tão dis.
paratada.e ousada exigencia, to-
cou a campainha a chamar o
continuo de serviço para man-
dar pôr fóra 0 atrevido visitante,
quando. este, perante a terminan-,
te recusa do?sr, Dr. Ubach aos
seus desejos e certo de que 0
continuo. não apareceria, puxou
de um pequeno cavalo marinho
que. trazia escondido e tentou
agredi-lo.
Este, para. evitar a agressão
iminente, lançóu-se a Almeida
para lhe tirar o cavalo marinho e
‘os dois rolam no chão, sem que
ao barulho e aos brados do sr.
Dr. Ubach, acudisse alguem.
Vendo Almeida que não po-..
dia dominar a sua vitima e na
iminencia de ser ali apanhado
pelo. pessoal; quando. saisse. do
refeitorio, achou. melhor: ir ás
boas e pediu ao sr. Dr. Ubach
que largasse o. cavalo marino,
que ele,—dava a sua palavra de
honra,—ir-se-ia emboragre não
lhe fazia mal e perante a recusa,
dele, procurou falar-lhe ao senti-
mento lembrando-lhe. que fôra
ele e David Serra os unicos que
tinham ido ao funêral de-seu pai, –
O extratagema sortiu efeito
porque o sr. Ubach soltou O ca-
valo. marinho. e Almeida saía
‘apressadamente do gabinete da
Direcção levando uma manga do
casaco. rasgada, vindo depois a
apurar-se que arrombou a porta
da serventia dos alunos para o.
ra :
E
b.
apara o.
ra :
E
b.
a@@@ 1 @@@
liceu, para poder sair e escapar-
se ao corretivo que, sem duvida,
lhe seria aplicado se O pessoal,
conhecedor do caso, ali o apa-
nhasse,
O Director nomeou o sr. Can=
dido da Silva Teixeira, bibliote-
cario, e o st. Antonio Dias de
Paiva, sub-perfeito, o primeiro
como presidente e o segundo
como secretario para abrir inque-
rito e desse inquerito parece es-
tar averiguado que Almeida en-
trou pela portaria para a secre-
taria onde esteve a coxixar com
o secretario interino, David Ser-
ra, que ali o deixon ficar, indo
para a tesouraria, que é no rés
– do chão e no lado oposto aos
claustros, para que se não pudes-
se supór conivencia no caso.
O estratagema não sortiu o
desejado efeito pois parece até
averiguado que o cavalo mari-
nho foi fornecido por David Ser-
ra, porque um cavalo marinho
muito conhecido naquela casa
por ser com ele que aquele fun-
cionario espanca os alunos á sua
guarda; assim como parece es-
tar avetiguado tambem que foi
ele que mandou o continuo jan-
tar a quando o outro pessoal,
para assim o afastar dali,
O facto como é de supor cau-
sou funda indignação em toda a
população e especialmente no
pessoal do Instituto e o sr. Dr.
Arnaldo Ubach tem sido muito
cumprimentado e felicitado, até
por cavalheiros que com ele ti-
nham interrompido relações, por
ter saído incolume do atentado,
A
Agora um pouco de historia:
O sr. Joaquim Henriques de
Almeida, foi professor proviso-
rio do liceu anexo ao I. M. O.,
– durante alguns anos; porem quan-
do o st, Herminio Quintão foi
passado á’ inatividade, ele pre-
tendeu set o seu sucessor, por-
que não tendo podido acabar a
sua formatura, nunca poderia
ser nomeado professor efectivo,
A sua pretenção era muito
legitima, indiscutivelmente, mas
os méios que tem empregado
para a sua satisfação e que não
se recomendam,
Ambicioso e audaz não pre-
tendia o emprego sómente como
meio de vida; queria-o tambem
para lhe servir de pedestal á sua
fortuna e importancia politica,
Após a morte do Dr. Abilio
Marçal foi fazer a sua filiação
oficial no partido democratico e
forjou para aí umas pseudo co-)
missões politicas com os seus so-
cios em uma empreza de cine=
matografo, sem que, para isso,
tivesse ouvido os correligiona-
rios, pelo menos de mais consi-
deração e de mais importancia,
o que deu em resultado o parti-
do perder grande parte dos seus
melhores elementos e já não ter
PROGRESSO BEIRÃO
DATADA À CAMPANHA!
