O Renovador nº7 28-03-1970

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Ano I— Nº 7

tes

28 de Março de 19%0

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTÃ, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5- r/c — SERTÃ — Telef. 131

DRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO:

JOAQUIM MENDES MARQUES

COMPOSIÇÃO E IMPRESSAO;
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

À electrificação dos meios rurais |

Uma estatística de há cerca
de dois anos, publicada num
jornal diário, informava-nos
que apenas 25% dos lares por-
tugueses gozavam do benefício
da electricidade. A distribuição
pelos diversos concelhos do
Continente fazia-se em percen-
tagens muito desiguais, que
desciam dos 75% em alguns
concelhos do Litoral, até 19%
noutros do interior.

No concelho de Sertã, para
cerca de 7000 famílias existem
hoje 207% consumidores, o
que corresponde à percentagem
de 30%.

Não temos à mão dados con-
cretos sobre os restantes con-

Condições
de Assinatura

VIA NORMAL

Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha.
semestre: 40800
Estrangeiro — anual:

VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)

Províncias Ultramarinas
e Estrangeiro — anual: 180800

130800

Número avulso: 1$50

celhos da Região, mas cremos
não errar dizendo que as per-
centagens não diferirão muito
das da sede da Comarca, em-
bora os números absolutos se-
jam inferiores. Proença-a-Nova
tem electrificadas, para já, as
sedes de três freguesias:
Proença, Sobreira e Montes da
Senhora. Alvito está quase
preparada para a inauguração.

A Câmara Municipal de Vila
de Rei electrificou também as
sedes das suas três freguesias
(Vila de Rei, Fundada e São
João do Peso) com algumas
povoaçções vizinhas.

Oleiros tem electrificadas,
igualmente, as sedes das fre-
guesias de Oleiros, Madeirã,

Orvalho, Sobral, Estreito e
ainda, prontas a inaugurar,
Mosteiro, Sarnadas e Vilar
Barroco.

Das 14 freguesias do conce-
lho de Sertã, ainda não estão
electrificadas as sedes de Fi-
gueiredo, Ermida, Marmeleiro
e Palhais, e não começaram a
beneficiar deste melhoramento,
mais as de Várzea dos Cava-
leiros, Troviscal e Carvalhal,
as quais, embora já vejam as
redes e os postes, por eles ain-
da não corre a misteriosa ener-
gia que tudo renova.

Sem electricidade não pode
haver verdadeiro progresso,

Seremos

Em artigo anterior disse que
havia de demonstrar em como
a região — a da Sertã — não
é pobre, irremediâvelmente po-
bre.

Não é difícil. Tem possibili-
dades de riqueza mais do que
suficientes para a sua popula-
ção ter uma vida bastante me-
lhor e até atingir um grau de
prosperidade, não direi invejá-
vel, mas francamente bom. E
não será preciso deter-me em
profundidade, não só por não
ser da minha competência, co-
mo a sua complexidade não
permite fazê-lo num simples
artigo, em reduzidas linhas.
Bastará a sua enunciação e os
técnicos, com vantagem para
o leitor, terão a palavra. Por
ónde começar?

POPULAÇÃO

Seria imperdoável não prin-
cipiar por aqui. Em toda a
parte é a principal riqueza e a
Sertã não será uma excepção.
Gente boa, ordeira e de fácil
adaptação a qualquer traba-
lho. Supre, com uma força de
vontade extraordinária, a fal-
ta de preparação técnica. A
sua dedicação, comprovada em
todos os locais onde exerce
actividade, é um motivo de
justo orgulho.

A densidade populacional an-
da à volta de 65 pessoas por
quilómetro quadrado. O saldo
demográfico anual, ou seja a
diferença entre os nascimentos
e óbitos, é de cerca de 800.
Um crescimento de 1,2. Isto,

isth

pobres…

números redondos, aproxima-
dos, não vá algum rigorista,
socorrendo-se das fontes nor-
malmente utilizadas, derrubar
o que afirmo. Pôem-se de par-
te os décimos, para mais ou
para menos, que não interes-
sam de momento. Interessa a
ideia, se interessar…

Continua na 3.º pág.

nem promoção social das po-
pulações. Todas as aldeias am-
bicionam este melhoramento
com impaciência compreensível,
mas dificilmente capaz de sa-
tisfação rápida.

No contexto actual, cada
vez se torna mais quebra-ca-
beças a resolução do problema.

Tem sido extremamente len-
to o ritmo das comparticipa-
ções do Estado por virtude de
outros encargos financeiros
que não é possível preterir,
como a manutenção da nossa
soberania Além-Mar.

Por outro lado, para electri-
ficar umas dezenas de fogos,

Continua na 3.º página

O Sr. Governador Civil corta a fita simbólica

NESPERAL viveu horas inesquecíveis

com a inauguração de diversos melhoramentos
pesidida pelo Sr. Governador Civil de Castelo Branco

22 de Março. Ruas engala-
nadas, dísticos de saudação,
foguetes, alegria estampada
no rosto dos presentes. Era o
ambiente do Nesperal, daquela
simpática sede de freguesia,
tão acolhedora quão atraente.

Iam ser inaugurados o tro-
co de estrada entre Cernache
do Bonjardim e Nesperal, e
três fontenários.

Saldava-se também a dívida
da freguesia para com o sr. Jo-
sé Martins, homem de grande
dinamismo, que, durante 32
anos, fez parte da Junta de
Freguesia, que agora deixa
por se retirar para outras pa-
ragens.

Como estava anunciado, pre-
sidia o sr. Governador Civil do
Distrito, sr. dr. dr. Manuel

REPORTAGEM DE

Ascensão Azevedo.

Aguardado na Sertã pelo sr.

Presidente da Câmara, dr. José
Antunes, vereadores e ainda
pelo Chefe da Secretaria da
Câmara Municipal, o ilustre
visitante, bem como o Coman-
dante Distrital da PSP, Capi-
tão António Gaspar e o seu se-
cretário particular, dirigiram-
-se para Cernache do Bonjar-
dim.
Foguetes anunciaram a sua
chegada. Recebeu os cumpri-
mentos da Junta de Freguesia
e ainda do sr. Comandante da
Secção da GNR da Sertã, Sub-
delegado de Saúde, dr. M. Mar-
ques dos Santos, e outras enti-
dades.

Inaugurou o troço da estra-

Assinatura do auto de posse, como Presidente da Direcção da Casa da Comarca da Sertã, em Lisboa,
do Sr. Reinaldo de Jesus Costa. A cerimónia realizou-se, como noticiámos, no dia 14 do corrente, pe-
rante uma Assembleia geral das mais concorridas e brilhantes dos últimos anos

RAUL AMÉRICO S. SIMÕES

da Cernache do Bonjardim-Nes-
peral, na parte pertencente à
primeira freguesia, cortando a
fita simbólica. Mais foguetes.

Organizou-se o cortejo em
direcção ao Nesperal.

Aqui, esperava o cortejo a
Junta de Freguesia, que apre-
sentou cumprimentos, e muito
povo, crianças da escola,

Não obstante o atraso verifi-
cado em relação à hora previs-
ta, ninguém havia. arredado pé,
e todos queriam saudar o sr.
Governador Civil,

Foi a vez de inaugurar o
troço da estrada da freguesia
do Nesperal, fazendo o tradi-
cional corte da fita. Palmas.
Mais foguetes. Alegria.

