O Renovador nº9 11-04-1970

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Ano | — N.º 9

11 de Abril de 1970

D RENDUADDOR

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTA, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5- r/c — SERTÃ — Telef. 131

DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO:

JOAQUIM MENDES MARQUES

qUiDM,

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

É digna de louvor
a todos os títulos
a Acção da Direcção de Estradas

do Distrito de Castelo Branco
na nossa região

De há uns cinco anos a esta
parte tem sido notável na nossa
Região a acção desenvolvida pe-
la Junta Autónbma de Estradas
através da Direcção de Estra-
das do Distrito de Castelo Bran-
co.
Têm sido construídas, rectifi-
cadas ou melhoradas várias das
Estradas Nacionais que atraves-
sam o Poente ido Distrito.

Foi, primeiramente, a constru-
ção do troço da E. N. n.º 2 na
extensão de quatro quilómetros,
entre a Isna e Fundada, no con-
celho de Vila de Rei, obra que
importou em mais de 5 mil con-
tos.

Seguiu-se-lhe a rectificação e
revestimento betuminoso do tro-
ço da mesma estrada na exten-
são de 3 quilómertos entre o Al-
to da Carreira e Sertã e igual
benefício no percurso de três
quilómetros, entre Casal de Or-
dem e Junceira.

Entretanto eram rectificados e
revestidos a betuminoso dois tro-
ços da Estrada n.º 350 entre Al-
to da Cava e Casal Novo, no
Concelho de Oleiros, numa dis-
tância total de 11 quilómetros.

Hã dois anos foi adjudicada a
construção do troço da estrada
n.º 2 entre Fundada e Vila de
Rei — obra que importou em
mais de 15 mil contos e se encon-
tra, praticamente, construída ‘e
pronta a ser inaugurada na Pri-
mavera ou Verão.

Para completar a ligação en-
tre Sertã e Vila de Rei foi adju-
dicada, há menos de 2 anos a
construção da Ponte sobre a Ri-
beira da Isna, na referida estra-
da Nacional n.º 2, que, deverá
poder ser já utilizada para fins
de Abril.

Procedia-se, entretanto, ao al-
catroamento dos cinco quilóme-
tros da Estrada n.º 2 entre Jun-
ceira e Ribeira da Isna, que se
fazia esperar há mais de uma
dezena de anos.

Deve ficar concluída no cor-
rente anb a rectificação e o re-
vestimento betuminoso do troço
da Estrada Nacional n.º 237 en-
tre Cernache do Bonjardim e
Bouçã, obra iniciada também há
dois anos.

No anb findo iniciou-se a
construção do troço da E. N. n.º

241 entre Moita e Vale da Mua
no concelho de Proença-a-Nova.
Agora vai iniciar-se o revesti-
mento betuminoso da E.N. 238-1.

Não sabemos se nos escapa
ainda alguma tobra de interesse.
No entanto, a simples resenha
que aí fica, converce-nos à sa-
ciedade de quanto o Ministério
das Obras Públicas tem olhado
com interesse para esta região,
outrora tão esquecida. São mui-
tas dezenas ide milhares de con-
tos as verbas dispendidas nas
obras agui enumeradas.”

É tudo? Longe, muito longe
disso. Sabemos que o tibço da
Estrada Nacional n.º 244 entre
Marmeleiro ‘e São João do Peso
(que chegou o estar dotado, mas
cuja verba foi, depbis, desviada
para obra julgada de maior ur-
gência), representa, agora a
grande aspiração dos concelhos
de Vila de Rei e Sertã, neste
sector de extraordinária impor-
tância, que é o das estradas na-
cionais.

Igualmente, as populações de
Pedrógãto Pequeno e Madeirã as-
piram à construção da Estrada

Continua na 3.º pág

O ENSINO LICEAL NA SERTÁ

Na Assembleia Geral de CELIN-
DA — Sociedade de Fomento e Ini-
ciativas, S.A.R.L., realizada no dia
15 de Março, ma Sertã, foi posto
à consideração dos accionistas da-
quela Empresa o problema de con-
tinuar a ministrar-se na Sertã o en-
sino liceal, no Centro Liceal e Té-
cnico,

Temos conhecimento de que se
pensa reunir novamente lá para o
fim do ano escolar, Assembleia Ge-
ral expressamente para deliberar
sobre o momentoso problema.

Como porém se trata de um as-
sunto que diz respeito ao interesse
de muitos habitantes do Concelho,
entendemos que o problema deverá
ser agitado não só no seio daquela
Empresa, onde tem o seu lugar pró-
prio, mais ainda entre o público in-
teressado, e, por isso, pedimos vénia
para referir o assunto abordado na-
quela Reunião.

A Vila da Sertã possui hoje três
estabelecimentos de Ensino: Centro

Honra ao mérito

O Manuel Carneiro de Moura
Lopes é um rapaz atilado e
trabalhador. Fez o primeiro ci-
clo dos Liceus no Centro Liceal
e Técnico Santo Condestável

Excursão dos alunos
do Centro Liceal
e Técnico da Sertã

Realizaram no dia 3 do cor-
rente a sua excursão anual os
alunos do Centro Liceal e Té-
cnico da Sertã.

Este ano b seu passeio teve por
objectivo uma visita de estudo a

* Santarém, onde observaram a
igreja da Graça, a torre das ca-
baças e outros pontos de interes-
se, Caldas da Rainha e o Museu
Malhoa, a Foz do Arelho, Alco-
baça, Batalha e Fátima.

RENOVAÇÃO É

de Sertã. Era aluno brilhante.
No exame final, realizado no
Liceu de Castelo Branco, ob-
teve a classificação de 17 valo-
res, a melhor do Liceu.

O Manuel deixou de frequen-
tar o Centro Liceal e Técnico.
Frequenta o 3.º Ano do Liceu
de Cascais, pois reside na Pa-
rede. Deixou aqui muitas sau-
dades.

Mas continua a honrar a es-
cola que o encaminhou pelo
ensino liceal. Obteve nas notas
de frequência do 2.º período as
seguintes classificações: Por-
tuguês, 18; Francês, 18; Inglês,
18; História, 19; Geografia,
18; Ciências Físico-Químicas,
18; Ciências Naturais, 16; Ma-
temática, 13; Desenho, 14.

Continua, Manuel. Que os
êxitos te não envaideçam. Per-
manece modesto e trabalhador
como tens sido. A Sertã conta
com a tua amizade.