(Continuado da 2.º pagina) :
Tem já uma sucursal no Pombo, Cacuni, para onde foi desta-
cado um dos seus elementos mais dedicados e trabalhadores; tem
já largos tratos de terrenos cultivados, tem escolas, internato, far-
macia, oficinas e tem tambem o exemplo da familia civilisada, que
é a base de toda a organisão social e que, digam o que disserem,
é uma grande alavanca da obra civilisadora e moralisadora do in-
digena, que se impõe aos seus olhos pelo mutuo respeito e carti-
nho dos conjuges e pelo amôr dos pais pelos filhos e destes por
aqueles. ;
Nessa missão como em muitas outras, tambem os seus mem-
bros teem. posto algumas vezes os seus haveres ao serviço da sua
grande obra civilisadora e patriotica. Tambem, como os missiona-
rios de S, Salvador, vão pelo sertão dentro dár assistencia medica
ao indigena e atraí-lo ao seu convivio e à sua missão, para fazer
dele um cidadão prestante para a Patria, .
Não, os agentes de civilisação das missões laicas não são «os
mangas de alpaca pontuais na saída da repartição», como o sr.
Rebelo, em um momento de mau humor lhes chamou; são sim, ci-
dadãos dedicados á sua Instituição e á sua Patria, cheios de fé no
seu glotioso futuro e dotados de uma grande abnegação e de um
grande espirito de sacrificio, para quem as horas de expediente na
sua repartição são todas aquelas que o relojio conta e a sua re.
partição é todo o espaço até onde ele pode fazer chegar a sua in-
fluencia civilisadora e a sua obra patríotica.
Querem por ventura/maior espirito de sacrificio que o demóns-
trado pelo pessoal da missão «Luziadas» atirada descaroavelmente
para uma região pauperrima do Alto-Cassai, sem recursos e sem
protecção, a milhares de quilometros do litoral e que agora viu as
suas instalações e haveres incendiados pelo gentio revoltado e se
lá não foram trocidados devem-no à lealdade de um soba que os
ha mais tempo a eles se deve.
mais perto,
que lá temos a fazer.
das Juntas de Freguezia.
Essa comissão politica mane-
jada por ele, recomendou ao Di-
rectorio daquele partido o seu
nome para Administrador do Ins-
tituto, que por sua vez O reco-
mendou ao actual Director.
Este funcionario quando assu-
miu o seu cargo, era inexperien-
te e desconhecia as praxes bu-
rocraticas e as varias leis que as
regem e que regem o Instituto,
Precisava por isso amparar-se a
pessua, que o podesse orientar,
mas por infelicidade sua, foi-lhe
apresentado por pessoa intirna
de sua familia, para esse efeito
o Prefeito daquele estabelecimen-
to David Serra, colega e socio
de Almeida que trataram de im-
primir as suas melhores suges-
tões para bom exito das suas
ambições.
Assim, Almeida conseguiu que
o Director o nomeasse interina-
mente e o proposesse ao Minis-
tro, para o logar de Administra-
dor, onde, com o seu feitio atra=
biliario cometeu toda a serie de
tropelias, chegando até a fazer
“imprimir e pôr em execução um
podido obter maioria nas ultimas | regulamento interno sem conhe-
eleições da Camara Municipal e | cimento certo do seu superior,
avisou para que se retirassem nessa noite, o que eles fizeram. |
Essa revolta tinham eles previsto e ha mais de um ano fize-
ram sciente ás auctoridades, que fizeram ouvidos de mercador ou
talvez se rissem até desse aviso, Pois se essa revolta não rebentou
Para lá não foram nem vão as missões catolicas. Ficam cá
O que o st. Rebelo pode ter a certeza é de que ainda que
mandemos para lá todas as missões catolicas e laicas que possamos
arranjar, elas serão ainda poucas para a grande obra de civilisação
centralisando em sas mãos to-
dos os serviços daquela casa e
procurando subalternisar-lhe as
funções do Director a quem al-
gumas vezes levaram a praticar
actos menos legais e regulares,
que profundas arrelias e desgos-
tos lhe causaram.