Das mãos de duas crianças
da escola, recebeu o sr. dr. As-
censão Azevedo um cestinho
com camélias, que agradeceu.

Continua na 2.º página

Os Bombeiros
Voluntários

de Oleiros

recebem valiosa
comparticipação do Estado

Por portaria publicada no Diá-
rio do Governo, II Série de 18
do corrente, é concedida à As-
sociação dos Bombeiros Volun-
tários de Oleiros a comparticipa-
ção de 231 000800, como adicio-
nal de. anteriormente concedida,
escalonada da seguinte maneira:
1970, 100 0008 e 1971, 131 0008,
sendo ao mesmo tempo, fixado o
prazo de 31 de Dezembro de
1971 para conclusão dos referi-
dos trabalhos.

Também por portaria publica-
da no mesmo dia, é antecipada
para o corrente ano do escalão
de 1971, a verba de 79 000800.

 

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Página 2

O RENOVADOR

Nesperal viveu horas inesqueciveis
com «q inquguração de diversos melhoramentos

Continuação da 1º página

Na Escola realizou-se a ses-
são solene.

Presidiu o sr. dr. Ascensão
Azevedo ladeado pelos srs.
Presidente da Câmara, Capitão
António Gaspar, José Martins,
dr. Manuel Dias da Silva, pre-
sidente da Junta de Freguesia,
Padre José Alves Júnior, e co-
mandante da Secção da GNR.

Pode equacionar-se o Gover-
no do sr dr. Ascenção Aze-
vedo na trilogia: Dinamismo,
Renovação e Diálogo

Abriu a sessão o sr. Presi-
dente da Junta de Freguesia,
que, depois de saudar as enti-
dades presentes, de afirmar a
honra da freguesia em receber
tão ilustre entidade, afirmou:

«Em boa hora o Governo da
Nação escolheu V. Ex” para
dirigir o distrito de Castelo
Branco e até este momento jul-
gamos que se pode equacionar
o seu governo na trilogia: di-
namismo, renovação e diálogo.

Temos a certeza de que o
Distrito, sob o seu Governo,
vai viver uma hora de pro-
gresso até agora não conheci-
da e que a vida actual exige.

Referindo-se à estrada inau-
gurada, continuou:

«Julgo ser desnecessário enu-
merar as vantagens de tão
grande melhoramento, em que
foram dispendidos perto de
340 000800, bastando dizer que
só com estes 2 quilómetros e
meio de estrada alcatroada o
seu movimento passou a ser
dez vezes maior».

Referenciou a gratidão ao sr.
Eng. Alfredo Resende, Direc-
tor de Urbanização do Distri-
to, lamentando a sua ausência,
e ainda à Comissão de Melho-
ramentos do Nordeste, pelo
contributo concedido. Acerca
do abastecimento de água, afir-
mou:

x

«Esta obra, feita inteiramen-
te pela Câmara em colabora-
ção com a Junta de Freguesia
orçou em mais de 100 contos.
Do seu grande valor para as
populaçes beneficiadas julgo
que não valerá a pena falar,
pois todos sabemos o que isso
representa.

É mais uma obra que fica-
mos q dever à Câmara a juntar
àquelas que nestes últimos oi-
to anos foram efectuadas e de
que é justo salientar o forneci-
mento de energia eléctrica, a
beneficiação que sofreu a Es-
cola Primária, só sendo pena
que não fossem substituídas
as carteiras que já devem ter
mais de 40 anos e são antipe-
dagógicas, o arranjo do cemi-
tério paroquial e estrada de
acesso, o calcetamento de di-
versas ruas tanto da sede co-
mo de alguns lugares e o arran-
jo dos caminhos que ligam as
diversas localidades da fregue-
sia.

Não podemos deixar de mais
uma vez agradecer ao sr. Pre-
sidente da Câmara e aos se-
nhores vereadores todo o gran-
de apoio que nos tem sido con-
cedido».

A acção dos particulares, co-
laborando com as entidades ofi-
ciais, foi também focada pelo
orador, que referiu a dádiva
feita pela sr.” D. Maria Go-
mes e sr. João da Silva Nu-
nes dos terrenos necessários
para abertura do poço e cons-
trução do depósito de água e
serventias, e ainda a doação
feita pelos irmãos srs. Floria-
no Leitão e Avelino Leitão de
uma casa, que, reparada, vai

servir de sede à Junta de Fre-
guesia.

Na parte de homenagem ao
sr. José Marins, que não é na-
tural do Nesperal, afirmou:

«Este h que se devot
à sua freguesia adoptiva de al-
ma e coração tem estado sem-
pre presente com o seu traba-
lho, inteligência, dedicação e
quantas vezes com o seu dinhei-
ro em todas as obras aqui rea-
lizadas».

Falou seguidamente o sr. P.
José Alves Júnior, como intér-
prete do povo, para manifestar
a sua alegria pelos melhora-
mentos recebidos, e pela pre-
sença do sr. Governador Civil.

Pediu licença para fazer ofer-
ta ao sr. José Martins de uma
pequena lembrança da fregue-
sia, produto da quotização en-
tre os seus habitantes, a qual
foi entregue por dois alunos da
escola. Registâmos: relógio cro-
nómetro Breitling, com dedica-
tória gravada AO SR. JOSE
MARTINS — DO POVO DO
NESPERAL.

O homenageado: agradeceu,
emocionado, e o sr. P. José Al-
ves frisou os benefícios conce-
didos pela Câmara Municipal,
ea acção da Junta de Fregue-
sia.

É necessário consciencializar
o nosso Povo pelo muito
que se vai fazendo, em face
do imenso que é necessário.

Tomou então a palavra o
sr. Presidente da Câmara, dr.
José Antunes, que afirmou:

«Dignou-se V. Ex.*, Senhor
Governador Civil, emprestar a
esta inauguração e a esta ho-
menagem, q honra da sua pre-
sença e a simpatia da sua
pessoa. Não é pela grandeza
dos melhoramentos, nem pela
importância da povoação. Mas

O Sr. José Martins que durante
32 anos ininterruptos fez parte
da Junta de Freguesia do Nesperal

apraz-me considerar como um
símbolo que V. Ew.º se tenha
deslocado 230 quilómetros,
mais uma vez ao concelho de
Sertã, e ao Nesperal, quase no
limite do Distrito, para fazer
realçar que tanto podem inte-
ressar os grandes, como os
pequenos empreendimentos,
desde que eles se destinem ao
bem-estar das populações e à
sua promoção social.

Especialmente é de salientar
que V. Ex: quis expressa-
mente associar-se à homena-
gem que a Junta e toda a fre-
guesia, pretendem prestar ao
sr. José Martins, por durante
32 anos ter dado o melhor do
seu esforço e dedicação à au-
tarquia que lhe serviu de ber-
ço.