AM RD

Liceal e Técnico Santo Condestá-
vel, onde funciona no corrente ano
lectivo, o 2.º ano do Ciclo Prepara-
tório e o 3.º, &º e 5.º anos do Li-
ceu, em regime de ensino particu-
lar; a Escola Preparatória Gonçalo
Rodrigues Caldeira, onde funciona
o 1,º ano do Ciclo Preparatório; e a
Escola Industrial, onde é ministrado
o ensino dos Cursos de Electro-Me-
cânico para rapazes e o de Forma-

Continua na 3.º página

de Nun’ Álvares

em Cernache da Bonjardim

Encontra-se já na Câmara Municipal a planta de localiza-
ção e o esboço do Largo envolvente da Estátua de Nuno Alvares
que o Ministério das Obras Públicas vai oferecer à Câmara da
Sertã, para efeitos de sua colocação em Cernache do Bonjardim,
terra da naturalidade do Herói e Santo.

Naturalmente o Município irá agora contactar com os pro-
prietários dos terrenos para o efeito de obter a sua cedência gra-
tuita e mandar proceder ao arranjo do Largo e do plinto em que

assentará a estátua.

Como as despesas ainda serão elevadas, a Câmara delibe-
rou solicitar da Direcção Geral de Urbanização a comparticipa-

ção do Estado para esta obra.

À Electrificação do
Concelho de Sertã

Como é sabido, encontram-se
presentemente realizados os tra-
balhos de distribuição da rede
de baixa tensão a diversas po-
voações que, por dificuldades
surgidas na passagem do cabo
de alta tensão para os postos de
transformação instalados nas
mesmas, não gbzam ainda deste
melhoramento.

Estão neste caso as povoações
de Codiceira, Carnapete, Amio-
so, Marinha do Vale Carvalho,
Troviscal, Cruz do Fundão, fre-
guesia do Carvalhal, e também
Várzea dos Cavaleiros. Esta, po-
rém, deverá, dentro de pbuco
tempo, beneficiar da energia
eléctrica, pois resolvidos todos
os problemas surgidos e harmo-
nizados os interesses de 78 pro-
prietários, só resta agora que a
Companhia Eléctrica das Beiras
proceda à construção do ramal,

PONTE SOBRE À RIBEIRA DA ISNA
NA ESTRADA NACIONAL N.º q

Conforme prevíramos no nosso primeiro número, confirma-
-se que a Ponte sobre a Ribeira de Isna na Estrada n.º 2, entre
os concelhos de Sertã e Vila de Rei, deverá ficar aberta ao trân-

sito no fim do mês de Abril.

Está a ser colocado o tapete de revestimento sobre o tabu-
leiro e encontram-se pràticamente concluídos os trabalhos de re-
gularização dos acessos ao mesmo.

As populações dos concelhos de Sertã e Vila de Rei que nos
últimos domingos têm feito um autêntico corropio para observa-
rem as obras, ficam agora com uma ligação excelente para a

aproximação tão ansiada.

“A Ponte sobre a Ribeira da Isna, quase concluída

(Foto de 22 de Março)

UNIÃO E

há muito encarecidamente pedi-
do, dependendo o seu início da
deslocação do pessoal que es-
casseia.

O | agudíissimo problema da
passagem do cabo de alta tensão
através de zonas densamente
florestadas implica a compreen-
são de todos que se têm de cons-
ciencializar de que o progresso
é obra de solidariedade em que
há o sacrifício de alguns para o
Bem Comum.

A solução deveria ter sido da-
da há 21 anos, quando da intro-
dução da electricidade no Con-
celho. Não o foi.

Viveu-se até 1967 na preca-
riedade de soluções que se radi-
cavam na boa vontade e solida-
riedade de todos; Bastaria, no
entanto, que alguns levassem até
ao fim a sua não colaboração,
para que se chegasse a um im-
passe, E foi o que se verificou.

Continua na 2.º página

D EU énio
f. g l

Presidente da Câmara

Municipal de Proença-a-Nova

Por portaria de 25 de Março,
publicada no «Diário do Gover-
no» de 3 do corrente, foi no-
meado Presidente da Câmara de
Proença-a-Nova, conforme ha-
víamos prêviamente indicado, o
Sr. Dr. Eugénio Ferreira de Ma-
tos, distinto Subdelegado de Saú-
de e Médico Municipal,

O novo Presidente substitui o
Sr. Dr. Manuel Rodrigues Pai-
sana, a quem é conferido público
louvor «pela competência, zelo e
dedicação demonstrados no exer-
cício do mesmo cargo.»

Continua na 8.º pag.

PROGRESSO

 

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Página 2

O RENOVADOR

De semana a semana À electrificação do

(DE 30 DE MARÇO A 5 DE ABRIL)

EM PORTUGAL

++ Três jornalistas gregos visi-
tam a nossa província de An-
gola.

+ + Uma avioneta despenhou-se

entre Porto Amélia e Nam-
pula (Moçambique) tendo morrido o
piloto e os passageiros.

+ + Ao director do Laboratório

Nacional de Engenharia Ci-
vil, engenheiro Manuel Rocha, foram
impostas as insígnias de doutor «Ho-
noris Causa» pela Faculdade de En-
genharia do Porto.

++ O Ribatejo foi visitado por
um grupo de milionários ame-
ricanos.

+ + O Conselho de Ministros apro-
vou importantes diplomas.

++ O Ministro da Educação Na-

cional, Dr, Veiga Simão, fez
uma comunicação pela T. V. e pela
rádio sobre problemas universitários.

+ + O Dr. Ramiro Valadão, presi-

dente do Conselho de Admi-
nistração da RTP anunciou impor-
tantes melhoramentos nas emissões
da televisão.

O Presidente da ública
presidiu à inauguração do 29.º
Congresso ILuso-Espanhol para o
progresso das Ciências.

++

+ + A publicidade referente a in-
vestimentos imobiliários (com-
pra, venda e hipoteca de proprieda-
des) passa a estar sujeita a autori-
zação prévia da Inspecção Geral de
Crédito e Seguros.
++ O novo aeroporto internacio-
nal de Lisboa deverá ser cons-
truído na região de Rio Frio, duran-
te a década de 70.

+ + Portugal e a Espanha assina-

ram, em Madrid, um acordo
para a construção da ponte interna-
cional sobre o Guadiana que ligará.
Vila Real de Santo António a Aya-
monte.

++ O governo da União Indiana

encontra forte oposição por
parte de elementos da população, à
sua decisão de retirar a estátua de
Vasco da Gama existente no jardim
Municipal de Pangim.