A repartição: da contabilidade
do Ministro das Colonias é que
não concordou com aquela no-
meação ilegal e não auctorisou
o pagamento de vencimentos.
A Almeida não convinha largar
o logar—-ele é bem mau e pro-
curou por todas as formas con=
serva-lo, até mesmo como sim-
ples contratado para fazer a es-
crituração.
O Conselho Superior de Fi-
nanças não autorisou esse con»
trato e Almeida depois de algu-
ma relutancia e a muito custo
la saiu do Instituto e foi para
Lisboa para acabar a sua forma-
tura em direito segundo infor=
mava, mas que quando viesse,
dizia, seria para Director e não
para Administrador.
Em Lisboa procurou por to-
dos os meios que o Directorio
do seu partido, fizesse dimitir o
sr. Dr, Ubach o que não conse-
Carteira Mundana
Com sua espôsa e filha ses
guiu para a Fieneira da Foz
o st. Adolfo Ferreira de Lima.
—pPara Lisboa partiram os
srs, João Carlos de Almeida e
Silva, Isidoro de Paula Antus
nes e Bernardino da Costa
Moreira que vae embarcar pa
ra Fernando Pó,
—Da Beira, Moçambique,
regressou com seus filhos a
srº D. Maria do Ceu Bescaia
Godinho esposa do nosso ami-
go sr. Cipriano Correia Go-
dinho. É
—Regressou do Gerez o st.
Libanio Vaz Serra.
—Regressaram tambem a
Sernache os srs. Dr. Jaime
Agostinho Pereira e Alfredo
Vitorino.
—Com sua filha D. Irene
Ferreira seguiu para Lisboa o
sr. Carlos Antonio Ferreira.
—Saiu para Lisboa o distin-
to violinista sr. Alejandro Car-
bonell.
ANIVERSÁRIOS
No dia 1: Dr. Arnaldo Cha-
ves Ubach, director do Institu-
to de Missões Coloniais.
—No dia 8: srs. Carlos An-
tonio Ferreira e Adrião Anto-
nio dos Santos.
—No dia 16: 0 sr. Bartolo-
meu Marcelino.
—No dia 18: o sr. Jaime
Ventura Nogueira.
—No dia 20: o sr. Bernar:
dino da Costa Moreira.
Comissão de inquerito
No Diário do Governo saiu já
a nomeação da comissão de in-
querito ao funcionamento, admi-
nistração e serviços do Instituto
de Missões Coloniais, que é pre-
sidida pelo sr, Comandante Car=
los Pereira.
Ci eo
guiu, até que veio o movimento
de 28 de Maio dár-lhe um pou-
co de esperança.
Procurou chegar-se à nova si-
tuação conseguindo até fazer-se
apresentar a Uma pessoa de fa-
milia do sr, General Gomes da
Costa e alto funcionario e rela-
cionar-se com amigos do st. Mar=
tins Junior, chefe radical, mas o
sr, Gomes da Costa foi afastado
do Governo e essa esperança
ainda falhou mais uma vez.
Por isso virou de rumo; ape-
sar de aqui se dizer democratico,
lá andou a bordejar em redór da
nova situação onde ilhe sugeri=
ram que fizesse o celebre reque=
rimento que veio para o Direc=
tor dár a-sua informação como
é de lei e que deu motivo á
agressão.