Não são os 337.500800 que
custou o alcatroamento da es-
trada, desde Cernache ao Nes-
peral, nem os 100 contos do
custo da obra de abastecimen-
to de água, que justificam im-
teiramente a solenidade desta
cerimónia. Para além desses
números, há a necessidade de
se consciencializar o nosso po-
vo pelo muito que apesar de
tudo se vai fazendo, em face

do imenso que é necessário,
para tornar menos dura a vi-
da das nossas populações ru-
rais.
E V. Exº que com tanto en-
tusiasmo se está devotando ao
to sócio – econó-
mico do Distrito, vem aqui dar
testemunho do interesse que lhe
merece toda e qualquer melho-
ria das condições de vida dos
aglomerados rurais, onde cada
dia é mais difícil manter uma
população com cada vez muio-
res anseios, que nem sempre
se podem satisfazer.

Prestou depois a sua home-
nagem ao sr. José Martins,
salientando a sua extraordiná-
ria acção na execução dos me-
lhoramentos inaugurados, clas-
sificando-o de mestre de obras,
sem remuneração.

E continuou:

«Vai fazer oito anos em
Junho próximo, procedi nesta
freguesia à primeira inaugura-
ção do meu mandato como Pre-
sidente da Câmara Municipal
da Sertã. Tratava-se de pôr em
funcionamento uma bomba ma-
nual instalada num poço, sito
numa barroca, correndo-lhe ao
lado um ribeiro, e escorrendo
para as suas proximidades to-
das as enxurradas e detritos.
Para ali haurirem água, a
maioria dos habitantes do Nes-
peral teria de percorrer cerca
de 500 metros ou mais com
os cântaros à cabeça.

Eu tinha tomado posse do
lugar havia uns oito dias, não
conhecia nem tinha qualquer
responsabilidade no que estava
feito. Ao ver o que se me ofe-
recia para inaugurar, em pleno
século XX, como um melhora-
mento útil para a população,
tive vontade de arrepiar ca-
minho e não inaugurar coisa
nenhuma. Realmente, valeria a
pena? Em breve, se verificou
que, verdadeiramente não va-
lia a pena, pois os habitantes
do Nesperal não chegaram a
utilizar-se do melhoramento, se
é que tal se poderia denominar
melhoramento.

Pois, a distância que vai des-
se abastecimento de então, ao
que vai ser inaugurado hoje, é
aquela que distingue o Conce-
lho da Sertã de 1962, quanto
a melhoramentos rurais, do
concelho da Sertã de 1970.
De então para cá fizeram-se
no Concelho nada menos que
145 novos abastecimentos, sen-
do que até aí apenas 45 po-
voações das 316 do concelho
podiam abastecer-se de água
por fontenários. E esses 145
abastecimentos que englobam
mais de 200 povoações e cer-
ca de 500 fontenários, nenhum
deles, se não me engano, é um
simples poço com bomba ma-
nual. A água foi trazida de
longe para o meio das povoa-
ções, havendo algumas destas
que têm três e quatro bicas a
jorrar água.

Não temos a vaidade de di-
zer que todos funcionam impe-
cavelmente ou que se tenha re-
solvido o problema de abaste-
cimento de água ao Concelho
da Sertã. Não seria possível
obter-se tal resultado, com
água proveniente de minas ou
de poços, nem com canaliza-
ções de plástico, que, segundo
despacho recente do sr. Minis-
tro das Obras Públicas, não
provou bem em muitos casos
do seu emprego.

Afora, porém, essas contin-
gências, inerentes a abasteci-
mentos de emergência, como
foram classificados, ainda fi-
ca uma larga margem de êxi-
to, com a qual temos satisfa-
ção de dar mais comodidade e
higiene às populações.

Gastaram-se nestas obras,
para cima de cinco mil contos.
E, agora tem a Câmara a seu

cargo a manutenção de mais
de 500 torneiras que devem
deitar água. Para tudo correr
do melhor modo, seria necessá-
rio um autêntico serviço pú-
blico com vários funcionários
e vultosas verbas para ocorrer
a todos os precalços. Pena é
que assim não possa suceder
e que a necessidade e impaciên-
cia de alguns, nem sempre
compreenda o condicionalismo
em que se trabalha.

Faz-se o que se pode, não se
faz o que se quer».

A rede de estradas do con-
celho aumentou 70 quilóme-
tros nos últimos 7 anos

Falei do abastecimento de
água. Gostaria agora de fazer
também algumas considera-
ções a propósito da inaugura-
ção da estrada.

Em 1962 o concelho tinha
apenas 7 quilómetros de estra-
das municipais alcatroadas. Ho-
je tem vinte. As estradas e ca-
minhos em terraplanagem ou
a macadame ascendiam a uns
60 quilómetros. Hoje sobem a
uns 130.

No entanto, como vemos tam-
bém, são mais de 100 os quiló-
metros de rede apenas em ter-
raplanagem, o que representa
um atraso terrível para uma
Administração que pretende
dar satisfação aos seus Muní-
cipes. No Inverno, os veículos
pesados abrem sulcos de meio
metro e no Verão a poeira tor-
na o trânsito desagradável.

Mas, Roma e Pavia não se
fizeram num dia. O ritmo é
lento, as necessidades são mui-
tas. Temos de aguardar que a
nossa Região recupere o atra-
so com que partiu, há muitas
dezenas de anos.

Nesperal nos últimos 5 anos
conseguiu quatro melhoramen-
tos que todas as 316 povoações
do concelho deveriam possuir:
calçadas, electricidade, abaste-

cimento de água e estrada. É

28 de Março de 1970

hoje um aglomerado onde a
Administração Pública, directa-
mente, já pouco pode fazer. É
preciso que, agora, a iniciativa
seja dos particulares para da-
rem aos seus produtos a ex- |
ploração, a comercialização e a
transformação que lhes permi-
ta viver melhor. É tempo de nos
unirmos todos nessa grande ta-
refa do desenvolvimento sócio-
económico das nossas áreas. O
sr. Governador Civil já deu o
exemplo, organizando a Comis-
são de Desenvolvimento sócio-
económico do Distrito e os Gru-
pos de trabalho que hão-de es-
tudar as soluções a propor.
Apoiemo-lo todos unidos no im-
perativo da hora que passa:
para um Portugal melhor; pa-
ra um Concelho melhor.»

Encerrou a sessão o Sr. Go-
vernador Civil, que começou por
adecer as referências que
lhe haviam sido feitas pelos
oradores antecedentes.

O acolhimento com que foi
recebido não lhe foi insensível.
Fez referências elogiosas à
gente boa da freguesia, sau-
dando os srs. Presidente da
Câmara, por quem tinha a
maior consideração e apreço
pelo seu dinamismo, e presi-
dente da Junta, pela obra rea-
lizada, prometendo insistir jun-
to do Governo pela concessão
de melhoramentos necessários.

Na parte respeitante à ho-
menagem ao sr. José Martins
lamentou não poder trazer uma
demonstração de apreço de Sua
Ex.* o Ministro do Interior, o
que sucederá brevemente.

Uma calorosa salva de pal-
mas sublinhou as palavras do
sr. Governador Civil.

Foram a seguir inaugura-
dos dois fontenários vistosa-
mente engalanados, percorren-
do o sr. Governador Civil e co-
mitiva as ruas do Nesperal,
para cujo embelezamento, ge-
nerosamente haviam trabalha-
do cerca de 40 pessoas.