+ + Partiu para Espanha, em visi.
ta oficial, o secretário de Es-
tado da Indústria.

++ Passa a ter a duração de três

anos o mandato dos adminis-
tradores por parte do Estudo, de em-
presas particulares.

+ + O Presidente da República vi-
sitou o grande paquete inglês
«Queen Elisabeth IL».

NO MUNDO

++ O terramoto que assolou a
Turquia foi dos mais violen-

tos que se têm sentido até hoje.

A União Soviética continua a
afirmar que auxiliará os Ara-

++
bes,

+ + Um avião a jacto japonês foi
desviado da sua rota por quin-
2e fanáticos.

+ + O embaixador da Alemanha
Ocidental foi raptado na Gua-
temala e morto por terroristas.

+ + O Papa Paulo VI vai, no dia 24
de Abril, visitar a Sardenha.

+ + Na região ocidental da Tur-
quia, onde se deram terríveis
terramotos, surgiu uma epidemia
desconhecida que ataca principal-
mente as crianças.
++ O governo brasileiro declara-
-Sse suficientemente forte para
reprimir o terrorismo de maneira im-
placável.

+ + A Guatemala (república da

América Central) recusa-se a
satisfazer as exigências dos rapto-
res do embaixador da Alemanha Fe-
deral.

+ + Agrava-se o conflito entre ca-
tólicos e protestantes na Ir-
landa do Norte.

+ + O pequeno estado de Qatar,
no Golfo; Pérsico, proclamou-se sobe-
rano, desligando-se do tratado que
tinha com a Inglaterra, É riquíssimo
em petróleo. Adoptou o nome de
«Darclot-Qatar».

+ + Foram libertados os passagei-

ros e alguns tripulantes d>
avião japonês que fora apresado na
Coreia do Norte.

+ + Entre os governos de Was-
hington e de Paris está a ser
debatida uma proposta francesa pa-
ra o restabelecimento da paz na In-
dochina.
+ + Deu-se uma grande catástro-
fe mineira na Checoslováquia,
tendo morrido 26 mineiros soterra.
dos.

Notícias de São

MÁRIO MENDES DE OLIVEIRA

A fim de submeter-se a trata-
mento no Hospital de Santa Ma-
ria seguiu para a capital este
nosso ilustre amigo e conterrã-
neo, Sr. Mário Mendes de Oli-
veira, há alguns meses regres-
sado do Brasil.

Desejamos-lhe rápidas me-
lhoras.

IGREJA NOVA

Aproveitando breve estadia

em São João do Peso o Presi-
dente da Câmara Municipal de
Vila de Rei, Sr. Joaquim Baptis-
ta Mendes, inteirou-se do local
da futura nova Igreja. O terre-
no, bem como o do largo da
bica, do chafaris, carecem de
plonta topográfica, o primeiro

D. Maria Amélia
Farinha Pedro

FALECIMENTO

Faleceu a Sr. D. Maria Amé-
lia Farinha Pedro, mãe do Sr.
Francisco Farinha Pedro, residen-
te nos Estados Unidos da Amé-
rica, irmã do Sr. Jacinto Pedro
e Francisco Pedro.

O consumado facto foi sentido
por quantos dele tiveram conheci-
mento e conheciam a inditosa
senhora.

O Renovador apresenta as
suas sentidas condolências à fa-
mília enlutada.

João do Peso

em ordem ao fim a que se des-
tina, a construção do centro pa-
roquial, o segundo em ordem à
sua urbanização tão necessária
e tão desejada por todos nós.
Parece indicado e útil que a
plemta dos dois largos seja fei-
ta em conjunto.

ABÍLIO JOSÉ DE MOURA

Após breve visita portiu para

“a capital o nosso ilustre amigo

e conterrâneo, Sr. Abílio José ds
Moura, em companhia de sua
filhinha Cecília.

FALECIMENTO

Com 69 conos de idade fale-
ceu na sua residência, nesta lo-
calidade, o Sr. Abílio Fernandes
Baptista, comerciante em Quilen-
gues e Benguela, na província
de Angola. Há 13 anos que aqui
havia fixado residência, tendo
exercido, com agrado, os cargos
de secretário da Junta de Fre-
guesia e de Presidente da As-
sembleia Geral da Casa do Po-
vo. Deixa viúva a Sr* D. Na-
tividade da Conceição Oliveira
e era pai da Sr” D. Maria Isa-
bel Baptista Martins, licenciada
em Farmácia e casada com o
Sr. José Pereira Martins. No seu
funeral incorporaram-se muitas
pessoas, algumas de Lisboa, e
também estiveram presentes o
Presidente do Município Sr. Bap-
tista Mendes, e a respectiva Ve-
reação. Paz à sua alma.

EE

Concelho

Continuação da 1.º página

O problema foi colocado já há
quatro anos, mas como a sua so-
lução terá de ser dada a alto ní-
vel governamental, e implica a
harmonização de múltiplos inte-
resses de ordem industrial e eco-
nómica, não pôde ainda ser re-
solvido.

Sabemos que a Direcção Ge-
ral dos Serviços Eléctricos pe-
rante a insistência da Câmara
Municipal, propôs ao Governo
a publicação de um Decreto que
concederia o direito de expro-
priação por utilidade pública nt
Concelho para que as obras se
possam realizar, ficando a inde-
mnização a pagar aos particula-
res dependente de arbitragem ju-
dicial.

O Decreto não foi ainda assi-
nado e nãt se sabe quando o se-
rá. Mesmo assim, ele não virá
resolver todos os problemas. A
indemnização nem sequer é com-
participada pelo Estado. E a Cà-
mara não tem disponibilidades
financeiras para lhe fazer face,
segundo cremos.

Só resta uma solução: — A
Câmara preterir todos os luga-
res em que surjam dificuldades
à passagem do cabo de alta ten-
são, em favbr daqueles outros
em que a colaboração entre os
particulares e a sua cooperação
para o Bem Comum seja tão efi-
caz que resolva as dificuldades
naturalmente surgidas.

Estambs informados de que a
Direcção Geral dos Serviços
Eléctricos não comparticipará

de Sertã

mais qualquer electrificação no
Concelho sem que lhe seja pre-
sente a declaração de que todos
Os particulares, cujos prédios são
atravessados pela linha de alta
tensão para a rede, autorizam a
respectiva passagem.