E” bem certo que a ambição
desmedida como a raiva, cegam.am.@@@ 1 @@@
Se assim não é parece
Que os calores do mez de Agosto
causaram grande tensão de nervos;
—Que fez brotar uma nova fama
de tesos e valientes;
— Que dois membros da já celebre
comissão política do P. R. P. fize-
ram queixas do Director do 1. M. C.
ao Directorio d’aquêle partido;
—Que o acusaram de perseguir
correligionarios porque não quiz con=
tinuar a comprar-lhes os couros e o
oleo alimentar; :
—Que só assim procedeu, aquele
funcionario, wa defeza dos interesses
do Estado que lhe estão cosfiados;
— Que nunca pensaram que esse
“documento viesse parar às mãos das
quele funcionario;
— Que muitas coisas diremos sobre.
o assunto e analogos, para identifica-
ção das gentes;
— Que nos falta hoje o espaço, mas,
ainda assim diremos;
— Que ao maestro, entre a Primna-
vera e o Outono, sou cosur balance.
STE eee fostes pes?
ANTIGUIDADES CURIOSAS
ORIGEM DA PALAMRA—ENTRUDO
De um livro «Historia das anti-
guidades de Evora», escrito em 1613
por Amador Patricio extraimos o cu-
rioso relato que se segue, que Lraus=
crevemos com a propria redação do
original para não perder o sabôr:
«Depois que os Eborenses davam
fim a estas festas de Proserpina,—
festa das candeias—logo se seguiam
as festas de Baccho, que se faziam
no fim de Fevereiro; e era seu Tem-
plo na Adega dos Dizimos, aonde, co-
mo dissemos, tinha nascido e estava
enterrado. Tinha oito Ministros os
mais gordos, que se achavam em to-
da a comarca; e se algum emagrecia,
logo era despedido. Tinha cada um
de ordinario para comer cada dia
seis pães, dous patos, quatro ganças,
seis galinhas, oito pombos, meio por
co, quatro paios, doze chouriços; e
para beber, quatro almudes de vinho.
Estes oito Ministros, trez dias an-
tes das festas, se ião pela cidade lan=
gendo bosinas e com instrumentos
velhos de cobre, apregoando as fes-
tas de Baccho e publicando liberdade
a todos, dizendo em altas vozes: en-
tre tudo, entre tudo.
Estas palavras, declara Balesio, di=
zendo que neste tempo das festas de
Baccho, que tudo era tão liberto, que
sem se pagarem direitos alguns, ou
sizas podiam entrar e sair todas as
mercadorias livremente, comprando
e vendendo, sem por isso haver em-
baraço algum; e podiam entrar na
cidade os devedores e acredores, sem
empecerery uns nos outros.
De maneira que era todo este tem-
po previligiado e uma feira franca,
como hoje em algumas partes há, e
por esta razão os Ministros de Baccho
ião dizendo pelas ruas: entre tudo,
entre tudo. Que pela continuação se
veio a chamar Entrudo, como hoje
se chama. Depois de feito isto e che-
gado o dia da festa se juntavam to=
dos no Templo, donde saiam varias
invenções, por sua ordem, por cami-
nho todo diteito até á rua das Adegas,
até a adega dos Dizinos onde estava
o Templo Bacho. De uma parte e da
outra estavam uns fogareiros, aonde
se assavam muitas espetadas de car-
ne, chouriços, linguiças, pés de por=
co, panelas de mondongo; com mui-
tas mais coisas de comer; porem não
estava nada de beber, que disso ti-
nham cuidado tresentos homens, que
andavam com borrachões ás costas,
dando a todos quantos queriam lava-
torio quente. Isto durava de manhã
até ao meio dia, e depois saia do
PROGRESSO BEIRÃO
INTIMO
Sonho impossivel, insensato !… Eu sei…
Amor de quem a mim nem sequer falo !