A Sr* D. Amália Dias da
Silva obsequiou os ilustres con-
vidados com um magnífico co-
po de água, esmeradamente
confeccionado, deixando a to-
dos encantados a simpatia do
sr. Presidente da Junta e de
sua Esposa.

Rumo ao alto!

Morreu o António. Passou o
seu enterro…

Um enterro igual a tantos ou-
tros? Não. Este encerra uma ví-
tima. Nele vai algo que faz es-
tremeicer. Dele sai um grito que
me atenra

É que o António, era um mo-
ço que não teve infância, e to-
dos nós tivemos a culpa…

Ele não teve um lar. A mãe…
pobre mãe…

O pai? Onde estará tb pai? Tal-
vez tranquilo, feliz, junto de uma
família constituída segundo esta
sociedade decaída, de fachada
aparentemente limpa…

E ele, o António, foi para a
Casa Pia, Saíu aos 15 anos. Em-
pregou-se. Era esperto, começou

a ganhar bem, e tentou viver.
Viver à sua maneira, gozando
os prazeres da carne… não era

ele filho do pecado?…

Vem a doença, revolta-se, na-
da de sujeição. Não lhe bastaram
os 15 anos passados? Um insu-

Lugares vagos
no Ensino Primário

Estão abertos concursos para o
provimento dos seguintes lugares:
Concelho de Oleiros: Álvaro,
misto, Concelho de Sertã: Samba.
do, freguesia Cernache do Bon-
jardim.

O prazo de concurso termina
às 17.30 h. do dia 31 do corrente
mês de Março.

(Diário do Governo, II Série,
17 de Março de 1970).

bordinado? Sim era-o, e ilógico
seria o contrário. Quem o fez
assim? Eu e Tu! Todos nós…

Eu que apenas p visitei uma
vez, e lhe prometi cigarros que
lhe não levei…

Tu jovem como ele, tu de
quem ouço dizer «é muito bom
moço», mas que nunca tens tem-
po para fazeres uma visita abs
teus irmãos que sofrem… Como
são vazias as tuas horas va-
gas!… Como são fúteis as tuas
férias. Não tens pena?

E você, Senhora piedosa, que
foi vê-lo e lhe deu conselhos e
lhe levou doces. Conselhos e do-
ces!… Duas coisas que ele abor-
recia. Ele queria apenas, cigar-
10s e vinho, e sobretudo… com-
preensão. Nada de conselhos.
Esses guarde-os para os seus fi-
lhos. Veja lá… não venham eles
a serem autores de outros «An-
tónios» do futuro…

Passtu o enterro do António.
Não posso ir acompanhá-lo, e
mesmo para quê? Se o não fiz
em vida..

Que o enterro nos dê lição
a todos. Mas muity em especial
a Ti, moço, que despontas para
a vida. Enche o teu coração de
caridade, e vai. Leva ao teu ir-
mão doente um pouco de ti, e da
tua mbcidade generosa. Ajuda os
que sbfrem, não fiques qual ve-
lha carpideira a lamentar, nem
tão pouco, como homem de ne-
gócios que segue sem se deter.
Pensa onde podes ser útil, e co-
meça já, a dar à tua vida um
sentido. Que de ora àvante le-
ves àqueles que sofrem o calor
da tua compreensão.

Maria da Graça

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28 de Março de 1970

O RENOVADOR

À ELECTRIFICAÇÃO DOS MEIOS RURAIS POR TERRAS
DE VILA DE REI

Continuação da 1.º página
quantas vezes se gastam cen-
tenas de milhares de escudos.
A dispersão das povoações, so-
bretudo nalgumas regiões da
Beira e de Trás-os-Montes, faz
com que o investimento nas
redes seja de todo em todo
desproporcionado com o res-
pectivo rendimento. A explora-
cção só é rentável a partir de
determinado nível de consumos
que muitos Municípios nem se-
quer atingem.

Estabelecem-se acordos bila-
terais entre as empresas dis-
tribuidoras de alta tensão e os
Municípios, em que estes se
vêem moralmente coagidos a
aceitar cláusulas com que não
concordam. É o caso dos en-
cargos com a instalação da li-
nha de alta tensão que têm de
ser, em grande parte (princi-
palmente a indemnização pelo
corte de árvores) suportados
pelas Câmaras Municipais. Che-
gou a ser legislado nos princí-
pios da Década de 60, mas nun-
ca foi regulamentado, que este
ónus incumbiria às Empresas
distribuidoras de alta tensão.
E, nem sequer a comparticipa-
cão do Estado ajuda os Muni-
dípios a suportar esses encar-
gos.

Outras vezes os Municípios,
como é o caso da Sertã, Olei-
ros e Vila de Rei, não têm dis-
positivo legal que lhes permita
proceder à expropriação por
utilidade pública urgente, o que
os coloca numa situação ver-
dadeiramente delicada.

Decreto relativamente recen-
te, no intuito de promover a
expansão das electrificações
rurais, aumentou a percenta-
gem das comparticipações do
Estado. Não resolveu, porém,
este problema, nem o das in-
demnizações, nem o da quota-
-parte do Municípios na cons-
trução das linhas de alta ten-

são, encargos de monta que a
grande maioria não pode su-
portar. Nas zonas de floresta,
então, como a nossa, eles são
esmagadores.

A exploração das redes de
baixa tensão por parte de mui-
tos Municípios rurais em que
a população é de baixo nível
económico e dispersa, é dificil-
mente rentável.

Para se não verem coagidos
a fazer face aos encargos dos
fornecimentos de energia, com
receitas de outras proveniên-
cias, alguns vêem-se forçados,
como o de Vila de Rei, à im-
posição de uma taxa única de
4$00, o que é manifestamente
inibitório da expansão dos
consumos.

Perante estas dificuldades
com que se vêem embaraçadas
algumas Câmaras que explo-
ram a baixa tensão, poderia
acaso objectar-se que seria
preferível entregar esse servi-
co a empresas distribuidoras
com organização mais eficien-
te e especializada do que os
Municípios.

testa-se, no que
essa organização eficiente e
especializada exige, e mais do
que as Câmaras, rentabilidade
do investimento e da explora-
ção. E, pelos factores antes
enumerados, ela não é famosa
nos meios rurais menos evo-
luídos.

Além disso, ainda não está
demonstrado que a exploração
feita pelos Municípios satisfa-
ça menos, de um modo geral,
que a realizada por empresa
especializada.

Parece-nos, por tudo isto,
que muitas das nossas aldeias
terão de aguardar, paciente-
mente, a sua vez para serem
electrificadas.

Mas o ritmo terá de ser ou-
tro, tendo em conta os seguin-
tes factos:

De semana a semana
(16 4 22 DE MARÇO)

EM PORTUGAL

* Anuncia-se a visita oficial do
Presidente do Conselho a Espa-
nha,

* O Dr. César Moreira Baptista,
Secretário de Estado de Injorma-
ção e Turismo, foi agraciado pelo
Governo Espanhol com a Grã-Cruz
da Ordem de Isabel a Católica.

* O Conselho Ultramarino vai pro-

munciar-se sobre a revisão da
divisão administrativa de Angola e
de Moçambique.