Deste modo, por exemplo, não
será comparticipado o projecto
de electrificação de Herdade,
Serra de Sãpy Domingos e luga-
res anexos que se esperava para
breve, enquanto os respectivos
habitantes e os donos dos pré-

11 de Abril de 1970

dios por onde a linha terá de pas-
sar, não prestarem a aludida de-
claração escrita.

A verba prevista para este me-
lhoramento pela Direcção Geral
dos Serviçios Eléctricos poderá
assim, ser investida na compar-
ticipação dos projectos coloca-
dos a seguir na ordem de priori-
dade anteriormente conferida
pela Câmara, desde que para
qualquer deles se obtenha a refe-
rida declaração.

Desta maneira, estamos con-
vencidos de que o Município irá
rever los seus planos de electrifi-
cação para os próximos anos, em
conformidade com a atitude as-
sumida pela Direcção Geral dos
Serviços Eléctricos e pelos par-
ticulares, especialmente interes-
sados,

ESP:

 

FALECIMENTO

D. MARIA TAVARES
APARÍCIO DA MATA

No dia 23 de Março chamou
Deus para si, a Sr* D. Maria
Tavares Aparício da Mata, de
Envendos, Mação.

A saudosa extinta era viúva
do industrial de Envendos, An-
tónio Luís da Mata ‘e mãe dos
Srs. Dr. Luís Aparício da Mata,
casado com a Sr.* Dr.* D. Maria
Alice Fogaça Aparício da Mata,
Eng.º Abílio Aparício da Mata,
casado com a Sr.* Dr“ D. Lucí-
lia Estorninho Aparício da Mata,
das senhoras D. Maria Luísa
Tavares da Mata Moreira Feio,

casada com o Sr. cap. Luís Fili-
pe Moreira Feio, D. Maria Pau-
lina Tavares da Mata Patrício,
casada com o Sr. Eng.º António
Nuno Baptista Patrício, e ainda
do Sr. António Aparício da Mata,
casado com a Sr: D. Maria
Cristina Caldeira Ribeiro de
Matos Neves da Mata. Deixa 18
netos.

O funeral que se realizou no
dia seguinte para o cemitério da
localidade, teve
acompanhamento.

Todos os que trabalham neste
jornal apresenta à Ex.m: família
da extinta as suas sentidas con-

numerosissimo

dolências.

PROPRIEDADES

COMPRAS-VENDAS-HIPOTECAS
E
PROPRIEDADE – HORIZONTAL

Para bom rendimento dos seus capitais…
«Consulte os nossos serviços

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11 de Abril de 19%

O RENOVADOR

Página 3

AICO

por DANIEL GOUVEIA

MOS

Páscoa é sempre actual. A Semana Maior, desde a apoteo-
A se do Domingo de Ramos, à ignomínia do Calvário, encer-

ra, em todos os seus dias, ensinamentos que são o espelho
fiel da tragédia quotidiana da nossa existência. Neles estão sin-
tetizadas não só as lutas, as ilusões, as traições, os desenganos,
os desesperos, mas também a ressurreição, a vida, a glória do
dever cumprido.

Debrucemo-nos sobre essas páginas magníficas do Evange-
lho, detenhamo-nos sobre o seu transcendente significado. Deus,
para melhor nos instruir, não hesita em encarnar totalmente a
frágil e pecadora natureza humana. É Jesus que, tendo anterior-
mente repreendido os discípulos pela falta de fé quando o tem-
poral os surpreendeu na barca, é Jesus que, no momento crucial
do Seu sacrifício, exclamou: «Meu Deus, meu Deus, porque Me
abandonaste?» (Evangelho segundo S. Mateus 27,46).

O Pai não O tinha abandonado; Ele, Jesus, sabia-o. Mas nes-
sa hora Ele quis ser apenas um homem, um simples mortal. Quan-
tas vezes, mesmo muitos dos que lêem as Sagradas Escrituras,
dirigem ao Altíssimo igual interrogação?

Mas a Páscoa é a Páscoa da Ressurreição. E é aqui, na cer-
teza de que ela também nos há-de surgir, que reside a verda-
deira Fé.

Se o Natal é a maior efeméride da História, a Páscoa é a
lição mais profunda e mais profícua de todas as escolas.

RFURT é uma cidade de duzentos mil habitantes, situada na
Saxónia (Alemanha Oriental) nas margens do Gera, a
poucos quilómetros da fronteira que separa os dois esta-

dos alemães.

Foi lá que se realizou em Março a primeira conferência entre
o chanceler Willy Brandt e o primeiro-ministro Stoph, chefes, res-
pectivamente dos governos de Bona e de Pankow.

Esta entrevista representa notável viragem na política da
Alemanha Ocidental, abertura a Leste — como ora se diz —,
pois até aqui os anteriores chanceleres Adenauer, Erhard e Kies-
singer, proclamavam que havia um só estado alemão — a Re-
pública Federal Alemã.

Erfurt foi assim, pela segunda vez na História, cenário de
acontecimentos relevantes. O anterior, passado há mais de sé-
culo e meio, em 1808, foi o encontro entre Napoleão e Alexan-
dre I, czar da Rússia.

crítica é fácil. A crítica feita «à vol d’oiseau», leviana e
irresponsável, com o propósito preconcebido de maldizer,
de apoucar, de achincalhar, é, então, facílima.

Em todos os actos humanos por mais completos e perfeitos
que sejam há, ou eles não fossem humanos, o seu lado fraco, o
seu «calcanhar de Aquiles». Sublinhar, pisar e repisar estes, dei-
xando no silêncio a outra faceta aproveitável que, sem favor,
merecia uma simples palavra de louvor, é um artifício que, em-
bora seja bastante velho, dá ainda resultado.

O leitor, descuidado, não conhecendo o âmago dos assuntos,
deixa-se influenciar, concorda e repete.

Mas esta crítica feita sob «parti pris» (desculpem o abuso
de fi i ) tem também algo de aproveitável. Revela-nos
o modo de ser de cada um, o seuu íntimo, as suas inconfessáveis
ambições, o verdadeiro alvo que procuram atingir. Por fim… a
caravana passa…

M dos principais problemas que arrastou durante perto
de dois meses a crise política italiana é o divórcio. Os
cristãos-democratas opõem-se firmemente à sua adopção

que é advogada pelos comunistas e socialistas.

O semanário «Gente» publicou o resultado de um inquérito
feito pelo Instituto de Estatísticas «Doxa». É dele que foram ex-
traídos os seguintes números: 61% dos italianos manifestaram-
-se contra o divórcio, 30% a favor e 9% não tiveram opinião.