Se eu até tenho mêdo de sonha-lo,
Tão alto, e imenso, e forte, ex o sonhei! X
Vem ter comigo, eu múnca o procurei,
E é dentro do meu peito que o embálo! –
Trago-o dentro de mim,
E só ao luar triste eu o
em mim o cálo,
direi:
—Ludr, abre os teus braços e abraça
A sombra d’Ela quando á noite passa
Sob a minha janela iluminada.
“Luár, beija-lhe a sombra é, soluçando
* Dize a doçura com que a estou amando
Que eu não sei, ó luar,
Témplo a sua estatua sobre um an-
dor, que traziam aos ombros os seus
oito Ministros todos nús e com os
trazeiros almagrados. Ao redor des-
te idolo vinham muitos homens e muz
lheres tambem nús, coroados com
louro, tengendo e dançando, com
frautas e tambores, pandeiros. e adu-:
fes; e assim vinham até chegar á rua
das Adegas aonde estavam dous tan=
ques de vinho, um branco e outro
tinto e entre os dous tanques estava
um teatro, sobre o qual punhão o
Idolo de Baccho, e um dos seus Sa=
cerdotes fazia uma pratica, aos que
presentes estavam, em que declarava
a obrigação em que todos estavam a
a Baccho, pelo suave licor» que in-
ventara e virando-se para o Ídolo,
dizia: Eu Reverendo Baccho, em no-
me de toda esta gente agradecida a
vossos benefícios, vos ofereço estes
dous tanques de vinho vermelho e
branco; escolhei agora de qual mais
gostais neste dia de vossas festas,
para que nós seguindo o vosso camt-
nho, confiadas em vossa bôa escolha,
nos saibamos aproveitar o melhor».
Acabando o Sacerdote estas pala-
vras, saia uma voz debaixo do Idolo,
que dizia: Um e outro, dando a en=
tender, que de ambos os vinhos gos-
tava Baccho, e logo, em continente,
mergulhavão o ldolo em ambos os
tanques, aonde o deixavam estar
meia hora em cada um, andando to-
dos, os que estavam nús, bailando e
tangendo ao redor.
E tirando o Idolo fóra, eles mes-
mos se lançavâm aos tanques, beben=
do todo aquele vinho branco e ver-
melho e ningem deles se bolia dalf,
até ficarem os tanques secos o enxu-
tos; sendo assim, que erão de bôa
grandeza e altura com que se acaba-
va a festa, trazendo outra vez o Ido-
lo ao seu Templo se podiam: quando
não o deixavam ficar para o outro
dia; e desta maneira os eborenses
festejavam: aquelas brutalidades de
Baccho, as quais ficaram tanto em
costume, que ainda hoje se usam mui-
tas delas, chamando-se: Dia do En-
trudo, vucabulo corruto, que naque-
le tempo se chamava: Entre tudo, co-
mo temos declarado.
AME O
Convidam-se os credores da
extinta firma Carlos Santos, Li-
mitada, desta praça, a mandar
receber os seus creditos, nas con-
dições da concordata homologa-
da pelo tribunal do comercio des-
ta comarca, todos os dias uteis,
das 14 ás 17 horas na Farmacia
Amaral,
Sernache do Bomjardim, 12 de
Agosto de-1926.
Carlos Simões dos Sautos e Silva
.
dizer-lhe náda !. e
Agradecimento
Jeronimo Albino e familia
veem por este meio agradecer
a todas as pessoas que se di-
gnaram enviar-lhe pesamnes pe-
la morte de seu saudoso filho
falecido na Beira, Africa Orien-
tal Portuguesa, a todos pro-
testando a sua eterna gratidão.
|
ANUNCIO
Pelo Juizo de Direito d’esta
comarca e cartorio do segundo
Oficio, na policia corrtecional do
Ministerio Publico contra José
dos Santos Simões, soldado n.º
448 da 3.º Companhia do Regi-
mento de Infantaria n. 15, natu-
ral de Faval, freguesia do So-
bral, d’esta comarca, ausente em
parte incerta na cidade de Lis-
boa corre o presente citando
aquele réu a comparecer no Tri-
bunal Judicial d’esta mesma co-
marca, sito no Largo do Muni-
cipio d’esta vila, no dia quatro
do proximo mez de Outubro,
por doze horas, afim de respon-
der pelo crime de falta de revis-
ta à Insdecção e não ter pago
no prazo legal a multa-de vinte
escudos.