* A secção liceal de Abrantes do
Liceu de Santarém vai passar a
leccionar o 3.º ciclo.

* Para empréstimos e subsídios à
lavoura foram concedidos mais
16 mil contos.

* O Prof. dr. Américo da Costa Ra-
malho foi nomeado director da
Faculdade de Letras de Coimbra.

* Foi constituída uma comissão pa-

ra estudar a participação de Por-
tugal nos movimentos de integração
económica da Europa (Mercado Co-
mum).

* Foram designados novos dirigen-
tes da Acção Nacional Popular.

* O novo presidente da Câmara

Municipal de Lisboa propõe-se
acabar com os «bairros de lata» que
circundam a capital.

* Foi publicado um novo regula-

lamento para a indústria hotelei-
ra e similares. Os hotéis passam a
ser classificados por estrelas.

* O Secretário da Agricultura visi-
tou, na região de Portalegre, vá-

rios empreendimentos agrários e

contactou com os lavradores.

* O capitão cubano, que em Novem-

bro passado foi aprisionado na
nossa Guiné, vai ser julgado por
crime contra a segurança exterior
do Estado.

* O Dr. Marcelo Caetano visitou
particularmente o Arquipélago
dos Açores,

* O Secretário de Informação e Tu-
rismo visitou a cidade da Covi-
lã, onde tratou, com o Governador

Civil de Castelo Branco, de assuntos
turísticos.

NO MUNDO

* Os israelitas atacaram o territó-
rio sírio pela primeira vez depois
da guerra dos seis dias.

* Foi assinado em Praga, pelo mi-

nistro dos estrangeiros soviético,
Gromiko, um novo tratado de ami-
zade entre a Rússia e a Checoslová-
quia.

* O Secretário geral da ONU, U
Thant, foi convidado a visitar
a Espanha.

* Nas eleições realizadas na Fin-
lândia os partidos da direita ob-
tiveram notáveis êxitos.

* A Espanha e os Estados Unidos
recomeçaram as negociações a

respeito das bases americanas exis-

tentes no primeiro destes países.

* A Inglaterra votou contra o alar-

gamento a Portugal e à Africa
do Sul, das sanções aplicadas à Ro-
désia.

* Pela primeira vez os americanos

vetaram uma proposta no Con-
selho de Segurança. Tratava-se de
obrigar a Inglaterra a fazer uso da
força na questão rodesiana.

* Um golpe de estado no Camboja

depôs a príncipe Sihanouk na
ocasião em que este se encontrava
em Moscovo.

* Ainda não está solucionada a cri-
se política italiana que se arrasta
hã mais de um mês.

* Os chefes das duas Alemanhas
encontraram-se na cidade de Er-
furte (Alemanha Oriental).

* Em Cabo Kennedy (América do

Norte) foi colocado em órbita o
primeiro satélite da O.T.A.N. Rece-
beu o nome de «Otan-Ump».

* Anuncia-se a satda de mais
100 000 soldados americanos do Vie-
tnam.

* O Primeiro Ministro da Alemanha
Oriental, Stoph, disse ao chance-
ler da Alemanha Ocidental, Willy
Brandt, que a separação das duas
Alemanhas é definitiva.

— é anti-económcio, e, mais
do que isso, anti-humano, que
se verifiquem assimetrias tão
acentuadas no desenvolvimento
e no nível social das populações
do interior e do litoral;

— só facilitando a expansão
da electricidade se consegue

real, possibilidades

– progresso
de industrialização, mecaniza-

cão e promoção social e hu-
mana;

— é impossível a expansão
sem a solução dos entraves fi-
nanceiros e legais à constru-
ção das redes e com taxas al-
tas de consumo;

— se as empresas distribui-
doras não podem suportar os
encargos do fornecimento a
mais baixo custo, para as re-
giões de menor desenvolvimen-
to, porque as não suportam as
regiões mais favorecidas? —
O maior nivelamento beneficia-
rá, à longo prazo, o maior nú-
mero, pelo aumento dos con-
sumos a que dá origem a elec-

Esperemos que a fusão das
empresas da rede primária, re-

t te efectuada, venha
abrir novas perspectivas e cla-
reiras nas trevas que ainda en-
volvem tantas das nossas al-
deias, e que o Governo possa
atribuir verba mais substancial
ao programa de electrificação
rural. JA.

— Ceusou a mais viva satisfa-
ção e foi geralmente bem acei-
te a recondução na presidência
da Câmara Municipal do Sr. Joa-
quim Baptista Mendes.

Esta recondução é garantia da
obra encetada há oito anos e, por
mais que se diga e faça, nin-
guém será capaz de apagar da
história deste concelho o surto
de progresso que já se conseguiu
de então para cá.

Aqui repetimos a nossa pro-
messa de modesto apoio e cola-
boração na certeza de que assim
procedendo, pelo menos não se
desencoraja quem tem todas as
condições para deixar uma obra
válida, que é o que acima de tu-
do mais interessa 2 este conce-
lho.

— Do relatório da gerência
da Câmara Municipal, de 1969,
respigamos a seguinte passagem:
«O cemitério municipal continuou
a merecer a nossa melhor aten-
ção. E um facto se tornou salien-
te; a falta de espaço cada vez
mais evidente para comportar o
número de cadáveres da fregue-
sia, já porque a aquisição de se-
pulturas perpétuas que em tempo
se fez em larga escala e que ago-
ra se encontra suspensa, por de-
liberação da: Câmara, já porque

Seremos

Continuação da 1.º página

Ao crescimento da população
não tem correspondido o cres-
cimento económcio. Não há
mais riqueza; não há novos lo-
cais de trabalho, e, não haven-
do estes, também não há no-
vos empregos. Daqui resulta a
escassa densidade populacional
numa região onde os casais
com muitos filhos são vulga-
res e com nenhuns, raros. Não
há lugar para mais braços e
bocas, pelo que o escoamento
dos seus saldos fisiológicos é
inevitável. E é pena que assim
seja, como adiante se verá.

Vive e trabalha na horta,
como viveram e trabalharam
os seus mais longínquos ante-
passados. Uma vida heróica,
passada numa nesga de terra,
um minifúndio árido e pedre-
goso, de onde, à custa de mui-
to suor e canseira, sem quais-
quer utensílios a denotarem
modernidade, consegue extrair
os parcos produtos necessários
para a sua deficiente alimen-
tação. Uma travagem na mar-
cha célere do Mundo! Aqui a
vida parou e a esperança fi-
nou-se, salvo se for aplicada a
terapêutica que se reclama e
que consiste, única e simples-
mente, na valorização e apro-
veitamento da matéria-prima
existente na região, fazendo-a
passar pelas diversas transfor-
mações conhecidas e aquelas
que a imaginação humana,
sempre fértil, vier a criar.