Entre aqueles que se manifestaram hostis contam-se as mu-
lheres, as pessoas com mais de 55 anos, os habitantes das ilhas
e do Sul e, ainda, os agricultores. Os que se manifestaram favo-
ráveis são, principalmente, os empregados das grandes cidades e
as profissões liberais.

M S. Francisco da Califórnia, o prof. Robert Hess verificou
que as crianças dos 11 aos 14 anos preferem ser ensina-
das por computadores a sê-lo por professores.

Para justificar a sua opção, elas dizem que o computador é
mais justo a avaliar o seu trabalho e não está sujeito a enganar-
-se como os professores.

Esta preferência pode atribuir-se à novidade. Com o decor-
rer do tempo, verificarão que aquilo que lhes é comunicado pelos
computadores, foi transmitido a estes pelos detestados professo-
res. Os computadores na justeza das suas classificações, não pas-
sam de máquinas frias, insensíveis, sem alma. E também se po-
dem enganar e — avariar!…

Universidade de Wisconsin (Estados Unidos) verificou

que, nos últimos trinta anos, a temperatura média da

Terra desceu três décimos de grau e que esta tendência
promete acentuar-se. Uma tal comunicação é tanto mais alar-
mante quanto é certo que, na década anterior, se registara um
fenómeno totalmente inverso: a amenização do clima na zona
árctica, o que permitiu à navegação atingir paragens que nunca
tinha alcançado.

Os técnicos daquela universidade atribuem o fenómeno à po-
luição da atmosfera, resultante da acumulação de poeiras nuclea-
res e industriais. É certo que nem todos estão de acordo com
esta teoria. Mas a mencionada poluição (existência de manchas
cada vez maiores de gases tóxicos e na subsequente diminuição
da percentagem de oxigénio) é um problema sério que preocupa
os governos dos países mais adiantados — justamente aqueles
onde assume maior acuidade.

Dr. Eugénio
Ferreira de Matos

Continuação da 1.2 página

O Sr. Dr. Eugénio Ferreira
de Matos nasceu em 1920 na vi-
la de Sobreira Formosa. Licen-
ciou-se, pela Faculdade de Me-
dicina de Coimbra, em 1947, com
a alta classificação de 16 valores.

Exerceu sucessivamente a Me-
dicina em Sobreira Formosa, Sar-
zedas e Proença.

É casado com a Sr.“ D. Maria
Adélia Ribeiro de Metos, da qual
tem três filhas.

O Sr. Dr. Eugénio Ferreira
de Matos é investido na! presi-
dência da Câmara sob os melho-
res auspícios, rodeado de – geral
simpatia e animado dos melhores
propósitos de promover o pro-
gresso e bem-estar social dos
seus Munícipes.

Auguramos-lhe os melhores
êxitos no exercício do espinhoso
cargo.

O ensino Liceal
na Sertã

Continuação da 1.º página

ção Feminina, para raparigas, am-
bos em regime oficial.

Está previsto, no entanto que o
2.º amo do Ciclo Preparatório fun-
cione, a partir do ano lectivo 19%0-
-1971 na Escola Preparatória, fican-
do o Centro Liceal e Técnico, ape-
nas com 0 8.º, 4º e 6.º anos do Li-
ceu, e, possivelmente, o ensino co-
mercial, pois tem Alvará para tanto.

CELINDA foi uma empresa alta-
mente benemérita da Região. Sem
a sua existência, dificilmente a
sede do concelho possuiria hoje os
dois estabelecimentos de ensino ofi-
cial antes aludidos.

No entanto, a concorrência que o
ensino oficial faz ao particular, le-
va este q viver dias muito sombrios
e na maioria dos casos, a ver cer-
ceadas todas as possibilidades de so-
drevivência.

Não é apenas o caso da Sertã. É
o de todas as terras pequenas. Onde
tem sido criado o ensino secundário
ou preparatório oficial, o ensino par-
ticular vê-se forçado a fechar as
suas portas, ou vive muito precária-
mente.

Na realidade, é pena que uma po-
voação como a Sertã que durante
10 anos gozou do privilégio de ter
no seu seio um estabelecimento de
ensino liceal onde se formou até ao
quinto ano mais de uma centena de
alunos, se veja agora privada dessa
regalia, sendo as famílias que dese-;
jem para os filhos aquele ensino,
obrigadas a enviá-los pora outros
centros.

Os dois cursos técnicos profes-
sados na Escola Industrial não po-
dem evidentemente satisfazer as exi-
gências e inclinações de todos os
alunos. Haverá muitos que deseja-
riam inscrever-se no ensino liceal.
O pagamento das mensalidades é um
obstáculo. Mas qualquer Empresa
não pode manter um serviço que lhe
dê sistemáticamente prejuízo. E é
o que forçosamente terá de suceder
com o Centro Liceal e Técnico.

O problema aí fica.

Os accionistas de CELINDA terão
de resolvê-lo.

Mas o público em geral poderá dar
a sua ajuda para a melhor solução
no interesse da comunidade.

A Ti

0 RENOVADOR

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Quadrante

TEMA DYLAN

Bob Dylan, o ídolo das músi-
cas de protesto, das canções da
verdade, dos temas que fazem
meditar. Isto, é o rapaz de 29
anos de idade, nascido em Mine-
sotta, na América do Norte

Dylan é o ídolo das multidões
da gente nova, porque traz sem-
pre consigo o efeito milagroso
das suas palavras, cheias de ver-
dade ‘e de amor. Dessa Verdade
e desse Amor sobre os quais, a
juventude de hoje, reclama, co-
mo base para a construção dum
Mundy diferente e melhor.

Bob Dylan é mais do que um
artista e um ídolo, é um homem
pujante de mocidade e de ideais,
que traz dentro de si, a realida-
de os seus poemas; a inquietação
o seu olhar e o sentimento das
suas mãos que realizam poesia
e música,

Tudo isto é Dylan; tudo isto é
tema para falarmos um pouco,
da arte e do talento deste rapaz,
que tem sempre qualquer coisa
de verdade e sentimento, para

Acção da Direcção
de Estradas

Continuação da 1.º página
n.º 350 entre Vale da Galega e
Madeirã.

Mosteiro e Troviscal têm a
maior urgência na elaboração do
projecto e consequente realiza-
ção da Variante da Estrada n.º
238 entre Cruz do Funddãb e
Oleiros.