Certã, 16 de Agosto de 1926.
Verifiquei a exatidão,
O Juiz «de Direito, Substituto,
Cá. V. S. Coelho
O Escrivão,
Francisco Pires de Moura
Vale Loureiro
Arrenda-se esta propriedade,
que se compõe de grande vi-
nha, oliveiras, terras de cultura,
muitas arvores de fruto, poços
etc.
A tratar com o Dr. Antonio
Correia Nunes, em Seruache do
Bomjardim.
BARBEARIA
Bem situada e muito afregue-
sada, em Sernache do Bomjar-
dim, trenspassa-se, À tratar com
Leonel da Fonseca.
Revogação .
de mandato
Maria de Jesus Duarte, viu=
va, moradora na Fóz da Cer.
ta, freguezia de Sernache do
Bomjardim, concelho da Certá,
faz publico, para os devidos
efeitos, que mandou notificar
judicialmente, no dia 18 do
corrente, ao sr. Antonio Co-
trim, do Rio Cimeiro, concelho
de Ferreira do Zezere, retiran-
do-lhe todos os poderes que
por procuração lhe havia dado,
sendo por isso nulas todas e
quaisquer transações que O
mesmo Sr. faça em seu nome,
desde a referida data.
Foz da Certã, 22 de Agosto
de 1926.
Maria de Jesus Duarte
ANUNCIOS:
Na primeira pagina, por tinha… 1800
Na segunda » » DOS e co AÃO,
Na terceira >» » » veses 890
Na quarta > » » o 410
Para anuncios permanentes faz-se cons
tractos.—Pagamentos adeantados.
ANUNCIO
Pelo Juizo de Direito d’esta
comarca e cartorio do segundo
Oficio, nos autos de policia cor-
recional do Ministerio Publico
contra Adelino Coelho, soldado
n.º 841 da 7.º Companhia do
Regimento de Infantaria n.º 15,
natural da Atalia, freguesia de
Palhaes, d’esta comarca, ausen=
te em parte incerta na cidade de
Lisboa, curre o presente citan-
do aquele réu a comparecer no
Tribunal Judicial desta comar-
ca, sito no Largo do Municipio
d’esta vila, no dia quatro do
proximo mês de Outubro, por
doze horas, afim de responder
pelo crime detfalta de revista à
Inspecção e não ter pago no
praso legal a multa de vinte es-
cudos. :
Certã, 16 de Agosto de 1926.
Verifiquei a exatidão,
O Juiz de Direito, Substituto,
ed. V. S. Coelho
O Escrivão,
Francisco Pires de Moura
Vende se um de bôa madeira
de castanho e solida construção,
para 480 almudes. É
A tratar com o Dr. Antonio
Correia Nunes, em Sernache do
Bomjardim.
basal do Malhagão
Vende-se ou arrenda-se, no
todo ou em talhões.
Dirigir-se a Dr. Mendonça
Boavida—Sernache do Bomjar-
dim. É@@@ 1 @@@
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aos seus productos, resolveu nomear
seu representante no concelho da Cer-|
ta, o Sr. Vitor dos Santos’Silva, tendo
deposito permanente em Sernache: do
Bomjardim.
Todos os; pedidos deverão ser feitos
a este nosso representante. que temiga
amplos poderes para resolver todos .os
“assuntos respeitantes à venda dos nos
sos produtos…
Pedidos e informações com
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O Gerente,
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