FLORESTA

Com a recente criação e fi-
xação de um Núcleo de Assis-
tência Técnica na Sertã, desti-
nado a prospectar, incremen-
tar, valorizar e defender a Flo-
resta, dá o Governo da Nação,
por intermédio dos seus servi-
cos especializados, o primeiro
passo no sentido de pôr as coi-
sas nos seus devidos lugares e
de melhorar sensivelmente o
baixo ou baixíssimo nível de
vida dos seus 70000 habitan-
tes, até agora à mercê dos mais
fortes e habilidosos. Dos seus
ensinamentos e conselhos hã
muito a esperar. E das suas
recomendações, pois não dei-
xará de elaborar os seus rela-
tórios para apreciação dos seus
superiores hierárquicos, tam-
bém. A Sertã confia e sabe que,
uma vez estabelecido um Pla-

pobres?…

no e este em movimento, o ru-
mo que as coisas deverão le-
var.
A Floresta, de que a Sertã
é centro, estende-se por toda
a comarca, tem características
bem definidas, está sujeita ao
mesmo foro judicial, e a sua
partilha em duas fatias, uma
para o Grémio de Castelo Bran-
co e outra para o Grémio de
Sertã e Vila de Rei, não faz
qualquer sentido e prejudica in-
contestâvelmente os trabalhos
de conjunto. Mas a Sertã con-
fia. Proença-a-Nova e Oleiros
distam uns escassos quilóme-
tros da Sertã, que se percor-
rem em poucos minutos, e a
Floresta é una e indivisível. A
César o que é de César…

Se, como li em O RENOVA-
DOR, estão calculados em 300
mil contos, os valores que
anualmente saem da região —
200 mil em material lenhoso e
100 mil em resinas — temos,
per capita, 4 280800, ou antes,
30 000800 por cada proprietá-
rio, computados estes em
10 000. Material bruto, que vai
alimentar indústrias, nem sem-
pre nacionais, com prejuízo da
economia local e até nacional.

Há uma discrepância enorme
entre as capitações referidas,
que parecem não ter ligação
entre si, mas que, no meu en-
tender, é uma flagrante injus-
tiça social, facilmente remediá-
vel. Bom seria que alguém, com
responsabilidades governativas,
se debruçasse sobre o caso.
Evidentemente que se a rique-
za é de 10000, que tantos são
os proprietários do pinhal, não
pode ser distribuída por 70 000,
que são os seus habitantes.
Mas se surgissem indústrias
transformadoras, com a ajuda
técnica do Estado, que não a
negará, e os financiamentos a
longo prazo dos institutos de
crédito, que outra utilidade
não têm, o rendimento per ca-
pita não tardaria a subir para
o dobro ou mesmo triplo, con-
tando-se com uma melhor flo-
restação e exploração.

Estendendo-se de norte a
sul, de nascente a poente, da
comarca da Sertã, a Floresta,
sem exigir grandes dispêndios
de trabalho e dinheiro, é uma
fonte inesgotável e substancial
de alimento para antigas e mo-
dernas indústrias. (Continua)

M. FLORIM

a população da freguesia é bas-
tante numerosa, e portanto o nú-
mero de óbitos muito elevado, fo-
reim tornando cada vez mais exi-
guo o terreno disponível.

Tornava-se necessária a exis-
tência de pelo menos meis dois
cemitérios na freguesia, que se si-
tuariam, por exemplo em Milreu,
e S. Martinho, pois casos há em
que os funerais têm que percor-
rer 15 e mais quilómetros por
caminhos que não serão os mais
adequados».

Aplaudimos sem reservas, em-
bora saibamos que esta nossa opi-
nião não vei cair na simpatia ge-
ral, Mas… sejamos coerentes: pe-
lo facto de meia dúzia de indi-
víduos não concordar com esta
decisão, pergunto, será justo es-
tar a sacrificar mais de duas dú-
zias de povoações, o que corres-
ponde a centenas’de pessoas? Sin-
ceramente, não compreendemos
porque se mentém este critério há
tanto tempo e nem sabemos por-
que se espera. Não é verdade que
até na própria sede do concelho
já se tem sentido a falta de pes-
soal para! efectuar os funerais? E
todos sabemos que não é da sede
que mais tem saído gente à pro-
cura de melhores condições de
vida…

— E, a propósito, não fugimos
à tentação de contar um episódio
passado connosco há poucos anos.
Tínhamos grande interesse em
assistir ao funeral de pessoa ami-
ga, do cesal da Ladeira e diri-
gimo-nos para a Igreja Paroquial
para ali aguardarmos a sua che-
gada. Como já passava de hora
anunciada manifestámos a nossa
estranheza pela demora. Só então
tivemos conhecimento deste facto
insólito: Embora os casamentos e
baptizedos dos naturais da La-
deira sejam feitos na sede de fre-
guesia, ou seja em Vila de Rei,
os funerais são feitos para a
Amêndoa, freguesia do concelho
de Mação? Com franqueza, es-
tará isto certo? Bem sabemos o
que é ir contra hábitos antigos
erreigados a um povo, mas isto
só por si será razão para deixar
que as coisas se mantenham nes-
te estado? À não ser que este ca-
so sirva como ty cordão umbili-
cal que liga o filho à mãe. À ser
assim, muito festejariamos o re-
gresso do filho pródigo.

— Faleceu em sua case, com
47 anos de idade, o Sr. Júlio Do-
mingos, comerciante nesta vila.
Era casado com a Sr.” D. Maria
do Pranto da Mata Domingos e
pai de quatro filhos 2inda meno-
res: Maria Cecília, Maria Manue-
la, Luís e Fernando da Mata Do-
mingos. Foi durante algum tem-
po membro da Junta de fregue-
sia e, actualmente, ere. conselhei-
ro municipal. Figura muito co-
nhecida neste meio, deixa sauda-
des a todos os que com ele con-
viveram. Após missa de corpo
presente, o funeral realizou-se
com grande acompanhamento pa-
ra o cemitério local, onde ficou
sepultado.

Daqui renovamos os nossos sen-
timentos a toda a família enlu-

fada ==)

ANIVERSÁRIOS

No mês de Abril festejam os
seus Aniversários:

Dia 1 — Jornal de Arganil.
Dia 4 — Diário da Manhã.
Dia 6 — Mundo Desportivo.

Dia 7 — Diário de Lisboa.

Dia 14 — Jornal «Beira Bai-
xa».

Dia 19 — Dr. Luís de Olivei-
ra Guimarães.

Dia 27 — Casa da Beira AI
ta, no Porto.

Dia 28 — Dr.
Oliveira Salazar.

No dia 14, faz um ano que
tomou posse o Dr. Mário Ilharco
de Moura, Presidente da Câmara Municipal de Oleiros,

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

POSTAL DE OLEIROS

REGEU, CINQUENTA
E DOIS ANOS,
A FILARMÓNICA DE OLEIROS

O senhor José Augusto, conta
precisamente oitenta anos de ida-
de. Nasceu em 1890, nesta Vila
de Oleiros.

Como músico, podia ter feito
brilhante carreira: militar, Mas o
seu entranhado amor pela terra
que o vira nascer, cerceou-lhe as
naturais ambições de homem co-
nhecedor da intuição musical com
que Deus o dotara.

Um dia, fechando os olhos à
razão…, (um músico é sempre
poeta…) e abrindo-os à saudade
gritante da sua alma serrana.
oleirense, deixou tudo e lá aba-
lou da sua unidade militar, ao
encontro da sua serra, do seu
Oleiros.