Finalmente, para só falarmos
das de maior urgência e necessi-
dade, não podemos esquecer que
a Isna de Oleiros continua sem
via de acesso quer para Oleiros
quer para Sobreira Formosa.

Td: COMARCA DA SERTÃ

ANÚNCIO

Anuncia-se que no dia 15 do cor-
rente mês de Abril, às 11 horas, à
porta do Tribunal Judicial da Sertã e
nos autos de execução sumária que cor-
re pela Secretaria do mesmo Tribunal
que Aníbal Coelho, casado, motorista,
residente em Sertã, move ao executa-
do António Martins, casado, comercian-
te e industrial, ausente em parte in-
certa, vão à segunda praça os seguin-
tes bens:

1.º: Três serras circulares, mecânicas,
e respectivos acessórios, em bom esta-
do de funcionamento, sem marca visi-
vel, assentes no solo, pelo valor de
7 500$00.

2.º: Um charriot, em ferro, em bom
estado de funcionamento, pelo valor de
500$00.

3.º: Quatro veios de transmissão com
as respectivas chumaceiras, em aço, pe-
lo valor de 1 000$00.

Sertã, 1 de Abril de 1970.
O Juiz de Direito,

Jorge Lobo de Mesquita

O Escrivão de Direito,

Carlos dos Santos Fazenda

dos Novos

transmitir aos outros, numa ba-
lada de Amor.

Um pouco da poesia de Bob
Dylan:

«With God on our side»
(Com Deus ao nosso lado)

O meu nome não importa

A minha idade também não,

A região onde nasci chama-se
Midle West

Foi lá que cresci.

E foi lá que aprendi as leis

Da minha mação

Melhor que em qualquer outro país,

Pois a América tem Deus « seu lado

Durante horas sombrias

Pensei e recordei

Que Jesus Cristo foi traído por um

beijo

Agora,
Já não é a mim que compete res-
ponder

Porque eu não posso mais dizer

Acreditam

Que também Judas — o traidor
enforcado

Tivesse tido Deus a seu lado?

Todos estes pensamentos me
assaltam

E nenhuma língua poderá traduzir

A confusão que sou agora.

As únicas palavras

Que sei dizer

Di-las-ei

Cruas

Animais

Sem hesitar

Se Deus está, realmente, a nosso

lado
Ele não deixará jamais
A próxima guerra estalar.
ELIZABETH

merge

Passeio dos alunos
da Escola Industrial
da Sertã

Por absoluta falta de espaço
não nos é possível publicar hoje
a reportagem do passeio reali-
zado pelos professores e alunos
da Escola Industrial da Sertã.

Esperamos fazê-lo nos próxi-
mos números.

Mas desde já os nossos para-
béns ab Sr. Director pelo bom
êxito deste passeio.

CARVALHAL (Sertã)

Baptizado

 

No passado dia 31 de Março,
na igreja paroquial de Nossa
Senhora do Amparo, da fre-
guesia do Carvalhal, foi incor-
porada na comunidade do Povo
de Deus pela recepção do Sa-
cramento do Baptismo, a me-
nina Maria Manuela Farinha
Nogueira, filha dos senhores
Luís Nunes Nogueira e Maria
Fernanda Matias Farinha, re-
sidentes na referida freguesia,
no lugar da Aldeia Cimeira.

Foram padrinhos Padre Ma-
nuel Ribeiro Farinha, Pároco
do Estreito, e avó materna D.
Maria Joaquina Farinha Ma-
tias.

A neófita desejamos as maio-
res venturas.

 

FUNERAIS

RUA DOS ANJOS, 34-A

AGÊNCIA GASPAR

(Fundada em 1933)
Propriedade de um nosso conterrâneo

Depósito em Janeiro de Cima — Telef. 203

Nome que vem servindo as freguesias da Região desde 1917/18

TRASLADAÇÕES LISBOA

 

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

O RENOVADOR

11 de Abril de 19%0

 

GRGR DA COMARDA DA DGRTÁ

Sob a presidência do Sr. Reinaldo Costa
reuniu pela primeira vez a nova Direcção

Além de todos os elementos eleitos reuniram-se alguns sócios
numa comunhão de interesses Regionalistas, digna de apreço.

Antes do início dos trabalhos foi exposto a traços largos o
plano de realizações futuras, pelo Sr. Presidente da prestigiosa

associação.

Além doutros assuntos foi tratada a organização dos Servi-
gos Médicos, a que foi dado entusiástico impulso. Para o que foi
criada a respectiva comissão de estudos, constituída pelo Sr. Prof.
Dr. Eduardo Girão do Amaral, Dr. Mário Ferreira Falcão e o

Sr. Reinaldo Costa.

Foi também deliberado realizar o já tradicional passeio flu-
vial, indo assim ao encontro do desejo de muitos associados.
Foram, ainda, admitidos mais 17 sócios nesta Casa regio-

nalista.

As reuniões da Direcção realizar-se-ão todas as quartas-fei-

ras, pelas 21.30 horas.

Sugesifio de aproveitar

A notícia sob o Mestre José
Augusto jinserta no nosso pe-
núltimo número, da autoria do
nosso correspondente em Olei-
ros, teve entre os Oleirenses o
mais simpático acolhimento.
Escreve-nos de Lisboa o sr.
João Custódio, dando-nos uma
sugestão que O RENOVADOR
gostosamente apoia e apadri-
nha. Mas deixemos que fale
por si a carta que nos enviou:

«Hoje é Domingo de Páscoa.
Estou passando, como sempre,

Condições
de Assinatura

VIA NORMAL

Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
semestre: 40800
Estrangeiro — anual:

VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)

130$00

Províncias Ultramarinas
e Estrangeiro — anual: 180$00

Número avulso: 1$50

MADEIRA — PRESENTE!

Posto de Socorros da
Freguesia de Madeirã

Realizou-se no passado do-
mingo (29-3-70) a Assembleia
Geral Ordinária desta institui-
ção de assistência que vem
prestando os seus serviços des-
de 1949. Atingiu a maiorida-
de, mas não perdeu a sua mo-
déstia. Os subsídios que lhe
são proporcionados e a quoti-
eação dos sócios chega, tos-
tões bem contados, para a vi-
sita de um médico uma vez por
semana e alguns tratamentos.

Os sócios presentes, em gran-
de número a justificar o seu
interesse, aprovaram, segundo
a ordem de trabalhos, as con-
tas da gerência do ano de
1969 que acusavam a receita e
igual despesa de 13.153800 e
os aumentos relativos à remu-
neração atribuída ao médico e
à quotização dos sócios.

Da estatística extraimos que
em 1969 foram prestadas 544
consultas na sede e 188 no do-
micílio, donde se deduz o esfor-
ço realizado pelo sr. dr. Raul
Lima da Silva que vem servin-
do a instituição, sem olhar a
sacrifícios, desde a sua funda-
ção.

A quotização dos sócios su-
biu cerca de 80%.

Foi ainda falada durante à
sessão, a necessidade de assis-
tência especial a algumas famí-
tias, já q beneficiarem de subsi-
dios dos serviços oficiais de As-
sistência à Família. Dado que
este é um assunto de especial
acuidade com reflexos alarman-
-tes nas crianças, deixo-o para
próximo desenvolvimento, de-
pois de obter elementos mais
concretos do que poderia apre-
sentar nesta altura. (0.)

os olhos pelo nosso simpático
jornal, o qual julgo trazer um
pouco de Unidade aos Beirões.

Já lá vão bastantes anos que
não assisto a essa magnífica
tradição da Via-Sacra e pro-
cissões da Semana Santa. Eu
ia com o gasómetro à cabeça,
a iluminar os músicos… De-
pois, era Domingo de Páscoa.
As Boas-Festas! E os bolitos
que meu pai trazia na algibei-
ra, das ofertas, nas casas abas-
tadas. Sim, meu pai foi, du-
rante longos anos, músico. Meu
avó era músico Meu tio e
actualmente, meu cunhado.

Filarmónica Oleirense! Bem.
A Filarmónica Oleirense q to-
dos nós, na Era da Lua, da
Música Gravada, etc. faz-nos
sorrir… Já é uma sombra dos
velhos tempos que eu não vi.
Mas oiço contar. Conto de fa-
das… A grande figura que ela
fazia nessas terras vizinhas.
Era temida. E com razão. Dos
homens que a compunham , a
maior parte já partiu, ao cha-
mamento de Deus.

Hoje, Domingo de Páscoa,
Wu com sentimento magoado a
entrevista com o Mestre «Mo-
cho»… Tudo no mundo tem fim.
Nós, os Oleirenses d os
alguma coisa a esse homem hu-
milde e genial que sempre com
um sorriso, ensinou tantos e
tantos rapazes. Tanta vez o
pedido de MAIS UMA. E já
eram mais que horas. Mas é
sempre mais uma para a Mo-
cidade dançar!

Pois é. São 80 anos! Mas
ainda presta, mesmo não acom-
panhando a grandes distâncias,
bem podia ficar como projes-
sor de muitos que tenham gos-
to de aprender.

Aqui deixo a minha ideia e
vontade de proporcionar ao
Mestre «Mocho», sr. José Au-
gusto, uma festa de homena-
gem. Aí em Oleiros. E talvez
até aqui, na nossa Casa da
Comarca de Sertã. Se houver
algum Oleirense com ideia me-
lhor… agradeço que à propo-
nha. Caso se aceite, ficarei ao
dispor, pelo telefone 847448».

ESTRADA
NACIONAL
N.º 238-1

Estambs informados de que
foi dotada para este ano a obra
de revestimento betuminoso da
Estrada Nacional n.º 238-1 no
troço entre Cruz do Fundão ‘e
Alto da Cava. Os trabalhos ini-
ciar-se-ão, possivelmente, ainda
no corrente mês de Abril.

Regosijamo-nos vivamente com
este benefício, pois a travessia
de oito quilómetros ainda pbr al-
catroar, entre Sertã e Oleiros,
constituía um autêntico martírio
para os veículos motorizados.

Evidentemente que o revesti-
mento betuminoso deste troço
nada tem que ver com a cons-
trução da Variante da Estrada
Nacional n.º 238 entre Cruz do
Fundão e Oleiros por Mosteiro,
cuja necessidade não deixa de se
fazer sentir, por aquele facto. É
que a Variante vem encurtar em
mais de 10 quilómetros a distân-
cia entre Sertã e Oleiros e tor-
nar muito menos demorado o
respectivo percurso, pois será de
traçado muito menos sinuoso que
o actual.

Poder-se-ia colocar o proble-
ma de saber se valerá a pena al-
catroar um traçado de caracte-
rísticas tão pouco próprias de
uma estrada nacional moderna,
como é aquele, com tantas cur-
vas. Julgamos que o seu alca-
troamento pelb traçado existente,
só poderá justificar-se se a nova
variante sair de Cruz do Fun-
dão e não de Selada da Lameira,
pois nessa hipótese, aqueles oi-
to quilómetros passarão a cons-
tituir uma mera estrada de liga-
edo entre a N. 2388 ea E.
N. 350. Consequentemente com
trânsito reduzido.

Alcatroar três quilómetros de
via com tantas curvas como as
existentes desde Cruz do Fun-
dão a Selada da Lameira, em es-
trada de muito mbvimento como
a n.º 238, entre Sertã e Oleiros,
não se justificaria em plena dé-
cada de 70.

Delgado, Troviscal.

O RENOVADOR
e os seus leitores

Continuamos a receber abundante correspondência em
que se nos dá conta do acolhimento extraordinâriamente fa-
vorável que em todos os meios foi dado ao nosso jornal.

Como dissemos no número 6 não nos é possível trans-
crever as inúmeras provas de amizade e admiração que nos
têm sido testemunhadas. Agradecemo-las, no entanto, e ire-
mos respondendo pessoalmente àquelas a que nos for possível.

Também anunciámos que após o envio do n.º 4 remete-
ríamos os recibos de cobrança, para todos aqueles que não
tivessem devolvido o jornal nem, espontâneamente, nos re-
metessem o preço da sua assinatura.
nossa vontade, não nos foi possível enviar os aludidos recibos,
como prevíramos. No entanto, eles estão já a ser entregues.
E pedimos para a cobrança o mais favorável acolhimento, a
fim de evitarmos despesas não necessárias.