O senhor José já não se lem-
bra bem, mas julga recordar-se
que a primeira coisa que fez,
quando chegou à Terra do seu
coração, foi correr até à Socie-
dade Filarmónia matar sauda-
des… Pois, fora ali que, menino
de onze anos de idade, iniciara a
sua carreira de executante mu-
sical tocando trompa.

Depois de saciadas as sauda-
des por tudo quanto era Olei-
ros… montou a sua oficina de
funileiro. (Nem de só de músicz
vive o homem…).

Todavia, quantas vezes, a con-
tas com as latas…, na sua cabe-

Vilar Barroco

Está constituída a Comissão que
se propõe resolver o problema da
igreja de Vilar Barroco do con-
celho de Oleiros, que se encontra
em urgente necessidade de solu-
ção.

A Comissão Directiva é cons-
tituíida pelo Rev. Pároco, Padre
Joaquim Matias e José Luís Se-
bastião Santos. Foi também cria-
da uma Comissão Auxiliar em
Lisboa, constituíde. por Joaquim
Maria de Almeida, Joaquim Dias
e João Luís, tendo como substi-
tutos, José Luís Gonçalves, Vir-
gílio de Almeida e Joaquim de
Jesus Martins.

Todos os paroquianos irão ser
contactados no sentido de colabo-
rarem na solução mais conve-
niente.

ça fervilhava música a rodos…

Passava-se isto em 1917.

E foi, a partir daquela data,
com vinte e sete anos de idade,
que o senhor José Augusto se
tornou Regente da Filarmónica
de Oleiros. (Prâticamente sem

Sr. José Augusto, a quem
a Banda de Oleiros tanto
fica devendo

fins lucrativos. Enquanto pôde,
veu do seu ofício de funileiro).

E naquele lugar ingrato, de
Regente, se manteve, sem desfa-
lecimento, até 31 de Dezembro
de 1969. —

A bagatela de CINQUENTA
E DOIS ANOS! Durante mais
de MEIO SÉCULO, sabe Deus
quentas vezes vergado ao peso
da ingratidão, de incompreensões,
este homem humilde mas de ri-
ja têmpera, soube, por amor da
sua lira, levar bem alto e bem
longe o nome de Oleirós. Hon-
rando, com a arte, fruto da sua
vocação musical, a Terra que o
viu nascer,

Com que tristeza estampada
no rosto, um dia destes, ele me
disse:

«Deixei a Filarmónica.
velho! Já não presto…».

Aprestei-me a ouvir as palavras
do bom do ancião, julgando ir
ouvir mais… Nos seus olhos ba-
ços de amargura, adivinheva-se
um mundo de coisas tristes…

Porém, logo de seguida, como
que arrependido do desabafo, seus
lábios crisparam-se, levou a mão
à garganta como se algo a aper-
tasse e, esboçando um erremedo
de tosse, fechou a boca. Não disse
mais.

Depois, nervosamente, despe-
diu-se com um gesto. E lá abalou
com uma lágrima furtiva, a cor-
rer-lhe, teimosamente, pela casa
abaixo.

Eu fiquei só, a cismar nt que,
anifal, é esta vida.

Estou

O RENOVADOR

E pensei para comigo: — Meu
bom José Augusto, a vida é as-
sim…

Que te sirva ao menos de con-
forto a certeza de teres sido, até
ao último quartel da tua vida,
(no que toca zo teu bairrismo,
ao amor pelo teu Oleiros) um
verdadeiro homem da Serra, um
verdadeiro Oleirense.

PARA QUANDO

O ALCATROAMENTO ;
DO TROÇO ALTO DA CAVA
— CRUZ DO FUNDÃO

Por ironia do destino, o troço
Alto da Cava — Cruz do Fun-
dão, da Estrada Nacional n.º
238-1, uns escassos oito quiló-
metros, não será, ao que cons-
ta, ainda este ano alcatroado.

Como este troço de estrada
foi a última etapa da rodovia
macadame a vencer quando da
construção da sinuosa estrada
Oleiros-Sertã (primeira via de
acesso de Oleiros ao exterior…)
os oleirenses já se convenceram,
em razão do espaço e do tempo
que está na história disto tudo,
que aquele troço de estrada in-
transitável, impossível, (nesta
época das «estradas siderais»
mas entranhado amor pelo «ve-
lho» e escaqueirado…) se trans-
formou numa rara mas nada
agradável peça de museu, — C.

28 de Março de 1970

Remodelação da Gapela-Mor
da Igreja de Sertã

Como dizemos noutro lugar,
terminam hoje as cerimónias da
Semana Santa que se efectuzram
na Igreja matriz da Vila da Ser-
tã.

Queremos aqui acrescentar que,
embora os trabalhos de remode-
lação se não encontrem findos, já
a todos foi dado observar a di-
gnidade e beleza e o perfeito en-
quadramento que as obras vieram
trazer ao conjunto. O granito cla.
ro trazido de Gáfete e trabalhado
por um artista daquela Região
ficou perfeitamente harmonizado
com a talha sóbria do século
XVIII do fundo do altar-mor e
com a azulejaria muito interes-
sante da mesma época.

O granito trabalhado do fun-
do da capela dá-lhe a dignidade
das grandes catedrais.

O novo altar fica assente sobre

uma credência, anteriormente
existente na capela-mor e que
constitui uma verdadeira obra-
-prima da arte de talha renas-
centista, das poucas existentes em
Portugal. Um decorador já ofe-
receu por ela 250 000$00.

Com as obras agora realizadas,
ressaltam certos remendos outro-
re feitos na traça primitiva da
nossa Igreja e que é de todo in-
dispensável rectificar.

Para tanto, porém, será neces-
sário despender umas dezenas de

Ecos de 8. João do Peso

A família Moura
oferece o terreno para
a construção da Igreja Nova

Os nossos ilustres. conterrâneos,
Srs. Abílio José de Moura e sua
esposa D. Maria Bela da Silva
Pires de Moura, num gesto fran-
co e de são bairrismo oferece-
ram, e puseram logo à disposição
da Freguesia, o terreno necessá-
rio à construção da nova Igreja.

Em 30 de Dezembro de 1969,
no cartório notarial de Vila de
Rei, autenticaram com o Rev.
Pároco da freguesia o termo de
cedência do terreno, o qual fica
situado à entrada da Aldeia, com
frente para a estrada municipal
no melhor local indicado para o
levantamento da Casa. de Deus.

Noticias das Talhadas

MONTES DA SENHORA

Nos passados dias 13, 14 e 15
do corrente, realizou-se, no edi-
fício escolar da sede desta fre-
guesia, um curso de actualização
agrícola que foi frequentado por
cerca de 40 pessoas de várias
localidades das freguesias de
Montes da Senhora, Alvito da
Beira, Sobreira Formosa e Proen-
ça-a-Nova.

Foi seu orientador o Rev.º P.
Lúcio, professor do Seminário
de Alcains e Assistente da J.A.C.
que, para o efeito, convidou vá-
rios Engenheiros agrónomos pa-
ra efectuarem as devidas pales-
tras.

Além do Director da Estação
Agrária de Castelo Branco, se-
nhor Eng.º Leonel de Magalhães,
que, durante bs 3 dias, nos dis-
pensou, não só a sua amável
presença, mas muitos ensina-
mentos, vieram também, da Jun-
ta de Colonização Interna, de
Lisboa, os senhores engenheiros,
Carvalho Sanches, Campião,
Cardoso da Silva e José de Oli-
veira. Foi o curso ainda visitado
pelo Eng.º Inspector, Sr. Gomes
da Silva que se fez acompanhar
do Eng.º Lopes Dias adjunto da
Estação Agrária de Castelo
Branco.

Com pleno agrado de todos os

frequentadores do curso, todos
aqueles senhores engenheiros
dirigiram as coisas à agregação
dos agricultores, ventilando-se a
ideia da criação duma cooperat:-
va, talvez com funções poliva-
lentes, a fim de que assim melhtr
possam ser defendidos os inte-
resses desta região. Espera-se
que nbvos cursos surjam.

Ao Senhor engenheiro Leonel
de Magalhães foi solicitada

protecção pela criação da dita
Cooperativa, a que Sua Ex.” ace-
deu amãvelmente.

Todos tos monteses confiam e
esperam melhores dias, já que,
sendo esta freguesia um oásis no
concelho, onde abunda toda a
espécie de fruta, nomeadamente,
cereja, laranja, limão, etc, etc,
bem merecem eles que os p’ode-
res públicos os acarinhem.

Termina hoje a Semana Maior

Terminam hoje as cerimónias
da Semana Santa iniciadas no
passado dia 13 com a procissão
dos Passos em que pregou o Se-
nhor Padre Manuel Vaz Leal das
Minas da Panasqueira.

No Domingo de Ramos reali-
zou-se na Igreja Matriz a bênção
dos ramos que nos recordou o
cortejo triunfal da entrada do
Salvador em Jerusalém,

Na Quinta-feira Santa, reali-
zaram-se as cerimónias costuma-
des salientando-se além do Lava-
-pés a comemoração da institui-
ção da Sagrada Eucaristia,

Na Sexta-feira Santa, dia da
comemoração da morte de Cristo

em resgate de toda a humanida-
de, além da comunhão dos fiéis
e da adoração da Santa Cruz foi
cantado pela manhã com grande
solenidade o Ofício de Matinas,
cujas antífones foram entoadas a
vozes por um grupo coral desta
vila de Sertã.

À noite, com a procissão do
Enterro e o sermão pregado pelo
Senhor Padre João de Oliveira,
que pregara também já o do
«Mandato», entrou-se no grande
silêncio que será quebrado ama-
nhã de madrugada com o novo
repicar dos sinos, anunciando a
alegria autêntica de Cristo Res-
suscitado.

Parabéns à família

Moura.

distinta

Arquitecto Ferrão de Oliveira

Esteve entre nós, vindo de Lis-
boa, no passado dia 16, o Sr.
Arquitecto Ferrão de Oliveira, de
visita ao local da futura nove.
Igreja, com vista à elaboração da
planta. Também foi de parecer
que, na remodelação da antiga
Igreja, só se aproveitariam as pa-
redes, inconsistentes e dispendio-
samente adaptáveis, sem virem a
oferecer o espaço desejado e ne-
cessário ao bom andamento dos
actos litúrgicos. Quer dizer, gas-
tar-se-ia o mesmo ou quase o mes-
mo que com uma nova e a fre-
guesia continuaria. a ficar na cau-
da do progresso, indefinidamente
desactualizada, no conjunto que
nos rodeia, formado por Igrejas
modernas, como são as da fre-
gresia de Cardigos, de Vila de
Rei e futuramente de outras.

Donativos para a nova Igreja

Por intermédio do Rev. Páro-
co, recebemos de um anónimo e
importância de 3 500800. De ou-
tro anónimo, 3 000$00.

SOMA: 6 500$00. E
Povoações sem água
em condições higiénicas

As povoações de Sesmarias e
Cimo Valongo, encontram-se,
ainda sem água em condições de
ser bebida. Já há anos foi inicia-
da a abertura de um poço para
ebastecimento das mesmas.

Aguardamos que a obra seja
concluída para satisfação de to-
dos.

Partida para « Venezuela

Partiu para a Venezuela o nos-
so Amigo Manuel Henriques de
Oliveira, onde conta ter uma de-
mora de um ano. Desejamos-lhe
excelente viagem e estadia,

Cinema na Casa do Povo

No Domingo, dia 15, a Fede-
ração das Casas do Povo de Cas-
telo Branco ofereceu nesta loca-
lidade uma sessão de cinema que
teve numerosa afluência.

A. PR

milhares de escudos, pois obras
de restauro desta natureza são
muito caras e têm que ser rea-
lizadas por artistes do género.

Os trabalhos agora em curso
foram orientados pelo Arquitecto
Jorge Costa, de Lisboa, e vão im-
portar em mais de 60 000$00.

Queremos felicitar o Reveren-
do Pároco, Cónego João Maria
Carrilho, pela orientação e cuida-
do com que tem estado a proceder
à remodelação da nossa Igreja,
que constitui o mais valioso re-
positório de interesse artístico da
Região e um dos melhores do Dis.
trito e da Diocese de Portalegre
e Castelo Branco.

Aqui…

Várzea dos Cavaleiros
e Figueiredo
CURSO-RETIRO DE CASAIS

Realizou-se nesta freguesia
nos dias 6, 7 e 8 de Março, o 1.º
Curso-Retiro de Casais.

Nele tomaram parte 18 casais,
vindos de quase todas as po-
voações da freguesia,

Orientou-o o Senhor Padre
Prata, de Amêndoa. De notar
gue este Curso foi pedido pelos
próprios casais, pois sentem que
«a tempos novos correspondem
casais novos».

Ouvidos ts testemunhos do
encerramento, a que quiseram
associar-se 4 casais de Amêndoa,
teve-se a sensação clara do va-
lor e da necessidade do Apos-
tolado Familiar na paróquia.
Hoje queixamo-nos das famílias
mas o certo é que ninguém dá o
que nãt tem. Alguns disseram o
bem que lhes fez o curso; outros
que já deviam tê-lo feito e, olhan-
do para trás, não querem que
seus filhos vão para o casamen-
to de qualquer maneira, à aven-
tura ou sem terem a ideia clara
da responsabilidade que tomam
perante Deus, a Igreja e a socie-
dade.

Todos disseram que valeu a

pena.
O 2. curso teve lugar nos dias
13, 14 e 15 de Março e orien-
tou-o o Senhor Cónego Anacle-
to. O ambiente foi o mesm as-
sim como as conclusões.

Duma carta recebida, trans-
crevo: «Vislumbro na nossa Pa-
róguia as primeiras notas dum
novo «Aleluia»…

Cem

À voz da Fundada

Nas obras da Ponte sobre a
Ribeira da Isne, na E. N. 2, so-
freu esmagamento do dedo mí-
nimo da mão esquerda, provo-
cado pelo apeamento de uma vi-
ga de ferro, o trabalhador Fili-
pe da Conceição Domingos, de
18 anos de idade, residente em
Relva do Boi desta freguesie.

Tratado no Hospital da Sertã,
foi-lhe amputada uma falange do
dito dedo, recolhendo a casa de-
pois de tratado. — (C.)

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