Continua a crescer o Grupo de Amigos de O RENOVA-
DOR. Hoje podemos assinalar mais os seguintes: D. Maria Eu-
lália Silva Matias, de Lisboa; José Lopes, de Lisboa; e João

Por motivos alheios à

ECOS DO MURADAL

ESTREITO

Quem lê os jornais, ouve o rádio
ou televisão tem conhecimento dum
estado de inquietação que se gerou
à volta da vida agrária do país. Não
é sem razão gue tal sucede. Com
efeito, até há uns anos atrás, a po-
pulação rural vivia da agricultura
e para a agricultura. Hoje, não é
assim. O labandono das culturas tra-
dicionais impõe-se progressivamente,
só mão sucedendo assim para os que
não pensam na irrentabilidade dos
processos antigos que teimam pra-
ticar,

O mundo corre velosmente para
novos processos de vida e não há
dúvida que o homem deste tempo
se torna mais válido, porque mais
senhor do mundo num domínio maior
das energias existentes mo mundo
da criação. Mas o homem individual
é impotente, para, por si só, levar
a efeito grandes empresas. Reque-

OLHO VIVO…

Há certos sítios em que exis-
tem sinais de estacionamento
obrigatório.

Tudo muito certo. Manda quem
pode. Obedece quem deve.

E em frente ao Quartel dos
Bombeiros Voluntários? É a fal-
ta do sinal? Francamente, não
percebemos.

Não é preciso sinal, e o certo
é que vemos automóveis estacio-
nados diêriamente em frente
áquele edifício.

Não se compreende como é
que, tão frequentemente, os pas-
seios da Vila da Sertã, calceta-
dos a pequenos cubos, se encon-

 

Caminho.
entre Marmeleiro

Está a ser reparado pela Cã-
mara Municipal o caminho anti-
go entre a sede de freguesia
de Marmeleiro e Ribeira da
Isna.

Enquanto se não constrói o
troço da Estrada Nacional n.º
244 entre Marmeleiro e São
João do Peso, este caminho
municipal tem muito interesse
para as ligações entre S. João
do Peso e Sertã.

Distam entre si menos de 18
quilómetros mas, actualmente,
ainda é necessário fazer quase
o dobro do percurso para as li-
gar.

Municipal
e Ribeira de Isna

Construído aquele troço o
referido caminho não deixa de
ter interesse, pois continua a
servir numerosas povoações
zonas económicas sem acesso
E. N. n.º 244,

A Câmara Municipal da
Sertã oficiou as vizinhas Cã-
maras de Mação e Vila de
Rei, no sentido de saber se as
mesmas estariam interessadas
na elaboração de projectos pa-
ra a continuação daquele cami-
nho dentro dos respectivos li-
mites, e com vista a encarre-
gar técnico competente do tro-
go respeitante ao concelho de
Sertã.

e
à

tram deteriorados, com os cu-
bos arrancados e espalhados.
Haverá alguém que se dedique
a uma torefa tão própria de
vêndalos como esta?

A Câmara bem os manda re-
parar. Mas, de vez em quando…

Todos se queixam do trânsito
automóvel. Os veículos enchem.
as ruas. O movimento é enor-
me. Muitas vezes os inquilinos
têm dificuldade em sair das pró-
prias casas, tal a proximidade
dos veículos e o perigo que a
toda a hora os ameaça.

Mas já repararam que os
peões não facilitam mesmo na-
da o trânsito? Na rua Cândido
dos Reis, na Sertã, aos sábados
e dias de mercado, é milagre
como não se tenham verificado
desastres, pois os peões andar
pelo meio da faixa de rodagem
como se estivessem nas próprias
ruas da sua povoação. Os au-
tomobilistas bem buzinom. São
todos surdos…

E em Cernache do Bonjardim,
às segundas-feiras? Guiar um
carro por entre aquela floresta
de pemas que enxameiam o cen-
tro da estrada, revela mais ha-
bilidade do que ganhar um raii.

E em Proença-a-Nova a vá-
rias horas do dia e sobretudo aos
Domingos e dias de feira?

Consta que as respectivas Cá-
maras Municipais vão instituir
um prémio especial para o con-
dutor que não se enerve ao atra-
vessar aquelas estradas que
também são Tuas…

Polícia de giro

re-se o concurso do homem comuni-
tário, com todas as suas possibili-
dades postas ao serviço da comuni-
dade, para que esta, por sua vez ga-
ranta ao homem condições de vida
mais razoável e mais digna.

O homem é demasiado egoísta ou
individualista. E certo que existem
homens para quem o servir aos ho-
mens é uma norma digna, é um mo-
do de viver que exalta quem a vive.
Mas o que não vai por aí de pessoa-
tismo, de interesses particulares e
não sei até se não simples desejos
de que este ou aquele, esta ou aque-
la zona humana não progrida, para
que mão fiquemos na sombra.

Falamos dos interesses duma zo-
na, zona que poderíamos chamar,
cona interdita, quando tem dentro
de si uma grande riqueza nacional,
que pouco lhe aproveita, o dinheiro,
Já passaram os anos em que q gen-
te da serra mivia dos pinheiros, das
oliveiras e dum pouco de milho cul-
tivado b t ômi na-
quele tempo. No presente temos o
pressentimento que se estão esgo-
tando as energias do passado, com
um agravamento imposto pela emi-
gração que continua a dar possi-
bilidades de progresso aos estran-
geiros e que para nós sômente traz
dinheiro que só por si não realiza
o enriquecimento dum povo.

Para que um povo tenha possibi-
lidades de melhor vida é necessário
que sinta que tem um lugar no mun-
do, que é com os outros homens, é
o senhor do mundo, que está no mun-
do para ser útil aos homens do seu
tempo, isto sem falar numa visão
extraterrena a que se destina 5 ho-
mem. Mas o homem não consegue
isto se não lhe dão condições para
o conseguir.

O factor económico é de grande
importância para que se atinja o
que desejamos. Não é o único cer-
tamente, mas não se pode dispensar
se se pretende realizar uma obra
concreta, em ordem ao ressurgimen-
to dos povos.

Este ressurgimento dos povos pres-
supõe uma intercomunicação tanto
quanto possível perfeita, dado que é
esta intercomunicação que leva os
povos, as zonas humanas a comple-
tarem-se mutuamente numa procu-
ra constante de tudo quanto lhes
basta ow é necessário para a sua
vida familiar, comunitária e social.
Daqui se segue quanto impor-
ta que se faça para o esta-
belecimento completo e perfeito du-
ma forma eficaz de dar um passo
em ordem ao desenvolvimento comu-
nitário das gentes da Beira Baixa
e mormente das gentes da Serra, em
grande parte isolados do mundo.
Dentro destas ideias parece ser
oportuno lembrar a mecessidade ur-
gente de dar seguimento à estrada
de Oleiros para a Sertã, pelo Tro-
viscal, de Oleiros para a Sobreira
e do Orvalho para o Fundão, esta,
há tantos anos aberta, mas intran-
sitável — (0.)0.)